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Samara Pires- MED25 Carboidrat� Exercícios 1. Quimicamente, como podemos definir os carboidratos? Os carboidratos, também chamados de glicídios, são poli-hidroxialdeídos ou poli-hidroxicetonas, ou substâncias que geram esses compostos quando hidrolisadas. São compostos por carbono, oxigênio e hidrogênio, sendo a fórmula geral mais comum para essas biomoléculas dada por (CH2O) n, em que n é maior ou igual a 3, gerando uma molécula com, pelo menos, 3 carbonos. Além disso, são quimicamente mais simples que os aminoácidos e nucleotídeos, pois não precisam de genes para serem sintetizados. Quanto à presença de grupos funcionais específicos nas extremidades, os monossacarídeos são divididos em aldoses (grupo aldeído – CHO) e cetoses (grupo cetona – CO). 2. Qual a importância biológica dos carboidratos? Os carboidratos são importantes fontes de reserva energética para os seres vivos, como a glicose, a qual é utilizada como “moeda energética” em diversos processos metabólicos. O amido e o glicogênio, por sua vez, são polissacarídeos de armazenamento em vegetais e em animais, respectivamente. Além disso, a função estrutural dos carboidratos refere-se à composição de membranas celulares animais, por meio, por exemplo, do glicocálice, o qual exerce funções essenciais de reconhecimento celular, à composição da parede celular nos vegetais e à composição do material genético dos seres vivos, que é o que faz a ribose como componente dos nucleotídeos. Pode-se citar também a função lubrificante em juntas esqueléticas (articulações), a de endereçamento celular e a de coesão histológica, pois moléculas de carboidratos são responsáveis pelo direcionamento de proteínas para alguma parte da célula, bem como pela adesão célula-célula por meio da N-CAM e da composição da matriz extracelular de alguns tecidos, como o conjuntivo. Os carboidratos também se fazem presentes na defesa corporal, uma vez que os anticorpos e os fatores de coagulação são constituídos por essa biomolécula. 3. Por que é importante o estudo das estruturas dos carboidratos? A estrutura dos carboidratos e as suas propriedades permitem a compreensão do desenvolvimento de diversos processos metabólicos do organismo e da constituição de alguns elementos dos seres vivos, como as membranas celulares. Por isso, a partir do estudo de tais características, alguns problemas de importância médica são solucionados, como diabetes mellitus, galactosemia, glicogenoses, Samara Pires- MED25 glicosaminoglicanoses e intolerância à lactose, os quais são provocados a partir de um desequilíbrio funcional ou constitucional dos carboidratos no organismo. 4. Como são classificados os carboidratos? Os carboidratos são classificados a partir do número de unidades moleculares presentes na estrutura, variando do mais simples ao mais longo e complexo. a) Monossacarídeos: constituídos por uma molécula de carboidrato. Sua fórmula geral é (CH2O)n, sendo que, para o corpo humano, as moléculas importantes conhecidas são de n= 3 a 7. b) Oligossacarídeos: possuem de 2 a 10 monossacarídeos, sendo os dissacarídeos os mais importantes. A maior parte dos oligossacarídeos que não são dissacarídeos não são digeridos pelas enzimas humanas. c) Polissacarídeos: constituídos por mais de 10 monossacarídeos. São polímeros de reserva e estruturais. 5. O que são monossacarídios e quais as suas características? Os monossacarídeos são aldeídos ou cetonas com dois ou mais grupos hidroxila, por exemplo, a glicose e a frutose, que são monossacarídeos de seis carbonos e têm cinco grupos hidroxila. Como características, afirma-se que eles são sólidos, incolores, cristalinos, solúveis em água e insolúveis em solventes apolares, além de serem adocicados, embora não adocem como a sacarose (dissacarídeo) o faz. Além disso, não podem ser hidrolisados em formas mais simples. 6. Como são classificados os monossacarídios quanto à função química? Os monossacarídeos são classificados de acordo com a posição da carbonila na cadeia molecular. As aldoses possuem esse grupo na extremidade, ligado a um átomo de hidrogênio, o que nos permite deduzir a função química aldeído. Já as cetoses apresentam a carbonila em outra posição, originando um grupo cetona, o qual sugere o nome da classe. 