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A RELAÇÃO ENTRE AS FUNÇÕES EXECUTIVAS E OS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM 1 Andréa Maria Brito Lima 2 Elisandra de Oliveira Lima 3 RESUMO Funções executivas correspondem a um conjunto de processos cognitivos necessários para o controle e regulação dos nossos pensamentos, emoções e ações, possibilitando nosso engajamento em comportamentos adaptativos, auto-organizados e voltados a objetivos estabelecidos. Neste trabalho, objetivamos analisar as relações existentes entre funções executivas e os transtornos de aprendizagem. A metodologia utilizada foi de natureza aplicada, numa abordagem qualitativa, através da qual realizamos um estudo bibliográfico com o intuito de conseguir maior embasamento teórico à luz de alguns autores, como: Rocha (2017), Dias (2010), Luria (2005), Pantano (2010), Fonseca (2016), Malloy-Diniz (2014), entre outros. Com o estudo, verificou-se que compreender a relação entre funções executivas e os transtornos de aprendizagem faz-se importante, pois pode favorecer a prática do educador que lida com crianças e adolescentes que apresentam alguns desses transtornos, uma vez que intervenções focadas no desenvolvimento dessas funções têm apresentado eficácia no que se refere aos aspectos da aprendizagem desses educandos. Palavras-chave: Funções Executivas. Transtornos de Aprendizagem. Relação. Aprendizagem. 1. INTRODUÇÃO A compreensão sobre os processos cerebrais tem sido cada vez mais preciso. Há mais de um século que os pesquisadores buscam melhorar seus estudos sobre o cérebro humano, e a educação tem sido bastante beneficiada com esses estudos, pois são pelas funções cerebrais que muitas perguntas da Pedagogia são respondidas. Dessa forma, a Neurociência tem muito a contribuir nos vários campos de conhecimento, e é a partir da Neurociência aplicada à Educação que surge a Neuropsicopedagogia. De acordo com a 1 Artigo apresentado como Avaliação Parcial para obtenção do Título de Especialista em Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade Vale do Jaguaribe. 2 Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará – UECE. E-mail: amblima@uol.com.br. 3 Mestre. E-mail: elisandradeoliveiralima@gmail.com. 2 Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia-SBNPq (201?): A Neuropsicopedagogia é uma ciência transdisciplinar, que tem seus fundamentos na Neurociências aplicada à educação, e que apresenta conexão com a Pedagogia e a Psicologia Cognitiva, e cujo o objeto de estudo é a ligação entre o funcionamento do sistema nervoso central e a aprendizagem do homem, numa perspectiva de reintegração pessoal, social e educacional. A Neuropsicopedagogia é uma área que tem como enfoque a aprendizagem, estudando o sistema nervoso e como ele atua no comportamento humano. Entender como o cérebro recebe, seleciona, transforma, memoriza, arquiva, processa e elabora todas as informações que capta a partir dos canais sensoriais é importante para, a partir desse conhecimento, poder adaptar metodologias de ensino a todas as pessoas e, principalmente, àquelas com transtornos ou dificuldades de aprendizagem (ACAMPORA, 2017). As pesquisas sobre o funcionamento do cérebro têm contribuído para a compreensão de sua atuação no processo cognitivo, e as funções executivas têm um importante papel dentro desse processo. Por fazer parte da tríade funcional da aprendizagem humana, essas funções coordenam e integram as funções cognitivas e conativas na aprendizagem (GOLDBERG, 2001 apud FONSECA 2017). E por serem tão necessárias e essenciais ao sucesso escolar, estão dentro do campo de estudo da Neuropsicopedagogia, uma vez que qualquer tipo de alteração nessas funções poderá gerar danos na aprendizagem e necessitará de uma intervenção, a fim de reeducar o indivíduo, de forma que o mesmo possa ter suas dificuldades minimizadas ou superadas. Neste trabalho, abordaremos sobre as funções executivas (FE), que correspondem a um conjunto de processos cognitivos necessários para o controle e regulação dos nossos pensamentos, emoções e ações, possibilitando nosso engajamento em comportamentos adaptativos, auto-organizados e voltados a objetivos estabelecidos, sendo de significativa importância em situações novas ou que demandem um ajuste, uma adaptação ou mudança de comportamento frente as demandas ambientais. Tais habilidades estão diretamente relacionadas ao córtex pré-frontal (DIAS et al., 2010) e são necessárias para se obter sucesso na escola e na vida. A literatura sobre dificuldades de aprendizagem destaca o papel das funções executivas no processo de aprendizagem, como também, o déficit dessas funções nos quadros dos transtornos de aprendizagem (CORSO et al., 2013). No caso de disfunções no funcionamento executivo, normalmente o indivíduo apresenta dificuldades de aprendizagem, apatia, impulsividade, dentre outros sintomas. 