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4 SEM TREIN E DESENV UNID 6 Capital Intelectual e a Gestão do Conhecimento Introdução • Será que informação e conhecimento possuem o mesmo significado? A respeito desse tema, podemos dizer que a informação e o conhecimento podem parecer ter significados semelhantes, mas fazem muita diferença na gestão organizacional. Atualmente, as pessoas possuem livre acesso à informação sobre qualquer assunto na internet, entretanto, essa informação precisa possuir algum valor. Para as organizações, as informações devem ser filtradas, de forma que possam ser articuladas e aplicadas para possíveis soluções, desde as mais simples até as mais aprimoradas. São as capacidades de realizar, executar e criar que realmente geram real valor para a organização e, para isso, precisamos de: conhecimento. Com base no atual contexto em que estão inseridas as organizações, o conhecimento é um fator imprescindível para o sucesso organizacional. Mas isso não se aplica somente a empresas privadas ou com fins lucrativos, é aplicado aos mais diversos setores, pois o conhecimento dos colaboradores gera capital intelectual para a empresa. Você Sabia? Capital intelectual é o conjunto de conhecimentos e informações, ou seja, a soma do capital humano e o capital estrutural. Pode ser definido como sendo a inteligência, a habilidade e os conhecimentos humanos. As práticas tradicionais de educação corporativa têm encontrado cada vez mais limitações em um contexto de intensas mudanças no mercado e diante de novos hábitos dos profissionais. Mas a abordagem de gestão do conhecimento junto à educação corporativa pode promover um aumento na geração de valor. O contexto central da gestão do conhecimento nas organizações, e consequentemente na educação corporativa, é de aproveitar os recursos já existentes para serem empregados de maneiras práticas. Com a velocidade que caminha o mundo moderno, as empresas estão atentas para importância de aplicarem uma das potenciais ferramentas de atração, desenvolvimento e retenção de talentos por meio do treinamento e desenvolvimento de seus colaboradores, associadas à satisfação no trabalho e crescimento intelectual. Capital Intelectual X Gestão do Conhecimento e da Informação Na Era da Informação, o conhecimento está se transformando no recurso organizacional mais importante das empresas. Considerado como uma riqueza muito mais importante e crucial do que o dinheiro, atualmente, o capital financeiro, que predominou na Era Industrial, está cedendo lugar para o capital intelectual, como a base fundamental das operações empresariais. Você Sabia? Em um mundo onde os tradicionais fatores de produção – natureza, capital e trabalho – já esgotaram e enfraqueceram a sua contribuição para os negócios, as empresas estão investindo pesadamente no capital intelectual para aumentarem a sua vantagem competitiva. Há empresas que são altamente competitivas, de grande valor de mercado, e exclusivamente com um grande montante de capital intelectual, que valoriza a empresa e estimula que investidores estejam dispostos a pagar além do valor de mercado por esse diferencial. Como é o caso da Microsoft – colocada em 161º lugar em termos de faturamento –, que chegou a ser a empresa com maior valor de mercado do mundo: ela vale em bolsa cerca de 100 vezes o valor de seu ativo tangível (CHIAVENATO, 2009, p. 3). A valorização do capital intelectual tem sido de grande importância para as organizações, tendo em vista que criatividade e inovação são possíveis através de ideias, que provêm do conhecimento; e o conhecimento está na cabeça das pessoas (CHIAVENATO, 2009). O fato é que as empresas bem-sucedidas estão se transformando em organizações educadoras e em organizações do conhecimento, onde a aprendizagem organizacional é incrementada e desenvolvida por meio de processos inteligentes de gestão do conhecimento. Nessas empresas, a Área de Recursos Humanos (ARH) está totalmente comprometida em incrementar o capital intelectual e aplicá-lo cada vez mais. Conforme Stewart (1998, p. 25), “o Capital Intelectual equivale a um conjunto de informações e conhecimentos encontrados nas organizações, em que agregam ao produto e / ou serviços valores mediante a aplicação da inteligência, e não do capital monetário”. Já na visão dos autores Edvinsson e Malone (1998, p. 19), “capital intelectual é um capital não financeiro que representa a lacuna oculta entre o valor de mercado e o valor contábil. Sendo, portanto, a soma do Capital Humano e do Capital Estrutural”. Analisando dessa maneira, a fórmula do capital intelectual seria: Capital Intelectual = Capital