7. Como são classificados os monossacarídios quanto ao número de átomos de carbonos? Citar exemplos de cada grupo e qual a importância de cada um no nosso metabolismo. Os monossacarídeos são classificados desde as moléculas de três átomos de carbono às que têm sete: a) Trioses: apresentam três átomos de carbono e são encontradas em células animais e vegetais na forma fosforilada. Exemplos: D-glicerose (D- gliceraldeído) e di-hidroxiacetona, os quais são compostos intermediários da glicólise. Samara Pires- MED25 b) Tetroses: possuem quatro átomos de carbono. Estão nas células na forma fosforilada, assim como as trioses. Exemplos: D-eritrose, a qual é um intermediário da via dos fosfatos de pentose e do ciclo de Calvin e participa, em plantas e em microrganismos, da síntese dos aminoácidos aromáticos (fenilalanina, tirosina e triptofano) e dos compostos fenólicos. c) Pentoses: têm cinco átomos de carbono e apresentam grande importância fisiológica. Exemplos: D- ribose (componente estrutural dos ácidos nucleicos e das coenzimas, incluindo ATP, NAD, NADP, e a coenzima A ou CoA), D- ribulose e D- xilulose (metabólitos intermediários na via dos fosfatos de pentose e do ciclo de Calvin), D- arabinose e D- xilose (constituintes das glicoproteínas) e L- xilulose (excretada em excesso na urina de pacientes com pentosúria essencial). d) Hexoses: apresentam seis átomos de carbono e são as mais encontradas na natureza e as de maior importância fisiológica. Exemplos: D- glicose (principal combustível metabólico para os tecidos; é conhecido como “açúcar do sangue” e medido pelos níveis de glicemia; em condições anormais, é excretada pela urina), D- frutose (encontrada em diversas frutas, no mel e no esperma; constitui a sacarose e alguns de seus ésteres fosfóricos são importantes intermediários do metabolismo da glicose por meio dos fosfatos de pentose e do ciclo de Calvin), D- galactose (sintetizada nas glândulas mamárias para a produção de glicose do leite materno e participa da composição de glicolipídios e de glicoproteínas) e D- manose (constituinte de glicoproteínas). e) Heptoses: possuem sete átomos de carbono. Exemplo: sedo-heptulose, a qual está presente nas folhas de algumas plantas suculentas e cujos ésteres fosfóricos são importantes metabólitos intermediários da via dos fosfatos de pentose e do ciclo de Calvin. 8. Os monossacarídios possuem centros quirais ou de assimetria, portanto, apresentam isomeria. Explique esta frase e indique os tipos de isomeria que os monossacarídios apresentam e qual a importância deste fenômeno no nosso metabolismo. Com exceção da di-hidroxiacetona, todos os monossacarídeos contêm um ou mais átomos de carbono assimétricos (quirais) e, portanto, podem se apresentar em conformações espaciais distintas, bem como possuírem propriedades ópticas de desvio da luz polarizada. A quantidade de isômeros varia conforme o número de carbonos quirais que a molécula apresenta, obedecendo a fórmula 2n, em que n quantifica os centros assimétricos. Os tipos de isomeria que os monossacarídeos apresentam são: i. Isomeria D e L: a posição do grupo hidroxila nas cadeias de monossacarídeos em torno de um centro quiral determina formas isoméricas distintas. Assim, por meio das fórmulas de projeção de Fischer, Samara Pires- MED25 representa-se no papel as configurações moleculares, em que as ligações horizontais correspondem a uma estrutura que sai do plano do papel e as verticais, a uma ligação que ocorre posteriormente ao plano. Pode-se escrever também essas ligações como cunha sólida e cunha descontínua, respectivamente. Quando o grupo —OH nesse carbono está à direita, o açúcar é o isômero D; quando ele está à esquerda, é o isômero L. A maioria dos monossacarídeos de ocorrência natural consiste emD-açúcares, e as enzimas responsáveis pelo seu metabolismo são específicas para essa configuração. ii. Isomeria Óptica: quando um feixe de luz polarizada atravessa uma molécula com atividade óptica, ele pode se desviar para a direita (isômero dextrorrotatório, representado por d ou +) ou para a esquerda (isômero levorrotatório, representado por l ou -). Em solução, a glicose é dextrorrotatória. iii. Estruturas anelares piranose e furanose: os monossacarídeos podem assumir estruturas similares às do pirano (anel com seis componentes) ou às do furano (anel com cinco componentes). No caso da glicose, por exemplo, grande parte está na forma