3 Acreditamos que conhecer e compreender o que são as funções executivas, assim como estimular de maneira adequada o seu pleno desenvolvimento, se fazem úteis a todo profissional que atua ou deseja atuar no contexto escolar com crianças e adolescentes, pois investir no desenvolvimento dessas funções pode gerar um impacto positivo na vida social, afetiva e intelectual dos alunos. Além disso, essa estimulação também pode contribuir para minimizar as dificuldades associadas aos transtornos de aprendizagem e problemas comportamentais. Por ser um tema atual e importante, acreditamos que uma revisão bibliográfica sobre o assunto em questão, sem a pretensão de esgotá-lo obviamente, pode contribuir para disseminar ainda mais a relevância desse assunto no meio acadêmico, estimulando mais pesquisas voltadas ao campo educacional. Para uma aprendizagem ser bem-sucedida, não se pode mais ignorar ou desconhecer o papel dessas funções no processo de aprendizagem, pois se trata também de um instrumento informativo para educadores, sendo útil para um conhecimento a mais sobre as funções executivas, sua relação com os transtornos de aprendizagem e suas implicações no contexto escolar. Este trabalho tem por objetivo geral analisar as relações existentes entre funções executivas e transtornos de aprendizagem e responder ao seguinte questionamento: Quais as implicações em compreender a relação entre as funções executivas e os transtornos de aprendizagem no contexto escolar? E, como objetivos específicos, propomos apresentar a contribuição da Neuropsicopedagogia no processo de aprendizagem; definir funções executivas e sua relevância para o processo de aprendizagem e relacionar os déficits de funcionamento executivo a alguns quadros de transtornos de aprendizagem. E, dessa forma, analisar essas relações e compreender de que forma esse tema pode favorecer para a prática de educadores que atuam com crianças e adolescentes que apresentem alguns desses transtornos. A metodologia utilizada foi de natureza aplicada numa abordagem qualitativa que, segundo Kauark et al. (2010), os focos principais são o processo e seu significado. A pesquisa qualitativa busca explicar o porquê das coisas, o que convém ser feito e se vale de diferentes abordagens. Realizamos um estudo bibliográfico à luz de alguns autores como: Rocha (2017), Dias (2010), Luria (2005), Pantano (2010), Fonseca (2016), Malloy-Diniz (2014), entre outros, com o intuito de conseguir maior embasamento teórico acerca do assunto pesquisado e, assim, poder ampliar o conhecimento e fazer deste estudo um material rico sobre o tema abordado. O artigo está organizado da seguinte maneira: primeiro, apresentamos a contribuição da Neuropsicopedagogia no processo de aprendizagem, em seguida, definimos o 4 que são funções executivas, como se classifica e sua relação com a aprendizagem, posteriormente, apresentamos a relação existente entre os déficits nas funçõesexecutivas e suas implicações no desenvolvimento da aprendizagem e no contexto escolar. 2. A ATUAÇÃO DA NEUROPSICOPEDAGOGIA A Neuropsicopedagogia tem contribuído de forma bastante significativa para o entendimento de como se dá a aprendizagem. Por ser uma área que estabelece conexão entre os conhecimentos da Neurociência, da Psicologia Cognitiva e da Pedagogia, favorece o entendimento de como o cérebro do aprendente absorve as informações transmitidas a ele, estudando a relação entre o funcionamento cerebral, a mente e o aprendizado (ACAMPORA, 2017). Ela traz um novo olhar para as questões da aprendizagem, um olhar que é capaz de enxergar as limitações, mas também ver as potencialidades de cada um. É um campo novo de conhecimento, mas que tem conseguido abrir espaço para sua atuação e exigido bastante estudo e pesquisas sobre o funcionamento cerebral. A Neuropsicopedagogia traz muito aporte à Educação, pois favorece a compreensão dos mecanismos envolvidos no processo de aprendizagem e possibilita ao educador enxergar o seu aprendente em sua totalidade. 