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Direito-Eleitoral-Modificacoes-Legislativas-2017-2019-Weslei-Machado

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Modificações Legislativas de 2017/2019
DIREITO ELEITORAL
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Sumário
1. Emenda à Constituição n. 97/2017 – Proibição de Formação de Coligações e a 
Cláusula de Barreira..............................................................................................................6
Princípio da Autonomia Partidária .......................................................................................6
Direto do STF ......................................................................................................................7
Direto da Doutrina ...............................................................................................................7
Direto do TSE ......................................................................................................................8
Direto do STF ......................................................................................................................9
Cláusulas de Barreira e o Funcionamento Parlamentar ..................................................10
Direto do TSE ....................................................................................................................11
2. Lei das Eleições...............................................................................................................12
Direito de o Partido Político Participar do Processo Eleitoral ...........................................12
Prazo de Filiação Partidária ..............................................................................................13
Direto do TSE ....................................................................................................................13
Fundo Especial de Financiamento de Campanha ............................................................15
Direto do TSE ....................................................................................................................16
Direto do TSE ....................................................................................................................17
Doações de Pessoas Físicas (Terceiros) a Candidatos ....................................................17
Direto da Doutrina .............................................................................................................17
Direto do TSE ....................................................................................................................18
Direto do TSE ....................................................................................................................18
Doações do Próprio Candidato – Recursos Próprios .......................................................20
Direto do TSE ....................................................................................................................20
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Modificações Legislativas de 2017/2019
DIREITO ELEITORAL
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Gastos Eleitorais .................................................................................................................21
Teto de Gastos Eleitorais ....................................................................................................24
Direto do TSE ....................................................................................................................25
Propaganda Eleitoral em Bens Públicos...........................................................................26
Direto do TSE ....................................................................................................................26
Direto do TSE ....................................................................................................................27
Direto do TSE ....................................................................................................................30
Direto do TSE ....................................................................................................................31
Propaganda Eleitoral em Bem Privado .............................................................................32
Direto do TSE ....................................................................................................................32
Direto do TSE ....................................................................................................................33
Direto do TSE ....................................................................................................................34
Alto-Falante ..........................................................................................................................35
Direto do TSE ....................................................................................................................36
Direto do TSE ....................................................................................................................37
Debates.................................................................................................................................37
Direto do TSE ....................................................................................................................39
Direto do TSE ....................................................................................................................40
Registro Civil do Partido Político no Cartório ..................................................................41
Direto do TSE ....................................................................................................................41
Anotação da Filiação Partidária Junto à Justiça Eleitoral...............................................42
Direto do TSE ....................................................................................................................43
3. Fundo Partidário ..............................................................................................................47
Direto do TSE ....................................................................................................................47
Direto do TSE ....................................................................................................................49
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Modificações Legislativas de 2017/2019
DIREITO ELEITORAL
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Prestação de Contas de Exercício Financeiro..................................................................50
Direto do TSE ....................................................................................................................54
Direto do STF ....................................................................................................................57
Direto do TSE ....................................................................................................................59
Direto do TSE ....................................................................................................................60
Direto do TSE ....................................................................................................................61
Bibliografia ...........................................................................................................................63
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Modificações Legislativas de 2017/2019
DIREITO ELEITORAL
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Weslei Machado
Weslei Machado é Promotor de Justiça no Ministério Público do Estado do Amazonas, Promotor Eleitoral 
da 17ª Zona Eleitoral do Estado do Amazonas, Professor do Gran Cursos Online e Especialista em Direito 
Constitucional – IDP. Também foi Analista Judiciário – Área Judiciária do TSE, cedido ao TJDFT, Assessor de 
Desembargador no TJDFT e Professor e Assessor do curso de Direito da Universidade Católica de Brasília.
DIREITO ELEITORAL
MODIFICAÇÕES LEGISLATIVAS DE 2017/2019
Queridos alunos, queridas alunas, tudo bem?
Em nossa aula de hoje, trataremos das partes do Direito Eleitoral que sofreram altera-
ções nos anos de2017 e de 2019. Nesses anos pré-eleições houve diversas modificações 
legislativas, inclusive de índole constitucional. Com efeito, ocorreu a aprovação da Emenda à 
Constituição n. 97/2017, com a modificação da matéria partidária para impedir a formação de 
coligações para eleições majoritárias e previsão constitucional da cláusula de desempenho 
para o exercício de direitos partidários.
Também, no âmbito infraconstitucional, verificaram-se importantes modificações promo-
vidas na Lei n. 9.504/1997, denominada de Lei das Eleições, para criar o Fundo Especial de 
Financiamento de Campanha, modificar os prazos de domicílio eleitoral e de filiação parti-
dária, para fins de exercício do direito à elegibilidade, além de alterar regras sobre a arreca-
dação de recursos para campanhas eleitorais e sobre a prestação de contas de campanha, 
entre outros.
Da mesma forma, houve a modificação da Lei n. 9.096/1995, a Lei dos Partidos Políticos, 
pela Lei n. 13.488/2017, Lei n. 13.487/2017 e Lei n. 13.877/2019.
Com isso, nessa aula, vamos estudar os principais impactos dessas mudanças constitu-
cionais e legislativas nas diversas matérias do Direito Eleitoral promovidas nos anos de 2017 
e de 2019. Não vamos analisar artigo por artigo, mas sim como, após as leis e a emenda 
constitucional, ficaram os diversos institutos.
Está preparado? Não? Não se preocupe...
Vamos lá!!!
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Modificações Legislativas de 2017/2019
DIREITO ELEITORAL
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1. EMENDA À CONSTITUIÇÃO N. 97/2017 – PROIBIÇÃO DE FORMAÇÃO 
DE COLIGAÇÕES E A CLÁUSULA DE BARREIRA
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PARTIDÁRIA
O princípio da autonomia partidária tem previsão legal no § 1º do art. 17 da Constituição 
Federal, cujo texto trazido pela Emenda à Constituição n. 97/2017 estabelece que:
Art. 17. Omissis.
§1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer 
regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua 
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações 
nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatorie-
dade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, 
devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional n. 97, de 2017)
Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado. A sua organização, registro 
ou modificações estatutárias não dependem de autorização ou homologação de órgão estatal.
Exemplo ilustrativo relacionado ao princípio da autonomia partidária pode ser visto na 
liberdade concedida a esses entes para adotar critérios de escolha e o regime de suas coli-
gações para o pleito majoritário.
Atualmente, os partidos políticos podem formar coligações com ampla liberdade, sem 
a necessidade de submissão dessa deliberação à lei ou à vontade estatal. Com efeito, no 
novo cenário normativo, posto pela Emenda à Constituição n. 52/2006, que acabou definitiva-
mente com a ideia de verticalização das coligações, inexiste impedimento para que partidos 
formem uniões partidárias diversas nas esferas municipal, estadual/distrital e nacional.
A autonomia partidária também garante aos partidos políticos o direito de estabelecer o 
cronograma de suas atividades para a realização das campanhas eleitorais. Na verdade, as 
agremiações partidárias podem exercer esse direito, desde que respeitados os limites tem-
porais para a prática de atos eleitorais.
Assim, a fixação dos cronogramas de campanha somente poderá definir o período de 
início das campanhas a partir do dia 15 de agosto do ano das eleições (limite legal previsto 
no art. 36 a Lei n. 9.504/1997). Depois do dia 15 de agosto, o partido terá liberdade para a 
fixação das datas e horários para a execução das campanhas eleitorais.
A esse respeito, veja o art. 3º, § 1º, da Lei n. 9.096/1995:
Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna, organização 
e funcionamento.
§ 1º É assegurada aos candidatos, partidos políticos e coligações autonomia para definir o crono-
grama das atividades eleitorais de campanha e executá-lo em qualquer dia e horário, observados 
os limites estabelecidos em lei. (grifo nosso)
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Modificações Legislativas de 2017/2019
DIREITO ELEITORAL
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Sobre a extensão e interpretação desse princípio constitucional, o Supremo Tribunal 
Federal, no julgamento da ADI n. 1407, inicialmente entendeu que:
DIRETO DO STF
AUTONOMIA PARTIDÁRIA. RESERVA CONSTITUCIONAL DE DISCIPLINAÇÃO ESTATU-
TÁRIA (CF, ART. 17, § 1º).
O postulado constitucional da autonomia partidária criou, em favor dos Partidos Políticos – 
sempre que se tratar da definição de sua estrutura, de sua organização ou de seu interno 
funcionamento – uma área de reserva estatutária absolutamente indevassável pela ação 
normativa do Poder Público. Há, portanto, um domínio constitucionalmente delimitado, que 
pré-exclui – por efeito de expressa cláusula constitucional (CF, art. 17, § 1º) – qualquer pos-
sibilidade de intervenção legislativa em tudo o que disser respeito à intimidade estrutural, 
organizacional e operacional dos Partidos Políticos.
