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FICHA TÉCNICA Vinícius Andrade da Fonseca João Nicole Moraes Barrio Talita Menezes Blank Machado Netto Isabella Barbosa Duarte Rafaela Almeida de Sá Tauro Camila de Souza Sotto Grabriela da Silva Duarte Flávio Lustosa Caribé Morais Caroline Santos Nunes Família: Trypanosomatidae Ÿ L. Tropica e L. braziliensis: Diferentemente da primeira, essas tendem a preferir temperaturas mais frias. Crescem e causam lesões na pele ou nas membranas e mucosas. Ainda segundo a maioria dos autores e literaturas conceituadas sobre o assunto, foi analisado que estes mesmos insetos tendem a ser menores que os mosquitos que já nos são mais familiares, podendo facilmente atravessar proteções de tela em janelas. Ou seja, se fazem presente com mais facilidade e por isso devemos ter mais cuidado. Eles também tendem a possuir como reservatório mamíferos “pequenos”, porém é encontrada sua forma promastigota (infectiva), na saliva de insetos. Logo após penetrar a pele de um mamífero alvo (vítima), o agente agressor perde seus flagelos, tomando outra forma chamada amastigota, onde se prolifera dentro de células fagocíticas. Gênero: Leishmania. Ordem: Kinetoplastida (TORTORA, G. Microbiologia. 2012) Por fim, o que dá início novamente a este mesmo ciclo de transmissão, é o fato de que quando o agente agressor se encontra na forma amastigota, é ingerido através da alimentação dos insetos flebotomíneos, Por fim, estas amastigotas são então ingeridas pela alimentação de flebotomíneos Para entender um pouco melhor sobre o agente causador da leishmaniose, é essencial falar sobre o que ele causa, como causa e suas classificações. A leishmaniose é uma doença complexa e disseminada podendo exibir formas clínicas graves. Os patógenos (protozoários) são cerca de 20 espécies diferentes que, geralmente, para simplificar o entendimento, são categorizados em 3 grupos. Os sinais clínicos e sintomas podem ser semelhantes ou diferentes dependendo da espécie e da Leishmania. Porém, a diferença entre os grupos se dá não só pelos sintomas e sinais clínicos que causam na vítima (mamífero infectado), mas também pelas diferentes espécies que cada grupo de Leishmania em específico, pode afetar com maior ocorrência ou menor. Assim como a Leishmania infantum que tem como hospedeiros humanos, cães, raposas, rato-preto, guaxinins, dentre outros, sendo o cão o seu principal reservatório. Também é importante destacar que nem todas são vistas no mesmo local geográfico. Quando se trata de Leishmaniose Visceral, os locais mais propensos a ter casos de L. Infantum são: Sul da França (Montanhas Cevenas), bacia central e ocidental do Mediterrâneo (Europa e África), Irã. Já as Américas Central e do Sul (México até norte da Argentina), são mais suscetíveis de se encontrar a L. chagasi. Por outro lado, quando falamos sobre Leshmaniose Tegumentar, alguns dos lugares de fácil suscetibilidade para a doença são: Sudoeste e centro da Ásia, África Equatorial e do Sul, Quênia e Namíbia. Ÿ Leishmania donovani: causa a Leishmaniose Visceral (LV), na qual os parasitas invadem os órgãos internos. De acordo com a literatura, há um senso comum de informação sobre como é transmitida a leishmaniose. Geralmente ocorre por meio da picada de insetos anteriormente infectados, e acredita-se que que o principal inseto são os flebotomíneos (somente fêmeas), possuindo 30 espécies que são facilmente encontradas em abundância em áreas tropicais e ao redor do Mediterrâneo. Reino: Protozoa Filo: Sarcomastigophora Classe: Zoomastigophorea AGENTE - LEISHMANIA SPP LEISHMANIOSE A LEISHMANIOSE (TAYLOR, M. Parasitologia Veterinária. 