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02_Dos crimes contra o patrimônio

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TÍTULO II
DOS CRIMES 
CONTRA O 
PATRIMÔNIO
TÍTULO I – Dos crimes contra o patrímônio
Capítulo I – Do furto (arts. 155 e 156);
Capitulo II – Do roubo e da extorsão (arts. 157 a 160);
Capítulo III – Da usurpação (arts. 161 a 162);
Capítulo IV - Do dano (arts. 163 a 167);
Capítulo V – Da apropriação indébita (arts. 168 a 170); 
Capítulo VI – Do estelionato e outras fraudes (arts. 171 a 179);
Capítulo VII – Da receptação (art. 180);
Capítulo VIII – Disposições gerais (arts. 181 a 183).
Dos crimes contra o patrimônio 
O patrimônio constitui o segundo valor fundamental cuja proteção nosso Código 
Penal consagra. Depois de tutelar a pessoa, sob diversos aspectos (vida, saúde, 
integridade corporal, honra, liberdade individual), preocupa-se nossa lei criminal 
com a relação entre os homens e seus bens materiais. 
Não se trata, de proteger as coisas em detrimento das pessoas; em outras 
palavras, não está o legislador a defender os bens em si mesmos, o que, aliás, 
seria de todo injustificável: se a pessoa humana é o centro do ordenamento 
jurídico (CF, art. 1º, III), não pode a lei dar a estas importância menor que aos 
objetos.
Dos crimes contra o patrimônio 
O fator (politicamente) legitimante da intervenção desse ramo do Direito não é a 
res em si considerada, mas esta em relação com uma determinada pessoa – é o 
que decorre da própria noção de patrimônio, ou seja, o “complexo de bens ou 
interesses de valor econômico, em relação de pertinência a uma pessoa”.
O Título II não tutela apenas o patrimônio, mas diversos bens fundamentais, 
como a vida, a integridade corporal, a saúde, a liberdade individual etc. 
Dos crimes contra o patrimônio 
CONCEITO DE PATRIMÔNIO
O direito à propriedade é inviolável. Situa-se no rol dos direitos fundamentais do ser 
humano e legitima a incriminação pelo legislador ordinário das condutas atentatórias ao 
patrimônio alheio.
Patrimônio é o complexo de bens ou interesses de valor econômico em relação de 
pertinência com uma pessoa.
Os crimes contra o patrimônio podem ser definidos como espécies de ilícito penal que 
ofendem ou expõem a perigo de lesão qualquer bem, interesse ou direito economicamente 
relevante, privado ou público. A nota predominante do elemento patrimonial é o seu caráter 
econômico, o seu valor traduzível em pecúnia; é possível considerar patrimônio, bens que 
embora sem valor venal, representam uma utilidade, ainda que simplesmente moral (valor 
de afeição), para o seu proprietário
CAPÍTULO I – DO 
FURTO
ARTS. 155 E 156
Capítulo I – Do Furto (Arts. 155 e 156)
Art. 155 - do Furto;
Art. 156 - do Furto de uso comum;
O capítulo compõe-se de duas infrações penais: o furto e o furto de coisa comum.
O furtum constitui verdadeiro marco na tipologia das infrações patrimoniais. Trata-
se do crime patrimonial por excelência ou “crime patrimonial reitor”.
Capítulo I – Do Furto (Arts. 155 e 156)
A tradição da punição criminal do furtum vem de longíssima data. A doutrina 
procura suas raízes no Direito Romano, até porque este constitui verdadeira 
“ponte” entre os primórdios do direito e o sistema jurídico moderno.
Ao tempo da Lei das XII Tábuas (primeiro documento legal escrito de Roma, 
elaborado em 462 a.C.), punia-se comportamento muito semelhante à atual 
noção de furto, que se distinguia, ademais, no furtum manifestum (o agente era 
surpreendido em flagrante cometendo a infração penal), apenado com morte, e 
no furtum nec manifestum (o agente não era apanhado em flagrante), punido com 
sanção pecuniária, estimada em face do valor do bem subtraído.
Capítulo I – Do Furto (Arts. 155 e 156)
A tradição da punição criminal do furtum vem de longíssima data. A doutrina 
procura suas raízes no Direito Romano, até porque este constitui verdadeira 
“ponte” entre os primórdios do direito e o sistema jurídico moderno.
