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Página 1 de 43 Insta: @dezdehistoria Plataforma: dezdehistoria.com.br Youtube: youtube.com/dezdehistoria 1. (Enem 2016) Texto I Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro. SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado). Texto II Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas. SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005. Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da a) concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado. b) percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias. c) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados. d) transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval. e) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza. 2. (Uem 2020) Sobre o processo de ocupação humana do Segundo Planalto Paranaense, assinale o que for correto. 01) Os japoneses chegaram no Segundo Planalto a partir da segunda metade do século XX e se dedicaram ao cultivo do milho e da mandioca. 02) Os ucranianos ocuparam as regiões de Mallet, União da Vitória, Lapa, Prudentópolis, com destaque para esta no trabalho artesanal. 04) As primeiras ocupações das terras dos Campos Gerais foram realizadas principalmente a partir dos caminhos criados por tropeiros no século XVIII. 08) Paranaguá foi ocupada por volta do século XVII pelas populações construtoras de sambaquis, os Tupiniquins, que disputavam o território com os franceses. 16) Em meados do século XIX, os alemães se radicaram na região de Entre Rios, Palmeira, Ponta Grossa, e alguns franceses fundaram a Colônia Teresa Cristina às margens do rio Ivaí. Página 2 de 43 3. (Fac. Albert Einstein - Medicin 2017) Em busca de Pindorama - A questão da terra e da identidade indígenas no Brasil A luta dos gamela na região de Viana [Maranhão] não é recente, afirmam os indígenas. Há ataques registrados em pelo menos duas outras ocasiões: no final da década de 1960, quando escrituras de terras onde eles viviam começaram a aparecer com o nome de outros donos, e em 1987. Como em diversas regiões do país, o conflito reflete a dificuldade que rege a titularidade de terras rurais. Uma história que passa por expulsões de pessoas mais vulneráveis de suas áreas, por grilagem e ocupações irregulares e, até, pela conivência de cartórios, que em décadas passadas faziam registros falsos de acordo com o gosto de quem pudesse pagar mais. Em um cenário onde o estoque de terras vêm se esgotando, os conflitos parecem estar se tornando cada vez mais frequentes. Talita Bedinelli, EL PAÍS Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/06/politica/1494107739_378228.html, Acessado em: 08/05/17. Imagem: https://mirim.org/terras-indigenas, acesso em 13/05/2017 No Mato Grosso, onde está reunida, a população xavante tem atualmente quase vinte mil índios, segundo o censo da Funai. Cerca de 900 deles vivem nas quatro aldeias de Marãiwatsédé, numa região que era de transição do cerrado para a floresta amazônica – quem conheceu a região nos anos 1960 fala com saudosismo do mato fechado que encobria até as estradas. A mata, contudo, desapareceu. Rodeada por fazendas com soja e gado, ela ganhou o título de terra indígena mais desmatada do Brasil, com cerca de 80% de seu território destruído. Lucas Ferraz, Rai Reis Pública – Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo, 12/09/2016. Página 3 de 43 Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. § 1º - São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. § 2º - As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. (...) § 4º - As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis Fonte: Extraído de Constituição da Rep. Fed. do Brasil, 1988. Tít VIII, Cap. VIII, Dos Indios. [http://www.planalto.gov.br] Acesso em: 17/05/2017 Imagem: http://www.dicionariotupiguarani.com.br/mapas/. Acesso em 13/05/2017. Macuxi Yanomami Caripuna do Amapá Waiwai Zo’éMacu Waiãpi Waimiri-Atroari Ticuna Tucano Mawé Apurinã Mura Araweté Urubu-Kaapor Krikati Tapeba Nuquini Deni Tenharim Caripuna Suruí Caxinauá Nambikwara Aripuanã Munduruku Apinajé Kayapó Bororo Xavante Carajá Guajajara Potiguara Fulni-ô Kambiwá Pancararu Xocó Pataxó Xacriabá Maxacali Kadiwéu Terena Xokleng Guarani Krenak Kaingang Parque do Xingu Principais Nações Indígenas do Brasil Kiriri Guarani Guarani Página 4 de 43 A partir dos textos e das imagens, caracterize a situação dos povos indígenas no início da colonização portuguesa (século XVI) e na atualidade, tendo em vista a questão da terra e da identidade. 4. (Fuvest 2015) Foi o Capitão com alguns de nós um pedaço por este arvoredo até um ribeiro grande, e de muita água, que ao nosso parecer é o mesmo que vem ter à praia, em que nós tomamos água. Ali descansamos um pedaço, bebendo e folgando, ao longo dele, entre esse arvoredo que é tanto e tamanho e tão basto e de tanta qualidade de folhagem que não se pode calcular. Há lá muitas palmeiras, de que colhemos muitos e bons palmitos. A carta de Pero Vaz de Caminha. http://dominiopublico.gov.br. Acesso em 30/11/2014. O texto descreve características da paisagem encontrada pela esquadra do português Pedro Álvares Cabral, em 1500, ao chegar ao que hoje é o Brasil. a) Paisagens semelhantes a essa já eram conhecidas de navegadores portugueses, em outros trajetos, antes de 1500? Justifique. Página 5 de 43 b) Dentre as áreas demarcadas no mapa abaixo, indique, com as respectivas letras, duas áreas nas quais é possível encontrar, atualmente, florestas com as mesmas características daquela descrita no texto. 5. (G1 - cftmg 2015) TEXTO 1 TEXTO 2 “A ciência e a arte, dentro de um processo intrincado, fabricavam realidades mitológicas que tiveram, e ainda têm vida prolongada e persistente”. Página 6 de 43 COLI, Jorge. A invenção da descoberta. In: Como estudar arte brasileira no século XIX? São Paulo: Senac, 2005, p. 23. Sobre os documentos referentes ao Descobrimento do Brasil e à arte produzida no século XIX, é correto afirmar que a) ignoram a participação dos indígenas no processo de formação da identidade nacional. b) derrubam uma imagem hierarquizada do encontro das etnias que formaram a nação brasileira. c) consolidamuma visão da colonização marcada pela exploração portuguesa das matérias- primas. d) constroem uma memória pacífica do nascimento da nação fundada sob a égide do catolicismo. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Texto 1 Nenhum documento permite afirmar que Pedro Álvares Cabral partira de Lisboa com o propósito de descobrir novas terras. A intencionalidade da descoberta não encontra fundamento em nenhuma das testemunhas, seja Pero Vaz de Caminha, Mestre João ou o piloto anônimo. A armada partiu com destino à Índia, e foi só isso. (Joaquim Romero de Magalhães. “Quem descobriu o Brasil?”. In: Luciano Figueiredo. História do Brasil para ocupados, 2013.) Texto 2 Quando Pedro Álvares Cabral e seus homens chegaram à costa da atual Bahia em 1500, não havia, obviamente, nem Brasil nem brasileiros. Pode ser, como querem muitos historiadores, que outros tenham andado por ali antes, mas disso não ficou registro consistente, e foram Pero Vaz de Caminha e Mestre João os autores das primeiras narrativas sobre a nova terra e seu céu. (Laura de Mello e Souza. “O nome Brasil”. In: Luciano Figueiredo. História do Brasil para ocupados, 2013.) 6. (Unesp 2021) A afirmação do texto 2 de que “Quando Pedro Álvares Cabral e seus homens chegaram à costa da atual Bahia em 1500, não havia, obviamente, nem Brasil nem brasileiros” é correta, pois a) os navegadores tratavam os nativos como servos ou escravos e não reconheciam seu direito à cidadania brasileira. b) os navegadores portugueses pensavam ter alcançado as Índias e năo admitiam ter chegado a terras até entăo desconhecidas. c) a nacionalidade brasileira se estabeleceu apenas após a miscigenação entre nativos, africanos escravizados e europeus. d) os navegadores pretendiam impor a nacionalidade portuguesa aos nativos e não permitiam, por parte deles, reivindicações identitárias. e) a ideia de nacionalidade se concretizou apenas após a conquista da autonomia política e a superação da condição colonial. Página 7 de 43 7. (Unesp 2021) Os dois textos referem-se à expedição de Cabral, que aportou no litoral do futuro território do Brasil em 1500. A documentação citada nos textos é, de acordo com os autores, a) capaz de revelar a capacidade técnica que permitiu a navegação oceânica e a superação de barreiras físicas e mentais no processo de conquista e colonização da América e do litoral africano. b) insuficiente para a compreensão dos objetivos exatos da empreitada e impede afirmações categóricas sobre a intencionalidade e o pioneirismo na conquista das novas terras. c) insuficiente para o entendimento dos interesses políticos e comerciais da expansão marítima portuguesa, mas explicita o desinteresse das testemunhas e dos narradores em revelar a verdade histórica acerca da empreitada. d) insuficiente para o conhecimento do que de fato ocorreu durante a viagem, mas confirma o pioneirismo dos ingleses na navegação atlântica e a correlação direta entre os propósitos e os resultados da empreitada. e) capaz de expor a dinâmica completa da conquista portuguesa do Oceano Atlântico e da abertura e exploração de rotas comerciais regulares da Europa para a África, a América e as Índias. 