piranose. iv. Anômeros alfa e beta: esse tipo de isomeria espacial ocorre apenas com cadeias cíclicas. O que ocorre é que, quando uma aldose forma esse tipo de conformação, origina uma ligação hemiacetal, pois acontece reação entre um aldeído e um grupamento álcool, enquanto, no caso da cetose, forma-se uma ligação hemicetal. Dessa forma, dependendo da posição do grupo hidroxila após a ciclização, a molécula é caracterizada como α ou β. As duas formas se interconvertem em solução aquosa sem a presença de enzimas. v. Epímeros: são os isômeros que diferem devido a variações na configuração do —OH e do —H em um único átomo de carbono. Como exemplo, pode-se citar a D-manose e a D-glicose, as quais são epímeras no carbono 2. vi.Isomerismo aldose cetose: é aquele que ocorre, por exemplo, com a glicose e a frutose, pois ambas têm a mesma fórmula molecular, porém, por ser a primeira uma aldo-hexose e a segunda, uma ceto-hexose, o grupo carbonila apresenta duas posições distintas, o que interfere na conformação final da molécula. O carbono anomérico da glicose está na posição 1 e o da frutose, na posição 2. Isso influencia as propriedades de ambos os compostos, tornando as aldoses redutoras. A isomeria é importante no metabolismo, porque as enzimas são extremamente estereoespecíficas, conseguindo distinguir um isômero a outro no Samara Pires- MED25 momento da reação, o que influencia em sua constante de afinidade (Km). Além disso, na maioria dos organismos vivos, encontram-se apenas hexoses D. 9. Os monossacarídios com 5 ou mais carbonos, em solução, apresentam-se em cadeia linear (aberta) ou cíclica (anel ou hemiacetal). Explique o que é a estrutura de Haworth. Como ela é formada? A estrutura de Haworth é aquela que representa a formação cíclica de monossacarídeos com cinco ou mais carbonos. Isso ocorre por meio da ligação covalente do grupo carbonila com o oxigênio de um grupo hidroxila presente na cadeia. Como consequência, forma-se a ligação hemiacetal nas aldoses (resultantes da ligação de um aldeído e de um álcool) e a hemicetal nas cetoses (resultantes da ligação entre uma cetona e um álcool). Nas projeções de Haworth, o anel de seis membros é inclinado para deixar seu plano quase perpendicular ao plano do papel, com as ligações mais próximas do leitor representadas por linhas mais grossas do que aquelas representando as ligações mais distantes. 10. O que é carbono anomérico? O carbono anomérico é o da carbonila que se torna um centro quiral após a ciclização do monossacarídeo. A reação, então, pode produzir duas configurações estereoisômeras distintas, denominadas, em uma D-hexose, por exemplo, α quando o grupo hidroxila está do lado oposto em relação ao carbono 6 e β quando o grupo hidroxila está do mesmo lado que o carbono 6. Por isso, nesse tipo de isomeria, as formas anômeras diferem apenas no átomo de carbono hemicetal ou hemiacetal. 11. O que se entende por mutarrotação? A mutarrotação é o processo de interconversão pelo qual passam as formas anômeras, como a D-glicose, a qual, em solução, muda frequentemente para as formas α e β. Para tanto, por exemplo, a fórmula de Haworth ou a conformação cíclica com o anômero α é desfeita com a quebra da ligação covalente do oxigênio (hemiacetal), com a formação da estrutura linear e a posterior reconstrução da glicopiranose com o anômero β. Por isso, uma solução que contenha α-D-glicose e outra que contenha β-D-glicose originarão misturas em equilíbrios iguais pelo fenômeno da mutarrotação, que é, aproximadamente, um terço de α-D-glicose, dois terços de β-D-glicose e quantidades muito pequenas das formas linear e em anel de cinco membros (glicofuranose). 12. Os monossacarídios são estruturalmente muito semelhantes e isso é muito importante para que ocorra o processo de interconversão. Explique a afirmação e discorra sobre a importância do processo para o organismo. Samara Pires- MED25 A glicose é o monossacarídeo mais importante do ponto de vista biomédico. Sendo precursora de outros monossacarídeos, como a frutose e a galactose, os quais não são metabolizados em nosso organismo, ocorre transformação desses na glicose, a fim de que possa haver armazenamento adequado na forma de glicogênio, por exemplo, e para que a glicose possa ser utilizada nas diversas vias metabólicas do corpo. Assim, os tipos de isomeria que os monossacarídeos apresentam