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Hematologia - Emergências oncológicas

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1 
Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Emergências oncológicas 
Emergências oncológicas 
Caso clínico 
• WDSS, 38 anos, procura atendimento em PS com 
queixa de dispneia aos mínimos esforços, 
vermelhidão em face. Já com história de perda de 
peso de 15 quilos (>20%) e presença de 
linfonodomegalias. Ao exame físico, paciente 
descorado, presença de petéquias em MMII. 
• PA: 100 x 80 mmHg, FC: 130 bpm; FR: 30 ipm; 
SatO2: 86%. 
Síndrome da veia cava 
 
Mecanismo: Obstrução do fluxo sanguíneo. 
Normalmente uma tumoração no mediastino que faz uma 
compressão da veia cava superior, o que dificulta o 
retorno venoso para o coração. Vai acontecer, então, 
um retorno e junto com ele as dilatações, ficando 
ingurgitado, com dispneia, vermelhidão em face e 
dilatação das veias = SVCS. 
Os principais tumores mediastinais se encontram na 
face anterior do mediastino, são eles: (os 4 Ts) 
Timoma, Teratoma, Tireoide e Terrível Linfoma. 
Então, viu um mediastino alargado, pensar neles. Mas 
também podem ter tumorações de origem pulmonar 
fazendo essa compressão dos vasos. 
Principais sintomas 
quando se pensa em 
uma SVCS: 
❖ Edema em face; 
❖ Edema em 
braços; 
❖ Distensão dos 
vasos do pescoço e 
do tórax; 
❖ Pletora facial 
(vermelhidão em 
face). 
 