8. (Unicamp 2020) Na América Portuguesa do século XVI, a política europeia para os indígenas pressupunha também a existência de uma política indígena frente aos europeus, já que os Tamoios e os Tupiniquins tinham seus próprios motivos para se aliarem aos franceses ou aos portugueses. (Adaptado de Manuela Carneiro da Cunha, Introdução a uma história indígena. São Paulo: Companhia das Letras/Fapesp, 1992, p. 18.) Com base no excerto e nos seus conhecimentos sobre os primeiros contatos entre europeus e indígenas no Brasil, assinale a alternativa correta. a) A população ameríndia era heterogênea e os conflitos entre diferentes grupos étnicos ajudaram a definir, de acordo com suas próprias lógicas e interesses, a dinâmica dos seus contatos com os europeus. b) O fato de Tamoios e Tupiniquins serem grupos aliados contribuiu para neutralizar as disputas entre franceses e portugueses pelo controle do Brasil, pelo papel mediador que os nativos exerciam. c) Os indígenas, agentes de sua história, desde cedo souberam explorar as rivalidades entre os europeus e mantê-los afastados dos seus conflitos interétnicos, anulando o impacto da presença portuguesa. d) As etnias indígenas viviam em harmonia umas com as outras e em equilíbrio com a natureza. Esse quadro foi alterado com a chegada dos europeus, que passaram a incentivar os conflitos interétnicos para estabelecer o domínio colonial. 9. (Ufjf-pism 1 2020) Analise a imagem: Página 8 de 43 Com um passado colonial marcado pela apropriação de terras, escravidão e extermínio de populações indígenas, como a imagem acima demonstra, o Brasil só conseguiu eleger uma mulher indígena para o cargo de deputada federal em 2019. Joêmia Batista de Carvalho (Rede-RR) conhecida como Joêmia Wapichana foi eleita com mais de 8 mil votos. Neste mesmo ano, o governo federal ameaçou destituir a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) da função de demarcar as terras indígenas, prometendo ainda reverter algumas terras já demarcadas, argumentando que a manutenção delas nas mãos dos povos indígenas atrapalha a exploração de minério. Em resposta, a deputada federal Joêmia Wapichana, esclareceu: “Para os povos indígenas, a riqueza é quando você tem saúde, terra para viver sem ameaças, estar num clima tranquilo, ter alimentação saudável para a família, ter terra demarcada, uma cultura preservada, uma coletividade respeitada. Os valores que ele tem são o da cobiça, que vem justamente trazer esse choque da exploração. Ele preza tanto o valor da família, deveria ver o lado indígena também. O valor espiritual é uma riqueza também. Todo mundo só vê a exploração mineral como a riqueza que pode trazer, nunca vê o prejuízo: a divisão, a violência, a influência externa do alcoolismo, a perda da cultura”. https://jornalggn.com.br/direitos-humanos/somos-os-principais-guardioes-da-fronteira-diz- deputada-indigena/ a) Com base na imagem e na fala da deputada, identifique duas características que definem o contato entre indígenas e portugueses no início da colonização. b) A partir da fala da deputada, diferencie as posições políticas em relação à posse da terra atualmente. 10. (Ufrgs 2020) Com relação à história das sociedades nativas das Américas, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo. ( ) A civilização Maia caracterizou-se pela hierarquia política fraca, pelo monoteísmo e pelo desinteresse ao conhecimento da natureza. ( ) O império Asteca notabilizou-se pelo desenvolvimento urbano de sua capital, Tenochtitlán, pela crença em vários deuses e por uma estrutura política centralizada. ( ) A sociedade Inca foi marcada pela rígida separação entre poder político e religião, pelo baixo desenvolvimento agrícola e pela economia de caráter exclusivamente pecuário. Página 9 de 43 ( ) Os povos Tupi-Guaranis garantiam sua subsistência a partir da caça, da pesca e do cultivo de vegetais como a mandioca. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) V – V – F – F. b) V – F – F – V. c) F – V – F – V. d) F – V – V – F. e) F – F – V – V. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto e observe o mapa para responder à(s) questão(ões) a seguir. Nem existia Brasil no começo dessa história. Existiam o Peru e o México, no contexto pré-colombiano, mas Argentina, Brasil, Chile, Estados Unidos, Canadá, não. No que seria o Brasil, havia gente no Norte, no Rio, depois no Sul, mas toda essa gente tinha pouca relação entre si até meados do século XVIII. E há aí a questão da navegação marítima, torna-se importante aprender bem história marítima, que é ligada à geografia. [...]Essa compreensão me deu muita liberdade para ver as relações que Rio, Pernambuco e Bahia tinham com Luanda. Depois a Bahia tem muito mais relação com o antigo Daomé, hoje Benin, na Costa da Mina. Isso formava um todo, muito mais do que o Brasil ou a América portuguesa. [...] Nunca os missionários entraram na briga para saber se o africano havia sido ilegalmente escravizado ou não, mas a escravidão indígena foi embargada pelos missionários desde o começo, e isso também é um pouco interesse dos negreiros, ou seja, que a escravidão africana predomine. [...] A escravização tem dois processos: o primeiro é a despersonalização, e o segundo é a dessocialização. (Luiz Felipe de Alencastro. Entrevista a Mariluce Moura. “O observador do Brasil no Atlântico Sul”. In: Revista Pesquisa Fapesp, no 188, outubro de 2011.) Página 10 de 43 11. (Unesp 2020) O texto estabelece a formação do Brasil a partir da navegação marítima, o que implica reconhecer a importância a) da imposição de uma lógica global de comércio e da dissolução das fronteiras entre os territórios colonizados na América. b) do domínio colonial de Portugal sobre o litoral africano e da intermediação espanhola no tráfico escravagista. c) do controle das rotas marítimas por navegadores italianos e da conformação do conceito geográfico de Ocidente. d) da constituição do espaço geográfico do Atlântico Sul e da relação estabelecida entre os continentes americano e africano. e) do surgimento do tráfico de africanos escravizados e das relações comerciais do Brasil com a América espanhola. 12. (Uem 2019) Sobre as civilizações da América à época da chegada dos primeiros colonizadores europeus no século XVI, assinale o que for correto. 01) A região conhecida como Mesoamérica, que engloba o sul da América do Norte e parte da América Central, teve entre os seus povoadores os maias, os quais, à época da chegada dos conquistadores espanhóis, encontravam-se fragilizados. 02) Em uma região isolada da Amazônia brasileira, viviam os quéchuas, que detinham grandes conhecimentos em Matemática e em Astronomia. No entanto, em razão de desconhecerem a utilização da pólvora, foram rapidamente vencidos. 04) Os astecas tinham na agricultura a sua principal atividade econômica, e o milho era um alimento básico. A partir do cacau produziram uma bebida que deu origem ao chocolate. 08) Embora não dominassem o uso do ferro e da roda, os incas, que habitavam as encostas dos Andes, na América do Sul, construíram obras arquitetônicas, como terraços para plantio, palácios, templos, fortalezas. 16) A religiosidade era uma característica comum às diversas populações americanas nativas. Elas cultuavam os mesmos deuses, como o Sol, a Lua, e desconheciam rituais de sacrifício humano ou animal. 13. (Unesp 2019) O dia em que o capitão-mor Pedro Álvares Cabral levantou a cruz [...] era a 3 de maio, quando se celebra a invenção da Santa Cruz em que Cristo Nosso Redentor morreu por nós, e por esta causa pôs nome à terra que se encontrava descoberta de Santa Cruz e por este nome foi conhecida muitos anos. Porém, como o demônio com o sinal da cruz perdeu todo o domínio que tinha sobre os homens, receando perder também o muito que tinha em os desta terra, trabalhou que se esquecesse o primeiro nome e lhe ficasse o de Brasil, por causa de um pau assim chamado de cor abrasada e vermelha com que tingem panos [...]. (Frei Vicente do Salvador, 1627. Apud Laura de Mello e Souza. O Diabo e a Terra de Santa Cruz, 1986. Adaptado.) O texto revela que a) a Igreja católica defendeu a prática do extrativismo durante o processo de conquista e colonização do Brasil. b) um esforço amplo de salvação dos povos nativos do Brasil orientou as ações dos mercadores portugueses. Página 11 de 43 c) os nomes atribuídos pelos colonizadores às terras do Novo Mundo sempre respeitaram motivações e princípios religiosos. d) o objetivo primordial da colonização portuguesa do Brasil foi impedir o avanço do protestantismo nas terras do Novo Mundo. e) uma visão mística da colonização acompanhou a exploração dos recursos naturais existentes nas terras conquistadas. 