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Antropologia Forense

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SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Identificação médico-legal ..................................... 4
3. Identificação judiciária ............................................15
Referências bibliográficas ........................................21
3ANTROPOLOGIA FORENSE
1. INTRODUÇÃO
A Antropologia forense é a aplica-
ção prática ao Direito de um conjun-
to de conhecimentos da Antropolo-
gia Geral visando principalmente às 
questões relativas à identidade mé-
dico-legal e à identidade judiciária ou 
policial. É o ramo da Medicina Legal 
que estuda a identidade e identifi-
cação do ser humano através de um 
processo técnico-cientifico organiza-
do de individualização da idade, do 
sexo, do padrão racial e da estatura.
CONCEITO! Conceitua-se identidade 
como o conjunto de caracteres que in-
dividualiza uma pessoa ou uma coisa, 
fazendo-a distinta das demais. É um 
elenco de atributos que torna alguém ou 
alguma coisa igual apenas a si próprio. 
Consiste na soma de sinais, marcas e 
caracteres positivos ou negativos que, 
no conjunto, individualizam o ser huma-
no ou uma coisa.
A identificação é a determinação da 
identidade, ou seja, da individualidade. É 
a demarcação da individualidade. E, para 
fazê-la, ela se serve de um conjunto de 
diligências, numa sucessão de atos so-
bre o vivo, o morto, animais e coisas.
Para um método de identificação ser 
considerado aceitável, deve-se prio-
rizar a análise das características do 
indivíduo que possuam os seguintes 
fundamentos biológicos ou técnicos:
• Unicidade: Também chamado 
de individualidade, ou seja, que 
determinados elementos sejam 
específicos daquele indivíduo e di-
ferentes dos demais. 
• Imutabilidade: São as característi-
cas que não mudam e não se alte-
ram ao longo do tempo. 
• Perenidade: Consiste na capaci-
dade de certos elementos resisti-
rem à ação do tempo, e que per-
manecem durante toda a vida, e 
até após a morte, como por exem-
plo o esqueleto. 
• Praticabilidade: Um processo 
que não seja complexo, tanto na 
obtenção como no registro dos 
caracteres. 
• Classificabilidade: Este requisito 
é muito importante, pois é neces-
sária certa metodologia no arqui-
vamento, assim como rapidez e 
facilidade na busca dos registros.
O material de estudo para o processo 
de identificação pode ser o vivo (de-
saparecidos, pacientes mentais des-
memoriados, menores de idade, recu-
sa de identidade), o morto (desastres 
de massa, cadáveres sem identifica-
ção, mutilados, estados avançados 
de putrefação e restos cadavéricos) 
ou os restos mortais (decomposição 
em fase de esqueletização, esquele-
tos e ossos isolados).
Utilizam-se comumente dois proces-
sos na identificação: um médico (a 
identificação médico-legal) e outro 
policial (a identificação judiciária ou 
4ANTROPOLOGIA FORENSE
policial). O primeiro, evidentemente, 
requer conhecimentos de Medicina 
e demais ciências correlatas; o se-
gundo, não sendo de natureza mé-
dica, dispensa esses conhecimentos 
e diz respeito à Antropometria e à 
Dactiloscopia.
SE LIGA! É necessário que se diferencie 
o reconhecimento da identificação. O 
primeiro significa apenas o ato de certi-
ficar-se, conhecer de novo, admitir como 
certo ou afirmar conhecer. É, pois uma 
afirmação leiga, de um parente ou co-
nhecido, sobre alguém que se diz co-
nhecer ou de sua convivência.
Já a identificação é um conjunto de 
meios científicos ou técnicas especí-
ficas empregados para que se obtenha 
uma identidade. É um procedimento 
médico-legal cuja finalidade é afirmar 
efetivamente por meio de elementos 
antropológicos ou antropométricos que 
aquele indivíduo é ele mesmo e não 
outro. 
2. IDENTIFICAÇÃO 
MÉDICO-LEGAL
Poderá ser feita no vivo, no cadáver 
inteiro ou esquartejado, ou ainda re-
duzido a fragmentos ou a simples 
ossos. Examina-se, sumariamente, a 
espécie, a etnia, o sexo, a estatura, a 
idade, a identificação pelos dentes, 
o peso e conformação, as malfor-
mações, os sinais profissionais e os 
sinais individuais (como as cicatri-
zes, os tipos sanguíneos, as tatua-
gens, os pertences, como no caso de 
próteses, etc.).
