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Prof. Leonardo Coelho 2 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 3 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Sumário 1. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA: VISÃO GERAL E CONCEITOS ESSENCIAIS ......................................................................................... 5 1.1. Introdução .......................................................................................................................... 5 1.2. Objetivos da Administração Financeira.............................................................................. 6 1.3. Funções Financeiras ........................................................................................................... 8 1.4. Risco e Taxas de Retorno ................................................................................................. 10 1.5. Valor do Dinheiro no Tempo ............................................................................................ 12 2. AMBIENTE FINANCEIRO: MERCADOS, INSTITUIÇÕES, TAXAS DE JUROS E IMPOSTOS ........................................................................... 12 3. PROJEÇÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIROS .......... 18 4. AVALIAÇÃO DE TÍTULOS E AÇÕES ............................................. 20 5. ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO .................................... 22 5.1. Política de Capital de Giro ................................................................................................ 22 5.2. Administração de Caixa, Títulos Negociáveis, Crédito e Estoque .................................... 24 5.3. Financiamento de Curto Prazo ......................................................................................... 26 6. INVESTIMENTO ESTRATÉGICO DE LONGO PRAZO...................... 27 6.1. Orçamento de Capital – Elaboração e Técnicas de Análise ............................................. 30 6.2. Fluxo de Caixa ................................................................................................................... 36 7. CUSTO DE CAPITAL .................................................................... 38 8. ALAVANCAGEM .......................................................................... 41 9. POLÍTICA DE DIVIDENDOS ........................................................ 45 Índice de Esquematizações Esquema 1. Administração Financeira _______________________________________________ 6 Esquema 2. Objetivo da Administração Financeira _____________________________________ 7 Administração financeira – visão geral. Ambiente financeiro: mercados; instituições; taxas de juros; impostos. Conceitos essenciais da Administração Financeira: Risco e taxas de retorno; Valor do dinheiro no tempo. Avaliação de títulos e ações. Projeção, planejamento e controle financeiros. Administração do capital de giro: Política de capital de giro; Administração de caixa e de títulos negociáveis; administração de crédito; administração de estoque; financiamento de curto prazo. Decisões de investimento estratégico. Custo de capital. Alavancagem. Política de dividendos https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 4 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Esquema 3. Sub-objetivos da Administração Financeira _________________________________ 8 Esquema 4. Funções Financeiras ___________________________________________________ 9 Esquema 5. Riscos _____________________________________________________________ 11 Esquema 6. Ambiente Financeiro _________________________________________________ 14 Esquema 7. Sistema Financeiro Nacional ____________________________________________ 14 Esquema 8. Mercado Financeiro __________________________________________________ 15 Esquema 9. Taxa de Juros _______________________________________________________ 16 Esquema 10. Taxas de Juros ______________________________________________________ 18 Esquema 11. Planejamento e Controle Financeiros ___________________________________ 19 Esquema 12. Avaliação de Títulos e Ações __________________________________________ 21 Esquema 13. Elementos da Avaliação ______________________________________________ 21 Esquema 14. Capital de Giro _____________________________________________________ 22 Esquema 15. Gestão do Capital de Giro _____________________________________________ 23 Esquema 16. Caixa e Títulos ______________________________________________________ 24 Esquema 17. Administração Eficiente de Caixa _______________________________________ 24 Esquema 18. Ciclo de Caixa vs. Giro de Caixa ________________________________________ 25 Esquema 19. Administração do Estoque ____________________________________________ 25 Esquema 20. Financiamento de Curto Prazo _________________________________________ 27 Esquema 21. Investimentos ______________________________________________________ 28 Esquema 22. Características das Decisões de Investimento de Longo Prazo ________________ 29 Esquema 23. Investimentos de Longo Prazo _________________________________________ 30 Esquema 24. Orçamento de Capital ________________________________________________ 31 Esquema 25. Objetivos do Orçamento de Capital _____________________________________ 32 Esquema 26. Informações para Elaborar o Orçamento de Capital ________________________ 33 Esquema 27. Etapas do Processo de Orçamento de Capital _____________________________ 34 Esquema 28. Técnicas de Análise do Orçamento de Capital _____________________________ 35 Esquema 29. Fluxo de Caixa ______________________________________________________ 37 Esquema 30. Custo de Capital ____________________________________________________ 38 Esquema 31. Estrutura de Capital _________________________________________________ 39 Esquema 32. Custo de Capital - Próprio e de Terceiros _________________________________ 40 Esquema 33. WACC ____________________________________________________________ 40 Esquema 34. Alavancagem_______________________________________________________ 41 Esquema 35. Formas de Calcular o Grau de Alavancagem Operacional (GAO) _______________ 42 Esquema 36. Grau de Alavancagem Financeira (GAF) __________________________________ 43 Esquema 37. Alavancagem Operacional vs. Alavancagem Financeira ______________________ 44 Esquema 38. Decisões de Dividendos ______________________________________________ 45 Esquema 39. Decisões para Maximizar o Valor da Empresa _____________________________ 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 5 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Opa, pessoas! Vamos caminhar nesta aula pela área de Finanças Privadas, passando um pouco por Matemática Financeira e Contabilidade de Custos!! Se você já viu alguma destas disciplinas, vai ter facilidade no aprendizado hoje! Mas não se preocupe, irei tratar com muito cuidado os assuntos para que chegue bem preparado para sua prova. Bora! Leonardo Coelho 1. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA: VISÃO GERAL E CONCEITOS ESSENCIAIS 1.1. Introdução A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA é considerada uma das mais importantes áreas da ciência da administração. Primordial para o andamento das atividades de qualquer organização, seja privada ou pública, que vise ao lucro ou não, de capital aberto ou fechado. Podemos conceituar a administração financeira como uma ciência que tem por objetivo determinar o mais eficiente e eficaz procedimento organizacional de captação de recursos e alocação de capital. Nesse cenário, faz-se necessário levar em consideração a equação econômica da escassez de recursos somada à realidade operacional e prática das empresas. Vale ressaltar o seguinte: não basta apenas captar e alocar capital; é necessário administrar bem os recursos para geraros devidos resultados, garantindo a continuidade da organização e gerando valor para a governança corporativa. O administrador financeiro, em virtude do complexo mundo empresarial, necessita de uma visão holística da organização e seu relacionamento com o ambiente externo. Portanto, apenas conhecer técnicas financeiras se mostra insuficiente. É necessário abrir a atuação para valores e informações estratégicas. Um bom administrador financeiro, nos tempos atuais, precisa de uma visão total da organização, a fim de detectar oportunidades e ameaças estratégicas, internas ou externas. É fundamental, também, ter uma capacidade de analisar dados isolados e informações, fazendo devidas inferências acerca da previsão de comportamentos futuros. A administração financeira pode ser dividida em três grandes áreas: mercado financeiro, finanças pessoais e finanças corporativas. Iremos priorizar o estudo das finanças corporativas, tocando também em temas que https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 6 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ dizem respeito ao mercado financeiro. Vamos ver um esquema que sintetiza do o que vimos até o momento: Esquema 1. Administração Financeira 1. (CCV/UFC – Assistente em Administração – UFC – 2014) Um orçamento traça um curso para uma empresa, delineando seus planos, em termos financeiros, envolvendo (1) a comparação, periódica, dos resultados reais com as metas, tomando medidas apropriadas; (2) a execução de planos para atingir suas metas; e (3) o estabelecimento de metas específicas para futuras operações. Tais ações correspondem, respectivamente, às seguintes funções administrativas: a) (1) direção, (2) controle, (3) planejamento. b) (1) direção, (2) planejamento, (3) controle. c) (1) controle, (2) direção, (3) planejamento. d) (1) feedback, (2) controle, (3) planejamento. e) (1) feedback, (2) planejamento, (3) controle. Resolução: C. (1) Controle é a comparação, periódica, dos resultados reais com as metas, tomando medidas apropriadas. (2) Direção é a execução de planos para atingir suas metas. (3) Planejamento é o estabelecimento de metas específicas para futuras operações. A sequência correta: c) (1) controle, (2) direção, (3) planejamento. 