2.1 A TRAJETÓRIA DA NEUROPSICOPEDAGOGIA Compreender a relação cérebro versus aprendizagem, sob a ótica da Neurociência, é um dos assuntos mais procurados e um dos maiores desafios da Educação. E uma das áreas que vem abrindo espaço no âmbito desse conhecimento é a Neuropsicopedagogia, que entrou no Brasil no ano de 2008, através do Centro Nacional de Ensino Superior, Pesquisa, Extensão, Graduação e Pós Graduação (CENSUPEG), em Santa Catarina. Os docentes da instituição resolveram criar um grupo de estudo que promoveria pesquisas sobre o contexto escolar, surgindo daí a necessidade de fundamentar cientificamente as questões relacionadas a cognição, que, até então, só eram exploradas pela área da saúde. As pesquisas envolveram profissionais das diversas formações e áreas, nascendo daí o primeiro projeto que envolvia as Neurociências aplicadas à educação, denominada de Neuropsicopedagogia, A primeira descrição da Neuropsicopedagogia no campo científico foi feita por Jennifer Delgado Suárez em seu artigo intitulado “Desmitificacion de la 5 Neuropsicopedagogía”, onde ela apresenta a trajetória histórica e a importância dessa nova ciência para o contexto educacional. Em 2014, é fundada a Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNPp), com o objetivo de legitimar a Neuropsicopedagogia como profissão, promover ações que legitimem e tragam os devidos reconhecimentos aos neuropsicopedagogos, e instigar cada vez mais publicações científicas, o aprimoramento de testes e tudo que seja relevante para esta nova ciência. 2.2 A CONTRIBUIÇÃO DA NEUROPSICOPEDAGOGIA COM O PROCESSO DE APRENDIZAGEM Por meio dos estudos neuropsicopedagógicos, temos a condição de entender como o desenvolvimento da aprendizagem de cada aprendente acontece e, dessa forma, encerrar o discurso de que a aprendizagem não acontece para alguns, pois, de fato, ela sempre acontecerá. Todavia, para alguns, ela terá que vir com mais estimulação, atividades mais estruturadas e adaptadas, considerando o ritmo de desenvolvimento de cada um. Além de compreender como a aprendizagem do educando acontece, a Neuropsicopedagogia também possibilita orientar de que maneira a aprendizagem pode se tornar mais significativa na metodologia do professor. O trabalho do neuropsicopedagogo pode contribuir para o desenvolvimento de metodologias que tratem das mais variadas barreiras para aprendizagem apresentadas pelos educandos no ambiente da escola, buscando fazer a ponte dos vários partícipes desse processo - família, professores, entre outros - que juntos desejam avanços significativos no desempenho escolar, social e emocional dos alunos (ACAMPORA, 2017). Ele busca investigar o modo como o educando aprende, suas competências, habilidades e dificuldades, no intuito de compreender a origem das suas dificuldades ou transtornos de aprendizagem apresentado e desenvolver um trabalho junto a este, no intuito não somente de melhorar seu desempenho escolar, mas também de provocar nele a vontade e o desejo de aprender. Para se obter êxito na escola, é necessário que o aluno aprenda a se regular, se organizar, determinar estratégias para alcançar metas e saber estudar. Aprender a ser autônomo é fundamental para crescer independente. Ter um desempenho acadêmico satisfatório requer ter habilidades cognitivas para cumprir tarefas que exigem planejamento e monitoramento do comportamento intencional, habilidades essas que compõem as funções 6 executivas. Essas funções são a base para a orientação e estruturação de várias habilidades intelectuais, emocionais e sociais do indivíduo. E a Neuropsicopedagogia, por ter como campo de estudo o funcionamento cerebral e sua relação com a aprendizagem, pode fazer uso dessas funções para potencializá-la ou estimulá-la nas situações em que o aprendente apresente algum tipo de dificuldade ou transtorno. 