 
Classificar em 6 níveis (0-5): pode ter uma massa que 
a localização pode contribuir com a SVCS, mas que até 
então é assintomático, e aí dependendo de como ele 
evoluir com desconforto ou alteração do SNC 
(oftalmológica, turvação visual ou quadro neurológico 
agudo) pode ser um quadro mais grave e ter a 
necessidade de algum tipo de intervenção. 
Normalmente a intervenção que acontece é fazer um 
tratamento meio genérico para aquela tumoração 
(geralmente radioterapia) ou com a cirurgia vascular 
colocando um stent para fazer a dilatação do local e 
reverter o quadro. 
No círculo tem a 
tumoração que 
está fazendo a 
compressão na 
veia cava (seta). 
Também dá para 
ver na imagem uma 
dilatação de vasos do braço. Essa é uma angioTC com 
janela para o mediastino. 
CONTINUAÇÃO 
• Em uso de MNR 100%, expansão volêmica 
abundante. Após condutas; FC: 140 bpm, FR: 40 
ipm, PA: 120 x 80 mmHg, SatO2: 82%. Transferido 
para UTI e já realizado exame de imagem. 
• Antes da transferência, MP checa os resultados 
de exame laboratoriais: 
Hb: 8,0; Ht: 24%; Leuco: 666.000; Plaquetas: 15 mil. 
Leucocitose e massa em mediastino → pensar em uma 
entidade, linfoma/leucemia. Essa entidade normalmente 
é a Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA), que 
normalmente pode ter a apresentação também de 
linfomatose. 
O diagnóstico de leucemia aguda se dá pela presença 
de blastos na periferia ou na medula óssea, que pode 
vir com a pacitopenia ou com uma leucocitose 
importante, que é o caso do paciente (leucocitose + 
anemia + plaquetopenia), o que indica, provavelmente, 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Emergências oncológicas 
que tem algum evento acontecendo na medula 
proliferando, um excesso de leucócitos que está 
deixando as outras séries abaixo do valor de 
referência. Ele também apresenta petéquias em MMII, 
que é indicativo de plaquetopenia. 
Linfoma normalmente aparece com massas, forma 
linfomatosa, linfonodos aumentados, aumento do 
mediastino. Leucemia é o aumento de células 
circulantes, presença de blastos. Mas essas duas 
entidades podem se misturar, leucemia/linfoma 
(linfonodomegalias + blastos na periferia). Linfoma 
leucemizado é a mesma célula, mas ao invés de ficar 
localizado no linfonodo doente, ele começa a circular 
na periferia. 
Então, tem um paciente que piorou o desconforto 
respiratório, piorou a saturação (86 → 82%) e leucócito 
bem aumentado... 
Hiperviscosidade 
Algum fator deixou o sangue mais viscoso, dificultado a 
transmissão; o sangue fica lentificado, causando 
algumas complicações. 
O QUE DEIXA O SANGUE MAIS VISCOSO? 
• Disproteinemia: Aumento de proteínas. 
❖ Mieloma Múltiplo; 
❖ Macroglobulinemia de Waldenström; 
Estão normalmente relacionados aos 
linfócitos/plasmócitos, com liberação de 
imunoglobulinas; esse excesso pode causar uma 
hiperviscosidade. 
• Leucostase: Número aumentado de células, que pode 
ser leucócitos ou outras células. (hemácias [rara] a 
doença policitemia vera e plaquetas [mais raras] 
trombocitopenia essencial). Quanto maior o leucócito, 
maior a chance de se fazer uma leucostase, 
normalmente se vê no quadro de leucemia mieloide aguda. 
▪ Leucemia Mieloide Aguda (M4 e M5): é o mais 
comum de acontecer, porém pode acontecer com 
qualquer célula devido ao número aumentado. 
Pela lentificação do sangue, pode haver alterações em 
vários sistemas, onde o principal é o sistema nervoso/ 
oftalmológico, que pode ser dor de cabeça, vertigem, 
tontura, crise convulsivas, turvações visuais e 
diplopias. Com a lentificação do sangue, vai simular 
quase um quadro de trombose, 
porque o sangue parou de 
circular corretamente na 
região. 
O paciente do caso tinha a 
circulação prejudicada pela 
síndrome da veia cava 
associada a hiperviscosidade 
pelo aumento dos leucócitos. 
Então, quando foi injetado soro (mais líquido), não lidou 
bem com o líquido parado, piorando o desconforto. 
Tratamento 
Tirar o excesso de leucócitos ou 
proteínas - leucaferese. 
Usa-se a máquina de plasmáferese 
na PTT, coleta de célula tronco. 
Nesse caso, quando tem a 
leucostase, e com sintomas, ele 
tem a indicação de fazer a 
leucaferese - tirar o excesso de 
leucócitos para ver se reverte o quadro. 
Não é viável fazer a diluição desse sangue viscoso, 
porque é viscoso demais; colocando mais fluido, o a mais 
não vai diluir, dificultando ainda mais a passagem, 
podendo piorar o quadro. 
É uma emergência oncológica!!! 
Há locais que não consegue fazer a leucaferese. Nesses 
casos há drogas genéricas para diminuir leucócitos, 
como por exemplo, a hidroxiureia, usado na anemia 
falciforme para aumentar a hemoglobina fetal. A 
origem da hidroxiureia é quimioterápico, em certa dose, 
o efeito é diminuir os leucócitos. 
Normalmente o paciente vem com um dos quadros: 
síndrome da veia cava superior ou com desconforto 
respiratório por causa dos leucócitos aumentados. Se 
não tiver nenhuma alteração de pressão nem outra 
coisa, segura hidratação e tenta descobrir o que está 
acontecendo. A radiografia de tórax é uma boa opção 
que dá para perceber o alargamento do mediastino. Se 
pediu hemograma e está com leucócito aumentado, 
pensar na hiperviscosidade. 
A hiperviscosidade tem mais alterações no SNC e a 
Síndrome da veia cava são sintomas respiratórios. 
 
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Emergências oncológicas 
CONTINUAÇÃO 
• Após surto psicótico coletivo pós Hemograma, MP 
entra em contato com Médico Residente de 
Hematológica (MRH) e informa que tem avaliação de 
emergência médica. 
• MRH realiza esfregaço de sangue periférico. 
Coleta do sangue periférico: é fura o dedo do paciente, 
coloca uma gota na lâmina e colore. 
Esfregaço de sangue periférico 
Com o resultado do 
esfregaço, percebe-se 
umas células diferentes, 
com núcleo bem 
importante e escuro, 
mas tem as áreas mais 
claras, os nucléolos. 
Nucléolo normalmente não tem em célula madura do 
sangue, quando tem quer dizer que é uma célula jovem. 
Há também presença de vesículas, característica de 
leucemia. Nesse caso, quando vem assim é uma LLA, 
leucemia/linfoma de Burkitt. 
Linfoma de Burkitt: 3 apresentações: Esporádica; 
endêmica; associada com HIV. 
Normalmente o núcleo de uma célula hematológica é 
um pouco menor, tem mais citoplasma do que núcleo. 
Em células mais jovens, o núcleo aumenta de tamanho 
por ter uma atividade maior. E como tem maior 
atividade, tem o nucléolo. O nucléolo tem função de 
síntese de RNA e síntese proteica. Normalmente vê 
isso em células jovens e suspeitar que essa célula jovem 
é um blasto. 
O esfregaço dá o diagnósticode leucemia aguda, mas 
não diz o tipo de leucemia. Para isso se faz a 
imunofenotipagem. 
 