1.2. Objetivos da Administração Financeira O objetivo principal da administração financeira é criar valor. Criar valor para a governança corporativa. Criar valor para os gestores da organização. Criar valor para a sociedade. Criar valor para os governos. Criar valor para a ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Determinar o mais eficiente procedimento organizacional para captar recursos e alocar capitais, devendo estar alinhado com a estratégia e possuir visão holística. https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 7 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ organização. Os ganhos dos investidores precisam ser maiores do que o custo de financiamento. Em termos contábeis: o retorno dos ativos deve ser maior do que o total dos passivos e do patrimônio líquido. Em termos econômicos: criar valor acontece quando os ganhos superam os custos de financiamento e o custo de oportunidade. E tudo isso deve ser alinhado com a estratégia da organização, e dela não pode renunciar ou desprender-se. A administração financeira deve adotar uma postura questionadora do comportamento do mercado em geral e da empresa, na intenção de possibilitar que a tomada de decisão empresarial seja correta. Esquema 2. Objetivo da Administração Financeira A administração financeira, com o objetivo de maximizar a riqueza da governança corporativa (proprietários/acionistas principalmente), deve ter foco na avaliação da organização e das decisões financeiras quanto ao seu impacto na criação de valor. Este objetivo de criar valor pode ser desmembrado em três sub-objetivos: • Maximizar o lucro: o lucro ainda é uma boa maneira de mensurar a eficácia da organização, apesar das diversas restrições: o lucro é definido por princípios contábeis amplamente aceitos e não evidenciam claramente a capacidade de pagamento da empresa, uma vez que se baseia no regime de competência, e não no regime de caixa. Além disso, o lucro contábil não mede o risco inerente à atividade empresarial. Portanto, o lucro não pode ser a única maneira de mensurar a eficácia da organização. • Maximizar o valor de mercado da empresa: O valor de mercado é considerado um dos bons critérios para tomar decisões. Duas variáveis são fundamentais para calcular o valor de mercado da empresa: o retorno de caixa esperado e a taxa de oportunidade envolvida. O mais importante é mensurar a capacidade de gerar resultado futuro, e não o histórico de resultado acumulado. Objetivo da Administração Financeira CRIAR VALOR! Em termos contábeis: retorno dos ativos deve ser maior do que o total dos passivos e PL Em termos econômicos: os ganhos superam os custos de financiamento e oportunidade https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 8 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ • Maximizar a riqueza e garantir a continuidade do empreendimento: o crescimento da riqueza do sócio/acionista é conseguida mediante o incremento no valor econômico da ação da empresa, constituindo o objetivo principal das empresas: criar/gerar/agregar valor. O objetivo de geração de riqueza não pode ser observado de maneira isolada, e sim como uma consequência do cumprimento de objetivos secundários. Nos tempos atuais, as organizações precisam incorporar, também, objetivos ambientais e sociais, visando atender aos anseios da sociedade. Isto possibilita gerar a chamada sustentabilidade empresarial, ou responsabilidade corporativa: agir com transparência, respeito às leis estabelecidas e proteção ao ambiente direta ou indiretamente afetado pelas atividades da organização. Esquema 3. Sub-objetivos da Administração Financeira 1.3. Funções Financeiras No mundo da administração financeira, convenciona-se que são quatro as principais FUNÇÕES FINANCEIRAS, ou seja, os mais importantes campos de atuação das finanças numa organização. Vamos às funções e suas principais atividades: 1) Planejamento Financeiro: evidenciar a necessidade de crescimento da empresa; identificar cenários, problemas e desafios futuros; escolher ativos rentáveis e condizentes com o porte e estratégia da empresa; estabelecer a rentabilidade mínima dos ativos; 2) Controle Financeiro: observar e avaliar o desempenho financeiro da empresa; analisar os desvios positivos ou negativos dos indicadores Maximizar o lucro Maximizar o valor de mercado da empresa Maximizar a riqueza https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 9 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ financeiros, comparando o previsto com o realizado; definir as medidas corretivas; implementar as medidas corretivas; verificar a eficácia das medidas; 3) Administração de Ativos: estabelecer a melhor estrutura, avaliação e planejamento em termos de risco e retorno dos ativos; acompanhar as defasagens entre entradas e saídas; 4) Administração de Passivos: gerenciar a estrutura de capital, principalmente financiamentos, da organização; garantir a estrutura de capital mais eficaz em termos de liquidez, risco financeiro e redução de custos. Esquema 4. Funções Financeiras 2. (FGV – ISS Cuiabá - 2014) No âmbito da administração financeira empresarial, existem funções típicas do administrador financeiro. Uma dessas funções é a de tratar dos processos de tomada de decisão que definem a melhor estrutura dos ativos de uma organização, considerando a relação entre risco e retorno. A função descrita refere à: a) tomada de decisões de investimento. b) tomada de decisões de financiamento.c) tomada de decisões de análise. d) análise, ao planejamento e ao controle financeiro. e) tomada de decisões de controle financeiro. Resolução: Esta questão traz uma outra abordagem quanto às funções do administrador financeiro, dividindo em três: decisões de financiamento, decisões de investimento e análise, planejamento e controle financeiro. O enunciado fala em definir melhor estrutura de ativos, relação entre risco e retorno. Estas são decisões de investimento (fazendo uma ligação com nossa Funções Financeiras Planejamento Financeiro Controle Financeiro Administração de Ativos Administração de Passivos https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 10 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ classificação apresentada, seria administração de ativos). Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão. 1.4. Risco e Taxas de Retorno Em poucas palavras, RISCO pode ser conceituado como a possibilidade de prejuízo financeiro. É uma medida de probabilidade de ocorrência desse prejuízo, a partir da variabilidade de retorno de ativos. O risco, normalmente, cresce com o tempo da operação realizada. Outra premissa: quanto maior o risco, maior poderá ser o retorno. O gestor que atua na área financeira das organizações trabalha com riscos a todo momento, em praticamente todas as decisões tomadas. O risco pode existir, mas a incerteza deve ser combatida a todo momento pelo administrador financeiro. Podemos classificar os riscos inerentes à atuação do gestor de finanças em diversas categorias. Vamos analisar duas das mais importantes. Podemos classificar os riscos em sistemáticos ou não sistemáticos. Os riscos sistemáticos ou não diversificáveis afetam todos os ativos, todo o mercado. Decorrem de fatores não controláveis como clima, guerra, inflação, atentados e outros de natureza semelhante. Já os riscos não sistemáticos ou diversificáveis são os riscos do empreendimento, riscos do negócio e riscos país, e podem ser mitigados (ter ser efeitos reduzidos) por decisões do investidor. Outra classificação divide os riscos das decisões financeiras em econômicos e financeiros: o risco econômico está relacionado diretamente à atividade operacional da organização e ao seu mercado. Ele independe da forma como a empresa é financiada e envolve alguns aspectos como sazonalidade, tecnologia, alterações na demanda, variações macroeconômicas, etc. Já o risco financeiro refere-se diretamente às decisões de financiamento, envolvendo liquidez e solvência. Empresas com baixo grau de endividamento apresentam baixo risco de financiamento. No entanto, é necessário e desejável que haja algum grau de endividamento, pois é isto que permite alavancar os resultados organizacionais. https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 11 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Esquema 5. Riscos Os conceitos trazidos sobre o risco estão muito associados às TAXAS DE RETORNO. Antes de entrar neste tema, adianto que não é nossa intenção falar sobre os diversos tipos de taxas de retorno, nem a maneira como são calculados. Nossa abordagem é conceitual, focada no que pode ser cobrado na sua prova, dentro de nossa disciplina. O retorno do investimento é calculado a partir de duas taxas de retorno: o retorno esperado e o retorno real/observado. O retorno esperado evidencia a expectativa de ganho, ou seja, calculado antes de realizado o investimento. Já o retorno real ou observado é calculado após a realização do investimento, bem como a efetivação ou não dos riscos envolvidos. 