Buscar

Pericardite aguda

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Priscilla Prado – turma 22 B 1 
 Pericardite aguda 
O pericárdio é um saco fibroso composto por duas camadas : visceral e parietal. 
- Pericárdio visceral : camada única de células mesoteliais aderida ao epicárdio. 
- Pericárdio parietal : camada fibrosa composta por colágeno e fibria que envolve o coração, vasos e 
nervos. Sua inflamação gera dor por conta da sua invervação. Possui ligamentos fixados no diafragma e 
esterno para garantir ao coração uma posição fixa. 
Essas camadas são separadas por um espaço que normalmente contém de 15 a 30mL de fluido seroso. 
 
O pericárdio limita a dilatação cardíaca aguda e exerce uma pressão mecânica sobre todas as cavidades 
cardíacas durante o ciclo cardíaco por conta da sua propriedade inelástica, além de proteger o miocárdio 
contra infecções por ser um envoltório fechado e de secretar prostaglandinas que modulam os reflexos 
cardíacos e o tônus coronariano. Apesar da sua utilidade, a remoção do pericárdio não leva à consequências 
negativas para o paciente. 
 
Pericardite -> inflama camada parietal. Miocardite -> inflama camada visceral. 
 
Classificação das pericardites 
 
 
Constritiva : problema diastólico pois pericárdio encontra-se rígido, uma 
vez que cicatrizou. Há presença de B4 pois parede da cavidade 
encontra-se inelástica. 
 
 
 
Definição : processo inflamatório que acomete o pericárdio parietal, tendo como resultado uma síndrome 
clínica composta pela tríade dor torácica, atrito pericárdico e supra difuso de segmento ST. 
 
Priscilla Prado – turma 22 B 2 
Epidemiologia : mais comum em adultos homens. Compõe 5% das dores torácicas. 
 
Etiologia 
- Idiopática 
- Infecção viral : cocksackie, herpes, influenza, citomegalovírus 
- Infecção bacteriana, infecção fúngica e parasitária. 
- Após um infarto do miocárdio = síndrome de Dressler (após até 72h do IAM). 
- Doença auto imune : lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide. 
- Disfunções metabólicas : síndrome urêmica, hipotireoidismo. 
- Metástase neoplásica de CA mama e pulmão. 
- Radioterapia torácica 
- Traumas perfurantes ou procedimentos minimamente invasivos. 
 
Diagnósticos diferenciais : TEP (dor à nível de PS, mais diferencial para dispneia), síndrome coronária. 
 
Quadro clínico 
- Dor torácica retroesternal intensa e aguda : piora ao decúbito e respiração profunda. Melhora com 
posição sentada ou em posição genopeitoral (posição Mamometana). Mimetiza a dor pleurítica pois a 
distensão pericárdica empurra a língula pulmonar, gerando estímulo doloroso na pleura. É comum a irradiação 
para a região escapular devido o acometimento da invervação frênica. 
A dor acompanha taquicardia, hipofonese de bulhas e pode ter sintomas de IVAS se pericardite de origem 
viral. 
 
Exame físico : atrito pericárdico é o sinal patognomônico da doença, que encontra-se presente em 35% 
dos casos, podendo ir e voltar. Desaparece quando a pericardite evolui para derrame e tamponamento. 
 
Diagnóstico : anamnese + exame físico + quadro clínico + ECG 
Histórico recente de IVAS + dor torácica atípica + atrito pericárdico ao exame + ECG com supra difuso de 
ST = pericardite aguda. 
Eletrocardiograma -> elevação difusa do ST com concavidade para cima (tomar cuidado com ECG e IAM 
pois a conduta é outra. aVR possui concavidade para baixo). 
Priscilla Prado – turma 22 B 3 
Outros exames de imagem como tomografia, raio X, ressonância magnética e ecocardiografia, auxiliam no 
diagnóstico ao identificar espessamento pericárdico. 
Raio X : coração em moringa. Tomografia : “swinging heart”. 
Podemos ainda dosar troponina e PCR para avaliar a inflamação. 
 
ECG de pericardite aguda : 
supra difuso (de DI, DII, aVF, 
V1 – V6) : descarta IAM por 
SCA pois acomete muitas 
derivações, e a SCA se limita 
à algumas derivações 
apenas. 
 
ECG de derrame pericárdico 
pois amplitude encontra-se 
reduzida : < 5 quadradinhos 
em derivações de membros e 
< 10 quadradinhos em 
derivações precordiais. 
Ocorre alteração elétrica 
devido o efeito “Swinging 
heart”. 
 
 
Manuseio terapêutico 
Iibuprofeno (600-800 mg 3x/dia) ou AAS (2-4g/dia) por 10 - 14dias. 
Prednisona (0,2-0,5mg/kg/dia por 2-4semanas) nos casos de pericardite recorrente ou se baixa resposta 
aos AINEs ou para paciente que tem contraindicação à AINE como problema renal e úlcera gástrica. 
Colchicina : usar por 3 meses se primeiro episódio, ou por 6 meses se recorrência. Indicada para síndrome 
de Dressler refratária ou persistente e na pericardite idiopática. 
 
