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QUALIFICAÇÃO DAS PARTES Mais do que uma exigência formal, as partes determinam a legitimidade, requisito condicionante da ação (art. 17 do CPC/2015). ESPÉCIES DE PEDIDO As complexidades das situações de vida que dão ensejo a demanda e a pretensão do autor refletem na composição dos pedidos. Assim, a classificação dos pedidos pode ser visualizada da seguinte forma: ii) a segunda, em decorrência do direito material, em que a natureza da obrigação autoriza ao devedor cumprir a obrigação por mais de um modo. Aqui não há cumulação de pedidos, mas apenas um pedido que autoriza mais de uma forma de cumprimento (art. 325, CPC e art. 252, CC). A obrigação é alternativa, nos dizeres de Silvio Rodrigues, ocorre “quando, embora múltiplo seu objeto, o devedor se exonera satisfazendo uma das prestações”187. b) mesma competência – é necessário que o juiz da causa seja competente para todos os pedidos. Assim, no caso de incompetência absoluta (um pedido cível e outro criminal, v.g.), o juiz determinará o desmembramento dos pedidos e manterá para si apenas o pedido que for de sua competência. Mesmo nas denominadas “varas únicas”, em que o magistrado assume diversos critérios de competência material distintos, como, por exemplo, as causas cíveis e de família, ainda que ele seja o juiz competente para ambos os pedidos estes não poderão ser cumulados na mesma causa, devendo ser apresentados em demandas separadas. Todavia, pela especificidade do direito material posto em juízo, as relações podem se prolongar ao longo do tempo. São relações de trato sucessivo. Chamam-se prestações periódicas porque o cumprimento não se dá em um momento único, mas no desencadeamento de diversas parcelas que serão devidas enquanto estas se vencerem no curso da lide. É o que determina o art. 323 do CPC/2015. A intenção do legislador foi no sentido de evitar a propositura de uma ação para cada parcela que se vencesse (todas decorrentes da mesma relação jurídica de direito material) salvaguardando a economia processual e impedindo a prolação de sentenças conflitantes que seriam desastrosas no plano fático. O inciso II versa sobre o valor da causa para as causas referentes a litígios contratuais (não abarcados por cobrança – vide inciso I) seja qual ele for (e não só aqueles que a lei enumera) será o valor do ato ou da sua parte controvertida. Corrigiu-se o erro do CPC/73, que exigia como valor da causa o valor integral do contrato (ainda que a discussão versasse sobre apenas uma parte dele). Preconiza o art. 320 do CPC/2015 que o autor deverá instruir desde logo com a petição inicial e os documentos indispensáveis à propositura da demanda. Vale dizer que os não indispensáveis poderão ser juntados ao longo do processo (art. 435, CPC/2015). Ademais, está autorizado ao magistrado a determinação de provas de ofício. Como visto, o CPC/2015 estabeleceu (e manteve) a regra preclusiva para a apresentação de documentos na petição inicial (arts. 320 e 434). Contudo, a lei autoriza (excepcionalmente) a possibilidade de apresentação ulterior de documentos desde que seja para provar direito superveniente, como prova ou contraposição àqueles produzidos (fatos ocorridos depois dos articulados, art. 435) ou mesmo para aqueles que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após a inicial (desde que demonstrado o motivo do impedimento – art. 435, parágrafo único, CPC/2015). O sistema processual brasileiro, visando prestigiar mais o conteúdo do que a forma, estabeleceu, em diversos artigos espalhados pelo Código, o princípio da primazia do mérito. O principal deles é o art. 4º do CPC que, além de dispor sobre a duração razoável do processo, dispõe também sobre a primazia do mérito ao estabelecer que “as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa”.
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