Os sinais e dados a serem utilizados 
na identificação devem ser elemen-
tos sinaléticos, que em conjunto são 
capazes de identificar um indivíduo. 
O conjunto de elementos sinaléticos 
deve preencher aos cinco quesitos 
técnicos: Unicidade, Imutabilida-
de, Perenidade, Praticabilidade e 
Classificabilidade.
Espécie
Quando se encontra um animal, vivo 
ou morto, com configuração normal, a 
identificação se apresenta como tarefa 
fácil. Às vezes, no entanto, podem-se 
surpreender fragmentos ou partes de 
seu corpo, inspirando maiores cuidados 
na sua distinção com restos humanos. 
Este estudo pode ser realizado a par-
tir da análise do esqueleto encon-
trado. A distinção entre os ossos de 
animais e do homem é feita de início, 
morfologicamente, pelo exame de 
suas dimensões e caracteres que os 
tornam diferentes. Microscopicamen-
te, a diferença é dada pela análise da 
disposição do tamanho dos canais 
de Havers, que são em menor núme-
ro e mais largos no homem, com até 8 
por mm2. Nos animais, são mais es-
treitos, redondos e mais numerosos, 
chegando a 40 por mm2 (Tabela 1). 
Pode ser feita a distinção também pe-
las reações biológicas, usando-se as 
provas de anafilaxia, fixação do com-
plemento e soroprecipitação, análise 
sanguínea, etc.
5ANTROPOLOGIA FORENSE
CARACTERÍSTICAS HUMANO ANIMAL
Forma Elíptica ou irregular Circular
Diâmetro 30 a 150 micras 20 a 25 (< 100 micras)
Número 8 a 10 por mm2 Muito superior ao homem, chegando a 40 por mm2
Tabela 1. Características dos canais de Havers no humano e no animal. Fonte: Adaptado de França (2015)
Perfil facial prognata; fronte alta, 
saliente, arqueada. Íris castanha. 
Nariz pequeno, de perfil côncavo 
e narinas curtas e afastadas. Zigo-
mas salientes. Prognatismo acen-
tuado. Mento pequeno.
• Tipo indiano: Pele amarela triguei-
ra, tendendo para o avermelhado. 
Estatura alta. Cabelos lisos como 
crina de cavalo, pretos. Íris casta-
nha. Crânio mesocéfalo. Supercí-
lios espessos. Ausência de barba 
e bigode. Orelhas pequenas. Nariz 
saliente, longo e estreito. Fronte 
vertical. Zigomas salientes e lar-
gos. Mandíbula desenvolvida.
• Tipo australoide: Estatura alta. 
Pele trigueira. Cabelos pretos, on-
dulados e longos. Fronte estreita. 
Zigomas proeminentes. Nariz curto 
com narinas afastadas. Prognatis-
mo, maxilar e alveolar. Dentes for-
tes. Maxilares desenvolvidos. Cin-
tura escapular larga; bacia estreita.
Etnia
São muitas as classificações das et-
nias. A classificação de Ottolen-
ghi considera cinco tipos étnicos 
fundamentais: 
• Tipo caucásico: Pele branca ou 
trigueira. Cabelos crespos ou lisos, 
louros ou castanhos. Íris azul ou 
castanha. Contorno crânio-facial 
ovoide ou ovoide poligonal. Per-
fil facial ortognata e ligeiramente 
prognata.
• Tipo mongólico: Pele amarela. 
Cabelos lisos. Face achatada de 
diante para trás. Fronte larga e 
baixa. Arcadas superciliares pouco 
salientes. Espaço interorbital largo. 
Fenda palpebral pouco ampla, em 
amêndoa. Nariz curto, largo. Maxi-
lares pequenos e mento saliente.
• Tipo negroide: Pele negra. Cabe-
los crespos, em tufos. Crânio ge-
ralmente dolicocéfalo (Figura 1). 
6ANTROPOLOGIA FORENSE
Figura 1. Classificação do crânio de acordo com a relação entre a sua largura e o seu comprimento. Fonte: Croce (2012)
no entanto, no pseudo-hermafroditis-
mo, no vivo ou no cadáver putrefei-
to, ou no carbonizado, ou reduzido a 
esqueleto. 