2016). “Amastigotas de Leishmania possuem corpos pequenos, arredondados ou ovais, podendo medir 1,5-3,0 por 2,5-6,5 mm, que se localizam dentro dos macrófagos e possuem um núcleo grande e um cinetoplasto em formato de bastonete associado a um flagelo rudimentar.” Quanto a sua morfologia: Pode ocorrer de algumas formas: por cópula, transfusão sanguínea, por ectoparasitas como o carrapato-marrom (Rhipicephalus sanguineus), a pulga do gato (Ctenocephalides felis) e, principalmente pela picada das fêmeas infectadas da Lutzomyia longipalpis, mais popularmente conhecido como o famoso “mosquito-palha” ou “mosquito pólvora”. Primeiramente, o inseto infectado (vetor) pica o cão (ou outros hospedeiros vertebrados, como gato e o cavalo) e ingere a leishmania em sua forma amastigota, que está presente no animal contaminado. Segundo a literatura reporta “após o agente ser ingerido por um inseto, ele se transforma no intestino do inseto, no qual o cinetoplasto situa-se na extremidade posterior do corpo, consequentemente se multiplicando rapidamente e quando o inseto se alimente e infectando um novo hospedeiro.” (TAYLOR, M. Parasitologia Veterinária. 2016) A transmissão, assim como a da Leishmaniose Visceral, também se dá através da picada de insetos transmissores infectados e não há transmissão de pessoa a pessoa ou animal a animal. Lembrando sempre que se faz necessário o ciclo do agente agressor com os mesmos vetores, reservatórios (vitimas), para que ocorra a transmissão, tanto na Leishmaniose Visceral quanto na Cutânea ou Mucocutânea. · Transmissão da Leishmaniose Visceral Canina · Transmissão Da Leishmaniose Cutânea e Mucocutânea (TAYLOR, M. Parasitologia Veterinária. 2016.) · No Homem(humano- talvez seja melhor): 10 dias a 24 meses, com média entre 2 a 6 meses. · No cão: bastante variável, de 3 meses a vários anos, com média de 3 a 7 meses. “Pode levar de muitos meses a muitos anos para que os cães infectados desenvolvam sinais clínicos, de maneira que a doença pode se tornar aparente apenas muito tempo depois de os cães terem deixado regiões endêmicas.” Comumente são conhecidos por serem mamíferos vertebrados e os mais acometidos são: seres humanos, cães, gatos e cavalos, porém a doença também é vista em tatus, preguiças, ratos, macacos e gambás. Os cães que desenvolvem a doença podem ser sintomáticos ou assintomáticos. A Leishmaniose é imunomediada, tanto em cães quanto em seres humanos. Porém, cães tendem a apresentar um número maior de mortes. Isso se dá pelo fato de que esses animais possuem mais parasitas na pele e no pelo, o que, consequentemente favorece uma infestação. Quando ao período de incubação, é possível notar uma variação de acordo com as literaturas pesquisadas e segundo o ministério da saúde. Essa relatividade se aplica tanto para o período de incubação no Homem, quanto para o período de incubação no animal. TRANSMISSÃO HOSPEDEIROS Os sinais clínicos tanto da Leishmaniose Visceral Canina quanto da Leishmaniose Cutânea são diversos. Entre os sinais cutâneos (externos) comumente encontrados estão a descamação, alopecia (perda de pelo) e dermatite erosiva. Nos membros, pode ocorrer infecção (pododermatite), pele espessa por excesso de produção da queratina (hiperqueratose dos coxins) e unhas com crescimento exagerado e em formato de garras (onicogrifose). Feridas de difícil cicatrização nas orelhas também são comuns e servem de alerta para a doença. Outra particularidade da leishmaniose canina é que 80% dos cachorros infectados apresentam problemas oculares. Presença de secreção persistente, piscadas excessivas e incômodo nos olhos. Figura 1 - Cão com onicogrifose (Fonte: Lab Vet - Leishmaniose Canina e os Desafios do Diagnóstico, Tratamento e Prevenção) Figura 2 - Alopecia em cão A Leishmaniose Visceral canina também possui sintomas variáveis. O parasita pode prejudicar diversos órgãos como rins, fígado, ou mesmo estruturas do sistema digestivo. Cada lugar agredido trará uma consequência correspondente. Entre as mais comuns estão a êmese (vômito), diarreia, hematoquezia (fezes com sangue) e desidratação. Quando a medula óssea é atacada, por exemplo, a produção de células sanguíneas diminui. Isso pode gerar anemia e deixá-lo predisposto à novas infecções.