14. (Ufms 2019) Ao iniciar uma discussão sobre o surgimento do Brasil, como o conhecemos atualmente, e sobre sua história, alguns alunos que cursavam a última série do Ensino Médio apresentaram as seguintes colocações: - Pedro entendia que a história oficial do Brasil deveria ser contada a partir do descobrimento do território do atual País, mas que os acontecimentos anteriores à chegada dos portugueses também deveriam ser levados em consideração, para entender como e por que tudo aquilo havia acontecido. - Luzia afirmava que a história do Brasil não deveria ser vista apenas a partir da chegada dos portugueses, pois a região onde hoje existe o Brasil já fora habitada, havia muitos séculos, por homens pré-históricos cujos fósseis foram encontrados e são vestígios da antiguidade dessa história. - João concordava parcialmente com as afirmações dos colegas, porém compreendia que a história oficial do Brasil deveria ser tratada a partir da chegada da família real e da separação da antiga colônia com Portugal, fato que foi decisivo para que o Brasil se tornasse o país que é atualmente. - Isabel acrescentou que concordava com parte das colocações dos colegas, porém lembrou que não poderia ser contada a história do Brasil sem lembrar que a conquista dessa região deu-se com a exploração da mão de obra africana, escravizada e trazida para a então colônia portuguesa e que deixou um importante legado cultural para o Brasil. - Marçal foi o último dos jovens a se pronunciar e ratificou a fala de Isabel, acrescentando que os povos nativos, os índios, foram protagonistas dessa história, assim como os africanos, e que não há como falar de Brasil sem lembrar da herança indígena para a formação do País. A partir da análise das intervenções dos estudantes, estão corretas: a) todas as falas dos jovens estudantes. b) as falas de Pedro e João, apenas. c) as falas de Pedro, Luzia, Isabel e Marçal. d) as falas de João, Isabel e Marçal. e) nenhum deles pode afirmar como deve ser escrita, ou contada, a história do Brasil, visto que a história já aconteceu e nada mais poderá modificá-la. 15. (Fac. Albert Einstein - Medicin 2019) Mil anos antes da “descoberta” do Brasil pelos europeus, um grande movimento de migração parece ter se iniciado no sul da floresta amazônica. Os povos que se moviam falavam línguas aparentadas, de uma grande família de línguas que denominamos tupi-guarani. Praticavam a coivara e eram bons caçadores e pescadores. (Norberto Luiz Guarinello. Os primeiros habitantes do Brasil, 2009. Adaptado.) A partir do texto e de seus conhecimentos, pode-se afirmar que os referidos povos a) limitavam-se ao extrativismo e alimentavam-se principalmente de moluscos, daí serem também chamados de povos dos sambaquis. Página 12 de 43 b) eram pacíficos e estabeleceram relações amistosas com outros grupos nativos e, posteriormente, com os colonizadores portugueses. c) eram originários da Ilha de Marajó e dominavam a cerâmica, o que permitia a conservação de mantimentos e a produção de urnas funerárias. d) foram dizimados por grupos indígenas procedentes do litoral pacífico do continente, daí sua cultura ter sido extinta antes da conquista portuguesa. e) praticavam a agricultura e tinham bom domínio da navegação, o que contribuiu para sua expansão pelas terras posteriormente chamadas de Brasil. 16. (Uece 2019) Antes da chegada dos portugueses às terras americanas, a) havia dois grupos étnicos habitando a região hoje chamada Brasil: os Tupis e os Tapuias. b) falavam-se alguns poucos dialetos, variantes de uma mesma língua geral, o Nheengatu, apesar de existir um grande número de gruposindígenas. c) uma variedade de comunidades nativas, etnicamente diferentes, espalhava-se pelo território da futura América portuguesa. d) havia uma só sociedade indígena vivendo em harmonia, igualitarismo e paz; desconhecia-se a violência da guerra, trazida para cá pelos europeus. 17. (Ufrgs 2018) Leia o segmento abaixo, do escritor indígena Ailton Krenak. Os fatos e a história recente dos últimos 500 anos têm indicado que o tempo desse encontro entre as nossas culturas é um tempo que acontece e se repete todo dia. Não houve um encontro entre as culturas dos povos do Ocidente e a cultura do continente americano numa data e num tempo demarcado que pudéssemos chamar de 1500 ou de 1800. Estamos convivendo com esse contato desde sempre. KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro. In: NOVAES, Adauto (org.). A outra margem do Ocidente. São Paulo: Funarte, Companhia das Letras, 1999. p. 25. Considerando a história indígena no Brasil, a principal ideia contida no segmento é a) negação da conquista europeia na América, em 1500. b) ausência de transformação social nas sociedades ameríndias. c) exclusão dos povos americanos da história ocidental. d) estagnação social do continente sul-americano após a chegada dos europeus. e) continuidade histórica do contato cultural entre ocidentais e indígenas. 18. (Mackenzie 2018) “(...) Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs o nome – o Monte Pascoal, e à terra – a Terra de Vera Cruz.” CAMINHA, Pero Vaz de. “Carta. In: Freitas a el -rei D. Manuel”.In FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de história. Lisboa: Plátano, 1986. V. II, p. 99-100. O texto acima é parte da carta do escrivão, Pero Vaz de Caminha, tripulante a bordo da armada de Pedro Álvarez Cabral, ao rei português D. Manuel, narrando o descobrimento do Brasil. Essa expedição marítima pode ser entendida no contexto socioeconômico da época, como uma Página 13 de 43 a) tentativa de obtenção de novas terras, no continente europeu, para ceder aos nobres portugueses, empobrecidos pelo declínio do feudalismo, verificado durante todo o século XIV. b) consolidação do poder da Igreja junto às Monarquias ibéricas, interessada tanto em reprimir o avanço mulçumano no Mediterrâneo, quanto em cristianizar os indígenas do Novo Continente. c) busca por ouro e prata no litoral americano, para suprir a escassez de metais preciosos na Europa, o que prejudicava a continuidade do comércio com o Oriente. d) conquista do litoral brasileiro e sua ocupação, garantindo que a coroa portuguesa tomasse posse dos territórios a ela concedidos, pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494. e) tomada oficial das terras garantidas a Portugal, pelo acordo de Tordesilhas, e o controle exclusivo português da rota atlântica, dando-lhes acesso ao lucrativo comércio de especiarias. 19. (Uepg 2018) Diferente da versão romantizada que mostra uma chegada pacífica dos europeus ao Brasil no século XVI, a colonização portuguesa se deu a partir do uso sistemático da violência e do extermínio dos habitantes originais da terra (os indígenas). A exploração e o povoamento da colônia só foi possível após a sobreposição bélica dos europeus sobre os nativos. A respeito da colonização brasileira no século XVI, assinale o que for correto. 01) No século XVI, as mulheres tiveram destacada atuação na vida social e política colonial. Não são raros os casos de mulheres que administraram engenhos de açúcar e ocuparam cargos nas câmaras coloniais. Esse quadro muda gradualmente nos dois últimos séculos coloniais. 02) É possível afirmar que a ocupação efetiva da colônia pelos portugueses se deu a partir de 1530. Antes disso, ocorrem algumas expedições, nomeiam-se algumas localidades litorâneas e se constroem poucas feitorias. Somente com a produção do açúcar no litoral nordestino é que, de fato, os portugueses trazem contingentes humanos e montam uma estrutura produtiva na colônia. 04) Martin Afonso de Souza fundou as vilas de Piratininga e São Vicente (ambas no litoral de São Paulo) e ali desenvolveu o plantio de cana-de-açúcar, cultura com a qual os portugueses tomaram contato durante as Cruzadas medievais. 08) A atividade açucareira no século XVI teve seu auge no litoral nordestino. Naquela região, os engenhos reais contavam com centenas de escravos (predominantemente africanos) e produziam em larga escala, uma vez que o principal objetivo era abastecer os mercados europeus. 16) Na medida em que já existiam habitantes no território brasileiro antes da chegada dos europeus é, no mínimo, questionável, o uso do termo "descobrimento do Brasil" pelos portugueses. O que houve, de fato, foi um processo de dominação dos europeus sobre os nativos americanos. 20. (Ufpr 2018) Observe a imagem: Página 14 de 43 Sobre essa imagem, Michel de Certeau, importante historiador no século XX, escreveu: “Américo Vespúcio, o Descobridor, vem do mar. De pé, vestido, encouraçado, trazendo as armas europeias do sentido e tendo por detrás dele navios que trarão para o Ocidente os tesouros de um paraíso. Diante dele a América Índia, mulher estendida, nua, presença não nomeada da diferença, corpo que desperta num espaço de vegetação e animais exóticos”. (CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000, p. 9.) Considerando a imagem de Theodor Galle o comentário de Michel de Certeau, e tendo como referência as transformações ocorridas no início da Era Moderna, comente o impacto que a Conquista da América teve no continente Europeu, na política, na cultura e na religião. 21. (Ufsc 2018) E então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir sem procurarem maneiras de encobrir suas vergonhas as quais não eram fanadas; e as cabeleiras delas estavam bem rapadas e feitas. [...] Deduzo que é gente bestial e de pouco saber, e por isso tão esquiva. Mas apesar de tudo isso andam bem curados, e muito limpos. E naquilo ainda mais me convenço que são como aves, ou alimárias montesinas. [...] Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a vossa fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências. [...] Ao domingo de Pascoela pela manhã, determinou o Capitão ir ouvir missa e sermão naquele ilhéu. [...] E assim foi feito. Mandou armar um pavilhão naquele ilhéu, e dentro levantar um altar mui bem arranjado. E ali com todos nós outros fez dizer missa, a qual disse o padre frei Henrique, em voz entoada, e oficiada com aquela mesma voz pelos outros padres e sacerdotes que todos assistiram, a qual missa, segundo meu parecer, foi ouvida por todos com muito prazer e devoção. [...] Página 15 de 43 Enquanto assistimos à missa e ao sermão, estaria na praia outra tanta gente, pouco mais ou menos, como a de ontem, com seus arcos e setas, e andava folgando. E olhando-nos, sentaram. E depois de acabada a missa, quando nós sentados atendíamos a pregação, levantaram-se muitos deles e tangeram corno ou buzina e começaram a saltar e dançar um pedaço. [...] O melhor fruto que se pode tirar desta terra me parece ser salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente de que Vossa Alteza deve lançar nesta terra. PERO Vaz de Caminha. Carta à D. Manuel (excertos). In: Enciclopédia Itaú Cultural de arte e cultura brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa7833/pero-vaz-de-caminha>. Acesso em: 30 jun. 2017. Sobre a carta de Pero Vaz de Caminha e o contexto da expansão ultramarina portuguesa, é correto afirmar que: 01) na carta, é possível identificar choque e estranhamento entre as diferentes culturas, assim como perceber ainiciativa portuguesa de tomar posse da terra. 02) apesar dos rituais católicos descritos na carta, a Igreja Católica não apoiava a iniciativa das navegações portuguesas porque contrariava princípios da instituição sobre as explorações do mundo. 04) no relato do autor, há referências aos habitantes como seres que, na sua visão, seriam selvagens. 08) a mais conhecida das cartas relacionadas à expedição de Pedro Álvares Cabral é a de Pero Vaz de Caminha, que relata a estada da tripulação durante o tempo em que esteve aportada nas terras encontradas. 16) movida pelo grande interesse sobre as terras descobertas, parte da tripulação daquela expedição não seguiu viagem, garantindo assim a posse do lugar ao reino português. 32) a carta de Pero Vaz de Caminha reproduz fielmente o que aconteceu durante a estada da armada de Pedro Álvares Cabral, já que esta era a função de Caminha como escrivão. 64) fica evidente, pela descrição do autor, o respeito da Coroa portuguesa em relação às crenças e aos costumes dos habitantes da terra. 22. (Udesc 2018) É prática comum nos programas escolares a delimitação de datas que marcam o início e, muitas vezes, o fim de processos históricos. No caso da História do Brasil, o ano de 1500 recebe bastante atenção. A respeito do ano de 1500 como início oficial da História do Brasil, analise as proposições. I. A definição de datas como marcos históricos tem implicações políticas, uma vez que elege certos eventos como fundamentais. No caso da História do Brasil, a ênfase no ano de 1500 ressalta a importância atribuída à chegada dos europeus para a constituição da história brasileira. II. Ao definir o ano de 1500 como marco inicial para a História do Brasil, corre-se o risco de desconsiderar a importância da história, as características e os costumes dos vários grupos indígenas que já habitavam o território, que seria posteriormente conhecido como Brasil. III. A definição do ano de 1500, como marco para o início oficial da História do Brasil, foi resultado de uma série de demandas populares que reivindicavam a possibilidade de opinar a respeito da oficialização da História Nacional. Assinale a alternativa correta. Página 16 de 43 a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. d) Somente a afirmativa I é verdadeira. e) Somente a afirmativa II é verdadeira. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES: Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir. Em 1500, fazia oito anos que havia presença europeia no Caribe: uma primeira tentativa de colonização que ninguém na época podia imaginar que seria o prelúdio da conquista e da ocidentalização de todo um continente e até, na realidade, uma das primeiras etapas da globalização. A aventura das ilhas foi exemplar para toda a América, espanhola, inglesa ou portuguesa, pois ali se desenvolveu um roteiro que se reproduziu em várias outras regiões do continente americano: caos e esbanjamento, incompetência e desperdício, indiferença, massacres e epidemias. A experiência serviu pelo menos de lição à coroa espanhola, que tentou praticar no resto de suas possessões americanas uma política mais racional de dominação e de exploração dos vencidos: a instalação de uma Igreja poderosa, dominadora e próxima dos autóctones, assim como a instalação de uma rede administrativa densa e o envio de funcionários zelosos, que evitaram a repetição da catástrofe antilhana. (Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520: as origens da globalização, 1999. Adaptado.) 23. (Unesp 2018) Os problemas ocorridos na colonização das ilhas do Caribe podem ser considerados “exemplares para toda a América”, pois geraram a) a identificação de uma grande oportunidade, para nativos e europeus, de conviver com outros povos e desenvolver a tolerância e o respeito a valores morais e culturais diferentes. b) o temor, nos indígenas, diante da ambição europeia e a percepção, pelos europeus, da dificuldade de estruturar o empreendimento colonial e manter o controle de terras e povos tão distantes. c) o início de um longo conflito entre os europeus e as populações nativas, que provocou perdas humanas e financeiras nos dois lados, inviabilizando a exploração comercial da América. d) a formação de uma elite colonial que recusava submeter-se às ordens das coroas europeias e dispunha de plena autonomia na produção e comercialização das mercadorias. e) o reconhecimento, pelos europeus, da necessidade de instalação de feitorias no litoral para a segurança dos viajantes e a aceitação, pelos nativos, da hegemonia dos conquistadores. 24. (Unesp 2018) “A instalação de uma Igreja poderosa, dominadora e próxima dos autóctones” contribuiu para a dominação espanhola e portuguesa da América, uma vez que os religiosos a) mediaram os conflitos entre grupos indígenas rivais e asseguraram o estabelecimento de relações amistosas destes com os colonizadores. b) aceitaram a imposição de tributos às comunidades indígenas, mas impediram a utilização de nativos na agricultura e na mineração. Página 17 de 43 c) toleraram as religiosidades dos povos nativos e assim conseguiram convencê-los a colaborar com o avanço da colonização. d) rejeitaram os regimes de trabalho compulsório, mas estimularam o emprego de mão de obra indígena em obras públicas. e) desenvolveram missões de cristianização dos nativos e facilitaram o emprego de mão de obra indígena na empresa colonial. 25. (Unesp 2018) As epidemias provocadas pelos contatos entre europeus e povos autóctones da América a) demonstraram o risco da expansão territorial para áreas distantes e determinaram o imediato desenvolvimento de vacinas. b) representaram uma espécie de guerra biológica que afetou, ainda que de forma desigual, conquistadores e conquistados. c) provocaram a interdição, pelas cortes europeias, da circulação de mulheres grávidas entre os dois continentes. d) foram utilizadas pelos nativos para impedir o avanço dos europeus, que contraíram doenças tropicais, como a febre amarela e a malária. e) levaram à proibição, pelas cortes europeias, do contato sexual entre europeus e nativos, para impedir a propagação da sífilis. 26. (Unesp 2018) A afirmação de que os primeiros traços da presença europeia na América foram “o prelúdio da ocidentalização” e “uma das primeiras etapas da globalização” é correta porque a conquista do continente americano representou a) a definição da superioridade militar e religiosa do Ocidente cristão e o início da perseguição sistemática a judeus e muçulmanos. b) a demonstração da teoria de Cristóvão Colombo sobre a esfericidade da Terra e o fracasso dos novos instrumentos de navegação. c) o encerramento das relações comerciais da Europa com o Oriente e o imediato declínio da venda das especiarias produzidas na Índia. d) o encontro e o choque entre culturas e o gradual deslocamento do eixo do comércio mundial para o Oceano Atlântico. e) o avanço da monetarização da economia e o lançamento de projetos de regulação e controle centralizado do comércio internacional. 27. (Enem (Libras) 2017) Os cartógrafos portugueses teriam falseado as representações do Brasil nas cartas geográficas, fazendo concordar o meridiano com os acidentes geográficos de forma a ressaltar uma suposta fronteira natural dos domínios lusos. O delineamento de uma grande lagoa que conectava a bacia platina com a amazônica já era visível nas primeiras descrições geográficas e mapas produzidos por Gaspar Viegas, no Atlas de Lopo Homem (1519), nas cartas de Diogo Ribeiro (1525-27), no planisfério de André Homen (1559), nos mapas de Bartolomeu Velho (1561). KANTOR, Í. Usos diplomáticos da ilha-Brasil: polêmicas cartográficas e historiográficas.Varia Historia, n. 37, 2007 (adaptado). De acordo com a argumentação exposta no texto, um dos objetivos das representações cartográficas mencionadas era a) garantir o domínio da Metrópole sobre o território cobiçado. b) demarcar os limites precisos do Tratado de Tordesilhas. c) afastar as populações nativas do espaço demarcado. Página 18 de 43 d) respeitar a conquista espanhola sobre o Império Inca. e) demonstrar a viabilidade comercial do empreendimento colonial. 