O crânio e o tórax propiciam elementos 
de presunção. O crânio feminino tem 
a fronte mais vertical, a articulação 
frontonasal curva, saliências ósseas 
e as apófises mastoides e estiloides 
menos desenvolvidas que o crânio 
masculino (Figura 2). De modo geral, 
aceita-se a capacidade do crânio femi-
nino correspondendo a nove décimos 
da capacidade do masculino.
Dolicocéfalo Mesaticéfalo Braquicéfalo
SE LIGA! Na prática, por conta da mis-
cigenação, principalmenteaqui no Bra-
sil, não se costuma utilizar os parâme-
tros do esqueleto para a identificação 
da etnia no processo de identificação 
médico-legal. 
Sexo
Determinar o sexo no vivo e no ca-
dáver recente e sem mutilações do 
aparelho reprodutor e dos caracteres 
sexuais secundários, habitualmente, 
não oferece dificuldade. Não é assim, 
SAIBA MAIS! 
Para a determinação da capacidade do crânio, obtura-se os seus orifícios e o mesmo é pre-
enchido com chumbo miúdo. Após isto, as microesferas necessárias para o seu enchimento 
são postas em vaso graduado em centímetros cúbicos, determinando-se, desta forma, o vo-
lume em capacidade do crânio em questão. 
7ANTROPOLOGIA FORENSE
O tórax na mulher tende à forma 
ovoide, mais achatado no sentido an-
teroposterior, e no homem, à forma 
conoide. Na mulher, a capacidade 
torácica é menor e as apófises trans-
versas das vértebras dorsais mos-
tram-se mais dirigidas para trás. 
O útero persiste, algumas vezes, nos 
grandes incêndios, sendo possível a 
demonstração histológica no útero 
carbonizado. Esse órgão pode, tam-
bém, resistir à putrefação adiantada. 
É a pelve, contudo, que fornece os 
caracteres diferenciais mais impor-
tantes (Figura 3). A pelve feminina 
tem constituição mais frágil que a do 
homem e maiores os diâmetros trans-
versais; a grande e a pequena bacia, 
mais largas, o sacro mais baixo e côn-
cavo somente na sua metade inferior, 
o ângulo sacrovertebral mais fechado 
(107º), o forame obturador maior e 
triangular e o ângulo subpubiano am-
plo, com cerca de 110º. A inclinação 
da sínfise vertical é menos pronuncia-
da na mulher. As dimensões verticais 
da bacia masculina sobrepujam as 
correspondentes da bacia feminina. 
A partir da puberdade, o ângulo for-
mado pela diáfise femoral e o plano 
dos côndilos é de 80º para o homem 
e de 76º para a mulher.
Feminino Masculino
Figura 2. Diferenças entre os crânios feminino e masculino
8ANTROPOLOGIA FORENSE
Figura 3. Diferenças entre as pelves feminina e masculina. Fonte: Disponível em <https://br.pinterest.com/
pin/337840409538451893/> Acesso em 17/06/20
intra-articulares, e, no esqueleto em 
posição normal, deve-se aumentar, 
nessa medida total, 6 cm correspon-
dentes às partes moles destruídas. É 
obviamente um cálculo empírico. 
Porém, quando se dispõem apenas 
dos ossos longos dos membros, po-
de-se alcançar a estatura baseada na 
tábua osteométrica de Broca (Tabe-
la 2). Basta multiplicarmos o compri-
mento de um dos ossos longos pelos 
seus índices, para nos aproximarmos 
da sua altura quando vivo. Para este 
mesmo fim, pode-se lançar mão tam-
bém das tabelas de Étienne-Rollet, 
de Trotter e Gleser, de Mendonça 
ou de Lacassagne e Martin.
Estatura
É a altura total do indivíduo. Varia com 
a raça, idade, sexo, desenvolvimento 
do indivíduo, influências hormonais 
etc. Há certa correlação entre a esta-
tura e a idade. As mulheres, em geral, 
são de menor estatura que os homens. 
