Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? Biogeografia Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? Paulo Lopes Rodrigues Elisangela Ranconi Rodrigues Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? Introdução Prezado aluno, tudo bem? O propósito desta segunda unidade é avançarmos mais no conhecimento biogeográfico. Deste modo, buscaremos compreender, além dos elementos que proporcionaram a distribuição das espécies no mundo, a daqueles que fazem com que certas espécies permaneçam vivas enquanto outras não. A discussão do que é um ecossistema, conceito chave para compreensão da distribuição da vida na Terra, será esmiuçada. Veremos também como a relação dentro de um ecossistema pode ser realmente muito complexa e é resultado de multi-interações entre os elementos naturais e as diferentes formas de vida. Veremos ainda, como pode ser dar a desestruturação desses ecossistemas, tanto em sua forma, com a fragmentação de suas áreas; como também em conteúdo, inserção de novos seres, altera o complexo equilíbrio e também seu processo de estruturação dos diferentes ecossistemas. Por fim, mas não menos importante, buscaremos compreender melhor as relações não somente entre as espécies e o meio, também entre as espécies, pois essas relações são essenciais para o desenvolvimento pleno de um ecossistema. Deste modo, vamos lá?! Boa leitura e bons estudos. 1. Mecanismos de Fragmentação da paisagem A conversão das áreas naturais em áreas agrícolas e urbanas coloca em risco a sobrevivência de diversas espécies conhecidas e aquelas que viriam a ser estudadas. Essa modificação no padrão do uso de solo diminui o hábitat de diferentes seres vivos, como também fragmenta esse espaço. Essa fragmentação dificulta a dispersão das espécies e consequentemente a ocupação de novas áreas por elas. A fragmentação dessas áreas resulta também na fragmentação em subpopulações, que por não terem contato com seres da mesma espécie podem ter graves consequências, como a depressão endogâmica, e em tempo maior, a extinção da espécie naquela localidade. A diminuição da vida nesses fragmentos não decorre somente pela diminuição da área em si – que já é um problema considerável, dado a diminuição Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? da área para alimentação e reprodução. A grande consequência criada nesse processo de fragmentação é a criação do efeito de borda. Mas o que é o efeito de borda? O efeito de borda pode ser entendido, de maneira geral, como sendo a influência do meio externo para a borda da floresta, que altera suas características físicas e estruturais. Essa alteração influencia a composição e a diversidade de espécies especialmente nessa borda. (FIGUEIRÓ, 2015). Nos ambientes florestais esse efeito é muito mais evidente, pois com a fragmentação ocorre maior circulação de vento, maior luminosidade, aumento da temperatura e menor umidade, facilitando a invasão por outras espécies, modificando toda a estrutura do ecossistema ali existente. Aqui é importante deixar claro a diferença entre as áreas de borda e as áreas de transição. Estas são áreas de contato entre dois ambientes distintos, também chamados como ecótonos. A diferença ocorre pela mudança repentina nas áreas de fragmentos, enquanto a zona de transição apresenta mudanças mais suaves. Não há ainda, no entanto, consenso sobre essa definição, pois o que acontece é que os processos mudam em intensidade. Ou seja, nas áreas de fragmentos florestais a influência da alteração dos elementos naturais é mais acentuada do que nas áreas de transição, porém em ambas as áreas os efeitos são sentidos. A largura da borda não é um consenso também na biogeografia, porém há se concorda que os efeitos de borda são mais sentidos nos primeiros 50 metros da linha de borda, sendo que quanto menor é o tamanho do fragmento, maior é o efeito de borda naquela área e deste modo, o centro desse fragmento está cada vez mais sobre influência desse efeito. A presença de barreiras criadas pelo ser humano, como estradas, que atravessam áreas de proteção aumentam o efeito de borda, pois essas barreiras alteram a composição do ecossistema. Vamos Praticar? Para essa atividade observa a figura a seguir e as informações apresentadas para responder à questão. As áreas de preservação estão inseridas em áreas próximas, sendo que a área A é um pouco maior do que área B, sendo que nas duas há presença de um rio. A Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? área A é cortada por uma rodovia e por uma ferrovia, as duas de forma paralela no mesmo sentido (nordeste - sudoeste). Tendo essas informações considere a alternativa correta. A. O efeito de borda é maior na área B, pois a área é menor. B. O efeito de borda é maior na área A, pois a área é maior. C. O efeito de borda é igual nas duas áreas pois em ambas há a presença de um rio. D. O efeito de borda é maior na área A pela presença da rodovia e da estrada.. E. O efeito de borda é maior na área B pela ausência da rodovia e da estrada. Feedback de resposta: De acordo com o texto, podemos visualizar que quanto menor a área menor maior o efeito de borda, pois o centro estará mais próximo da borda. E da mesma forma vimos que presença de barreiras criadas pelo ser humano, que podemos citar, as estradas e ferrovias, partilham essa área, aumentando também o efeito de borda, deste modo consideramos correta a alternativa D, pois mesmo tendo uma área um pouco maior possui uma rodovia e uma ferrovia, dividindo essa área e aumentando o efeito de borda. Assim, é importante destacar que o efeito de borda causa alterações sensíveis ao ecossistema local, pois altera a composição dos elementos abióticos, que influencia o biota local, inclusive em suas relações. Essas alterações levaram o ser Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? humano a pensar em meios de preservação dessas áreas, assunto que abordaremos a seguir. 