28. (Ufu 2017) Refiro-me à destruição que pudemos fazer da grande (20 40× metros) e velha maloca taracuá [...] Sabe V. Rvma. que para o índio a maloca é cozinha, dormitório, refeitório, tenda de trabalho, lugar de reunião na estação de chuvas e sala de dança nas grandes solenidades. [...] A maloca é também, como costumava dizer o zeloso dom Bazola, a “casa do diabo”, pois que ali se fazem as orgias infernais, maquinam-se as mais atrozes vinganças contra os brancos e contra outros índios... Monsenhor Pedro Massa, início século XX. In: ZENUN, K. H. e ADISSI, V. M. A. Ser índio hoje: a tensão territorial. 2. ed. São Paulo: Loyola, 1999, p. 70. (Adaptado). Com a chegada dos europeus ao continente americano, teve início a subjetivação da figura do índio, delineando-se, gradativamente, a imagem do nativo ocioso, preguiçoso, indisciplinado e desorganizado. Esse ponto de vista atravessou séculos e sobrevive em nossos dias. Dessa maneira, de acordo com a citação, derrubar a maloca seria uma ação necessária, pois a moradia indígena representava o(a) a) tradição da cultura pagã que contrariava os planos de conversão e domínio espiritual. b) baluarte de expressão da organização tribal, influência do contato com a cultura africana. c) símbolo de superioridade da cultura indígena, quando comparada à europeia. d) obstáculo que impedia o trabalho de catequese no espaço conhecido como reduções. 29. (G1 - ifsul 2017) Observe a imagem. A imagem acima apresenta o Tratado de Tordesilhas, que foi assinado em 1494 e estabeleceu a) uma linha imaginária traçada a 100 léguas a oeste de Cabo Verde, em que as terras a leste pertenceriam aos espanhóis e as terras a Oeste, aos portugueses. Página 19 de 43 b) uma divisão entre Portugal e Espanha, a partir de 370 léguas a oeste de Cabo verde, em que as terras a leste ficariam com Portugal e as terras a Oeste, com a Espanha. c) uma separação entre França e Inglaterra, das terras do continente americano, sendo as terras ao norte pertencentes aos ingleses e as terras ao sul, à França. d) um acordo diplomático, assinado no século 18 entre os países Ibéricos, pela disputa das terras descobertas com a Expansão Marítima e Comercial Europeia. 30. (Ufpr 2017) Durante a Colônia, experimentou-se uma série de conflitos protagonizados por colonizadores e populações presentes no território. Um deles, denominado “Guerra Justa”: a) consistiu na invasão armada dos portugueses em territórios indígenas, com o objetivo de capturar o maior número de pessoas, incluindo mulheres e crianças, com a finalidade de escravizá-los. b) foi um conflito bélico protagonizado pelos holandeses após a ocupação de Pernambuco por esses últimos. c) tratava-se de guerras por conquistas de território realizadas entre os diversos grupos indígenas e nas quais os portugueses participavam, apoiando um grupo ou outro, dependendo dos seus interesses. d) consistiu na invasão armada dos grupos indígenas aos assentamentos portugueses, com a finalidade de capturar invasores para serem comidos ritualmente. e) foram guerras de retaliação que os portugueses realizavam em territórios ocupados pelos holandeses após serem atacados por eles. 31. (Uel 2017) Leia os textos a seguir. Vão completamente nus, homens e mulheres, como suas mães os pariram... Este rei e todos os seus andavam nus como tinham nascido, assim como suas mulheres, sem nenhum embaraço... as mulheres, pelo menos, podiam ser mais cuidadosas. TODOROV, T. Diários de Colombo. In. A Conquista da América. A Questão do Outro. São Paulo: Martins Fontes, 1983, p. 41. A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixar de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador. CAMINHA, P. V. Carta de Pero Vaz de Caminha. Biblioteca Nacional, 1500. Acervo digital. Disponível em: <https://www.bn.gov.br/tags/pero-vaz-caminha>. Acesso em: 21 set. 2016. Desejo tudo de bom para nossos compatriotas indígenas. Não acho que devemos nada a eles. A humanidade sempre operou por contágio, contaminação e assimilação entre as culturas. Apenas hoje em dia equivocados de todos os tipos afirmam o contrário como modo de afetação ética. Desejo que eles arrumem trabalho, paguem impostos como nós e deixem de ser dependentes do Estado. Sou contra parques temáticos culturais (reservas) que incentivam dependência estatal e vícios típicos de quem só tem direitos e nenhum dever. Adultos condenados à infância moral seguramente viram pessoas de mau-caráter com o tempo. PONDÉ, L. F. Guarani Kaiowá de boutique. Folha de S. Paulo. 19 nov. 2012. Disponível em: <http://www1.folha.uol.br/colunas/luizfelipeponde/1187356-guarani-kaiowa-de-boutique.shtml>. Página 20 de 43 Acesso em: 21 set. 2016. Os fragmentos dos textos falam sobre os povos e as culturas indígenas. Dois deles são de europeus (Cristóvão Colombo e Pero Vaz de Caminha) e datam, respectivamente, dos séculos XV e XVI. O último deles é de um brasileiro, Luiz Felipe Pondé, um filósofo do século XX. Com base nesses textos, nessas informações e nos conhecimentos a respeito dos povos indígenas da América, responda aos itens a seguir. a) Discorra sobre as diferenças presentes nesses três textos. b) Discorra sobre as semelhanças presentes nesses três textos. 32. (Udesc 2017) “No Brasil, é comum retratar as populações indígenas como meros resquícios de um passado cada vez mais remoto, como os pobres remanescentes de uma história contada na forma de uma crônica do desaparecimento e da extinção. Diversos povos sucumbiram ao impacto fulminante do contato e da conquista, é verdade. Mas muitos conseguiram sobreviver ao holocausto, recompondo populações dizimadas, reconstruindo suas identidades, enfim, se ajustando aos novos tempos. Contribuem, hoje, para o rico painel de diversidade cultural que é, sem dúvida alguma, o patrimônio mais precioso deste país”. MONTEIRO, John M. Armas e armadilhas: história e resistências dos índios. In: NOVAES, Adauto (org.). A Outra margem do ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, p. 247. Assinale a alternativa incorreta sobre os povos indígenas no Brasil: a) O Brasil é um país pluriétnico, com dezenas de povos indígenas. b) A Constituição de 1988 reconhece costumes, línguas, crenças e tradições indígenas, além dos direitos originários sobre as terras que os índios tradicionalmente ocupam. c) As populações indígenas não estão desaparecendo, pelo contrário, estão em crescimento demográfico no Brasil. d) Guarani, Kaingang e Mapuche são povos indígenas do Brasil. e) Mesmo com a violência sofrida ao longo da história do Brasil, os indígenas não foram vítimas passivas dos colonizadores. 33. (Uem-pas 2017) Quando da chegada dos europeus ao Continente Americano, em 1492, estima-se que a população da América estava entre 80 e 100 milhões de pessoas. Para o que é hoje o território brasileiro, as estimativas variam entre 3 e 6 milhões de habitantes distribuídos entre 1.500 grupos étnicos distintos, agrupados em quarenta grandes famílias linguísticas.Sobre essa população e os primeiros grupos indígenas que ocuparam o Paraná, assinale o que for correto. 01) Os restos humanos mais antigos encontrados no Brasil até o momento são os de uma jovem mulher, batizada pelos arqueólogos de Luzia. A datação realizada indicou que eram de 11.500 anos atrás, e encontrados em uma caverna na região de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. 02) O território paranaense vem sendo ocupado por diferentes populações humanas há cerca de 9.000 anos, de acordo com os vestígios de suas culturas materiais encontrados por arqueólogos. Página 21 de 43 04) A hipótese mais aceita sobre as primeiras populações que ocuparam o Continente Americano é a que defende terem elas vindo do noroeste da Ásia, cruzando o estreito de Bering. 08) A formação da base material para sedentarização dos grupos caçadores coletores que viviam nos territórios hoje pertencentes ao Paraná só ocorreu com a chegada dos primeiros europeus, que trouxeram as técnicas do velho continente. Somente então ocorreu o desenvolvimento da agricultura, a domesticação de animais e a fabricação de cestarias e cerâmicas. 16) Os vestígios da cultura material de povos pescadores e coletores são encontrados numa vasta faixa entre o mar e a Serra do Mar. As baías, os estuários e as lagunas apresentam sítios denominados de sambaquis, que chegam a atingir 10 metros de altura. Neles são encontrados restos de alimentos, adornos, conchas, ferramentas, armas, vestígios de sepultamento. 