e a facilidade de interconversão de um em outro simplificam esse processo, uma vez que as estruturas podem ser modificadas para favorecer as próprias funções fisiológicas do organismo. Pode-se citar a epimeria, que é uma propriedade isomérica na qual dois monossacarídeos diferem em apenas um átomo de carbono, facilitando, por exemplo, a conversão da D-galactose em D-glicose, pois ambas são epimerizadas no carbono 4. Além disso, a tautomeria, que é uma isomeria funcional que permite o equilíbrio dinâmico entre duas fórmulas estruturais distintas, gerando a transformação de uma aldose em uma cetose, como é o caso da D-glicose e da D-frutose, as quais, embora tenham a mesma fórmula molecular, diferem quanto à existência de um grupamento ceto na posição 2, o carbono anomérico da frutose, ao passo que, na glicose, há um grupo aldeído potencial na posição 1, que também é anomérico. 13. Qual a importância das reações de oxidação e redução de monossacarídios para o organismo? A redução dos carboidratos é responsável pela formação de álcoois, como o sorbitol, o glicerol, o inositol e o mioinositol. Esse processo é importante para a produção de lipídios, como é o que ocorre na reação de formação de glicerol a partir do gliceraldeído. Além disso, esses compostos servem como adoçantes e o inositol, por exemplo, é constituinte de membranas celulares. Já a reação de oxidação em aldoses é importante para a produção de ácidos aldônicos, como acontece com a glicose quando ela sofre oxidação no carbono ligado ao grupo aldeído, originando o ácido glicurônico, o qual é constituinte de membranas celulares e exerce importante papel como contraíon inócuo na presença de medicamentos carregados, como o quinino e alguns íons. Quando essa oxidação ocorre no carbono 6 de algum monossacarídeo, como a glicose, galactose ou manose, forma-se o ácido urônico correspondente: os ácidos glicurônico, galacturônico ou manurônico. O ácido glicurônico participa da estrutura de polissacarídeos e degrada compostos tóxicos ao organismo, como a bilirrubina. Tanto os ácidos aldônicos quanto os urônicos formam ésteres intramoleculares estáveis, chamados de lactonas, as quais são compostos essenciais ao organismo, como a vitamina C (ácido ascórbico). Ainda sobre a oxidação, os monossacarídeos que podem funcionar como agentes redutores são denominados “açúcares redutores”. Nesse processo, eles reduzem o íon cúprico (Cu2+), o qual é um oxidante relativamente suave, e, ao mesmo tempo, são oxidados, resultando em uma mistura complexa de ácidos carboxílicos. Samara Pires- MED25 14. O que são açúcares derivados? Descreva cada um e indique qual a importância de cada grupo para o organismo. Os açúcares derivados são formados pela condensação entre o grupo hidroxila do carbono anomérico de um monossacarídeo e um segundo composto que não é um carboidrato (aglicona), o qual pode ser um metanol, glicerol, esterol, fenol ou uma base, como a adenina. Os seguintes grupos são formados: a) Desoxiaçúcares: são aquelesem que um grupo hidroxila foi substituído por hidrogênio, como a desoxirribose no DNA e o desoxiaçúcar L-fucose, o qual ocorre nas glicoproteínas. Assim, esse grupo é importante como constituinte principalmente de elementos que fazem parte da célula. b) Glicosídeos cardíacos: contêm esteroides como agliconas e sua função principal é regular as atividades metabólicas do coração. Um exemplo é a ouabaína, que é um inibidor da Na+-K+-ATPase das membranas celulares. Outros glicosídeos incluem antibióticos, como a estreptomicina. c) Aminoaçúcares: é quando ocorre a substituição da hidroxila por um grupo amina. Alguns exemplos são a glicosamina, a galactosamina e a manosamina, originadas a partir da presença do grupo amina no carbono 2. A D- glicosamina é constituinte do ácido hialurônico, o qual é um glicosaminoglicano presente na matriz extracelular de cartilagens, por exemplo. A D-galactosamina também está presente no meio extracelular, pois faz parte da condroitina. Diversos antibióticos (como a eritromicina) contêm aminoaçúcares, os quais são importantes para a sua atividade metabólica. d) Açúcares N-acetilados: formam-se quando o grupo amina está condensado ao ácido acético. Como exemplo, pode-se citar a N-acetilglicosamina, que compõe muitos polímeros estruturais, incluindo os da parede celular de bactérias. O ácido