Imunofenotipagem 
O diagnóstico de leucemia aguda é pela 
imunofenotipagem. 
Pega o sangue periférico ou da medula óssea e vai 
mandar para um laboratório que tem a máquina 
citômetro de fluxo. 
Pega o tubo e prepara com vários anticorpos que vão 
marcar proteínas específicas que consegue identificar 
nessas células jovens para definir que tipo de blasto 
é. Se é uma leucemia mieloide aguda ou leucemia 
linfoblástica aguda. 
Coloca no tubo um anticorpo que se liga a proteína, 
quando acontece a ligação do anticorpo com a 
proteína, esse anticorpo é preparado para eliminar uma 
luz e a máquina consegue identificar a luz emitida. 
Realiza um painel para saber quais anticorpos foram 
ligados e emitidos luz, e a partir desses conjuntos de 
anticorpos associados aquelas células, dá o diagnóstico 
de confirmação. 
Resumo da Imunofenotipagem: 
Sabemos que o paciente tem leucemia, mas não sabemos 
o tipo e suas variantes, ex: leucemia mielóide aguda, 
leucemia linfoide aguda. As leucemias têm tratamentos 
diferentes, por isso temos que saber o tipo na 
Imunofenotipagem. 
Passo a passo: 
1. Pega o sangue periférico e coloca no tubo; 
2. Coloca-se vários tipos de anticorpos par se ligar e 
emitir uma luz; 
3. No citômetro de fluxo quando esse sangue marcado 
passa se consegue identificar qual é o tipo de 
anticorpo que está liberando essa luz específica; 
4. Na análise do painel vai perceber-se que aquela 
célula está eliminando um tipo específico de 
padrão, daí é possível dizer que se trata de uma 
leucemia linfoblástica aguda, por exemplo. 
Esses anticorpos se ligam aos CDs das células - CD3, 
CD5, CD20... 
CONTINUAÇÃO 
• Após avaliação, MRH solicita IMF, função renal, 
eletrólitos, DHL; e prescreve: 
• SF 0,9% 1000ml/24h 
• Halopurinol 300mg, agora; 
• Ivermectina 12mg agora; 
• Albendazol 400mg agora. 
 
• No momento, paciente evolui com crise convulsiva. 
Após controle, foi visualizado exames colhidos: 
❖ AU: 15; Ur: 70, Creatinina: 2,0, Fósforo: 7, Cálcio: 6, 
Na: 130, K: 8,0; DHL: 6000. 
❖ Valores de normalidade: AU: 7; Ur: cerca de 40; 
Creatinina: 0,9-1,0; Fósforo: 4; Ca: 8-10; Na: 135-
145; K: 3,5 a 4,5; DHL: cerca de 400. 
❖ IMF: Compatível LLA B maduro/Burkitt. 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Emergências oncológicas 
• Baseado nesses exames, nas medidas que o médico 
fez e a forma como o paciente evoluiu pode estar 
acontecendo uma insuficiência renal aguda (IRA). 
Então mediante o quadro de IRA + crise convulsiva, 
temos a síndrome da lise tumoral. 
Síndrome lise tumoral 
 
Esta síndrome acontece com qualquer tumor sólido ou 
hematológico e normalmente ocorre após o tratamento, 
mas raramente pode se ter a lise tumoral espontânea. 
O que ocorre é que as células quando morrem, elas 
“explodem”, jogando o conteúdo do meio intracelular 
para o meio extracelular. A depender da quantidade 
tumoral, a quantidade intracelular é a mais do que o 
corpo é capaz de lidar. Logo percebe-se aumento de 
algumas substâncias no plasma: Fósforo, K, DNA (que 
libera o ácido úrico quando metabolizado). 
Então as características da lise tumoral são: Aumento 
do AU, P e k. Lembrando que quando o fósforo 
aumenta, o Cálcio reduz, pois é quelado. Isso é a leva 
da lise tumoral laboratorial. Mas quando há alguma 
situação clínica denominamos de lise tumoral clínica 
composta por: IRA, crise convulsiva, arritmia e 
possível morte. 
Como impedir para que essa clínica ocorra: 
1. Hidratar bem o paciente (2-3L nas 24 hs) a fim 
de ajudar o rim a fazer a eliminação de excesso 
dessas substâncias: P e K. 
2. Usar o HAPOLURINOL, que irá inibir a enzima 
xantina oxidase. Então a xantina não vai ser 
convertida em AU. Isso porque a xantina é mais 
hidrossolúvel, logo é mais facilmente eliminada pelo 
rim. O halopurinol é usado na profilaxia da lise 
tumoral. 
3. Se o AU estiver muito alto não adianta usar o 
halopurinol, pois não irá surtir efeito. Então, deve-
se usar ASBURICASE. Trata-se de uma enzima que 
contém em aves e consegue converter o AU em 
alantoína, que é mais hidrossolúvel e mais fácil de 
ser eliminada pelo rim. 
 