34. (G1 - col. naval 2016) Observe a charge a seguir: A charge acima representa os primeiros anos logo após a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil. É correto afirmar que entre as principais características desse período temos a a) extração do Pau-Brasil por meio do estanco (troca), onde os indígenas realizavam o corte da madeira e recebiam em troca objetos vistosos, mas de estimado valor, como espelhos, armamentos e tecidos diversos. b) extração das drogas do sertão por meio de trabalho escravo, pelo qual os exploradores aproveitaram para iniciar o processo de ocupação territorial do Brasil a partir da construção de feitorias. Página 22 de 43 c) construção das primeiras feitorias com a finalidade de estimular a vinda de colonos para a produção de riquezas, como a cana-de-açúcar, e consequentemente efetivar a ocupação do território brasileiro garantindo a presença portuguesa. d) extração do Pau-Brasil por meio do escambo (troca), onde os indígenas realizavam o corte e o transporte da madeira recebendo em troca objetos de pouco valor, como espelhos, miçangas e instrumentos de ferro. e) distribuição das primeiras sesmarias, por meio de Estanco, aos donatários que estavam se instalando no Brasil, destacando-se, nesse processo, o arrendatário Fernando de Noronha, que se notabilizou na extração do Pau-Brasil. 35. (Unesp 2016) Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até a outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Traz, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas e delas brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é toda praia parma, muito chã e muito formosa. [...] Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal nem de ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares [...]. Águas são muitas; infindas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que vossa alteza em ela deve lançar. (Carta de Pero Vaz de Caminha, 1500. http://objdigital.bn.br.) Identifique duas das motivações da colonização portuguesa do Brasil citadas na Carta, indicando os trechos do documento que as mencionam. 36. (Uem 2016) Sobre a história do Paraná, é correto afirmar que: 01) Os Tupis-guaranis formavam uma das grandes famílias indígenas que habitavam o Paraná antes da chegada dos europeus. 02) No século XIX, foram fundados diversos núcleos de colonização com a participação de imigrantes europeus. 04) Um dos principais conflitos da revolução federalista ocorreu na cidade da Lapa. Esse episódio ficou conhecido como “cerco da Lapa”, pois foi naquela localidade paranaense que as tropas legalistas detiveram o avanço das tropas federalistas que marchavam em direção à capital da república, Rio de Janeiro. 08) A prosperidade econômica do município de Curitiba deve-se ao fato de a região ter sido colonizada pela empresa Brasil Railway Company, do empresário Percival Farquhar, que projetou a Cidade Industrial de Curitiba. 16) O tropeirismo foi importante atividade econômica para a ocupação de parte do território do Paraná, conhecido como Campos Gerais. 37. (Ufrgs 2016) Assinale a alternativa correta sobre a história do Império colonial português na América, durante o século XVIII. a) A decadência do comércio de açúcar das Antilhas, desde o século XVII, possibilitou o crescimento extraordinário da produção canavieira no Brasil. b) A Carreira da Índia foi uma rota comercial que permitiu o fluxo de produtos, como tabaco, aguardente, tecidos e especiarias, entre o Oriente e a América. Página 23 de 43 c) A descoberta do ouro na América portuguesa ocorreu somente no século XVIII, na capitania de São Vicente. d) A Conjuração Mineira foi o último episódio de sedição ocorrido no Brasil, no século XVIII. e) As medidas tomadas pela administração portuguesa, durante o Reformismo Pombalino, promoveram ideais iluministas, com o incentivo à educação jesuítica na formação da elite colonial. 38. (Udesc 2016) Analise as proposições sobre as populações indígenas na História do Brasil. I. A escravidão indígena não vigorou porque as populações indígenas não possuíam vocação para a agricultura de grande escala, tal como a implementada pela metrópole portuguesa. II. A contribuição indígena foi marcante em elementos do folclore, da culinária e da língua, e também no que diz respeito à organização social e econômica do Brasil. III. Em Santa Catarina, a concentração de populações indígenas foi maior no litoral, em especial com a população Guarani, Xokleng e Kaingang. No interior do Estado houve um grande vazio populacional, o que motivou as políticas de incentivo à imigração europeia na região. IV. O assassinato de lideranças indígenas, na contemporaneidade, possui vínculos com as lutas pela demarcação de terras indígenas. V. No período da chegada dos europeus, no Brasil, as populações indígenas organizaram diversas expedições de luta e de resistência à invasão europeia, chegando a organizar uma grande confederação de povos indígenas do litoral do Rio de Janeiro e do Vale do Paraíba para expulsar os portugueses. Essa revolta ficou conhecida como Confederação dos Tamoios e contou com a aliança de lideranças indígenas com invasores franceses estabelecidos no Rio de Janeiro. Assinale as alternativa corretas. a) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras. c) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras. d) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. 39. (Udesc 2015) Analise o texto abaixo: Las tres caravelas (...) Um navegante atrevido Saiu de Palos um dia Vinha com três caravelas A Pinta, a Nina e a Santa Maria Em terras americanas Saltou feliz certo dia Vinha com três caravelas A Pinta, a Nina e a Santa Maria Muita coisa sucedeu Daquele tempo pra cá Página 24 de 43 O Brasil aconteceu É o maior, que é que há? (...) Viva Cristóvão ColomboQue para nossa alegria Veio com três caravelas A Pinta, a Nina e a Santa Maria (Algueró Jr. Moreau. Tradução: João de Barro) Analise as proposições sobre essa canção popular, gravada por Caetano Veloso e Gilberto Gil no disco Tropicália ou Panis et Circensis (1968). I. A letra faz referência a episódios históricos conhecidos como o “descobrimento da América” pelos europeus, por meio da viagem empreendida pelo almirante Cristóvão Colombo, partindo da costa da Espanha pelo Oceano Atlântico, e atingindo as ilhas do Caribe, no dia 12 de outubro de 1492. II. Os cantores da Tropicália utilizam a canção com ironia em relação ao discurso ufanista dos militares brasileiros durante a ditadura. Para eles, o Brasil estava submisso aos interesses econômicos dos Estados Unidos, como havia sido em relação às monarquias ibéricas no período colonial. III. O autor da letra, ao afirmar que o navegador “saltou feliz certo dia” nas terras americanas, identifica-se com os nativos, que consideram esse episódio o início de uma era de paz e prosperidade, pois Colombo veio “para nossa alegria”. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. d) Somente a afirmativa I é verdadeira. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. 40. (Uece 2015) A compreensão cristã do encontro dos portugueses com os primeiros habitantes da América teve forte conotação maniqueísta: de um lado estava o bem, simbolizado pelos europeus na sua suposta busca pelo paraíso; de outro, o mal, representado pelos indígenas e suas práticas diabólicas. Analise as afirmações abaixo acerca dessa compreensão. I. Tal compreensão foi alimentada por considerações imprecisas de alguns viajantes que classificavam de “demoníacas” certas práticas culturais dos povos americanos. II. A leitura das práticas dos povos americanos pelos europeus aliou a ideia da conquista de novas terras com o desejo de levar a palavra de Deus àquelas criaturas “demonizadas”. III. O pensamento cristão português dissociava-se das ideias e políticas expansionistas; desse modo, a propagação da fé era desvinculada da empresa marítima. É correto o que se afirma em a) I, II e III. b) II e III apenas. Página 25 de 43 c) I e III apenas. d) I e II apenas. 41. (Ufjf-pism 1 2015) Observe as figuras e as informações abaixo e, em seguida, atenda ao que se pede em relação à chegada dos europeus na América. (...) Sabemos, graças aos textos da época, que os índios dedicam grande parte de seu tempo e forças à interpretação das mensagens, e que essa interpretação tem formas extremamente elaboradas, relacionadas às diversas espécies de adivinhação. (...) Em todos os casos, esses presságios e adivinhações gozam de enorme prestígio e, se for preciso, arriscarão a vida para obtê-los, sabendo bem que a recompensa vale o risco. TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes, 1993. p. 88-91. a) Qual era a visão dos europeus sobre os nativos americanos? b) Cite e analise DUAS práticas coloniais aplicadas pelos europeus frente à diferença cultural entre eles e os povos americanos. 