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LIVRO FITOTERAPIA EM NUTRIÇÃO CLÍNICA - UNITRI-2

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Prévia do material em texto

ORGANIZADORAS 
CRISTIANA ARAÚJO GONTIJO 
 ISIS DANYELLE DIAS CUSTÓDIO 
 
 
 
 
 
 
 
FITOTERAPIA EM 
NUTRIÇÃO CLÍNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNITRI 
Centro Universitário do Triângulo 
2017 
 
 
Fitoterapia em Nutrição Clínica 
Direitos de edição reservados à UNITRI – Centro Universitário do Triângulo. 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser 
reproduzida, apropriada e estocada, por qualquer forma ou meio, sem autorização 
do detentor dos seus direitos de edição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fitoterapia em nutrição clínica / [organizadoras] Cristiana Araújo Gontijo, Isis 
Danyelle Dias Custódio. - Uberlândia, Minas Gerais: UNITRI Centro Universitário do 
Triângulo, 2017. 
 
Inclui bibliografia. 
ISBN 978-85–60926-09-1 
 
 1. Fitoterapia. 2. Nutrição Clínica. I. Gontijo, Cristiana Araújo. II. Custódio, Isis 
Danyelle Dias. 
CDD 612.3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
CAPÍTULO I - FITOTERAPIA NO TRATAMENTO DA DISLIPIDEMIA----------------- 4 
CAPÍTULO II - PLANTAS MEDICINAIS NO TRATAMENTO DA DISLIPIDEMIA: 
Cynara scolymus, Camellia sinensis, Ilex paraguariensis, Solanum melongena 
L. e Plantago ovata --------------------------------------------------------------------------------- 25 
CAPÍTULO III - FITOTERAPIA NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL 
SISTÊMICA -------------------------------------------------------------------------------------------- 35 
CAPÍTULO IV - FITOTERAPIA E OBESIDADE --------------------------------------------- 48 
CAPÍTULO V - FITOTERAPIA E DIABETES MELLITUS -------------------------------- 61 
CAPÍTULO VI - FITOTERAPIA E SISTEMA IMUNOLÓGICO: Bowdichia 
virgiloides Kunth ----------------------------------------------------------------------------------- 74 
CAPÍTULO VII - FITOTERAPIA NO TRATAMENTO DE GASTROPATIAS -------- 84 
CAPÍTULO VIII - FITOTERAPIA E SISTEMA OSTEOARTICULAR ------------------ 95 
CAPÍTULO IX - FITOTERAPIA E SISTEMA INTESTINAL ----------------------------- 119 
CAPÍTULO X - FITOTERAPIA NO TRATAMENTO DA RETOCOLITE 
ULCERATIVA --------------------------------------------------------------------------------------- 132 
CAPÍTULO XI - ADAPTÓGENOS ------------------------------------------------------------- 138 
CAPÍTULO XII- FITOTERÁPICOS NO CICLO DE VIDA MATERNO-INFANTIL - 162 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO I - FITOTERAPIA NO TRATAMENTO DA DISLIPIDEMIA 
 Flávia Fernandes de Oliveira Rodrigues e Lúcia Endriukaite 
 
DISLIPIDEMIA 
 
A dislipidemia compreende um dos principais fatores de riscos para o 
desenvolvimento de doenças cardiovasculares e o aparecimento da aterosclerose 
(SBC, 2013). Caracteriza-se por altos níveis plasmáticos de colesterol total (CT), 
lipoproteína de baixa densidade (LDL-C), triglicerídeos (TG) e baixas concentrações 
de lipoproteína de alta densidade (HDL-C) (MILLER, 2003). 
As doenças cardiovasculares são responsáveis pelas altas taxas de 
mortalidade e morbidade em todo o mundo. Diante dessas consequências, o 
tratamento da dislipidemia é de extrema importância para a prevenção de infarto 
agudo do miocárdio, doença aterosclerótica arterial coronária, acidente vascular 
cerebral e doenças coronarianas (SBC, 2007). 
Dentre os tratamentos utilizados para combater a dislipidemia cita-se o uso de 
medicamentos hipolipemiantes, redução do consumo de alimentos ricos em 
carboidratos e gorduras, adoção de hábitos alimentares saudáveis e prática de 
atividade física (ALIBASIC et al., 2015; MUSUNURU, 2010). O uso de estatinas, 
drogas inibidoras da HMG-COA Redutase (3-hidroxi-3methyl-glutaril-Coa redutase) 
que é uma enzima que participa da via metabólica de produção de colesterol, 
apresentam eficácia na redução da hipercolesterolemia e prevenção de doenças 
cardiovasculares (SBC, 2013). Apesar de sua eficácia, pode causar efeitos 
colaterais, como aumento das transaminases hepáticas e dor ou fraqueza muscular 
(ARMITAGE et al., 2009). 
A fitoterapia tem sido utilizada na medicina popular, desde a antiguidade, para 
tratamentos de diversas patologias (AKINDAHUNSI; OLALEVE, 2003). Constitui 
uma das alternativas que vem complementar a prescrição dietética desde que 
tenham embasamento científico ou uso tradicional reconhecido. Contudo, a 
utilização dos fitoterápicos deve ser prescrita por profissionais especialistas em 
fitoterapia, para maior segurança (CNF, 2013). 
 
 
4 
 
 
FITOTERAPIA NO TRATAMENTO DA DISLIPIDEMIA 
 
A dislipidemia pode resultar em várias complicações como doenças 
cardiovasculares, aterosclerose e acidente vascular cerebral, além de estar 
associada à síndrome metabólica (SBC, 2013). A manutenção dos níveis de HDL-C, 
CT e LDL-C dentro dos valores de referências auxiliam na proteção contra estas 
enfermidades (SBC, 2007). A prevenção e o tratamento são importantes para evitar 
complicações futuras. O uso da fitoterapia tem se destacado por ser de origem 
vegetal e possuir fitoquímicos que são capazes de promover benefícios no 
tratamento de patologias quando utilizados adequadamente (BRASIL, 2006; CNF, 
2013). 
Este capítulo apresenta quatro fitoterápicos com propriedades 
hipolipemiantes, mostrando benefícios no tratamento da dislipidemia: Alho (Allium 
sativum L.), Uva (Vitis vinifera L.), “Sementes pretas” (Nigella sativa L.) e Hibisco 
(Hibiscus sabdariffa L.). Os efeitos hipolipemiantes mencionados apresentam 
relevância significativa, baseada em evidências científicas. 
 
ALHO (Allium sativum L.) 
 
O alho (Allium sativum L.) da família Liliaceae é constituído por compostos de 
enxofre, destacando-se a alicina, que possui atividade antioxidante e hipolipemiante, 
sendo indicado como coadjuvante na proteção de doenças cardiovasculares e 
aterosclerose (LAU, 2006; YIN et al., 2012). Além desses benefícios, o alho possui 
também propriedades antibacteriana, antitrombótica, hipotensora e antioxidante 
(LAU, 2006; MOZAFFARI et al, 2014; RIED; TRAVICA; SALI, 2016; RAHMAN; 
LOWE; SMITTH, 2016). As propriedades hipolipemiantes do alho podem estar 
relacionadas com redução da enzima HMG-Coa Redutase, que participa da via 
metabólica de produção de colesterol (RAI; SHARMA; TIWARI, 2009). 
O Allium sativum L. em cinco artigos identificados (ASHRAF et al., 2005; 
SOBENIN et al., 2008; SOBENIN et al., 2010; YIN et al., 2012; EBRAHIMI et al., 
2015) apresentou redução do perfil lipídico, conforme pode ser verificado no Quadro 
1. 
 
5 
Quadro 1. Efeitos do Allium sativum L. no tratamento da dislipidemia. 
Referência Alvo Planta medicinal Estudo Dose Tempo Resultados 
 
 
Ashraf et al., 
2005 
Dislipidemia Allium sativum L. 
comprimido 
Humanos 
(n=70) 
300mg (contendo 
1,3% alicinas) duas 
vezes ao dia 
12 semanas ↓ CT, ↓ LDL-C e ↑ HDL-C 
 