(ADI-MC 1407, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 24/11/2000)
Entretanto, segundo Nelson Nery Jr. (2017, p. 370), há limites ao exercício do direito de 
autonomia pelas agremiações partidárias. Inadmitem-se cláusulas estatutárias que afrontem 
normas constitucionais. Veja a referida lição doutrinária:
DIRETO DA DOUTRINA
De nossa parte, asseveramos que, nos partidos políticos, apesar de possuírem autonomia 
para organizar sua estrutura interna (CF, art. 17, § 1º), a referida organização não poderá ser 
destoante em relação aos demais preceitos constitucionais. Assim, os partidos não poderão 
se estruturar de maneira não democrática, ou seja, além da atuação. A estruturação do par-
tido político deverá ser democrática, o que repercute em diversos pontos gerenciais do par-
tido, merecendo destaque a impossibilidade de expulsar membros ou filiados sem a obser-
vância do due process of law, ou então de praticar perseguição ideológica.
É mister destacar que, da mesma maneira que é importante garantir autonomia partidária 
para os partidos se organizarem, também é imprescindível assegurar que o funcionamento 
do partido nunca ponha em risco o correto funcionamento do Estado Democrático de Direito. 
Até porque não faria sentido, sob o pretexto de garantir autonomia partidária dos partidos 
políticos, que eles pudessem agir e se organizar de maneira contrária aos preceitos elemen-
tares da Constituição Federal, inclusive os insculpidos na CF.
No mesmo sentido caminhou a jurisprudência do TSE. Ao julgar o RPP 1417-96, DJE de 
15/03/2016, o Ministro Henrique Neves da Silva consignou que "não há como se conceber 
que em uma democracia os principais atores da representação popular não sejam, igual-
mente, democráticos. Este, inclusive, é o comando expresso no art. 17 da Constituição da 
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DIREITO ELEITORAL
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República que, ao assegurar a autonomia partidária, determina expressamente que sejam 
'resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos 
fundamentais da pessoa humana'".
Nessa compreensão, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que, mesmo na vigência da 
nova redação do § 1º do art. 17 da Constituição Federal, dada pela Emenda à Constituição 
n. 97/2017, pela qual ficou assegurada a possibilidade de os partidos estabelecerem regras 
sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios, esses prazos 
de vigência não poderiam ser indefinidos, tendo em vista que essa interpretação levaria 
a flagrante violação ao princípio democrático, expressamente invocado no caput do pró-
prio art.17.
Em outras palavras, a interpretação do § 1º do art. 17 da Constituição Federal submete-
-se aos ditames do seu caput, de modo que a autonomia partidária encontra limites no pró-
prio artigo constitucional que a criou, sem prejuízo ainda de que outros princípios constitucio-
nais conformem a abrangência de sua incidência.
Forte nessa premissa, relembro julgado do TSE que bem ilustra esse entendimento:
DIRETO DO TSE
Na linha da jurisprudência deste Tribunal, pode-se concluir que a autonomia partidária, ins-
culpida no art. 17, § 1º, da CF, não é absoluta. Ao revés, encontra limites nas balizas estabe-
lecidas no caput do art. 17 da Carta Magna, especialmente no que se refere à necessidade 
de se observar o princípio democrático na organização interna dos Partidos Políticos.
(RPP 1417-96/DF, rel. designado Min. Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, DJe de 15/03/2018)
No ponto, acrescento que esse entendimento gerou uma reação legislativa do Congresso 
Nacional, que, pela Lei n. 13.831/2019, alterou o art. 3º da Lei dos Partidos Políticos, cujo 
texto passou a ser o seguinte:
Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna, organização 
e funcionamento.
(...)
§ 2º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir o prazo de duração dos mandatos 
dos membros dos seus órgãos partidários permanentes ou provisórios.
§ 3º O prazo de vigência dos órgãos provisórios dos partidos políticos poderá ser de até 8 (oito) anos.
§ 4º Exaurido o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção automática do 
órgão e o cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
A edição dessa Lei conformou a ideia de autonomia partidária com a da existência de um 
regime democrático. Devolveu ao partido político a possibilidade de estabelecer prazo razo-
ável para a duração de suas comissões provisórias, conforme estabelece o texto do § 1º, do 
art. 17 da Constituição Federal.
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DIREITO ELEITORAL
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De igual modo, delimitou o período de vigência desses órgãos, cuja composição é esco-
lhida pelas instâncias superiores do partido e não eleita, fortalecendo, por conseguinte, o 
caráter democrático no seio das agremiações partidárias.
Mais recentemente, o Supremo Tribunal Federal fixou a ideia do exercício da autonomia 
partidária limitada a preceitos constitucionais. Confira:
DIRETO DO STF
O princípio da igualdade material é prestigiado por ações afirmativas. No entanto, utilizar, 
para qualquer outro fim, a diferença estabelecida com o objetivo de superar a discriminação 
ofende o mesmo princípio da igualdade, que veda tratamento discriminatório fundado em cir-
cunstâncias que estão fora do controle das pessoas, como a raça, o sexo, a cor da pele ou 
qualquer outra diferenciação arbitrariamente considerada.
Precedente do CEDAW.
3. A autonomia partidária não consagra regra que exima o partido do respeito incondicional 
aos direitos fundamentais, pois é precisamente na artificiosa segmentação entre o público e 
o privado que reside a principal forma de discriminação das mulheres.
(ADI 5617, rel. Min. Edson Fachin, DJe de 03/10/2018)
Para finalizar, vale lembrar a polêmica decisão do TSE, que novamente põe em discus-
são o princípio da autonomia partidária. Ao responder à Consulta n. 0603816-39/DF, aquele 
Tribunal decidiu que “a previsão de reserva de vagas para a disputa de candidaturas propor-
cionais, inscrita no § 3º do artigo 10 da Lei n. 9.504/1997, deve ser observada para a compo-
sição das comissões executivas e diretórios nacionais, estaduais e municipais dos partidos 
políticos, de suas comissões provisórias e demais órgãos equivalentes. (CTA n. 0603816-39/
DF, rel. Min. Rosa Weber, julgado em 19/05/2020)”
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Modificações Legislativas de 2017/2019
DIREITO ELEITORAL
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CLÁUSULAS DE BARREIRA E O FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR
Os partidos políticos precisam se organizar para o desempenho de suas funções. Aliás, 
sabe-se que os partidos possuem uma ideologia, um programa e um projeto. A forma instituída 
para que o partido político possa, nas Casas Legislativas, influenciar a formação da vontade 
política do Estado e a confecção das leis é por meio do instituto do funcionamento parlamentar.
O funcionamento parlamentar é exercido pelo partido político por meio de uma bancada, 
de acordo com seu estatuto e as disposições regimentais das Casas Legislativas, consoante 
dispõe o art. 12 da Lei dos Partidos Políticos.
O direito ao funcionamento parlamentar está consagrado em uma norma de eficácia limi-
tada. Isso quer dizer que somente têm direito ao funcionamento parlamentar os partidos que 
atenderem aos requisitos previstos em lei.
Esse requisito é chamado de “cláusula de barreira” ou de “cláusula de desempenho”. 
O Congresso Nacional, por meio da edição de uma lei ordinária, tem o papel de prever 
os requisitos necessários para que os partidos políticos tenham o direito ao funcionamento 
parlamentar.
Essa cláusula, que também condiciona o exercício de outros direitos partidários (a distri-
buição dos recursos do fundo partidário e o acesso gratuito ao rádio e à televisão), foi inicial-
mente prevista no art. 13 da Lei n. 9.096/1995, com o seguinte teor:
Art. 13. Tem direito a funcionamento parlamentar, em todas as Casas Legislativas para as quais 
tenha elegido representante, o partido que, em cada eleição para a Câmara dos Deputados, obte-
nha o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos votos apurados, não computados os brancos e os 
nulos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados, com um mínimo de dois por cento do 
total de cada um deles.
Todavia, inicialmente, a Lei n. 9.096/1995 optou por instituir uma cláusula transitória, con-
tida nos seus artigos 56 e 57, válida até o ano de 2006, momento em que deveria o art. 13 
(cláusula de barreira definitiva) começar a produzir efeitos.
Dessa forma, a partir de 2007, o art. 13 da Lei n. 9.096/1995 deveria, então, inaugurar a 
produção de seus efeitos. Essa prescrição legal, não obstante, trazia disciplina mais severa 
para a atribuição do direito ao funcionamento parlamentar e isso mitigaria o exercício desse 
direito, bem como dos direitos ao acesso gratuito ao rádio e à televisão e ao recebimento do 
fundo partidário da maioria dos partidos registrados no TSE.
À época, dos 27 partidos registrados, apenas 7 continuariam a exercer de forma plena 
tais direitos.
Nesse contexto, o art. 13 da Lei n. 9.096/1995 foi declarado inconstitucional pelo Supremo 
Tribunal Federal por violar o pluripartidarismo, o pluralismo político, a isonomia e a propor-
cionalidade/razoabilidade. Veja o julgado do Supremo Tribunal Federal que reconheceu a 
incompatibilidade desse dispositivo com a Constituição Federal:
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Modificações Legislativas de 2017/2019
DIREITO ELEITORAL
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DIRETO DO TSE
PARTIDO POLÍTICO. FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR. PROPAGANDA PARTIDÁRIA 
GRATUITA. FUNDO PARTIDÁRIO.
