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Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 1 de 19 ELABORAÇÃO DA ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS PARA A ÁREA DE ABASTECIMENTO DE UM POSTO REVENDEDOR DE COMBUSTÍVEIS Otavio Henrique da Silva (Doutorando em Engenharia Urbana - Universidade Federal de São Carlos; silva.oh@outlook.com); João Karlos Locastro (Doutorando em Geografia - Universidade Estadual de Maringá); Murilo Keith Umada (Mestre em Engenharia Urbana - Universidade Estadual de Maringá); Paula Polastri (Mestre em Engenharia Urbana - Universidade Estadual de Maringá); Generoso De Angelis Neto (Doutor em Engenharia de Construção Civil e Urbana - Universidade Estadual de Maringá). Resumo: Com o aumento da importância dos comércios varejistas de combustíveis para as cidades, principalmente em relação à mobilidade urbana, devido ao aumento da frota veicular brasileira, chama-se atenção para a questão dos riscos ocupacionais relacionados às atividades inerentes ao funcionamento destes empreendimentos. Neste prisma, este estudo tem como objetivo elaborar uma Análise Preliminar de Riscos (APR) na área de abastecimento de um posto revendedor de combustíveis. Para isso foram realizados levantamentos em um estabelecimento de Maringá, Paraná, de modo a verificar quais são os riscos ocupacionais existentes para as funções exercidas pelos trabalhadores, características destes riscos, como causas, origem e categoria, e medidas de controle existentes. Com base em normativas aplicáveis, sugeriu-se novos procedimentos para o aumento da segurança no ambiente de trabalho. Foram diagnosticados 14 riscos ocupacionais distintos com 18 consequências indesejáveis. Dentre os riscos averiguados, destaca-se o risco da exalação de vapores de combustíveis durante o abastecimento, o que pode vir a causar problemas para a saúde dos trabalhadores e eventuais explosões. Foram sugeridas novas medidas de controle, como a utilização de outros Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s), a introdução de práticas de ginástica laboral na rotina da empresa, procedimento que visa o controle dos riscos ergonômicos, bem como a elaboração de um Plano de Contingência. Palavras-chave: Postos de combustíveis, Riscos ocupacionais, Segurança do trabalho. Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 2 de 19 ELABORATION OF THE PRELIMINARY ANALYSIS RISK FOR FUEL SUPPLY AREA OF A FILLING STATION Abstract: With the increased importance of retail trade of fuels for the cities, especially in relation to urban mobility, given the increase in Brazilian vehicle fleet, called attention to the issue of occupational risks related to activities related to the operation of these enterprises. In this light, this study aimed to develop a Preliminary Risk Analysis (PRA) in the supply area of a retail service station fuel. For this survey was carried out in an establishment of Maringa, Paraná, Brazil, so check what the existing occupational hazards to the duties performed by employees, characteristics of these risks, as causes, origin and category, and existing control measures. Based on applicable regulations, it was suggested new procedures to increase safety in the workplace. After survey, they were diagnosed 14 different occupational hazards with 18 undesirable consequences. Among the investigated risks, there is the risk of exhalation fuel vapors during refueling, which might cause problems for the health of workers and possible explosions. Were suggested new measures of control, such as the use of other Personal Protective Equipment (PPE) and Collective Protective Equipment (CPE), the introduction of physical activity in the workplace, procedures aimed at controlling ergonomic risks, as well as the development of a contingency plan. Keywords: Gas stations, Occupational hazards, Workplace safety. Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 3 de 19 1 INTRODUÇÃO Na última década houve uma duplicação na frota paranaense de veículos, sendo que, em Maringá, Paraná, no ano de 2015, a frota veicular da cidade correspondia a 312.802 veículos motorizados, sendo 172.202 apenas veículos de passeio (IBGE, 2015). Concomitante ao crescimento da frota de veículos há o maior consumo de combustíveis, o que influencia no desenvolvimento dos comércios varejistas de combustíveis para veículos. O consumo dos produtos e serviços oferecidos por estes estabelecimentos é intimamente relacionado ao modo de vida das pessoas, principalmente para o aspecto da praticidade que os modos de transporte motorizados oferecem. Mas, apesar da importância dos postos de combustíveis, há de se levar em conta a problemática dos riscos às pessoas devido aos acidentes que possam ocorrer durante a execução das atividades inerentes ao funcionamento desses empreendimentos. Para D’Alascio et al. (2014), muitas vezes não há o conhecimento do potencial danoso existente durante o exercício das atividades laborais em ambientes com riscos ocupacionais. Para os postos revendedores de combustíveis destaca-se o risco advindo da exposição dos trabalhadores ao benzeno, um agente cancerígeno encontrado em compostos industriais e escapamento de motores. Além disso, Santos et al. (2012) reportam que os profissionais que trabalham nestes locais, destacando-se aqueles que assumem a função de frentista, estão sujeitos, também, a riscos de incêndios, assaltos e explosões. Conforme a Base de Dados Históricos de Acidentes do Trabalho - DATAPREV (2016), no Paraná foram registrados em 2013, com Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), 79 acidentes típicos, 59 de trajeto e 1 ocorrência de doença do trabalho. Somando- se os acidentes sem CAT, o número de ocorrências foi de 184, no Brasil o total é de 2.761. No País há uma legislação específica para a segurança no trabalho. As Normas Regulamentadoras (NR), aprovadas pela Portaria N° 3.214/78 (BRASIL, 1978), tratam dos critérios e procedimentos que devem ser observados pelas empresas, públicas e privadas, no que tange a Segurança e Medicina do Trabalho. Destaca-se, também, o Decreto-Lei Nº 5.452/43 (BRASIL, 1943), o qual a aprova a consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Quanto as NR aplicáveis aos riscos de acidentes em postos revendedores de combustíveis, têm destaque a NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, a NR 6 - Equipamento de Proteção Individual (EPI), a NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, a NR 15 - Atividades e Operações Insalubre, a NR 16 - Atividades e Operações Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 4 de 19 Perigosas, a NR 17 - Ergonomia, a NR 19 - Explosivos, a NR 20 - Combustíveis Líquidos e Inflamáveis, a NR 23 - Proteção Contra Incêndios e a NR 26 - Sinalização de Segurança. O gerenciamento dos riscos configura-se como um elemento imprescindível para a prevenção de acidentes. Na implementação de Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, a Gestão de Riscos constitui um aspecto essencial a se levar em conta na política de prevenção integrada definida pelas empresas (VIANA; ALVES; JERÔNIMO, 2014). Neste prisma, a Análise Preliminar de Riscos (APR) é uma ferramenta que permite quantificar a magnitude dos riscos existentes em determinada ocupação (CAMACHO, 2004). As inovações tecnológicas e a disseminação de informações sobre prevenção dos riscos são de suma importância para melhorar a qualidade de vida no ambiente de trabalho (VASCONCELOS et al., 2009). A melhoria contínua da segurança nesses locais contribui não apenas para a melhoria da qualidade de vida dos colaboradores, mas, também, para melhoria da imagem da empresa que a incentiva, diferencial levado cada vez mais em contapelos consumidores dos serviços e produtos das organizações. Assim, este estudo objetiva elaborar uma APR na área de abastecimento de um posto revendedor de combustíveis. 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO O estudo foi realizado em um posto revendedor de combustíveis de Maringá, Paraná, localizado região noroeste da cidade (Figura 1). O município localiza-se na mesorregião do Norte Paranaense, é sede de sua microrregião (IPARDES, 2012), possui, área territorial de 487,930 km² e uma população de 357.077 habitantes (IBGE, 2010). Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 5 de 19 Figura 1. Região de localização do empreendimento na cidade de Maringá, Paraná Primeiramente foram levantadas informações gerais acerca do empreendimento, bem como da área de abastecimento, sendo este o local definido para a Análise proposta. 