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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DO SOLO INTRODUÇÃO A Pedologia também denominada de Ciência do Solo, estuda as características do solo e suas interações com diversos fatores genéticos como por exemplo os organismos, clima e topografia. Esses fatores agem em determinado espaço de tempo sobre o material de origem (rochas) produzindo os vários tipos de solos que existem na superfície terrestre. As bases para essa ciência surgiram na União Soviética, no final do século XIX e foram disseminadas por Dokuchaiev, que se preocupou inicialmente em explicar como os solos se formam e definir um sistema de classificação. Porém outras questões também foram responsáveis pela expansão dos estudos sobre o sol, como a necessidade de corrigir a fertilidade, neutralizar a acidez, elevar a fertilidade dos solos, agrupar os solos para determinadas culturas e sua preservação contra a erosão. De acordo com o ̀ `Vocabulário de ciência do solo” de Curi (1993), o solo está conceituado como material orgânico e/ou mineral não-consolidados na superfície terrestre que serve como meio natural para o desenvolvimento e crescimento de plantas. Algumas de suas propriedades morfológicas serão abordadas a seguir como cor, textura, estrutura, consistência, porosidade, cerosidade, cimentação, nódulos minerais, superfície de pressão, coating e slikenside. POROSIDADE A porosidade está relacionada com o volume que o ar e a água ocupam no solo. Se caracteriza pela quantidade e tamanho dos poros. Quantidade: poucos, comuns e muitos. Tamanhos: pequenos, médios, grandes e muito grandes. Em solos com poros grandes ocorrem maior infiltração, por exemplo solos formados por grãos de quartzo. Já em solos argilosos a infiltração é mais lenta devido os poros serem menores, dificultando a infiltração da água. Classificação dos poros abaixo. Macroporos: diâmetro maior que 0,08 mm. Mesoporos: diâmetro entre 0,03 e 0,08 mm. Microporos: diâmetro menor que 0,03mm. Figura 1: porosidade do solo CONSISTÊNCIA Analisa-se a consistência dos solos referente a variação de umidade em três estágios: solo seco, úmido e molhado. Consistência seca tem seis níveis e avalia a resistência do torrão à quebra ou esboroamento. Seus níveis são: solta, macia, ligeiramente dura, dura, muito dura e extremamente dura. Consistência úmida é caracterizada pela friabilidade do torrão ligeiramente úmido. Seus níveis são: solta, muito friável, friável, ligeiramente firme, muito firme, extremamente firme e firme. Consistência molhada avalia-se a plasticidade, que é sua passividade em ser moldado e a pegajosidade que é a capacidade de se agregar. A plasticidade é dividida em não plástica, ligeiramente plástica, plástica e muito plástica. Já a pegajosidade é dividida em não pegajosa, ligeiramente pegajosa, pegajosa e muito pegajosa. CEROSIDADE Quando falamos de cerosidade em pedologia, estamos nos referindo a uma característica morfológica do solo que pode ou não conter. A cerosidade pode ser observada ao olho nu, porém com o auxílio de lupas é melhor de se perceber. Através da amostra do solo (Figura 1), percebemos que na superfície do aglomerado contêm uma película brilhosa com nuances foscas, visualmente similar aos corpos cerosos. Este atributo morfológico ocorre em solos argilosos, a partir da transportação da argila, do horizonte superior ao subjacente. Para ser mais específico, através das precipitações, a água, por meio da força da gravidade desce, levando junto com ela a argila contida nos horizontes superiores que ao descer reveste a estrutura dos horizontes de baixo. Figura 2- Aglomerado ceroso. Foto: John Kelley. SLIKENSIDES Superfície de fricção ou também conhecida por slickensides refere-se aos solos argilosos que apresentam superfícies com aspecto liso e brilhante, que comumente apresenta estrias (Figura 2). Este fenômeno natural ocorre quando o solo é hidratado e como consequência a massa argilosa se expande, logo depois se contrai, no caso quando a água secar. Esta dinâmica de dilatação e de contração do solo gera uma fricção, ocasionando um polimento na superfície. Figura 3- Superfície do solo argiloso CIMENTAÇÃO A cimentação refere-se a forma de agregação ou compactação do solo. Ela ocorre em função do solo ser pisoteado ou encalcado por animais, pessoas, ou quaisquer “agentes” que possam exercer influência para compactar o solo. Dessa forma, a cimentação consiste na maneira como o solo reage ao ser pisoteado pelos “agentes” externos. Existem três graus de cimentação: fracamente cimentado (a “massa” cimentada é quebradiça), fortemente cimentado (a “massa” cimentada é mais endurecida), e extremamente cimentado (a “massa” cimentada é bastante endurecida). O registro do grau de cimentação deve ser feito junto a descrição da consistência de cada horizonte ou camada do solo (IBGE, 2007). TEXTURA A textura tem profunda importância