2. Teoria da conservação da biodiversidade: da biogeografia de ilhas à teoria das metapopulações. Antes de falarmos propriamente das teorias de conservação da biodiversidade, precisamos responder à seguinte pergunta. O que é biodiversidade? Pode-se definir como biodiversidade sendo a variedade e a variabilidade dos organismos vivos e das suas relações. Ao se falar da biodiversidade, segundo NOGUEIRA et al apud MAGURRAN (2008) fala-se em três escalas. A biodiversidade alfa, sendo a diversidade de organismos vivos dentro de um habitat (falaremos melhor o que é um habitat ainda nessa unidade). A biodiversidade beta é a diversidade de espécies nos habitats de uma determinada região, que compõem uma paisagem e, exercendo funções de complementaridade de um em relação ao outro. E, por fim, temos a biodiversidade gama, que são as diferenças entre as espécies em conjuntos de habitats, ou seja, a diferença entre as espécies em seus diferentes habitats em uma determinada área que configuram uma determinada paisagem. Os seres vivos, como visto na unidade I, adaptaram-se ao meio, ao mesmo tempo que influenciaram o meio que os cerca, sendo inegável que o ser humano acelerou esse processo, o que impactou negativamente muitas espécies, pois as mudanças no ambiente foram mais rápidas que a capacidade de adaptação. Assim, o ser humano pensou em meios de preservação dessa biodiversidade, criando espaços de conservação. As críticas a essa forma de conservação e preservação da biodiversidade são extensas, porém não avançaremosnessa discussão nesse momento, porém é um mecanismo que busca, pelo menos em parte, assegurar a biodiversidade. Você quer ver? Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? As unidades de conservação no Brasil podem ser classificadas em diferentes formas, veja o vídeo a seguir para melhor compreender: https://www.youtube.com/watch?v=ezN09VK73W0 A criação dessas áreas de conservação foram influenciadas por diferentes teorias em diferentes períodos da história, assim abordaremos nesta unidade duas das principais teorias que influenciaram as decisões para se pensar em áreas de conservação: a biogeografia das ilhas e a teoria das metapopulações, as quais apresentaremos a seguir. 2.1. A teoria das metapopulações. A compreensão de como os seres vivos, sejam eles plantas ou animais, sobreviviam em ilhas, estas cercadas de água e distantes dos continentes, era o questionamento que mais despertava interesse na biogeografia. Os estudos nesses tipos de ambiente influenciaram a forma de pensar a conservação e a preservação da vida em outras áreas, assim, tendo por base essa questão, MacArthur e Wilson, em 1967, propuseram elementos que, retirados da compreensão desses sistemas insulares, poderiam ser transpostos para o entendimento dos fragmentos florestais. Deste modo, analisando a dinâmica no ambiente insular, propuseram a Teoria de Equilíbrio de biogeografia insular (Tebi), na qual, segundo eles, o número de espécies em ilhas com condições ambientais semelhantes, em mesma latitude, depende da área e da distância em relação ao continente, ou seja, o grau de isolamento. E o que isso tudo quer dizer? Isso quer dizer que ilhas maiores podem a ter maior quantidade de espécies do que ilhas menores, da mesma forma que ilhas mais afastadas dos continentes terão menos espécies do que as mais próximas, deste modo, a combinação desses dois elementos, tamanho e distância, permitem maior ou menor biodiversidade nessas ilhas. (NASCIMENTO et al, 2012). Soma-se a isso a taxa de imigração. Ou seja, a possibilidade de chegada de novas espécies, regulada principalmente pela distância da ilha em relação ao continente e a taxa de extinção. Trata-se da capacidade de sobrevivência dessas espécies no ambiente insular, dada principalmente pelo tamanho da ilha, pois as https://www.youtube.com/watch?v=ezN09VK73W0 Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? maiores tendem a comportar maior número de espécies do que as menores. Com o equilíbrio da taxa de imigração e de extinção, se há o equilíbrio de espécies presentes na ilha. Com o desenvolvimento desta teoria, as noções de tamanho, distância e equilíbrio transpuseram as fronteiras do entendimento em relação à biodiversidade das ilhas e acabaram influenciando o entendimento sobre as áreas de preservação e conservação, gerando assim diretrizes para essas áreas. Para saber mais! Os termos preservação e conservação não sinônimos como aparentam ser, eles representam situações bem distintas. A conservação está relacionada ao ato da utilização dos recursos naturais com menor impacto ao meio ambiente, ligando assim a ideia de desenvolvimento sustentável. Já a preservação está ligada a proteção integral de uma área, ou seja, sem nenhuma ou qualquer interferência humana. Deste modo, quando falamos em áreas de conservação ambiental, falamos de áreas em que atividade econômica humana pode ser exercida, desde que seja de maneira racional e com o menor impacto possível, já quando falamos de uma área de preservação ambiental, falamos de uma área sem qualquer atividade econômica, buscando manter aquela área sem alteração por atividades antrópicas. Com a propagação dessas ideias, as críticas ao Tebi, começaram a se propagar, tanto a teoria da biogeografia de ilhas em si como sua aplicação para as áreas de preservação e conservação. Uma das críticas em relação à aplicação da teoria da biogeografia das ilhas para áreas de conservação e preservação surge pela relação entre quantidade de espécies e tamanho da área. Para as áreas de preservação e conservação estipulou- se que quanto maior a área de preservação (ou conservação), maior será a diversidade de espécies. Porém o que se