Humano + Capital Estrutural. • Capital Humano: são qualificações, habilidades, conhecimento e a criatividade das pessoas. • Capital Estrutural: é a parte que pertence à empresa, como os bancos de dados e os manuais de procedimentos. Para Sveiby (1998), o capital intelectual é composto dos seguintes ativos intangíveis: • Uma nova visão do homem, do trabalho e da empresa (com estrutura horizontalizada, enxuta e de poucos níveis hierárquicos); • Organização voltada para processos, e não por funções especializadas e isoladas; • Necessidade de atender ao usuário – interno e externo – e, se possível, encantá-lo; • Sintonia com o ritmo e a natureza das mudanças ambientais; • Criação de condições para uma administração participativa e baseada em equipes (com valores como flexibilidade, dinamismo, proatividade, inovação e da criatividade). Na concepção de Sullivan (2000), a evolução e a importância dos intangíveis para as organizações foram decorrência do aperfeiçoamento de técnicas e métodos para o gerenciamento de capital intelectual. Sullivan (2000) e Pacheco (2005) identificam três diferentes origens do que se tornou o movimento de gerenciamento de capital intelectual, são elas: 1. Ocorreu no Japão, com o estudo desbravador de Hiroyuki Itami, que, no início da década de 1980, analisou o efeito dos ativos ocultos sobre a administração das corporações japonesas; 2. Ocorreu por meio do trabalho de um grupo de economistas com variadas tendências, buscando uma visão diferente, que pode ser defi nida como Teoria da Empresa, o que trouxe contribuições de economistas, em 1980, como Penrose, Rumelt, Wemerfelt, entre outros; 3. Ocorreu na Suécia, marcado pela pesquisa de Sveiby, em 1970, a qual tratou da dimensão do capital humano no capital intelectual; ao fazê-lo, forneceu uma rica visão da avaliação do empreendimento baseada nas competências e conhecimentos de seus empregados. Para Bukh et al. (2003), os ativos intangíveis, componentes do capital intelectual de uma empresa, interagem frequentemente com os ativos tangíveis ou financeiros para criar valor corporativo de crescimento econômico. Isso pode ser observado, por exemplo, no caso de uma marca (ativo intangível) que valoriza um determinado produto da empresa (ativo tangível). Capital Humano · Know-how; · Educação; · Qualificação vocacional; · Conhecimento relacionado ao trabalho; · Avaliações ocupacionais; · Avaliações psicométricas; · Competências relacionadas ao trabalho; · Empreendedorismo, inovação, capacidades proativas e reativas. Capital Relacional · Acordos de franquias; · Clientes; · Fidelidade do cliente; · Nomes de companhias; · Pedidos em carteira; · Canais de distribuição; · Colaborações comerciais; · Acordos de licenciamento; · Contratos favoráveis. Capital Estrutural Propriedade Intelectual Ativos de Infraestrutura Patentes; Filosofia gerencial; Direitos autorais; Cultura corporativa; Direitos de projeto; Processos gerenciais; Segredos industriais; Sistemas de informação; Marcas registradas. Sistemas de rede Know-how: significa habilidade adquirida pela experiência; saber prático. De acordo com Coser (2012), os três elementos do capital intelectual podem ser denominados: 1. Capital humano: “recursos humanos”; “competência dos empregados”; “pessoas”; 2. Capital estrutural:“capital organizacional”; “ativos intelectuais”; “estrutura interna”; 3. Capital relacional: “capital cliente”; “estrutura externa”. Há diferenças entre capital intelectual e capital humano. Podemos considerar que o capital intelectual são as riquezas e os patrimônios acumulados pelas empresas por meio de algumas variáveis, incluindo o capital humano. Consideremos como capital intelectual de uma empresa/organização os itens a seguir: • Conhecimento dos funcionários; • Patentes e registros de marcas; • Banco de dados sobre clientes, concorrentes, fornecedores, parceiros de negócios; • Melhores práticas; • Redes de relacionamentos formais e informais; • Conhecimento sobre a competência de seus colaboradores; • Domínio sobre as tecnologias utilizadas pela organização etc. Em Síntese Podem ser considerados como capital intelectual, todo e qualquer ativo intangível de uma organização, incluindo o conhecimento, seja sobre tecnologia, processos de negócio, atuação da concorrência, produtos e etc. Gestão do Conhecimento A sociedade baseada no conhecimento e na informação é motivada pelos fatores informação, conhecimento e valores intangíveis. A informação por meio digital deu início à troca de informações e à geração de novos conhecimentos nas organizações. A gestão do conhecimento e da informação tem a capacidade de trazer diferencial competitivo