 
Sobetin et al., 
2008 
Hipercolesterolemia Allium sativum L. em 
pó 
Humanos 
(n=42) 
600mg/dia 12 semanas ↓ CT, ↓ LDL-C e ↑ HDL-C 
Sobenin et al., 
2010 
Hipercolesterolemia 
e doença cardíaca 
Allium sativum L. em 
pó comprimido 
Humanos 
(Homens n=28; 
mulheres n=23). 
150mg duas vezes 
por dia 
12 meses ↓ CT, ↓ LDL-C (homens e mulheres). 
↓ 1,5 vezes risco cardíaco (Homens) 
↓ 1,3 vezes risco cardíaco (Mulheres) 
Yin et al., 2012 Hipercolesterolemia Alicina em pó Ratos 
(n=24) 
5, 10 e 20mg/kg/dia 12 semanas ↓ CT, ↓ LDL-C e ↓ TG em todas as 
doses, principalmente na dose de 
20mg/kg/dia. 
Ebrahimi et al., 
2015 
Hipercolesterolemia Extrato seco de 
Allium sativum L. 
Ratos 
(n=40) 
200 e 400mg/kg/dia Duas e quatro 
semanas 
↓ LDL-C e ↑ HDL-C, principalmente na 
dose de 400mg/kg/dia. 
LDL-C= Lipoproteína de baixa densidade; CT=Colesterol total; TG= Triglicerídeos; HDL-C= Lipoproteína de alta densidade; ↓ Redução; ↑ Aumento; mg: Miligramas; kg: 
quilogramas; n=número. 
6 
Em estudo duplo-cego randomizado de Ashraf et al. (2005), foi utilizado 
comprimido de alho com dose de 300mg (contendo1,3% de alicina) duas vezes ao 
dia, durante 12 meses em pacientes com dislipidemia e portadores de Diabetes 
Mellitus Tipo 2, tendo sido verificada redução significativa de CT (-28mg/dL, -12,03% 
p=<0,001), LDL-C (-30mg/dL, -17,99% p=<0,001) e aumento de HDL-C (3,35mg/dL, 
8,81% p=<0,05). Entretanto, houve um pequeno aumento de TG, mas não 
significativo em relação ao grupo placebo. O estudo mostrou que o alho apresenta 
benefícios no tratamento da dislipidemia e, além disso, teve uma boa tolerância 
pelos pacientes. 
Sobenin et al. (2008) em estudo duplo-cego randomizado, utilizaram 
comprimidos de alho na dose de 600mg/dia, observando-se ao final de 12 semanas, 
redução de 11,5% no CT (p=0,005) e 13,8% do LDL-C (p=0,009), em comparação 
com o grupo placebo. O HDL-C aumentou significativamente após oito semanas, 
apresentando no final aumento de 11,5% (p<0,0013) (SOBENIN et al., 2008). O alho 
apresentou efeitos moderados e significativos após oito e 12 semanas de 
tratamento, respectivamente, em 42 homens com hipercolesterolemia leve 
(SOBENIN et al., 2008). 
 Em outro estudo duplo-cego randomizado de Sobenin et al. (2010), a dose de 
150mg de alho em comprimido, duas vezes por dia, durante 12 meses, em 51 
pacientes com doença arterial coronariana, apresentou reduções no CT e LDL-C de 
32,9 mg/dL em homens (p<0,05) e de 27,3mg/dL em mulheres. Houve melhorias do 
TG e HDL-C, mas não atingiu as estatísticas. O efeito do alho sobre o LDL-C foi o 
principal contribuinte para as reduções do risco cardiovascular de 1,5 vezes menor 
em homens (p<0,05) e cerca de 1,3 vezes menor em mulheres (SOBENIN et al., 
2010). O alho possui efeitos terapêuticos significativos e seguros em relação aos 
efeitos adversos, assim pode ser utilizado como coadjuvante no tratamento da 
dislipidemia e pode proporcionar prevenção secundária da aterosclerose em 
pacientes portadores de doenças cardiovasculares (SOBENIN et al., 2010). 
 Yin et al. (2012) realizaram estudo experimental em ratos, com utilização de 
doses de 5mg/kg, 10mg/kg e 20mg/kg peso/dia de alicina, uma substância presente 
no alho. Houve redução do CT, LDL-C e triglicerídeos nas três doses. Não houve 
relatos de alterações significativas do HDL-C em nenhuma das doses. Com a dose 
de 20mg/kg peso/dia, houve maior redução de LDL-C, menor acúmulo de lipídeos 
7 
 
 
nas células hepáticas, além de ter proporcionado maior redução de peso e menor 
consumo de alimentos nos animais. A alicina possui potencial para baixar o 
colesterol, prevenir doenças ateroscleróticas e sem evidencias de toxicidade. 
 O extrato seco de alho possui propriedades hipolipemiantes significativas 
comprovadas em estudo com ratos alimentados com dieta rica em gordura, no qual 
foi utilizado extrato de alho na dose de 200mg/kg/dia e 400mg/kg/dia durante duas e 
quatro semanas. Houve redução das concentrações de LDL-C e aumento de HDL-C 
nas duas doses, especialmente na dose de 400mg/kg/dia. (EBRAHIMI et al., 2015). 
A redução do LDL-C e o aumento de HDL-C possui efeito favorável para a 
prevenção de doença arterial coronariana (EBRAHIMI et al., 2015). 
 
UVA (Vitis vinifera L.) 
 
Vitis vinifera L. (uva) pertence à família das vitáceas, de origem europeia, é 
muito cultivada para a produção de vinhos (KAMMER et al., 2004). Esta planta é rica 
em polifenóis, antocianinas, catequinas e flavonoides presentes nas cascas e 
sementes (KAMMER et al., 2004). As proantocianidinas, encontradas nas sementes, 
são eficazes na redução da adipogênese, proteção contra radicais livres, inibição da 
trombogênese, modulação da atividade de enzimas na ciclooxigenase e 
lipooxigenase. (SANO et al., 2007). Vitis vinifera L. possui eficácia na proteção e 
tratamento de doenças cardiovasculares (SANO et al., 2005). 
Nos quatros artigos selecionados (YUBERO et al., 2013; CAO et al., 2015; 
THIRUCHENDURAN et al., 2010; RAZAVI et al., 2013) sobre a utilização da Vitis 
vinifera L., foram identificados resultados positivos com relação à redução do perfil 
lipídico e, principalmente, contra a oxidação de radicais livres, conforme pode ser 
verificado no Quadro 2. 
 
 
 
 
 
 
 
8 
Quadro 2. Efeitos de Vitis vinifera L. no tratamento da dislipidemia. 
Referência Alvo Planta medicinal Estudo Dose Tempo Resultados 
Thiruchenduran 
et al., 2010 
Hipercolesterolemia Sementes de Vitis vinifera 
L. em pó 
(proantocianidinas) 
Ratos (n=24) 100mg/kg peso/dia 30 dias ↓ da oxidação de LDL-C e ↑ do 
HDL-C 
Razavi et al., 
2013 
Hipercolesterolemia 
leve 
Extrato seco de semente 
de Vitis vinifera L. 
Humanos (n= 52) 100mg 2 vezes ao 
dia 
8 semanas ↓ CT; 
↓ LDL-C;↓ OX-LDL-C 
Yubero et al., 
2013 
Hipercolesterolemia Extrato seco de Vitis 
vinifera L. (cascas -
polifenóis) 
Humanos 
(Homens n=29) 
(Mulheres n=31) 
700mg/dia 56 dias ↓ CT; ↓LDL-C; 
↓ LDL/HDL-C 
 
Cao et al., 2015 Placa na artéria 
carótida 
Extrato seco de semente 
de Vitis vinifera L. 
Humanos (n= 287) 200mg/dia 24 meses ↓ da progressão e do Índice da 
placa da artéria carótida; 
Desaparecimento de 39 placas 
ateroscleróticas. 
LDL-C= Lipoproteína de baixa densidade; CT=Colesterol total; OX-LDL-C= partícula de lipoproteína de baixa densidade oxidativa; HDL-C= Lipoproteína de alta 
densidade; ↓ Redução; ↑ Aumento; mg: Miligramas; kg: quilogramas; n=número. 
9 
 
Em um estudo de Thiruchenduran et al. (2010), o extrato de proantocianidinas 
de sementes de Vitis vinifera L. na dose de 100mg/kg/peso durante 30 dias 
apresentou efeito cardioprotetor em ratos com hipercolesterolemia induzida por dieta 
contendo 4% de colesterol e 1% de ácido eólico. Vitis vinifera L. foi capaz de reduzir 
lipídios para próximo dos níveis normais, atenuar os efeitos da oxidação de LDL-C, 
aumentar HDL-C e reduzir apoptose. O estudo sugere que proantocianidinas possui 
capacidade de reduzir os radicais livres e inibir a absorção de colesterol. 
 Razavi et al. (2013), em um ensaio clínico cruzado com 52 indivíduos com 
hipercolesterolemia leve, relataram que extrato seco de sementes de uva na dose de 
100mg, duas vezes ao dia, manhã e noite, durante oito semanas, reduziu CT (-
10,68±26,76mg/dL) (p=0,015); LDL-C (-9,66±23,92mg/dL) (p=0,014) e OX-LDL-C (-
5,47±12,12mg/dL) (p=0,008). O OX-LDL-C representa partículas de lipoproteína de 
baixa densidade oxidativa que leva ao desenvolvimento de aterosclerose. Houve 
reduções de TG e VLDL-C e aumento de HDL-C, mas não considerados 
significantes. Extrato de sementes de uva possui efeito antioxidante, hipolipemiante 
e cardioprotetor (RAZAVI et al., 2013). 
Em ensaio clínico randomizado com 60 voluntários, Yubero et al. (2013) 
identificaram que o extrato seco de Vitis vinifera L. na dose de 700mg/dia, durante 
56 dias, foi benéfico na redução dos níveis sanguíneos de colesterol e LDL-C. O 
colesterol inicial com média de 247,43mg/dl reduziu para 213,77 mg/dl (p=0,01); 
LDL-C inicial de 166,67mg/dl reduziu para 142,17mg/dl (p=0,02); e relação de 
LDL/HDL inicial de 3,84mg/dl reduziu para 3,08mg/dl (p=0,018), ressaltando o efeito 
deste extrato na redução do risco de doenças cardiovasculares. 
O extrato seco de sementes de Vitis vinifera L. na dose de 200mg/dia foi 
eficaz na redução de 4,2% e 5,8% da progressão da placa da artéria carótida após 
seis e 24 meses, respectivamente, em 287 pacientes (CAO et al., 2015). Além disso, 
foi verificada redução do Índice da placa em 10,9% após seis meses e em 33,1% 
após 24 meses, em relação ao grupo placebo (CAO et al., 2015). Após o tratamento 
por 24 meses, o extrato seco de semente de uva foi capaz de reduzir a placa, 
impedir o crescimento e causar o desaparecimento de 39 placas da artéria carótida, 
umas das consequências mais avançadas da dislipidemia (CAO et al., 2015). Os 
pacientes não relataram nenhum efeito adverso. O extrato seco de sementes de 
10 
 
 
Vitis Vinifera L. possui efeitos benéficos na redução de lesão ateroscleróticae 
eventos cardiovasculares (CAO et al., 2015). 
 