Surge conflitante com a Constituição Federal lei que, em face da gradação de votos obtidos 
por partido político, afasta o funcionamento parlamentar e reduz, substancialmente, o tempo 
de propaganda partidária gratuita e a participação no rateio do Fundo Partidário.
(ADI n. 1.351, rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 30/03/2007)
Atente-se para o fato de que o Supremo Tribunal Federal não declarou a inconstitucionali-
dade da cláusula de barreira, pois a cláusula de barreira é uma exigência constitucional para 
o exercício do direito ao funcionamento parlamentar.
Na verdade, a suprema Corte declarou a inconstitucionalidade apenas do teor do art. 13 
da Lei n. 9.096/1995.
Diante dessa decisão e para solucionar a situação de ausência de norma, o Supremo 
Tribunal Federal determinou que, até a criação de novos requisitos legais, deveriam ser apli-
cadas as regras de transição contidas nos artigos 56e 57 da Lei dos Partidos Políticos, os 
quais, contudo, foram revogados pela Lei n. 13.165/2015.
Atualmente, as disposições normativas relativas às cláusulas de barreira podem ser 
encontradas no art. 17, § 3º da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda à 
Constituição n. 97/2017, nos seguintes termos:
Art. 17. Omissis.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, 
na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional nº 97, de 2017)
I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos 
votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo 
de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitu-
cional nº 97, de 2017)
II – tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço 
das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
Logo, para que uma agremiação partidária tenha direito a participar da distribuição dos 
recursos do fundo partidário ou ter acesso a tempo gratuito no rádio e na televisão para a 
transmissão de propaganda eleitoral (a propaganda partidária foi extinta), foram criados dois 
blocos de requisitos, os quais são alternativos.
Preenchidos um dos requisitos constantes do art. 17 da CF/1988, as agremiações parti-
dárias terão o direito de acessar gratuitamente o rádio e a televisão na propaganda eleitoral 
e de receber os recursos do fundo partidário.
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Modificações Legislativas de 2017/2019
DIREITO ELEITORAL
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Outra novidade trazida pela EC 97 foi a de assegurar o mandato ao candidato eleito por 
partido que não preencher a cláusula de barreira, facultando-lhe a filiação a outro partido que 
a tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos 
do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
Quanto ao funcionamento parlamentar, em razão da declaração da inconstitucionalidade 
do art. 13 e da revogação dos artigos 56 e 57, ambos da Lei n. 9.096/1995, inexiste, nesse 
momento, uma cláusula de barreira. Para ser preenchida essa lacuna normativa, aguarda-se 
a atuação legislativa do Congresso Nacional acerca da matéria.
2. LEI DAS ELEIÇÕES
DIREITO DE O PARTIDO POLÍTICO PARTICIPAR DO PROCESSO ELEITORAL
Destaque-se, ainda, que a Lei das Eleições, nas disposições gerais, trata do direito de os 
partidos políticos participarem das eleições e lançarem candidatos a cargos eletivos.
Especificamente em relação aos direitos titularizados pelas agremiações partidárias, o 
registro no Tribunal Superior Eleitoral, de acordo com a Constituição Federal e com a Lei dos 
Partidos Políticos, confere os seguintes direitos:
a) direito de participar do rateio dos recursos do fundo partidário;
b) direito de acesso gratuito ao rádio e à televisão, também denominado de direito 
de antena;
c) exclusividade da sigla, denominação e dos símbolos.
Além desses direitos, o registro do partido político no Tribunal Superior Eleitoral constitui 
requisito indispensável para que participe das eleições e possa lançar candidatos. Nesse 
ponto, para participar das eleições, o partido político tem que ter registro deferido no TSE 
pelo prazo de, pelo menos, seis meses antes da data das eleições.
Contudo, há, ainda, a exigência de que, além do registro no TSE, o partido político cons-
titua órgão de direção constituído na circunscrição do cargo, ou seja, para participar das elei-
ções para o cargo de Prefeito do Município de Barreirinha/AM, o partido tem que, até a data 
da convenção partidária (20 de julho a 5 de agosto do ano das eleições), ter constituído o seu 
diretório municipal.
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DIREITO ELEITORAL
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PRAZO DE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA
Em regra, para concorrer a cargos eletivos, o cidadão deve estar filiado, pelo prazo 
mínimo de seis meses antes da data das eleições, ao partido político pelo qual deseja con-
correr. A esse respeito, veja a previsão contida no art. 9º da Lei n. 9.504/1997:
Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva 
circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo 
prazo. (Redação dada pela Lei n. 13.488, de 2017)
Parágrafo único. Havendo fusão ou incorporação de partidos após o prazo estipulado no ca-
put, será considerada, para efeito de filiação partidária, a data de filiação do candidato ao partido 
de origem.
Essa disposição legal, todavia, não impede que as agremiações estabeleçam em seus 
estatutos prazos mais longos de filiação para que o cidadão possa por elas concorrer a 
cargos eletivos. Uma vez estabelecido esse prazo no estatuto do partido, ele não poderá ser 
aumentado no ano da eleição, nos termos do art. 20, parágrafo único, da Lei n. 9.096/1995.
Pode, nesse período, ser diminuído, mas, neste caso, limitado ao mínimo estabelecido 
em lei – 6 meses antes do pleito. Nesse sentido:
DIRETO DO TSE
O art. 20 da Lei n. 9.096/1995 somente veda, em ano eleitoral, que se proceda, por alteração 
estatutária, ao aumento do prazo mínimo de filiação, mas não à sua redução. Pet n. 403-04/
DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 08/09/2016.
(Pet n. 403-04/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, DJE de 30/09/2016).
Aliás, ressalte-se que, se o partido ao qual o cidadão é filiado participar de fusão ou incor-
poração, o prazo de filiação para fins de exercício do direito à elegibilidade será contado da 
data da filiação ao partido originário, e não àquele resultante do processo da união partidária.
Aqui vale a pena abrir parênteses apenas para explicitar em que momento a filiação par-
tidária ganha realce na análise pela Justiça Eleitoral.
A filiação partidária é condição essencial para que o cidadão seja candidato, condição de 
elegibilidade prevista no art. 14, § 3º, inciso V, da CF/1988. Essa condição de elegibilidade 
deve ser informada nos autos do processo de requerimento de registro de candidatura.
A partir da reforma legislativa promovida pela Lei n. 13.877/2019, a filiação partidária 
será comprovada a partir dos dados constantes em sistema da Justiça Eleitoral, alimentado 
pelos partidos políticos, por seu órgão nacional, estadual ou municipal, após o deferimento 
de pedido de filiação partidária.
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Com a inscrição partidária inserida no sistema da Justiça Eleitoral, há o envio das infor-
mações aos juízes eleitorais, os quais devem arquivar e publicar a filiação partidária. Nesse 
particular, ao receber a informação enviada pela Justiça Eleitoral, o juiz eleitoral deve arqui-
var e publicar a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual constará a data de filia-
ção, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão inscritos.
Atente-se para o fato de que essa relação publicada pela Justiça Eleitoral, que contém a 
data de filiação, o número dos títulos eleitorais e a seção em que o filiado está inscrito será 
o meio utilizado para a comprovação do tempo de filiação partidária para fins de exercício do 
direito à elegibilidade.
Destaque-se, ainda, que, a partir da reforma eleitoral promovida pela Lei n. 13.877/2019, 
inexiste a necessidade de envio de relações de filiados pelos partidos políticos, nos meses de 
abril e outubro, para a Justiça Eleitoral. A partir dessa novidade, a Justiça Eleitoral, com base 
nas informações constantes em seus sistemas informáticos, por meio de ato do juiz eleitoral, 
publicará a relação dos filiados às agremiações partidárias.
Nos termos da jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, com a adaptação à reforma 
legislativa, a filiação partidária deve ser atestada, em regra, mediante a relação de filiadospublicada pela Justiça Eleitoral, nos termos do art. 19 da Lei n. 9.096/1995, com a redação 
dada pela Lei n. 13.877/2019 (AgR-REspe n. 2009-15/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, PSESS 
de 11/11/2014).
Contudo, nos termos do Enunciado 20 da Súmula do TSE, "a prova de filiação partidária 
daquele cujo nome não constou da relação de filiados de que trata o art. 19 da Lei 9.096/1995 
pode ser realizada por outros elementos de convicção, salvo quando se tratar de documentos 
produzidos unilateralmente, destituídos de fé pública" (adaptada à reforma legislativa).
Pode ocorrer, todavia, que a questão acerca da existência do vínculo de filiação partidária 
do cidadão com o partido tenha sido objeto de processo específico, sendo discutido exaus-
tivamente o tema. Uma vez exaurida a discussão em processo específico sobre a filiação 
partidária, não cabe nos autos do processo de pedido de registro de candidatura examinar 
o acerto ou desacerto da decisão que a examinou, conforme estabelece o Enunciado 52 da 
Súmula do TSE.