Ao tempo da Lei das XII Tábuas (primeiro documento legal escrito de Roma, 
elaborado em 462 a.C.), punia-se comportamento muito semelhante à atual 
noção de furto, que se distinguia, ademais, no furtum manifestum (o agente era 
surpreendido em flagrante cometendo a infração penal), apenado com morte, e 
no furtum nec manifestum (o agente não era apanhado em flagrante), punido com 
sanção pecuniária, estimada em face do valor do bem subtraído.
FURTO
ART. 155
Furto – art. 155, CP - Bem jurídico tutelado
Todas as infrações do Título II possuem como objetividade jurídica direta e 
imediata o patrimônio, entendido como “o complexo de relações jurídicas 
encabeçadas por um sujeito que tem por objeto último coisas dotadas de 
utilidade, de capacidade de satisfazer necessidades humanas, materiais ou 
espirituais” - é necessário que a res tenha valor econômico ou sentimental e seja 
alheia;
O furto protege a propriedade. Protege também a posse? 
Furto – art. 155, CP - Bem jurídico tutelado
O furto protege a propriedade. Protege também a posse?
Para Hungria → somente a propriedade;
Magalhães Noronha → tutela a propriedade e a posse; (entendimento dominante)
Furto – Bem jurídico tutelado
Coisas que podem (e não podem) ser objeto material de furto
Obs1.: Os bens imóveis, independentemente do tratamento que a lei civil lhes 
dê, não podem ser objeto de furto, mas somente de outros crimes contra o 
patrimônio, como estelionato (CP, art. 171), por exemplo.
Obs2.: Os objetos que admitem deslocamento de um lugar a outro sempre serão 
coisas móveis na órbita penal, mesmo que o direito civil lhes confira regime 
jurídico de bens imóveis (ex.: aeronaves, navios etc.).
Obs3.: Semoventes, por sua vez, podem ser furtados, desde que integrem o 
patrimônio de outrem, denominando-se abigeato tal delito.
Furto – Bem jurídico tutelado
Coisas que podem (e não podem) ser objeto material de furto
Obs4.: Também podem ser objeto material de furto as árvores e os frutos, quando 
pertencentes ao patrimônio de alguém;
Obs.5: Os seres humanos não podem ser objeto de furto. A subtração de pessoas 
pode caracterizar o crime previsto no art. 249 do CP (subtração de incapazes), 
sequestro (CP, art. 148) ou extorsão mediante sequestro (CP, art. 159).
Obs6.: Próteses humanas podem ser objeto material de furto. O mesmo se pode 
dizer de sangue (quando armazenado, por exemplo, em bolsa para doação).
Furto – Bem jurídico tutelado
Coisas que podem (e não podem) ser objeto material de furto
Obs7.: Se o agente viola uma sepultura para subtrair um cadáver ou parte dele, 
há crime de subtração de cadáver (CP, art. 211). Contudo, tal coisa pertença a 
alguém, como um museu ou uma faculdade, haverá furto.
Obs8.: A energia elétrica, assim como qualquer outra que tenha valor econômico, 
é expressamente equiparada à coisa móvel, motivo pelo qual pode ser furtada 
(art. 155, § 3º). Incluem-se na incriminação, a título de exemplo, a energia 
térmica, nuclear, mecânica e genética. O fundamental é que sejam controláveis e 
quantificáveis.
Furto – Bem jurídico tutelado
Coisas que podem (e não podem) ser objeto material de furto
Obs9.: É controvertida na jurisprudência a possibilidade de o sinal de recepção de 
TV a cabo figurar como objeto material de furto. Predomina o entendimento de 
que não se encontra abrangido pelo art. 155 do CP e considerá-lo como energia 
elétrica seria o mesmo que efetuar analogia in malam partem, violando o princípio 
da legalidade.
Obs10.: Bens de uso comum (res commune omnium), como a luz, o calor do sol, 
a água, não constituem, via de regra, objeto material de furto, a não ser que sua 
utilização seja de alguma forma restrita;
Furto – Bem jurídico tutelado
Coisas que podem (e não podem) ser objeto material de furto
Obs11.: É fundamental para a existência do crime que a coisa sobre a qual recaia 
a conduta do agente tenha dono. A res nullius (coisa de ninguém) e a res derelicta
(coisa abandonada), portanto, nunca serão objeto material de furto. Lembre-se 
que, para a lei civil, o apossamento de coisa de ninguém ou abandonada constitui 
forma originária de aquisição da propriedade móvel (“ocupação”).Obs12.: Já a res desperdicta (coisa perdida em local público ou de uso público) 
poderá vir a ser objeto do crime de apropriação de coisa achada (CP, art. 169, §
2º, II).
