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Esse resumo foi feito por @law.luciana e está disponível para incentivar o estudo e proporcionar ajuda aos estudantes da área ou demais pessoas que se interessem pelo assunto. Lembre-se que resumos alheios são apenas para ajudar na hora dos estudos, mas não utilize apenas eles para obter bons resultados. Use para compor os seus resumos ou para pegar alguma informação, inspiração. Espero que gostem. Bons estudos! Normas Norma A norma é o ponto de partida da Dogmática. 1- Segundo Hans Kelsen: • A norma é um juízo hipotético. Se C, logo B. = se matar, logo, será encarcerado. • Na visão Kelseniana não existe norma sem sanção. • Teoria pura do Direito: vinculada ao positivismo, trata Direito e justiça como esferas antagônicas e independentes uma da outra. O Direito se resume a lei. 2- Segundo Miguel Real: • “Norma é uma estrutura proposicional enunciativa de uma forma de organização ou de conduta, que deve ser seguida de modo obrigatório e objetivo.” Ou seja, a norma não manda, ela aconselha. • Teoria tridimensional do Direito: Direito é fato, valor e norma. OU SEJA: POSITIVISMO: DIREITO=LEI TRIDIMENSIONAL: DIREITO=FATO, VALOR E NORMA. Características da Norma Jurídica 1- Generalidade A norma é GERAL, ou seja, ela obriga igualmente a todos. Todos são iguais perante a lei. Existe uma mesma lei para todo mundo. 2- Abstratividade A norma é abstrata, não é casuística, ou seja, é criada para alcançar o maior número possível de casos e não apenas um caso só. 3- Imperatividade A norma não é um conselho, é um comando. Este comando poderá ser: • Perceptivo: estabelece uma ação como obrigatória, impõe uma ação. EX: pagar imposto de renda. • Proibitivo: estabelece uma proibição, impõe uma omissão. EX: não mate. 4- Coercibilidade Coercibilidade é a possibilidade do uso da coerção, ou seja, a norma jurídica tem a possibilidade de ser empregada com o uso da força. COAÇÃO X COERÇÃO • Coação: é sinônimo de força, violência, podendo ser exercida de maneira legítima ou ilegítima. O Estado detém o monopólio legítimo da força e violência na sociedade. Somente ele poderá exercê-la sobre um cidadão desde que esteja de acordo com a lei segundo a legalidade. • Coerção: é o exercício legítimo da coação pelo Estado, que detém o monopólio do uso da força na sociedade. Sanção É a medida punitiva prevista para hipótese de descumprimento da norma. É a pena do crime cometido. • Limites das sanções no Brasil: - Não existe pena de morte - Não existe prisão por dívida (dinheiro que não foi pago é resolvido de forma civil e não criminal). Exceção: devedor de alimentos. • Sanção jurídica: se manifesta externamente. Se processa no mundo dos fatos. • Sanção moral: se manifesta internamente. Está na mente/consciência do indivíduo. EX: se arrepender de algo, peso na consciência. Classificação das normas 1- Normas de Organização e Normas de Conduta • NORMAS DE ORGANIZAÇÃO São aquelas que definem a estrutura da administração e da formação do Estado. • NORMAS DE CONDUTA São aquelas que prescrevem ações ou omissões que devem ser obrigatoriamente cumpridas por todos. 2- Normas Nacionais, Normas Estrangeiras e Normas Uniformes • NORMAS NACIONAIS São aquelas produzidas pelo Estado Brasileiro para serem aplicadas normalmente no território nacional. (podem ser normas federais, estaduais, municipais) • NORMAS ESTRANGEIRAS São aquelas criadas por Estados estrangeiros para serem normalmente aplicadas em território alienígena (exterior). Excepcionalmente pode acontecer de utilizar norma estrangeira no Brasil para definir julgamentos. EX: LINDB ART. 7º • NORMAS UNIFORMES São aquelas produzidas em conjunto por mais de um Estado para serem aplicadas, concomitantemente, em todos eles, através de tratados e convenções internacionais. EX: Decreto 57.663 de 1966 Promulga as Convenções para a doção de uma Lei Uniforme em matéria de letras de câmbio e notas promissórias. - As normas que vigem letras de câmbio e notas promissórias no Brasil são as mesmas que vigem na Alemanha, Áustria, Bélgica, etc. 3- Normas Legislativas, Normas consuetudinária e Normas Jurisprudenciais • NORMAS LEGISLATIVAS São aquelas criadas pelo Poder Legislativo. No modelo jurídico brasileiro, as normas legislativas são aquelas que predominam. Observação: Existem no mundo dois grandes sistemas jurídicos: 1- CIVIL LAW: é aquele no qual predominam as normas legislativas sobre as normas que derivem de outras fontes. Ou seja, primeira observa-se a lei. É o sistema codificado (código civil, código penal...) 