SEMENTES PRETAS (Nigella sativa L.) 
 
A Nigella sativa L., da família Ranunculaceae, é conhecida popularmente 
como “sementes pretas”, muito utilizadas nas áreas do Mediterrâneo e na Índia para 
o tratamento de patologias (MAHMOUD; EL-ABHAR; SAHEH, 2002). As sementes 
são altamente nutritivas, fontes ricas em ácidos graxos linoleicos e oleicos e possui 
composto como a timoquinona que podem conferir a atividade hipolipemiante 
(NICKAVAR et al., 2003).O seu mecanismo de ação no tratamento da dislipidemia 
pode estar relacionado com a redução da síntese de colesterol pelos hepatócitos, 
estimulação da síntese de ácidos biliares, redução da peroxidação lipídica, aumento 
dos receptores de LDL-C e menor absorção de colesterol dietético pelo intestino 
(AL-NOGEEP et al., 2009). 
Nigella sativa L. promoveu reduções do perfil de lipídeos em sete artigos 
selecionados (TASAWAR et al., 2011; SABZAGHABAEE et al., 2012; KAATABI et 
al., 2012; AHMAD; BEG, 2013; ALOBAIDI, 2014; IBRAHIM et al., 2014; MUNEERA; 
MAJEED; NAVEED, 2015), conforme presente no Quadro 3. 
11 
 
 
 
Quadro 3. Efeitos de Nigella sativa L. no tratamento da dislipidemia. 
Referência Alvo Planta medicinal Estudo Dose Tempo Resultados 
Tasawar et al., 
2011 
Dislipidemia e 
doença coronariana 
Cápsula de sementes 
de Nigella sativa L. 
Humanos (n=80) 500mg/dia 6 meses ↓ CT, ↓ LDL-C, ↓VLDL-C, ↓TG e ↑HDL-C 
Sabzahabaee et 
al., 2012 
Dislipidemia Cápsulas de sementes 
de Nigella sativa L. 
Humanos (n=74) 2g/dia 4 semanas ↓CT, ↓LDL-C e ↓TG. 
Kaatabi et al., 
2012 
Dislipidemia em 
pacientes 
diabéticos tipo 2 
Cápsulas de sementes 
de Nigella sativa L. 
Humanos (n=71) 1, 2 e 3g/dia 12 
semanas 
1g= ↑ HDL-C 
2g= ↓CT, ↓ TG, ↓LDL-C e ↑ HDL-C/LDL-c 
(dose mais eficaz) 
3g= ↓ CT 
Ahmad; Beg, 
2013 
Hipercolesterolemia Extrato metanólico de 
óleo de Nigella sativa 
L. e óleo volátil 
Ratos (n=20) 100mg/dia de extrato 
metanólico e 20mg/dia 
de óleo volátil 
30 dias 100mg/dia extrato metanólico: ↓ LDL-C, ↓ 
TG, ↓TC, ↓VLDL-C e ↑HDL-C (mais eficaz) 
20mg/dia de óleo volátil: ↓ LDL-C, ↓ TG, 
↓CT, ↓VLDL-C e ↑HDL-C 
Alobaidi, 2014 Dislipidemia Cápsula de pó de 
Nigella sativa L. e 
cápsula de óleo de 
Allium sativum L. 
Humanos 
(Homens n=127; 
mulheres n=131) 
500mg/dia Nigella 
sativa L., 250mg/dia 
Allium sativum L. e 
10mg/dia sinvastatina 
8 semanas ↓CT, ↓TG, ↓LDL-C e ↑HDL-C 
Ibrahim et al., 
2014 
 Mulheres com 
menopausa 
Cápsula de sementes 
de Nigella sativa L. 
Mulheres 
(n=30) 
1g/dia 8 semanas ↓ LDL-C, ↓TG, ↓ CT, ↑ HDL-C 
 
Muneera; Majeed; 
Naveed, 2015 
Hipercolesterolemia Sementes de Nigella 
sativa L. em pó 
Ratos (n=30) 1000mg/kg/dia 6 semanas ↓CT, ↓ LDL-C, ↓ TG e ↑ HDL-C. 
LDL-C= Lipoproteína de baixa densidade; CT=colesterol total; TG= triglicerídeos; VLDL-C= lipoproteína de muita baixa densidade; HDL-C= lipoproteína de alta densidade; 
↓ Redução; ↑ Aumento; mg: miligramas; kg: quilogramas; n=número. 
12 
 
 
O estudo experimental com intervenção de Tasawar et al. (2011) avaliou o 
efeito de cápsulas de 500mg/dia de pó de sementes de Nigella sativa L. em 80 
indivíduos durante seis meses. A associação de Nigella sativa L. com estatina 
apresentou melhores resultados, com reduções de 14,58% no CT, 23% no LDL-C, 
15,16% no VLDL-C, 15,16% no TG e aumento de 3,18% no HDL-C (p<0,05), quando 
comparado ao grupo que recebeu somente estatina, nas doses de 10 e 20 mg/dia 
(TASAWAR et al., 2011). O grupo que recebeu somente estatinas obteve reduções 
de 1,17% no CT; 4,13%no LDL-C; 2,12% no TG; 3,10% no VLDL-C, porém não 
significativas (p>0,05); e aumento de HDL-C em 5,87% (p<0,05) (TASAWAR et al., 
2011). Este estudo ressalta benefícios superiores da associação de Nigella sativa L. 
com estatinas no tratamento da dislipidemia, em comparação à utilização isolada de 
estatinas (TASAWAR et al., 2011). As estatinas são drogas utilizadas no tratamento 
da aterosclerose e que podem apresentar efeitos colaterais, principalmente no 
fígado (LIBBY et al., 2009). 
Sabzaghabaee et al. (2012) relataram em um estudo de ensaio clínico 
randomizado que cápsulas de sementes de Nigella sativa L., na dose 2g/dia em 74 
indivíduos, reduziram 4,78% no CT; 7,6% no LDL-C e 16,65% no TG, após quatro 
semanas. Entretanto, não apresentou alterações significativas no HDL-C. Logo, 
Nigella sativa L. possui efeitos terapêuticos favorável no tratamento da dislipidemia. 
Kaatabi et al. (2012) em um estudo prospectivo, analisaram cápsulas de 1, 2 
e 3g/dia de pó de sementes de Nigella sativa L. sobre o perfil lipídico de pacientes 
com Diabetes Mellitus tipo 2, durante 12 semanas. Os pacientes que receberam a 
dose de 1g/dia apresentaram aumento do HDL-C, após quatro semanas, sem 
intervenção nos outros parâmetros do perfil de lipídeos. A dose de 2g/dia foi a mais 
eficaz, tendo sido identificadas reduções no CT de 11,1%; TG de 22,2% e LDL-C de 
16,8%, bem como aumento do HDL-C em relação ao LDL-C após 12 semanas. A 
dose de 3g/dia não foi mais eficiente que a de 2g/dia, tendo resultado significativo 
apenas na redução de colesterol total. O tratamento da dislipidemia é de extrema 
importância, pois quando associada à Diabetes Mellitus tipo 2, contribui para o 
aumento do risco de doenças cardiovasculares (KUMAR; SINGH, 2010). 
Ahmad e Beg (2013) em estudo experimental mostraram que o extrato 
metanólico de 100mg/dia de óleo de sementes de Nigella sativa L. reduziu TG em 
50%, CT em 60%, LDL-C em 68%, VLDL-C em 49%, e aumentou HDL-C em 23%. 
13 
 