3. (CESPE – Analista - MPU - 2015) A respeito da análise e avaliação econômica e financeira, julgue o item a seguir. No processo de tomada de decisões financeiras, devem ser priorizadas a minimização do risco e a maximização do retorno, tendo, por isso, os investidores racionais expectativa de, simultaneamente, correrem os menores riscos e obterem o maior retorno. Resolução: A questão está errada, pois não se pode apenas minimizar o risco. Ele tem que existir, num limite tolerável e mapeado, mas tem que existir. Sem risco não há investimento, muito menos retorno. Riscos Possibilidade de prejuízo financeiro. Cresce com o tempo da operação. Quanto maior o risco, maior poderá ser o retorno. Sistemáticos ou não-diversificáveis Não-sistemáticos ou diversificáveis Econômico Financeiro https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 12 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ 1.5. Valor do Dinheiro no Tempo O valor do dinheiro no tempo (VDT) está relacionado com tudo o que vimos até agora, principalmente com os riscos e as taxas de retorno dos investimentos. O VDT se refere ao fato de que uma unidade monetária (real, dólar, euro, etc.) na mão vale mais do que a esperança dessa mesma quantia ser recebida no futuro. Segundo os ensinamentos econômicos e financeiros, são pelo menos três as razões desta afirmativa ser verdadeira: • O dinheiro que hoje está na mão pode ser investido, rendendo juros, de modo que você terminará com mais dinheiro no futuro. • O poder de compra do dinheiro pode mudar no tempo devido à inflação. • A receita de dinheiro esperada no futuro é, em geral, incerta. 2. AMBIENTE FINANCEIRO: MERCADOS, INSTITUIÇÕES, TAXAS DE JUROS E IMPOSTOS Após discorrer sobre alguns temas introdutórios das finanças organizacionais, vamos partir para o estudo de assuntos pertinentes ao mercado financeiro, uma das três grandes áreas da administração financeira. As organizações estão inseridas num cenário muito maior do que as paredes da sala do departamento financeiro. A todo momento, comunicam-se e realizam transações com as mais diversas entidades privadas ou públicas. Todas elas operando no mercado. É o que podemos chamar de AMBIENTE FINANCEIRO. O desenvolvimento econômico do mundo atual exige, normalmente, a formação de poupança (conceito econômico que pode ser definido como a parcela da renda que não foi consumida) com o intuito de financiar os investimentos necessários nos setores produtivos da economia. Neste cenário participam os poupadores (agentes econômicos superavitários), os tomadores (organizações e governos que precisam de liquidez/dinheiro) e os intermediários financeiros (as instituições que fazem a ponte entre os dois outros atores, os bancos normalmente) Devido ao processo de mediação e distribuição dos recursos no mercado, fica destacada a importância social e econômica do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Por falar nisso, vamos ver no quadro a seguir as INSTITUIÇÕES que compõem o SFN e suas responsabilidades principais: https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 13 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ (fonte: http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP) A atuação de uma organização no campo das suas finanças desenvolve-se num ambiente financeiro composto por um mercado altamente complexo e cada vez mais influente. Nesse contexto, o gestor financeiro precisa encontrar as mais vantajosas oportunidades de aplicações disponíveis no mercado e formar uma equilibrada posição de risco na tomada de diversas decisões financeiras. É fundamental, portanto, ter noção plena de como os mercados funcionam, dos rendimentos dos seus instrumentos financeiros e do comportamento esperado das políticas econômicas. Não há como dissociar o desempenho futuro esperado para o cenário econômico das decisões financeiras das organizações do comportamento das suas taxas de juros e dos seus diversos mercados financeiros. Alguns índices da economia, como taxas de juros de curto, médio ou longo prazos, medidas de mercados futuro, dentre outros, constituem-se em ótimas referências para se prever a direção futura da economia, indicando o melhor caminho para as melhores decisõesfinanceiras. https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 14 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Esquema 6. Ambiente Financeiro 4. (FGV – Analista Bancário - BNB - 2014) O Sistema normativo é composto pelas entidades que regulam e fiscalizam o funcionamento do Sistema Financeiro Nacional. Por esse motivo estão no topo do organograma, ou seja, as outras instituições têm que, obrigatoriamente, acatar as decisões do sistema normativo. Entre as entidades que compõem o Sistema Normativo encontram-se: a) sociedades corretivas e distribuidoras; b) bancos múltiplos e de investimento; c) Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal; d) Conselho Monetário Nacional e Banco Central do Brasil; e) Bolsa de Valores e Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Resolução: O sistema normativo é formado pelo Conselho Monetário Nacional, Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários, Superintendência de Seguros Privados e Secretaria da Previdência Complementar. Portanto, a alternativa D está correta e é a unica que contém apenas entidades do sistema normativo. Esquema 7. Sistema Financeiro Nacional Subsistema normativo: responsável pelo funcionamento do mercado financeiro e de suas instituições, por meio do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central do Brasil. A CVM, nessa classificação, é um órgão normativo de apoio do sistema financeiro, atuando especificamente no mercado de valores mobiliários. • Ambiente de intermediações financeiras, com participação de entidades públicas, privadas, sejam elas poupadoras ou tomadoras. Ambiente Financeiro https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 15 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Nesse subsistema, enquadram-se ainda outras 3 instituições especiais, assumindo responsabilidades próprias: Banco do Brasil (BB); Caixa Econômica Federal (CEF); Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES); Subsistema de intermediação: demais instituições integrantes do sistema financeiro, que, por sua vez, são subdivididas em: bancárias (podem receber depósitos à vista); não bancárias (não podem receber depósitos à vista); auxiliares do mercado (bolsas de valores, sociedades corretoras, distribuidoras e agentes autônomos de investimento); não financeiras (sociedades de fomento comercial e companhias seguradoras). Continuando e falando mais um pouco sobre MERCADOS. O termo "mercado" remonta a momentos bem antigos, anteriores à existência da moeda, e o seu significado no passado designava o lugar onde as pessoas se encontravam para trocar, vender ou comprar mercadorias. Ao longo do tempo, o conceito de mercado foi evoluindo para um significado ligado ao conjunto de elementos envolvidos no comércio de determinado produto: produtores, consumidores, intermediários, normas, preços, etc. Hoje, quando falamos no mercado de frutas, por exemplo, estamos nos referindo ao conjunto de pessoas que atuam na produção, aos consumidores, aos centros de distribuição, aos feirantes, aos preços praticados, dentre outros envolvidos. O mercado financeiro também tem o seu produto: a utilização do dinheiro no tempo. Explicando melhor, é a transferência temporária da capacidade de consumo e do poder de compra. Mercado financeiro é, portanto, o conjunto de engrenagens voltadas para a transferência dos recursos entre agentes econômicos. Seu papel precípuo é da viabilidade e operacionalização dos fluxos de financiamentos na economia. Vamos ver um esquema sintetizando o conceito que acabamos de aprender: Esquema 8. Mercado Financeiro 5. (CESPE – Perito - Polícia Federal - 2013) Com base em normas e funcionamento do Sistema Financeiro Nacional, julgue o seguinte item. • Conjunto de engrenagens voltadas para a transferência dos recursos entre agentes econômicos. Mercado Financeiro https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 16 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ O mercado de capitais é uma das categorias do mercado financeiro, que não envolve operações de curto prazo. Nesse mercado, a instituição financeira normalmente não é parte na operação, e sim interveniente, facilitando a realização dos negócios. Resolução: A questão está certa, e traz corretamente o papel das instituições financeiras do mercado de capitais no contexto do mercado financeiro. Elas são o elo de ligação entre tomador e poupador. Vamos a mais um tema deste tópico. No já citado processo de intermediação financeira, a TAXA DE JUROS representa uma das mais importantes variáveis. Ela define o valor do aluguel pelo uso do dinheiro. Diversos fatores podem interferir na formação da taxa de juros, interagindo entre si de acordo com a dinâmica da economia. Três fatores se destacam no processo de formação da taxa de juros, atuando de forma efetiva: a política monetária praticada pelos governos, a posição de caixa das instituições e o custo futuro do dinheiro. Estes três fatores atuam de maneira associada e interativa. Esquema 9. Taxa de Juros Vamos agora, de maneira pormenorizada, tratar das taxas referenciais. No mercado financeiro brasileiro e internacional existem diversas taxas referenciais. Segue o conceito das principais taxas referenciais (não se preocupem em decorar os detalhes das taxas de juros apresentadas a partir de agora. Apenas entenda como cada uma funciona): • TBF - Taxa Básica Financeira - média ponderada das taxas de juros dos CDBs (certificados de depósito bancário) de 31 dias praticados pelas 30 maiores instituições financeiras, excetuando a maior taxa e menor taxa. Tem por finalidade nortear a atualização do valor das operações financeiras com prazo igual ou superior a 60 