Furto – Bem jurídico tutelado
Coisas que podem (e não podem) ser objeto material de furto
Obs13.: Os direitos, dada a ausência de corporiedade, não podem ser furtados 
(os bens imateriais também são protegidos criminalmente, como se nota no Título 
III do Código e nas Leis n. 9.279, de 1996, e 9.609, de 1998);
Obs14.: A subtração de títulos ou documentos que consubstanciam os direitos 
imateriais, configura furto;
Obs15.: O s softwares ou programas de computador também padecem da 
característica necessária para ingressarem na norma incriminadora insculpida no 
art. 155 do CP. 
Furto – Bem jurídico tutelado
Furto de coisa ilícita
- Configura furto a subtração de bens, ainda que ilícitos. 
- É possível reconhecer o crime de furto quando alguém subtrai objeto do ladrão, 
que o furtara do verdadeiro dono. 
- Casos há, entretanto, em que a subtração da coisa ilícita pode configurar crime 
diverso, como tráfico ilícito de drogas ou porte ilegal de arma de fogo. 
Furto – Bem jurídico tutelado
Furtos de bens fungíveis
Consideram-se assim aqueles que podem ser substituídos por outros, da mesma 
espécie, qualidade e quantidade (art. 85 do CC). 
É evidente que podem ser objeto material de furto. Se alguém, contudo, subtrai 
tais coisas, deixando outras em seu lugar, de semelhante espécie e valor, não 
comete delito algum, por absoluta ausência de lesão ao patrimônio (p. ex., 
alguém toma para si cinco cédulas de cem reais, deixando, no lugar, cinquenta de
dez).
Furto – Sujeitos do crime
Sujeito ativo
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do furto (crime comum), exceto o próprio 
dono ou possuidor;
Sujeito passivo
Como sujeitos passivos podem figurar quaisquer pessoas, físicas ou jurídicas, 
titulares da propriedade, posse ou mera detenção do bem, ainda que ilegítima (o 
“ladrão que furta ladrão”, portanto, incorre no tipo penal, lesando o patrimônio da 
vítima da subtração original).
Furto – Adequação típica objetiva
O verbo núcleo do tipo é subtrair, que significa inverter o título da posse, retirar o 
objeto da esfera de disponibilidade e vigilância do sujeito passivo, visando a tê-lo 
para si ou para outrem;
Exige ânimo de assenhoreamento definitivo (animus rem sibi habendi ou animus 
furandi); justamente por isso, não há crime no chamado “furto de uso” ou furtum
usum.
O comportamento exige, destarte, um corpus (relação material entre o agente e a 
coisa, sem a necessidade de se dar uma continuidade física – corpus et tactu) e 
um animus. A subtração dar-se-á quando o sujeito obtiver poder material 
autônomo sobre a coisa, podendo dela dispor fisicamente.
Furto – Adequação típica objetiva
A subtração pode se dar em dois contextos: 
Obs1.: na segunda hipótese, não ocorre apropriação indébita (CP, art. 168), 
justamente porque a posse do agente era vigiada. 
1º) quando o bem é retirado da esfera de disponibilidade da vítima contra a sua 
vontade;
2º) quando o bem é entregue espontaneamente ao agente, mas sob vigilância do 
ofendido, e o sujeito dele se apodera (p. ex., alguém solicita de um conhecido 
que lhe mostre seu relógio, coloca-o no pulso e sai correndo)
Furto – Adequação típica objetiva
Obs2.: se uma pessoa entra numa videolocadora, apodera-se de uma mídia 
qualquer, coloca-a em sua bolsa e a leva, há furto, ao passo que se a pessoa 
aluga o filme mas posteriormente decide não devolvê-lo, comete apropriação 
indébita.
Obs.: na segunda hipótese, não ocorre apropriação indébita (CP, art. 168), 
justamente porque a posse do agente era vigiada. 