 
Ao passo que, o óleo volátil de 20mg/dia reduziu o TG em 32%, CT em 61%, LDL-C 
em 67%, VLDL-C em 32%, e aumentou HDL-C em 12%, também durante um 
período de 30 dias, em ratos hipercolesterolêmicos. Em ambos os casos, ocorreu 
redução da atividade da HMG-COA Redutase hepática. Os triglicerídeos foram 
reduzidos para níveis próximos aos normais em ambas às frações de testes. 
Ácido linoleico, timoquinona e ácido palmítico nos extratos metanólicos, e de 
timoquinona, timol e carvacrol no óleo volátil, são os compostos que conferem as 
atividades hipolipemiantes, antioxidantes e antiterogênicas da Nigella sativa L. para 
o tratamento da dislipidemia e doenças cardiovasculares (AHMAD; BEG, 2013). 
Alobaidi (2014) em um estudo prospectivo, duplo-cego durante oito semanas 
com 258 pessoas, encontrou eficácia superior na correção da dislipidemia com a 
combinação de cápsulas de 500mg/dia de pó de sementes de Nigella sativa L., 
sinvastatina 10mg/dia e 250mg/dia de cápsulas de óleo de alho, em comparação ao 
uso isolado de sinvastatina 10mg/dia. O grupo que recebeu sinvastatina, Nigella 
sativa L. e Allium sativum L. apresentou redução do CT inicial de 217 mg/dL para 
176 mg/dL; LDL-C de 139,4 mg/dL para 98,3mg/dL; TG de 199mg/dL para 
159mg/dL; e aumento de HDL-C de 37,8 mg/dL para 45mg/dL. O grupo que recebeu 
apenas sinvastatina apresentou redução de TG inicial de 201 mg/dL para 187mg/dl; 
LDL-C de 134,7mg para 119,1mg/dl; CT de 213,6mg para 198,6mg/dL (p≤ 0,01); e 
aumento do HDL-C de 38,1mg/dL para 42,1mg/dL (p=0,02) (ALOBAIDI, 2014). O 
sinergismo de drogas com o mesmo mecanismo de ação pode trazer eficácia 
superior no tratamento da dislipidemia (VENKATARAMAN et al., 2004), podendo-se 
evitar o uso de grandes doses de estatinas, visto que os efeitos colaterais podem ser 
dose-dependentes (MOREYRA; WISON; KORAYM, 2005). 
 Sementes de Nigella sativa L. em pó também apresentaram benefícios na 
dose de 1g/dia, em estudo experimental realizado por Ibrahim et al. (2014), durante 
oito semanas, em mulheres com menopausa. Houve redução de 26,60% no LDL-C; 
35,10% no TG; 9,52% no CT; 9,52% na glicose (p<0,05) e aumento de 8,13% no 
HDL-C (p˂0,05) (IBRAHIM et al., 2014). Nigella sativa L. apresentou neste estudo, 
melhorias do perfil lipídico e da glicose, que são dois parâmetros da síndrome 
metabólica(IBRAHIM et al., 2014). A menopausa é uma fase fisiológica em que 
ocorrem mudanças nos níveis hormonais, estando relacionada ao aumento do risco 
para síndrome metabólica (SCHEIDER et al., 2006; WELLONS et al., 2012). 
14 
 
 
Muneera; Majeed; Naveed (2015), em um estudo de ensaio randomizado em 
ratos com dose de 1000mg/kg/dia de sementes de Nigella sativa L., após seis 
semanas, mostraram efeitos semelhantes quando comparado com sinvastatina na 
dose de 20mg/dia. O grupo que recebeu Nigella sativa L. apresentou reduções de 
48,4% no CT; 70% no LDL-C; 25,3% no TG; e aumento do HDL-C em 53,57%. O 
grupo que recebeu sinvastatina apresentou aumento significativo dos níveis de ALT 
(Alanina transaminase), enzima relacionada à disfunção hepática. Nigella sativa L. 
possui função protetora da função hepática e, portanto, pode ser uma alternativa 
melhor do que a sinvastatina no tratamento da dislipidemia sem efeitos colaterais. 
 
Hibiscus sabdariffa L. 
 
 Hibiscus sabdariffa L. da família Malvaceae, possui atividade 
hipocolesterolemica pela presença de polifenóis e antocianinas que são flavonoides 
que possuem efeitos benéficos na prevenção de doenças cardiovasculares. Hibiscus 
sabdariffa L. é muito utilizada na medicina popular como antibacteriana, 
antiespasmódica, anti-hipertensiva e antifúngica, sendo cultivada no Brasil, Caribe, 
Austrália, Índia, América Central, África, Filipinas e Estados Unidos (MAHADEVAN; 
KAMBOJ, 2008; MAZAFFARI- KHOSRAVI; JALALI, 2009). 
Os efeitos hipolipemiantes de Hibiscus sabdariffa L. no tratamento da 
dislipidemia foram mencionados nos seis artigos selecionados (HIRUNPANICH et 
al., 2006; LIN et al., 2007; OCHANI; MELLO, 2009; GURROLA et al., 2010; GOSAIN 
et al., 2010; SABZGHABAEE et al., 2013), conforme apresentado no Quadro 4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
Quadro 4. Efeitos de Hibiscus sabdariffa L. no tratamento da dislipidemia. 
Referência Alvo Planta medicinal Estudo Dose Tempo Resultados 
Hirunpanich 
et al., 2006 
Hipercolesterolemia Extrato aquoso de 
cálices de Hibiscus 
sabdariffa L. 
Ratos 
(n=42) 
250mg/kg/dia, 
500mg/kg/dia e 
1000mg/kg/dia 
6 semanas Dose de 250mg/kg/dia: (não apresentou alterações 
significativas no perfil de lipídeos) 
Dose de 500mg/kg/dia: ↓ CT, ↓ TG, ↓ LDL-C. 
Dose de 1000mg/kg/dia: ↓ CT, ↓ TG, ↓ LDL-C. 
Lin et al., 
2007 
Hipercolesterolemia Extrato seco de flores 
de Hibiscus sabdariffa 
L. 
Humanos 
(n=42) 
500mg (2,5 
antocianinas, 1,7% 
polifenóis e 1,43% 
de flavonóides) 
4 semanas Uma cápsula (três vezes ao dia): ↓ CT 
Duas cápsulas (três vezes ao dia): ↓CT (mais eficaz) 
Três cápsulas (três vezes ao dia): ↓ CT 
Ochani; 
Mello, 2009 
Hipercolesterolemia Extrato etanólico de 
cálices e Extrato 
etanólico das folhas de 
Hibiscus sabdariffa L. 
Ratos 
(n=30) 
500mg/kg/dia 30 dias Extrato etanólico de cálices: ↓ CT, ↓ LDL-C, ↓ VLDL-C, ↓ 
TG e ↑ HDL-C. (mais eficaz) 
Extrato etanólico das folhas: ↓ CT, ↓ LDL-C, ↓ VLDL-C, ↓ 
TG e ↑ HDL-C. 
Gurrola et 
al., 2010 
Síndrome 
metabólica 
Extrato seco de 
cálices de Hibiscus 
sabdariffa L. 
Humanos 
(n=152) 
100mg/dia 1 mês ↓ CT, ↓ TG e ↑ HDL-C 
Gosain et 
al., 2010 
Hipercolesterolemia Extrato etanólico de 
folhas de Hibiscus 
sabdariffa L. 
Ratos 
(n=42) 
100, 200 e 
300mg/kg/dia 
4 semanas 100mg/kg/dia (não apresentou alterações significativas) 
200mg/kg/dia: ↓ CT, ↓ TG, ↓ LDL-C e ↓ VLDL-C. 
300mg/kg/dia: ↓ CT, ↓ TG, ↓ LDL-C e ↓ VLDL-C. 
Sabzghabae
e et al., 
2013 
Dislipidemia Hibiscus sabdariffa L. 
(cálices) em pó 
Adolesce
ntes 
(n=72) 
2 g/dia 1 mês ↓ CT, ↓ LDL-C e ↓ TG 
 
 
LDL-C= Lipoproteína de baixa densidade; CT= Colesterol total; TG= Triglicerídeos; VLDL-C= lipoproteína de muita baixa densidade; HDL-C= lipoproteína de alta 
densidade; ↓ Redução; ↑ Aumento; mg: Miligramas; kg: kilogramas. 
16 
 
 
Hirunpanich et al. (2006) avaliaram os efeitos de extratos aquosos de cálice 
de Hibiscus sabdariffa L. nas doses de 250, 500 e 1000mg/kg/dia em ratos com 
hipercolesterolemia, durante seis semanas. A dose de 500mg/kg/dia reduziu o CT 
em 22% (p<0,001), TG em 33% e LDC-C em 22% (p<0,05); a dose de 
1000mg/kg/dia reduziu CT em 26% (p<0,001), TG em 28% (p<0,05), LDL-C em 32% 
(p<0,05); enquanto a dose de 250mg/dia não apresentou reduções significativas no 
CT, LDL-C e TG. Os níveis de HDL-C não foram alterados em nenhuma das doses 
testadas. 
Lin et al. (2007) em estudo cruzado randomizado verificaram o efeito de 
extrato seco de Hibiscus sabdariffa L. em 42 voluntários, durante quatro semanas. 
Observou-se que o grupo que recebeu uma cápsula de 500mg três vezes ao dia, 
após as principais refeições, apresentou redução de 14,4% do CT em 50% dos 
voluntários; o grupo que recebeu duas cápsulas de 500mg três vezes ao dia 
apresentou redução de 12% do CT em 71,4% dos voluntários; enquanto o grupo que 
recebeu três cápsulas três vezes ao dia apresentou redução de 8,3% do CT em 
42,9% dos voluntários. Hibiscus sabdariffa L. pode reduzir o nível de CT com 
eficácia em voluntários com hipercolesterolemia. 
No estudo de Ochani e Mello (2009), a dose de 500mg/kg/dia de extrato 
etanólico de cálices de Hibiscus sabdariffa L. durante 30 dias, em ratos alimentados 
com dieta rica em gordura, reduziu em 26,33% CT (p<0,001), 74,20% TG (p<0,001), 
27,35% LDL-C (p<0,001), 74,20% VLDL-C (p<0,001) e aumentou em 36,17% HDL-C 
(p<0,001). Extrato etanólico das folhas apresentou reduções de 24,85% no CT 
(p<0,001), 69,80% no TG (p<0,001), 25,23% no LDL-C (p<0,001), 69,80% no VLDL-
C (p<0,001) e aumento de 32,74% no HDL-C (p<0,01). O grupo com Lovastatina na 
dose de 10mg/kg/dia apresentou redução de 28,70% no CT, 48,60% no TG, 32,18% 
no LDL-C, 48,60% no VLDL-C (p<0,001), sem, contudo, apresentar aumento 
significativo no HDL-C. A maior atividade hipolipemiante em animais foi de extrato 
etanólico de cálices seguidos do extrato etanólico de folhas. Hibiscus sabdariffa L. é 
rico em antioxidantes e possui efeitos hipolipemiantes, provavelmente, devido ao 
aumento da inibição da absorção intestinal de colesterol e aumento na expressão de 
receptores de LDL-C. 
Gurrola et al. (2010), em estudo randomizado de seguimento, observou o 
efeito de extrato de cálices de Hibiscus sabdariffa L. em cápsulas, administradas no 
17 
 