(Fonte: Revista Veterinária - Alopecia Canina) O cachorro ainda pode apresentar aumento dos linfonodos. Geralmente, isso ocorre pois o sistema de defesa do organismo age contra o ataque da leishmania. Isso acaba aumentando o volume dos gânglios linfáticos (pequenas glândulas pertencentes ao sistema linfático) em várias partes do corpo do animal ao mesmo tempo ou de forma localizada. Por conta do envolvimento do parasita com o sistema imunológico, o cão infectado frequentemente apresenta indícios de outras doenças. Ou de fato, se infecta com outro agente, uma vez que o organismo foi invadido pela Leishmania, encontra-se imunossuprimido. Isso implica na dificuldade em diagnosticá-la instantaneamente. Endo e Ectoparasitas também são fatores que podem levar o animal a contrair a Leishmaniose, pois o parasita fragiliza o sistema imune, já que na maioria das vezes são seres hematófagos (grupo de animais ou parasitas que se alimentam de sangue), e podem vir a transmitir outras doenças tanto por bactérias como por meio de vírus, por exemplo. "Apesar de a Leishmaniose Visceral canina apresentar tantos sintomas, há cachorros que se apresentam , assintomáticos, é importante saber que 60% dos casos são assintomáticos. Além disso, segundo o ministério da saúde quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos." (Informação Verbal)¹ ¹ Fala da Profª e Dr.ª Thais Chucri CRMV 18336, São Judas Tadeu - Campus Unimonte. 09/11/2020 SINAIS CLÍNICOS E SINTOMAS Como o potencial do parasita é se “camuflar” e se desenvolver dentro de células macrófagas cujo objetivo é exatamente acabar com esse tipo de agressor, a resposta imune pode tender a ser mais dificultosa, consequentemente reprimindo o tratamento da doença. Os macrófagos estão englobados tanto na defesa inata quanto adquirida, porém suas funções acabam por diferir uma da outra. Na primeira ele busca fagocitar o agente agressor e na segunda o direciona aos linfócitos T ou leucócitos. Com isso, é entendível que a infecção proveniente do gênero Leishmania spp traz uma especificidade quanto ao seu protozoário, por desenvolver um mecanismo para enganar e escapar da ação dos macrófagos, durante o primeiro contato do agente agressor e o hospedeiro. (TIZARD, Ian. Imunologia Veterinária. 2014.) As células de memória responsáveis pela primeira barreira do organismo “linfócitos T”, são infectados pelo parasita na forma de “promastigotas” localizadas no tubo digestivo mosquito palha, ao serem inoculados durante a alimentação do mosquito junto ao animal que será infectado pela fêmea do mosquito palha. “Estudos demonstraram que a entrada da Leishmania spp dentro de macrófagos também ocorre através de neutrófilos que foram recrutados como uma resposta normal à picada do inseto. Neste sentido, o neutrófilo vem sendo apontado como um importante responsável pela progressão da infecção por Leishmania spp, pois a hipótese “Cavalo de Tróia” foi levantada, propondo que os neutrófilos infectados auxiliam na entrada “silenciosa” dos parasitos nos macrófagos.” (van Zandbergen et al., 2004; van Zandbergen et al., 2006; Jochim & Teixeira, 2009). (ALMEIDA, Maria Angelica Zollin. Programa de Zoonoses Região Sul. Manual de Zoonoses. 