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1ª Webquest - História do Nordeste

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO - UPE
CAMPUS MATA NORTE
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
POLO FLORESTA
FELIPE VALDIR DE OLIVEIRA
1ª WEBQUEST: A FORMAÇÃO DO BRASIL: DIFERENTES VISÕES
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO NORDESTE
PROFESSOR: GIOVANE ALBINO SILVA
MATA NORTE - PE
ABRIL – 2021
FELIPE VALDIR DE OLIVEIRA
A FORMAÇÃO DO BRASIL: DIFERENTES VISÕES
Trabalho apresentado á Universidade de Pernambuco como requisito avaliativo da disciplina de História do Nordeste do Curso de Licenciatura em História sob a orientação do professor Giovane Albino Silva.
MATA NORTE - PE
ABRIL – 2021
A FORMAÇÃO DO BRASIL: DIFERENTES VISÕES
Quando se fala no processo de formação do Brasil, logo se pensa nos incontáveis pontos marcantes que levaram o Brasil a ser o que ele é hoje. Sabe-se que as terras hoje conhecidas como Brasil, já tinham sua história muito antes da colonização, isso se deve ao fato, de que muitos grupos indígenas já habitavam essas terras a muitos anos atrás, entretanto, percebe-se que muitos ainda acreditam que a história dessas terras só teve início com a colonização, e atualmente, há uma luta para que haja o devido reconhecimento dos povos que já habitavam o Brasil a muito tempo atrás.
O documentário: Guerras do Brasil.Doc episódio 1, do canal Nossa História Viva, traz algumas pessoas para falar no assunto, como historiador e filosofo Airton Krenak, os antropólogos Carlos Fausto e João Pacheco de Oliveira, o historiador Pedro Puntoni, assim como também a líder Indígena Sônia Guajajara.
Todos os componentes que participaram do debate, trouxeram informações ricas de detalhes, que corroboram para uma melhor compreensão do tema abordado, foi falado de uma parte da construção do Brasil, através da visão indígena e em como eles foram usados pelos portugueses para a conquista das terras. Quando se fala em escravidão, muitos só pensam em escravos africanos, entretanto, sabemos que os indígenas foram os primeiros a serem escravizados no Brasil, além de terem suas terras roubadas, também tiveram que trabalhar para aqueles que lhes tiraram tudo.
Algo interessante a se notar, é que antigamente as pessoas denominavam a chegada dos portugueses às terras hoje conhecidas como Brasil, como descobrimento, mas, a atual historiografia se refere como colonização, já o historiador e filosofo Airton Krenak (2019) no vídeo, utilizava sempre o termo invasão, ou seja, em sua visão, as terras que antes pertenciam aos indígenas, não foram descobertas, tampouco, colonizadas, mas sim, invadidas. Além de Krenak (2019), os demais componentes do debate enfatizaram sobre os povos que viviam antes da colonização, que esses povos já existiam a muito tempo, mais de mil povos indígenas habitavam as terras brasileiras, cada um com sua língua, com sua cultura, com seus modos de vida, ou seja, muita coisa se perdeu com a colonização.
Ainda segundo palavras de Krenak (2019), quando os povos portugueses adentraram as terras brasileiras, eles foram bem recebidos pelos indígenas, compartilharam de sua cultura, de seus alimentos e devido a isso, os portugueses começaram a se instalar nessas terras, com isso, a dominação deu início. Segundo Pedro Puntoni (2019), houve um jogo de manipulação, no qual os portugueses se aproveitavam dos conflitos que algumas tribos tinham com outras e faziam com que esses indígenas atacassem as outras tribos para conquistar suas terras, porém, os portugueses passaram a escravizar esses indígenas que foram derrotados, dando início ao calvário indígena.
Uma fala do Antropólogo Carlos Fausto (2019), evidencia sobre como iniciou a escravização dos povos indígenas, os portugueses se questionavam se os povos indígenas tinham ou não alma, se eram seres diferentes deles, sendo que esses questionamentos foram fatores decisivos para que a escravidão indígena fosse imposta naquelas terras. Os portugueses chegaram a conclusão de que os povos indígenas não possuíam alma, então, resolveram colocá-los para trabalhar nas terras, logo que a produção da cana de açúcar já era bastante comum e precisavam de muita mão de obra. Somente após o início da escravização, os indígenas finalmente começavam a ver os portugueses como invasores.
Além da escravização, os portugueses tentaram evangelizar os povos indígenas, ou seja, tentaram impor a eles a sua cultura e a sua religião, como muitos se recusaram, então foram sumariamente mortos, sendo assim, a ação dos portugueses foi o que fez várias crenças e culturas indígenas desaparecerem. Como a Líder indígena Sônia Guajajara (2019) comentou no vídeo, para sobreviver, muitos indígenas se viram obrigados a aceitar de forma submissa tudo que lhes era imposto, tiveram que aceitar uma nova cultura, uma nova tradição. Para os portugueses, tudo que não fosse ligado ao catolicismo, era considerado demoníaco, por isso, que eles obrigavam os indígenas a abandonarem suas religiões, caso contrário, morreriam.