 
jejum, sobre o perfil de lipídeos de pacientes com e sem síndrome metabólica. A 
dose de 100mg/dia durante um mês reduziu CT, TG, Glicose, e aumentou HDL-C, 
em pacientes com síndrome metabólica. O grupo com síndrome metabólica em uso 
de Hibiscus apresentou aumento de HDL-C em 37,5% e redução de TG em 19,7%; 
enquanto o grupo com Hibiscus sabdariffa em conjunto com dieta (30% de gordura, 
sendo <7% de gordura saturada; 55% de carboidratos, 15% de proteína, 20-30 de 
fibras e com colesterol <200mg/dia) apresentou aumento de 29,4% no HDL-C e 
redução de 37,8% no TG. Hibiscus sabdariffa L., além de suas propriedades 
hipotensora, possui efeitos hipolipemiantes significativos, sendo indicado no 
tratamento da dislipidemia e síndrome metabólica. Além disso, os exames de uréia, 
creatinina, ALT (alamina aminotransferase) e AST (aspartato aminotransferase) não 
apresentaram alterações após o tratamento, mostrando segurança na sua utilização. 
Gosain et al. (2010), em estudo experimental, avaliaram o extrato etanólico de 
folhas de Hibiscus sabdariffa L. nas doses de 100, 200 e 300mg/kg/dia em ratos com 
hipercolesterolemia, durante quatro semanas. A dose de 100mg/kg/dia não revelou 
efeito significativo no tratamento da dislipidemia; a dose de 200mg/kg/dia reduziu 
18,5% do CT, 15,6% do TG, 24% do LDL-C e 15,5% do VLDL-C (p<0,05); enquanto 
a dose de 300mg/kg/dia reduziu 22% do CT, 20,6% do TG, 30% do LDL-C e 20,5% 
do VLDL-C (p<0,05). O HDL-C não alterou significativamente em nenhuma das 
doses testadas. Entre as doses de Hibiscus sabdariffa L. a dose de 300mg/kg/dia foi 
a mais eficaz.No entanto, a Atorvastatina 10mg/dia foi administrada como a droga 
padrão e os efeitos hipolipemiantes foram os mais altos. Hibiscus sabdariffa L. 
possui constituintes químicos como antocianinas, flavonoides, pectina, quercetina e 
Kaempferol, que se relacionam com efeitos hipolipemiante e antioxidante. 
O estudo randomizado triplo-cego de Sabzghabaee et al. (2013) obteve 
resultados positivos e significativos no perfil lipídico, durante um mês, na dose de 
2g/dia de Hibiscus sabdariffa L. em pó, em 72 adolescentes com dislipidemia e 
obesidade. Hibiscus sabdariffa L. proporcionou redução do CT inicial de 186,5mg/dL 
para 176,11mg/dL (p=0,003), LDL-C de 111,36mg/dL para 103,36mg/dL (p<001) e 
TG de 146mg/dL para 134,22mg/dL (p=0,022). Entretanto, houve um aumento do 
HDL-C, mas não considerado significativo no estudo. O estudo relata que os 
benefícios na redução do perfil lipídico podem estar relacionados com os polifenóis e 
antioxidantes presentes no Hibiscus sabdariffa L. 
18 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 O uso da fitoterapia apresenta-se como uma alternativa de grande 
importância, com resultados benéficos no tratamento da dislipidemia. Os resultados 
desta revisão mostraram que os fitoterápicos Allium sativum L., Vitis vinifera L., 
Nigella sativa L. e Hibiscus sabdariffa L. possuem efeitos hipolipemiantes e podem 
ser indicados como coadjuvantes no tratamento da dislipidemia e prevenção de 
doenças cardiovasculares. Apesar de serem de origem vegetais, deve-se ter cautela 
quanto ao modo de usar, tempo, posologia e interações com outros medicamentos 
para maior segurança na sua utilização e para evitar possíveis efeitos colaterais. 
 
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24 
 
 
CAPÍTULO II – PLANTAS MEDICINAIS NO TRATAMENTO DA DISLIPIDEMIA: 
Cynara scolymus, Camellia sinensis, Ilex paraguariensis, Solanum melongena 
L. e Plantago ovata 
 
Camila Pereira Lemes e Lúcia Endriukaite 
 
DISLIPIDEMIA E O USO DE PLANTAS MEDICINAIS 
 
A inflamação é um fator importante no surgimento de diversas patologias 
(WEBER; NOELS, 2011). Dessa forma, é comum a inflamação crônica estar 
associada à resistência insulínica, hipertensão e dislipidemia, todas envolvidas na 
síndrome metabólica (DETOPOULOU, 2010; SIRI-TARINO, 2010). 
 As doenças cardiovasculares tem sido uma das principais causas de 
morbidade e mortalidade no mundo. A hiperlipidemia é um importante fator de risco 
para estes distúrbios e está associada com o surgimento e progressão da 
aterosclerose coronariana (SHAMIR; FISHER, 2000). 
 A dislipidemia é caracterizada por elevados níveis de colesterol total (CT), 
triglicérides (TG), lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), e baixo nível da 
lipoproteína de alta densidade (HDL-c) (SHAM et al., 2014). 
Vários medicamentos hipolipemiantes são utilizados para diminuir os níveis 
de lipídeos séricos em pacientes com suspeita de doença isquêmica cardíaca, 
todavia, a administração dessas drogas tem sido limitada devido a ocorrências 
adversas associadas, interações medicamentosas e à impossibilidade de utilizá-las 
por longos períodos. Desse modo, o uso de plantas medicinais tem mostrado efeitos 
promissores no tratamento de várias complicações, incluindo a dislipidemia 
(RAFIEIAN-KOPAEI et al., 2014). 
 As plantas medicinais estão sendo consideradas fonte principal para a 
preparação de medicamentos mais eficazes na redução de lipídeos no sangue 
(RAFIEIAN-KOPAEI et al., 2014). Devido aos efeitos colaterais reduzidos, as 
abordagens terapêuticas alternativas, medicinas tradicionais e fitoterápicos estão 
disseminando entre a população (XIE et al., 2012). 
 Este capítulo apresenta um levantamento bibliográfico sobre a eficácia de 
compostos fitoterápicos da Cynara scolymus, Camellia sinensis, Ilex paraguariensis, 
Solanum melongena L. e Plantag oovata em relação a dislipidemias. 
25 
 
 
 
ALCACHOFRA (Cynara scolymus) 
 
 A alcachofra (Cynara scolymus) é uma planta de origem europeia, cultivada 
no sul da Europa, na Ásia menor e América do Sul, popularmente conhecida por 
estimular a secreção da bile e sua produção hepática, regular os níveis de açúcar no 
sangue e reduzir as taxas do colesterol. Os compostos responsáveis por essas 
ações são os ácidos fenólicos, lactonas sesquiterpênicas, flavonóides, fitoesteróis e 
inulina. Esta planta é rica em ferro, cálcio e vitamina C, sendo preparadas em 
saladas, sucos e em infusão (JUNIOR; LEMOS, 2012). 
 Dos 17 artigos selecionados, apenas dois são sobre o efeito da alcachofra no 
perfil lipídico, sendo um realizado em humanos e o outro em ratos. Rondanelli et al. 
(2013) avaliaram 92 indivíduos hipercolesterolêmicos e com sobrepeso, utilizou-se 
250 mg/dia do extrato da alcachofra por um período de 8 semanas. Como resultado, 
houve aumento nos níveis de HDL e redução nos níveis de colesterol total e LDL. 
Küçükgergin et al. (2011), investigaram os efeitos da suplementação de 1,5 g/kg/dia 
das folhas de alcachofra em 8 ratos com colesterol e triglicérides aumentados. Neste 
estudo houve redução nos níveis de colesterol total, triglicérides e na relação 
HDL/CT. 
 