42. (Upf 2015) Sobre o processo de colonização do Brasil, leia o fragmento abaixo e considere as afirmações a seguir. “Desde o século XIX, discute-se se a chegada dos portugueses ao Brasil foi obra do acaso, sendo produzida pelas correntes marítimas, ou se já havia conhecimento anterior do Novo Mundo e Cabral estava imbuído de uma espécie de missão secreta que o levasse a tomar o rumo do ocidente (...). De qualquer forma, trata-se de uma controvérsia que hoje interessa pouco, pertencendo mais ao campo da curiosidade histórica do que à compreensão dos processos históricos.” (FAUSTO, Boris. História do Brasil, 2002, p.30) Página 26 de 43 I. O descobrimento do Brasil não entusiasmou Portugal do ponto de vista econômico. A arrecadação proveniente do Brasil representava apenas 2,5% das rendas da Coroa e por muitos anos a principal atividade econômica foi a extração de pedras preciosas. II. Uma das grandes ameaças à posse do Brasil por Portugal foi a França, que ocupou o Rio de Janeiro (1555-1560) e o Maranhão (1612-1615), entrando no comércio de pau-brasil e praticando a pirataria. III. No sistema de capitanias hereditárias, as únicas que prosperaram foram as de São Vicente e de Pernambuco, que desenvolveram a atividade açucareira e estabeleceram um relacionamento mais amistoso com os índios. IV. A centralização administrativa da colônia foi feita pelo Governo Geral, que consolidou os pilares básicos da colonização: grande propriedade, trabalho assalariado e agroexportação. Está correto apenas o que se afirma em: a) I e II. b) II e IV. c) I, II e III. d) II, III e IV. e) III e IV. 43. (Enem 2015) A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e dessa maneira vivem desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso, nem medida. GÂNDAVO, P M. A primeira historia do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado). A observação do cronista português Pero de Magalhães de Gândavo, em 1576, sobre a ausência das letras F, L e R na língua mencionada, demonstra a a) simplicidade da organização social das tribos brasileiras. b) dominação portuguesa imposta aos índios no início da colonização. c) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade indígena. d) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses. e) dificuldade experimentada pelos portugueses no aprendizado da língua nativa. 44. (Uem 2015) Sobre a história da população dos territórios que vieram a se constituir no atual estado do Paraná, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Os principais grupos indígenas que habitavam a região eram os Tupi, que predominavam em algumas regiões, e os Gê, com destaque para os Kaingangue. 02) Nos primórdios de sua colonização, o Paraná teve uma presença portuguesa na região litorânea e uma presença espanhola na região próxima aos rios Tibagi, Paraná e Paranapanema. 04) Uma das principais características da colonização da região, no período colonial, foi a grande imigração de italianos, alemães e ucranianos, entre outros povos europeus, para a ocupação dos territórios paranaenses. 08) De forma distinta das demais regiões do Brasil, em razão de sua recente colonização, a população do Norte do Paraná apresenta um predomínio de colonizadores europeus, que emigraram após a Segunda Guerra Mundial. 16) Na região norte do atual estado do Paraná, prevaleciam até as primeiras décadas do século XX núcleos urbanos compostos por uma população de origem europeia que praticava um comércio ativo com a Argentina e o Paraguai. Página 27 de 43 45. (G1 - ifsc 2014) A imagem abaixo apresenta um ritual antropofágico de um povo indígena do território onde hoje é o Brasil. Sobre os povos indígenas do Brasil, assinale a alternativa CORRETA. a) Os povos indígenas não foram escravizados pelos portugueses, pois praticavam o escambo. b) A imagem acima é falsa, pois os indígenas brasileiros não praticavam a antropofagia. c) Todos os povos indígenas brasileiros eram amistosos, o que facilitou a colonização portuguesa. d) Os povos indígenas brasileiros apresentavam muitas diferenças entre si, possuíam línguas diferentes, alguns praticavam a antropofagia, outros eram nômades, enquanto outros, sedentários. e) Os portugueses só tiveram contato com os povos indígenas após a chegada do primeiro Governador Geral. 46. (Uepb 2014) Considerando a realidadeda América Portuguesa nas três primeiras décadas do século XVI, é correto afirmar: a) A expedição exploradora de Gaspar de Lemos, em 1501, implantou o sistema de Capitanias Hereditárias para garantir o desenvolvimento da cana de açúcar. b) A Coroa Portuguesa proibiu o estanco do pau-brasil, já que a madeira era contrabandeada por franceses e ingleses. c) As expedições de Cristovão Jackes, em 1516 e 1526 não tinham caráter militar, nem combateram estrangeiros. Tinham a função específica de reconhecer o território e implantar as feitorias. d) A atividade desenvolvida com autorização da Coroa Portuguesa foi a extração de pau-brasil, uma atividade nômade e predatória, que não tinha a finalidade de promover o povoamento. e) A mão de obra indígena foi pouco explorada e bastante valorizada pelos portugueses, que presenteavam os nativos com objetos de grande valor no mercado europeu. Página 28 de 43 47. (Udesc 2014) Analise as proposições referentes ao estado de Santa Catarina, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa. ( ) Os principais grupos indígenas que habitavam a região do atual estado de Santa Catarina eram os Carijós, os Kaingáng e os Xokleng. Estes grupos estavam distribuídos em diferentes áreas do estado e tiveram contato com os europeus em distintos períodos históricos. ( ) A passagem da Monarquia para a República ocorrida no final do século XIX, no Brasil, não acarretou maiores conflitos no estado, uma vez que os grupos políticos que detinham o poder, no estado, não foram destituídos de seus cargos. ( ) A segunda metade do século XIX, no Brasil, é marcada pelo grande contingente de pessoas que imigraram para o país, sendo que estas eram de origem europeia e foram responsáveis pela fundação de cidades como Joinville e Blumenau. ( ) Com a entrada do Brasil na II Guerra Mundial ocorreram muitos problemas no país, como a desconfiança e a prisão de pessoas que viviam em Santa Catarina, principalmente aqueles que eram imigrantes e descendentes de imigrantes de origem portuguesa e espanhola, também identificados como “5ª coluna”. Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo. a) F – F – V – V b) V – V – F – F c) F – V – F – V d) V – F – F – V e) V – F – V – F 48. (Uepb 2014) A riqueza cultural do povo brasileiro advém da pluralidade de etnias que nos formaram, produzindo um patrimônio cultural diversificado. Assinale a alternativa correta: a) Os grupos indígenas encontrados no litoral pelo português eram principalmente tribos de tronco tupi que, havendo se instalado uns séculos antes, ainda estavam desalojando antigos ocupantes oriundos de outras matrizes culturais. b) Na época da chegada da esquadra cabralina, as tribos do tronco tupi eram as únicas que tinham uma organização social de classes, e a presença do Estado já era uma realidade. c) A instituição social que dificultou a formação do povo brasileiro foi o cunhadismo, velho uso indígena que proibia a incorporação de estrangeiros à sua comunidade. d) O surgimento de uma etnia brasileira não anulou as identificações étnicas dos índios e africanos consolidando a democracia racial que vivemos na contemporaneidade. e) Desde os primeiros dias da colonização, o projeto jesuítico se configurou como única alternativa de garantia das culturas indígena e africana, respeitando suas crenças e representações. 49. (G1 - ifba 2014) “A conquista do Brasil pressupunha também o domínio ideológico dos povos das regiões colonizadas pela Coroa lusitana. Havia que provar pelo convencimento e pela força – a superioridade do modo oficial português de ser. Era necessário convencer as populações nativas e os recém-chegados da inferioridade e do 'bestialismo' dos hábitos americanos. A opção de europeus pela cultura material e social tupinambá causava tensões insustentáveis na férrea camisa-de-força vivencial em que as elites civis e religiosas ibéricas enquadravam as classes subalternas – metropolitanas e coloniais.” MAESTRI, Mário. Os senhores do litoral. Conquista portuguesa e agonia tupinambá no litoral Página 29 de 43 brasileiro. (século 16). POA: Editora da Universidade/UFRGS, 1994. p. 61. O texto acima e seus conhecimentos sobre as relações de dominação entre europeus e as populações indígenas na América Portuguesa permitem afirmar que a) os missionários analisavam o sistema cultural indígena, seus costumes, seu cotidiano, etc., segundo a moralidade cristã. b) a adaptação dos europeus aos Trópicos e a assimilação de certos costumes indígenas foi estimulada pela Coroa e pela Igreja Católica. c) os colonizadores, os missionários e os agentes portugueses compreendiam os costumes indígenas de forma idealizada, tolerante e idílica. d) os primeiros anos de colonização do território brasileiro foram marcados pela miscigenação e tolerância acerca do sistema cultural tupinambá. e) embora na colônia os europeus tenham adotado práticas de intolerância, na metrópole possuíam postura com maior respeito à diversidade cultural e religiosa. 50. (Uem 2014) A descoberta do continente americano também despertou e atraiu para essa região, principalmente a partir do século XVII, diversos viajantes e naturalistas que contribuíram para registrar e para divulgar o “Novo Mundo” aos europeus. Sobre os papéis desempenhados por esses viajantes e naturalistas, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Por terem uma formação filosófica fundamentada no pensamento iluminista, esses europeus registraram a realidade do “Novo Mundo”, sem compará-la à realidade europeia. 02) Naquele contexto, durante o domínio dos holandeses, cientistas e artistas contribuíram para que fosse criado um Museu de História Natural no Nordeste brasileiro. 04) A natureza morta e o cotidiano indígena estavam entre os temas retratados por esses viajantes e naturalistas. 08) Diferentemente dos holandeses, os registros da fauna e da flora brasileira realizados pelos portugueses foram poucos e não tiveram divulgação internacional. 