2- COMMON LAW: é aquele no qual prevalecem as normas jurisprudenciais, pois se trata de um sistema baseado em precedentes. É conhecido também como “modelo inglês” e em sua origem adotava normas consuetudinárias. Nesse modelo, o Direito não é codificado, pois se baseia em casos julgados anteriormente. • NORMAS JURISPRUDENCIAIS São aquelas que podem ser extraídas da Jurisprudência. JURISPRUDÊNCIA: São decisões reiteradas dos tribunais (órgãos colegiados) a respeito de determinado assunto. Observação: PODER JUDICIÁRIO: • 1ª INSTÂNCIA: juiz singular, juiz de direito. (EX: Fórum de Petrópolis) • 2ª INSTÂNCIA: desembargador. Julgado por tribunal, o tribunal é um colégio, portanto, é decisão colegiada. (EX: Tribunal do Rio de Janeiro, dividido em câmaras de desembargadores) • TRIBUNAIS SUPERIORES: ministro dos tribunais superiores, também é decisão colegiada. SENDO ASSIM, juiz de primeira instância não produz jurisprudência. • NORMAS CONSUETUDINÁRIAS São aquelas que podem ser extraídas dos costumes. COSTUMES: práticas da sociedade. EX: LINDB ART. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Observação: Os costumes podem ser definidos como: • Secudum legem: costume de acordo com a lei e, por isso mesmo, não gera norma consuetudinária. É o costume que decorre da lei, por ela expressamente prevista, de aplicação autorizada. EX: Pagar o credor. A norma é a lei. • Contra legem: costume contrário a lei e, por isso mesmo, não gera norma consuetudinária, já que fere a norma legislativa. EX: No Brasil, o jogo do bicho é contravenção, ou seja, a lei é contrária a prática. No entanto, jogar bicho é costume no Brasil. • Praeter legem: costume esquecido, preterido pela lei. A lei não admite, nem proíbe, sendo apenas omissão em relação a determinado assunto. É COSTUME QUE CRIA NORMA CONSUETUDINÁRIA. 4- Normas Constitucionais, Normas Complementares e Normas Ordinárias Normas de 1º grau: complementares e ordinárias • NORMAS CONSTITUCIONAIS São as normas que estão presentes na constituição. No entanto, nem toda norma constitucional está na constituição. Alguns exemplos são o ADCT (Ato das disposições constitucionais transitórias) e o Princípio da proporcionalidade. • NORMAS COMPLEMENTARES São aquelas que constam em uma lei complementar. LEI COMPLEMENTAR: é uma lei que a própria constituição manda que seja criada. EX: ART. 7º da Constituição • NORMAS ORDINÁRIAS São aquelas que constam em uma lei ordinária, ou seja, lei votada no congresso nacional, não por exigência constitucional, mas sim por necessidade. Aprovadas por maioria absoluta no Congresso Nacional. Observação: Não existe hierarquia entre complementares e ordinárias. • NORMAS DE SEGUNDO GRAU São as normas que não criam direito, ou seja, não inovam no ordenamento jurídico. Não trazem novos direitos,apenas regulamentam direitos já existentes. São vistas nas portarias, por exemplo. 