CHÁ VERDE (Camellia sinensis) 
 
 O chá verde é considerado a segunda bebida mais popular em todo mundo, 
em primeiro lugar está a água (TINAHONES et al., 2008). Os principais tipos de chás 
preparados com Camellia sinensis são o verde, o preto e o oolong, sendo que se 
diferenciam devido ao processamento e à composição química. Para a elaboração 
do chá verde, as folhas são colocadasno vapor, com o objetivo de inativar as 
enzimas e depois secas; enquanto no preto e oolong as folhas são passadas por 
processo de fermentação, que diminui as substâncias ativas (SAE-TAN et al.,2011). 
 O chá verde é rico em polifenóis, 70% são catequinas que são oxidadas 
enzimaticamente durante o processamento das folhas, gerando uma mistura 
constituída principalmente de teaflavinas, teasinensinas e tearubiginas, cuja ação 
tem sido demonstrada efetiva na redução dos níveis séricos e visceral de colesterol 
26 
 
 
e triglicérides (KOBAYASHI et al., 2005; IKEDA et al., 2005). A ingestão do chá 
verde também é benéfica contra o risco de doença cardiovascular (MIZUNO, 2006). 
 Neste levantamento bibliográfico são citados quatro artigos científicos sobre 
Camellia sinensis. Batista et al. (2009) descreveram que o chá verde reduziu em 
3,9% os níveis de colesterol total (p=0,006) e em 4,5% os níveis de LDL (p = 0,026), 
com administração de 250 mg do extrato seco da planta, durante 8 semanas em 33 
indivíduos com idade entre 21 e 71 anos. Outro estudo realizado em 15 ratos, 
publicado por Yousaf et al. (2013), sugere que o extrato alcoólico do chá verde 
possuiu papel importante na hipercolesterolemia e hiperglicemia. Já estudo realizado 
por Singh et al. (2009) menciona que tanto o chá verde quanto o chá preto foram 
capazes de diminuir em até 55% e 78%, respectivamente, a síntese de colesterol 
através da inibição da HMG-CoAredutase (3-hidroxi-3-methyl-glutaril-CoA redutase), 
enzima que participa da via metabólica responsável pela produção de colesterol, por 
promover a sua inativação por AMP-quinase (AMP, adenosina monofostafo), em 
ratos. Wu et al. (2012) mostraram que a administração da Camellia s., reduziu o LDL 
(p=0,02) em 103 mulheres na menopausa, tanto com a administração de 400mg 
quanto de 800mg de epigalocatequina-galato (EGCG), flavonoide antioxidante 
natural, em um período de 2 meses. 
 Ainda que os estudos mostrem os benefícios do chá verde é recomendado 
expor seus efeitos adversos (SAIGG; SILVA, 2009). Alguns estudos apontam que a 
ingestão de chá verde pode causar alguns efeitos negativos em indivíduos com 
problemas gastrointestinais e disfunção hepática, além de diminuição de apetite, 
insônia, hiperatividade, aumento da pressão arterial e nervosismo devido à presença 
de cafeína (LAMARÃO; FIALHO, 2009). 
 
ERVA-MATE (Ilex paraguariensis) 
 
 Ilex paraguariensis, mais conhecida como erva-mate, é uma planta de origem 
subtropical da América do Sul, inclusive o sul do Brasil, norte da Argentina, Paraguai 
e Uruguai (MOSIMANN et al., 2006). O I. paraguariensis é rico em compostos 
fenólicos, saponinas e possui propriedades hipolipemiantes, sendo amplamente 
utilizado nas preparações do chimarrão, tererê e chá mate. Apreciado por seu sabor 
amargo, estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas dos países sul-americanos 
27 
 
 
consomem de 1 a 2L por dia de infusão da erva-mate, sendo a principal alternativa 
ao café e chá verde (MORAIS et al; 2009). 
 De acordo com estudo de Morais et al. (2009) contendo 102 indivíduos, 330 
ml/ dia da infusão da erva-mate é capaz de melhorar o perfil lipídico em pacientes 
normolipidêmicos, dislipidêmicos e, aumentar o efeito hipolipemiante em pacientes 
em tratamento com estatinas. 
 Bravo et al. (2014) em um estudo realizado com 24 ratos, demonstraram que 
a erva-mate foi capaz de diminuir os níveis de triglicérides, LDL-c e colesterol total 
nos animais com alterações no colesterol, já nos normolipidêmicos não houve 
alterações significativas. Lima (2013) abordou que 330 ml/dia da solução aquosa do 
mate teve efeito na redução da gordura abdominal, da resistência à leptina e da 
hipertrigliceridemia em 20 ratas. 
 
BERINJELA (Solanum melongena L.) 
 
 A berinjela (Solanum melongena L.) é um fruto e tem sido muito utilizado 
popularmente no Brasil como propulsor da redução de colesterol (GUIMARÃES et 
al., 2000). 
 Jorge et al. (1998) realizaram um estudo com 10 coelhos 
hipercolesterolêmicos, no qual foi administrado 10 mL/dia do suco da berinjela por 
15 dias. Os resultados mostraram que houve redução significativa no peso, 
colesterol total, LDL-C triglicérides e colesterol tecidual (p<0,05). 
 Já em outros dois estudos realizados em humanos, não houve resultados 
significativos que comprovassem esse efeito hipolipemiante. Silva et al. (2004) 
ofertaram 450mg de extrato seco da Solanum melongena para 41 voluntários com 
dislipidemia por um período de 3 meses, não sendo observada melhora significativa 
no perfil lipídico. Praça et al. (2004) avaliaram o efeito do suco de berinjela com 
laranja sobre o perfil lipídico de 21 indivíduos em relação ao medicamento 
lovastatina, contudo, após seis semanas de estudo, houve melhora significativa 
apenas no grupo em uso do medicamento. 
 
 
 
28 
 
 
PSYLLIUM (Plantago ovata) 
 
 O psyllium como é conhecido o Plantago ovata, é uma fibra proveniente da 
moagem da casca da semente da planta, muito utilizada no controle de diabetes 
mellitus, constipação e dislipidemia (MONOGRAPH, 2002). 
 Vários estudos abordam os benefícios do psyllium no controle do perfil 
lipídico. Um estudo com 34 homens diabéticos tipo 2 e com níveis de lipídios 
alterados, receberam 5,1g de psyllium duas vezes ao dia por 8 semanas, resultando 
em melhora dos controles glicêmico e lipídico (ANDERSON et al., 1999). Outro 
estudo com a mesma dosagem foi realizado com 248 mulheres e homens com 
hipercolesterolemia primária por 26 semanas, constatando a eficácia da fibra na 
redução dos lipídeos séricos associada a uma dieta terapêutica (ANDERSON et al., 
2000). Sartore et al. (2009) introduziram o psyllium juntamente com uma dieta 
equilibrada nos 40 participantes com diabetes tipo 2, sendo administrados 3,5g da 
semente três vezes ao dia por dois meses, observando-se redução nos níveis de 
triglicérides, contribuindo na prevenção de doença cardiovascular (SARTORE et al., 
2009). 
 
CONCLUSÃO 
 
 As plantas medicinais Cynara scolymus, Camellia sinensis, Ilex 
paraguariensis, Solanum melongena L. e Plantago ovata melhoram o perfil lipídico, 
sendo eficazes no tratamento da dislipidemia e, consequentemente, na prevenção 
das doenças cardiovasculares. 
 O uso de fitoterápicos tem se tornado uma alternativa eficaz no tratamento da 
dislipidemia pela eficácia, pela maior aceitação por parte da população e por 
apresentar menos efeitos adversos quando comparados com outros medicamentos 
para o mesmo fim. 
 
 
 
29 
 
 
Tabela 1. Levantamento de estudos clínicos e experimentais sobre a utilização de plantas medicinais na dislipidemia. 
 Legenda: HDL- lipoproteína de alta densidade; CT-Colesterol Total; LDL- lipoproteína de baixa densidade; EGCG-epigalocatequina-3-galato. 
Autores Espécime Nomenclatura 
Botânica 
N. Popular Parte 
Utilizada 
Forma de 
utilização/ 
Modo de preparo 
Posologia/ 
Modo de usar 
Tempo de Uso Efeito 
Rondanelli et al. (2013) 
 
Humanos Cynara scolymus Alcachofra Folhas Extrato Seco 250mg/dia 8 semanas �HDL 
�CT 
�LDL 
Küçükgergin et al. (2011) 
 
Ratos Cynara scolymus Alcachofra Folhas Extrato Seco 1,5g/kg/dia 2 semanas �CT; �Triglicérides; �HDL/CT 
Yousaf et al. (2013) Ratos Camellia sinensis Chá verde Folhas Extrato alcoólico - 8 semanas �Colesterol; �Glicemia 
Wu et al. (2012) 
 
 
Humanos 
 
Camellia sinensis Chá verde Folhas Extrato Seco 400 mg de EGCG/ 
800mg de ECGC 
2 meses Em ambos os grupos: �LDL 
 