dias. • TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo - é fixada pelo Banco Central e se aplica às operações financeiras de longo prazo feitas pelo BNDES. É TAXA DE JUROS Política monetária Posição de caixa das instituições Valor do aluguel pelo uso do dinheiro. Custo futuro do dinheiro https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 17 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ calculada com base num somatório da meta de inflação com um "prêmio de risco". • TR - Taxa Referencial - é a chamada taxa básica. Calcula-se a partir da média móvel ponderada das taxas de captação de CDBs, prazos de 30 e 35 dias, praticadas pelas 20 principais instituições financeiras. A sua fórmula variou ao longo do tempo, muito por conta das mudanças do seu coeficiente de redução. A variação da TR tem sido usada como indexador financeiro. E quanto às taxas mais praticadas pelo mercado monetário e financeiro? Vamos ver quais são elas, de acordo com os conceitos do Banco Central do Brasil: • TMS - Taxa Média Selic (Over/SELIC) - É a taxa média que congrega todas as operações efetuadas com títulos federais de um dia (overnight) do SELIC - Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Sua finalidade principal é definir o custo do dinheiro no mercado aberto. É, atualmente, a taxa de referência dos juros no mercado financeiro. • CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro (Over/CDI) - É a taxa referente às transações de um dia (overnight) realizadas com CDI - Certificados de Depósito Interbancário, através do CETIP - Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos, onde são registradas as transações envolvendo títulos privados. A taxa CDI é a taxa aplicável às transações financeiras de um dia lastreadas em tais títulos. • Taxa CDB - A taxa referente aos Certificados de Depósitos Bancários (CDB) é considerada a principal taxa de captação de recursos dos bancos comerciais. Ela incide sobre os depósitos de alto valor e de prazo fixo (30/60 dias). https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho18 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Esquema 10. Taxas de Juros 6. (CESPE – Técnico Bancário - Caixa Econômica Federal - 2014) Acerca do Sistema de Pagamentos Brasileiro, julgue o item que se segue. No Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), são realizadas as transações que envolvem os títulos de renda fixa privados. Resolução: A questão está errada, pois o SELIC envolve transações de títulos públicos, e não privados como trouxe erroneamente o texto da questão. 3. PROJEÇÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIROS Vamos seguir nossa aula falando sobre uma das atividades mais importantes do administrador financeiro numa organização: gerir as finanças a partir do planejamento e controle financeiros. O papel principal de um administrador financeiro é criar valor e maximizar os recursos. Para tal, torna- se necessário utilizar diversas ferramentas que proporcionem informações rápidas e precisas. Planejar e controlar são ações indispensáveis para a sobrevivência da organização. Por meio do planejamento financeiro, torna-se possível executar uma gestão financeira eficaz e eficiente, uma vez que esta medida busca, principalmente, analisar, de forma antecipada, os riscos envolvidos. Isto torna mais ágil a solução de imprevistos. O planejamento financeiro também é o responsável por determinar as diretrizes financeiras estratégicas de uma empresa, tais como: estabelecer metas de investimento e financiamento a serem realizados. Só pelo fato de realizar um planejamento e um controle financeiros, as empresas ficam mais aptas a cumprir as suas metas no futuro. Controlar o Taxas de Juros Taxas Referenciais TBF/BÁSICA TJLP/LONGO PRAZO TR Taxas de Mercado TMS/SELIC CDI CDB https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 19 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ que foi planejado ocasiona, normalmente, alterações pontuais necessárias nas metas anteriormente determinadas a partir das mudanças nas condições internas ou externas. Os recursos da empresa podem ser mais bem utilizados caso seja realizado um planejamento que contemple as suas reais necessidades. Esquema 11. Planejamento e Controle Financeiros Os planos financeiros e orçamentários são considerados um dos principais fatores que ajudam a estabelecer uma espécie de roteiro para atingir os objetivos da empresa. Eles refletem em todos os setores, funcionando como mecanismo de controle para as demais atividades. Vale ressaltar o seguinte: o planejamento financeiro tem sua importância, mas também é preciso se preocupar com o planejamento econômico. Além disso, administrar bem o tempo significa poupar recursos: uma gestão bem desenvolvida nessa área proporciona um considerável ganho, diminuindo um dos grandes problemas organizacionais, que é a diferença de prazo de pagamentos entre consumidores e os fornecedores. Ao administrar uma empresa, o gestor deve atentar-se para a administração do capital de giro. Neste caso, fatores como os ciclos econômicos e a sazonalidade específica do negócio necessitam ser levados em consideração, na intenção de que o planejamento da organização se torne compatível com a realidade. Uma curiosidade: as organizações do tipo comerciais se preocupam em possuir um volume maior de capital de giro do que de ativos totais, concentrando-se nas contas a receber e estoques. Segundo os estudiosos, é possível afirmar que a sazonalidade sempre vai acontecer. Portanto, cabe ao gestor de finanças saber geri-la de maneira mais favorável. Conceituando sazonalidade, segundo Pires (2008): alternância de períodos previsíveis de baixas e altas de preços, em decorrência, respectivamente, de aumentos e diminuições na oferta de bens. 7. (CESPE – Analista Administrastivo - ANATEL - 2004) Um dos passos importantes da decisão dos administradores financeiros é avaliar projetos de expansão ou de criação de novas unidades. Essa avaliação de projetos segue nos dias de hoje, um ferramental amplamente conhecido, com algumas diferenças importantes no que tange à avaliação realizada pelo setor público e aquela realizad pelo setor privado. Nesse contexto, julgue o item seguinte. Planejamento e Controle Financeiros Analisar, de maneira antecipada, riscos e oportunidades. Determinar diretrizes financeiras estratégicas. https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 20 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ A principal vantagem da análise de custo-benefício é responder se certo conjunto de projetos de investimentos deve ser empreendido e, caso os recursos sejam limitados que prioridades se deve dar a esse elenco de projetos segundo este ou aquele conjunto de critérios. Resolução: A questão está errada, pois responder se certo conjunto de projetos de investimentos deve ser empreendido é o maior problema da análise de custo-benefício realizada na fase do planejamento de investimentos e finanças, e não a principal vantagem. 8. (ESAF – Analista de Finanças e Controle - STN - 2005) O custo de oportunidade do investimento em um ativo financeiro é o(a) a) retorno esperado até o vencimento do ativo. b) retorno esperado até o final do prazo da aplicação pelo investidor no ativo. c) retorno existente no mercado em aplicações com o mesmo risco do ativo. d) taxa de juros disponível no mercado de DI. e) taxa de juros da caderneta de poupança. Resolução: Conceito importantíssimo este do custo de oportunidade, análise que todo administrador financeiro realiza a todo momento, principalmente no planejamento das finanças. A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois o custo de oportunidade mensura a possibilidade de ganho ou perda onde exista mais de uma opção. É aquilo que você deixa de ganhar por escolher determinada opção. 4. AVALIAÇÃO DE TÍTULOS E AÇÕES A partir do crescimento tecnológico e da internacionalização das organizações (e do seu capital), o mercado financeiro desenvolveu-se como nunca antes, fato inimaginável décadas atrás. É possível, nos dias de hoje, realizar uma operação financeira no Brasil, depois observar como está o mercado em Nova York ou na Europa, e em poucos minutos já mudar os papéis negociados, por exemplo, por títulos negociados no mercado exterior. Ser um profissional da área financeira, que "mexe" com títulos e ações a todo momento, demanda uma qualificação cada vez mais completa. As oportunidades no mercado são globais, é preciso conhecer todas as nuances e cenários em todas as partes do mundo, com vistas a avaliar e obter a melhor operação para a organização. A avaliação de títulos e ações consiste em calcular o valor de um ativo numa determinada data. Este procedimento, aparentemente simples, está baseado nos conceitos de valor de dinheiro no tempo e risco/retorno. Portanto, nota-se que, apesar de ser um conceito simples, sua operação é https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 21 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ muito mais complexa do que parece. São diversas as variáveis externas que precisam ser mensuradas. Esquema 12. Avaliação de Títulos e Ações Dentre os já citados principais elementos envolvidos na avaliação de ativos e ações, podemos citar inicialmente o retorno dos ativos. Baseia-se no fluxo de caixa que se espera do ativo durante o período em que for detida a sua propriedade. Além do retorno, deve-se analisar a distribuição dos fluxos ao longo do tempo. Um retorno esperado elevado somente ao término do período pode ser menos atrativo do que um retorno menor, porém distribuído ao longo de todo o período. No entanto, é preciso também analisar o risco de