3. DEFININDO FUNÇÕES EXECUTIVAS Segundo Anderson e Reidy (2012 apud Martins, 2014), as funções executivas são uma composição de várias habilidades cognitivas que são inter-relacionadas e responsáveis pela elaboração de objetivos, planejamento de como atingi-los e a efetivação desses planos de forma eficiente. De acordo com Fonseca (2017, p. 331): As funções executivas podem-se definir como processos mentais complexos pelos quais o indivíduo otimiza o seu desempenho cognitivo, aperfeiçoa as suas respostas adaptativas e a sua performance comportamental em situações que requerem a operacionalização, a coordenação, a supervisão e o controle de processos cognitivos e conativos, básicos e superiores. Em certa medida, reúnem um conjunto de ferramentas mentais que são essenciais para aprender a aprender. Essas funções são próprias do indivíduo desde o nascimento até a fase adulta e permitem ao sujeito guiar o seu comportamento, no intuito de alcançar metas ou objetivos, analisar a eficácia e a adequação desses comportamentos, escolher métodos adequados e solucionar problemas (MALLOY-DINIZ et al., 2016). Para Diamond (2013 apud Rocha, 2017), as funções executivas são habilidades fundamentais para o desenvolvimento psicológico, cognitivo e social do indivíduo, como também, para sua saúde física e mental, para o sucesso na escola e na vida. Essas habilidades são utilizadas sempre que o indivíduo precisa prestar atenção, se concentrar, ter autocontrole diante das situações, organizar-se, planejar-se e adaptar-se aos acontecimentos diários. E sempre que essas habilidades são utilizadas, podemos afirmar que o indivíduo ganha conhecimento e aprimora a sua bagagem cognitiva. A crítica, a compreensão de regras e normas, a organização e o planejamento, a flexibilidade mental, a abstração de conceitos, a resolução de problemas, o sequenciamento de 7 ações, o controle do comportamento, a motivação e a iniciativa, entre outras, são consideradas funções executivas (PANTANO, 2010). As funções executivas são um grupo de habilidades formadas por vários elementos, entre eles, controle inibitório, flexibilidade, memória de trabalho, volição, autocontrole, planejamento e organização, que nos possibilitam direcionar a nossa ação para metas e objetivos, controlar os nossos impulsos, solucionar problemas, tomar decisões e ser flexível em nossas estratégias e pensamentos. Elas são responsáveis por orientarem e gerenciarem as funções cognitivas, comportamentais e emocionais do indivíduo. Por meio das funções executivas, o indivíduo é capaz de se relacionar com o outro, de ter autocontrole, de tomar decisões, de reagir a estímulos, encontrar soluções e mudar de atitude quando necessário. Todo o conjunto de habilidades que faz parte das funções executivas é o que nos permite iniciar, planejar, sequenciar e monitorar nosso comportamento e cognição.Essas habilidades são necessárias para se obter sucesso na escola e na vida. Os estudos e pesquisas sobre FE deram origem a alguns modelos que tentam conceituar seu funcionamento, além de tentar também delimitar e isolar os seus componentes. 3.1 CLASSIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS Muitas pesquisas têm sido realizadas no intuito de delimitar os constituintes das funções executivas, e essas deram origem a alguns modelos, entre os quais podemos citar o modelo apresentado por Lezak e colaboradores (2004 apud Rocha 2017) que classificam as FE em quatro componentes, sendo eles: a Volição, o Planejamento, o Comportamento com Propósito e o Desempenho Efetivo. Já Cicerone e colaboradores (2006 apud Rocha, 2017) apresentam um modelo que classifica as funções executivas em quatro domínios: FE Cognitivas, FE Autorreguladoras, FE de Regulação das Atividades e FE de Processos Metacognitivos. Alguns pesquisadores diferenciam ainda as FE em componentes frios e quentes, sendo o componente frio o que envolve as habilidades cognitivas, e o quente o que envolve as habilidades de regular as emoções. Diamond (2013 apud Rocha, 2017) propõe um outro modelo que classifica essas mesmas funções em três dimensões, a saber: Memória de Trabalho, Controle Inibitório e Flexibilidade Cognitiva. Por haver consenso entre pesquisadores acerca dessas três habilidades como sendo consideradas básicas e primordiais e que o bom funcionamento 8 dessas funções pode favorecer o desempenho de outras, nos atemos mais especificamente a elas, descrevendo-as e apresentando a importância de cada uma delas para a aprendizagem. A memória de trabalho permite armazenar, relacionar e pensar informações no curto prazo para realização de tarefas e solução de problemas. Essa habilidade é crucial para a realização das tarefas cognitivas, como estabelecer ordem de prioridade entre múltiplas tarefas, fazer cálculo mental, manipular informações novas fazendo a ligação com a memória de longo prazo, reter de forma temporária uma informação durante a execução de alguma atividade, entre outras. É de grande importância para a aprendizagem, pois ela permite fazer a ligação entre a informação que chega com a informação