Batista et al. (2009) Humanos Camellia sinensis Chá verde Folhas Extrato Seco 250 mg/dia 8 semanas �CT; �LDL 
Singh et al. (2009) Ratos Camellia sinensis Chá verde e chá 
preto 
Folhas Extrato - 8 semanas � Colesterol 
Bravo et al. (2014) Ratos Ilex paraguariensis Erva mate Folhas Infusão - 3 semanas �CT; �LDL; �Triglicérides 
Lima et al. (2013) Ratos Ilex paraguariensis Erva mate Folhas Solução aquosa 1 g/kg/dia) 30 dias �Gordura abdominal 
�Resistênciaà leptina 
�Triglicérides 
Morais et al. (2009) Humanos Ilex paraguariensis Erva mate Folhas Infusão 330 mL/dia 40 dias �HDL; �LDL 
Silva et al. (2004) Humanos Solanum melongena L. Berinjela Fruto Extrato Seco 450mg/dia, 
2 vezes ao dia 
90 dias Não houve resultados 
significativos no perfil lipídico. 
Praça et al. (2004) Humanos Solanum melongena L. Berinjela Fruto Suco 250ml 6 semanas Não houve resultados 
significativos no perfil lipídico. 
Jorge et al. (1998) Coelhos Solanum melongena L. Berinjela Fruto Suco 10mL/dia 15 dias �Peso corpóreo; �CT; �LDL 
�Triglicérides 
Sartore et al. (2009) Humanos Plantago ovata Psyllium Casca da 
semente 
Pó 3,5 g/3x ao dia 
 
2 meses �Triglicérides 
Anderson et al. (2000) Humanos Plantag ovata Psyllium Casca da 
semente 
Pó 5,1 g/2x ao dia 
 
26 semanas �CT; �LDL 
Anderson et al. (1999) Humanos Plantago ovata Psyllium Casca da 
semente 
Pó 5,1 g/2x ao dia 
 
8 semanas �Glicemia 
�Perfil lipídico 
30 
 
 
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glucose, and hormone levels in healthy postmenopausal women. Cancer 
Prevention Research (Phila), New York, v.5, n.3, p.393-402, fev. 2012. 
33 
 
 
 
YOUSAF, S.; BUTT, M.S.; SULERIA, H.A.R.; IGBAL, M.J.; SOHAIL, M. Role of 
green tea extract and powder to mitigate metabolic syndromes; special reference to 
hyperglycemia and hypercholesterolemia. International Proceedings of Social and 
Behavioral Sciences, v.1, n.1, p.105-22, mar. 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
CAPÍTULO III - FITOTERAPIA NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL 
SISTÊMICA 
Elaine de Fátima e Silva e Juliana da Silveira Gonçalves 
 
 
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 
 
A Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica não 
transmissível causada por diferentes fatores de risco, como excesso de peso e 
obesidade, ingestão elevada de sódio e sedentarismo (BRASIL, 2016). 
A HAS estágio 1 é diagnosticada quando os níveis de pressão arterial 
sistólica (PAS) são ≥ 140 mmHg e/ou quando os níveis de pressão arterial diastólica 
(PAD) são ≥ 90 mmHg, sendo que estes valores devem refletir pelo menos duas 
medidas com intervalo de dois minutos entre elas, em pessoas com idade superior a 
18 anos. Essa doença pode levar a complicações como insuficiência renal crônica, 
doença arterial coronariana, dentre outras. Algumas mudanças do hábito e estilo de 
vida são eficazes na redução dos riscos de mortalidade e morbidade cardiovascular 
(BRASIL, 2016). 
A fitoterapia vem ganhando destaque nos últimos anos como uma modalidade 
de tratamento medicinal, a utilização de plantas medicinais vem sendo utilizada 
como terapia alternativa no tratamento para HAS. Dentre tantas plantas medicinais, 
o Alho (Allium sativum) se destaca por apresentar efeitos natriurético e diurético; a 
uva (Vitis vinifera) por possuir flavonoides e polifenóis, atuando como antioxidantes 
no tratamento de doenças cardiovasculares, além de haver evidências de que a 
presença de compostos fenólicos em uvas e vinhos tintos podem prevenir a 
aterosclerose e a Cavalinha (Equisetum arvense), por possuir atividade hipotensora 
e diurética (ABE, 2007). 
 
 
FITOTERAPIA NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 
 
A HAS é uma doença crônica que acomete qualquer faixa etária e pode 
culminar em diferentes complicações, por isso, a prevenção e tratamento devem ser 
35 
 
 
precoces para evitar possíveis efeitos (BRASIL, 2016). 
Este capítulo cita a revisão de três plantas medicinais com propriedades anti-
hipertensivas: Allium sativum, Vitis vinifera e Equisetum arvense. 
 
ALHO (Allium sativum) 
 
O Alho (Allium sativum) pertence à família Liliaceae, sua parte utilizada é o 
bulbo e possui importantes nutrientes e constituintes ativos, sendo composto por 
óleos essenciais, carboidrato, proteínas, vitaminas, além de compostos sulfurados 
que dão destaque à sua atividade biológica. Além de possuir diferentes benefícios 
para a saúde por seu efeito antibacteriano, antitrombótico e antioxidante (ASHRAF 
et al., 2003). 
Um estudo experimental avaliou os efeitos dos extratos hidroalcóolicos de 
Allium sativum (alho) e Cymbopongon citratus (capim-limão) sobre a pressão arterial 
média (PAM) de ratos machos anestesiados, nas dosagens de 1mg de alho, 1mg de 
Cymbopongon citratus e a associação de 1mg de alho + 1mg de Cymbopongon 
citratus, em volumes injetados de 0,2mL. A dosagem de 1mg de Allium sativum 
diminuiu a pressão arterial média, de 124±2 mmHg para 108±2 mmHg; a aplicação 
de 1 mg de Cymbopongon citratus também reduziu a PAM de 122±2mmHg para 
106±2 mmHg, enquanto a dosagem de 1 mg de Allium sativum + 1 mg de 
Cymbopongon citratus reduziu a PAM de 126±3 mmHg para 113±3 mmHg; nos três 
casos, após 15 segundos. A associação das plantas não apresentou efeitos 
diferentes em relação aos obtidos por elas isoladamente (SINGI et al., 2005). 
Santiago e colaboradores (2009) avaliaram o efeito do Allium sativum em 
animais com infarto induzido. Os ratos receberam tratamento com Allium sativum 
uma semana antes e duas semanas após o procedimento cirúrgico, com dose de 
125mg/kg/dia por via oral. Os animais foram divididos em grupo controle que 
recebeu cirurgia fictícia e grupo infartado que recebeu procedimento cirúrgico de 
ligação da artéria coronariana esquerda, tratados com solução salina 0,9% (grupos 
SHAM e INF, respectivamente) ou com Allium sativum (grupos SHAMT e INFT, 
respectivamente). Observou-se uma diminuição da hipertrofia do ventrículo direito da 
área de infarto e normalização dos níveis de pressão arterial sistólica e média, além 
de redução do número de óbitos no grupo INFT em relação ao grupo INF (20%, n=2 
36 
 
 
vs. 45,5%, n=5). Essas análises mostraram que o alho tem um importante papel na 
prevenção e controle de alterações cardíacas, diminuindo o número de mortes pós-
infarto e proporcionando melhorias cardiovasculares. 
Estudo duplo-cego com duração de 24 semanas, avaliou o efeito do alho em 
pacientes de ambos os sexos com idade entre 20 e 70 anos, que apresentavam 
hipertensão primária (pressão arterial sistólica entre 140 a 159 mmHg e pressão 
arterial diástolica entre 90 e 99 mmHg). O total de 210 recrutados foi dividido em 7 
grupos, sendo que os grupos A, B, C, D e E receberam comprimidos de alho na 
dose de 300mg, 600mg, 900mg, 1200mg e 1500mg, divididos durante o dia, 
concomitantemente, no perído de 24 semanas. O grupo F recebeu o medicamento 
Atenolol® 100 mg uma vez por dia, e o grupo G recebeu placebo pelo mesmo 
período. Nesse estudo, avaliou-se os efeitos anti-hipertensivos de alho e o tempo 
necessário para redução da pressão em comparação com o grupo "placebo" e o 
“Atenolol®”. As aferições da pressão foram avaliadas na primeira, décima segunda e 
vigéssima quarta semana, com resultados satisfatórios usando doses mais elevadas 
do alho, com redução na pressão arterial diastólica, quando comparado com 
placebo, nas 3 primeiras semanas. Nas semanas 12 e 24, foi observada diferença 
significativa em todos os grupos comparando-se com o grupo placebo, e similar 
quando comparado ao grupo de Atenolol® (ASHRAF et al., 2013). 
Trabalho do tipo randomizado duplo-cego avaliou o efeito da ingestão diária 
do extrato de alho envelhecido sobre a pressão arterial e outros fatores de risco 
cardiovascular, como função plaquetária e marcadores inflamatórios, em hipertensos 
não controlados. Este estudo foi realizado com 88 pacientes, com duração de 12 
semanas, tendo sido ingerido diariamente 1,2 g de alho envelhecido com 1,2 mg de 
S-alicisteína, enquanto outro grupo recebeu placebo. Os autores constataram que os 
participantes tiveram uma resposta positiva ao tratamento com o uso do alho, uma 
redução média de 3% ao longo do tratamento correspondendo à pressão arterial 
sistêmica (PAS) ≥5mmHg ou pressão arterial diastólica (PAD) ≥3mmHg. Os 
pacientes estavam com uma média de PAS ≥13,8mmHg e foi reduzida 
para11,5mmHg comparado com o grupo do placebo (KWAK et al., 2014). 
No quadro 1, pode-se observar estudos com Allium sativum e sua eficácia no 
tratamento da hipertensão, no Quadro2 constam informações gerais sobre as 
propriedades do alho. 
37 
 