A estatura é medida no vivo, de pé, 
pelo antropômetro; no cadáver e nas 
crianças as medidas são tomadas em 
decúbito dorsal por dois planos ver-
ticais que passam pelo vértice e pela 
planta dos pés. Detalhe técnico impor-
tante: no cadáver, deve-se subtrair 16 
mm da medida total, correspondente 
ao achatamento natural dos discos 
intervertebrais sobre as cartilagens 
 FÊMUR TÍBIA FÍBULA ÚMERO RÁDIO ULNA
HOMENS 3,66 4,53 4,58 5,06 6,86 6,41
MULHERES 3,71 4,61 4,66 5,22 7,16 6,66
Tabela 2. Tábua osteométrica de Broca. Fonte: Adaptado de França (2015)
9ANTROPOLOGIA FORENSE
Idade
São as seguintes as fases etárias da 
vida humana:
• Vida intrauterina: Embrião (até o 
3º mês) e feto (até o parto);
• Infante nascido: O nascido que 
ainda não recebeu cuidados 
higiênicos;
• Recém-nascido: O nascido que 
recebeu cuidados higiênicos;
• 1ª infância: Até os 7 anos;
• 2ª infância: Dos 8 aos 11 anos;
• Adolescência: Dos 12 aos 18 
anos;
• Mocidade: Dos 19 aos 21 anos;
• Idade adulta: Dos 22 aos 60 anos;
• Velhice: Dos 61 aos 80 anos;
• Senilidade: Depois dos 80 anos.
SE LIGA! Lactente é o nome dado em 
pediatria à criança de 0 a 1 ano. Para a 
Medicina Legal, lactente é a criança que 
mama, sendo um estado fisiológico que 
não diz respeito à idade cronológica. 
A determinação da idade é imprescin-
dível tanto para o foro civil como para 
o foro criminal, quando faltar a certi-
dão de nascimento. O aspecto exterior 
possibilita no vivo e no cadáver íntegro 
uma avaliação aproximada da idade. 
Deste modo, não é difícil distinguir-se 
uma criança de um adulto ou de um 
velho. É no período de transição das 
fases etárias da vida humana que sur-
gem as dificuldades, pois a aparência 
do indivíduo modifica-se paulatina-
mente com o passar dos anos.
Na infância, em geral, o corpo é cober-
to de tênue penugem; no homem pú-
bere, aparecem pelos no púbis e nas 
axilas dos 13 aos 15 anos e no ros-
to aos 16 anos, abundando na idade 
adulta, notadamente na linha mediana 
abdominal e ao redor das aréolas ma-
márias. Na mulher, os pelos pubianos 
costumam surgir dos 12 aos 13 anos 
e os axilares dos 14 aos 15 anos. 
A calvície e os cabelos brancos sur-
gem com certa irregularidade crono-
lógica. As rugas, a flacidez, a secura 
e a pigmentação da pele e nos olhos 
(arco senil, que não é sempre cons-
tante e senil) são sinais de velhice. 
10ANTROPOLOGIA FORENSE
SAIBA MAIS! 
O arco senil, semitranslúcido e acinzentado, consiste numa faixa circular na periferia da íris 
(Figura 4). É composto de colesterol, triglicérides e fosfolípides, sendo mais constantes nos 
diabéticos e hipertensos. Pode ou não aparecer acima dos 45 anos (20%), mostrando-se 
presente em 100% dos octogenários; é de maior frequência na raça negra, no sexo masculino 
e nos brasileiros. 
Dificilmente diagnosticável no cadáver sem os recursos de coloração específica, se presente, 
é mais acentuado no morto do que no vivo; se posto ao lado de outros meios de prova, tem 
valor relativo para a determinação da idade. 
Figura 4. Arco senil. Fonte: Disponível em <https://maiscru.pt/store/content/55-newsletter201> Acesso em 
17/06/20
No cadáver colaboram na determina-
ção da idade observações relativas ao 
desenvolvimento e lesões dos órgãos. 
Indicam senilidade a diminuição do 
peso dos órgãos em geral e o au-
mento da próstata. Cicatrizes no colo 
do útero e a presença de corpo amare-
lo no ovário oferecem subsídios valio-
sos sobre a vida sexual da mulher. 
Esqueleto: O estudo dos ossos do 
crânio tem relativa importância. O crâ-
nio infantil tem seis fontanelas. Destas 
Para a avaliação da idade no indivíduo 
vivo, pode-se considerar as alterações 
inerentes ao envelhecimento. A dimi-
nuição da acuidade visual pela pres-
biopia e também pela opacificação dos 
cristalinos ocorre a partir dos 40 anos. 
Observam-se ainda a diminuição da 
audição, natural e gradativa, a partir 
dos 50 anos, e a dos órgãos genitais 
e dos caracteres sexuais secundários 
coincidindo em etapas e períodos re-
lacionados com a idade. 