maneira conjugada com o retorno: um determinado nível de risco que venha a ser associado a um retorno esperado poderá exercer uma enorme influência no valordo ativo em questão. Portanto, como foi visto na explanação feita, analisar e avaliar títulos e ações não é nada simples. Vamos ver um esquema resumindo as últimas informações repassadas: Esquema 13. Elementos da Avaliação 9. (CESPE – Analista Administrativo - ANATEL - 2004) Um dos passos importantes da decisão dos administradores financeiros é avaliar projetos de expansão ou de criação de novas unidades. Essa avaliação de projetos segue, nos dias de hoje, um ferramental amplamente conhecido, com algumas diferenças importantes • Calcular o valor de um ativo numa determinada data. Avaliação de Títulos e Ações E le m e n to s d a A v a li a ç ã o Retorno dos Ativos Fluxo de caixa que se espera do ativo durante o período em que for detida a sua propriedade. Timing Distribuição dos fluxos ao longo do tempo. Riscos Análise conjugada com o retorno. Um nível de risco que venha associado com retorno influencia o valor do ativo. https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 22 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ no que tange à avaliação realizada pelo setor público e aquela realizada pelo setor privado. Nesse contexto, julgue o item seguinte. Um negócio pode ser economicamente atrativo, mas suas exigências de recursos podem exceder a capacidade de mobilização dos empreendedores. Para que um projeto seja financeiramente viável, é necessário haver compatibilidade entre os usos e as fontes de recursos, dos pontos de vista de solvência e liquidez. Resolução: A questão está certa. Coloquei esta questão para realizar um paralelo entre uma análise de investimentos de novos projetos e uma avaliação de títulos e ações. Ambas possuem a mesma característica: é necessário haver compatibilidade entre usos e fontes de recursos, principalmente dos pontos de vista de solvência e liquidez, como traz o texto da questão. 5. ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 5.1. Política de Capital de Giro O capital de giro numa organização está alicerçado pelas contas do ativo e do passivo circulantes responsáveis por "tocar" suas atividades operacionais, mantendo o fluxo de caixa num nível normal de estabilidade. Isso ocorre no momento em que existe uma gestão adequada do capital adquirido. A partir destes preceitos, o gestão do ativo circulante - representando as entradas de caixa no prazo de um ano - e do passivo circulante - representando as saídas do caixa no prazo de um ano - possibilita uma tomada de decisão que guarda relação com os investimentos de curto prazo, proporcionando estabilidade e solvência financeira para a empresa que gere seu próprio capital e administra e rentabiliza seus lucros. Esquema 14. Capital de Giro A exigência de capital de giro realizada no curto prazo é estabelecida a partir dos ativos e passivos circulantes. Isto depende e resulta, ao mesmo tempo, do equilíbrio e da estabilidade financeira e econômica da • Alicerce nas contas do ativo e passivo circulantes • Tocar as atividades operacionais da empresa • Manter um fluxo de caixa num nível de estabilidade Capital de Giro https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 23 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ organização, cujos critérios encontram-se no balanço patrimonial, através das aplicações nas contas respectivas. Nota-se, pois, que as contas do ativo e passivo circulante possuem os elementos fundamentais para gerenciar as ações operacionais da empresa, o que facilita o processo de tomada de decisões financeiras em curto prazo, mitigando, assim, o problema da insolvência financeira causada pela gestão inadequada do capital de giro. As decisões de curto prazo podem, sim, causar diversos níveis de impacto no fluxo de caixa. No entanto, salvo especificidade mais grave, tais situações podem ser revertidas com maior facilidade ao compararmos com as decisões de longo prazo, que geram impactos de proporção maior nas finanças da organização, possibilitando queda do seu índice de liquidez. Percebe-se, portanto, que o principal papel desempenhado pela gestão do capital de giro está focado na administração das contas do ativo e passivo circulantes da empresa. Vamos ver um esquema e exercitar a matéria aprendida: Esquema 15. Gestão do Capital de Giro 10. (CESPE – Perito Criminal - Polícia Federal - 1997) A expansão do sistema financeiro na renda nacional foi alavancada pela prestação dos mais variados serviços, ajudando a canalizar recursos das mais diversas fontes para o financiamento das atividades produtivas e, principalmente, para os cofres do setor público brasileiro. A respeito desse assunto, julgue o item a seguir. Os empréstimos para capital de giro são operações tradicionais vinculadas a um contrato específico que estabeleça prazo, taxas, valores e garantias necessárias e se destinem ao crescimento da planta industrial, como compra de máquinas e equipamentos do exterior. Resolução: A questão está errada, pois quando se fala em capital de giro, estamos tratando de necessidades imediatas, rápidas, corriqueiras da organização, e não em compra de máquinas. Capital de giro, como sabemos, está focado nas contas do ativo e passivo circulantes. Gestão do Capital de Giro Administrar contas do ativo e passivo circulantes Gerenciar ações operacionais Buscar o equilíbrio e a estabilidade financeira e econômica Preocupar-se com o fluxo de caixa e gestão de estoques https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 24 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ 5.2. Administração de Caixa, Títulos Negociáveis, Crédito e Estoque No estudo do capital de giro, um dos principais papeis do administrador financeiro é realizar uma boa administração de caixa, crédito e títulos negociáveis, uma vez que são os ativos mais líquidos da empresa. São as disponibilidades imediatas, prontas para organizar e vencer qualquer desafio que demande urgência. A decisão em negociar ou não vai depender da política de crédito da organização. No caso do caixa, isto vale por ser o instrumento de troca e liquidez totalmente imediata. Já para os títulos, isto vale pelo fato de poderem ser negociados e rapidamente transformados em caixa/dinheiro. Falando mais um pouco sobre os títulos negociáveis: são aqueles títulos que podem ser negociados sempre que exista a possibilidade, mesmo que possua prazo pós- fixado. Esquema 16. Caixa e Títulos Algumas ações podem ser realizadas na intenção de administrar o caixa da melhor e mais eficiente maneira. Vamos ver algumas delas através do esquema a seguir: Esquema 17. Administração Eficiente de Caixa Vale a pena distinguir os conceitos de ciclo de caixa e giro de caixa. Vamos novamente aprender estes conceitos através de um esquema: Caixa e títulos são disponibilidades imediatas... ...os ativos mais líquidos da empresa... ...seu uso depende da política de crédito. A d m in is tr a ç ã o E fi c ie n te d e C a ix a Retardar o quanto possível as duplicatas a pagar, sem prejudicar o conceito da empresa e aproveitar todos os descontos financeiros interessantes que forem oferecidos Procurar girar os estoques o mais rápido possível, dentro de um equilíbrio que não falte estoque a ponto de provocar interrupção na linha de produção Receber o mais cedo possível suas duplicatas a receber, sem perder vendas com essa política https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 25 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Esquema 18. Ciclo de Caixa vs. Giro de Caixa Vamos falar sobre os estoques, no contexto do capital de giro. Administrar o estoque de maneira mais adequada implica em dosar a quantidade de mercadoria armazenada. É através do estoque (e da melhor gestão) que se permite estimular as vendas. Ao lado dos outrosdepartamentos, uma segura e eficiente administração de estoques também auxilia as decisões que guardam relação com a administração financeira, na intenção de que não ocorra problema algum com os custos associados à manutenção e à estocagem de mercadorias. Invariavelmente, estoque traz custo para a empresa. Traz, também, um risco desnecessário, caso seja administrado inadequadamente. Exemplificando: um estoque grande demais, mal dimensionado, ou que não utilize um eficaz sistema de gerenciamento e que não faça um controle do que entra e do que sai, pode produzir um custo altíssimo: ou seja, além de causar impacto no capital de giro, tem grande possibilidade de gerar prejuízo. O controle eficaz e eficiente de um estoque gera estabilidade nas vendas, satisfação do cliente, melhora a relação entre fornecedor e empresa, além de manter estabilizado o cumprimento das obrigações do passivo circulante. Vamos ver um esquema para fechar o estudo deste tema: Esquema 19. Administração do Estoque 11. (ESAF – Analista de Finanças e Controle - CGU - 2008) Na elaboração dos fluxos anuais de caixa de um projeto de investimento, a projeção de capital de giro deve ser Ciclo de Caixa • Período de desembolso para adquirir matérias-primas, até o ponto em que se recebe a duplicata gerada com a venda do produto acabado dessa matéria-prima. Giro de Caixa • Número de vezes por ano que o caixa da empresa realmente se reveza. Administrar o estoque da maneira mais adequada... ...implica em dosar a quantidade de mercadoria armazenada... ...reduzindo custo e desperdício desnecessários. https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 26 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ a) ignorada, porque o valor do projeto só depende dos investimentos em ativos permanentes. b) ignorada, porque o investimento em capital de giro cresce na mesma proporção das receitas geradas pelo projeto. c) considerada, na medida das variações anuais dos saldos das contas de capital de giro. d) considerada, medindo-a pelo valor total que estiver aplicado, a cada final de ano, nas contas incluídas no capital de giro. e) ignorada, porque o investimento em capital de giro que é feito no início do projeto acaba sendo recuperado no final do projeto. Resolução: Vamos direto para a alternativa correta: a alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois a projeção de capital de giro deve ser considerada na medida das variações anuais dos saltos das suas contas, no caso da elaboração dos fluxos de caixa de projetos de investimento. 