Furto
Apropriação indébita Posse não vigiada
Posse vigiada
Furto – Adequação típica objetiva
Obs3.: o furto difere sensivelmente do roubo (CP, art. 157), pois neste a 
subtração da coisa alheia móvel é praticada mediante violência, grave ameaça ou 
algum meio sub-reptício (que de algum modo reduza a capacidade de resistência 
da vítima);
Obs4.: somente a coisa móvel pode ser objeto material de furto, entendida como 
toda substância corpórea, suscetível de deslocamento espacial, ou, ainda, de 
apreensão ou transporte (lembre-se que o ato nuclear se traduz numa 
“subtração”);
Obs5.: imprescindível a existência de valor econômico ou de afeição, trata-se de 
crime contra o patrimônio;
Furto – Adequação típica objetiva
Obs6.: Se a coisa subtraída tem valor irrisório, ocorre o furto de bagatela, fato 
atípico à luz do princípio da insignificância (p. ex., palito de fósforo, pedaço de 
queijo). 
STJ: de maneira meramente indicativa e não vinculante, aponta-se como 
parâmetro a décima parte do salário mínimo vigente ao tempo da infração penal 
para aferição da relevância da lesão patrimonial (HC 389.537/AC, rel. Min. 
Reynaldo Soares da Fonseca, 5ª T., j. 27-6-2017).
STF: tem adotado quatro vetores (diretrizes) para a aplicação do princípio da 
insignificância...
Furto – Adequação típica objetiva
STF: tem adotado quatro vetores (diretrizes) para a aplicação do princípio da 
insignificância. 
a) a ausência de periculosidade social da ação; 
b) a reduzida reprovabilidade da conduta; 
c) a ínfima ofensividade; 
d) a inexpressividade da lesão ao bem jurídico.
Obs7.: A res deve ser alheia, pertencente a outrem, a quem estiver ligada por 
uma relação de interesse.
Furto – Adequação típica subjetiva
O furto somente é punido na forma dolosa, abrangendo o dolo direto e o eventual. 
Além disso, pressupõe em elemento subjetivo específico, isto é, que a subtração 
se dê com ânimo de assenhoreamento definitivo (animus rem sibi habendi ou 
animus furandi), motivo pelo qual o chamado “furto de uso” é fato penalmente 
atípico.
O furtum usum exige a intenção de uso momentâneo desde o início da conduta e, 
ainda, a restituição do bem, nas mesmas condições de quando retirado da esfera 
de disponibilidade do ofendido (“caracteriza o furto de uso a subtração de coisa 
móvel desprovida da intenção de o agente fazê-la sua, objetivando utilizá-la 
momentaneamente e devolvê-la logo em seguida, em qualidade e quantidade 
iguais àquelas subtraídas”).
Furto – Adequação típica subjetiva
Com relação ao elemento subjetivo, cabe lembrar, ademais, ser irrelevante 
eventual intenção de lucro por parte do sujeito ativo do crime;
Pouco importa sua motivação; comete o crime quem age para irritar ou perturbar 
o proprietário ou, ainda, quem furta de um rico para dar a um pobre;
Quando o agente, supondo ser sua, apodera-se de coisa alheia (ex.: o aluno, ao 
final da aula, leva livro de um colega pensando ser o seu), incorre em erro de tipo 
(CP, art. 20, caput), circunstância que exclui o dolo da sua conduta, isentando-o 
de responsabilidade penal.
Furto – Adequação típica subjetiva
Com relação ao elemento subjetivo, cabe lembrar, ademais, ser irrelevante 
eventual intenção de lucro por parte do sujeito ativo do crime;
Pouco importa sua motivação; comete o crime quem age para irritar ou perturbar 
o proprietário ou, ainda, quem furta de um rico para dar a um pobre;
Quando o agente, supondo ser sua, apodera-se de coisa alheia (ex.: o aluno, ao 
final da aula, leva livro de um colega pensando ser o seu), incorre em erro de tipo 
(CP, art. 20, caput), circunstância que exclui o dolo da sua conduta, isentando-o 
de responsabilidade penal.
Furto – Consumação
A consumação do furto dá-se quando a vítima perde, ainda que 
momentaneamente, a livre disponibilidade sobre o bem, não se exigindo que o 
agente tenha a posse mansa e pacífica do objeto material.
i) concrectatio: bastava o contato físico do agente com a coisa;
ii) apprehensio rei: era necessário que o agente segurasse a coisa;
iii) amotio: consumava-se o furto com o deslocamento da res, de seu lugar 
original a outro;
iv) ablatio – requer a apreensão e o deslocamento da coisa para fora da esfera do 
sujeito passivo;
v) illatio – exigia-se a conservação do bem em lugar seguro.