no comportamento físico, hídrico e químico do solo. Ela refere-se a proporção dos componentes granulométricos que compõem o solo, como a argila, areia e o silte, e também pode ser dividida em alguns tipos de textura. O solo de textura arenosa tem até 11% argila em cada camada. A textura média é quando o solo tem entre 15% a 35% de argila (não importa em qual camada seja). A textura argilosa refere-se ao percentual de 35% a 60% de argila em pelo menos uma camada do solo. A textura muito argilosa corresponde a mais de 60% de argila em pelo menos uma camada do solo. A textura siltosa concerne a mais de 50% da presença de silte no solo, sendo necessário ter menos de 35% de argila e 5% de areia (quartzo). A textura composta diz respeito a uma considerável variação entre a superfície e a subsuperficial, como por exemplo, a superfície argilosa e a inferior. A textura indiscriminada refere-se a uma variação de textura maior, como por exemplo, nos pântanos, nos mangues, etc. Figura 4: Areia, argila e silte. SUPERFÍCIE FOSCA (COATINGS) Traduzindo para o português, Coatings significa revestimento. Esse revestimento ou tênues é composto por matéria orgânica, manganês e ferro. Apresentando um aspecto fosco ou esbranquiçado, podendo aparecer com poucas variações entre a parte interna e externa. NÓDULOS MINERAIS Os nódulos minerais são formações endurecidas do solo, podendo ter formas diversificadas, sem ter uma organização interna. Para fazer sua descrição é preciso ter as seguintes informações: Qualidades; tamanho (pequeno / grande); dureza (mais quebradiço/menos quebradiços); forma; cor (vai variar por causa da composição química do solo, podendo ser preto, vermelho e branco); e natureza (material que é formado). SUPERFÍCIE DE PRESSÃO São superfícies características dos solos argilosos, sua peculiaridade estar em apresentar superfície alisada e sem estriamento visível, além disso, ele tende a ter um potencial maior de água e com isso expande quando estar molhado, e quando estar seco o solo tende a contrai. ESTRUTURA Maneira como as partículas do solo (Quartzo silte e argila) estão agrupadas e desagrupadas. Solos não muito estruturados terão partículas mais soltas, os tipos de estruturas do solo são definidos de acordo como o solo se agregam, a classe de estrutura do solo refere-se ao tamanho da estrutura do solo, o grau de estrutura refere-se à existência maior de agregação dos grãos. 1° Tipo É a granular que se forma pela agregação das partículas em um formato arredondado e ao ser quebrada não forma faces de contato. 2° Tipo São os blocos, que se desenvolvem em torno de um ponto, se quebrar as suas metades podem se juntar novamente. 3° Tipo Estrutura laminar, se desenvolve em tornode uma linha horizontal, as partículas se agregam na linha horizontal, tem a predominância de mineral; mica. 4° Tipo Estrutura vertical, se desenvolve em torno de uma linha vertical. Possui dois subtipos: Prismática são partículas que se agregam verticalmente e forma arestas. Colunar são partículas que se agregam na vertical, mas não forma arestas, ficam arredondadas, sem arestas e sem ângulos. 5° Tipo Estrutura maciça, são solos que podem “perder” a consistência da estrutura, como o caso das falésias. É poroso e se desmancha com facilidade. COR É de fácil identificação e possibilita fazer inferências a respeito do conteúdo de matéria orgânica, tipos de óxidos de ferro, processos de formação, dentre outros. Para que se tenha um padrão de identificação de cor do solo, utiliza-se a Carta de Cores de Munsell (Munsell Color Charts), que considera as variações da cor em escalas de três componentes: matiz, valor e croma. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS IBGE. Manual técnico de pedologia. 2° edição. Diretoria de Geociências. Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://biblioteca.ibg e.gov.br/visualizacao/livros/liv37318.pdf&ved=2ahUKEwjVpvCy_juAhUhGbkG Ha66BXMQFjAAegQIExAD&usg=AOvVaw27cm5A6cqfKpFMUDO2djc2 / Acesso em 20 fev. 2021. EMBRAPA. Propriedade dos Solos . In: Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos. 5° edição. Disponível em: https://www.embrapa.br/solos/sibcs/propriedades-do- solohttps://www.embrapa.br/solos. Acesso em 19 de fevereiro de 2021. https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv37318.pdf&ved=2ahUKEwjVpvCy_juAhUhGbkGHa66BXMQFjAAegQIExAD&usg=AOvVaw27cm5A6cqfKpFMUDO2djc2 https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv37318.pdf&ved=2ahUKEwjVpvCy_juAhUhGbkGHa66BXMQFjAAegQIExAD&usg=AOvVaw27cm5A6cqfKpFMUDO2djc2 https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv37318.pdf&ved=2ahUKEwjVpvCy_juAhUhGbkGHa66BXMQFjAAegQIExAD&usg=AOvVaw27cm5A6cqfKpFMUDO2djc2 https://www.embrapa.br/solos/sibcs/propriedades-do-solohttps:/www.embrapa.br/solos https://www.embrapa.br/solos/sibcs/propriedades-do-solohttps:/www.embrapa.br/solos
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