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Dinâmica Das Membranas Homeostasia não significa equilíbrio, o corpo possui dois compartimentos de fluídos distintos: as células e o fluido que circunda as células. O liquido extracelular (LEC) é o tampão entre células e o meio externo do corpo, tudo que ou sai da maioria das células, é através do LEC. Os compartimentos alcançam um equilíbrio osmótico, pois a água é a única molécula que se move livremente entre as células e o LEC, e embora as concentrações de LIC e LEC sejam iguais, alguns solutos estão mais concentrados em determinado compartimento. EX. íons sódio, cloreto, e bicarbonato estão mais concentrados no LEC. Os íons potássio estão mais concentrados dentro da célula, o cálcio é mais concentrado no LEC do que no citosol. • O liquido extracelular é composto pelo plasma (matriz liquida sanguínea) e o liquido intersticial (LI). Muitos dos solutos são íons e por isso devemos considerar a carga elétrica entre os compartimentos intra e extra celulares. Mesmo que o corpo como um todo seja eletricamente neutro, os íons negativos extras são encontrados no LIC, e íons correspondentes positivos são encontrados estão no LEC. Dessa forma a célula tem seu interior ligeiramente negativo em relação ao seu liquido extracelular. O desbalanço iônico desse meio resulta em um desequilíbrio elétrico. O objetivo da homeostasia não é fazer existir um equilíbrio e sim manter os estados estacionários dinâmicos do compartimento do corpo. A distribuição dos solutos no corpo vai depender do fato de uma substancia poder, ou não, atravessar as membranas celulares. A água é a molécula mais importante no corpo humano, sendo o solvente para toda matéria viva. Quando verificamos quantidade de água nos compartimentos, observamos o compartimento intracelular com 2/3 (67%) da água corporal, o terço restante (33%) é dividido entre o LI (que contem cerca de 75% da água extracelular) e o plasma (25% da água extracelular). O movimento da água através de uma membrana em resposta a um gradiente de concentração é denominado osmose. Na osmose a água move-se para diluir a solução mais concentrada. Quando a concentração se iguala, o movimento da água cessa. O corpo é constituído principalmente por água O corpo está em equilíbrio osmótico Bianca Oliveira Medicina UNP Ao conhecer as concentrações das soluções que estamos lidando, é possível prever o movimento da água. Sendo importante também o número de partículas osmoticamente ativas em um dado volume. Por conseguinte, para soluções biológicas expressamos a concentração como osmolaridade (número de partículas osmoticamente ativas por litro de solução). A osmolalidade (geralmente utilizada em situações clinicas) é a concentração expressa por osmoles de soluto por quilograma de água. Os clínicos estimam a perda de líquido de uma pessoa na desidratação equiparando a perda de peso a perda de água. Uma vez que um litro de água pra pesa 1kg, uma diminuição de peso de 1kg pode ser equivalente a perda de 1 litro de fluido corporal. A tonicidade é um termo fisiológico utilizado para descrever a solução e como esta afeta o volume de uma célula. A tonicidade de uma solução depende não apenas de sua concentração (osmolaridade), mas da natureza dos solutos na solução. Se as partículas do soluto podem entrar na célula, são denominados solutos penetrantes. As partículas que não passam a membrana são denominadas solutos não penetrantes. O soluto não penetrante mais importante é o NaCl, alguns íons Na+ podem vazar através da membrana, mas eles são imediatamente transportados de volta para o liquido extracelular. A forma mais geral de transporte biológico é o fluxo de massa de fluidos dentro de um compartimento. Um gradiente de pressão faz o fluido fluir de regiões de pressão mais alta para pressões mais baixas. O sangue movendo-se pelo sistema respiratório é um grande exemplo de fluxo de massa. O coração atua como uma bomba que gera uma região de alta pressão, empurrando o plasma com seus solutos dissolvidos e as células sanguíneas suspensas pelos vasos sanguíneos. O fluxo de ar nos pulmões é outro exemplo de fluxo de massa. • As membranas celulares são seletivamente