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SISTEMA URINÁRIO MECANISMO DE FILTRAÇAO RENAL: a filtração ocorre quando a pressão arterial força, de forma não seletiva, a água e outra pequenas moléculas para fora dos capilares glomerulares e para dentro da cápsula de Bowman, formando um fluido chamado de filtrado • De 12 a 30% do débito cardíaco flui pelos rins → 21% em adultos saudáveis • Fluxo sanguíneo renal = 1176 mL/min (em adultos saudáveis) • Fluxo plasmático renal: quantidade de plasma que flui nos rins por minutos • Taxa de filtração glomerular (TFG): quantidade de plasma que entra na capsula de Bowman por minuto • Urina: filtrado não reabsorvido que deixa os rins por minutos Membrana de filtração: impede que as células sanguíneas e as proteínas entrem no lúmen da cápsula de Bowman, com base no tamanho e na carga, mas permite a passagem de outros componentes do sangue • As moléculas de água e pequenos solutos atravessam facilmente dos capilares glomerulares para dentro da cápsula de Bowman, mas as moléculas maiores não • Componentes dessa membrana impedem que as moléculas maiores do que 7 nm de diâmetro passem → Fenestrações do capilar glomerular: fenestras com cerca de 7nm de tamanho • Filtro inicial • A maioria das proteínas do plasma é um pouco maior do que 7nm e é retida nos capilares glomerulares • Proteínas menores que conseguem atravessam são ativamente reabsorvidas por endocitose e metabolizadas pelas células do túbulo proximal → Membrana basal e podócitos: contem glicoproteínas carregadas negativamente • Repelem as proteínas do plasma carregadas negativamente, impedindo-as de sair do sangue Pressão de filtração: a formação do filtrado deve-se a um gradiente de pressão no corpúsculo renal → essa pressão depende da combinação de três pressões diferentes → Pressão capilar glomerular (PCG): é uma pressão a favor da filtração do sangue • Pressiona as paredes dos capilares → pressão arterial • Forçar os fluídos e os solutos do sangue para dentro da capsula de Bowman • A PCG é mais elevada do que em outros leitos capilares, isso porque o D(arteríola aferente) > D(capilares glomerulares) > D(arteríola eferente) → aumento da pressão arterial nessa ordem → filtrado é forçado para dentro do lúmen da capsula de Bowman • PCG é aproximadamente 50 mmHg → Pressão hidrostática capsular (PHC): é uma pressão contra a filtração • Ocasionada pela pressão do acumulo do filtrado na capsula de Bowman • O filtrado que pressionada as paredes da capsula de Bowman cria a PHC • Equivale a cerca de 10 mmHg → Pressão coloidosmótica do sangue (PCS): também é uma pressão contra a filtração • Exercida pela força osmótica das proteínas plasmáticas dentro dos capilares glomerulares • A presença dessas proteínas se opõe ao movimento do fluido do capilar para a cápsula • A PCS é maior na extremidade final do capilar glomerular do que no seu início, pois conforme o fluido deixa os capilares e entra na capsula de Bowman, a concentração de proteína no capilar aumenta • PCS média é igual a cerca de 30 mmHg Normalmente, o filtrado não exerce nenhuma força osmótica no plasma → proteínas quase não atravessam → Correlação clínica – glomerulonefrite: a permeabilidade das membranas de filtração aumenta → mais proteínas entram no filtrado → pressão coloidosmótica do filtrado aumenta → aumento da pressão a favor da filtração → aumento do volume de filtrado → sobrecarrega o rim Regulação da taxa de filtração glomerular: existem os mecanismos de autorregulação, que conseguem manter uma taxa de filtração glomerular muito estável; e, também, em condições severas, o sistema nervoso simpático começa a agir → Mecanismos de autorregularão: manutenção de uma taxa de filtração glomerular (TFG) muito estável, apesar das grandes flutuações da pressão sistêmica • Mecanismo miogênico: propriedade