2010.) “O TR-DPP é recomendado para triagem e o ELISA, para confirmação dos cães sororreagentes ou indeterminados no TR-DPP. Recomenda-se que o TR-DPP seja sempre executado pelos serviços de vigilância de zoonoses locais e, em caso de impossibilidade da realização da técnica de ELISA, encaminhar ao Laboratório Central (Lacen) Estadual ou ao Laboratório Municipal.” A literatura também reporta que o parasita é capaz de reduzir a capacidade apresentadora de antigeno que os macrófagos executam. Fazem isso por meio de supressão da expressão do complexo de (MHC). O que consequentemente vai resultar na sua resistência dentro do organismo de um mamífero, provocando uma inflamação crônica. (MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Vigilância, Prevenção e Controle de Zoonoses. 2016.) “Os exames disponíveis para diagnóstico sorológico são: Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), Enzyme Linked ImmuNoSorbent Assay (ELISA) e os testes imunocromatográficos (testes rápidos), que expressam os níveis de anticorpos circulantes. O material recomendado é o soro sanguíneo ou sangue total eluído em papel de filtro.” · Leishmaniose Visceral É possível confirmar o diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina através de métodos sorológicos, onde é colhido o sangue do paciente e levado para análise, ou parasitológicos e até mesmo moleculares. Sendo o mais simples pois apresenta facilmente o parasita na amostra coletada via punção de linfonodos, hepática, esplênica, de medula óssea e biópsia ou escarificação de pele. O QUE OCORRE E COMO SE DÁ A RESPOSTA IMUNOLÓGICA COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO · Leishmaniose Cutânea No diagnóstico clínico é visível a presença de lesões de pele típicas da Leishmaniose Tegumentar Americana, o diagnóstico clínico se baseia em tomar conhecimento principalmente da procedência do paciente, como por exemplo saber se esteve em regiões endêmicas e/ou com casos de leishmaniose. Porém, mesmo com lesões evidentes, se faz necessário os testes laboratoriais para a confirmação do diagnostico, uma vez que as mesmas lesões também podem ser confundidas com lesões de causas fúngicas, ectimas e carcinomas. O diagnóstico laboratorial inclui exames como: · Parasitológicos onde é adotado o método de fixação em metanol e coloração pelo Giemsa ou Leishman de esfregaço de material obtido por escarificação, raspado ou punção. É uma ótima opção de exame pois permite a análise diferenciada entre amastigotas e outras doenças, obtendo um resultado preciso. · Imunológicos: IDRM: teste intradérmico consiste em analisar uma hipersensibilidade celular retardada. Não é tão simples quanto para humanos, é dificultada pelo fato de que em animais o retorno do paciente após exame, se torna uma relutância. · Teste Sorológicos Assim como a leishmaniose visceral, a tegumentar também se utiliza de testes sorológicos, assim como o IFI: Imunofluorescência indireta e o ELISA: imunoenzimático. Podendo ser detectados anticorpos (anti-leishmania) e não utilizando os resultados separadamente como diagnostico final, mas sim complementar, já que os critérios podem ser confundidos com outras doenças com base também em agentes etiológicos. · Moleculares: Mais conhecido como PCR, é capaz de amplifica em larga escala sequencias de DNA, mostrando um resultado bem sensível. Por fim, Cada área de vigilância de zoonoses, em cada cidade, conta com um protocolo para como deve ser feita e armazenada a coleta do material biológico a ser analisado, uma vez que pode ser considerado de risco para a população. (Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Vigilância, Prevenção e Controle de Zoonoses. 