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BIOQUÍMICA CARBOIDRATOS Stéfany Rodrigues de Paula Os carboidratos são açúcares, a partir de cuja oxidação tem-se a principal via metabólica de obtenção de energia. Quimicamente são estruturas que apresentam as funções químicas aldeídos (aldoses) e cetonas (cetoses). Principais propriedades: • Função energética – combustível celular, fonte de obtenção de energia química rápida para as funções vitais das células • Função de reserva – em plantas na forma de amido e nos animais na forma de glicogênio, tanto hepático (para manter os níveis glicêmicos) como muscular (para momentos de fuga, que precisa ter energia na hora pra contração muscular) • Função estrutural: celulose (parede celular de plantas), quitina (exoesqueleto de insetos e cicatrizante), ribose, desoxirribose • Função anticoagulante (heparina), lubrificante (líquido sinovial) OBS: diferente dos carboidrato es dos lipídeos, as proteínas não têm uma reserva energética específica para ela. CLASSIFICAÇÃO: • Podem ocorrer como moléculas isoladas ou como polímeros: • 1 monose - monossacarídeos ou “oses” • Até 6 monoses - oligossacarídeos • Acima de 6 monoses - polissacarídeos ou “ósides” - homopolissacarídeos -heteropolissacarídeos • glucídes modificados - Aglicon: é qualquer estrutura não glucídica, mas que pertence à estrutura do açúcar. MONOSSACARÍDEOS: São monoses (monômeros de carboidratos) mais simples que existem, eles possuem sabor doce Ex: glicose, frutose, galactose, manose e ribose. OBS: quanto mais complexo, menos adocicado. A a batata, por exemplo, é rica em amido, que é uma molécula bem complexa e por isso não é adocicada. - Características gerais: o aldeídos e cetonas o múltiplas hidroxilas (“poliidroxi”) -> são muito solúveis em água (hidrofílicos), de forma que não precisa de ser transportados no sangue, ao contrário do que acontece com os lipídeos, isso interfere ainda na forma como atravessam as membranas celulares. o têm 3 a 7 átomos de carbono - trioses (3C), tetroses (4C), pentoses (5C), hexoses (6C), heptoses (7C). Exemplos de ALDOSES: D-ribose e L-ribose são enantiômeros, imagens especulares entre si e são definidos pela posição do carbono quiral (assimétrico) mais distante do grupo estrutural. Glicose e Galactose – aldo-hexose Ribose: aldose-pentose Exemplos de CETOSES Hiidroxicetona – cetose de 3C Frutose – cetose de 6C • ISOMERIA ÓPTICA – Isômeros D e L/ Quiralidade o Carbonos assimétricos (C*): são os responsáveis pela quiralidade de uma molécula; são aqueles que possuem 4 ligantes distintos entre si. Com isso geram isomeria óptica. Como a cadeia carbônica costuma ser grande, contém muitos carbonos quirais na sua estrutura. o Enantiômeros: são as estruturas moleculares que são isômeros ópticos, que são imagens especulares não superponíveis. Como foram citados acima a galactose e glicose. Para cada carbono quiral existe um par de enantiômeros: um D e outro L, os quais possuem os grupos funcionais dispostos, respectivamente, no sentido horário e anti-horário. Em mamíferos, os isômeros são sempre D. o Isômeros: compostos químicos de mesma fórmula molecular mas com estruturas espaciais diferentes. EX: frutose e glicose: ambos tem fórmula molecular C6H1206, mas a frutose é uma poliidroxicetona, enquanto a glicose é um poliidroxialdeído. Os carboidratos in vivo sempre se apresentam em sua forma cíclica. • CICLIZAÇÃO DE HAWORTH: O grupo funcional atrai a hidroxila ligada ao carbono quiral mais distante do grupo funcional, de modo que há uma mudança de conformação, criando o ciclo. O carbono que pertencia ao grupo funcional antes da ciclização não era um carbono quiral, mas a partir da ciclização ele se torna. A esse carbono quiral gerado pela cicliazção dá-se o nome de carbono anomérico. Como sempre um carbono quiral dá origem a um par de isômeros, aqui não seria diferente, e são gerados dois pares de anômeros: o Anômero α: o grupo -OH ligado ao carbono anomérico (C1) está abaixo do plano do anel (quando a OH anomérica estiver do lado oposto do C6) o Anômero β: o grupo -OH ligado ao carbono anomérico (c1) está projetado acima do plano do anel (quando a OH estiver do mesmo lado de C6) Em quê isso interfere? Na forma como a enzima vai se ligar para quebrar a ligação o-glicosídica. Ponte Oxídica: é a ponte formada pelo oxigênio que fica no ciclo. Ele está entre o carbono que veio do grupo funcional e o carbono que era o assimétrico mais distante na fórmula de Fisher (estrutural plana). Mutarrotação: interconversão das formas α e β, sendo que o nosso organismo possui maia formas β, porque é a mais estável. - Reações das monoses: o Redução: grupos aldeídos e cetonas são reduzidos à álcool o Oxidação: formação de ácido carboxílico o Formação de glúcides aminados o Fosforilação: processo inicial para o seu metabolismo, há adição de grupo fosfato à glicose. MUITO IMPORTANTE, porque o metabolismo da glicose só acontece se ela for fosforilada. - Obtenção de energia - Manutenção das biomoléculas no interior das células • LIGAÇÃO O-GLICOSÍDICA: é possível que a hidroxila de um carbono anomérico reaja com qualquer uma das hidroxilas do carboidrato vizinho. E é assim que há a fusão entre dois carboidratos. A ligação o-glicosídica, da mesma forma que acontece com a ligação peptídica, libera uma molécula de H2O quando é formada. Consequentemente, ela é quebrada por hidrólise. OLIGOSSACARÍDEOS Conceito: são cadeias curtas de unidades de monossacarídeos, unidos por ligações glicosídicas. Podem ser: o Redutores: quando o composto tem uma - OH anomérica livre que possibilite a reação de oxirredução o Não-redutores: quando as OH anoméricas não estão livres, todas participam da ligação o-glicosídica Podem ser classificados de acordo com o número de unidades de monossacarídeos presentes na molécula: dissacarídeos (2monoses), trissacarídeos (3 monoses) e tetrassacarídeos (4 monoses) DISSACÁRIDEOS: Formados pela união de 2 monossacarídeos por 1 ligação o-glicosídica. *Localizar a ponte oxídica pode ajudar a identificar onde está o carbono anomérico com a hidroxila anomérica. - A ponte oxídica vai estar entre um carbono com o qual vai ter ligado CH2OH e outro carbono com o qual vai estar ligada uma OH. Essa OH é a anomérica que participa da ligação o-glicosídica Ex: 1) MALTOSE: Gli (α1-4) Gli - É um açúcar redutor Sua principal fonte de obtenção é a hidólise parcial do amido ou do glicogênio, sendo que a maioria das maltoses provém do malte e dos cereais de germinação - Enzima: maltase 2) ISOMALTOSE Gli (α1-6) Gli - é redutora - obtido pela hidrólise parcial do amido e do glicogênio 3) LACTOSE Gal β (1-4) Gli - é redutora - galactose + glicose Encontrada no leite e seus derivados cuja síntese é feita na glândula mamária durante a gestação em mamíferos. Subproduto da fabricação de queijos. ➔ Aplicação clínica: LACTASE Intolerância à lactose: atividade da lactase é baixa, de modo que não consegue digerir a lactose e assim ocorre um acúmulo no organismo, o que causa desconforto gastrointestinal, como dor de barriga, cólica, gases, barriga inchada. Existem graus diferentes de intolerância. É resolvido evitando ingerir alimentos que tenham lactose ou então fazer uso de cápsulas com a enzima lactase antes de refeições. Alergia ao leite: incompatibilidade com o leite devido às suas proteínas, principalmente as lactoalbuminas, pode ser também a caseína e outras. Não tem relação com carboidrato!!!! SÃO DIFERENTES!! Amilase salivar: começa a digestão na boca, pelaquebra de ligações o-glicosídicas. 4) SACAROSE: Gli (α1 - β2) Fru - não redutora!! - glicose + frutose - sua fonte é a cana-de-açúcar e a beterraba (vegetais) - “açúcar de mesa”, usada abundantemente como fonte de alimentação animal 5) RAFINOSE: Gal (α1-6) Glic (α1 - β2) Fru - não redutora!! - galactose + glicose + frutose - tricassarídeo cuja fonte é o açúcar da beterraba, podendo também ser encontrada na semente do algodão - como quanto maior a complexidade menor o dulçor, a rafinose é menos adocicada que a sacarose, pois possui 3 monoses, enquanto a sacarose possui apenas 2. OBS: ranfinose, estaquiose e verbascose: são encontradas principalmente nas leguminosas, como feijão, repolho, brócolis, aspargos, entre outros vegetais e grãos. Esses carboidratos não são metabolizados pelo homem, de forma que as bactérias anaeróbias residentes no intestino grosso fazem fermentação anaeróbia desses compostos, gerando gases. Por isso que quando comemos algum desses alimentos pode gerar flatulência (peido). Slide 31 – estudo dos polissacarídeos.
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