5- Normas Cogentes e Normas Dispositivas • NORMAS COGENTES São Aquelas que não podem ser afastadas por um ato de vontade das partes, logo, deverão ser cumpridas impreterivelmente. Todas as normas que preveem crime são cogentes. • NORMAS DISPOSITIVAS São aquelas que podem ser afastadas por um ato de vontade das partes. EX: Art. 327 do Código Civil Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias. 6- Normas de Direito Subjetivo e Normas de Direito Potestativo • NORMAS DE DIREITO SUBJETIVO São aquelas que estabelecem a prerrogativa de se exigir do outro uma determinada conduta. Toda vez que alguém titularizar um direito subjetivo, sempre poderá cobrar a outra parte. EX: • A UCP pode cobrar a mensalidade de um aluno. • Muitos dos direitos humanos têm estrutura de Direito Subjetivo, ou seja, os cidadãos podem exigir do Estado, por exemplo, sua liberdade de ir e vir. • NORMAS DE DIREITO POTESTATIVO Direito Potestativo é o Direito ao qual não corresponde conduta alheia. Neste caso, o seu exercício a de ser tolerado por todos. EX: O direito de anular um contrato, o direito de pedir divórcio. O Direito Subjetivo Elementos do Direito Subjetivo: • Elemento subjetivo: É dúplice, ou seja, sempre haverá duas partes. São elas: sujeito passivo e sujeito ativo. Sujeito ativo é aquele que pode cobrar a conduta. Sujeito passivo é aquele que tem que cumprir, realizar a conduta. • Elemento objetivo: É a conduta em questão. Pode ser uma ação ou uma omissão. • Relação Jurídica: É o vínculo que liga o sujeito ativo ao sujeito passivo. O Direito Subjetivo pode ser: • Pessoal: É aquele direito subjetivo cujo objeto direto de dominação do sujeito recai sobre conduta alheia. São conhecidos também por direitos obrigacionais. EX: O direito que a Universidade tem de cobrar a mensalidade do aluno. • Real: É o direito subjetivo cujo objeto direto de dominação do titular recai sobre uma res (ou seja, recai sobre uma coisa) Ex: a propriedade (Cód. Civil – ART. 1225) Princípios e Regras As normas podem aparecer como princípios ou como regras. A principal diferença entre elas é o grau de abstração. • O princípio possui um elevado grau de abstração e generalidade. • Já a regra possui um grau de abstração relativamente reduzido, sendo por isso, mais concreta. • Os princípios dependem de concretização. Essa concretização é realizada pelo julgador ou pelo legislador. • Os princípios têm função normogenética, ou seja, os princípios dão origem a novas normas. EX: A constituição estabelece o princípio de que todos têm direito a saúde. É genérico, muito aberto. Para saber o que isso realmente significa, alguém terá que concretizar. Quando o legislador, por exemplo, o legislador cria a lei do SUS ele está concretizando este princípio. • FATTISPECIE: Os princípios não possuem situação tipo, ou seja, não trazem condutas concretas que estejam enunciadas na forma de “faça isso”. • SUBSUNÇÃO: é a aplicação no Direito do raciocínio do silogismo da filosofia. Os princípios não podem ser tratados com subsunção. As regras podem. Isso porque os princípios não têm FATTISPECIE. Entenda melhor: • No silogismo existe: a- Uma premissa maior b- Uma premissa menor c- Uma conclusão EX: todo homem é mortal, Sócrates é homem, logo, Sócrates é mortal. • No Direito temos: a- A norma b- Fato c- Subsunção EX: matar é crime, Tício matou, logo, Tício cometeu crime. Colisão de normas: P1 X P2 (princípio1 x princípio 2): caso exista este conflito ele não se resolve na base do tudo ou nada, mas sim na base do mais ou menos. A solução nesse conflito é aplicar mais um princípio e menos do outro e não o afastar totalmente. R1 X R2 (regra 1 x regra 2): caso exista um conflito entre as duas regras, como se resolve? Ex: se você tem um carro precisa pagar um IPVA 3% do valor do carro. Se você tem um carro precisa pagar um IPVA de 4% do valor do carro. - Qual regra eu aplico? Quando há essa colisão de regras, pode-se aplicar 3 critérios: 1- Hierárquico: alguma dessas regras é hierarquicamente superior a outra? Alguma é constitucional? 2- Especialidade: entre as duas regras, alguma é específica para o caso que estou analisando? 3- Cronológico: no conflito prevalece a norma por último criada e afasta-se a regra mais velha. Observação: os critérios devem ser aplicados na ordem que foram descritos. Ao aplicas esses critérios, percebe-se que no conflito R1 X R2, quando se soluciona o conflito, uma será aplicada e outra afastada
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