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Objetivos de aprendizagem: 1.Conhecer a composição da microbiota vaginal 2.Entender variações dos aspectos da vagina ao longo do ciclo menstrual e fases da vida da mulher 3. Diferenciar vulvovaginites e cervicites 4. Compreender avaliação diagnóstica da paciente com queixa de corrimento vaginal 5. Sumarizar a conduta terapêutica das principais vulvovaginites e cervicites Longa data Transparente ou branco Aspecto mucoide, homogêneo ou pouco grumoso Muco cervical, transudato, células epiteliais descamadas Quantidade média: 3-5ml. Podendo variar com idade, estado emocional, excitação sexual, etc. Na microscopia: lactobacilos + células epiteliais (raros leucócitos) Epitélio da vagina: escamoso, não queratinizado, rico em glicogênio Glicogênio (céls descamadas): substrato para lactobacilos de doderlein (ácido lático) Vagina ácida (4-4,5): mantém flora normal, impede crescimento de organismos patogênicos Vulvovaginites Mila Vitória- GO 2021.1 Vulvovaginite corresponde a presença de pelo menos 1 das seguintes características: infecção, inflamação, mudança da flora. A principal queixa é o corrimento vaginal. Vulva e vagina: epitélio escamoso/estratificado Colo: ectocervice (parte externa)= escamoso/estratificado; endocervice (parte interna)= colunar/glandular Conteúdo vaginal normal Menacme Variação da vagina no ciclo menstrual Primeira fase (estrogênio): proliferação epitelial, ausência de leucócitos, muco fino e transparente Segunda fase (progesterona): descamação epitelial, muitos leucócitos, muco espesso e turvo, maior acidez. Durante a gravidez o muco é assim. Nessa fase tem menos manifestação bacteriana, pois elas sobrevivem menos. Doenças inflamatórias se manifestam mais. Quanto mais estrogênio= menor o pH (mais lactobacilos)= maior a acidez. O glicogênio (presente nas células que descamam) serve como matéria-prima para produzir ácido. Períodos de mudança da microbiota vaginal Hipoestrogenismo: período menstrual, pós-parto, lactação, uso de progestágeno isolado. Aqui a vagina fica menos ácida. Hiperestrogenismo: gestação, obesidade, DM. Aqui a vagina fica mais ácida. Lembrar que: apesar de na 2º fase do ciclo predominar progesterona, não é considerado hipoestrogenismo, pois ele mantém um platô. Uso de ATB ou imunossupressores: predispõe a condidíase, seleção de bactérias resistentes. Ectopia externa: mucorreia Ectopia cervical Corresponde à presença de epitélio colunar na ectocérvice (externa) Observado frequentemente em adolescentes e adultos jovens. Natureza benigna. A junção escamo-colunar (JEC) é externa ao orifício externo do colo, também produzindo muco. Pode ser assintomática ou causar mucorreia. Diagnóstico diferencial: dermatite, herpes, liquen, vulvite química. Vaginose bacteriana Candidíase vulvovaginal 80-92%: causada por Candida Albicans Incidência aumenta após a menarca Pico: 30-40 anos Pode haver colonização assintomática: 10-20% das mulheres, 30% das gestantes. Candidíase sintomática se dá devido a uma resposta imunológica inata agressiva. Deve ser tratada! Fatores de risco e recorrência Hiperestrogenismo, imunossupressão, obesidade, DM, gravidez, transplantadas, HIV, antibiótico, vestimenta (umidade e calor) Sinais e sintomas Sintomas: prurido, ardência, corrimento grumoso sem odor, disuria externa, dispaurenia de intróito. Sinais: eritema e fissuras vulvares, edema vulvar, escoriações, corrimento grumoso com placas aderidas à parede vaginal. Piora dos sintomas na semana que antecede o período menstrual. Diagnóstico Sinais e sintomas + pH < 4,5 + citologia a fresco com SF0,9% e KOH ver hifas e esporos, muitos lactobacilos e leucócitos É a mais frequente (menacme) Corresponde a 50% dos corrimentos. Corrimento de odor fétido Durante e após o coito ou período menstrual. Não é uma inflamação Corresponde a mudança da flora vaginal. Perda da flora normal de lactobacilos. Fatores associados Flora na vaginosa bacteriana Menos lactobacilos = aumento do pH= aumento de anaeróbios *flora normal: lactobacilos -> ácido lática (reduz pH) -> previne supercrescimento bacteriano (flora normal) Corpo estranho, tampão, duchas, diafragma, anel vaginal, espermicida (uso frequente), tabagismo, novo parceiro sexual (pode facilitar o desequilíbrio da flora). Reduz lactobacilos (aumenta pH) -> aumenta aderência de gardnerella -> aumenta transudato (corrimento homogêno) -> produção de aminas voláteis (odor) Diagnóstico pH normal: afasta diagnóstico Gardnerella na CO + paciente assintomática: não é diagnóstico. Critérios de Amsel (pelos menos 3): Corrimento vaginal homogêneo, pH >4,5, clue cells (exame a fresco), whiff test positivo (KOH 10%). Características do exame a fresco: lactobacilos baixos, leucócitos baixos, achados de clue cells. Complicações Infecção em cirurgia ginecológica, endometrite, DIP, celulite de cúpula vaginal (pós-histerectomia), TPP (trabalho de parto prematuro), endometrite pós-parto. Tricomoníase Protozoário flagelado É uma DST 1/3 das mulheres ao longo da vida vão ter Alto risco de transmissão (>70%) Não precisa de sintomas para tratar, trata parceiro também. Tricomonas infectam epitélio escamoso, podendo atingir vagina, colo, uretra, bexiga, gl Bartholin. Esse achado típico é muito específico e pouco sensível. Esse colo tigroide é quando aplica lugol Processo inflamatório intenso -> transudato -> aumento de pH -> pode ter vaginose associada (odor) Complicações Assintomático em até 50% 1/3 das pacientes torna-se sintomática em 6 meses Geralmente autolimitada em homens. Diagnóstico: Intenso conteúdo vaginal amarelo-esverdeado, odor fétido, prurido vulvar, pode haver sinusiorragia ou dispareunia, colo aspecto de morango, schiller- colo tigróide, pode haver sintomas urinários, pH>5, parasita flagelado no exame à fresco, bem como muitos leucócitos e pouco lactobacilos Tratamentos Na gravidez não recomenda-se VO As parcerias sexuais não precisam ser tratadas, exceto as sintomáticas Só trata pacientes sintomáticas Estimular mudanças de hábitos O tratamento das parcerias sexuais não está recomendado As parcerias sexuais devem ser tratadas com o mesmo esquema Avaliação diagnóstica O exame preventivo de ca de colo do útero (colpocitologia oncótica) e a colposcopia não devem ser realizados com o intuito de diagnosticar vulvovaginite, vaginose e cervicite. Quando indicados, devem preferencialmente ser realizados após tratamento das ITR. Anamnese direcionada Tempo de sintomatologia, intensidade da sintomatologia, recorrência, fase do ciclo menstrual em que se manifesta, associação com uso de produtos químicos (locais ou sistêmicos), associação com ingestão de alimentos, associação com tipo de atividade sexual, comorbidades, uso de medicações. Observar Vulva: hiperemia, úlceras, fissura Parede vaginal: trofismo, edema, hiperemia Colo uterino: hiperemia, friabilidade Conteúdo vaginal: cor, textura, aspecto geral Avaliação diagnóstica Whiff teste, pH vaginal, bacterioscpia ou exame a fresco
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