quando utilizada de maneira integrada com os outros componentes de uma organização, de modo que o conhecimento adquirido pelo capital intelectual, a tecnologia utilizada e a inovação são os fatores que agregam valor tanto às indústrias, empresas privadas ou prestadoras de serviços. Importante! Conhecer é conquistar, elaborar e praticar melhor; porém, saber muito, por si só, não significa melhor nível de competitividade. A gestão do conhecimento ajuda no desenvolvimento do compartilhamento, integração, criatividade, trabalho em equipe, fazendo com que as empresas obtenham ganhos no mercado competitivo. É um conjunto de atividades que tem como principais funções a criação, o armazenamento e o uso do conhecimento dentro das organizações. “Gestão do Conhecimento é um processo sistemático, articulado e intencional, apoiado na geração, codificação, disseminação e apropriação de conhecimentos, com o propósito de atingir a excelência organizacional” (OLIVER, 2010, p. 140). Você Sabia? O conhecimento dentro da organização é construído por meio da coletividade, as pessoas compartilham informações e experiências que são transformadas em conhecimento, concebendo, dessa forma, o aprendizado e o desenvolvimento organizacional. O conhecimento passa pela bagagem, pelas experiências, pela visão de mundo e até pelos valores pessoais. A mesma informação pode ser interpretada de maneira totalmente diferente, dependendo de quem tem acesso a ela. Tudo depende de como cada um vai transformar a informação que recebe. Alguns profissionais fazem gestão da informação pensando que estão fazendo gestão do conhecimento. O conhecimento é essencialmente intangível e depende da inteligência humana para se manifestar. A gestão do conhecimento tem se tornado o principal objetivo das organizações que almejam melhor administrar seu capital intelectual e adotar medidas que controlem a criação de conhecimento organizacional, de maneira que o seres humanos passem a ser considerados fundamentais para os resultados delas, uma vez que é a partir deles que o conhecimento é gerado e transmitido. Organizar documentos e extrair relatórios a partir de bases de dados são atividades importantes, mas gestão do conhecimento vai muito além do que gerir o que está explícito. O conhecimento possui quatro características, segundo Rodriguez (2007): • Tácito; • Orientado para ação; • Sustentado por regras; • E está em constante mutação. A geração do conhecimento, como o seu compartilhamento, armazenamento e sua utilização, vem sendo recentemente difundido e aplicado nas organizações. Os tipos de conhecimento que são partilhados são: o conhecimento tácito e o conhecimento explícito (TAKEUCHI; NONAKA, 2008). • Conhecimento tácito é o conhecimento que se constrói a partir da própria pessoa, ou seja, formado como algo pessoal, sendo baseado em modelos mentais, técnicos e habilidosos. Esse tipo é de difícil transmissão e comunicação, é como percebemos o mundo ao nosso redor, uma visão da realidade; • Conhecimento explícito se expressa por meio de sons, números ou palavras e são distribuídos por dados, recursos visuais, manuais, entre outros meios, e pode ser transmitido aos indivíduos com velocidade, formal e sistematicamente (TAKEUCHI; NONAKA, 2008). Uma das principais funções da gestão do conhecimento é harmonizar os recursos da tecnologia com o conhecimento das pessoas, proporcionando a melhoria do desenvolvimento das organizações. Nesse contexto de gestão do conhecimento, a inovação e a tecnologia, como já citados, são fatores essenciais, pois adotam métodos e técnicas que ajudam na disseminação do conhecimento, além de garantir respostas rápidas. Um exemplo é a internet que agiliza os processos das organizações, fazendo o armazenamento e a difusão do conhecimento. A tecnologia de Informação tem papel fundamental na gestão do conhecimento, como iniciadora de processos que tem a visão de criar, armazenar, disseminar e aplicar conhecimento. Em Síntese A gestão de conhecimento amplia a vantagem competitiva da empresa, reduz custos com planejamento e desenvolvimento, gera novos modelos de negócio, sabendo aproveitar e desenvolver o capital intelectual, oferecendo suporte às tomadas de decisão e melhorias na produção e na prestação de serviços. Facilita o controle e o acesso às informações relevantes em um processo de trabalho e a administração de seus meios. O conhecimento parte de uma informação, pesquisa, experiência e produz impactos positivos ou negativos na sociedade e em determinada organização, dependendo de como esse conhecimento é filtrado, analisado e gerido
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