2016. Edição 1º. Editora: Ministério da Saúde. Data: 16 de Novembro. Página 37) COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO TRATAMENTO **Imunomoduladores: são substâncias que atuam no sistema imunológico aumentando a resposta imunológica orgânica contra os microrganismos. O Milteforan possui em sua composição miltefosina 20mg/mL, e deve ser administrado 1mL para cada 10Kg de peso corpóreo, uma vez ao dia durante um período de 28 dias, sendo um tratamento de fácil administração por possuir apresentação líquida. Deve atentar-se ao cão após administração da droga, cerca de 1 hora, tempo eu que a droga é absorvida, pois a mesma possui efeito adverso de indução ao vômito, caso isso ocorra, deve-se administrar novamente para garantir a dose diária. Possui biodisponibilidade* de 94% em cães, tendo ação imunomoduladora** e com ampla distribuição nos tecidos, atinge sua concentração máxima entre 4 a 48 horas após administração e possui meia-vida de quase 160 horas para total eliminação da droga, ou seja, possui uma meia-vida lenta, tornando assim o tratamento mais eficaz. Considerado seguropara o fígado e rins pois sofre degradação metabólica hepática em colina, que é um componente natural, e consequentemente segura para os rins, por não possuir excreção renal. Este medicamento não deve ser administrado em animais com hipersensibilidade a miltefosina, e nem em animais fêmeas gestantes e lactantes. A cura definitiva para leishmaniose visceral canina não existe. Sendo assim o tratamento diminui a carga parasitária diminuindo assim a infecção, e consequentemente diminuindo a transmissão da doença. Por este motivo, os animais em tratamento devem voltar após 4 meses para realizar novos exames, e se necessário iniciar um novo tratamento. Em seus efeitos adversos podemos citar vômito, diarreia e anorexia em alguns animais, e, por este motivo, deve ser administrado logo após a alimentação. É de extrema importância que seja utilizado repelentes contra o flebotomíneo nos animais em tratamento. *Biodisponibilidade: caracteriza a velocidade em que o princípio ativo é absorvido, tornando-se disponível para atuação em seu sítio de ação. Ao se tomar conhecimento do contato animal com o vetor e a contaminação pelo agente patogênico (portador do protozoário), o primeiro passo do médico veterinário consiste em notificar a vigilância sanitária para o acompanhamento e controle da zoonose. Infelizmente a leishmaniose canina não é tão sensível ao tratamento como a leishmaniose humana, já que apenas alguns animais são considerados 100% curados. Apenas em 2016 o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), autorizou que no país pudesse ter um método terapêutico para os animais com a doença, sendo um medicamento já em circulação na Europa, chamado Milteforan. O tratamento por meio deste, é recomendado para cães de todas as idades, exceto lactantes e gestantes. Ele foi desenvolvido para tratamento de metástases cutâneas em carcinomas mamários e, em estudos realizados na Índia, descobriu-se a eficácia terapêutica no tratamento das leishmanioses. PREVENÇÃO Há estabilização do número de casos no Brasil a mais de 15 anos. Apresentando-se variações entre 3 mil e 4 mil pessoas infectadas a cada ano. Há casos de enfermidade por todas as regiões, sendo que 22 estados apresentam casos humanos e caninos. Essa estreita relação entre a infecção canina e humana é evidenciada por estudos da epidemiologia em áreas urbanas, que evidenciam a sobreposição entre locais com incidência de casos humanos e elevada soroprevalência canina. Por isso, é muito importante proteger o animal e, consequentemente, toda a família. Há também disponível a vacinação, que deve ser feita dependendo do resultado de um prévio exame sorológico para descobrir se o cão já foi infectado ou não. Caso o exame prévio se mostre negativo, só então é possível vacinar e associar à coleira antiparasitas. A medida mais efetiva, segundo a OMS, ainda é o uso da coleira antiparasitárias/inseticidas impregnadas com deltametrina 4%, que devem ser trocadas de acordo com o tempo de validade