Não comprovada a filiação, o pedido de registro de candidatura deve ser indeferido pela 
Justiça Eleitoral.
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FUNDO ESPECIAL DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA
O Fundo Especial de Financiamento de Campanha – FEFC é um fundo público destinado 
ao financiamento das campanhas eleitorais dos candidatos, criado pela Lei n. 13.487/2017.
Sua criação, segundo os congressistas, decorreu da escassez de recursos para finan-
ciar as campanhas eleitorais, uma vez que a principal fonte – doações de pessoas jurídicas 
– passou a ser vedada, conforme entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, no 
julgamento da ADI n. 4650.
Ao contrário do Fundo Partidário, cujos recursos podem facultativamente ser utilizados 
em campanhas eleitorais, o FEFC foi criado exclusivamente para financiar as eleições.
Esse Fundo é constituído de duas fontes de financiamento.
A primeira advém do fim das compensações fiscais promovidas pela União em benefício 
das emissoras comerciais de rádio e TV que transmitiam a extinta propaganda partidária. O 
valor originalmente compensado, calculado em 2016, passou a ser atualizado monetaria-
mente, a cada eleição, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, ou por outro 
que o substituir, consoante dispõe o art. 3º da Lei n. 13.487/2017.
Inclusive, o Tribunal Superior Eleitoral foi explícito ao assentar que, “com a edição da Lei 
n. 13.487/2017, foi extinta a propaganda partidária a partir de 01/01/2018, ficando os respec-
tivos recursos destinados à composição do Fundo Especial de Financiamento de Campanha 
(FEFC). (PP nº 0600014-33.2017, rel. Min. Luiz Fux, DJe de 20.3.2018).”
A segunda fonte corresponde ao valor de 30% das emendas de bancada estadual de 
execução obrigatória.
Constituído o fundo, esses recursos que, para as eleições de 2020, são da ordem de 
2.034 bilhões, devem ser distribuídos, em parcela única, aos diretórios nacionais dos partidos 
políticos, observados os seguintes critérios (Lei n. 9.504/1997, art. 16-D):
I – 2% (dois por cento), divididos igualitariamente entre todos os partidos com estatutos registra-
dos no TSE;
II – 35% (trinta e cinco por cento), divididos entre os partidos que tenham pelo menos um represen-
tante na Câmara dos Deputados, na proporção do percentual de votos por eles obtidos na última 
eleição geral para a Câmara dos Deputados;
III – 48% (quarenta e oito por cento), divididos entre os partidos, na proporção do número de repre-
sentantes na Câmara dos Deputados, consideradas as legendas dos titulares; e
IV – 15% (quinze por cento), divididos entre os partidos, na proporção do número de representan-
tes no Senado Federal, consideradas as legendas dos titulares.
A transferência para os partidos políticos se dá no mês de junho do ano eleitoral com o 
depósito dos valores em conta especial gerida pelo Tribunal Superior Eleitoral. Nos quinze 
dias subsequentes, o Tribunal Superior Eleitoral divulga, conforme critérios já informados, o 
valor correspondente que faz jus cada agremiação.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9504.htm#art16d
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A transferência efetiva às agremiações, todavia, fica condicionada à apresentação ao Tri-
bunal Superior Eleitoral dos critérios estabelecidos para a sua distribuição, os quais devem ser 
aprovados pela maioria absoluta dos membros do órgão de direção executiva nacional do par-
tido e divulgados publicamente, consoante estabelece o art. 16-C, § 7º, da Lei n. 9.504/1997.
A definição dos critérios é matéria interna corporis do partido. Ademais, eles não discriminam o 
valor que cada parlamentar deve receber, nem mesmo o montante destinado a uma ou outra elei-
ção, no caso de eleições presidenciais e estaduais/federais, que são realizadas simultaneamente.
Contudo, a exemplo do que ocorre com os recursos do Fundo Partidário, o Tribunal Supe-
rior Eleitoral já definiu que, no mínimo, 30% do valor recebido do FEFC deve ser disponi-
bilizado para candidaturas femininas, seguindo a lógica adotada no art. 10, § 3º, da Lei n. 
9.504/1997, que cuida da cota de gênero. Se for maior o percentual de candidaturas femini-
nas, maior o valor correspondente. Nesse sentido:
DIRETO DO TSE
A distribuição dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), 
previsto nos artigos 16-C e 16-D, da Lei das Eleições, e do tempo de propaganda eleitoral 
gratuita no rádio e na televisão, regulamentada nos arts. 47 e seguintes do mesmo diploma 
legal, deve observar os percentuais mínimos de candidatura por gênero, nos termos do art. 
10, § 3º, da Lei n. 9.504/1997, na linha da orientação firmada na Suprema Corte ao exame da 
ADI 5617. No caso de percentual superior de candidaturas, impõe-se o acréscimo de recur-
sos do FEFC e do tempo de propaganda na mesma proporção.
(CTA n. 0600252-18, rel. Min. Rosa Weber, DJe de 15/08/2018)
Nessa linha, não podem ser custeadas despesas de candidaturas masculinas com recur-
sos destinados às femininas, sendo, contudo, permitido o pagamento de despesas comuns 
com candidatos do gênero masculino e a transferência ao órgão partidário de verbas desti-
nadas ao custeio da sua cota-parte em despesas coletivas, bem como outros usos regulares 
dos recursos provenientes da cota de gênero, desde que, em todos os casos, haja benefício 
para campanhas femininas.
Inexistindo candidatura própria ou em coligação na circunscrição, é vedado o repasse 
dos recursos do FEFC para outros partidos políticos ou para candidaturas desses mesmos 
partidos. Ou seja, se numa eleição federal o partido X não lançar candidato, sozinho ou coli-
gado, o valor correspondente a sua cota do FEFC não pode ser redistribuído para os demais.
Por esse motivo, a exemplo do que ocorre com os recursos do Fundo Partidário, também 
é vedado o repasse de recursos do FEFC, dentro ou fora da circunscrição, por partidos polí-
ticos ou candidatos a outros:
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• não pertencentes à mesma coligação; e/ou
• não coligados.
Nesse sentido, o TSE firmou sua jurisprudência:
DIRETO DO TSE
A proibição da destinação de recursos públicos para o financiamento da campanha de par-
tidos não coligados com a grei doadora não constitui situação nova no entendimento do 
TSE, pois o § 1º do art. 19 da Res.–TSE 23.553 prevê, quanto aos valores distribuídos aos 
diretórios nacionais, que, "inexistindo candidatura própria ou em coligação na circunscrição, 
é vedada a distribuição dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha 
(FEFC) para outros partidos políticos ou candidaturas desses mesmos partidos".
(REspe n. 0601193-81/AP, rel. Min. Sérgio Silveira Banhos, DJe de 12/12/2019)
Os recursos provenientes do FECF que não forem utilizados nas campanhas eleitoraisdeverão ser devolvidos ao Tesouro Nacional, integralmente, por meio de Guia de Recolhi-
mento da União (GRU), no momento da apresentação da respectiva prestação de contas, 
consoante estabelece o art. 11 da Res.–TSE n. 23.568/2018.
O emprego ilícito de recursos do FEFC, inclusive na hipótese de desvio de finalidade, 
sujeitará os responsáveis e beneficiários às sanções do art. 30-A da Lei n. 9.504/1997 – cas-
sação do diploma –, sem prejuízo das demais cominações legais cabíveis, tais como o reco-
lhimento ao Tesouro do valor aplicado irregularmente.
DOAÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS (TERCEIROS) A CANDIDATOS
As doações de pessoas físicas podem ser em dinheiro ou em bens e/ou serviços estimá-
veis em dinheiro. Não são aceitas doações em moedas virtuais, tais como bitcoin, ethereum, 
litecoin, entre outras, consoante dispõe o art. 21, § 6º, da Res.–TSE n. 23.607/2019.
Como informa Olivar Coneglian (2018, p. 166):
DIRETO DA DOUTRINA
Em suma, pode-se doar qualquer coisa que tenha valor: dólar, iên, real, quadro de artista, 
uso de uma linha telefônica por três meses, aluguel do prédio do comitê, pagamento de 
tantos dias de refeição para o pessoal de apoio, pagamento do salário de três serventes, 
tantos litros de água mineral, tantos litros de combustível, uma bicicleta, aparelho de som 
do carro de som, o empréstimo do carro de som, cinco mil santinhos, três passagens de 
avião etc.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9504.htm#art30a
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Os bens e/ou serviços estimáveis em dinheiro doados por pessoas físicas devem cons-
tituir produto de seu próprio serviço, de suas atividades econômicas e, no caso dos bens, 
devem integrar seu patrimônio. Nessa linha, confira:
DIRETO DO TSE
Não comprovação de receitas estimáveis (R$ 9.000,00). A ausência de comprovação de que 
o doador do imóvel cedido à campanha era seu proprietário ou seu possuidor viola o art. 45, 
III, da Res.–TSE n. 23.406/2014, que exige comprovação de que o bem integra o patrimônio 
do doador, e dificulta a aferição da origem dos recursos.