observou efetivamente é que a variedade de espécies variou muito mais em relação à diversidade de habitats protegidos do que o tamanho da área em si. Ou seja, não é somente o tamanho de uma área Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? protegida que resulta em maior diversidade, mas sim os diferentes habitats protegidos inseridos nessa área protegida. Outra crítica surge por Shafer, em 1990, que levantou o efeito resgate, que consiste na possibilidade de novas imigrações sejam de espécies já existentes na ilha, que ao invés de causar a extinção de uma delas por competição, aumenta a presença delas. Porém esse entendimento não pode ser transposto para a compreensão do fragmento florestal, pois não se pode comparar a água que cerca a ilha com área agrícola que cerca uma área protegida, pois a área agrícola não é uma barreira suficiente para algumas espécies, a ponto de causar o isolamento geográfico. O avanço no debate biogeográfico aos poucos foi buscando outras teorias que pudesse melhor explicar a conservação da biodiversidade em substituição da biogeografia das ilhas e deste modo surge a teoria das metapopulações, que abordaremos a seguir. 2.2. A teoria das metapopulações. Essa teoria tem como ponto principal que a existência de corredores que se interconectam aos fragmentos isolados, considerando que existe uma área central, essa com maior densidade de espécies e com sua estrutura ecossistêmica (falaremos melhor o que é ecossistema no próximo capítulo dessa unidade) melhor conservada. Também a presença de áreas menores com população flutuante, denominada como área-satélite. A população dessas áreas satélites pode ser extinta, se as condições ambientais forem desfavoráveis (grande seca, período intenso de chuvas, falta de alimentos entre outros), porém essas áreas podem ser novamente ocupadas, caso as condições tornem-se favoráveis novamente. Mas como isso é possível? Isso é possível pois há ligações entre as subpopulações dessa espécie, mesmo que cada área apresente um padrão de desenvolvimento, elas estão interligadas, em uma metapopulação (NASCIMENTO et al, 2012). O uso da teoria das metapopulações se faz presente cada vez mais na biogeografia, influenciando a criação dos corredores ecológicos, que irão servir como ligação entre essas áreas fragmentadas. Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? Para Ler mais: A teoria da metapopulação trouxe novos entendimentos para conservação da biodiversidade, para você saber mais, leia o seguinte texto, publicado na Revista Ciência Hoje, em maio de 2000, o que em uma primeira impressão apresenta-se como antigo, até mesmo ultrapassado, porém não o é, a teoria das metapopulações ainda utilizada e é extremamente atual. Clique aqui para ler o textol https://www.researchgate.net/publication/255908000_Teoria_de_metapopulacoes_ novos_principios_na_biologia_da_conservacao Os corredores ecológicos podem ser naturais, como as matas ciliares, ou artificiais, ou seja, construídos pelo ser humano, como pontes e túneis. Como ponto positivos dos corredores se tem o aumento da taxa de imigração entre os fragmentos. Ou seja, trata-se da maior circulação entre os indivíduos da espécie, preservando o equilíbrio, o que também evitan o risco de extinção em algumas áreas, além de impedir a depressão endógena. Desta forma, a perda de vigor e fertilidade dado ao acasalamentoentre indivíduos aparentados, além também da ocupação de áreas em que as espécies já eram consideradas extintas. Os corredores ecológicos permitem também o aumento da área ocupada pelas espécies e também o protege os animais durante os deslocamentos. A partir disso podemos considerar que os corredores ecológicos possuem seis funções, as quais podemos denominar, sem efeito de hierarquia, da seguinte forma: 1. Condução: função que permite a troca de material genético e o transporte de matéria 2. Habitat: além de servirem como interligação entre áreas maiores, os próprios corredores são locais de moradia para diversas espécies 3. Filtros e barreiras: Essas duas funções ocorrem de maneira concomitante, pois para alguns elementos os corredores ecológicos permitem uma certa permeabilidade, para outros serve como um muro, impedindo o seu movimento. https://www.researchgate.net/publication/255908000_Teoria_de_metapopulacoes_novos_principios_na_biologia_da_conservacao https://www.researchgate.net/publication/255908000_Teoria_de_metapopulacoes_novos_principios_na_biologia_da_conservacao Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? 4. Fonte alimentadora e local de absorção: Os corredores ecológicos servem como fonte alimentadora quando a taxa de reprodução é maior que a taxa de mortalidade, permitindo que indivíduos possam migrar e assim ocupar novas áreas. A função é o oposto da alimentadora, ou seja, quando a taxa de mortalidade é maior que a taxa de reprodução. Nesses casos os indivíduos é que serão incorporados novamente aos fragmentos. Os corredores ecológicos buscam estabelecer a relação entre os indivíduos espacialmente separados. A teoria das metapopulações juntamente com os corredores ecológicos (naturais ou artificiais), tornam-se uma alternativa para os modelos tradicionais de conservação, isto é, uma área isolada, desconectada de qualquer outra área com biota semelhante. A teoria das metapopulações tenta garantir maior conservação e preservação das diferentes espécies nos diferentes ecossistemas, porém o que é um ecossistema? Essa pergunta será respondida no próximo capítulo 3. Estrutura e funcionamento dos ecossistemas Um ecossistema refere-se a uma comunidade de organismos que ocupam uma determinada área e que possuem relações de interdependência entre eles e o ambiente que os cerca, na qual a partir dessa interconexão permite que todos vivam e se reproduzam. (PETERSEN, SACK; GABLER, 2014) Deste modo, podemos entender que o ecossistema não possui uma escala delimitada. Podemos considerar um ecossistema desde de uma pequena lagoa até o planeta Terra em si, pois nesta pequena lagoa, quanto no planeta, as relações entre os seres vivos e o ambiente que os cerca permite sua sobrevivência e propagação (MELO e SOUZA, 2010) A evolução de um ecossistema possui diferentes fases, denominada como sucessão ecológica, sendo essa resultado de uma longa evolução temporal, desde primeira vegetação até o desenvolvimento de um sistema mais complexo, envolvendo diferentes seres vivos e os elementos naturais. Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? A primeira etapa de um ecossistema é dada a partir da fixação das primeiras espécies vegetais, e é denominada como vegetação pioneira. Essas plantas de maneira geral são pouco exigentes em relação ao solo e com grande necessidade de luz solar. (CONTI e FURLAN, 2019) A instalação desse tipo de vegetação modifica aos poucos as condições ambientais, como intemperizando a rocha e formando a primeira camada de solo que com a morte dos primeiros indivíduos recebe matéria orgânica, fornecendo ao solo nascente, condições para espécies vegetais mais exigentes. A evolução da vegetação de uma determinada área tende a uma situação de equilíbrio, influenciada pelos animais e pelos elementos naturais, como o clima e o solo. A condição máxima de desenvolvimento de uma formação vegetal, sem influência de elementos externos, incluindo ação humana, é denominada como clímax, sendo que essa condição pode ser mantida pelo clima ou pelo solo, denominadas assim, respectivamente, como clímax climático e pedoclímax. (FIGUEIRÓ, 2015) O clímax não pode ser confundido com uma vegetação de grande porte, pois não é o é, o clímax representa o desenvolvimento máximo a ser atingido pelas espécies vegetais nas condições ambientais que estão inseridas. Para isso observe as imagens a seguir: Imagem 1: Pradaria. Imagem 2: Floresta tropical. Fonte: Pexels. #Para cego ver: A imagem da esquerda apresenta em primeiro plano uma vegetação de grama e arbustos de tons amarelos e verdes, sob um Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? céu parcialmente coberto com nuvens cinzas. A imagem da direita apresenta uma floresta tropical toda fechada, com árvores de diferentes tamanhos. As duas imagens representam tipos de vegetação diferentes, a da esquerda com uma vegetação mais baixa, arbustiva, típica dos denominados campos ou pradarias. A segunda, da direita, uma floresta temperada de pinheiros, porém ambas representam o estágio de clímax, pois pelas condições oferecidas, a partir da combinação dos elementos naturais, as vegetações chegaram a esse nível de desenvolvimento, mesmo que muito diferentes em si. Também é importante destacar que o clímax não é uma condição final e permanente, pois em todo momento, em diferentes áreas estarão em um determinado nível de desenvolvimento. A cada etapa da sucessão dos vegetais, diferentes espécies animais estarão relacionadas, apresentando também distintas características relacionadas à produtividade, à biomassa e também à diversidade de espécies. Essas sucessões podem ser classificadas em duas formas: sucessão primária e sucessão secundária. A sucessão primária ocorre quando há a colonização em áreas sem seres vivos, como, por exemplo, as ilhas. já sucessão secundária ocorre quando a comunidade que ali existia é destruída, por incêndio por exemplo, e novas formas de vida passam a ocupar aquela área. Nessa sucessão secundária, o clímax não precisa ser necessariamente igual ao da primeira sucessão, devido às alterações dos elementos naturais entre uma sucessão e outra, assim, se ocorrer diferenças entre a primeira sucessão e a segunda sucessão, o clímax atingido é denominado como disclímax. Para Ler mais: Os incêndios que atingiram o pantanal no ano de 2020 irão causar uma sucessão secundária nessa área, que pode levar até 50 anos para atingir novamente o clímax. Para saber mais as consequências leia seguinte reportagem publicada em 23/09/2020, na Revista Exame, para ler, clique no seguinte link: https://exame.com/brasil/pantanal-area-afetada-por-incendios-pode-levar- 50-anos-para-se-regenerar/ Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? As sucessões primárias podem ser divididas em três categorias sendo a xéricas quando ocorrem em ambientes secos; a mésicas, que ocorrem em ambientes com certa umidade; e as hídricas, em ambientes com muita umidade. Como já dito dentro de um ecossistema, as áreas não são uniformes, ou seja, todas as áreas que compõem o ecossistema não estão no mesmo nível de desenvolvimento, apresentando assim um mosaico de estágios em nível espacial. Quando as variações ocorrem no nível vertical se tem diferentes estratos ou sinúsias, sendo que essas variações em nível vertical definem a distribuição dos nichos e das relações interespecíficas, as quais abordaremos ainda nessa unidade. (FIGUEIRÓ, 2015) O nicho é a localização exata que a espécie ocupa dentro do ecossistema, tanto do ponto de vista físico como também em suafunção, que difere do habitat, pois este corresponde ao conjunto dos elementos naturais, ou seja, os elementos abióticos. A compreensão do nicho envolve pelo menos três definições que são: os recursos que a espécie utiliza para viver, as respostas em relação às condições do meio (adaptação perante as variações dos elementos naturais); e por fim, mas não menos importante, as interações que estabelece com as demais espécies e esse conjunto de variáveis define a localização exata de cada espécie dentro do ecossistema. Quanto mais avança a formação vegetal para o clímax, mais diversificada fica a estrutura, pois novos nichos são criados e com isso a biodiversidade é maior. Uma situação interessante é que a desestruturação de uma parte do ecossistema, abertura de clareiras nas matas tropicais e de pequenos incêndios em áreas de savana, pode, por exemplo, aumentar a complexidade da vida ali existente, pois permite a instalação de novos nichos (novas espécies vegetais e animais) no processo de reconstrução daquela área. A distribuição das espécies é condicionada por diferentes elementos, que ocorrem tanto na esfera do tempo (quanto de exposição) como no espaço (onde ocorre essa exposição), sendo que os fatores externos, ou seja, os elementos naturais, foram detalhados na unidade anterior, ficando os fatores internos, os que abordaremos a seguir. Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? 4. Fatores de distribuição dos seres vivos: Processos de cooperação e competição. A distribuição dos organismos vivos é influenciada tanto na escala temporal, quanto na escala espacial, sendo resultado da influência dos elementos pretéritos e do presente. Esses elementos são os fatores externos (elementos naturais), os fatores internos (característicos da própria espécie) e as relações ecológicas (relações entre indivíduos da mesma e de outras espécies). Os fatores externos já abordamos na unidade I, deste modo, nesta unidade nos debruçamos a entender os fatores internos e as relações ecológicas. 4.1. Fatores internos Os fatores internos são aqueles característicos da própria espécie, dependendo de três fatores : a capacidade de propagação, amplitude ecológica e possibilidade evolutiva A capacidade de propagação representa o potencial da espécie de ampliar a sua área de ocorrência, incorporando novas fontes de alimento para possibilitar o aumento da população. A isso soma-se a capacidade reprodutiva (capacidade de gerar novos descendentes férteis) e a capacidade de disseminação (capacidade de criar mecanismos e estratégias para a ocupação de novas áreas). Sobre a capacidade reprodutiva é importante destacar que não há uma relação direta entre espécies com maior capacidade reprodutiva e maior abundância da espécie, porém o que se apresenta é que espécies mais fecundas apresentam maior mortalidade, enquanto espécies menos fecundas apresentam menor taxa de mortalidade. Quanto a capacidade de disseminação ela pode ser de duas forma: a disseminação ativa e a disseminação passiva: A disseminação ativa é predominante em animais, devido a sua capacidade de locomoção. Ela ocorre tanto na busca diárias por alimentos, como também nas variações sazonais, como também pelo escape de espécies de predadores. É importante também destacar que a disseminação é diferente do movimento natural da espécie dentro de sua área de ocorrência. A disseminação só ocorre quando Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? ocorre a presença desta espécie em uma área que até aquele momento não era ocupada por ela. Nos vegetais, a disseminação ativa ocorre quando a própria planta lança os frutos e sementes a uma certa distância (disseminação direta) ou quando novos indivíduos surgem a partir do corpo do indivíduo (disseminação indireta). Na disseminação ativa direta pode ocorrer de forma baracória (os frutos pesados caem no chão e são parcialmente enterrados) ou autocórica (lançamento de sementes a distância). Já a disseminação passiva ocorre quando um agente externo dissemina os indivíduos ou seus movimentos para novas áreas. A proporção dos indivíduos é diretamente proporcional à distância percorrida pelos agentes disseminadores, ou seja, quanto maior a distância percorrida maior será a área a ser ocupada. Os principais agentes de disseminação são o vento (anemocoria), a água (hidrocoria) e os animais (zoocoria), sendo que algumas espécies podem utilizar mais de uma forma para se disseminar, anemo-hidrocoria é a capacidade de disseminar pelo vento e pela água. Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? Imagem 3: Dente de Leão, exemplo de anemocoria. Fonte: Pexels. Imagem 4: Arara abrindo castanha, exemplo de zoocoria. Fonte: Pixabay. Imagem 5: Coco na praia, exemplo de hidrocoria. Fonte: Pexels. #Para Cego ver: Na primeira imagem, a esquerda tem um dente de leão, conhecido como soprão, na cor branca, com um fundo verde. A imagem do centro é de arara vermelha com uma castanha em seu bico em um fundo com vegetação verde, e a imagem da esquerda é de um coco sobre a areia da praia e ao fundo o mar azul. Em relação ao transporte por zoocoria, tem-se que pode ocorrer quando o transporte se dá na parte externa do corpo do animal (epizoocoria), tendo por exemplo, o picão, como também por via interna (endozoocoria), como semente de várias frutos que são expelidas nas fezes. Outro vetor de disseminação é ação humana, denominada como antropocoria. Essa disseminação pode ocorrer de forma intencional como também de forma espontânea, introduzindo assim espécies exóticas, assunto que abordaremos melhor nos próximos capítulos. A amplitude ecológica é a capacidade que cada espécie tem em suportar as variações dos elementos naturais, o que abordamos na unidade anterior. E por fim temos o potencial evolutivo está na capacidade da espécie se adaptar perante as condições fora da área ótima de sobrevivência, sendo que esse processo de adaptação pode ter três formas distintas: os ecótipos, as mutações e as hibridações O ecotipos consiste no processo em que os indivíduos da mesma espécie se adaptarem às condições naturais diferentes, apresentando modificações em sua estrutura física e na sua fisiologia. Isto é conhecido como plasticidade fenotípica, que pode ser a mudança da coloração de pelos ou penas, da perda das folhas para sobrevivência em determinado período. As mutações são alterações, como já dissemos, aleatórias no código genético, que levam ao aparecimento de mecanismos adaptativos que favorecem a sobrevivência e ampliação de área da espécie. As hibridações ocorrem quando há o cruzamento de duas espécies distintas, buscando a criação de um ser com maior adaptação ao meio. O processo de hibridação não é algo recente na história da natureza, ocorrendo desde de sempre nos mais diversos ecossistemas, porém inegável o papel do ser humano nesse processo, selecionando e cruzando indivíduos de espécies diferentes com o intuito de se criar uma espécie com as potencialidades de ambas. Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? 4.2. Relações ecológicas: Processos de cooperação e competição. Como já dito, um ecossistema possui relações entre as espécies e os elementos naturais e também entre as espécies. As relações entre os indivíduos pode ser intraespecifica, quando ocorre com indivíduos da mesma espécie e interespecífica, quando ocorre com seres de outra espécie (TROPPMAIR, 2015). Do mesmo modo, as relações podem ser harmônicas, quando os indivíduos beneficiam-se sem que um deles seja prejudicado, ou desarmônicas, quando um indivíduose beneficia e o outro é prejudicado. A sociedade é um tipo de relação intraespecífica harmônica, pois indivíduos da mesma espécie compartilham o mesmo espaço, tendo uma divisão clara de trabalho. O que difere da colônia, pois neste tipo de relação não há divisão do trabalho, somente compartilhamento do mesmo espaço. Como relação intraespecífica desarmônica, temos a competição, que é a disputa de indivíduos da mesma espécie, seja por maior território, alimentação, melhor acesso aos elementos naturais, maior possibilidade de acasalamento. O canibalismo é outro exemplo dessa relação desarmônica dentro da mesma espécie, pois um indivíduo alimenta-se do outro da mesma espécie. Entre as relações interespecíficas harmônicas podemos destacar o mutualismo, que ocorrem quando indivíduos de espécies diferentes vivem de maneira associada, sendo que para algumas espécies essa associação é fundamental para existência de ambas, em outras a situação é somente essencial para uma delas, recebendo assim o nome de protocooperação. Já o comensalismo é uma relação é uma relação em que somente uma espécie se beneficia, porém a outra não é prejudicada, por isso também é uma relação harmônica. Dentro do comensalismo podemos citar a relação do inquilinismo, a qual uma espécie se instala no corpo da outra, porém não traz nenhum tipo de prejuízo a espécie em que se instala. Dentre as relações desarmônicas interespecíficas podemos falar do amensalismo, do parasitismo, da predação e também a competição. Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? Começando pela última citada, a competição, ocorre tanto com indivíduos da mesma espécie, como falado já, mas também com indivíduos de outras espécies, principalmente por alimentos e território. O amensalismo é a relação na qual indivíduos de uma espécie liberam substâncias que impedem o desenvolvimento da outra espécie. O parasitismo ocorre quando um ser se instala no organismo de outro, retirando do organismo em que se instalou as substâncias necessárias para sobrevivência, chegando a ponto de matar o hospedeiro. A predação ocorre quando um indivíduo se alimenta de outro de outro de um espécie diferente, neste caso, a espécie que torna-se alimento é prejudicada. As relações ecológicas são resultados de uma evolução lenta e gradual dos ambientes, na qual, como já dissemos, vem sendo modificada em um tempo muito mais acelerado pela ação humana. Um dos elementos que altera essa complexa relação entre as espécies é a introdução de novas espécies, assunto que abordaremos a seguir. 5. Introdução de espécies exóticas e impactos ambientais A introdução de espécies exóticas, ou seja, a introdução de espécies não originárias daquela área, porém acabam se adaptando e se reproduzindo de maneira descontrolada, está entre os maiores problemas para a preservação da biodiversidade do planeta, ficando somente atrás da perda de habitat. E nisso é inegável o papel do ser humano nesse processo, pois estima-se que a partir das grandes navegações, iniciadas no século XV, que as espécies exóticas tenham extinto aproximadamente 40% das espécies conhecidas (FIGUEIRÓ, 2015). A circulação de animais, plantas e também de micro-organismos da Europa para América representou não somente uma atividade comercial, mas também a afirmação do poder, através da conquista. Os animais domésticos como a vaca, ovelhas, galinhas, porcos, cavalos, cabras, cães e gatos eram inexistentes no continente americano e junto deles vieram diferentes roedores e microorganismos patogênicos, como os causadores da varíola, da gripe e do sarampo. Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? A inserção de novas espécies pode parecer, em um primeiro momento, a possibilidade de aumentar a biodiversidade do ecossistema, pois logo teremos mais espécies, correto? Porém essa afirmação é equivocada, pois o que temos com a inserção de espécies exóticas é a perda da biodiversidade. E por que isso ocorre? Isso ocorre, pois a espécie inserida, ou não é conhecida dentro da cadeia alimentar local, podendo ser ótima predadora, competindo com outras espécies por alimento e saindo melhor; ou, por não fazer parte da alimentação de nenhum ser vivo, se reproduz de maneira descontrolada, sobressaindo às espécies ali existententes. A introdução de espécies exóticas leva a uma pasteurização da biodiversidade local e alterando a composição dos elementos naturais; no caso das plantas, as exóticas aumentam suas áreas e com isso dominam e eliminam a flora local; em relação aos animais, exóticos eliminam os nativos ou obrigam-os os a sair de seu habitat. (SAMPAIO e SCHMIDT, 2015) A introdução de espécies exóticas pode ocorrer de maneira intencional ou de maneira espontânea. As espécies introduzidas de maneira intencional foram pensadas para serem colocadas ali e podem trazer um certo grau de benefício, como por exemplo, alimentação humana, ornamentação e também para o controle biológico, porém muitas fogem do controle humano e tornam espécies invasoras e nisso desestabilizam Já as espécies introduzidas de maneira espontânea, como o nome já sugere, não foram inseridas diretamente pela ação humana, mas sim de maneira acidental, ou vieram a bordo dos meios de transporte ou juntamente com outras espécies, sem que essa houvesse a intenção. . Imagem 6: Exemplo de espécie exótica. Fonte: Pexels. #Para cego ver: A imagem representa um javali e ao fundo uma pequena vegetação típica de campo. Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? O javali é um exemplo de espécie exótica, que chegou ao Brasil em 1991, fugindo de propriedades da Argentina. Essa espécie foi introduzida de maneira intencional para alimentação humana, porém essa espécie fugiu do controle e hoje sua presença destrói lavouras, além de ser um vetor de doenças para outras espécies. Vamos praticar? Leia a assertiva a seguir. “Ao longo das últimas décadas, o processo de globalização, associado à intensificação e à velocidade do deslocamento humano e de cargas pelos quatro cantos do mundo contribuiu, sobremaneira, para a quebra de barreiras ecológicas, tendo como uma de suas consequências o aumento expressivo da introdução de espécies exóticas nas sociedades” MACHADO, C. J. S; OLIVEIRA, A. S. de. Espécies exóticas invasoras: problema nacional ainda pouco conhecido. Ciência e Cultura, São Paulo , v. 61, n. 1, p. 22-23, 2009. Available from <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009- 67252009000100010&lng=en&nrm=iso>. acesso e on 26 Nov. 2020 A partir do fragmento apresentado, leias as afirmativas a seguir e a relação entre elas: I - Algumas dessas espécies exóticas adaptam-se muito bem ao novos ambientes, devido às características biológicas e ecológicas, tendo assim grande capacidade de colonização do novo ambiente. PORQUE II - Com essas característica, podem ter maior sucesso reprodutivo, que não afetará o sistema. A flora e a fauna local tenderão o equilíbrio com essas novas espécies, sendo benéfica para ambiente e para a sociedade, pois haverá aumento na biodiversidade local. Considere a alternativa correta A. A afirmativa I está correta e é corretamente complementada pela afirmativa II http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252009000100010&lng=en&nrm=iso http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252009000100010&lng=en&nrm=iso Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? B. A afirmativa I não está correta e também não é complementada corretamente pela afirmativa II. C. A afirmativa I está correta, porém nãoé complementada corretamente pela afirmativa II. D. A afirmativa I não está correta, porém afirmativa II é um complemento correto. E. As duas afirmativas estão incorretas . Feedback de resposta: Pelo apresentado no texto vemos que as espécies exóticas podem adaptam muito bem ao ambiente em que são inseridos, tendo grande sucesso de reprodução e sem limitações como predadores ou competidores, alteram a composição local, não sendo benéficas para biodiversidade local, deste modo podemos considerar como correta alternativa C. Síntese Nesta unidade avançamos mais sobre o saber biogeográfico, buscamos responder às indagações não somente a respeito dos elementos naturais que condicionam a existência da vida, mas também da importância das relações entre os seres vivos para essa permanência. Conceitos como biodiversidade e mecanismos para sua preservação foram apresentados também nesta unidade, além do conceito de ecossistema e das relações que o estruturam. Visualizamos nessa unidade que o ser humano tem um papel muito importante não somente como aquele que interfere e desestrutura o equilíbrio natural, mas como aquele também capaz de propor soluções para a conservação e preservação da biota. Assim, os conteúdos abordados nesta unidade foram os seguintes: ● Biodiversidade; ● Teorias de conservação ● Ecossistema - estrutura e desenvolvimento; Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? ● Fragmentação da paisagem: consequências para vida; ● Fatores internos para ocorrência e distribuição dos seres vivos; ● Relações ecológicas ● Espécies exóticas Como já iniciamos nesse unidade, na próxima estudaremos a evolução do ser humano na superfície terrestre e de maneira mais profunda seu papel para a biodiversidade das diferentes escalas . Até a próxima! Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? Bibliografia CONTI, J. B; FURLAN, S. A. Geoecologia: o clima, os solos, e a biota. Org. ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp. 2019. ESTÊVEZ, L. F. Biogeografia, climatologia e hidrogeografia: fundamentos teórico- conceituais e aplicados. Curitiba: Intersaberes. 2016. FIGUEIRÓ, A. Biogeografia: dinâmicas e transformações da natureza. São Paulo: Oficina de Textos, 2015. GODEFROID, R. S. Biogeografia: abordagens teórico-conceituais e tópicos aplicados. Curitiba: Intersaberes. 2017. MELO e SOUZA, R. Ecossistemas do Brasil. Sociedade & natureza (UFU. Online). v. 22, p. 419-422, 2010. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/sn/v22n2/a14v22n2.pdf>. Acesso em: nov. 2020. NASCIMENTO, A. T. A; NEVES, A. C. O; PARENTONI, R. M.; COUTINHO, F. A. Conservação da Biodiversidade e Dinâmica Ecológica Espacial: Evolução da Teoria. Oecologia Australis. 2012. 16. pág. 156-164. 10.4257/oeco.2012.1602.01. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Rogerio_Parentoni_Martins/publication/2290 59210_CONSERVACAO_DA_BIODIVERSIDADE_E_DINAMICA_ECOLOGICA_ESPACIAL_E VOLUCAO_DA_TEORIA/links/0912f4ffd6be1d2704000000/CONSERVACAO-DA- BIODIVERSIDADE-E-DINAMICA-ECOLOGICA-ESPACIAL-EVOLUCAO-DA-TEORIA.pdf> Acesso em: nov. 2020. NOGUEIRA, I. de S. et al . Diversidade (alfa, beta e gama) da comunidade fitoplanctônica de quatro lagos artificiais urbanos do município de Goiânia, GO. Hoehnea, São Paulo , v. 35, n. 2, p. 219-233, 2008 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236- 89062008000200005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: dez. 2020. PETERSEN, J. F; SACK, D; GABLER, R. E. Fundamentos de Geografia Física. São Paulo: Cengage Learning, 2014. https://www.scielo.br/pdf/sn/v22n2/a14v22n2.pdf https://www.researchgate.net/profile/Rogerio_Parentoni_Martins/publication/229059210_CONSERVACAO_DA_BIODIVERSIDADE_E_DINAMICA_ECOLOGICA_ESPACIAL_EVOLUCAO_DA_TEORIA/links/0912f4ffd6be1d2704000000/CONSERVACAO-DA-BIODIVERSIDADE-E-DINAMICA-ECOLOGICA-ESPACIAL-EVOLUCAO-DA-TEORIA.pdf https://www.researchgate.net/profile/Rogerio_Parentoni_Martins/publication/229059210_CONSERVACAO_DA_BIODIVERSIDADE_E_DINAMICA_ECOLOGICA_ESPACIAL_EVOLUCAO_DA_TEORIA/links/0912f4ffd6be1d2704000000/CONSERVACAO-DA-BIODIVERSIDADE-E-DINAMICA-ECOLOGICA-ESPACIAL-EVOLUCAO-DA-TEORIA.pdf https://www.researchgate.net/profile/Rogerio_Parentoni_Martins/publication/229059210_CONSERVACAO_DA_BIODIVERSIDADE_E_DINAMICA_ECOLOGICA_ESPACIAL_EVOLUCAO_DA_TEORIA/links/0912f4ffd6be1d2704000000/CONSERVACAO-DA-BIODIVERSIDADE-E-DINAMICA-ECOLOGICA-ESPACIAL-EVOLUCAO-DA-TEORIA.pdf https://www.researchgate.net/profile/Rogerio_Parentoni_Martins/publication/229059210_CONSERVACAO_DA_BIODIVERSIDADE_E_DINAMICA_ECOLOGICA_ESPACIAL_EVOLUCAO_DA_TEORIA/links/0912f4ffd6be1d2704000000/CONSERVACAO-DA-BIODIVERSIDADE-E-DINAMICA-ECOLOGICA-ESPACIAL-EVOLUCAO-DA-TEORIA.pdf https://www.researchgate.net/profile/Rogerio_Parentoni_Martins/publication/229059210_CONSERVACAO_DA_BIODIVERSIDADE_E_DINAMICA_ECOLOGICA_ESPACIAL_EVOLUCAO_DA_TEORIA/links/0912f4ffd6be1d2704000000/CONSERVACAO-DA-BIODIVERSIDADE-E-DINAMICA-ECOLOGICA-ESPACIAL-EVOLUCAO-DA-TEORIA.pdf https://www.researchgate.net/profile/Rogerio_Parentoni_Martins/publication/229059210_CONSERVACAO_DA_BIODIVERSIDADE_E_DINAMICA_ECOLOGICA_ESPACIAL_EVOLUCAO_DA_TEORIA/links/0912f4ffd6be1d2704000000/CONSERVACAO-DA-BIODIVERSIDADE-E-DINAMICA-ECOLOGICA-ESPACIAL-EVOLUCAO-DA-TEORIA.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-89062008000200005&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-89062008000200005&lng=en&nrm=iso Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? SAMPAIO, A. B; SCHMIDT, I.l B. Espécies Exóticas Invasoras em Unidades de Conservação Federais do Brasil. BioBrasil: Biodiversidade Brasileira, V.3. N.2, pág. 32-49, 2013. Disponível em: <https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/index.php/BioBR/article/view/351>. Acesso em: dez. 2020. TROPPMAIR, T. Biogeografia e Meio ambiente. Rio Claro: Divisa, 2002 VANZOLINI, P. E; Paleoclimas e especiação em animais da América do Sul tropical. Estudos avançados. São Paulo , v. 6, n. 15, p. 41-65, Aug. 1992 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 40141992000200003&lng=en&nrm=iso> . access on 06 Nov. 2020. Referências Imagéticas: Imagem 1: PEXELS. Vegetação herbacea. Disponível em: <https://www.pexels.com/photo/cloudy-sky-over-savanna-with-low-vegetation- 5598086/>. Acesso em: 21 de novembro de 2020 Imagem 2: PEXELS. Floresta Tropical. Disponível em: <https://images.pexels.com/photos/2025872/pexels-photo- 2025872.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&dpr=3&h=750&w=1260>. Acesso em: 21 de novembro de 2020 Imagem 3: PIXABAY. Dente de leão. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/photos/dandelion-flor-planta-bola-de-sopro-4133212/>. Acesso em: 21 de novembro de 2020 Imagem 4: PEXELS. Arara vermelha. Disponível em: <https://images.pexels.com/photos/34513/ara-parrot-scarlet-macaw- bird.jpg?auto=compress&cs=tinysrgb&dpr=1&w=500>. Acesso em: 21 de novembro de 2020 Imagem 5: PIXABAY. Coco na Praia. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/photos/coco-tropical-oceano-areia-mar-84538/>. Acesso em: 21 de novembro de 2020 https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/index.php/BioBR/article/view/351 https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/index.php/BioBR/article/view/351 https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/index.php/BioBR/article/view/351 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141992000200003&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141992000200003&lng=en&nrm=iso https://www.pexels.com/photo/cloudy-sky-over-savanna-with-low-vegetation-5598086/ https://www.pexels.com/photo/cloudy-sky-over-savanna-with-low-vegetation-5598086/ https://images.pexels.com/photos/2025872/pexels-photo-2025872.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&dpr=3&h=750&w=1260https://images.pexels.com/photos/2025872/pexels-photo-2025872.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&dpr=3&h=750&w=1260 https://pixabay.com/pt/photos/dandelion-flor-planta-bola-de-sopro-4133212/ https://images.pexels.com/photos/34513/ara-parrot-scarlet-macaw-bird.jpg?auto=compress&cs=tinysrgb&dpr=1&w=500 https://images.pexels.com/photos/34513/ara-parrot-scarlet-macaw-bird.jpg?auto=compress&cs=tinysrgb&dpr=1&w=500 https://pixabay.com/pt/photos/coco-tropical-oceano-areia-mar-84538/ Biogeografia - Unidade II - Como as espécies surgem, permanecem e ou desaparecem da superfície terrestre? Imagem 6: PEXELS. Javali. Disponível em: <https://images.pexels.com/photos/1344772/pexels-photo- 1344772.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&dpr=2&h=650&w=940>. Acesso em: 21 de novembro de 2020 https://images.pexels.com/photos/1344772/pexels-photo-1344772.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&dpr=2&h=650&w=940 https://images.pexels.com/photos/1344772/pexels-photo-1344772.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&dpr=2&h=650&w=940
Compartilhar