previsto na embalagem que varia de marca para marca. Em cães alérgicos as coleiras devem ser utilizadas com inseticidas a base de permetrina, ou deve ser feita a aplicação tópica e evitar passeios noturnos, dando preferência a passeios diurnos. De todos os países da América Latina, no Brasil se encontra 90% dos casos de leishmaniose visceral canina. No começo, a doença era vista restritamente à região nordeste do país (até a década de 1980), tendo maior concentração de casos, porém, ela avançou para outras regiões brasileiras. Em 2015, o Paraná teve seu primeiro caso humano no estado, e em 2017, o estado do Amapá e Rondônia tiveram seu primeiro registro de cães afetados. A doença era considerada rural, porém começou a tomar rumo a centros urbanos cada vez maiores. Com isso, a dispersão dela parece ter atingido toda a extensão do território brasileiro. Com registro do vetor e de casos caninos também no extremo sul do país. O desmatamento e a substituição da vegetação nativa por monoculturas podem gerar ambiente desfavoráveis para essa espécie, que entra nas cidades um ambiente propício para sua sobrevivência. No estado de São Paulo, por exemplo, os municípios de Araçatuba e Birigui tiveram um enfoque maior. Desde 1999 quando estes tiveram seus primeiros casos em seres humanos, a leishmaniose visceral começou a se propagar em direção ao litoral. Cerca de 27% dos municípios paulistas já registraram cães ou pessoas coma doença. “De acordo com a situação epidemiológica, no caso de doação de animais é aconselhado realizar exame sorológico para a Leishmaniose visceral antes da doação.” A forma mais eficaz de se combater a doença está relacionada quase sempre ao ambiente em que o animal vive. Deve-se, assim, buscar evitar o contato entre ele e o vetor. A leishmaniose visceral acomete ambientes de condições higiênicas precárias, por causa do meio de reprodução de seus vetores. De todos 82 países em que a doença foi identificada, 90% dos casos se encontram na Índia, Sudão do Sul, Sudão, Brasil, Etiópia, Somália e Quênia. Em 2015, a OMS registrou 23.084 casos de pessoas infectadas com leishmaniose visceral no mundo. (MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Vigilância, Prevenção e Controle de Zoonoses. 2016.) Também é possível tomar medidas de prevenção com relação ao ambiente em que o animal vive, assim como: manejo e saneamento ambiental, eliminação adequada de resíduos orgânicos, eliminação de fontes de umidade, prezar pela limpeza frequente do ambiente, uso de telas e mosqueteiros, utilizar inseticidas ambientais centrados nos locais em que o animal permanece por mais tempo com base de deltametrina e cipermetrina sendo aplicados semestralmente e utilizar plantas repelentes de insetos como, por exemplo, a citronela. EPIDEMIOLOGIA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Disponível em: <https://www.scielosp.org/article/csp/2020.v36n2/e00221418/>. Acesso em: 4/11/2020 S I Q U E I R A , F a b r í c i o . F i g u r a 1 – L e i s h m a n i a s p p . L i v r o A b e r t o , 2 0 0 9 . D i s p o n í v e l e m : <http://fpslivroaberto.blogspot.com/2009/12/parasitas-leishmania-spp-e-leishmaniose.html>. Acesso em: 23/11/2020. Figura 2 - Cão com onicogrifose. LAB Vet – Diagnóstico e Consultoria Veterinária, 2016. Disponível em: <https://labvet.com.br/laboratorio-veterinario/41/2/19/Leishmaniose-canina-%E2%80%93-des afios-diagnosticos,-tratamento-e- prevencao>. Acesso em: 15/10/2020. Figura 3 - Cão com alopecia - Alopecia Canina. Revista Veterinária, 2017. Disponível em: <https://www.revistaveterinaria.com.br/alopecia-canina/>. Acesso em: 15/10/2020 GRANDA, Alana. Semana de Controle à Leishmaniose traz Alerta sobre a Doença. Agência Brasil, 2020. 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