armazenada na memória de longo prazo, desta forma, é ela que determina se ocorrerá ou não a aprendizagem. O controle inibitório possibilita ter domínio sobre a atenção, o comportamento, e favorece controlar e filtrar os pensamentos, assim como, também resistir às tentações e não agir de forma impulsiva, ou seja, ter autocontrole, sabendo controlar primeiro a emoção e o pensamento, para depois controlar o comportamento (DIAMOND, 2013 apud ROCHA, 2017). Essa função permite que controlemos nossas ações e o que falamos, estando ligada diretamente a autorregulação e ao controle das nossas emoções (RODRIGUES, 2018), tornando-se fundamental para o desenvolvimento cognitivo do indivíduo. Ele detém as reações inadequadas, passando de uma resposta para outra, considerada mais adequada ao momento ou situação. Um controle inibitório bem desenvolvido ajuda a melhorar o comportamento, o desempenho acadêmico, as relações sociais e no trabalho. A flexibilidade cognitiva permite mudar de perspectiva no momento de pensar e agir, e considerar outras possibilidades na tomada de decisão, estando ligada diretamente à criatividade, pois se consiste em utilizar o pensamento criativo para se adequar às mudanças. É a habilidade que permite perceber que aquilo que estamos fazendo não funciona e que nos faz realizar as mudanças necessárias para nos adaptar à nova situação, ela nos permite pensar em novas opções quando o nosso plano inicial é modificado de forma inesperada. Essa habilidade é muito relacionada à empatia e à interação social, pois quando bem adequada ajuda a entender o ponto de vista das outras pessoas e valorizar suas opiniões. Essas habilidades são de fundamental importância para o indivíduo realizar as suas atividades escolares e do dia a dia, pois permitem que ele consiga focar sua atenção naquilo que realmente importa no momento, possibilita a capacidade de pensar antes de agir, controlar seus impulsos, escolher e inibir informações de acordo com a situação vivida. 3.2 - RELAÇÃO ENTRE FUNÇÕES EXECUTIVAS E APRENDIZAGEM 9 Os processos citados anteriormente são importantes para a aprendizagem, pois manter a concentração numa tarefa, agir menos impulsivamente, prestar atenção, manter as informações na mente onde elas possam ser manipuladas, estabelecer relação entre dois assuntos, fazer cálculo mental, ordenar tarefas estabelecendo prioridades, usar o pensamento criativo para solucionar problemas, entre outros, são fatores determinantes para uma aprendizagem bem sucedida. Segundo Fonseca (2017, p. 329): Para ter sucesso escolar o estudante deve evocar um conjunto muito diversificado de competências executivas, a saber: estabelecer objetivos; planificar, gerir, predizer e antecipar tarefas, textos e trabalhos; priorizar e ordenar tarefas no espaço e no tempo para concluir projetos e realizar testes; organizar e hierarquizar dados, gráficos, mapas e fontes variadas de informação e de estudo; separar ideias e conceitos gerais de ideias acessórias ou de detalhes e pormenores; pensar, reter, manipular, memorizar e resumir dados ao mesmo tempo que leem; flexibilizar, alterar e modificar procedimentos de trabalho e abordagens a temas e tópicos de conteúdo, aplicando diferentes estratégias de resolução de problemas; manter e manipular informação na memória de trabalho; automonitorizar o progresso individual e do grupo de trabalho; autorregular e verificar as respostas produzidas e a conclusão, revisão e verificação de tarefas, projetos, relatórios e trabalhos individuais ou de grupo; refletir e responsabilizar-se pelo seu estudo e sobre o seu aproveitamento escolar; etc. O estudante, por definição, é um ser executivo, sem pôr em prática tais habilidades, aprender não vai ser fácil nem prazeroso para ele. Para Fonseca (2016), a aprendizagem consiste numa mudança de comportamento que é resultante da experiência. Ainda de acordo com ele, a aprendizagem é uma resposta transformada, que se torna estável e durável, internalizada e firmada no próprio cérebro do indivíduo. E essa mudança no comportamento é uma função do sistema nervoso central, sendo, portanto, a aprendizagem uma função do cérebro. Para o sucesso escolar, as habilidades cognitivas da aprendizagem devem ser incentivadas levando em consideração os aspectos emocionais e lúdicos, além dos conteúdos e metodologias específicos. Dessa forma, estimular as funções executivas é importante para o desenvolvimento da aprendizagem e, por consequência, o