Não foram apenas os incansáveis confrontos que dizimaram tribos indígenas, além das guerras e escravizações, os portugueses trouxeram várias doenças que dizimaram vários povos indígenas, o antropólogo Carlos Fausto (2019) inclusive denominou isso como um holocausto populacional.
Pedro Puntoni (2019) comentou sobre a relação dos indígenas e dos portugueses no Nordeste, afirmando que em terras nordestinas havia o embate de portugueses e indígenas, por exemplo, os indígenas muitas vezes comiam o gado dos portugueses, sendo que isso era considerado um ataque, inclusive atrapalhando a expansão portuguesa. O mesmo narra que a imagem criada em relação a expansão portuguesa, era que essa expansão foi barrada por um muro, criado pelo demônio, esse demônio estaria usando os povos indígenas para impedir a expansão, ou seja, naquela época, o demônio era visto em tudo, sendo este um dos motivos para escravizar e matar indígenas, sem nenhum escrúpulo, logo, que a visão dos portugueses em relação a esses povos, era justamente de que eles eram demônios. Todos aqueles que não seguissem a fé cristã, eram demônios. Em 1669 aconteceu uma reunião na Bahia, em que ficou decidido que estava liberada a caça e extermínio de indígenas.
Anteriormente foi explicada através de uma narrativa que explicitava o contexto dos indígenas no início da formação do Brasil como conhecemos hoje, porém, há diversas narrativas e contextos que descrevem o processo de formação do Brasil. Além de indígenas escravizados, os portugueses trouxeram os africanos para trabalhar nas lavouras. Segundo Pedro Puntoni (2019) Início do século XVII, os escravos africanos começaram a se tornar a maioria no território brasileiro, pois antes, a maioria dos escravizados eram indígenas.
Sabe-se que desde o início da colonização, a mão de obra escrava era o que fazia o país crescer, principalmente quando se trata do intenso trabalho nas lavouras de cana, sendo que o açúcar era o principal produto que movimentava a economia brasileira. Segundo Silva (2005) “Até a consolidação da sociedade mineradora, o espaço civilizado colonial por excelência foi a área açucareira: Espaço que contrastava com os interiores selvagens”, isso deixa claro que apesar de que outros produtos movimentavam a economia no país, o açúcar era o mais motor que fazia a economia andar.
A agroindústria açucareira implantada em terras brasileiras, transformou para sempre essas terras, fazendo com que houvessem alterações na paisagem, na cultura, na sociedade, o Nordeste brasileiro, foi um dos lugares em que essa prática de plantio de açúcar se espalhou, em que essa produção se concentrava principalmente em Pernambuco. A agroindústria açucareira se tornou um meio de vida para a maioria dos indivíduos que habitavam essas terras, muitos campos e florestas foram transformados em lavouras, engenhos e consequentemente populações inteiras passaram a residir naquele local. Como foi dito por Silva (2013) 
Assim, foi o crescimento populacional dos séculos XVII e XVIII, estreitamente vinculado à presença de africanos e mestiços, que promoveu o desenvolvimento das vilas e cidades açucareirase de suas instituições e espaços de sociabilidade”. (SILVA 2012, p.11).
Como foi possível compreender, cidades e vilas foram criadas por intermédio do plantio da cana de açúcar, no qual passaram a ser conhecidos como sociedade açucareira, onde viviam, pardos, negros, índios e mestiços. Apesar de viverem no período de escravização, muitos conseguiam sobreviver a essas adversidades impostas pelos portugueses, no qual colhiam da terra o seu sustento, também faziam uso da pecuária e sobreviviam como podiam.
No que se refere ao processo de “nascimento” do Brasil, o Nordeste tem papel fundamental, logo que foi em terras, hoje conhecidas como Nordeste, que os portugueses desembarcaram primeiro, dando início ao Brasil que conhecemos hoje. Como foi explicado anteriormente, os portugueses chegaram em terras brasileiras, especificamente em terras nordestinas, foram bem recebidos pelos indígenas, se juntaram a eles, começaram a conquistar as terras, escravizar indígenas, começaram a produção do açúcar naquelas terras com a mão de obra escrava, e consequentemente, junto com os engenhos, fazendas e povoados começaram a nascer, isso deu início às primeiras cidades, com o crescente avanço português nessas terras.
Juntamente com o nascimento dessas cidades, as mesmas se tornaram capitanias, onde viraram rotas de comércio para outros países, as mercadorias produzidas e extraídas dessas terras, movimentavam a economia brasileira.
Através do que foi dito por Curvelo (2015), fica claro, que o processo de colonização do Nordeste, não foi algo tão simples, isso durou muitos anos, incontáveis confrontos ocorreram por estas terras, muitos morreram. Para confirmar tudo isso, Krenak (2019) cita que as terras brasileiras foram regadas por sangue indígena, mas não podemos esquecer dos escravos africanos, que também sofreram muito durante a época da escravidão.