5.3. Financiamento de Curto Prazo Muitas organizações precisam captar recursos para suprir suas necessidades financeiras de curto prazo. Quando isto acontece, surge a opção de recorrência ao mercado financeiro, que, como sabemos, possui a função de intermediar os agentes superavitários/poupadores e os agentes deficitários/tomadores. As operações financeiras existentes com a finalidade de suprir as necessidades instantâneas de recursos financeiros das organizações ou de aplicar os excessos de recursos estão no mercado de crédito e mercado monetário. No mercado de crédito, encontram-se os recursos para suprir a demanda de recursos de curto e médio prazo das empresas. Normalmente, estas operações são realizadas pelos bancos comerciais e concentram-se em operações de desconto de títulos (ex: duplicatas e notas promissórias). No mercado monetário, o cenário é o seguinte: empresas com disponibilidade de recursos em excesso aplicam nas instituições financeiras. Na maioria das situações, estas aplicações concentram-se em títulos e valores mobiliários de renda fixa. Uma outra fonte para captar recurso de curto prazo utilizada pelas organizações são as operações de factoring. https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 27 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Esquema 20. Financiamento de Curto Prazo 12. (CESPE – Escriturário - Banco do Brasil - 2007) A expansão do crédito favorece a produção de bens e serviços e o consumo. Nesse sentido, atento às novas demandas, o setor financeiro cumpre seu papel primordial de intermediação e promove forte expansão do crédito aos clientes por meio de empréstimos e financiamentos. No referente às modalidades e características das operaçõe de crédito, julgue o item subseqüente. Crédito rotativo é uma modalidade de empréstimo na qual a amortização periódica não é obrigatória. Geralmente, pagam-se apenas os juros contratuais, mantendo-se o saldo devedor. Resolução: A questão está certa. Perfeito, o crédito rotativo é considerado uma fonte de financiamento de curto prazo, pertencente ao mercado de crédito. 6. INVESTIMENTO ESTRATÉGICO DE LONGO PRAZO As decisões de investimento estratégico de longo prazo referem-se, principalmente, às aquisições de ativos. Possuem a intenção de proporcionar um alicerce capaz de criar cenários favoráveis para o funcionamento e/ou o implemento de projetos novos na organização. Como já sabemos, não se permite a nenhuma organização que queira prosperar e se desenvolver, se eximir de uma boa gestão financeira, cuidando de forma atenta dos seus recursos, aplicando-os e distribuindo-os de maneira eficaz, eficiente e efetiva em todos os departamentos da empresa. Vamos conceituar investimento: são as saídas financeiras que uma organização realiza com o intuito de melhorar a qualidade dos seus produtos ou serviços ofertados. Exemplificando com dois dos principais setores da economia: para uma indústria, os investimentos são feitos em Financiamento de Curto Prazo Suprir as necessidades instantâneas de recursos financeiros ou aplicar excesso de recursos no mercado. MERCADO DE CRÉDITO Operações de desconto de títulos realizadas pelos bancos comerciais. MERCADO MONETÁRIO Títulos e valores mobiliários de renda fixa, realizadas pelas instituições financeiras. https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 28 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ pesquisas e em bens que possibilitam avanço e continuidade na produção (instalações, equipamentos, máquinas, etc.). Para uma entidade que atua no comércio, investir significa melhorar suas operações, aumentar produtividade (ou seja, vender mais), e isso pode ser feito através de capacitações e de aquisição de máquinas e equipamentos novos e mais modernos. Esquema 21. Investimentos 13. (CESPE – Analista Administrativo - ANATEL - 2004) Um dos passos importantes da decisão dos administradores financeiros é avaliar projetos de expansão ou de criação de novas unidades. Essa avaliação de projetos segue nos dias de hoje, um ferramental amplamente conhecido, com algumas diferenças importantes no que tange à avaliação realizada pelo setor público e aquela realizada pelo setor privado. Nesse contexto, julgue o item seguinte. Na elaboração e avaliação de projetos de investimento, as demonstrações contábeis projetadas são refeitas para levar em conta critérios de natureza econômico financeira. Inexistem diferenças entre os conceitos de lucro contábil e lucro econômico. Resolução: A questão está errada. Para expandir o conhecimento sobre o tema, no contexto dos investimentos de longo prazo, o lucro contábil difere do lucro econômico. O primeiro refere-se ao total de receitas subtraído pelos custos explícitos da empresa. Já o segundo considera, além dos custos explícitos, os custos implícitos. Vamos continuar: algumas características das decisões de investimento de longo prazo: as despesas relativas a investimento são consideradas, salvo situação concreta em contrário, um custo afundado, irreversível, por diversos motivos. Quando uma indústria de produtos alimentícios compra máquinas, câmaras frigoríficas e fornos, não se pode pensar que estaindústria possa mudar o seu ramo de atuação, por conta da especificidade dos equipamentos. Não pode de repente decidir ser uma indústria têxtil, por exemplo. Decisões de Investimento de Longo Prazo Aquisições de Ativos. Proporcionar alicerce capaz de criar cenários favoráveis. Investimento Saídas financeiras com intuito de melhorar a qualidade dos produtos e/ou serviços ofertados. https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 29 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Alguns bens, tais como computadores, veículos e mobiliário de escritório, citando apenas alguns, podem ser repassados a empresas de diferentes ramos industriais, porém, a valores menores do que o custo de reposição. Outra característica que possui também grande impacto nas decisões de investimento a longo prazo é a incerteza sobre o futuro. São diversas as variáveis que podem impactar no futuro: preço do produto praticado, o custo dos insumos e matéria-prima, a taxa de juros, inflação, a taxa de câmbio, a oferta de crédito e a regulação governamental. A possibilidade de adiamento do investimento é mais uma característica. No entanto, as organizações nem sempre têm essa possibilidade. Algumas decisões estratégicas podem forçá-las a antecipar os investimentos, a fim de inibir o surgimento e crescimento de players em determinado ramo. Entretanto, na maioria dos casos o que se vê é o adiamento dos projetos de investimento. A organização precisa sempre comparar o custo de adiar com os benefícios de aguardar informação nova para dar subsídios à decisão de investir. Esquema 22. Características das Decisões de Investimento de Longo Prazo Os investimentos a longo prazo também são considerados gastos fundamentais de capital. Por isso mesmo devem ser bem investidos, pois comprometem uma organização a partir de determinada decisão. Em consequência deste ato, a organização deve proceder de maneira sensata e planejada, analisando e selecionando seus investimentos de longo prazo, visando à obtenção de sucesso e à redução de possíveis prejuízos. Deverá ser capaz, portanto, de medir os fluxos de caixa e aplicar técnicas de decisão apropriadas, sendo de imensa importância a utilização do orçamento de capital. Veremos mais sobre isto adiante. Características das Decisões de Investimento de Longo Prazo Irreversibilidade Incerteza sobre o futuro Possibilidade (ou não) de adiamento https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 30 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Esquema 23. Investimentos de Longo Prazo 14. (ESAF – Analista de Finanças e Controle - CGU - 2008) Em diversas ocasiões, pode ser preferível abandonar um projeto de investimento antes do prazo originalmente previsto para seu término. Essa decisão de abandono quando tomada racionalmente, equivale à(ao) a) venda de um contrato futuro referenciado no projeto. b) exercício de uma opção de compra referenciada no projeto. c) exercício de uma opção de venda referenciada no projeto. d) compra de um contrato futuro referenciado no projeto. e) compra de uma opção de compra referenciada no projeto. Resolução: Decidir adiar ou abortar um projeto antes de sua natural conclusão é equivalente ao exercício de uma opção de venda referenciada no próprio projeto, o que torna a alternativa C correta, pois exercer opção de venda é executar o direito de abandonar o projeto. As demais alternativas estão incorretas, pois não guardam relação com o caso exposto no enunciado. 