Furto – ConsumaçãoA teoria da amotio é a que mais se aproxima do atual entendimento pretoriano. O 
Superior Tribunal de Justiça firmou tese no sentido de que: “Consuma-se o crime 
de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo 
e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse mansa e 
pacífica ou desvigiada” (Tese STJ n. 934).
Obs.: Se o agente, depois de consumado o furto, destrói o objeto subtraído, 
responde por crime único, considerando-se o dano posteriormente verificado post 
factum impunível (exaurimento);
Obs.: é compatível com o arrependimento posterior, art. 16, CP;
Furto – Tentativa
O furto admite a forma tentada, uma vez que é crime plurissubsistente. 
Furto – Conflito aparente de normas
Obs1.: Aquele que invade domicílio alheio para furtar bens só responde por furto, pelo 
princípio da consunção; isso porque o furto (crime-fim) absorve a invasão de domicílio 
– art. 150 do CP (crime-meio);
Obs2.: Se o agente, após subtrair o bem, danificá-lo, responde somente pelo furto, 
configurando-se o dano post factum impunível, porquanto se trata de nova lesão ao 
mesmo bem jurídico, pertencente ao mesmo titular (novamente aplica-se o princípio 
da consunção);
Obs3.: Quando o furtador vende o objeto subtraído a terceiro, incorre também no 
crime previsto no art. 171, § 2º, I, do CP. Há concurso de crimes, e não crime único. 
Não se trata de post factum impunível, em razão da diversidade de sujeitos passivos. 
Boa parte da jurisprudência, entretanto, por questões de política criminal, entende 
existir apenaso furto.
Furto – Conflito aparente de normas
Obs4.: A subtração de cadáver não se subsume, de regra, ao tipo penal em 
estudo, mas ao art. 211 do CP: “Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte 
dele: Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa”. 
Obs5.: Haverá furto, todavia, sempre que o cadáver pertencer a alguém (como a 
uma instituição de ensino ou a um museu), ou, ainda, quando o agente subtrair 
parte dele objetivando levar consigo próteses eventualmente existentes (nesse 
caso, não age com dolo de profanar sepultura, mas com animus furandi – “Se o
intuito do réu não era o de violar ou profanar sepultura, porém subtrair ouro 
existente na arcada dentária de cadáver, o delito cometido é apenas o de furto, 
que absorve o do art. 211 do CP/40”.
Furto – Concurso de crimes
Se o agente, no mesmo contexto fático, subtrai diversos bens sabidamente 
pertencentes a pessoas distintas, comete tantos furtos quantos forem os sujeitos 
passivos. 
Há concurso formal de delitos (CP, art. 70).
Em se tratando, contudo, de vários objetos que integram o mesmo patrimônio 
(por exemplo, bens encontrados dentro do imóvel invadido), há crime único. 
O mesmo se diga da conduta de quem dirige-se a um pomar e, deste, subtrai
vários frutos de árvores distintas encontradas na mesma propriedade; há uma só 
conduta, cindida em tantos atos quantos foram necessários para extrair as coisas.
Furto – Crime impossível
Obs1.: Entende parte da doutrina que não comete furto o agente que tenta 
apoderar-se de bens de quem não traz objeto algum consigo (ex.: o ladrão 
furtivamente coloca as mãos no bolso da vítima, que nada possuía no momento). 
Para outra corrente doutrinária, retrata uma impropriedade meramente relativa 
(isto é, circunstancial) do objeto material, devendo entender-se tentado o crime.
Obs2.: Por outro lado, dispositivos antifurto, câmeras de segurança ou 
mecanismos assemelhados não tornam impossível a prática do delito, ainda que 
o sujeito venha a ser surpreendido e tenha frustrado seu intento.
Furto Famélico ou necessitado
Obs.: Quando o fato é cometido para saciar a fome ou satisfazer necessidade 
vital do sujeito, constituindo o único recurso que lhe resta, ter-se-á o furto 
famélico ou necessitado, ao qual se aplica a excludente de ilicitude prevista
no art. 24 do CP (estado de necessidade). 
Furto Famélico ou necessitado 
(a) que o fato seja praticado para mitigar a fome;
+
(b) que haja inevitabilidade do comportamento lesivo;
+
(c) que haja a subtração de coisa capaz de diretamente contornar a emergência;
+
(d) que haja insuficiência dos recursos auferidos pelo agente ou impossibilidade 
de trabalhar (desempregado ou empregado que ganha pouco).