intrínsecas das células musculares lisas nas arteríolas aferentes e eferentes de se contraírem e relaxarem → receptores de estiramento → quando a pressão aumenta, as arteríolas se distendem, mas os receptores de estiramento detectam isso e, em seguida, se contraem para manter a pressão estável • Mecanismo de retroalimentação tubuloglomerular: correlaciona o fluxo do filtrado fluindo pela mácula densa (túbulo convoluto distal) do aparelho justaglomerular a TFG → as células da mácula densa detectam um aumento da taxa de fluxo → enviam um sinal para as células justaglomerulares da arteríola aferente → as células se contraem → o fluxo diminui (normalidade) → taxa de filtração glomerular volta à normalidade → Estimulação simpática: neurônios simpáticos secretores de noradrenalina inervam os vasos sanguíneos dos rins • Liberação de noradrenalina → contração das pequenas artérias e arteríolas aferentes → diminuição do fluxo renal e da formação de filtrado • Estimulação simpática mínima exerce efeito mínimos sobre o fluxo sanguíneo renal • Estresse severo ou choque circulatório → estimulação simpática intensa → fluxo sanguíneo renal diminui drasticamente → fornecimento sanguíneo insuficiente para manter o metabolismo normal → danos aos tecidos MECANISMO DE REABSORÇÃO TUBULAR: reabsorção tubular é o retorno de água e de solutos do sangue, filtrados no corpúsculo renal, de volta ao sangue • À medida que o filtrado atravessa os túbulos e a alça de Henle, muitas das substancias são removidas por um ou mais processos → difusão simples e facilitada, transporte ativo, simporte e osmose • Sais inorgânicos, moléculas orgânicas e cerca de 99% do volume do filtrado deixam o néfron e entram no fluido intersticial → entram nos capilares peritubulares → veias renais → circulação geral • Solutos reabsorvidos: aminoácidos, glicose, frutose, Na+, K+, Ca+2, HCO3- e Cl- • À medida que os solutos são reabsorvidos, por conta do gradiente de concentração, a água segue os solutos por osmose Reabsorção no túbulo convoluto proximal: responsável pela maior parte da reabsorção • Presença de células que tem uma superfície apical constituindo a superfície interior do néfron; uma superfície basal formando a parede exterior do néfron; e superfícies lateral que estão vinculadas as superfícies das outras células • A reabsorção da maioria dos solutos é ligada a um gradiente de concentração de Na+ entre o filtrado e o citoplasma das células do néfron • Cerca de 65% do volume do filtrado é reabsorvido nessa secção do néfron → Transporte ativo de Na+ através da membrana basal, do citoplasma para o fluido intersticial • Bomba de sódio-potássio move Na+ para fora e K+ para dentro • Baixa concentração de Na+ no interior das células e alta concentração no interior do lúmen → grande gradiente de concentração → transporte ativo secundário de outros solutos, além do Na+ do lúmen para o interior das células → aminoácidos, glicose, frutose, galactose, lactato, succinato, citrato, íons K, Cl, Ca, Mg, HCO3, PO4 • O gradiente de concentração de Na+ fornece a energia que move tanto o mesmo quanto as outras moléculas ou íons do lúmen para a célula do néfron → Proteínas carreadoras localizadas na membrana apical (separa o lúmen do citoplasma das células do néfron) • Transportam aminoácidos, glicose, frutose, galactose, lactato, succinato, citrato, íons K, Cl, Ca, Mg, HCO3, PO4 • Ligam – se especificamente a uma dessas substâncias e ao Na+ → por simporte, são transportadas para o interior das células do néfron • Em seguida, as substancias atravessam a membrana basal da célula por difusão facilitada • Correlação clínica: número de proteínas transportadoras é limitado → limita a velocidade de transporte → elevada glicose no sangue → elevada glicose no filtrado → nem todas as moléculas são reabsorvidas → excesso de glicose na urina → Difusão de solutos entre as células, direto do lúmen para o fluido intersticial • A água segue junto com os outros solutos para fora do lúmen, em direçãoao fluido intersticial → aumento da concentração dos solutos que permanecem no lúmen • Esses solutos que permaneceram no lúmen, quando a concentração deles se torna maior que no fluido intersticial, se difundem entre as células epiteliais • K+, Ca+2, Mg+2 Reabsorção na alça de Henle: à medida que o filtrado se move do túbulo convoluto proximal a alça de Henle, a parede do néfron sofre mudanças histológicas → tecido epitelial cuboidal simples se transforma em epitelial escamoso simples • A alça de Henle desce para a medula do rim → concentração de solutos no fluido intersticial é muito elevada → Ramo descendente fino: altamente permeável a água e moderadamente permeável a ureia, Na+ e quase todos os outros íons • Água move-se para fora do néfron por osmose • Alguns solutos movem-se para dentro do néfron • Quando o filtrado atinge o final do segmento fino do ramo descendente, o volume do filtrado está reduzido por mais de 15% • A concentração do filtrado fica igual a concentração elevada do fluido intersticial da medula → Ramo ascendente fino: permeável a solutos e impermeável a água • Não há saída de água • Conforme o fluido intersticial vai se tornando menos concentrado em direção ao córtex, os solutos difundem-se para o fluido intersticial → Ramo ascendente grosso: não é livremente permeável a água ou a solutos • Os solutos, tais como Na+, K+ e Cl- devem ser transportados de forma ativa do segmento grosso do ramo ascendente da alça de Henle para o fluído intersticial • K+ e Cl- atravessam a membrana apical para dentro da célula juntamente com o Na+ → K+ e Cl- saem das células do néfron em direção ao fluido intersticial por difusão facilitada • Concentração de Na+ no interior do lúmen > concentração de Na+ no interior das células do néfron → esse gradiente é criado pelo transporte ativo de Na+ para fora da célula, em troca de K+ pela membrana basal • O filtrado entra no túbulo convoluto distal muito mais diluído do que o liquido intersticial que o rodeia Reabsorção no túbulo convoluto distal e ducto coletor: → Reabsorção de alguns solutos (Na+, Cl- e H+) • Está sob controle hormonal • Depende das condições atuais dos solutos no corpo → Reabsorção de água: a permeabilidade do túbulo distal e do ducto coletor a água não é constante • Varia de acordo com a regulação hormonal • Hormônio ADH → torna a parede do túbulo mais permeável a água → absorção de água por osmose → urina mais concentrada Mudanças na concentração de ureia: a ureia entra no filtrado glomerular na mesma concentração que no plasma • Túbulos renais não são tão permeáveis a ureia como a água • À medida que o volume de filtrado diminui no néfron, a concentração de ureia aumenta • Apenas 40 a 60% da ureia é reabsorvida passivamente no néfron CONTROLE HORMONAL DA REABSORÇÃO TUBULAR: vários hormônios no corpo proporcionam especificidade da reabsorção tubular para diferentes eletrólitos e para a água Aldosterona: aumenta a reabsorçao de sódio e estimula a secreçao de potássio pelos túbulos renais • Estimula a bomba de sódio-potássio, na face basal da membrana do tubulo coletor • Aumenta a permeabilidade ao sódio da face apical da membrana • Estimulos para liberaçao de aldosterona: concentração de potassio extracelular aumentada e niveis de angiotensina II elevados → volume ou pressao sanguinea baixa • A secreção de aldosterona → retenção de sódio e água no corpo → aumento do líquido extracelular e restauraçao da pressao sanguinea a niveis normais • Correlação clínica: tumores adrenais (síndrome de Conn) → excesso de secreção de aldosterona → retenção de sódio no corpo e diminuição da concentração plasmática de potássio Angiotensina II: aumenta a reabsorção