11ANTROPOLOGIA FORENSE
fontanelas as duas mais importantes 
são a grande fontanela ou breg-
mática e a pequena fontanela ou 
lambdoide. A primeira é formada pela 
confluência da sutura interparietal ou 
sagital, posteriormente, das suturas 
interparietais, lateralmente, e da sutu-
ra metópica ou mediofrontal, anterior-
mente. Tem forma triangular. A fonta-
nela lambdoide é também triangular e 
formada pela união da sutura sagital e 
das duas suturas parietoccipitais. 
Existem também no crânio, 
lateralmente, as fontanelas 
ptéricas, união do temporal, 
esfenoides, parietal e fron-
tal, e as fontanelas astéri-
cas (duas de cada lado), na 
união dos parietais com os 
temporais. Essas seis fonta-
nelas ou “moleiras” desapa-
recem entre 1 ano e 1 ano 
e meio por interpenetração 
dos ossos, dando lugar às 
suturas. As suturas se tor-
nam completas a partir dos 
45 anos, e se fundem e se 
integram aos ossos no crâ-
nio senil. 
O estudo radiológico do sis-
tema ósseo (punho, cotovelo, 
úmero, fêmur, joelho, bacia, 
crânio) tem grandeimportân-
cia na determinação da idade 
(Figura 5). Este estudo per-
mite uma razoável avaliação 
cronológica do indivíduo, prin-
cipalmente até os 21 anos, 
período esse em que o exame pericial 
radiográfico é mais solicitado. O estudo 
radiológico se debruça sobre o apareci-
mento cronológico dos pontos de ossi-
ficação, o completo desenvolvimento e 
soldadura dos ossos, seu achatamento 
e rarefação, as fontanelas nas crian-
ças, o período osteossutural no adulto 
e perturbações tróficas, como adelga-
çamento da díploe e atrofia da tábua 
externa, na senilidade.
Figura 5. Determinação da idade óssea por meio do estudo radiológico 
do punho. Fonte: Disponível em <http://www.rajeun.net/boneage.html> 
Acesso em 17/06/20
12ANTROPOLOGIA FORENSE
Deste modo, a posição e as caracte-
rísticas de cada dente, seja ele tempo-
rário ou permanente; as cáries em sua 
precisa localização; a ausência recen-
te ou antiga de uma ou várias peças; 
os restos radiculares; a colocação de 
uma prótese ou de um aparelho orto-
dôntico; os detalhes de cada restau-
ração; a condição dos dentes no que 
diz respeito a cor, erosão, limpeza e 
malformações: tudo é importante no 
processo de uma identificação.
Identificação pelos dentes
A identificação pela arcada dentá-
ria é algo relevante, principalmente 
em se tratando de carbonizados ou 
esqueletizados. Para tanto, é preciso 
dispor de uma ficha dentária ante-
rior fornecida pelo dentista da vítima 
(Figura 6). Essa ficha é o instrumento 
mais importante para a identificação 
de desconhecidos ou vítimas de ca-
tástrofes de qualquer espécie.
Figura 6. Exemplo de 
ficha odontológica. Fonte: 
Disponível em <https://
www.odontoimpress.
com.br/loja/produto-
-238252-1290-ficha_cli-
nica_pequena_ref_3260> 
Acesso em 17/06/20
13ANTROPOLOGIA FORENSE
o pé torto, a consolidação viciosa de 
uma fratura, uma mama supranume-
rária, um desvio de coluna, a polidac-
tilia, a sindactilia, entre outros, são 
usados como meios acessórios de 
uma identificação.
As cicatrizes são caracteres valiosos 
para ajudar numa identificação indi-
vidual. Devem ser estudadas quanto 
à forma, região, dimensões, colorido, 
resistência e mobilidade. Têm inte-
resse não apenas quanto à identifica-
ção, mas também no que se refere a 
fatos ocorridos anteriormente. Essas 
cicatrizes podem ser traumáticas, 
por ação de agentes mecânicos, por 
queimaduras ou por ação de cáusti-
cos; patológicas, como as da vacina 
ou da varíola; e, finalmente, cirúrgicas.
Os sinais profissionais são estigmas 
deixados pela constância de um tipo 
de trabalho, por exemplo, a calosida-
de dos sapateiros e alfaiates, o calo 
dos lábios dos trompetistas, os calos 
nos dedos dos violonistas, etc.