(PC n. 977-95/DF, rel. Min. Luís Roberto Barroso, DJe de 16/12/2019)
As doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro de pessoas físicas a candida-
tos – doações de terceiros aos candidatos na campanha – ficam limitadas a 10% do 
faturamento bruto obtido pelo doador no ano anterior ao pleito, nos termos do art. 23, § 
1º, da Lei das Eleições.
A respeito do conceito de faturamento bruto, José Jairo Gomes (2017, p. 432) leciona que:
 DIRETO DO TSE
Por rendimento bruto deve-se compreender todas as rendas ou ganhos auferidos pelo 
doador, tributáveis ou não tributáveis (como os rendimentos isentos – ex.: caderneta de 
poupança). Porém, nesse conceito não se incluem empréstimos.
Caso seja ultrapassado esse limite, o doador fica sujeito a uma representação por 
doação acima do limite legal cuja sanção é o pagamento de multa de 100% da quantia 
em excesso, nos termos do art. 23, §3º, da Lei das Eleições.
No cômputo desse limite de 10% não se aplicam:
• As doações estimáveis em dinheiro relativas à utilização de bens móveis ou imóveis 
de propriedade do doador ou à prestação de serviços próprios, desde que o valor esti-
mado não ultrapasse R$ 40.000,00 reais, nos termos do art. 23, § 7º, da Lei das Elei-
ções. Assim, se uma pessoa física ceder uma casa de sua propriedade, no valor de R$ 
30.000,00, para um candidato utilizá-la como seu comitê de campanha, esse valor não 
será computado para fins de cálculo do limite de doação de 10%.
• As doações de pessoas físicas, candidatos ou partidos para custear honorários pela 
prestação de serviços advocatícios e de contabilidade, nos termos do art. 23, § 10, da 
Lei das Eleições.
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Existe, ainda, a possibilidade de pessoas físicas realizarem doações eleitorais por 
meio do financiamento coletivo, conhecido também como crowdfunding ou “vaquinha 
eletrônica”. Essa inovação, trazida pela Lei n. 13.488/2017, permite que instituições promo-
vam técnicas e serviços de financiamento coletivo por meio de sítios na internet, aplicativos 
eletrônicos e outros recursos similares. A ideia associada a essa modalidade de financia-
mento é reunir inúmeras pessoas para contribuir com as campanhas eleitorais de sua esco-
lha por meio de doações realizadas no site de uma plataforma de arrecadação.
Uma das grandes novidades trazidas por essa forma de doação eleitoral é que ela pode 
ser realizada bem antes do início do período eleitoral, mais precisamente a partir do dia 15 de 
maio do ano das eleições, consoante admite o art. 22-A, § 3º, da Lei das Eleições.
Contudo, a liberação de recursos por parte das entidades arrecadadoras fica condicio-
nada à formalização do pedido de registro da candidatura, e a realização de despesas de 
campanha deverá observar o calendário eleitoral. Se não for solicitado o registro da candida-
tura, as entidades arrecadadoras deverão devolver os valores arrecadados aos doadores na 
forma das condições estabelecidas entre a entidade arrecadadora e o pré-candidato.
As doações financeiras em prol das campanhas eleitorais devem ser realizadas obser-
vando a redação do art. 23, § 4º, da Lei das Eleições, a saber:
• Abaixo de R$ 1.064,00 reais, o depósito bancário poderá ser em espécie, desde que 
identificado o CPF do doador;
• Para valor igual ou superior a R$ 1.064,00 reais, a doação deve ser realizada por trans-
ferência eletrônica ou cheque cruzado e nominal, a fim de ficar explícita a fonte doadora.
• Pode-se utilizar mecanismo disponível em sítio do candidato, partido ou coligação na 
internet, permitido inclusive o uso de cartão de crédito, desde que seja identificado o 
doador e emitido o correspondente recibo eleitoral. Vale notar que as instituições finan-
ceiras e de pagamento não poderão recusar a utilização de cartões de débito e de cré-
dito como meio de doações eleitorais de pessoas físicas, conforme redação dada ao 
art. 23, § 9º, da Lei das Eleições.
Essa regra limitativa de depósitos em espécie em valor superior a R$ 1.064,00 deve ser 
observada, inclusive, na hipótese de doações sucessivas realizadas por um mesmo doador 
em um mesmo dia. Assim, é vedado a um mesmo doador, no mesmo dia, fazer, após dois 
depósitos bancários de R$ 500,00 em dinheiro, um terceiro neste mesmo valor, pois o valor 
diário para depósito bancário terá sido ultrapassado.
Destaco que, com a finalidade de apoiar candidato de sua preferência, qualquer elei-
tor pode realizar pessoalmente gastos totais até o valor de R$ 1.064,10 (mil e sessenta e 
quatro reais e dez centavos), não sujeitos à contabilização, desde que não reembolsados, 
nos termos do art. 27 da Lei das Eleições.
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Nesse caso, não se trata de doação em dinheiro ao candidato para que este realize des-
pesas, pois, ainda que o valor esteja dentro desse limite, ele não deverá ser contabilizado 
como doação, mas sim no pagamento direto de despesas do candidato pelo cidadão, tais 
como, o salário da recepcionista do comitê do candidato, o valor devido a um cabo eleito-
ral pelo serviço de distribuição de santinho, o combustível para realização de uma carreata, 
entre outras.
Ademais, esse valor não poderá ser reembolsado por fonte alguma e não será contabili-
zado na prestação de contas do candidato, nem na declaração de renda do cidadão.
Cumpre informar, por fim, que não se sujeita a esse limite de 10% o pagamento direto do 
cidadão de honorários decorrentes da prestação de serviços advocatícios e de contabilidade, 
relacionados às campanhas eleitorais e em favor destas, os quais não são considerados 
gastos eleitorais, de modo que o cidadão poderá desembolsar para esses gastos valores 
significativos.
DOAÇÕES DO PRÓPRIO CANDIDATO – RECURSOSPRÓPRIOS
De acordo com o art. 23, § 2-A, da Lei das Eleições, introduzido pela recentíssima Lei n. 
13.878/2019, o candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total 
de 10% dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer 
(mais adiante vamos estudar os limites de gastos de campanha).
Desse modo, os candidatos mais ricos não poderão financiar exclusivamente com recur-
sos próprios suas campanhas eleitorais, como ocorreu nas eleições de 2018. Naquela opor-
tunidade, o único limite para o uso de recursos próprios era o próprio teto de gastos de cam-
panha. Confira um exemplo didático:
 DIRETO DO TSE
Imagine, por hipótese, que FULANO é candidato ao cargo de prefeito no pleito de 2020. 
Nos termos da sistemática adotada no art. 18-C da Lei das Eleições (que estudaremos 
adiante), o teto de gastos para o cargo em disputa é de R$ 100.000,00. Nesse caso, FU-
LANO somente poderá injetar recursos próprios na sua campanha no valor máximo de R$ 
10.000,00. O restante, R$ 90.000,00 somente poderá advir de outras fontes, como doa-
ções recebidas de terceiros, de partidos, de outros candidatos, entre outras fontes.
É preciso que fique claro que a utilização de recursos próprios se constitui, na prática, 
em uma doação do candidato para si mesmo, realizada na conta bancária específica de sua 
campanha, pela qual transitam obrigatoriamente todos os valores financeiros arrecadados. 
Nessa acepção, essas transferências também se sujeitam as regras estabelecidas no art. 23, 
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§ 4º da Lei das Eleições, ou seja, doações acima de R$ 1.064,00 reais devem ser realizadas 
via transferência bancária ou cheque nominal cruzado, a fim de possibilitar a identificação da 
origem dos recursos doados.
Os bens próprios do candidato somente podem ser utilizados na campanha eleitoral 
quando demonstrado que já integravam seu patrimônio em período anterior ao pedido de 
registro da respectiva candidatura.
Os partidos e candidatos podem aportar na campanha eleitoral, a título de recursos pró-
prios, valores obtidos mediante empréstimo junto a instituições bancárias autorizadas a fun-
cionar pelo Banco Central do Brasil.
No caso de candidatos, o art. 16 da Res.–TSE n. 23.607/2019, que cuida da prestação 
de contas de campanha eleitoral, exige que:
• O empréstimo seja realizado mediante caução por bem integrante do seu patrimônio 
no momento do registro de candidatura;
• Sua integral quitação em relação aos recursos aplicados em campanha.
Na análise da prestação de contas, o julgador pode determinar que o candidato ou o par-
tido político identifique a origem dos recursos utilizados para a quitação, sob pena de serem 
os recursos considerados de origem não identificada.