Priscilla Prado – turma 22 B 4 
Complicação : pericardite -> derrame pericárdico -> tamponamento cardíaco (20%) -> choque obstrutivo 
 
Derrame pericárdico 
Ocasionado principalmente por pericardite secundária à neoplasia ou infecções. 
O saco pericárdico pode acumular de 80 à 200mL de líquido agudamente e até 2L se acúmulo ocasionado 
de forma gradual. 200mL de líquido são suficientes para causar o tamponamento e todo o quadro clínico. 
O desenvolvimento do tamponamento depende mais da velocidade com a qual o acúmulo se faz do que o 
tamanho do derrame, uma vez que um derrame mais gradual desenvolve mecanismos adaptativos. 
Os sintomas surgem da compressão das estruturas ao redor do 
coração ou da insuficiência cardíaca diastólica e incluem dor 
torácica, dispneia, náusea, plenitude abdominal e disfagia. Com o 
aumento do derrame, sinais e sintomas de tamponamento podem 
ocorrer. 
Ao ECG, há baixa voltagem e alternância elétrica se o derrame 
for grande. Ao raio X, ocorre cardiomegalia se derrame > 250mL. 
Ao ecocardiograma, o derrame causa espaço livre de ecos entre 
o pericárdio visceral e parietal, e grandes derrames podem gerar 
o “balanço cardíaco”. 
A pericardiocentese diagnóstica deve ser realizada para 
diagnóstico diferencial de neoplasia, tuberculose, infecção 
fúngica ou bacteriana. A pericaridocentese terapêutica deve ser 
realizada nos casos com derrame de grande monta, para evitar 
surgimento do tamponamento. Nos derrames de pequena monta, 
podemos utilizar diuréticos para reduzir os sintomas. 
 
Tamponamento cardíaco 
Ocorre um grande acúmulo de líquido no espaço pericárdico, ao ponto de causar um aumento da pressão 
intrapericárdica com consequente compressão das cavidades e comprometimento hemodinâmico, levando 
à um quadro de choque obstrutivo. O AD é a cavidade com menor pressão, sendo a primeira a colabar 
diante do tamponamento. Já o VE, a cavidade mais musculosa, é a última a colabar. 
Priscilla Prado – turma 22 B 5 
Ocorre uma limitação do enchimento ventricular na diástole por conta da pressão pericárdica aumentada, 
resultando em baixo débito cardíaco. Como a contração do VE encontra-se limitada, a PD2VE diminui e por 
consequência, reduz a pressão capilar pulmonar. Para tentar compensar o baixo DC e manter a PA normal, 
o organismo aumenta a resistência vascular periférica. Ao comprimir o AD, reduz a pré-carga e ocasiona 
aumento da pressão venosa na veia cava superior e consequentemente na veia jugular, levando à estase 
venosa e sintomas de congestão sistêmica (essa redução da pré-carga ocorre pois como o AD encontra-
se reduzido, entrará menos sangue, mesmo que o retorno venoso esteja elevado). 
 
Sinais clínicos : tríade de Beck -> hipotensão (choque), distensão venosa jugular (sinal de Kussmaul), 
hipofonese de bulhas. 
Ocorre também PA pinçada, pulso paradoxal, taquicardia, hepatomegalia e dispneia. 
PA pinçada -> Ps reduzida e Pd alta 
Pulso paradoxal : queda da PAs > 10mmHg durante a inspiração profunda. 
O pulso paradoxal ocorre na inspiração profunda : a inspiração profunda leva à um aumento do retorno 
venoso e da área pulmonar de trocas gasosas. No paciente com uma pré carga normal, o pulmão capta 
um pouco do sangue que chega no lado D do coração e libera menos sangue para o lado E, porém essa 
diferença não causa sintomas. Já no paciente com uma pré carga reduzida devidoo tamponamento 
cardíaco, o pulmão terá pouco sangue disponível para captar, uma vez que chega pouco sangue no AD, 
gerando então uma redução da Psistólica no VE, ocasionando o pulso paradoxal. 
 
Diagnóstico : ecocardiograma transtorácico indica o 
colapso das cavidades, sendo o colapso do VD o mais 
acurado. Indica a necessidade de punção. 
Eletrocardiograma pode não ser característico, tendo 
alternância elétrica e baixa voltagem. 
 
Tratamento : pericardiocentese abaixo do apêndice xifoide e 
acima do diafragma – punção de Marfan. Feita com agulha de 
RAC, aspirando o líquido. Pouca quantidade de líquido aspirada já 
melhora os sinais clínicos do paciente, aumentando o DC e a PA.

Continue navegando