Outros elementos para a 
identificação médico-legal
Há certos sinais particulares que, 
mesmo não identificando uma pes-
soa, servem para excluí-la. Desta for-
ma, todo e qualquer sinal apresenta-
do por alguém é útil para ajudar na 
busca de sua identificação. O nevo, 
as manchas, as verrugas, enfim, 
todo e qualquer sinal individual influi 
intensamente nas medidas iniciais 
para uma identificação.
As tatuagens são feitas através de 
perfurações com agulhas, escarifica-
ção ou incisão com o intuito de infil-
trar, na derme, substâncias corantes 
e deixar gravado um desenho deseja-
do. Elas podem ajudar no processo de 
identificação médico-legal.
As malformações são características 
relevantes em um processo de iden-
tificação quando não há outros ele-
mentos de maior valia. O lábio lepo-
rino, o genus valgus, o genus varus, 
14ANTROPOLOGIA FORENSE
MAPA MENTAL IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL
Tenta-se identificar:
IDENTIFICAÇÃO 
MÉDICO-LEGAL
A espécie
Requer conhecimentos de Medicina e 
demais ciências correlatas, podendo 
ser feita no vivo, no cadáver inteiro 
ou esquartejado, ou ainda reduzido a 
fragmentos ou a simples ossos
A distinção entre os ossos de animais e do homem 
é feita pelo exame de suas dimensões e caracteres 
que os tornam diferentes. Microscopicamente, a diferença 
é dada pela análise dos canais de Havers
Na prática, por conta da miscigenação, 
principalmente aqui no Brasil, não se costuma utilizar 
os parâmetros do esqueleto para a identificação da etnia 
no processo de identificação médico-legal
Quando se dispõem apenas dos ossos 
longos dos membros, pode-se alcançar a estatura 
baseada na tábua osteométrica de Broca 
A identificação de malformações, de sinais profissionais e dos 
sinais individuais (como as cicatrizes, os tipos sanguíneos, as tatuagens, 
os pertences, como no caso de próteses, etc.) podem ajudar
O crânio e o tórax propiciam elementos de 
presunção. É a pelve, contudo, que fornece os 
caracteres diferenciais de sexo mais importantes 
O estudo radiológico do sistema ósseo tem grande 
importância na determinação da idade, se debruçando 
sobre o aparecimento cronológico dos pontos de 
ossificação 
A etnia
O sexo
A estatura
A idade
Identificação pela arcada dentária
15ANTROPOLOGIA FORENSE
3. IDENTIFICAÇÃO 
JUDICIÁRIA
O processo de identificação judiciá-
ria (ou policial) se utiliza de dados an-
tropométricos e antropológicos para a 
identidade civil e caracterização dos 
criminosos, quer primários, quer rein-
cidentes. A metodologia utilizada na 
identificação judiciária dispensa os 
conhecimentos médicos, sendo, en-
tretanto, aconselháveis os conheci-
mentos médico-legais teóricos para 
o desempenho dos profissionais que 
atuam no processo. Esse processo é 
efetuado por peritos em identificação. 
Dentre os vários métodos de identi-
ficação judiciária, destacaremos a fo-
tografia simples, fotografia sinalé-
tica, o retrato falado e o sistema 
dactiloscópico de Vucetich. 
Fotografia simples e fotografia 
sinalética
A fotografia simples é utilizada na 
confecção das cédulas de identifica-
ção (documentos com foto). Também 
costuma ser empregada como meio 
de reconhecimento. 
A fotografia sinalética foi preconi-
zada por Bertillon e consiste numa 
técnica que se resume em fotografar 
de frente e de perfil o indivíduo, na re-
dução fixa de 1/7. As fotografias obti-
das dessa forma eram superpostas e 
comparadas em seus menores deta-
lhes, como estatura da fronte, aspecto 
da fenda palpebral, diâmetros da boca 
e do nariz, altura do pavilhão auricu-
lar, entre outros, para a realização da 
identificação judiciária. 
Apesar das contribuições que as fo-
tografias dão ao trabalho policial nas 
questões do reconhecimento de pes-
soas procuradas, elas apresentam 
vários inconvenientes, entre os quais: 
dificuldade de classificação, altera-
ções dos traços fisionômicos com 
o decorrer dos anos e o problema 
dos sósias. Assim, como método 
de identificação, as fotografias ca-
recem de unicidade, imutabilidade e 
classificabilidade.