GASTOS ELEITORAIS
O art. 26 da Lei das Eleições apresenta um rol exemplificativo daquilo que pode ser 
considerado gasto eleitoral e, portanto, ser custeado com recursos arrecadados na campa-
nha, a saber:
Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados nesta Lei: 
(Redação dada pela Lei nº 11.300, de 2006)
I – confecção de material impresso de qualquer natureza e tamanho, observado o disposto no § 3º 
do art. 38 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.891, de 2013)
II – propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer meio de divulgação, destinada a 
conquistar votos;
III – aluguel de locais para a promoção de atos de campanha eleitoral;
IV – despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das can-
didaturas, observadas as exceções previstas no § 3º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 
13.488, de 2017)
V – correspondência e despesas postais;
VI – despesas de instalação, organização e funcionamento de Comitês e serviços necessários 
às eleições;
VII – remuneração ou gratificação de qualquer espécie a pessoal que preste serviços às candida-
turas ou aos comitês eleitorais;
VIII – montagem e operação de carros de som, de propaganda e assemelhados;
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11300.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12891.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13488.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13488.htm#art1
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IX – a realização de comícios ou eventos destinados à promoção de candidatura; (Redação dada 
pela Lei nº 11.300, de 2006)
X – produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, inclusive os destinados à propagan-
da gratuita;
XI – revogado
XII – realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais;
XIII – revogado
XIV – revogado
XV – custos com a criação e inclusão de sítios na internet e com o impulsionamento de conteúdos 
contratados diretamente com provedor da aplicação de internet com sede e foro no País; (Reda-
ção dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
XVI – multas aplicadas, até as eleições, aos candidatos e partidos políticos por infração do dispos-
to na legislação eleitoral;
XVII – produção de jingles, vinhetas e slogans para propaganda eleitoral.
No que se refere aos incisos revogados do art. 26 da Lei das Eleições, cumpre informar 
o seguinte:
• O inciso XI admitia o pagamento de cachê de artistas ou animadores de eventos rela-
cionados a campanha eleitoral. Esses pagamentos eram realizados pelos serviços 
prestados nos chamados showmícios eleitorais, proibidos pelo art. 39, § 7º, da Lei 
das Eleições.
• O inciso XII previa a confecção, aquisição e distribuição de camisetas, chaveiros e 
outros brindes de campanha. Todavia, essa prática foi expressamente vedada pela Lei 
n. 11.300/2006, que introduziu o § 6º no art. 39 da Lei das Eleições.
• Já o inciso XIV afirmava a possibilidade de aluguel de bens particulares para veicu-
lação, por qualquer meio, de propaganda eleitoral. Todavia, não se pode mais pagar 
pelo espaço, em bens particulares, cedidos para a realização de propaganda eleitoral, 
consoante informa o art. 37, § 8º, da Lei das Eleições.
Faz-se necessário, ainda, tecer alguns comentários sobre os seguintes incisos:
• O inciso I faz alusão ao art. 38, § 3º, que consigna que os adesivos poderão ter a 
dimensão máxima de 50 X 40 centímetros.
• O inciso IV excepciona os gastos do § 3º, de modo que nem toda despesa de trans-
porte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço da candidatura é conside-
rado gasto eleitoral, como veremos logo a seguir.
• O inciso VII admite como gasto eleitoral, entre outros gastos, o pagamento dos servi-
ços de cabos eleitorais. Neste caso, o art. 100-A da Lei das Eleições é expresso em 
afirmar que inexiste vínculo empregatício entre as pessoas contratadas para prestação 
de serviços nas campanhas eleitorais e o candidato ou o partido contratante.
• Os gastos de impulsionamento a que se refere o inciso XV são aqueles efetivamente 
prestados, devendo eventuais créditos contratados e não utilizados até o final da cam-
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11300.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13488.htm#art1
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panha serem transferidos como sobras de campanha: (i) ao Tesouro Nacional se utili-
zados recursos do FEFC; (ii) ao partido político, via conta Fundo Partidário ou Outros 
Recursos, a depender da origem dos recursos.
• Apesar do inciso XVI incluir nos gastos eleitorais multas aplicadas a partidos e candi-
datos por infração à legislação eleitoral, José Jairo Gomes (2017, p. 442) nos lembra 
“que não se admite o uso de recursos do Fundo Partidário para sua quitação”.Acres-
centamos que também os recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campa-
nha – FEFC não podem ser utilizados para essa finalidade.
O § 1º do art. 26 da Lei das Eleições estabelece ainda parâmetros a serem observados 
no custeio de gastos eleitorais, quais sejam:
Art. 26. Omissis.
§ 1º São estabelecidos os seguintes limites com relação ao total do gasto da campanha: (Redação 
dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
I - alimentação do pessoal que presta serviços às candidaturas ou aos comitês eleitorais: 10% (dez 
por cento); (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
II - aluguel de veículos automotores: 20% (vinte por cento). (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
Entre as despesas consideradas gastos eleitorais e não listadas expressamente no art. 
26, destacam-se as realizadas com consultoria, assessoria e pagamento de honorá-
rios feitas em decorrência da prestação de serviços advocatícios e de contabilidade 
no curso das campanhas eleitorais, as quais, diferente das demais, serão excluídas 
do limite de gastos de campanha (matéria que estudaremos mais à frente), conforme 
previu a recentíssima Lei n. 13.877, de 2019), bem como as doações para outros parti-
dos políticos ou outros candidatos.
Destaco que, com a finalidade de apoiar candidato de sua preferência, qualquer eleitor 
pode realizar pessoalmente gastos totais até o valor de R$ 1.064,10, não sujeitos à contabi-
lização e desde que não reembolsados, nos termos do art. 27 da Lei das Eleições.
Por outro lado, não são consideradas gastos eleitorais, não se sujeitam à prestação 
de contas e não podem ser pagas com recursos da campanha as seguintes despesas de 
natureza pessoal do candidato, conforme § 3º do art. 26 da Lei das Eleições:
Art. 26. Omissis.
§ 3º Não são consideradas gastos eleitorais nem se sujeitam a prestação de contas as seguintes 
despesas de natureza pessoal do candidato:
a) combustível e manutenção de veículo automotor usado pelo candidato na campanha;
b) remuneração, alimentação e hospedagem do condutor do veículo a que se refere à alínea "a" 
deste parágrafo;
c) alimentação e hospedagem própria;
d) uso de linhas telefônicas registradas em seu nome como pessoa física, até o limite de três linhas.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13488.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12891.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13877.htm#art2
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Também não são considerados gastos eleitorais as multas aplicadas por propaganda 
antecipada, as quais deverão ser arcadas pelos responsáveis, ainda que aplicadas a quem 
venha a se tornar candidato, conforme determina o art. 37, parágrafo único da Res.–TSE n. 
23.607/2019.
Em regra, os recursos arrecadados durante a campanha devem ser gastos no período 
eleitoral.
Esses gastos se efetivam na data da sua contratação, independentemente da realiza-
ção do seu pagamento, e devem ser registrados na prestação de contas no ato da sua 
contratação.
A realização de gastos eleitorais somente pode ocorrer a partir da data da con-
venção partidária e desde que o candidato ou partido já tenha procedido, cumulativa-
mente, ao pedido de registro de candidatura e à abertura de conta bancária específica 
de campanha.
Contudo, excepcionam-se os gastos destinados à preparação da campanha e à insta-
lação física ou de página de internet de comitês de campanha de candidatos e de partidos 
políticos, que poderão ser contratados a partir da data efetiva da realização da respectiva 
convenção partidária, desde que o desembolso financeiro ocorra apenas depois da aber-
tura da conta bancária específica de campanha, ou no caso de doações estimáveis em 
dinheiro, da emissão de recibos eleitorais, consoante estabelece o art. 36, § 2º da Res.–
TSE n. 23.607/2019.
Os gastos de natureza financeira somente podem ser realizados mediante cheque nomi-
nal ou transferência bancária. Excepcionam-se somente as despesas individuais de pequeno 
valor que podem ser pagas em espécies pelo chamado “fundo de caixa” – pequena reserva 
em dinheiro que o partido pode manter ao longo da campanha. Não obstante isso, todas 
essas despesas devem ser contabilizadas na prestação de contas.
TETO DE GASTOS ELEITORAIS
Até as eleições de 2014, o teto de gastos era regulado pelo art. 17-A da Lei das Eleições, 
hoje já revogado. Segundo esse dispositivo legal derrogado, “a cada eleição caberia à lei, 
observadas as peculiaridades locais, fixar até o dia 10 de junho de cada ano eleitoral o limite 
dos gastos de campanha para os cargos em disputa; não sendo editada lei até a data esta-
belecida, caberá a cada partido político fixar o limite de gastos, comunicando à Justiça 
Eleitoral, que dará a essas informações ampla publicidade.”
Considerando a inexistência da referida lei, na prática, o partido, no momento do registro 
da candidatura, arbitrava o valor máximo da campanha, podendo, ao longo do processo elei-
toral, modificá-lo, desde que justificadamente.
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A fim de primar pela igualdade de chances entre os candidatos, evitar a captura do can-
didato pelo poder econômico e, principalmente, diminuir os gastos de campanha, a Lei n. 
