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Vitória Ferreira – Farmacologia 💊 Asma Atopia: Tendência genética em desenvolver asma Doença inflamatória crônica na qual há obstrução recorrente e reversível das vias aéreas em resposta a estímulos irritantes Caracterizada por episódios de broncoconstrição aguda causando encurtamento da respiração, tosse, tensão torácica, respiração ruidosa e rápida Fisiopatologia da Asma Obstrução do fluxo aéreo broncoconstrição por contração de músculos lisos brônquicos, inflamação da parede brônquica e aumento da secreção de muco Hipersecreção de muco + vasoconstrição → sons de sibilo Inflamação das vias aéreas hiper- reatividade das vias aéreas e limitação do fluxo aéreo O que desencadeia os ataques de asma? o Exposição a alérgenos, exercício, estresse e infecções respiratórias Não é uma doença progressiva, mas pode causar remodelamento das VA se não for tratada aumenta incidência e gravidade Fármacos utilizados na asma Broncodilatadores revertem o broncoespasmo Agonistas de receptores muscarinicos Antagonista muscarínico Metilxantinas Anti-inflamatórios inibem ou previnem os componentes inflamatorios Glicocorticóide Cromoglicato Antagonistas de leucotrienos Terapia anti-IgE São divididos entre: Medicamentos de alivio: β-agonistas de curta duração (Salbutamol e Terbutalina), anticolinérgicos e aminofilina Medicamentos de controle a longo prazo: corticóides inalatórios, cromoglicato/nedocromil, β-agonista de longa duração (Salmeterol e Formoterol), antagonistas de leucotrienos, teofilina de longa ação e corticóides sistêmicos Agonistas β2 – adrenérgicos Inalação deles relaxa diretamente o músculo liso das VA. Eles são usados para o alivio rápido dos sintomas, e controle de longo prazo da asma Mecanismo de ação Ativam canais de potássio hiperpolarização das células musculares lisas Vitória Ferreira – Farmacologia 💊 dificultando sua contração broncodilatação Inibem a liberação de mediadores de mastócitos e a liberação de TNF-α de monocitos, também aumentam a remoção de muco por ação dos cilios Efeitos adversos Taquicardia, tremor muscular (principalmente se adm VO ou parenteral) hipocalemia e agitação Farmacocinética Alívio rápido β2 agonistas de ação curta (BACAs) rápido inicio de duração (5-30 min) e alivio de 4 a 6 horas o Tratamento sintomatico de broncoespasmo e alivio rapido da broncoconstrição aguda o Não tem efeito anti-inflamatorio e não devem ser usado como terapia em asma cronica o Uso em monoterapia para asma intermitente ou broncoespasmo induzido por exercicio o Salbutamol, terbulina e fenoterol o Efeitos adversos: taquicardia, hiperglicemia, hipopotassemia e hipomagnesemia minimizados quando farmacos são inalados Controle por longo prazo β2-agonistas de longa ação (BALAs) o Broncodilatação por pelo menos 12 horas (dura 8 a 12h) – uso 2x/dia o Salmeterol e formoterol o Monoterapia é contraindicada o Costicoesteroides por via inalatoria CSIs são os farmacos de 1ª escolha , BALAa auxiliam o controle interações medicamentosas Potencializado com outros β2 adrenérgicos, anticolinergicos, xantinas e corticoides Reduz efeito com betabloqueadores Pode reduzir efeitos hipoglicemiantes em diabeticos Metilxantinas Teofilina/aminofilina Mecanismo de ação Inibe as isoenzimas da fosfodiesterase (PDE) com resultante aumento do AMPc e/ou do GMPc acarretando na broncodilatação Podem ter efeito anti-inflamatório Teofilina ativa a histona desacetilase (HDAC) e pode, portanto, reverter a resistencia aos efeitos anti-inflamatorios dos esteróides EA: insonia, nervosismo, náusea, vômito, taquicardia, arritmia ventricular, hipocalemia, convulsões Em caso de injeção rápida- bradiarritmia e hipotensão Farmacocinetica Administrado VO em preparação de liberação prolongada, endovenosa lentamente, retal; Absorvida no trato gastrointestinal; Metabolizada pelas enzimas P450 no fígado Meia vida média de eliminação é cerca de 8 horas em adultos Meia vida aumenta com hepatopatias, ICC e infecções virais e diminui nos grandes tabagistas (indução enzimática) Fatores que alteram o metabolismo da teofilina Metabolismo via p450 Eliminação aumentada: indução enzimática (rifampicina, fenobarbital, Vitória Ferreira – Farmacologia 💊 etanol), fumo (tabaco e maconha) e dieta proteica com pouco carboidrato Eliminação diminuída: inibição enzimática (cimeetadina, eritromicina, ciprofloxacino, alopurinol e cetoconazol) Interação medicamentosa: carbamazepina, cimetidina, diltiazem, furosemida e verapamil Antagonistas muscarínicos Também chamados antagonistas colinérgicos Principal usado como broncodilatador: Ipratrópio Por inalação, o ipratrópio não é recomendado para tratamento de rotina do broncoespasmo por ter inicio de ação muito mais lento que os BACAs Uso em pacientes que não toleram BACAs ou com DPOC concomitante Oferece vantagem adicional quando é usado com BACA em crise aguda em pronto-socorro Ações anti-inflamatórias – linfócitos tem receptores colinérgicos Brometo de ipratrópio é o fármaco de escolha para tratar a crise precipitada por betabloqueadores Mecanismo de ação Bloqueiam a contração dos músculos lisos das vias aéreas e a secreção de muco feita pelo nervo vago Efeitos adversos