sucesso acadêmico 4 . De acordo com Malloy-Diniz e seus colaboradores (2016), ser consciente da importância das funções executivas, aliada a boas práticas que desenvolvam essas habilidades, favorece o desempenho dos alunos no que se refere às atividades de planejamento, definição de metas e aos trabalhos escolares, pois, desde cedo, os alunos são confrontados com atividades que requisitam múltiplas habilidades para sua elaboração e execução de forma 4 Ibid. 10 ordenada. Ele também afirma que estimular as FE permite que os estudantes desenvolvam em sala de aula a flexibilidade cognitiva, o controle inibitório, a atenção e a memória de trabalho. Grande parte das tarefas escolares requer a articulação e a integração das habilidades de funções executivas, por isso elas são primordiais e necessárias para a aprendizagem. São responsáveis também por juntar componentes indispensáveis para o desempenho e autonomia da criança frente aos desafios da escola, e o sucesso escolar dos alunos vai depender muito da capacidade deles em praticar essas funções, quer na escola, quer na suacasa ou na sua vida cotidiana. As funções executivas são importantes também para a aprendizagem da leitura e compreensão de textos. A memória de trabalho, a capacidade de inferir e de integrar informações contidas no texto são habilidades cognitivas importantes para que o aluno possa refletir e compreender o que está lendo. Quanto a aprendizagem da matemática, o educando necessita do raciocínio lógico para estabelecer a relação entre número e operação e ,para isso, ele precisa sustentar a informação para manuseá-la mentalmente, além das habilidades de abstração e flexibilidade cognitiva para realizar esses processos mentais. Um bom nível de funcionamento executivo está vinculado a competências nos aspectos sociais, emocionais e escolares do aprendente, pois elas permitem que o indivíduo lide melhor com as constantes mudanças do ambiente, além de ajudar na compreensão do que o outro está pensando, favorecendo, assim, as interações sociais. O desenvolvimento das FE é de extrema relevância, pois essas habilidades se mostram fundamentais para o sucesso na escola e na vida. Dessa forma, estimular o desenvolvimento dessas funções em crianças na idade escolar é de extrema importância, pois vai contribuir para o seu bom desempenho escolar e de suas competências socioemocionais. Se, por um lado, um bom nível de funcionamento executivo está associado a vários benefícios, o déficit no funcionamento executivo é uma das características de vários transtornos, tais como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade-TDAH, Transtorno do Espectro do Autismo-TEA, Dislexia, Discalculia, Síndrome de Down, Síndrome de Prader-Willi, entre outras (DIAS et al., 2010). E podem também estar associadas a várias condições, por exemplo, demências, lesões advindas de traumas e alguns transtornos psiquiátricos. No próximo capítulo, abordaremos como o déficit em funções executivas pode comprometer as atividades cotidianas e ,sobretudo na escola, comprometendo o processo de aprendizagem e gerando prejuízos na vida escolar e socioemocional do aluno. Entender essas alterações é necessário e tem consequências diretas na prática do professor, que pode 11 desenvolver metodologias diferenciadas de forma a favorecer a aprendizagem do seu educando. 4. DÉFICIT DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS E SUA IMPLICAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM E NO CONTEXTO ESCOLAR O processo de maturação e desenvolvimento das funções executivas é longo, iniciando-se logo após o nascimento e continuando até o início da fase adulta quando atinge sua maturidade, mas só, a partir dos seis anos de idade, essas funções começam a ter um maior desenvolvimento, pois o processo de mielinização das células nervosas do lobo frontal, responsável por elas, só entram em desenvolvimento por volta dessa idade. Por essa razão, estão sujeitas a desvios do seu desenvolvimento, o que pode causar prejuízos e o comprometimento dessas habilidades. Pesquisas sobre transtornos de aprendizagem têm apontado que as funções executivas podem ser um aspecto importante desses transtornos. Sendo assim, déficits nas funções executivas podem ser indicativos de risco no desenvolvimento da aprendizagem. Segundo (DIAS et al., 2010, p. 82-83): O comprometimento das habilidades executivas, caracterizando a chamada síndrome disexecutiva, pode compreender