13.165/2015 decidiu estabelecer parâmetros para definição de tetos máximos de gastos de 
campanha para cada cargo, os quais deveriam ser observados nas eleições de 2016. Nesse 
sentido, confira:
DIRETO DO TSE
A imposição de um limite de gastos de campanha uniforme para todos os candidatos para 
cada cargo em disputa foi novidade introduzida pela Lei n. 13.165/2015, aplicada a partir das 
Eleições de 2016. Até então, vigorava um sistema de autorregulação de gastos eleitorais, no 
qual os próprios partidos políticos fixavam os limites a que seus candidatos estariam sujeitos.
A partir dessa alteração legislativa, os limites de gastos de campanha, regulados pelo art. 18 
da Lei n. 9.504/1997, passaram a desempenhar o relevantíssimo papel de assegurar a pari-
dade de armas entre os candidatos, evitando que candidatos mais ricos ou com maior acesso 
a recursos financeiros fiquem em posição de vantagem em relação aos demais competido-
res. Além disso, trata-se de medida eficaz para frear a escalada dos custos de campanha.
(REspe n. 751-46/RN, rel. Min. Admar Gonzaga, DJe de 03/08/2018)
Segundo esse normativo, o Tribunal Superior Eleitoral seria o responsável pela fixação 
dos valores máximos, observados os parâmetros estabelecidos em lei específica, que, no 
caso, foram veiculados, em artigos autônomos, na própria Lei n. 13.165/2015.
Para as eleições de 2018, essa sistemática foi novamente alterada. Nos termos da nova 
redação dada pela Lei n. 13.488/2017 ao art. 18 da Lei das Eleições, a definição dos limi-
tes de gastos passou a ser de competência do Poder Legislativo, cabendo ao TSE apenas 
divulgá-los. Na própria Lei n. 13.488/2017, art. 5º ao 7º, esses limites máximos foram esta-
belecidos. Contudo, ficou expresso que tais valores somente valeriam para o pleito de 2018, 
estando esses artigos já revogados pela Lei n. 13.488/2017.
Considerando a proximidade das eleições municipais e a necessidade de fixação 
de um teto de gastos para o pleito, o legislador editou a Lei n. 13.878/2019, que intro-
duziu o art. 18-C na Lei das Eleições, cuja redação é a seguinte:
Art. 18-C. O limite de gastos nas campanhas dos candidatos às eleições para prefeito e vereador, 
na respectiva circunscrição, será equivalente ao limite para os respectivos cargos nas eleições de 
2016, atualizado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aferido pela Fun-
dação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou por índice que o substituir.
Parágrafo único. Nas campanhas para segundo turno das eleições paraprefeito, onde houver, 
o limite de gastos de cada candidato será de 40% (quarenta por cento) do limite previsto no caput 
deste artigo.
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Os candidatos devem contabilizar nos limites de gastos de campanha suas despesas e 
as efetuadas pelos partidos que puderem ser individualizadas, incluindo:
• O total dos gastos de campanha contratados pelos candidatos;
• As transferências financeiras efetuadas para outros partidos políticos ou outros 
candidatos; e
• As doações estimáveis em dinheiro recebidas.
Excetuam-se para fins de apuração desse limite – embora sejam consideradas gastos 
eleitorais – as despesas com consultoria, assessoria e pagamento de honorários realizadas 
em decorrência da prestação de serviços advocatícios e de contabilidade no curso das cam-
panhas eleitorais.
Consoante estabelece o art. 31 da Lei das Eleições, caso as doações de pessoas físicas 
a candidatos, somadas aos recursos públicos, excedam o limite de gastos permitido para a 
respectiva campanha – as chamadas sobras de campanha –, o candidato deve abster-se de 
apropriar-se do excedente, conforme já mencionamos. Ao revés, deve, após o trânsito em 
julgado da decisão sobre a prestação de contas, transferir o valor excedente para o órgão 
diretivo do partido na circunscrição.
PROPAGANDA ELEITORAL EM BENS PÚBLICOS
A regra é a vedação de propaganda eleitoral em bem público. Qualquer exceção prevista 
na legislação deve ser interpretada de modo restritivo. Assim já se pronunciou o TSE:
DIRETO DO TSE
A enumeração de ressalvas excludentes de ilicitude do art. 37 da Lei n. 9.504/97 é taxativa 
e não exemplificativa.
(Ac. 16.177, rel. Min. Nelson Jobim, DJ de 16/11/1999)
Nos termos do art. 98 do Código Civil, “bens públicos são aqueles de domínio nacional 
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, 
seja qual for a pessoa a que pertencerem.”
As pessoas jurídicas de direito público interno são a União, os estados, os municípios e 
o Distrito Federal.
A doutrina civilista majoritária também considera, como bem público, o bem particular que 
esteja afetado (sendo utilizado) para a prestação de serviços públicos.
Os bens públicos podem ser classificados quanto à destinação em:
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• Bens de uso geral ou comum do povo – São os bens destinados à utilização do público 
em geral, sem necessidade de permissão especial, tais como praças, jardins, ruas, 
estradas, mares, rios, praias etc.
• Bens de uso especial – São os edifícios e terrenos utilizados (afetados) pelo Estado 
para a prestação de determinado serviço público, tais como as universidades, aero-
portos, veículos oficiais etc.
• Bens dominicais ou dominiais – São os bens públicos que constituem o patrimônio 
disponível e alienável da pessoa jurídica de Direito Público, tais como terrenos de 
marinha, as terras devolutas, as estradas de ferro, as ilhas formadas em rios nave-
gáveis, os sítios arqueológicos, as jazidas de minerais com interesse público, o mar 
territorial etc.
Ainda que se considere o conceito mais amplo de bem público do Direito Civil, que abarca 
os bens particulares afetados à prestação de um serviço público, esse enquadramento é 
menos abrangente que o utilizado no Direito Eleitoral.
Para o Direito Eleitoral, bens públicos são todos os reconhecidos pelo Direito Civil – bens 
de uso comum, de uso especial e dominiais –, acrescidos dos bens aos quais a população 
tem acesso em geral, tais como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, giná-
sios, ainda que de propriedade privada.
No Direito Eleitoral, portanto, o conceito de bens de uso comum não se restringe aos 
bens públicos destinados à utilização do público em geral, alcançando também bens particu-
lares, desde que seja livre o acesso da população a esses locais.
Para o Direito Eleitoral, a característica principal para se identificar se um bem privado é 
considerado bem público de uso comum é o livre acesso da população ao local. Assim o TSE 
já decidiu:
DIRETO DO TSE
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. REPRE-
SENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL. CARTAZ EM RESTAURANTE. BEM DE USO 
COMUM PARA FINS ELEITORAIS.
Restaurante é bem de uso comum para fins eleitorais. Interpretação do artigo 37, caput, da 
Lei n. 9.504/1997 (na atual redação conferida pela Lei n. 11.300/2006).
(AG n. 8652/SP, rel. Min. Eros Grau, DJ de 27/08/2008)
Com efeito, quando fizermos referência à propaganda em bens públicos, considere inclusos, 
além dos bens de propriedade das pessoas jurídicas de direito público interno (União, Estados, 
Distrito Federal e municípios), também aqueles de propriedade privada que estejam afetados 
(destinados) à utilização de serviços públicos ou que sejam de livre acesso da população em geral.
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Essa definição, na amplitude aqui definida, tem previsão legal no art. 37, §4º, da Lei n. 
9.504/1997.
Art. 37, §4º Bens de uso comum, para fins eleitorais, são os assim definidos pela Lei n. 10.406, de 
10 de janeiro de 2002 – Código Civil – e também aqueles a que a população em geral tem acesso, 
tais como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de 
propriedade privada.
Desde a edição da Lei n. 9.504/1997, já havia restrições à veiculação de publicidade em 
bem público. Desde então, a legislação foi ficando cada vez mais restritiva. A redação atual 
do art. 37, caput, da Lei das Eleições, dada pela Lei n. 13.165/2015, estabelece o seguinte:
Art. 37. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele perten-
çam, e nos bens de uso comum, inclusive postes de iluminação pública, sinalização de tráfego, via-
dutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação 
de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta e exposição de placas, es-
tandartes, faixas, cavaletes, bonecos e assemelhados. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
Pela dicção legal, é vedada a propaganda eleitoral em bens públicos:
1) Que sejam de propriedade do Estado (pessoas jurídicas de direito público interno 
– União, estados, Distrito Federal e municípios):
a) Postes de iluminação pública;
b) Repartições públicas em geral, incluindo estabelecimento prisional e unidade de inter-
nação, à exceção do horário eleitoral gratuito, no rádio e na televisão, bem como eventual-
mente aquela veiculada na imprensa escrita (TSE, PA n. 1072-67, DJE de 27/08/2010);
c) Nas dependências do Poder Legislativo, a veiculação de propaganda eleitoral ficará a 
critério da Mesa Diretora;
d) Sinalização de tráfego;
e) Rótulas (balões);
f) Viadutos;
g) Passarelas;
h) Pontes;
i) Paradas de ônibus;
j) Árvores e jardins localizados em áreas públicas;
k) Cercas e tapumes em obras públicas;
l) Estradas, ainda que privatizadas;
m) Barrancos situados na faixa de domínio público;
2) De uso comum de propriedade particular, ou seja, naqueles em que seja livre o 
acesso da população em geral:
a) Cinemas;
b) Clubes;
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c) Lojas;
d) Centros comerciais;
e) Templos;
f) Ginásios;
g) Estádios (TSE, AgR-Respe n. 25.876, DJE de 01/09/2009);
h) Restaurantes
3) Que dependa de cessão ou permissão do poder público, ou seja, nos bens parti-
culares afetados à prestação de serviços públicos. Incluem-se aqui bens que, embora 
sejam, a priori, de particulares, são utilizados na prestação de serviços públicos, 
tais como:
a) Táxis;
b) Ônibus;
c) Escolas particulares (REspe n. 25.263, DJe de 14/10/2005);
d) Hospitais particulares;
Nos bens públicos, é proibida a veiculação de qualquertipo de propaganda eleitoral, 
ainda que não cause qualquer dano ao bem, inclusive:
a) Colagem;
b) Inscrição a tinta;
c) Exposição de placas;
d) Estandartes;
e) Faixas;
f) Discurso;
g) Panfletos/santinhos em escolas, rodoviárias, aeroportos (REspe n. 46926-55, rel. 