permeáveis, o que significa que algumas moléculas podem atravessar e outras não. A composição de lipídeo e proteína de uma célula determina quais moléculas podem entrar e sair. Essa permeabilidade é variável e pode ser modificada alterando as proteínas e lipídeos da mesma. Alguns fatores importantes que influenciam o movimento através das membranas é seu tamanho e sua solubilidade em lipídeos. Os transportes são classificados em transporte passivo (não requer a entrada de energia externa) e o transporte ativo (necessita a entrada de energia por alguma fonte externa) O transporte passivo através da membrana utiliza a energia cinética inerente das moléculas. A osmolaridade descreve o número de partículas em uma solução A tonicidade descreve a mudança de volume de uma célula Quando moléculas estão concentradas em um espaço fechado, seus movimentos as fazem se espalharem gradualmente até ficarem uniformemente distribuídas por todo espaço, essa é a difusão. A difusão é um processo passivo (não requer energia), as moléculas movem-se de uma área de maior concentração para uma área de menor concentração, essa diferença na concentração de dois locais é chamada de gradiente de concentração. A difusão é rápida em curtas distancias, mas muito mais lenta em longas distancias. Ela é diretamente relacionada a temperatura. A taxa de difusão é inversamente proporcional ao peso molecular e ao tamanho. A difusão pode ocorrer em um sistema aberto ou através de uma divisória que separa dois sistemas. As substancias lipofílicas que podem atravessar a membrana se movem por difusão, essa difusão direta através da bicamada fosfolipídica é chamada de difusão simples e depende da capacidade da molécula se dissolver na bicamada lipídica da membrana (exceção importante é a água). A taxa de difusão através da membrana é diretamente proporcional a área de superfície da membrana. (doença pulmonar enfisema é um exemplo notável de como a mudança da área afeta a difusão) A maioria dos solutos atravessa as membranas com ajuda de proteínas da membrana, em um processo denominado transporte mediado. Se o transporte mediado é passivo e move as moléculas a favor do gradiente de concentração, é chamado de difusão facilitada. A proteínas da membrana possuem quatro funções principais: • Proteínas estruturais: ajudam a criar as junções celulares que mantem tecidos unidos, elas conectam a membrana ao citoesqueleto para manter a forma da célula. As microvilosidades do epitélio são um exemplo de membrana moldada pelo citoesqueleto. • Enzimas: catalisam as reações químicas que ocorrem na superfície externa ou interna da célula. As enzimas localizadas na superfície intracelular possuem um papel importante na transferência de sinais do meio extracelular para o citoplasma. • Receptores: sinalização celular, também possuem um papel importante em algumas formas de transporte vesicular. • Proteínas de transporte: move células através da membrana. Existem as proteínas canais (transporte mais rápido, mas limitadas) que criam passagens cheias de agua que liga diretamente o meio intra com meio extra e as proteínas carreadoras, que ligam-se aos substratos que são carreados por elas, porem nunca forma uma conexão direta entre os líquidos intra e extra. As proteínas-canal formam passagens abertas preenchidas com água elas criam um agregado cilíndrico com um túnel ou poro no centro. O movimento através de canais menores é limitado principalmente a água e aos íons. Essas proteínas são nomeadas de acordo com as substanciasas quais elas são permissivas. (ex. canais de água, canais iônicos). Podem ser classificadas de acordo com seus portões, sendo canais abertões e os canais com portão. O que controla a abertura e fechamento desses canais? Podem ser controlados quimicamente ou por voltagem. As proteínas carreadoras mudam a sua conformação para transportar moléculas, alguns carreadores transportam apenas um tipo de molécula (uniportes), contudo é comum encontrar carreadores que transportam dois ou ate três tipos de moléculas, a que transporta mais de um tipo simultaneamente é chamada de cotransportadora, se as moléculas transportadas se movem na mesma direção, a proteína