de sódio e água • Hormônio de retenção de sódio mais potente do organismo • A formação de angiotensina II aumenta em circunstancias associadas a pressão sanguínea baixa e ao volume de liquido extracelular diminuído (hemorragia, sudorese ou diarreia severa) • O aumento da formação de angiotensina II permite a retenção de sódio e água pelos rins, sem causa retenção dos produtos residuais metabólicos (ureia, creatinina) → Angiotensina II estimula a secreção de aldosterona → aumenta a reabsorção de sódio → Angiotensina II contrai as arteríolas eferentes • Reduz a pressão hidrostática dos capilares peritubulares → aumenta a reabsorção tubular efetiva nos túbulos proximais • Reduz o fluxo sanguíneo renal → aumenta a concentração de proteínas e a pressão coloidosmótica nos capilares peritubulares → aumento da força de reabsorção de sódio e água → Angiotensina II estimula diretamente a reabsorção de sódio nos túbulos proximais, nas alças de Henle, nos túbulos distais e nos túbulos coletores • Estimula a bomba de sódio e potássio na membrana basal da célula epitelial tubular • Estimula a troca de sódio-hidrogênio na membrana apical/luminal do túbulo proximal • Estimula o cotransporte de sódio e bicarbonato, através das membranas basais ADH – antidiurético: aumenta a reabsorção de água • Aumenta a permeabilidade a água dos epitélios do túbulo distal, coletor e ductos coletores • Ajuda a poupar água em situações de desidratação • Tem controle fundamental no controle do grau de diluição ou concentração da urina • ADH → receptor V2 → formação de AMP cíclico e ativação de proteinocinases → movimento das proteínas aquaporinas para o lado apical/luminal das membranas celulares → fusão das aquaporinas a membrana celular por exocitose → canais para água que permitem a difusão rápida água para fora dos túbulos Peptídeo Natriurético Atrial: diminui a reabsorção de sódio e água • Células especificas dos átrios cardíacos, quando distendidas, liberam o peptídeo natriurético atrial • Níveis altos inibem diretamente a reabsorção de sódio e água pelos túbulos renais, especialmente nos ductos coletores • Inibe a secreção de renina e, portanto, a formação de angiotensina II → reduz a reabsorção tubular renal Hormônio da paratireoide: aumenta a reabsorção de cálcio • O hormônio da paratireoide é um dos hormônios reguladores de cálcio mais importantes no organismo • Aumenta a reabsorção tubular de cálcio, especialmente nos túbulos distais • Inibição da reabsorção de fosfato pelo túbulo proximal • Estimulação de magnésio pela alça de Henle SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO: a ativação do sistema nervoso simpático, se intensa, aumenta a reabsorção de sódio • Contração das arteríolas renais → redução da filtração glomerular • Ativação de receptores adrenérgico nas células epiteliais do túbulo renal • Aumenta a liberação de renina e a formação de angiotensina II → aumenta a reabsorção de sódio MECANISMO DE SECREÇÃO TUBULAR: a secreção tubular é o movimento, do sangue para o filtrado, de substâncias não filtradas, subprodutos tóxicos do metabolismo e fármacos ou moléculas que não são normalmente produzidas pelo corpo. Pode ser um processo ativo ou passivo. • Amônia: é produzida quando as células epiteliais do néfron removem grupos amino de aminoácidos, que se difundem para dentro do lúmen do néfron • O H+, K+, penicilina e o ácido para-amino-hipúrico (PAH – produto químico de diagnóstico médico), entre outros, são ativamente secretados para o néfron → transporte ativa ou antiporte • Secreção de H+ → os íons ligam-se a proteínas de transporte e ao Na+ → conforme o Na+ se move para dentro da célula, o H+ se move para fora da célula em direção ao lúmen dos néfrons → túbulos proximais e distais COMPOSIÇAO NORMAL DA URINA:
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