Curvelo (2015) dividiu a conquista nordestina em 3 fases, “Na primeira fase, que ocorreu entre de 1535 e 1537, se deram os primeiros embates entre os colonizadores portugueses, os potiguares e os caetés pela conquista do território das vilas de lgarassu e Olinda (fundadas em 1535 e1537, respectivamente).”
Relativo a segunda fase “Entre 1556 e 1572, após a morte de Duarte Coelho, ocorreu a segunda fase da conquista”. Em relação a terceira fase, alguns eventos aconteceram e que deram início a essa fase de expansão, podemos citar a morte doa morte do primeiro Bispo do Brasil, D. Pero Fernandes Sardinha, no qual essa morte foi atribuída aos caetés, fazendo com que mais um conflito se instaurasse, durante esses conflitos, mais povos foram derrotados, na chamada “guerra justa”, no qual ocasionou ainda mais a expansão nas terras nordestinas.
Ainda sobre Curvelo (2015), o mesmo evidencia a forma como era a economia naquela época das grandes conquistas, assim, como também foi mostrado, o resultado das divisões de terras ocasionados pelos conflitos, sendo que, esses conflitos dividiram o estado. O estado de Pernambuco sofreu algumas divisões, sendo que haviam tecnicamente dois Pernambucos, um chamado de Boreal e o outro chamado de Meridional, sendo este último, localizado onde atualmente fica o estado de Alagoas.
Ao observar tudo que foi apresentado pelos autores, historiadores, antropólogos, foi possível compreender os processos que levaram a formação do Brasil, sendo que várias visões diferentes foram apresentadas, nos deparamos com a visão indígena, a visão econômica, a cartográfica e etc., todas essas visões tornaram ampla a percepção a respeito do processo de formação do país.
Como foi dito por Krenak (2019), essa guerra de expansão se entende até os dias atuais. Até hoje é comum observar que ainda há muitos conflitos de terras, principalmente no que se refere aos indígenas, em que dificultam a garantia de que as tribos tenham um lugar garantido por direitos e que estejam assegurados disso
se referindo as lutas e massacres que os indígenas ainda sofrem atualmente, pode-se citar que em 1910 foi criado o SPI, Serviço de Proteção ao índio, criado pelo Marechal Rondon, porém, apesar de que na teoria os indígenas estariam protegidos, foi deixado claro, que isso não foi o fim do extermínio dos indígenas, logo que em 1980, muitos indígenas da tribo Cinta Larga foram envenenados por fazendeiros e funcionários da própria SPI, ficando conhecido como Massacre do Paralelo 11.
O Brasil é um país rico historicamente, da mesma forma que também é rico em recursos naturais, isso despertou a ganância de muitos e fez com que incansáveis conflitos se instaurassem nessas terras, infelizmente, o que o país tem de bonito, tem de obscuro em sua trajetória até os dias atuais.
REFERENCIAS
CURVELO, Arthur Almeida S. de C. Pernambuco no ante bellum: notas introdutórias sobre atividades produtivas no Norte e no Sul da Capitania (1534-1630). Amphora, v. N.3, p. 13-17, 2015.
Guerras do Brasil.doc ep 1: as guerras de conquista. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VeMlSgnVDZ4&feature=youtu.be&ab_channel=NossaHist%C3%B3riaViva Acessado em: 02 abr. 2021.
MACEDO, Helder Alexandre Medeiros de. Viver em tempos de guerra: aliados e compadres. IN: Outras famílias do Seridó: genealogia no sertão do Rio Grande do Norte (séculos XVIII e XIX). Recife, 2013. 360 f. Tese (doutorado) – UFPE, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Hist[oria, 2013, pp. 87-95.
SILVA, Kalina Vanderlei. A Gente de Cor e a Vida Urbana Açucareira: cotidiano e instituições em Pernambuco e Bahia nos séculos XVII e XVIII. In: SILVA, Kalina; NASCIMENTO, Rômulo; MELO, Maria do Carmo. (Org.). Fragmentos de História do Nordeste: Visões Socioculturais do Mundo Açucareiro ao Sertão. 1ed. Recife: Edupe, 2012, p. 97-124.
SILVA, Kalina Vanderlei. Agência Indígena na Conquista do Sertão: Estratégias Militares e Tropas Indígenas na `Guerra dos Bárbaros? (1651-1704). ESTUDOS IBERO-AMERICANOS, v. 45, p. 77-90, 2019.
SILVA, Kalina Vanderlei. As Representações do Sertão no Imaginário Barroco Açucareiro entre os Séculos XVI e XVIII. In: XXIII Simpósio Nacional de História - História: Guerra e Paz, 2005, Londrina. XXIII Simpósio Nacional de História - História: guerra e Paz. Londrina: ANPUH: Editorial Mídia, 2005. v. 1. p. 01-08.

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