alterações cognitivo- comportamentais diversas, associadas ao prejuízo de seus processos componentes, tais como dificuldades na seleção de informação, distratibilidade, dificuldades na tomada de decisão, problemas de organização, comportamento perseverante ou estereotipado, dificuldade no estabelecimento de novos repertórios comportamentais, dificuldades de abstração e de antecipação das consequências de seu comportamento, impondo uma série de problemas à vida diária (Muñoz-Céspedes & Tirapu- Ustárroz, 2004; Strauss, Sherman & Spreen, 2006). A essas dificuldades, Lent (2001) acrescenta o imediatismo comportamental e o prejuízo no ajuste social do comportamento, e Saboya, Franco e Mattos (2002) destacam os prejuízos em habilidades de planejamento, memória evocativa e mesmo em linguagem expressiva. Indivíduos com déficit do funcionamento executivo tendem a ter problemas de planejamento e na organização de tarefas, dificuldade com a memória de trabalho, na mudança de respostas, em iniciar tarefas, dificuldade em pensar antes de agir, na criação e efetivação de estratégias. Podem apresentar ainda manifestações comportamentais diferentes, variando desde a letargia até a desinibição total, dificuldade em internalizar regras sociais, de julgar ações e, como também, revelam ausência de limites. É provável que esses problemas 12 relacionados ao funcionamento executivo nos primeiros anos de vida permaneçam por toda a infância e adolescência. As atividades diárias e o convívio em sociedade dependem do bom funcionamento executivo, assim, déficits nesse funcionamento podem conduzir a comprometimentos em muitas dessas atividades do dia a dia e, principalmente, na escola, como exemplo, podemos citar prejuízos na memória de trabalho que podem gerar dificuldades na compreensão da leitura. Assim, protelar tarefas e não as finalizar, dificuldade em organização e sustentação da atenção, dificuldade de memória prospectiva podem acarretar esquecimento de compromissos, e são alterações das funções executivas que geram um impacto no desempenho das atividades práticas da vida do indivíduo. Não existe nenhuma outra perda cognitiva que possa ser mais comprometedora para o comportamento humano quanto a das funções executivas. Apesar dos variados quadros em que alterações do funcionamento executivo são relatados, o TDAH revela uma alteração dessas funções, mais precisamente, na habilidade de inibição do comportamento, o que tem consequência direta na capacidade de autocontrole do indivíduo. Prejuízos na atenção também são encontrados na pessoa com TDAH, além de procrastinar tarefas e/ou não as finalizar, dificuldade em planejamento e organização, na memória de trabalho, entre outras, são alterações que estão ligadas a esse transtorno e que causam grande impacto no desempenho funcional do indivíduo. Também existem relatos de alterações do funcionamento executivo no TEA, nas habilidades de regulação da atenção, memória de trabalho espacial, planejamento, controle inibitório, fluência verbal e flexibilidade cognitiva, apontando prejuízos nessas funções e, consequentemente, no processo de aprendizagem de indivíduos com essa condição. Prejuízos em habilidades de atenção, inibição, memória de trabalho, planejamento e organização também têm sido relatados nos casos de transtornos de aprendizagem, como a dislexia e a discalculia. Déficit em função executiva também é uma característica do indivíduo com Síndrome de Down. É notório o comprometimento executivo nas atividades que envolvem habilidades em flexibilidade cognitiva, memória de trabalho, controle inibitório, planejamento e resolução de problemas nas pessoas que apresentam a síndrome. É importante compreendermos essas alterações, pois elas implicam diretamente na prática em Educação. Como exemplo, quando um aprendente no âmbito da sala de aula apresenta algum diagnóstico de transtorno de aprendizagem e, é do conhecimento do professor que déficits de memória de trabalho estão ligados a esse transtorno, ele pode propor 13 para esse aluno atividades mais estruturadas, emitir comandos simples e curtos, repetindo sempre que necessário, investir ainda em recursos diferenciados para aumentar a atenção do educando, etc. E assim, ajudar a minimizar as dificuldades de seu aprendente, favorecendo a aprendizagem do aluno a partir da sua prática. As intervenções em FE devem propor atividades que ofereçam níveis diferentes de exigência para seus componentes e as tarefas propostasdevem estar relacionadas com as dificuldades apresentadas pelo transtorno. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS As funções executivas são importantes para inúmeras atividades do dia a dia, além de necessárias e fundamentais para o sucesso escolar e socioemocional do indivíduo. Quando essas habilidades não se desenvolvem adequadamente, são inúmeros os problemas que podem ocorrer. O indivíduo pode apresentar dificuldade para planejar, para concluir uma atividade, pode mostrar-se desatento e/ou impulsivo, com dificuldade para regular suas emoções, entre outros. Por conseguinte, é essencial que os profissionais da educação tenham conhecimento do papel dessas funções no desempenho acadêmico dos alunos, para que estratégias direcionadas ao desenvolvimento e enriquecimento das funções executivas possam ser aplicadas, oferecendo aos educandos uma nova perspectiva de otimizar o seu desempenho cognitivo. Compreender a relação entre funções executivas e os transtornos de aprendizagem faz-se importante, pois pode favorecer a prática do educador que lida com crianças e adolescentes que apresentam alguns desses transtornos, uma vez que intervenções focadas no desenvolvimento dessas funções têm apresentado eficácia no que se refere aos aspectos da aprendizagem desses educandos. Dessa forma, estimular o desenvolvimento dessas funções em crianças na idade escolar é de significativa importância, pois vai contribuir para o seu bom desempenho escolar e de suas competências socioemocionais. Além disso, essa estimulação também pode contribuir para minimizar as dificuldades associadas aos transtornos de aprendizagem e problemas comportamentais. 14 Conhecer e compreender as funções executivas, assim como estimulá-las de maneira adequada investindo no seu desenvolvimento, vai gerar um impacto positivo na vida social, afetiva e intelectual de crianças e adolescentes que apresentam algum transtorno de aprendizagem ou comportamental. A importância dessas funções e de seu êxito sobre a aprendizagem deixa claro a necessidade urgente de se desenvolver programas de intervenção sobre essas habilidades nas escolas desde os anos iniciais, a fim de melhorar os índices de aprendizagem e desempenho escolar de alunos com transtornos de aprendizagem, bem como daqueles que não apresentam dificuldades, sendo necessário também projetos de treinamento e orientação para professores. Por ser um tema importante, acreditamos que esse artigo pode contribuir para disseminar ainda mais a importância desse assunto, sendo uma ferramenta informativa para educadores e útil para um conhecimento a mais sobre funções executivas e sua relação com os transtornos de aprendizagem. ABSTRACT THE RELATION BETWEEN EXECUTIVE FUNCTIONS AND LEARNING DISORDERS Executive functions correspond to a set of cognitive processes necessary for the control and regulation of our thoughts, emotions and actions, enabling us to engage in adaptive, self- organized and goal-oriented behaviors. In this paper we aim to analyze the relationships between executive functions and learning disorders. The methodology used was applied in a qualitative approach, through which we conducted a bibliographic study in order to achieve greater theoretical basis, in the light of some authors, such as: ROCHA (2017), DIAS (2010), LURIA (2005) , PANTANO (2010), FONSECA (2016), MALLOY-DINIZ (2014), among others. With the study it was found that understanding the relationship between executive functions and learning disorders is important because it may favor the practice of educator who deals with children and adolescents who have some of these disorders, since interventions focused on the development of these disorders. These functions have been effective in the learning aspects of these students. Keywords: Executive Functions. Learning Disorders. Relationship. Learning. 15 REFERÊNCIAS ACAMPORA, B.. Neuropsicopedagogia: a interlocução entre Neurociências e aprendizagem. In: Waldir Pedro (Org.). Guia prático de Neuroeducação: Neuropsicopedagogia, Neuropsicologia e Neurociências. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2017, p. 31-67. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NEUROPSICOPEDAGOGIA. Disponível em: https://sbnpp.org.br/o-que-e-neuropsicopedagogia/. Acesso em: 23 ago. 2018. BLAIR, C. As Funções Executivas na Sala de Aula. In: Tremblay RE et al. Ed.Tema. 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