Xerostomia e gosto amargo (efeitos colinérgicos locais) Rash cutâneo Agioedema de ligua e lábios Taquicardia Retenção urinaria Diarreia e vomito Farmacocinética Adm em aerossol por via inalatória Duração de 3 a 5 horas Interações medicamentosas Agonistas β-adrenérgicos, metilxantinas potencializam o efeito do antagonista muscarínico Aumentam o risco de glaucoma em pacientes pré dispostos quando usado com agonista beta-adrenergico e ant muscarinico Corticoesteróides Fármacos de escolha para controle de longo prazo em pacientes com asma persistente Beclometasona e triancinolona (sofrem metabolismo de primeira passagem no fígado e impede a passagem do fármaco para a circulação sistêmica), Fluticasona, budesonida, flunisolida, mometasona e a ciclesonida. Mecanismo de ação Restringem a proliferação clonal das células Th através da redução da transcrição do gene da IL-2 e diminuem a formação de citocinas, em particular da citocina Th2, que recrutam e ativam eosinófilos e são responsáveis por promover a produção de IgE e a expressão de receptores de IgE. Os corticóides inibem a liberação de ácido araquidônico por meio da inibição da fosfolipase A2, produzindo, assim, efeito anti inflamatório das vias aéreas. Ação nos pulmões: não afetam diretamente o músculo liso das vias aéreas. Ao contrário, os CSIs inalados visam diretamente à inflamação subjacente das vias aéreas, diminuindo a cascata inflamatória (eosinófilos, macrófagos e linfócitos T), revertendo o edema de mucosa, diminuindo a permeabilidade dos capilares e inibindo a liberação de leucotrienos. Após vários meses de uso regular, os CSIs reduzem a hiper-reatividade do músculo liso das vias aéreas a vários estímulos Vitória Ferreira – Farmacologia 💊 broncoconstritores, como alérgenos, irritantes, ar frio e exercício Farmacocinética Inalação: O desenvolvimento de CSI reduziu acentuadamente a necessidade do tratamento corticosteroide sistêmico para controle da asma. b. Oral/sistêmico: Os pacientes com agravamento da asma (estado asmático) podem precisar de metilprednisolona por via intravenosa (IV) ou prednisona por via oral para diminuir a inflamação das vias aéreas. efeito pleno sobre a hiper-responsividade brônquica é atingido somente depois de semanas ou meses de terapia Desvantagens dos corticoesteróides inalados Baixas doses: adm todos os dias, mesmo sem sintomas Não causam alivio imediato da dificuldade respiratória mas reduzem a inflamação a longo prazo Infecção orofaríngea Disfonia Osteoporose – mulheres asmáticas com doses de 500 miligramas/dia Aldegaçamento de pele: efeito dependente da dose (beclometasona de 400 a 2000 miligramas/dia) Púrpura: aumento dependente da dose de incidência Vantagens dos corticosteroides sistêmicos Grandes doses reduzem a inflamação rapidamente, dentro de poucas horas Um comprimido equivale a 50x a dosagem de uma dose de inalatório São normalmente usados em cursos curtos de tratamento (2 semanas) para controle de ataque de asma Um pequeno numero de pacientes de asma severa, necessitam tomar cortcóides via oral e também via inalado Costicosteroides sistêmicos – limitações Pequenas doses são efetivas e o efeito benéfico de altas doses é limitado Duplicar ou quadriplicar a dose do CI pode melhorar o controle da asma, mas o melhor é adicionar o beta-agonista Efeitos adversos Corticoterapia a curto prazo: aumento de apetite e leve aumento de peso, erupções acneiformes, alterações no comportamento, câimbras musculares e dores epigástricas Corticoterapia prolongada: por mais de 8 semanas e com dose de prednisona superior a 20-30mg: alterações no TGI (pirose, hemorragias digestivas, úlceras pépticas), osteoporose, edema, equimose, astenia, atrofia da pele, HAS Estabilizantes da membrana de mastócito Cromoglicato dissódico e nedocromil Mecanismo de ação Agente estabilizador de mastócito- inibe a degranulação mastocitária pela estabilização dos canais de cloreto da membrana inibindo a liberação de mediadores inflamatórios pelos mastócitos; Inibem a reação alérgica perante a exposição ao estímulo, porém não é capaz de impedir a progressão da resposta caso já tenha sido iniciada Efeitos adversos: Broncoespasmo, tosse, sibilação, edema de laringe, edema e dores nas articulares, angioedema, cefaléia e erupções Farmacocinética Adm inalatória: aerossol, nebulizador e pó Efeitos pela deposição tópica do fármaco nos pulmões Eliminação de forma inalterada na urina e bile Concentração plasmática max em 15 min Vitória Ferreira – Farmacologia 💊 T1/2 vida: 45 a 100 min Agentes modificadores da via dos leucotrienos Zileuton, montelucaste e zafirlucaste Mecanismo de ação: inibem a via do LOX Efeitos adversos: pouco efeito extrapulmonar Farmacocinética: normalmente via oral Não pode ser usado para broncodilatação imediata Anticorpos monoclonais O omalizumabe (Xolair) um anticorpo monoclonal que neutraliza IgE circulantes, impedindo a ligação destas com seu receptor de alta afinidade; Usado em pacientes menores de 12 anos com asma alérgica de difícil controle; Seu custo é elevado e ele é indicado apenas em casos de vigência de altos níveis de IgE. Via de administração subcutânea.
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