 
Quadro 1. Efeitos do Allium sativum no tratamento da Hipertensão arterial sistêmica 
Referência Espécie Planta medicinal Parte 
usada 
Dose Tempo Resultados 
SINGI et al., 
2005 
Ratos Allium sativum 
Cymbopongon 
citratus 
Bulbo 1 mg de alho, 1mg de 
capim-limão e a associação 
de 1mg de alho + 1mg de 
capim-limão 
15 
segundos 
Redução da HAS 
SANTIAGO et 
al., 2009 
Rato Allium sativum Bulbo 125mg/kg/dia por via oral 3 semanas Diminuição da hipertrofia do ventrículo direito, 
da área de infarto e normalização dos níveis de 
pressão arterial sistólica. 
RIZWAN 
ASHRAF et al., 
2013 
Humanos 
n= 210 
Allium sativum Bulbo 300mg, 600mg, 900mg, 
1200mg e 1500mg, 
divididos durante o dia, via 
oral 
24 
semanas 
Redução na pressão arterial diastólica quando 
comparado com placebo em 3 semanas. 
Diminuição da PAS nas semanas 12 e 24 em 
comparação com os grupos tratados com 
placebo e atenolol. 
mg= Miligramas; kg= quilogramas; n= número; PAM= Pressão arterial média; PAC= Pressão arterial central. 
 
Quadro 2. Informações do Allium sativum 
Nome 
científico 
Nome 
popular 
Parte 
utilizada 
Dose 
recomendada 
Forma de uso Indicações de uso Interações Reações 
adversas 
Allium 
sativum 
Alho Bulbo 1 cálice, 2x/dia, 
antes das 
refeições 
Maceração: 0,5g (1 
colher de café) em 30 
mL (cálice) de água 
Hipercolesterolemia/ 
Expectorante e anti-
séptico 
Não utilizar em 
hemorragia e em 
tratamento com 
anticoagulante 
Desconforto 
gastrointestinal 
38 
 
 
UVA (Vitis vinífera) 
 
As uvas são ricas em compostos fenólicos classificados em flavonoides e 
não-flavonoides. Do primeiro grupo fazem parte os flavonóides (catequina, 
epicatequina e epigalocatequina), não-flavonóides (caempferol, quercetina e 
miricetina) e antocianinas, e ao segundo grupo pertencem os ácidos fenólicos, 
hidroxibenzóicos e hidroxicinâmicos (CABRITA, 2003). Além destes compostos, está 
presente o resveratrol, potente antioxidante encontrado nos vinhos, capaz de reduzir 
os danos em lesões de reperfusão-isquêmica no coração e também no cérebro, 
observados em modelos experimentais de ratos (ZHUANG, 2003). Além disso, há 
evidências de que os fenólicos encontrados em uvas e vinhos tintos podem prevenir 
a aterosclerose (ABE, 2007) 
Andrade (2006), em sua tese, publicou a ação do vinho tinto sobre o sistema 
nervoso simpático e função endotelial em 9 participantes que apresentaram pressão 
arterial alta, 10 pacientes hipercolesterolêmicos, e 7 pessoas que participaram do 
grupo controle antes e após a ingestão de vinho durante 15 dias. A frequência 
cardíaca, a pressão arterial sistólica e a diastólica foram aferidas, além do débito 
cardíaco e resistência vascular cardíaco. Após 15 dias, observou-se um aumento 
significativo na atividade simpática dos pacientes, por outro lado, a dilatação 
mediada pelo fluxo nos hipercolesterolêmicos aumentou. Pode-se dizer que os 
polifenóis presentes no vinho promovem a redução de ateroma causado pelo LDL-
colesterol. As pressões sistólicas e diastólicas nos hipertensos não apresentaram 
mudanças relevantes, porém, houve melhoria da função endotelial nos 
hipercolesterolêmicos. 
Um estudo avaliou o extrato da casca de uva (GSE) na pressão arterial, perfis 
lipídico, glicídico e estresse oxidativo em ratos Wistar normotensos (W) e ratos 
espontaneamente hipertensos (SHR). Os animais SHR e W foram separados em 
quatro grupos, tratados com GSE (200mg/kg, via oral) por 90 dias consecutivos 
(SHR-GSE, W-GSE) e não tratados (SHR-C, W-C). A pressão arterial foi aferida a 
partir do 60º dia de vida, em intervalos de 5 dias. Os resultados mostraram que no 
45º dia de tratamento com Vittis vinifera houve normalização dos valores de pressão 
arterial sistólica; a peroxidação lipídica nos SHR-GSE assemelhou-se a dos animais 
normotensos; a glicemia permaneceu sem melhorias; houve diminuição na 
39 
 
 
peroxidação lipídica no rim dos SHR-GSE, quando comparado com seu grupo 
controle (SHR-C). Concluiu-se que, possivelmente, o consumo moderado de vinho 
possui efeito cardioprotetor por ter ação antioxidante e anti-hipertensiva (COSTA, 
2008). 
Peng e colaboradores (2005) em estudo avaliativo dos efeitos anti-
hipertensivos e cognitivos de polifenóis de uva em ratas fêmeas jovens 
espontaneamente hipertensos (SHR) com depleção de estrogênio. Os grupos 
ingeriram dieta livre em fitoestrógeno, NaCl-basal, NaCl–alto e extrato de semente 
de uva (Vitis vinifera), por 10 semanas. A pressão arterial e frequência cardíaca 
foram registradas e obtiveram-se os seguintes resultados: o grupo NaCl-basal 
apresentou redução significativa da pressão arterial média, após 24 horas, em 
comparação com grupo controle; o grupo com dieta NaCl-alto aumentou a pressão 
arterial, porém os ratos com polifenóis de extrato de uva continuaram com a pressão 
mais baixa do que os não suplementados. Após 10 semanas, observou-se a pressão 
ainda reduzida nos ratos suplementados com o extrato de uva. 
No quadro 3, encontra-se de forma resumida a eficácia de Vitis vinifera no 
tratamento da hipertensão, já no quadro 4 constam informações gerais sobre a 
planta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
Quadro 3. Efeitos de Vitis vinifera no tratamento da Hipertensão arterial sistêmica (HAS). 
Referência Espécime Planta 
medicinal 
Parte usada Dose Tempo Resultados 
ANDRADE, 
2006 
Humanos 
n= 26 
Vittis vinífera Uvas Cabernet 
Sauvignon 
250 mL de 
vinho 
15 dias Não houve mudanças significativas 
das pressões sistólicas e 
diastólicas 
COSTA, 2008 Ratos Vitis vinifera Extrato de 
semente de uva 
200mg/kg, via 
oral 
90 dias Diminuição da pressão sistólica 
Diminuição da peroxidação lipídica 
PENG et al., 
2005 
Ratos Vitis vinifera Extrato de 
semente de uva 
0,5% do 
extrato de uva 
10 
semanas 
Diminuição da pressão arterial 
Mg= Miligramas; kg= quilogramas; n=número. 
 
 
Quadro 4. Informações da Vitis vinifera 
Nome 
científico 
Nome 
popular 
Parte 
utilizada 
Dose 
recomendada 
Forma de uso Indicações 
de uso 
Interações Reações 
adversas 
Vitis vinifera Uva Fruto 25 a 100 mg Extrato seco 
padronizado 
3x ao dia Medicamentos 
anticoagulantes 
--------- 
 
 
41 
 
 
CAVALINHA (Equisetum arvense) 
 
De forma geral, os diuréticos são utilizados para tratamento da HAS, pois 
aceleram a eliminação de líquidos do organismo juntamente com o sódio na urina 
(KESTER et al., 2008). Apesar de seu uso popular, existem poucos estudos 
comprovando os efeitos farmacológicos e diuréticos da cavalinha na HAS, sendo 
necessários mais estudos clínicos que comprovem sua ação. 
Carneiro (2012) realizou um estudo clínico duplo-cego randomizado com 36 
homens sadios, de 20 a 55 anos, divididos em três grupos: extrato seco de 
Equisetum arvense, hidroclorotiazida e placebo, que passaram por 3 etapas de 
tratamento avaliando a ação diurética da Cavalinha. Administrou-se, por 4 dias, o 
extrato seco padronizado de Equisetum arvense (900 mg/dia) contendo 0.026% de 
flavonóides totais; amido para o grupo placebo; e hidroclorotiazida (25 mg/dia). O 
extrato seco da Cavalinha demonstrou efeito diurético superior ao placebo e 
comparável ao medicamento hidroclorotiazida, que é bastante utilizado em pacientes 
hipertensos ou com edema. O balanço hídrico das 24 horas mostrou efeito diurético 
da E. arvense, sendo superior ao placebo e paralelo à hidroclorotiazida. 
No quadro 5, encontram-se informações sobre as propriedades da Equisetum 
arvense. 
 
HIBISCO (Hibiscus sabdariffa) 
 
O hibisco é uma espécie vegetal da família Malvaceae, proveniente da África 
Oriental, e foi introduzido no Brasil pelos escravos (PANIZZA, 1997). 
De acordo com Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Brasil, 
por meio da Portaria nº 519, de 1998, considera que as flores

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