é chamada de simporte., e quando transportadas em direção opostas são chamadas de antiportes. O transporte através dessas proteínas carreadoras é mais lento, por causa de sua complexidade. (obs. Elas nunca deixam o canal totalmente aberto) • A difusão facilitada utiliza proteínas carreadoras. (transporta a favor do gradiente.) O transporte ativo é um processo que transporta as moléculas contra os seus gradientes de concentração (baixa concentração para alta concentração). Em vez de criar um estão de equilíbrio, é criado um estado de desequilíbrio. O transporte ativo pode ser classificado em: • Transporte ativo primário (direto): a energia empurra as moléculas contra os seus gradientes vem diretamente das ligações de fosfato de alta energia do ATP. (ex. bomba de sódio e potássio) • Transporte ativo secundário (indireto): usa energia potencial armazenada no gradiente de concentração, ou seja, depende do transporte ativo primário. O transporte mediado por carreadores apresenta especificidade (capacidade de um transportador transportar somente uma única molécula ou grupo), competição e saturação (carreadores funcionando em sua taxa máxima). Quando as moléculas são muito grandes parar entrar ou deixar a células através de proteínas- canal ou dos carreadores, elas se movem através da membrana com ajuda de vesículas. • Fagocitose: forma vesículas usando o citoesqueleto, é um processo mediado pela actina pelo qual a célula engole uma bactéria ou outras partículas em uma vesícula grande ligada a membrana, chamada fagossomo. O fagossomo separa-se da membrana e se move para p interior da célula, onde se funde com um lisossomo, cujas enzimas digestórias destroem a bactéria. (requer energia ATP) • Endocitose: a superfície da membrana se retrai, em vez de se projetar para fora. A vesícula formada pela endocitose é muito menor, e algumas são constitutivas, ou seja, ocorrem de maneira essencial. (requer energia do ATP). Pode ser não seletiva, permitindo que o liquido extracelular entre na célula, um processo chamado de pinocitose). A exocitose é o processo oposto da endocitose, as vesículas movem-se em direção à membrana celular. Algumas moléculas que entram ou saem, muitas vezes precisam atravessar uma camada de células epiteliais que são conectadas umas às outras através de junções de adesão e junções de oclusão (separam a membrana em duas regiões). Células epiteliais de transporte são ditas polarizadas porque as suas membranas apicais e basolateral tem propriedades muito diferentes. O transporte a partir do lúmen de um órgão para o liquido extracelular é chamado de absorção. O transporte epitelial pode ser paracelular (através das junções entre células vizinhas) ou transcelular (através das células epiteliais) • O transporte transcelular da glicose utiliza proteínas de membrana. • A transcitose utiliza vesículas para atravessar o epitélio, uma combinação de endocitose, transporte vesicular através da membrana e exocitose. A transocitose torna possível que grandes proteínas se movam através de um epitélio e permaneçam intactas. Essas é a maneira pela qual os bebes absorvem os anticorpos da mãe no leite materno. Em geral, o corpo é eletricamente neutro, para todos os cátions, há um anion correspondente. No entanto, os ions não são distribuídos uniformemente no LEC e o LIC. Revisão de eletricidade: • A lei de conservação da carga elétrica • Cargas opostas se atraem • Separar cargas opostas requer energia • Quando separadas, as cargas podem se mover livremente. A membrana celular permite a separação de cargas elétricas no corpo Todas as células vivas possuem potencial de membrana! O potencial de membrana em repouso é devido principalmente ao potássio! Secreção de insulina: as células beta do pâncreas sintetizam um hormônio peptídico, a insulina, e a armazenam em vesículas secretoras no citoplasma. Quando os níveis de glicose aumentam no sangue, como após uma refeição, as células beta liberam insulina por exocitose. A insulina, então, estimula outras células do corpo a aumentarem a captação e o uso da glicose, diminuindo a sua concentração no sangue até os níveis pré-refeição.
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