Furto – Escusa absolutória
Os crimes contra o patrimônio cometidos sem violência ou grave ameaça contra a pessoa 
não são puníveis quando praticados entre ascendentes ou descendentes ou entre cônjuges 
(na constância da sociedade conjugal). 
É o que expressamente dispõe o art. 181 do CP. 
Essa causa de isenção de pena, todavia, não se aplica ao terceiro que participa do crime ou 
quando a vítima é pessoa idosa, ou seja, com idade igual ou superior a sessenta anos (art. 
183 do CP).
As referidas causas de isenção de pena ou escusas absolutórias, embora não interfiram na 
existência do crime, já que o fato é típico, antijurídico e o autor, dotado de culpabilidade, 
revelam que o Estado abdica de seu direito de punir. Prepondera a harmonia das relações 
familiares em detrimento da responsabilização do sujeito ativo.
Furto – Consentimento do ofendido
Em matéria de furto, o consentimento do sujeito passivo exclui a adequação típica 
da conduta. 
Aplica-se a teoria da imputação objetiva, a qual exige a produção de um risco 
juridicamente proibido e relevante ao objeto jurídico. 
O comportamento incriminado funda-se no ato de subtrair (para si ou para 
outrem) coisa alheia móvel, pressupõe que o sujeito ativo procure retirar o bem 
da esfera de domínio de seu possuidor e passe a tê-lo como seu. 
Como se tratam as coisas móveis de bens disponíveis, o assentimento do sujeito 
passivo exclui, por completo, o caráter criminoso do ato.
Furto – Consentimento do ofendido
- requisitos:
i) consentimento válido;
ii) capacidade civil para o consentimento;
iii) consentimento antes da consumação do crime.
Furto – Ação penal
A ação penal é pública incondicionada em todas as modalidades de furto, 
ressalvadas as hipóteses previstas no art. 182 do CP, em que a ação penal se 
torna pública condicionada à representação do ofendido (vide capítulo VIII,
item 3, infra) – (crime praticado entre cônjuges separados judicialmente ou 
desquitados, entre irmãos ou entre tio e sobrinho, se houver, nesse caso, 
coabitação).
Furto noturno (§ 1º)
Diz o Código Penal que a pena é aumentada de um terço se o crime é praticado durante o 
repouso noturno. 
A exasperação da pena justifica-se pela maior facilidade encontrada na execução do crime. 
O Superior Tribunal de Justiça, com razão, já admitiu a incidência dessa causa tanto para o 
furto simples quanto para o qualificado.
A exasperante em questão far-se-á presente quando o fato se passar durante o período de 
repouso noturno (que varia conforme a localidade e seus costumes), sendo irrelevante que 
se dê em casa habitada ou não, com ou sem a presença de seus moradores. Incidirá a 
causa de aumento, portanto, na subtração de automóvel estacionado na rua, durante o 
período de repouso noturno ou de estabelecimento empresarial desabitado.
Furto privilegiado (§ 2º)
Art. 155, § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o 
juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois 
terços, ou aplicar somente a pena de multa.
- requisitos;
i) primariedade (não reincidência);
ii) res de pequeno valor (até um salário mínimo).
Súmula 511 STJ: é possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º 
do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem 
presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a 
qualificadora for de ordem objetiva.
Furto privilegiado x bagatela 
O conceito de pequeno valor não deve ser confundido com insignificante;
- STF recomenda a análise de quatro requisitos:
i) ausência de periculosidade social da ação;
ii) reduzida reprovabilidade da conduta;
iii) ínfima ofensividade;
iv) inexpressividade da lesão ao bem jurídico;
Assim, deveser analisado o caso concreto.