6.1. Orçamento de Capital – Elaboração e Técnicas de Análise Orçamento de capital pode ser conceituado como o processo financeiro- organizacional que contempla as etapas de elaboração, análise, seleção e acompanhamento de projetos de investimento. Os investimentos organizacionais devem ser tratados como projetos, pois os recursos disponíveis são limitados, com alternativas múltiplas de uso desses recursos. Investimentos Longo Prazo São gastos fundamentais de capital Deve-se utilizar o orçamento de capital Deve-se medir os fluxos de caixa https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 31 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ O orçamento de capital é um orçamento estratégico, um procedimento de avaliação e seleção de investimento de longo prazo, cujo principal objetivo é a maximização da riqueza do proprietário da empresa. Uma atribuição importantíssima do gestor financeiro é montar esse orçamento de capital: identificar e quantificar as inversões a serem realizadas envolvendo o Ativo Permanente. Esquema 24. Orçamento de Capital O orçamento de capital proporciona o atendimento de objetivos estratégicos fundamentais para o sucesso das organizações, tais como: • Processo financeiro-organizacional que contempla as etapas de elaboração, análise, seleção e acompanhamento de projetos de investimento. Orçamento de Capital https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 32 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Esquema 25. Objetivos do Orçamento de Capital Algumas informações são extremamente importantes para que o orçamento de capital seja elaborado de maneira mais eficaz. São algumas destas informações: maximizar a riqueza do acionista mediante investimentos nos projetos mais rentáveis criar sinergia entre os diversos projetos substituir ativos obsoletos, desgastados e antieconômicos proteger mercado conhecer e dominar novas tecnologias dominar novos mercados inibir concorrentes aproveitar recursos existentes e potencial de crédito e de novas captações reduzir custos e deficiências aproveitar novas oportunidades https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 33 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Esquema 26. Informações para Elaborar o Orçamento de Capital As etapas do processo de orçamento de capital proporcionam a tomada de decisão, que podem ser tomadas em diferentes níveis hierárquicos, muitas vezes com dispêndios elevados. Neste caso, é preciso verificar se os pagamentos estão em conformidade com o proposto e aprovado, sendo, então, necessário realizar um acompanhamento mais apurado, comparando os resultados reais (custos x benefícios) com os valores estimados. O processo de orçamento de capital apresenta cinco etapas interdependentes. A primeira delas é a geração de propostas, no qual as propostas são elaboradas e colhidas em todos os níveis da empresa. Na segunda etapa ocorre a revisão e análise. São realizadas revisões pontuais e gerais, além de uma criteriosa análise formal, na intenção de avaliar a adequação das propostas, além de verificar a sua viabilidade econômica. Na terceira etapa acontece a tomada de decisão. É o momento de bater o martelo quanto ao investimento a ser realizado. Algumas organizações delegam a tomada de decisão de gasto de capital tomando por base limites de valor monetário, de modo que, normalmente, quem autoriza gastos além de certo valor pré-determinado é o conselho de administração. A implantação é a quarta etapa do processo. Os projetos são implantados e os gastos são realizados. Por fim, o monitoramento é a quinta etapa do processo de orçamento de capital. Após a implantação, os resultados são monitorados, principalmente com um estudo comparativo dos custos e dos benefícios efetivos, a fim de verificar se os resultados esperados foram, de fato, atingidos. Pode ser necessário realizar alguma intervenção (com ação de mudança crítica ou não), caso os resultados ocorridos fujam muito do que foi projetado. Vamos ver um esquema com as cinco etapas estudadas: análise de mercado localização física análise de suprimentos análise de custos análise da carga tributária análise de preços a serem praticados análise definanciamento elaboração do fluxo de caixa do projeto determinação do custo de capital https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 34 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Esquema 27. Etapas do Processo de Orçamento de Capital A doutrina define algumas técnicas de análise de orçamento de capital. São maneiras de mensurar a efetividade do investimento realizado pela organização. Através do esquema a seguir, conheceremos as principais técnicas de análise. Vamos lá: 1. Geração de Propostas 2. Revisão e Análise de Propostas 3. Tomada de Decisão 4. Implantação 5. Monitoramento https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 35 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Esquema 28. Técnicas de Análise do Orçamento de Capital 15. (CESPE – Perito Criminal - Polícia Federal - 2002) Julgue o item abaixo, referente a orçamento empresarial e a noções sobre mercado de capitais. Na avaliação de projetos de capital, são utilizados a taxa interna de retorno, o payback descontado e o valor presente líquido, entre outros. Resolução: A questão está certa, pois a TIR, o Payback e o VPL são três das mais conhecidas maneiras de avaliar e analisar projetos de investimentos. Perfeito. 16. (FGV – Consultor - Senado Federal - 2008) Considerando os diferentes métodos utilizados para auxiliar na decisão da seleção de projetos, é correto afirmar que: a) a ideia básica do método da Taxa Interna de Retorno é a de que se calcula um indicador que depende das taxas de juros vigentes no mercado. b) O método de payback é utilizado para informar o tempo de retorno do investimento e é obtido calculando-se o número de anos que serão necessários para que o fluxos de caixa futuros acumulados igualem o montante do investimento inicial. c) embora existam vários critérios que auxiliam no processo de decisão de investimentos, desaconselha-se em geral a utilização do método do Valor Presente Líquido já que ele não indica se há aumento do valor da empresa. T é c n ic a s d e A n á li s e Período de Payback (PRI) Período exato necessário para a empresa recuperar o investimento inicial a partir das entradas de caixa. Valor Presente Líquido (VPL) Obtem-se subtraindo o investimento inicial do valor presente das entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa. VPL Anualizado Demonstra quanto de ganho líquido um projeto de investimento poderá propiciar período a período. É uma variação do VPL. Taxa Interna de Retorno (TIR) Taxa de desconto que iguala o valor presente das entradas de caixa ao investimento inicial, resultando em um VPL = 0. Índice de Lucratividade (IL) Mensura o ganho obtido com o projeto em valores presentes. https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 36 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ d) a vantagem do método do Valor Presente Líquido é expressar os resultados em termos de uma taxa, cujo significado é mais facilmente assimilado do que aquele expressos em unidades monetárias. e) supondo dois projetos de investimento, o Valor Presente Líquido do projeto considerado em conjunto não necessariamente será igual ao Valor Presente Líquido do projetos considerados separadamente. Resolução: Questão que versa sobre as técnicas de avaliação e análise de orçamento de capital. Vamos para a alternativa correta: a alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois traz exatamente o conceito do payback como forma de calcular o tempo do retorno do investimento do projeto. As demais questões apresentam incorreções ou estão incompletas. 6.2. Fluxo de Caixa No contexto das decisões de investimento de longo prazo, o fluxo de caixa pode ser conceituado como a previsão de entradas e saídas de recursos monetários por um determinado período de tempo. Esta previsão deve ser realizada tomando por base dados levantados nas projeções econômico-financeiras atuais da empresa, considerando, de forma oportuna, a memória de dados que dará respaldo a essa previsão. O principal papel dessa previsão é o fornecimento de informações para a tomada de decisões, como por exemplo: traçar prognóstico das necessidades de captação de recursos, prever os períodos em que haverá sobras ou necessidades de recursos, e também aplicar os excedentes de caixa nas alternativas mais rentáveis para a organização, sem comprometer a liquidez. Em outras palavras, o fluxo de caixa pode também ser entendido como a demonstração visual de receitas e despesas distribuídas por uma linha do tempo futuro. Neste contexto do fluxo de caixa, as entradas são as contas a receber, empréstimos, dinheiro dos sócios. Já as saídas são as contas a pagar, despesas de administração, pagamento de empréstimos e compras à vista. O fluxo de caixa pode também ser trabalhado como um dos principais instrumentos de análise e avaliação de uma organização como um todo. Ao administrador, proporciona uma ampla visão dos recursos financeiros da organização. A organização e a compreensão do fluxo de caixa permitem que as organizações visualizem de forma antecipada quando ocorrerá falta ou sobra de recurso financeiro. De posse das informações geradas pelo fluxo de caixa, o gestor de finanças poderá planejar e controlar as finanças da empresa, desde a compra de matéria prima até a projeção das vendas, fazendo com que haja uma sincronização de caixa, e buscando o equilíbrio entre os prazos de compra e venda. https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 37 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Esquema 29. Fluxo de Caixa 17. (ESAF – Analista - IRB - 2006) Na avaliação de um projeto de investimento envolvendo o lançamento de um novo produto por uma empresa, o único componente irrelevante no cálculo do fluxo futuro de caixa do projeto é a) o valor contábil de um ativo já existente e a ser vendido por causa da realização do projeto. b) a despesa de depreciação dos novos ativos a serem adquiridos para a realização do projeto. c) a variação dos estoques da empresa por causa da realização do projeto. d) a despesa com pesquisa de mercado, realizada anteriormente para a viabilização do projeto. e) o efeito sobre as vendas de produtos já comercializados pela empresa. Resolução: O cálculo do fluxo de caixa de um projeto de investimento envolve diversos fatores importantes. A questão pede um componente que seja irrelevante, vamos a ele: a alternativa D é o gabarito da questão, uma vez que despesas com pesquisas de mercado realizadas antes do projeto não são importantes para o fluxo de caixa. Estamos falando de projeções de futuro. As pesquisas são importantes para analisar a viabilidade do projeto, antes da decisão de seu start. As demais alternativas trazem fatores importantes e relevantes para o fluxo de caixa de projetos de investimento. 