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FGV Matriz Direito Tributário

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Atividade individual
	Matriz de atividade individual
	Disciplina: Direito Tributário
	Módulo: 4
	Aluno: Giulia Massad Ruiz Arena
	Turma: PGO 1220-0_1
	Tarefa: Atividade Individual
	Análise da aplicação da imunidade tributária 
	Imunidades tributárias são consideradas como limites para a competência de tributar do Estado, sendo equipadas como “cláusulas pétreas”, que nem mesmo emenda Constituicional pode alterar. 
O Brasil, sendo um país laico, não adota como oficial nenhuma religião. Mas, ser laico não significa dizer que não exista previsão legal garantindo o direito ao pleno exercício religioso. A Constituição brasileira estabeleceu essa garantia em seu artigo 5º, inciso VI. 
A regra contida no artigo 150, inciso IV, alínea “b” tem por finalidade garantir a liberdade de culto, e isso abrange todo e qualquer tipo de templo religioso, já que não importa o tipo de religião que a pessoa é adepta.
1. Imóveis
Os imóveis da entidade religiosa, desde que devidamente registradas como associação religiosa sem fins lucrativos, ainda que alugados à particulares, gozam de imunidade tributária em relação aos impostos. 
Isso só é possível se a renda da associação for revertida para finalidade essencial da associação religiosa.
É o que diz expressamente o Recursos extraordinário 325.822/SP:
No julgamento do RE 325.822/SP, o Relator para o acórdão o Ministro Gilmar Mendes, assentou que a imunidade prevista no art. 150, VI, b, da Constituição impede a incidência de IPTU sobre imóveis de propriedade de entidade religiosa mas locados a terceiros, na hipótese em que a renda decorrente dos aluguéis é vertida em prol das atividades essenciais da entidade. Se a circunstância de a entidade religiosa alugar o imóvel de sua propriedade a terceiro, sem qualquer vínculo com ela, não afasta a imunidade mencionada, nada justifica o óbice ao gozo do benefício na hipótese de o bem em questão ser destinado à residência dos seus ministros religiosos. (ARE nº 694453 AgR / DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski)
Sendo assim, a imunidade prevista no referido artigo abrange não somente os prédios destinados ao culto, mas também o patrimônio, a renda e os serviços em relação à finalidade das entidades mencionadas. 
2. Veículos 
Interpretada de forma extensiva pelos tribunais superiores, todo e qualquer veículo licenciados em nome de igrejas serão imunes, exceto quando estiverem sendo utilizados para fins alheios à finalidade essencial da associação religiosa. 
Dessa forma, o STF decidiu que cabe ao contribuinte, e não ao Fisco, o ônus da prova sobre a relação entre o patrimônio e a finalidade da entidade religiosa, conforme previsto no artigo 150, § 4.º, da CF/1988, devendo esta provar que o veículo é utilizado para a sua atividade fim, ou seja, o culto e prática religiosa.
3. Pequenas lojas
A Constituição Federal de 1988 proibe expressamente os Estados e o Distrito Federal de instituir imposto sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com a finalidade essencial dos templos de qualquer culto, salvo quanto ao ICMS, o imposto relativo à comercialização de mercadorias.
Sendo assim, pela constituição, a imunidade tributária não se aplica às operações de vendas de mercadorias pelos templos, tais como: bíblias, livros de canto, véus, etc.
Entretanto, a SEFAZ/SP por meio da Resposta à Consulta nº 1.640/2013, manifestou-se sobre o assunto e expôs entendimento no sentido de que seria alcançada pela imunidade a venda, aos fiéis e às igrejas da mesma doutrina, de produtos religiosos, desde que a operação seja efetuada diretamente pelo templo (igreja); seja efetuada graciosamente ou, na hipótese de venda, que o valor cobrado seja igual ou inferior ao “preço de custo” ou ao “custo de reposição” do produto; e quando os produtos em questão sejam essenciais à prática do culto, devendo ser utilizados dentro das edificações do templo.
4. Restaurantes
Aplica-se aqui a mesma lógica que é aplicada às pequenas lojas. Se o restaurante do templo for destinado a alimentação dos fiéis no período da prática religioca, o mesmo também deve gozar de imunidade tributária constitucional.
5. Cemitério
Para o cemitério, desde que funcione como uma extensão da entidade religiosa, não tenha fins lucretivos, e se dedique exclusivamente à serviços religiosos e funerários, serão sim imunes à incidência de IPTU, conforme entendimento do STF, no julgamento do RE 578.562-9:
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IPTU. ARTIGO 150, VI, B, CB/88. CEMITÉRIO. EXTENSÃO DE ENTIDADE DE CUNHO RELIGIOSO. 1. Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles. 2. A imunidade aos tributos de que gozam os templos de qualquer culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da Constituição é, sobretudo do disposto nos artigos 5º, VI, 19, I e 150, VI, b. 3. As áreas da incidência e da imunidade tributária são antípodas. Recurso extraordinário provido. (STF - RE: 578562 BA, Relator: EROS GRAU, Data de Julgamento: 21/05/2008, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-172 DIVULG 11-09-2008 PUBLIC 12-09-2008 EMENT VOL-02332-05 PP-01070)
No caso acima, julgado pelo STF, o cemitério era anexo à capela no qual o culto da religião era praticado, tratando-se de parcela do patrimônio e portanto abrangido pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição.
	Referências bibliográficas
	ALEXANDRE, Ricardo. Direito tributário esquematizado. São Paulo: Método, 2007. 
BRASIL. Lei Nº 5.172, de 25 de Outubro de 1966. Código Tributário Naciona. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm> Acessado em: 10/01/2021. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acessado em: 15/01/2021.
QUINTANILHA, Gabriel. Direito Tributário [Apostila FGV de Direito Tributário]. Disponível em: <https://ls.cursos.fgv.br/d2l/lor/viewer/viewFile.d2lfile/299137/551814/downloads/direito_tributario.pdf> Acessado em: 16/01/2021.
SEFAZ/SP. Resposta à Consulta nº 1.640/2013. Disponível em: <https://legislacao.fazenda.sp.gov.br/Paginas/RC1640_2013.aspx> Acessado em: 16/01/2021.
Supremo Tribunal Federal. RE 578.562-9 BAHIA. Disponível em: <https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STF/IT/RE_578562_BA-_21.05.2008.pdf?AWSAccessKeyId=AKIARMMD5JEAD4VJ344N&Expires=1610831701&Signature=stS6wN%2FxfFf%2Bs7Htf6s3q3tzihI%3D> Acessado em: 16/01/2021.
	
	
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