2.2 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS De modo a elaborar uma APR da área de abastecimento do posto revendedor de combustíveis, realizou-se levantamento da rotina de atividades desempenhadas pelos trabalhadores desse local. Assim, foi possível diagnosticar os riscos existentes no local. Então, foram classificados os riscos conforme o tipo, podendo ser categorizados, conforme Portaria Nº 25 de 29 de dezembro 1994 (BRASIL, 1994), a qual aprova a NR 9, em riscos: - Físicos: diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas e radiações; - Químicos: substâncias, compostas ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, nevoas, neblinas, gases ou vapores, ou que pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão; Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 6 de 19 - Biológicos: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros; - Ergonômicos: fatores relacionados às interferências nas características psicológicas e fisiológicas da pessoa, como esforço físico intenso, exigência de postura inadequada, monotonia e repetitividade; - Acidentes: situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes, como arranjos físicos inadequados, máquinas e equipamentos sem proteção, armazenamento inadequado e animais peçonhentos. Para cada um dos riscos encontrados foram determinados o perigo (evento capaz de gerar consequências indesejáveis), a causa, a consequência e a categoria, que por sua vez abrange a frequência, definida conforme Quadro 1, a severidade, segundo Quadro 2 e o grau do risco, determinada pela combinação das categorias de frequência com as de severidade, de acordo com o Quadro 3. Quadro 1. Categorias de frequências dos cenários da APR Categoria Denominação Descrição A Extremamente remota Extremamente improvável de ocorrer durante a vida útil da instalação B Remota Não esperado ocorrer durante a vida útil da instalação C Improvável Pouco provável de ocorrer durante a vida útil da instalação D Provável Provável de ocorrer durante a vida útil da instalação E Frequente Esperado ocorrer várias vezes durante a vida útil da instalação Fonte: Adaptado de Camacho (2004) Quadro 1. Categorias de severidade dos cenários da APR Categoria Denominação Descrição I Desprezível Não ocorrem lesões/mortes de funcionários, de terceiros (não funcionários) e/ ou de pessoas extramuros (indústrias e comunidade). O máximo que pode ocorrer são casos de primeiros socorros ou tratamento médico menor II Marginal Lesões leves a funcionários, terceiros ou pessoas extramuros III Crítica Lesões de gravidade moderada em funcionários, em terceiros e/ou pessoas extramuros (probabilidade remota de morte de funcionários e/ou terceiros). Exige ações corretivas imediatas para evitar seu desdobramento em catástrofe IV Catastrófica Ocorrência de mortes ou lesões graves em várias pessoas (em funcionários, em terceiros e/ou em pessoas extramuros) Fonte: Adaptado de Camacho (2004) Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 7 de 19 Quadro 2. Modelo de matriz de riscos Matriz de riscos Frequência Grau do risco A B C D E 1 Desprezível S ev er id ad e IV 2 3 4 5 5 2 Menor III 1 2 3 4 5 3 Moderado II 1 1 2 3 4 4 Sério I 1 1 1 2 3 5 Catastrófico Fonte: Adaptado de Camacho (2004) Então, foram levantadas as medidas de controle existentes para os riscos, sendo entendidas, conforme NR 9 (BRASIL, 1978), como necessárias para o seu controle. Com essas informações, confecciona-se a Matriz de Riscos obtida pela aplicação da APR, para os diferentes tipos de riscos, havendo padronização de cores conforme Portaria Nº 25/1994, a qual indica o verde para os riscos físicos, o vermelho para os químicos, o marrom para os biológicos, o amarelo para os ergonômicos e o azul para os acidentes (BRASIL, 1994). De posse dessas informações, foram indicadas medidas de controle pertinentes para os riscos, conforme Normas Regulamentadoras aplicáveis. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os levantamentos foram realizados no mês de abril de 2016, havendo observações in loco e colhimento de informações junto aos colaboradores da organização. O empreendimento possui área total de 1400 m2 e 450 m2 de área construída. Possui horário de funcionamento de segunda-feira a sábado das 06h30 às 22h e domingo das 07h às 18h, contando com 16 trabalhadores, 9 deles (frentistas) são alocados na área de abastecimento. A organização, além de atuar no comércio varejista de combustíveis, conta com setor administrativo, loja de conveniência e serviços de manutenção e lavagem de veículos. Na área de abastecimento são comercializados mensalmente, em média, 90 mil litros de gasolina comum, 35 mil litros de gasolina aditivada, 50 mil litros de etanol e 15 mil litros de diesel. Esses combustíveis chegam em caminhões-tanque e são armazenados em reservatórios subterrâneos, após isso são enviados às quatro unidades de abastecimento. Nesta área são realizadas atividades de calibração de pneus, limpeza externa de para- brisas, vidros automotivos, faróis e retrovisores, além da conferência e complementação de fluídos como óleo lubrificante, água e líquido de resfriamento de automóveis. Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 8 de 19 3.1 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS Na área de abastecimento foram identificados os riscos relacionados aos postos de trabalho dos frentistas, divididos em físicos, químicos, ergonômicos e acidentes. Não foi verificada exposição dos frentistas a riscos biológicos. 3.1.1 Riscos físicos A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que índices de umidade do ar inferiores a 60% são inadequados à saúde humana. No mês de abril de 2016, período de realização dos levantamentos, segundo medições da Estação Meteorológica de Maringá (INMET, 2016), 19 dias registraram umidade relativa do ar média inferior a 60% (Figura 2). Os frentistas também têm contato com umidade durante a lavagem de partes dos veículos. Entretanto, fazendo-se uso do EPI adequado, riscos à sua saúde são minimizados, como a ocorrência de doenças na pele devido ao seu contado com água por longo período. O calor advém da radiação solar e da movimentação de veículos, que têm emissões atmosféricas emitidas por seus escapamentos, sendo lançadas na área de trabalho dos frentistas. No mês dos levantamentos, as temperaturas máximas diárias de 25 dias ultrapassaram a média histórica para o mês de abril em Maringá (Figura 3). Figura 1. Umidade do ar média diária para o mês de abril de2016 em Maringá/PR Fonte: INMET (2016) 0% 20% 40% 60% 80% 100% 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 U m id a d e R e la ti v a d o A r Dia do mês Umidade Relativa do Ar Média Diária Estação de Maringá (PR) - Abril de 2016 Umidade Relativa do Ar Diária Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 9 de 19 Figura 2. Temperaturas máximas diárias para o mês de abril de 2016 em Maringá/PR Fonte: INMET (2016) Os ruídos têm origem da movimentação de veículos, tanto na via em frente ao posto revendedor de combustíveis, como, também, na área de abastecimento, além do funcionamento das bombas durante o abastecimento. Apesar do risco não ter severidade considerável, a frequência é relevante. 3.1.2 Riscos químicos Nesta tipologia de risco tem-se a possibilidade de explosões ocorridas da emissão de vapores de combustíveis exalados durante o abastecimento. Contudo, essa consequência é amenizada pela ventilação natural existente. Ainda, o contato desses vapores com os frentistas, seja por inalação ou por via cutânea, traz potenciais perigos à saúde, destacando- se, no caso da gasolina, a emissão de benzeno, substância cancerígena, segundo Jardim (2012). Ainda, há a possibilidade de vazamentos de combustíveis devido a eventuais defeitos nas bombas, podendo ocorrer o contato dessas substâncias com os trabalhadores. Chama-se atenção para a emissão da fuligem pelos escapamentos dos veículos durante o funcionamento, o que pode vir a ocasionar problemas respiratórios às pessoas próximas. Durante a aferição do nível de óleo lubrificante pode haver o contato com a pele, bem como o contato com substâncias químicas no momento do abastecimento por meio de 0 5 10 15 20 25 30 35 40 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 T e m p e ra tu ra ( °C ) Dia do mês Temperatura Máxima Diária Estação de Maringá (PR) - Abril de 2016 Temperatura Máxima Diária Média histórica Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 10 de 19 respingos do bico da mangueira, o que pode gerar eventuais infecções cutâneas. No levantamento verificou-se que os colaboradores não faziam uso de qualquer tipo de luvas. 3.1.3 Riscos ergonômicos Quanto aos riscos que interferem negativamente à ergonomia, cita-se o tempo considerável que os frentistas passam em pé, principalmente nos horários de maior movimento, conforme observado in loco. Isto pode gerar cansaço, dores no corpo e estresse. Em atividades como a de calibração de pneus observou-se uma postura inadequada dos trabalhadores, no qual os mesmos têm de abaixar ao nível do piso, posicionando-se de cócoras para efetuar a atividade. Menciona-se, também, o levantamento e transporte de recipientes com capacidade de 12 litros para acondicionar a água durante a limpeza de partes dos veículos. O resultado pode ser um desconforto postural, com dores e problemas para circulação. 