N-acetil-neuramínico é um derivado da N-acetilmanosamina que ocorre em muitas glicoproteínas e em glicolipídios em animais, atuando no reconhecimento celular por outras células ou por proteínas extracelulares. e) Açúcares-fosfato: são resultantes da condensação do ácido fosfórico com um dos grupos hidroxila de um açúcar, gerando um éster de fosfato. Esse processo é importante, porque mantém o açúcar dentro da célula, uma vez que essas biomoléculas, originalmente sem carga, passam facilmente por meio da membrana. Com a carga negativa do novo grupo adicionado, esse problema é eliminado e os açúcares são ativados para subsequente transformação química. Além disso, os açúcares fosforilados são componentes dos nucleotídeos. Exemplo: glicose-6-fosfato, a qual é o primeiro metabólito da rota por meio da qual a maioria dos organismos oxida a glicose para produzir energia. Samara Pires- MED25 f) Açúcares ácidos ou carboxilatos: são aqueles cujos grupos carboxílicos estão ionizados com carga negativa em pH 7. Exemplos: glicuronato e galacturonato. 15. O que são oligossacarídeos e como são classificados? Os oligossacarídeos são produtos de condensação de 2 a 10 monossacarídeos e são nomeados conforme a quantidade de unidades monoméricas, como dissacarídeos, trissacarídeos, tetrassacarídeos, pentassacarídeos etc. 16. Quais são os oligossacarídeos de importância para o organismo humano? Os oligossacarídeos mais importantes são os dissacarídeos, formados a partir de uma ligação glicosídica entre dois monossacarídeos. Dentre esses, os mais essenciais fisiologicamente são a maltose, a sacarose e a lactose. 17. Como são constituídos os dissacarídeos importantes para o nosso organismo? a) Maltose: formada por duas moléculas de glicose formando uma estrutura α1-4, isto é, a ligação ocorre entre o carbono anomérico α 1 de uma molécula e o carbono 4 de outra. b) Sacarose: formada por uma molécula de glicose e outra de frutose, originando uma ligação β2-α1 entre os carbonos anoméricos de cada monossacarídeo. Pode ser representada por Fru (β2 1α) Glc. c) Lactose: formada por uma molécula de glicose e uma de galactose. A ligação formada é β1-4. 18. Quais as fontes dos dissacarídeos apontados na questão anterior? A maltose é encontrada na cevada, no centeio, na aveia e no trigo; a lactose, no leite e em derivados, como manteiga, requeijão e queijo, além de pães e biscoitos, e a sacarose, na cana-de-açúcar, na beterraba branca, no açúcar demerara, no açúcar mascavo e em outros produtos que a contenham, como doces (balas, chicletes, etc). 19. Descreva quais são as funções dos dissacarídeos anteriormente descritos. A maltose é importante como fonte de energia, porque, sendo ela formada por duas moléculas de glicose, a sua hidrólise origina o principal monossacarídeo utilizado para as vias metabólicas do organismo. Além disso, na indústria, o malte, que origina a maltose, é utilizado para a produção de bebidas, como a cerveja. A lactose também é essencial como fonte energética para os mecanismos celulares, além de favorecer a absorção de cálcio pelo organismo, fortalecendo, assim, os ossos. Ela está presente no leite materno. Por fim, a sacarose, constituída por Samara Pires- MED25 glicose e frutose, as quais são liberadas após a hidrólise da molécula e contribuem para a reserva energética dos animais, por exemplo, por meio do armazenamento da glicose na forma de glicogênio. Na indústria, a sacarose é muito utilizada para fabricação de doces e é a partir dela que se fabrica o açúcar invertido. 20. O que se entende por açúcar invertido? O açúcar invertido é o produto da hidrólise da sacarose com a adição de um ácido e com o aquecimento ou apenas com o aquecimento acima de 120°C ou, ainda, com a atuação da enzima sacarase ou invertase. Nesse processo, a sacarose origina uma solução de glicose e de frutose, a qual é muito utilizada na indústria para a fabricação de doces, como chocolates e sorvetes, devido às suas vantagens, já que ele não cristaliza, incorpora melhor as preparações e o corante. O nome “açúcar invertido” provém do desvio da luz polarizada nas diferentes situações: a sacarose é dextrógira, mas, após a hidrólise, a solução resultante torna-se levógira, pois a frutose é fortemente levorrotatória e inverte a ação dextrorrotatória mais fraca da sacarose
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