designado Dias Toffoli, DJE 28/04/2015);
h) Cavaletes, bonecos e assemelhados;
Como exceção à regra, temos a previsão do art. 37, § 6º da Lei n. 9.504/1997, que per-
mite a colocação de mesas para a distribuição de material de campanha e bandeiras ao 
longo das vias públicas, desde que os artefatos sejam móveis e não dificultem o trânsito de 
pessoas e veículos. Confira o dispositivo:
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Art. 37. Omissis.
§ 6º É permitida a colocação de mesas para distribuição de material de campanha e a utilização de 
bandeiras ao longo das vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do 
trânsito de pessoas e veículos. (Redação dada pela Lei nº 12.891, de 2013)
A mobilidade a que se refere a lei revela-se na colocação e retirada dos meios de propa-
ganda entre as seis e as vinte e duas horas, nos termos do art. 36, §7º, da Lei das Eleições.
O TSE entende que a permanência do meio propagandístico fora do horário permitido lhe 
retira o caráter de mobilidade. Nesse sentido:
DIRETO DO TSE
PROPAGANDA ELEITORAL EM BENS PÚBLICOS. IMPOSIÇÃO DE MULTA.
A permanência da propaganda em via pública após as 22h afasta o caráter móvel do artefato, 
a teor do § 7º do art. 37 da Lei das Eleições, e acarreta a aplicação da sanção prevista no § 
1º do mesmo dispositivo legal.
[...]
Agravo regimental a que se nega provimento.
(Respe n. 3417-20/PR, rel. Min. Henrique Neves, DJe 15/12/2015)
Em conclusão, um caminho seguro para se identificar se determinada propaganda elei-
toral em um bem é ou não irregular, é questionar, inicialmente, se o local é de propriedade 
do Estado, ou se está afetado à prestação de um serviço público ou, ainda, se é um local 
de acesso irrestrito da população. Se a resposta for positiva, o passo seguinte é verificar se 
existe alguma exceção legal. Caso não haja, pode-se afirmar que tal propaganda é irregular. 
Se houver exceção, a propaganda poderá ser realizada nos termos definidos pela Lei.
Nos termos do art. 40-B da Lei das Eleições, “a representação relativa à propaganda 
irregular deve ser instruída com prova da autoria ou do prévio conhecimento do beneficiário, 
caso este não seja por ela responsável”.
No caso de propaganda eleitoral em bens públicos, há, em regra, uma fase administrativa 
que precede o ajuizamento da representação.
Noticiado e comprovado o fato de que o candidato veiculou propaganda eleitoral irregular 
em bem público, a Justiça Eleitoral deve notificá-lo para que, no prazo de 48 horas, remova 
e restaure o bem.
Caso o candidato atenda à notificação e providencie a retirada e a restauração, o proce-
dimento administrativo é encerrado. Nesta hipótese, não há o ajuizamento da representação 
por propaganda irregular pelo Ministério Público Eleitoral.
Ao contrário, se o candidato intimado não providenciar a restauração do bem no prazo 
a ele concedido, a documentação referente ao procedimento administrativo, produzida pelo 
Juiz Eleitoral, será encaminhada ao Ministério Público Eleitoral, para que o Parquet ajuíze a 
representação.
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Ajuizada a representação, a Justiça Eleitoral intima novamente o candidato, agora não 
mais para restaurar o bem, mas sim para apresentar defesa.
Na sua defesa, o candidato não pode alegar desconhecimento da propaganda, por-
quanto a intimação para restauração do bem é suficiente para provar seu prévio conheci-
mento acerca da existência da propaganda eleitoral irregular.
Há exceções à regra de notificação para retirada e restauração do bem, podendo ser ajui-
zada a representação mesmo sem essa notificação prévia.
Uma dessas hipóteses ocorre quando há o derrame ou a anuência com o derrame de 
material de propaganda no local de votação ou nas vias próximas, realizado na véspera da 
eleição, consoante dispõe o § 7º e o § 8º do art. 19 da Res.–TSE n. 23.610/2019. Nesse 
caso, a caracterização da responsabilidade do candidato não depende de prévia notificação, 
pois não haverá tempo hábil para remover a propaganda eleitoral irregular, bastando apenas 
a existência de circunstâncias que revelem a impossibilidade de o beneficiário não ter tido 
conhecimento do ato praticado.
Outra exceção se revela nos casos nos quais não há possibilidade de retirada ou restaura-
ção do bem público afetado pela propaganda irregular de efeitos instantâneos. Nesse sentido:
DIRETO DO TSE
A distribuição de material gráfico de propaganda eleitoral em estabelecimentos comerciais 
(no caso: loja de sapatos, padaria, ótica, loja de presentes, lanchonete, loja de cosméticos e 
cafeteria) configura propaganda eleitoral irregular.
A despeito de o § 1º do art. 37 da Lei das Eleições condicionar a incidência de multa ao prévio 
descumprimento da ordem judicial de restauração do bem em que foi veiculada a propa-
ganda, o caso vertente revela situação excepcional.
A distribuição, em bens públicos ou de uso comum, de folhetos avulsos de propaganda a 
eleitores configura infração de caráter instantâneo, que afasta qualquer possibilidade de res-
tauração do bem ou retirada da publicidade e, precisamente por isso, torna-se despicienda, 
para a incidência da multa do art. 37, § 1º, da Lei das Eleições, a prévia notificação do res-
ponsável. Precedente.
(REspe n. 0605160-95/SP, rel. Min. Og Fernandes, DJe de 07/08/2019)
Ao candidato que realizar propaganda eleitoral irregular em bem público a legislação elei-
toral prevê a pena de multa no valor de R$ 2.000,00 a R$ 8.000,00 nos termos do art. 37, § 
1º, da Lei n. 9.504/1997.
A propaganda eleitoral pode ser realizada pelo próprio candidato em benefício de sua 
candidatura, por partido/coligação ou mesmo por terceiros em prol de algum candidato.
Na hipótese de o autor e o beneficiário serem diferentes, não se exige a formação de litis-
consórcio passivo necessário entre quem praticou o ato e o candidato beneficiado, sobretudo 
porque nem sempre é possível identificar o autor do ilícito.
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Todavia, caso seja formado o litisconsórcio passivo facultativo em razão de o autor da 
representação ter identificado quem realizou o ilícito e o seu beneficiário, a procedência da 
ação implica a imposição de multa de forma individualizada a cada um dos responsáveis 
(REspe n. 26.273, Rel. Min. Cesar Rocha, DJ de 10/11/2006). Não há possibilidade de apli-
cação de multa solidária aos representados.
PROPAGANDA ELEITORAL EM BEM PRIVADO
Nos termos do art. 32, § 2º, da Lei das Eleições, com redação dada pela Lei n. 13.488/2017, 
a propaganda eleitoral em bem particular, assim como em bem público, é, em regra, vedada. 
Há, contudo, exceção, como veremos no decorrer da aula.
Como já foi dito no estudo sobre bens públicos, nem todos os bens considerados particu-
lares pelo Direito Civil são assim compreendidos pelo Direito Eleitoral.
A diferença significativa funda-se no fato de determinados bens particulares de acesso 
geral à população serem considerados, para fins eleitorais, bens públicos, tais como, lojas, 
cinemas, estádios etc.
Lembrando, ainda, que determinados bens de particulares afetados à prestação de ser-
viços públicos também são considerados bens públicos, a exemplo de bancas de revista, 
ônibus destinado ao transporte urbano etc., de modo que incidem as regras de proibição de 
propaganda em bem público para esses bens.
Assim, bens particulares são aqueles de propriedade privada que não estejam afetados à 
realização de serviços públicos e o acesso seja limitado a seus proprietários ou àqueles

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