16) No século XVII, esses viajantes e naturalistas foram fundamentais para divulgar a riqueza da arte e da cultura barroca brasileira na Europa. 51. (G1 - col. naval 2014) A União Ibérica foi um importante estímulo à expansão territorial portuguesa sobre o território que legalmente pertencia à Espanha, segundo o Tratado de Tordesilhas. Com isso, aconteceram vários conflitos entre os dois países e foram necessários alguns tratados de limites para que as novas fronteiras se definissem. Sobre os tratados de limites que definiram o território brasileiro, pode-se afirmar que: a) o Tratado de Lisboa foi assinado entre Portugal e Espanha e restabeleceu os limites territoriais existentes à época do Tratado de Tordesilhas. b) o Tratado de Madri, assinado entre Portugal e Espanha, usando o princípio da restauração, restabeleceu as fronteiras existentes antes da União ibérica. c) com o Tratado do Santo Ildefonso, Portugal recebeu o domínio dos Sete Povos das Missões, o que provocou a chamada Guerra Guaranítica. d) o Tratado de Methuen, assinado entre Portugal e Inglaterra, definiu as fronteiras ao norte do Brasil, e a Guiana ficou sob domínio inglês. e) o Tratado de Badajoz foi o último a ser assinado e praticamente definiu os limites territoriais brasileiros. A única alteração, desde aquela época, foi a anexação do Acre. 52. (Ufg 2013) Leia as narrativas históricas a seguir. Narrativa histórica 1 Página 30 de 43 Em 1500, a história do Brasil começa com o descobrimento desta terra pelos portugueses. Ao chegar, encontraram os índios, que não tinham cidades, viviam nus, adoravam vários deuses, não possuíam Estado e não conheciam a escrita. A economia deles era de subsistência. Quando os portugueses descobriram o Brasil, os índiosentusiasmaram-se com as roupas, os espelhos e outros presentes trazidos da Europa. Cidades foram organizadas. Com a ação dos jesuítas, a partir de 1549, muitos tornaram-se cristãos e aprenderam a ler. Narrativa histórica 2 Antes da chegada dos portugueses, diferentes nações indígenas viviam nestas terras. Estes povos tinham suas próprias crenças e formas de organização política e econômica. Alguns deles conheciam a cerâmica, o trabalho com o algodão, fabricavam armas e instrumentos musicais. Quando os portugueses chegaram, impuseram o seu modo de vida aos indígenas. Condenaram os seus deuses e suas formas de organização. Muitas tribos indígenas resistiram, mas a colonização provocou a dizimação física e cultural de diferentes nações indígenas. Página 31 de 43 As duas histórias apresentadas narram um evento da história do Brasil. Essas narrativas elaboram cenários diferenciados sobre a relação entre indígenas e portugueses. Comparando as narrativas históricas apresentadas, a) Qual a diferença de interpretação entre a narrativa 1 e a narrativa 2? b) Explique o que permite que o mesmo evento histórico seja narrado de forma diferente. 53. (Enem 2013) De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares [...]. Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. História moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001. A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto colonizador para a nova terra. Nesse trecho, o relato enfatiza o seguinte objetivo: a) Valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos nativos. b) Descrever a cultura local para enaltecer a prosperidade portuguesa. c) Transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o potencial econômico existente. d) Realçar a pobreza dos habitantes nativos para demarcar a superioridade europeia. e) Criticar o modo de vida dos povos autóctones para evidenciar a ausência de trabalho. 54. (Uem 2013) Sobre a colonização europeia da região compreendida entre os rios Paraná, Paranapanema, Tibagi e Iguaçu, que em nossos dias fazem parte do Estado do Paraná, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) No início da segunda metade do século XVI, os espanhóis iniciaram a colonização europeia daquela região, com a fundação de vilas. 02) O estabelecimento dos portugueses na região ocorreu com a expulsão dos espanhóis no início do século XVIII, quando, com o apoio dos bandeirantes paulistas, os jesuítas portugueses fundaram as missões do Guairá. 04) As reduções que foram organizadas pelos jesuítas para a catequese dos índios entravam em conflito com os interesses dos adelantados espanhóis, que utilizavam a mão de obra indígena por meio das encomiendas. 08) Entre os principais povoados que foram fundados na região, Paranaguá atingiu um grande desenvolvimento econômico, no século XVIII, em razão da extração do ouro. 16) Essa região era, no século XVI, povoada por indígenas, com o predomínio de grupos tupi- guarani. 55. (Ufsc 2012) PROPOSTA DE REDAÇÃO Observe as imagens abaixo e escreva uma dissertação abordando a trajetória do povo brasileiro, da chegada dos portugueses à atualidade. Página 32 de 43 Página 33 de 43 Gabarito: Resposta da questão 1: [C] Ao desprezarem a diversidade cultural indígena, os europeus que chegaram ao continente americano demonstram seu etnocentrismo, que se manifesta tanto na linguagem que utilizam, quanto nas atitudes que tomam nesses novos territórios. Resposta da questão 2: 02 + 04 + 16 = 22. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] Os itens corretos são [02], [04] e [16], perfazendo 22 pontos. Os itens incorretos são [01] (os japoneses ocuparam norte do Paraná, principalmente áreas do Terceiro Planalto a partir do século XX e se dedicaram inicialmente às atividades agrícolas, um dos exemplos é o município de Maringá) e [08] (Paranaguá apresenta povoamento a partir do século XVI e os sambaquis são sítios arqueológicos com acumulação de conchas associados a cultura de povos pré- históricos no litoral Sul e Sudeste, muitos deles foram estabelecidos anteriormente ao estabelecimento dos povos indígenas encontrados na época da chegada dos portugueses). [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] A afirmativa [01] está incorreta porque os japoneses, a partir de um processo migratório ocorrido no século XX, ocuparam áreas do Terceiro, e não do Segundo Planalto Paranaense; A afirmativa [08] está incorreta porque a ocupação de Paranaguá data do século XVI e os sambaquis são típicos de uma cultura anterior aos tupiniquins e à chegada dos portugueses. Resposta da questão 3: [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] A questão aponta para um grave problema no Brasil, a violência praticada pelo homem branco europeu que acreditava ser superior do ponto de vista racial e cultural, daí a escravidão moderna do homem africano e todo tipo de violência cometida contra a população indígena. Desde o início do século XVI, o homem branco não permitiu que as diversas tribos indígenas mantivessem sua identidade cultural. No início da colonização, os índios sofreram com a ocupação de terras, aculturação, destribalização, catequese, entre outras formas de violência. A constituição brasileira de 1988 assegura ao índio o direito a posse de suas tradicionais terras e bens e que cabe a União demarcar e proteger estas terras. Os textos acima mostraram claramente que a violência contra os nativos ainda persiste. Cartórios falsificam registros para legitimar a grilagem e as ocupações irregulares. A população indígena xavante presenciou um intenso desmatamento a partir da década de 1960 com o surgimento de fazendas de gado e soja. Vale dizer que no contexto da ditadura militar, 1964-1985, o discurso oficial era de integração, modernização e desenvolvimento. O que significa integração do ponto de vista do homem branco senão violar a constituição e violentar os nativos? As diversas tribos indígenas precisam de terras para manter sua forma tradicional de vida. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] No período colonial (século XVI), os povos indígenas tiveram grande parte dos seus territórios ocupados pelos colonizadores, muitos foram escravizados e submetidos à catequese e a aculturação. Milhões de indígenas foram dizimados por doenças transmitidas pelos colonizadores, o que reduziu drasticamente seu contingente demográfico. A população Página 34 de 43 indígena brasileira só voltou a crescer a partir dos dados do Censo 2000 e hoje representa apenas 0,4% da população total. Os povos e as terras indígenas estão concentrados no Centro-Oeste e Norte do país, as regiões com menor densidade demográfica. Na atualidade, apesar dos avanços na demarcação de terras indígenas desde a Constituição de 1988, a questão indígena no Brasil apresenta uma situação preocupante. Muitos povos indígenas ainda reivindicam a demarcação correta de suas terras. No Congresso Nacional, existem iniciativas conservadoras (ação da bancada ruralista, que defende os interesses do agronegócio), a principal é de retirar da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) a prerrogativa de demarcação das terras indígenas e transferi-la para o poder legislativo. O avanço do agronegócio no Centro- Oeste, Amazônia e Nordeste, acirra os conflitos pela posse da terra entre latifundiários e povos indígenas. Foram verificados conflitos graves em Roraima, Mato Grosso do Sul (etnias guarani caioá
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