Diagnóstico 
Na tabela acima mostra os parâmetros: 
❖ Aumento P: usamos carbonato de Ca para quelar o 
P, ou SEVELAMEC, droga que age no metabolismo 
do P. 
❖ Aumento do K: tratamos com diuréticos, USARCOL, 
beta-adrenérgico, solução polarizante; 
❖ Queda do Ca. 
Neste caso de lise tumoral laboratorial temos que 
intervir. Se for lise tumoral clínica temos que dar o 
suporte, ex: 
❖ IRA → fazer diálise; 
❖ Arritmia cardíaca → fazer antiarrítmico; 
❖ Crise convulsiva → anticonsulsivante. 
 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Emergências oncológicas 
Neoplasias mais comuns relacionadas à lise tumoral: 
• Sólidos: de baixo risco; geralmente pode fazer 
tratamento domiciliar. 
• Hematológicos: são de alto risco; Ex: leucemias 
agudas (linfoblástica e linfoma de Burket). 
A lise tumoral está relacionada à carga tumoral. Se 
avalia a carga tumoral numa leucemia aguda usando o 
marcador de DHL. O paciente está com aumento de 
12X do LDH, logo a carga tumoral era grande. 
CONTINUAÇÃO 
Na continuação do caso, o paciente continua grave, sob 
ventilação mecânica, instável em diálise. 
• Paciente grave, em UTI, IOT em VM com ventilação 
difícil, instável hemodinâmico. Já em suporte 
dialítico. Sedado com Dormind e em uso de 
Fenitoína; EEG sem sinais de Status. 
• Também segue realizando Leucaferese, mas sem 
resposta adequada. 
• Discutido com familiares o início da quimioterapia e 
informado os possíveis desfechos. Os mesmos 
aceitam o início do tratamento. 
• Iniciado Quimioterapia (CODOX-M/IVAC), 
ajustado dose para função. 
• Durante a semana, paciente com queda expressa dos 
leucócitos, com melhora da função pulmonar, já sem 
diálise e sem sedação. 
• No D10, paciente com Hb: 7, Leuco: 500, Plaq: 20 mil, 
evolui com pico febril e piora da instabilidade 
hemodinâmica. 
Neutropenia febril 
Neutropenia é quando os neutrófilos estão abaixo de 
500. Como olhamos os leucócitos totais que estão baixos 
(500), então, com certeza esse neutrófilo está abaixo 
de 500 que é a neutropenia grave. 
Um paciente que cursa com neutropenia febril temos que 
tratar em cerca de 1 hora após a febre. Então temos 
que; identificar, coletar culturas e fazer 
antibioticoterapia e depois então, definir se o paciente 
vai continuar hospitalizado ou não, podendo tratar em 
domicílio. 
❖ Identificação do paciente; Culturas; 
Antibioticoterapia. 
❖ Tratamento domiciliar ou hospitalar? 
 
Lembrar que na neutropenia febril tem uma bactéria que 
normalmente não responde a qualquer tipo de ATB, a 
Pseudomonas. A neutropenia febril de causa 
hematológica geralmente precisa de internamento, 
diferente de quando é causado por tumor sólido. 
Critério de MASC 
Quanto menor a pontuação, maior o risco. Quando o 
risco é grave temos que internar o paciente. 
 
Quanto maior a pontuação, pode-se fazer o protocolo 
para tratar em casa e conforme a evolução do 
paciente, manter o tratamento ambulatorial. Quando 
é de alto risco, terá que admitir em um hospital e 
tratar direcionando principalmente para pseudomonas 
e dependendo da evolução, pode terminar o tratamento 
em casa ou não. 
A neutropenia febril tem que ter febre, se 
temperatura oral (> 38,3º C) ou acima de 38º C 
mantido por 1h ou temperatura axilar (> 37,8º C); Já 
a neutropenia tem que ser grave com neutrófilos menor 
que 500 ou perspectiva de chegar em 500, pois quando 
o paciente faz quimioterapia a tendência dos 
leucócitos é cair. 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Emergências oncológicas 
 