3.1.4 Riscos de acidentes Havendo o trânsito de veículos no local, em várias direções, levantou-se o risco de atropelamento advindo do trânsito de veículos no local, trazendo consequências como lesões aos frentistas e, até mesmo, óbito. Foi detectado o risco de explosões, tendo em vista eventuais defeitos mecânicos nas unidades de abastecimento, ou relacionados ao comércio de combustíveis em recipientes. Tal risco tem altíssima severidade, já que pode trazer desde lesões e queimaduras até óbitos, tanto para os colaboradores como para pessoas extramuros. Eventuais limpezas que deixam o piso escorregadio podem ocasionar quedas às pessoas. Um risco que não tem severidade e frequência consideráveis. Ainda, cita-se o risco de assaltos, que podem trazer danos de cunho físico e psicológico aos funcionários. 3.1.5 Medidas de controle Realizou-se registro dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e Coletiva (EPC’s) existentes. Ainda, foram verificadas as medidas administrativas relacionadas ao Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 11 de 19 controle dos riscos, podendo-se citar os treinamentos de segurança que os frentistas devem realizar antes de executar suas funções. Nestes treinamentos são fornecidos conhecimentos acerca dos riscos existentes relacionados às atividades, bem como medidas aplicadas para o controle, como o correto uso e guarda dos EPI’s e a responsabilidade quanto ao cumprimento das NR’s relacionadas. Os riscos encontrados, físicos, químicos, ergonômicos e acidentes, para área de abastecimento, são expostos na Matriz de Classificação de Riscos (Tabela 1), juntamente com informações referentes às causas, consequências, categorias e medidas de controle. Tabela 1. Matriz de Classificação de Riscos Matriz de Classificação de Riscos T Perigo Causas Consequências C Medidas de controle existentes F S R F ís ic o Umidade Baixa umidade do ar; limpeza de partes dos veículos Doenças respiratórias e da pele, irritação dos olhos D I 2 - Disponibilização de bebedouro Doenças da pele D I 2 - EPI: avental emborrachado e sapato de segurança Calor Radiação solar; veículos Insolação, queimaduras de sol, problemas cardíacos, irritação, cansaço D I 2 - EPI: boné Irritação, cansaço, problemas cardíacos E I 3 - EPC: ventilação natural Ruídos Veículos; bombas Estresse, cansaço, dores de cabeça E I 3 - Q u ím ic o Vapores de combustíveis Exalação no momento do abastecimento; defeitos na unidade de abastecimento Doenças cancerígenas, respiratórias, circulatórias e da pele; dores de cabeça, tonturas E III 5 - EPC: ventilação natural Explosões, incêndios C IV 4 - EPC: ventilação natural, extintores e sinalização; - Treinamento Vazamentos de combustíveis Defeitos nas mangueiras de Intoxicação, doenças na pele A II 1 - EPI: avental emborrachado Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 12 de 19 abastecimento, conexões, válvulas e acessórios das bombas Explosões, incêndios C IV 4 - Limpeza do local; - Manutenção periódica das bombas; - EPC: extintores e sinalização Material particulado Emissões dos escapamentos dos veículos Doenças respiratórias e da pele D I 2 - Substâncias químicas Contato com óleo lubrificante e combustíveis Intoxicação, doenças da pele D I 2 - EPI: avental emborrachado E rg o n ô m ic o Levantamento de peso Manipulação do recipiente de água Lesões musculares, cansaço, estresse D II 3 - Longo período em pé Abastecimento Cansaço, dores musculares, problemas circulatórios, estresse D II 3 - Má postura Execução de atividades do profissional Cansaço, dores musculares, problemas circulatórios D II 3 - A ci d en te s Atropelamento Circulação de veículos no local Lesões, óbito B III 2 - Defeitos nas unidades de abastecimento Explosões, incêndios Queimaduras, problemas respiratórios, óbito B IV 3 - Manutenção periódica das bombas; - EPC: extintores, sinalização; - Treinamento Escorregamento Piso molhado Lesões, quedas C I 1 - Limpeza correta do piso; - EPI: sapato de segurança Assaltos Falta de segurança Danos físicos e psicológicos, óbito C IV 4 - Segurança