Retrato falado
O retrato falado é obtido pela descri-
ção analítica dos caracteres antropo-
lógicos, morfológicos e cromáticos da 
face, de frente e de perfil direito, no que 
se refere à fronte, nariz e orelha, su-
percílios, cabelos, barba, bigode, rugas, 
tatuagens, cicatrizes, nevos, verrugas, 
pálpebras, órbitas, olhos e sua cor, tudo 
codificado em expressões convencio-
nais: pequeno, médio e grande. 
As testemunhas relatam uma série de 
pormenores até formar uma fisionomia 
que, em certas ocasiões, coincide qua-
se precisamente com o real. Hoje, pro-
gramas computacionais permitem que 
o perito, atendo-se a uma descrição ri-
gorosa do indivíduo, confeccione o re-
trato falado a distância, com um maior 
grau de fidedignidade (Figura 7). 
16ANTROPOLOGIA FORENSE
O retrato falado não é meio de prova; 
é tão somente um importante méto-
do auxiliar nas investigações policiais. 
Importa saber que, por não haver dois 
olhos absolutamente iguais e as ore-
lhas guardarem sempre as mesmas 
características do nascimento até a 
morte, ambos os órgãos constituem 
valiosos elementos sinaléticos.
Figura 7. Retrato falado produzido por meio digital. 
Fonte: Disponível em <https://www.pcdf.df.gov.br/
noticias/8340> Acesso em 17/06/20Sistema dactiloscópico de 
Vucetich
Este processo de identificação foi cria-
do em 1891 e instituído oficialmente 
no Brasil em 1903, consistindo em 
um dos métodos mais eficientes da 
ciência da identidade. Juan Vucetich 
definiu Dactiloscopia como “a ciên-
cia que se propõe a identificar as pes-
soas, fisicamente consideradas, por 
meio das impressões ou reproduções 
físicas dos desenhos formados pelas 
cristas papilares das extremidades 
digitais”.
Chama-se de desenho digital ao 
conjunto de cristas e sulcos existentes 
nas polpas dos dedos, apresentando 
muitas variedades; e de impressão 
digital ao reverso do desenho, exi-
bindo-se como um ajuntamento de 
linhas brancas e pretas sobre deter-
minado suporte (por exemplo, a im-
pressão deixada no papel pelo pole-
gar coberto com tinta preta).
Um dos elementos mais importantes 
do desenho digital é o delta (Figura 
8): pequeno ângulo ou triângulo for-
mado pelo encontro dos três siste-
mas de linhas. O delta é a caracterís-
tica fundamental na classificação de 
uma impressão digital. Esta, todavia, 
põe à vista dois ou três sistemas li-
neares: nuclear, basilar e marginal; a 
união destes que forma o delta. 
O sistema nuclear é representado 
por linhas colocadas entre as basila-
res e as marginais. O sistema mar-
ginal é constituído pelas linhas su-
periores que sobrepõem o núcleo. E 
o sistema basilar é composto pelas 
linhas que ficam na base da impres-
são digital, isto é, abaixo do núcleo.
17ANTROPOLOGIA FORENSE
Figura 8. Impressão digital. 
Fonte: Disponível em <ht-
tps://www.researchgate.
net/figure/Figura-2-Im-
pressao-digital-com-
-Presilha-apresentando-
-um-nucleo-e-um-del-
ta_fig19_316997554> 
Acesso em 17/06/20
pela letra V, no caso do polegar, ou 
pelo algarismo 4, para os demais de-
dos); Presilha externa (representado 
pela letra E ou pelo algarismo 3); Pre-
silha interna (representado pela letra 
I ou pelo algarismo 2); e Arco (repre-
sentado pela letra A ou pelo algaris-
mo 1). Anotam-se com x os desenhos 
com defeito, por cicatrizes ou outra 
qualquer alteração, e, por 0 (zero), as 
amputações (Figura 9). 
A individual dactiloscópica é a su-
cessão das letras e algarismos que 
configuram os tipos fundamentais de 
uma pessoa a partir do polegar direito 
até o mínimo esquerdo, representada 
através de uma fração que tem como 
numerador a mão direita, e denomi-
nador a mão esquerda.