18. (CESPE – Analista - MPU - 2013) Com relação à administração financeira, julgue o item seguinte. A demonstração dos fluxos de caixa inclui os equivalentes de caixa, o que pressupõe que o investimento tenha vencimento de até três meses em relação à sua aquisição seja de alta liquidez e apresente baixo risco de alteração de valor. Resolução: A questão está errada, pois a demonstração dos fluxos de caixa não guarda esta exigência trazida no enunciado. Ela deve apresentar os fluxos de caixa classificados por atividades operacionais, de investimento e de financiamento. Questão de contabilidade que pode cair na sua prova de administração financeira. • Previsão de entradas e saídas de recursos monetários por determinado período. Fluxo de Caixa https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 38 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ 7. CUSTO DE CAPITAL OCUSTO DE CAPITAL norteia todas as decisões de projetos de investimento da organização. É o retorno exigido pelos seus acionistas e credores. Expandindo o conceito, o custo de capital é a taxa média de retorno exigida da empresa por seus credores de longo prazo e seus sócios ou acionistas. Todos os projetos de investimento da empresa que busquem viabilidade ou geração de valor devem possuir um retorno sobre o investimento (ROI) maior que o custo de capital dos recursos que financiarão o projeto. A mecânica é a seguinte: um determinado projeto de investimento proporciona a geração de um fluxo de caixa futuro. Esse fluxo, “descontado” pelo custo de capital, determinará a viabilidade do projeto. Se o resultado dessa conta (trazer o valor futuro dos fluxos de caixa a valor presente) for positivo, o retorno sobre o investimento será maior que o custo de capital. Com isso, o projeto é viável e pode ser tocado adiante. Esquema 30. Custo de Capital 19. (CESPE – Especialista em Regulação - ANATEL - 2014) Acerca da avaliação de projetos de investimento, julgue o item subsequente. O custo de capital é a taxa média de retorno exigida da empresa por seus credores de longo prazo e seus sócios ou acionistas. Resolução: A questão está certa. Traz de maneira exata o principal conceito para o custo de capital segundo os estudos predominantes na administração financeira. Fiquem bem atentos que é um assunto que pode ser cobrado na prova. Lembrando que estamos fazendo diversas questões de outras bancas, uma vez que é bem escassa a quantidade de questões deste tema na FGV. O que importa é captar o conteúdo. Vamos falar rapidamente sobre a estrutura de capital nas organizações. Salvo situações não corriqueiras, os recursos das empresas são Custo de Capital Retorno exigido pelos acionistas e credores. Taxa média de retorno exigida da empresa por seus credores e acionistas. Os projetos devem ter um ROI maior que o custo de capital dos recursos que os financiarão. https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 39 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ formados pelos dispêndios dos acionistas/investidores e pelos recursos de terceiros. Os recursos dos acionistas estão relacionados ao capital inicial colocado na empresa pelos empreendedores, além das injeções de capital realizadas pelos próprios empreendedores ou por acionistas novos. No caso dos recursos de terceiros, eles estão relacionados aos recursos advindos de empréstimos tomados, e pela obtenção de financiamentos junto a entidades do sistema financeiro, a fornecedores e também a outros financiadores. Podemos então conceituar a estrutura de capital como a relação de proporcionalidade entre o capital próprio e o capital de terceiros de uma organização. Esquema 31. Estrutura de Capital Avançando no nosso estudo, vamos falar sobre o custo de capital de terceiros. Via de regra, o custo de capital de terceiros possui uma medida explícita nos documentos que a organização firma no momento em que recebe o empréstimo. Esse documento, normalmente, possui cláusulas que garantem à entidade que empresta a obrigação de devolver o capital e os juros combinados independentemente do resultado financeiro da empresa tomadora do empréstimo. Por conta desta garantia de recebimento, os recursos vindos de terceiros possuem um risco menor para a entidade que está emprestando. Por conseguinte, o custo do capital para a empresa tomadora torna-se menor também. Outro fator que acaba por baratear o custo dos empréstimos vindos de terceiros é que os juros são passíveis de dedução de imposto de renda da empresa devedora. Portanto, já podemos inferir que o custo de capital próprio (ou dos acionistas) é mais elevado que o custo de capital de terceiros. Falando um pouco mais sobre o custo de capital próprio, ele possui uma quantidade imensa de maneiras de ser calculado. O mais popular modelo é o de precificação de ativos. Segundo o citado modelo, o custo de capital próprio será revelado através da seguinte formula: Custo de Capital Próprio = RL + Risco Empresa/Projeto (x) (RM (-) RL) Onde: RL = Retorno de um investimento livre de risco • Relação de proporcionalidade entre o capital próprio e o capital de terceiros de uma organização. Estrutura de Capital https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 40 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ Risco Empresa/Projeto = Risco da empresa/projeto na qual está se investindo RM = Retorno médio oferecido pelo mercado Não se preocupe em decorar esta fórmula. Acreditamos que a banca não irá se preocupar em cobrar com tamanho detalhamento. Optei por colocar a fórmula para você conhecer melhor este método de cálculo e entender o contexto de sua aplicação. Já sabemos o conceito do custo de capital de terceiros e do custo de capital próprio. Vamos, então, conhecer a maneira de calcular o custo de capital da empresa através do método custo médio ponderado de capital da empresa, também conhecido por WACC. Para chegar ao resultado do custo de capital da empresa através do WACC, multiplicamos a proporção de capital próprio pelo custo de capital próprio e a proporção de capital de terceiros pelo custo de capital de terceiros. Acerca do resultado da operação, quanto maior for a proporção de capital de terceiros a um menor custo de capital, menor também será o custo médio ponderado de capital da empresa. Esquema 32. Custo de Capital - Próprio e de Terceiros Esquema 33. WACC Custo de Capital de Terceiros Recursos vindos de terceiros possui um risco menor para a entidade que está emprestando Juros passíveis de dedução de imposto de renda da empresa devedora Custo de Capital Próprio Mais elevado do que o custo de capital de terceiros Mais conhecido método de cálculo é o da precificação de ativos WACC é o custo médio ponderado de capital. Multiplica a proporção de capital próprio pelo respectivo custo de capital... ...e a proporção de capital de terceiros pelo respectivo custo de capital. https://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Leonardo Coelho 41 de 47 https://www.exponencialconcursos.com.br/ 20. (CESPE – Especialista em Regulação - ANATEL - 2014) Acerca da avaliação de projetos de investimento, julgue o item subsequente. O custo de capital de um projeto de investimento pode ser utilizado como taxa de desconto de seu fluxo de caixa para fins de cálculo de seu valor presente líquido. Resolução: A questão está certa e traz uma das variações do WACC (custo médio ponderado de capital), que também pode funcionar como a taxa de desconto para os fluxos de caixa. 8. ALAVANCAGEM No contexto da administração financeira, podemos conceituar a ALAVANCAGEM como o procedimento responsável por empregar recursos de terceiros no intuito de alongar a taxa de lucros sobre o capital próprio. Desta forma, o trabalho de análise da alavancagem financeira ou operacional tem por função primordial demonstrar a importância e relevância do capital de terceiros na estrutura de capital de uma organização, com vistas a maximizar o lucro de seus acionistas/investidores. Contextualizando o conceito apresentado, é sabido que as saídas financeiras podem impactar fortemente o lucro das organizações. Administrar de maneira eficaz os dispêndios financeiros consiste em planejar, controlar e analisar adequadamente estas saídas, abrangendo sua especificidade e sua mecânica, a fim de maximizar os recursos financeiros colocados à disposição da organização. A atuação de um gestor financeiro (responsável por planejar as despesas e receitas financeiras, bem como direcionar a estratégia para com as fontes e as condições gerais de financiamentos) ao analisar a possibilidade de efetuar operações de alavancagem,
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