Furto qualificado (§§ 4º a 7º) 
Art. 155, § 4º – qualificadoras ligadas ao meio de execução;
Art. 155, § 4º-A – risco a incolumidade pública 
Art. 155, § 5º – qualificadora em razão da natureza do bem e seu deslocamento 
no território nacional;
Art. 155, § 6º – qualificadora decorrente da subtração de semovente domesticável 
de produção – abigeato;
Art. 155, § 7º – furto de explosivos 
Furto – furto qualificado (§ 4º, I) 
Art. 155, § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é
cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
- furto mediante violência contra a coisa;
- a remoção do objeto não caracteriza a qualificadora, sendo necessário a 
destruição ou o rompimento; 
- é necessário trata-se de obstáculo destinando a proteger algum bem. Assim, se 
o agente quebra o vidro de um veículo para o furtar, comete furto simples, mas se 
o desiderato for furtar um objeto no interior do veículo, responderá por furto 
qualificado (tese majoritária, mas há entendimento em contrário, inclusive STJ);
- art. 158, CPP;
Furto – furto qualificado (§ 4º, I) 
Art. 155, § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é 
cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da 
coisa;
- furto mediante violência contra a coisa;
- a remoção do objeto não caracteriza a qualificadora, sendo necessário a 
destruição ou o rompimento; 
- é necessário trata-se de obstáculo destinando a proteger algum bem. Assim, se 
o agente quebra o vidro de um veículo para o furtar, comete furto simples, mas se 
o desiderato for furtar um objeto no interior do veículo, responderá por furto 
qualificado (tese majoritária, mas há entendimento em contrário, inclusive STJ);
- art. 158, CPP;
- art. 167, CPP - suprimento somente quando impossível realizar a perícia;
Furto – furto qualificado (§ 4º, II) 
Art. 155, § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é 
cometido: II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou 
destreza;
ABUSO DE CONFIANÇA – quebra de confiança empregada pelo agente, que 
dela se utiliza para reduzir a vigilância sobre o bem e o subtrair.
- especial confiança + agente que se aproveita da confiança;
- a mera relação de emprego não implica em confiança;
- lembrar da agravante genérica, art. 61, II, f, CP: prevalecendo-se de relações 
domésticas; 
Furto – furto qualificado (§ 4º, II) 
Art. 155, § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é 
cometido: II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou 
destreza;
MEDIANTE FRAUDE – há emprego de ardil, engodo, capaz de reduzir a 
vigilância da vítima sobre o bem, de forma a facilitar a subtração do bem;
- no estelionato a vítima é enganada para entregar o bem, no furto mediante 
fraude, é o agente quem subtrai o bem;
- indivíduo que se passar por comprador de carro, e pede para fazer um teste 
drive, e desaparece com ele, comete estelionato ou furto mediante fraude? 
Furto – furto qualificado (§ 4º, II) 
Art. 155, § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é 
cometido: II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou 
destreza;
ESCALADA – utilização de via anormal para adentrar no local onde o furto será 
realizado;
- embora escalada indique entrar por cima, qualquer via anormal caracteriza a 
qualificadora, ex.: escavação de túnel, corda, escada, esforço incomum.
- necessidade de perícia, para comprovar a escalada. 
Furto – furto qualificado (§ 4º, II) 
Art. 155, § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é 
cometido: II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou 
destreza;
DESTREZA – habilidade física ou manual que permite o agente subtrair o bem, 
sem que a vítima perceba;
- o fato da vítima perceber a conduta do agente, exclui a destreza;
Furto – furto qualificado (§ 4º, III) 
Art. 155, § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é 
cometido: III – com emprego de chave falsa;
- instrumento capaz de abrir fechadura sem arrombar, ex.: grampo, tesoura, 
chave-mixa, chave de fenda, cópia da chave verdadeira obtida ilegitimamente;
Furto – furto qualificado (§ 4º, IV) 
Art. 155, § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é 
cometido: IV – mediante o concurso de duas ou mais pessoas;
Súmula 442, do STJ: é inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo 
concurso de agentes, a majorante do roubo.
Furto – furto qualificado (§ 4º-A) 
Art. 155, § 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se 
houver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. 
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
- furto qualificado por causar risco a incolumidade pública: vida, integridade física, 
patrimônio de um número indeterminado de pessoas
Furto – furto qualificado (§ 5º) 
Art. 155, § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de 
veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o 
exterior.
Requisitos:
i) prévia intenção do agente de transportar o veículo para outro estado ou exterior;
ii) efetiva transposição de fronteiras;
- aplica-se: motocicleta, caminhão, lancha, aeronave;
Furto – furto qualificado (§ 6º) 
Art. 155, § 6º - A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração 
for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em 
partes no local da subtração.
- a subtração de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou 
dividido em partes no local da subtração;
Furto – furto qualificado (§ 7º) 
Art. 155, § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a 
subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou 
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. 