privada Em que: T = tipo de risco, C = categoria, F = frequência, S = severidade, R = grau de risco Com base na Tabela 1, foram diagnosticados 14 riscos ocupacionais distintos que os funcionários alocados na área de abastecimento do posto revendedor de combustíveis estão expostos. Destes riscos, foram levantadas 18 consequências potencialmente danosas à segurança e saúde dos trabalhadores,sendo verificada a existência de todos os graus de risco. Dentre os riscos e respectivas consequências encontrados, destacam-se o risco à saúde dos trabalhadores pela respiração de vapores de combustíveis exalados durante o abastecimento (grau de risco 5 – catastrófico), bem como os riscos de explosões por essa Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 13 de 19 emissão e vazamentos de combustíveis, juntamente com o risco de assaltos (grau de risco 4 – sério). Mesmo com a utilização de EPI’s, EPC’s e medidas administrativas, visando melhorar a segurança dos profissionais, podem ser sugeridas outros procedimentos adequados. Cita-se, ainda, que durante os levantamentos foi averiguada a existência de estudos relacionados à prevenção de riscos. A empresa possui em seus arquivos os seguintes estudos: - Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI); - Plano de Controle Ambiental (PCA); - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS); e - Plano de Gerenciamento de Riscos (PGR). Entretanto, não há um Plano de Contingência elaborado para o empreendimento, estudo este entendido como essencial à atividade em questão. Segundo Defesa Civil - Santa Catarina (2013), este Plano deve ser previamente elaborado para orientar as ações de preparação e resposta a um determinado cenário de risco, caso o evento adverso venha a se concretizar. 3.2 SUGESTÕES DE MEDIDAS DE CONTROLE 3.2.1 EPI’s Para a lavagem de para-brisas, vidros automotivos e faróis, além do avental emborrachado e calçado impermeável, o frentista deve fazer uso de óculos de proteção e luvas nitrílicas, evitando o contato com umidade excessiva. As luvas nitrílicas também têm importância no momento da verificação de nível de óleo lubrificante e do abastecimento, pois possibilitam evitar o contato direto com substâncias químicas. Também, visando-se evitar esse contato, o uso de um creme protetor para os membros superiores torna-se interessante. No momento do abastecimento, deve-se fazer uso de máscara contra os vapores de combustíveis, conferindo proteção respiratória ao colaborador. Este uso de protetor Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 14 de 19 respiratório faz-se importante, além da função indicada, para evitar a respiração das emissões dos escapamentos dos veículos. Sabendo-se da exposição dos trabalhadores à radiação solar, além do boné já utilizado, aconselha-se que, neste período, os óculos de proteção já indicados, tenham lentes com proteção contra raios UVA e UVB. Além disso, é importante o uso de bloqueador solar. Devido à poluição sonora local, sugere-se que os trabalhadores façam uso de protetor auricular durante os períodos pertinentes, para os quais, fazem-se necessária medições acerca dos níveis de pressão sonora existentes para os postos de trabalho. 3.2.2 EPC’s A área de abastecimento possui boa ventilação natural. Contudo, de modo a melhorar a dispersão de vapores, é interessante o uso de um sistema de ventilação mecânica, sendo esta uma medida para o controle do risco de explosões, haja vista a possibilidade de formação de atmosfera explosiva. Uma opção interessante se dá pelo emprego de exaustores eólicos, dispositivos silenciosos e sem consumo energético. Sugere-se que sejam instaladas nas bombas de abastecimento válvulas de recuperação de vapor, dispositivo que impede a liberação dos vapores pelo tubo de respiro, evitando sua exalação, além de conferir economia à operação. A sinalização, segundo a NR 26 – Sinalização de Segurança (BRASIL, 1978), tem função de delimitar áreas, identificar equipamentos de segurança, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases e advertir contra riscos. No posto de combustíveis foram verificadas sinalizações, principalmente, no que diz respeito a indicação da localização de extintores de incêndios, tipo ABC, rotas de fuga. Os padrões de cores estavam de acordo com a Norma citada. 