Nesta tabela acima fala de quando precisarmos 
adicionar outro antibiótico pra Gram +, pois 
geralmente é gram – (pseudomonas). O paciente 
apresenta então uma instabilidade,um quadro de sepse, 
uma pneumonia. 
Obs: normalmente não fazemos uso de antipirético, 
pois temos que saber que é uma neutropenia febril e 
que se trata de uma emergência médica, logo, se não 
tratar, o desfecho pode ser fatal. 
CONTINUAÇÃO 
• Após 70 dias internado, paciente recebe alta, sem 
intercorrências maiores. Reinternado outras vezes 
para realização de quimioterapia e sem 
intercorrências. 
• Dois meses pós término, paciente evolui com 
cefaleia, de forte intensidade, associado com 
náuseas e vômitos há 01 mês. Há 01 semana, evolui 
com perda de força muscular e sensibilidade em 
MMII. 
A nova suspeita a partir do novo quadro do paciente é 
metástase do SNC, envolvendo 2 locais: encéfalo, o que 
ocorre em 20% das neoplasias, sendo mais comuns os 
tumores sólidos que podem geralmente ser retirados 
por meio de cirurgias. 
Metástase cerebral 
Ocorrem em 20%; 
Neoplasia mais comuns: Mama, 
Pulmão, Renal e Melanoma; 50% 
são solitários. 
Local mais acometido: Hemisférico 
(80%) > Cerebelo (15%) > Tronco (3%) 
Compressão medular 
Ocorrem em 6%; 
Neoplasia mais comuns (66%): Mama, Pulmão e 
Próstata; Específico: MM e LNH. 
Local mais acometido: Torácica > Lombar > Cervical. 
 
Como o paciente destacou alterações em MMII de 
sensibilidade, pode ter havido uma compressão medular, 
que embora raro de acontecer, pode ocorrer em 
tumores sólidos de mama, pulmão e próstata e 
mielomas e linfomas, pois nessa situação não é 
infiltração do tumor na medula óssea, normalmente é 
uma fratura patológica na vértebra que daí faz 
compressão naquele local. 
O tratamento é o tratamento da doença de base, mas 
quando o paciente tem um quadro agudo com 
repercussão neurológica importante podemos fazer 
uma radioterapia para tentar reverter esse quadro. 
CONTINUAÇÃO 
• Conversado com familiares sobre prognóstico 
sombrio do paciente, com tratamento limitado para 
estado atual. Decidido por conduta paliativa. 
• Em acompanhamento ambulatorial, mantendo 
déficit em MMII, mas LOTE. 
• Após 01 mês do acompanhamento, paciente evolui 
com náuseas, poliúria e há 24 horas da consulta 
apresenta rebaixamento da consciência. 
• Chega ao ambulatório, com Glasgow 9, desidratado. 
Encaminhado ao internamento para medidas de 
conforto. 
• Quando há o acometimento do SNC é um quadro 
em que não tem muita coisa a ser feita, então o 
tratamento é limitado ao estado geral dele, neste 
caso, uma conduta paliativa. 
• A complicação em que o paciente cursa com 
náuseas, vômitos, poliúria e alteração do nível de 
consciência é a hipercalcemia. 
Hipercalcemia 
É o aumento da Ca, que pode acontecer em 10 a 30% 
dos pacientes, em algum momento da doença; 
❖ Mais Prevalentes: Mama, Pulmão e MM; 
❖ Sintomas Clássicos: Letargia, confusão, anorexia, 
náuseas, constipação, poluiria e polidipsia. 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Emergências oncológicas 
 
Mecanismos da hipercalcemia 
1. Produção de paratormônios pela paratireoide, 
neste caso fazemos o hormônio paratireoide like. O 
tumor mais comum desse é o de pulmão, onde há 
lesão e destruição osso, liberando Ca, dando origem 
à hipercalcemia. Mais raramente ocorrerá a 
produção de vit D por casa da neoplasia, 
geralmente um lifoma. 
2. Tratamento: hidratação, fazer drogas que atuam 
no metabolismo ósseo, neste caso os bisfosfonatos 
(atua na atividade osteoclástica dentro do osso). 
Assim, para-se de ativar osteoclastos e melhora 
essa hipercalcemia. 
Mecanismo que levam a hipercalcemia: 
❖ O tumor pode produzir PTH que aumenta a atividade 
óssea dos osteoclastos, com liberação de Ca 
❖ O estímulo de osteoclastos, com aumento do Ca 
sérico normalmente leva a uma fratura patológica. 
❖ Esse Ca aumentado juntamente com a vIt D atua em 
todas as partes, mas essas 2 etapas citadas acima 
são as mais comuns. 
❖ Reversão do quadro: hidratar a paciente.

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