A presença de um, ou dois, ou nenhum 
delta numa impressão digital estabe-
lece os quatro tipos fundamentais do 
Sistema Dactiloscópico de Vuceuch: 
Verticilo: Presença de dois deltas e 
um núcleo central. 
• Presilha externa: Presença de um 
delta à esquerda do observador e 
de núcleo voltado em sentido con-
trário ao delta.
• Presilha interna: Presença de um 
delta à direita do observador e de 
núcleo voltado à esquerda.
• Arco: Ausência de deltas e apenas 
com sistema de linhas basilares e 
marginais. Não tem núcleo.
Esses tipos essenciais são simboli-
camente representados por letras 
maiúsculas para os polegares e por 
algarismos para o restante dos de-
dos. Assim: Verticilo (representado 
18ANTROPOLOGIA FORENSE
SE LIGA! Se a individual dactiloscópica 
de um indivíduo é traduzida pela seguin-
te fração: V-3334 / I-2221, teremos:
Mão direita:
V - Verticilo - polegar direito; 
3 - Presilha externa - indicador direito; 
3 - Presilha externa - médio direito; 
3 - Presilha externa - anular direito; 
4 - Verticilo - mínimo direito; 
Mão esquerda:
I - Presilha interna - polegar esquerdo; 
2 - Presilha interna - indicador esquerdo; 
2 - Presilha interna - médio esquerdo; 
2 - Presilha interna - anular esquerdo; 
1 - Arco - mínimo esquerdo. 
Figura 9. Impressões digitais 
de um indivíduo. Fonte: Croce 
(2012)
19ANTROPOLOGIA FORENSE
MAPA MENTAL IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA
Se utiliza de dados antropométricos e 
antropológicos para a identidade civil e 
caracterização dos criminosos, quer 
primários, quer reincidentes
Identificação 
judiciária
Métodos de identificação judiciária
Dispensa os conhecimentos médicos, sendo, 
entretanto, aconselháveis os conhecimentos 
médico-legais teóricos para o desempenho 
dos profissionais que atuam no processo
A fotografia simples é utilizada na 
confecção das cédulas de identificação 
(documentos com foto). Também costuma ser 
empregada como meio de reconhecimento.
A fotografia sinalética consiste em fotografar 
de frente e de perfil o indivíduo, na redução fixa 
de 1/7. As fotografias obtidas dessa forma eram 
superpostas e comparadas em seus menores detalhes 
para a realização da identificação judiciária
O retrato falado é obtido pela descrição 
analítica dos caracteres antropológicos, morfológicos 
e cromáticos da face, de frente e de perfil direito
A dactiloscopia é a ciência que se propõe a 
identificar as pessoas por meio das impressões ou 
reproduções físicas dos desenhos formados pelas 
cristas papilares das extremidades digitais
20ANTROPOLOGIA FORENSE
MAPA MENTAL FINAL
Reconhecimento significa apenas o ato 
de certificar-se, conhecer de novo, admitir 
como certo ou afirmar conhecer. É, pois 
uma afirmação leiga, de um parente ou 
conhecido, sobre alguém que se diz 
conhecer ou de sua convivência.
Antropologia 
Forense
A identificação é a determinação da 
identidade, ou seja, da individualidade. 
É a demarcação da individualidade. E, para 
fazê-la, ela se serve de um conjunto de 
diligências, numa sucessão de atos sobre o 
vivo, o morto, animais e coisas
É o ramo da Medicina Legal que estuda a 
identidade e identificação do ser humano 
através de um processo técnico-cientifico 
organizado de individualização da idade, do 
sexo, do padrão racial e da estatura, etc.
Conceitua-se identidade como o conjunto 
de caracteres que individualiza uma pessoa 
ou uma coisa, fazendo-a distinta das demais. 
É um elenco de atributos que torna alguém 
ou alguma coisa igual apenas a si próprio
Para uma identificação 
eficiente, deve-se priorizar a 
análise das características do indivíduo 
que possuam certas propriedades
Unicidade
Imutabilidade
Praticabilidade
Classificabilidade
Perenidade
21ANTROPOLOGIA FORENSE
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
Croce D & Croce Jr D. Manual de medicina legal. 8. ed. — São Paulo: Saraiva, 2012.
França GV. Medicina legal. 10. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
Martins CL. Medicina legal. 4.ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
22ANTROPOLOGIA FORENSE

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