3.2.3 Medidas administrativas Os treinamentos são importantes aos postos de trabalho avaliados. É interessante que a administração sempre procure incentivar seus colaboradores a participarem de cursos e atividades com o propósito de difundir conhecimento acerca dos riscos existentes para suas ocupações e respectivas medidas de controle. Cita-se, por exemplo, o entendimento Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 15 de 19 acerca do Gerenciamento de Resíduos Sólidos, principalmente os categorizados na Classe I – Perigosos, conforme estabelecido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT em sua NBR 10.004:2004 – Resíduos sólidos – Classificação (ABNT, 2004), devendo estar em consonância com o que solicita a ABNT NBR 12.235:1992 – Armazenamento de resíduos perigosos (ABNT, 1992). Sugere-se que seja incluída na rotina dos trabalhadores a prática de ginástica laboral como forma de controle aos riscos ergonômicos verificados. Alongamentos e indicações sobre a postura adequada para execução de atividades desconfortáveis são exemplos de medidas visando o bem-estar ergonômico dos frentistas. Para diminuir o risco de atropelamentos, sugere-se a instalação de sinalizações vertical e horizontal com indicação da velocidade máxima nas dependências do empreendimento, disposição de elementos redutores de velocidade, como o uso de lombada na entrada do Posto e distribuição de tachas para direcionamento do fluxo, bem como sinalização dos locais exclusivos para trânsito de pedestres. Quanto aos EPI’s em questão, conforme informa a NR 6 (BRASIL, 1978), cabe ao empregador adquiri-los (verificando a aprovação pelo órgão nacional competente), exigir o uso dos trabalhadores, registrando seu fornecimento, orientar e treinar o trabalhador sobre seu uso, guarda e conservação adequados, substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado, responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica e comunicar ao MTE qualquer irregularidade. Cabe ao trabalhador usar o EPI apenas para a sua finalidade, responsabilizando-se pela guarda e conservação, comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso e cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. Finalmente, faz-se necessária a elaboração de um Plano de Prevenção de Riscos Ambientais e um Plano de Contingência indicando procedimentos para prevenção de riscos e controle de suas eventuais consequências. Os colaboradores devem ter acesso aos documentos, haja vista que eles poderão ser afetados e terão de tomar as providências cabíveis conforme preveem estes Planos. 4 CONCLUSÃO Por meio deste estudo foi possível realizar a Análise Preliminar de Riscos (APR) para a área de abastecimento de um posto revendedor de combustíveis. Verificaram-se 14 riscos Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 7ª edição – Dezembro de 2017 - página 16 de 19 ocupacionais distintos, entre físicos, químicos, ergonômicos e de acidentes, refletindo em 18 consequências indesejáveis existentes para os postos de trabalho analisados. Destaca-se o risco advindo dos vapores de combustíveis exalados durante o abastecimento, tendo em vista a possibilidade de serem desencadeados problemas de saúde aos trabalhadores, além de situação que configure risco de explosões. Muitos riscos têm medidas de controle já aplicadas. Contudo, sugeriu-se a utilização de outros equipamentos de proteção, individual e coletiva, como óculos de proteção para lavagem de vidros dos veículos, protetores auriculares, bloqueadores solares, uso de exaustores eólicos e instalação de válvulas de recuperação de vapor nas unidades de abastecimento. No que concerne às medidas administrativas, indicou-se, dentreoutras, a introdução de ginástica laboral na rotina dos colaboradores, procedimento visando o controle dos riscos ergonômicos existentes, bem como a elaboração de um Plano de Prevenção de Riscos Ambientais e um Plano de Contingência, sendo este último um documento contendo orientações e procedimentos para resposta a possíveis cenários de risco, caso um evento adverso venha a se concretizar. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 10.004: Resíduos Sólidos - Classificação. Rio de Janeiro, 2004. ______. NBR 12.235: Armazenamento de resíduos sólidos perigosos - Procedimento. Rio de Janeiro, 1992. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 1978. ______ Ministério do Trabalho e Emprego. NR 6 - Equipamento de Proteção Individual - EPI. 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