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
Furto – Pluralidade de qualificadoras 
Quando a conduta abranger uma pluralidade de qualificadoras, uma será utilizada 
para qualificar o crime, e as demais deverão ser aplicadas como circunstâncias 
judiciais, a na primeira fase da dosimetria da pena.
FURTO DE COISA 
COMUM
ART. 156
Furto de coisa comum – art. 156, CP 
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a 
quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Somente se procede mediante representação.
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede 
a quota a que tem direito o agente
Furto de coisa comum – art. 156, CP 
BEM JURÍDICO PROTEGIDO
Objeto jurídico no furto de coisa comum são a posse e a propriedade legítimas.
Furto de coisa comum – art. 156, CP 
BEM JURÍDICO PROTEGIDO
Objeto jurídico no furto de coisa comum são a posse e a propriedade legítimas.
O objeto material é a coisa comum, isto é, aquela pertencente a todos os 
condôminos, coerdeiros ou sócios.
Furto de coisa comum – art. 156, CP 
SUJEITOS DO CRIME
Os sujeitos ativos são somente o condômino, coerdeiro ou sócio, seja a 
sociedade de fato ou não (crime próprio). 
O coautor ou partícipe, ainda que não ostente tais qualidades, também responde 
por furto comum. A condição de condômino etc., do autor, por ser elementar do 
crime, comunica-se a todos os agentes, nos termos do art. 30 do CP.
Será sujeito passivo o copossuidor, coproprietário do bem, condômino do bem, ou 
terceiro qualquer.
Furto de coisa comum – art. 156, CP 
ADEQUAÇÃO TÍPICA OBJETIVA
O comportamento nuclear é semelhante ao do art. 155 do CP e se dá com a 
inversão do título da posse, aqui tomada no sentido de ter exclusivamente para si 
algo que era comum a todos os condôminos, coerdeiros ou sócios. 
É necessário que o objeto seja retirado da esfera de disponibilidade e vigilância 
do sujeito passivo, com ânimo de assenhoreamento definitivo (animus rem sibi
habendi ou animus furandi).Furto de coisa comum – art. 156, CP 
ADEQUAÇÃO TÍPICA OBJETIVA
Duas maneiras de praticar o crime:
i) o bem é retirado da esfera de 
disponibilidade da vítima contra a 
sua vontade;
ii) o bem é entregue 
espontaneamente ao agente, 
mas sob vigilância do ofendido, 
e o sujeito dele se apodera.
Furto de coisa comum – art. 156, CP 
ADEQUAÇÃO TÍPICA OBJETIVA
Obs1.: em se tratando de coisa comum fungível e o sujeito apoderar-se de valor 
que não excede a quota a que tem direito, não há crime, incidindo a causa de 
exclusão da adequação típica prevista no art. 156, § 2º, CP; 
Obs2.: aquele que se apodera da coisa de uso comum, que já estava consigo, 
comete apropriação indébita (CP, art. 168).
Obs3.: não se aplica o dispositivo ao sócio que subtrai bem pertencente a uma 
sociedade da qual faça parte, porque o bem não é comum, mas de outrem (isto é, 
da pessoa jurídica), deve ser aplica o art. 155 do CP.
Furto de coisa comum – art. 156, CP 
ADEQUAÇÃO TÍPICA SUBJETIVA
A infração penal descrita no art. 156 do CP somente se pune na forma dolosa, 
exigindo-se, voluntariedade e consciência acerca das elementares descritas no 
tipo. 
Há o elemento subjetivo específico, consistente no ânimo de assenhoreamento
definitivo (e exclusivo, ou seja, em detrimento dos sócios, condôminos ou 
coerdeiros) – animus rem sibi habendi ou animus furandi.
Furto de coisa comum – art. 156, CP 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Consumação. Ocorre quando a vítima perde, ainda que momentaneamente, a 
livre disponibilidade sobre o bem.
Tentativa. Admite-se o conatus, uma vez que se trata de crime plurissubsistente. 
Furto de coisa comum – art. 156, CP 
PENA E AÇÃO PENAL
A ação penal é pública condicionada à representação do ofendido (art. 156, § 1º). 
Infração de menor potencial ofensivo.
Furto de coisa comum – art. 156, CP 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Crime de forma ou ação livre (pode ser praticado por qualquer meio);
Próprio (sujeito ativo – condômino, sócio ou coerdeiro);
Material (necessidade de resultado naturalístico);
De dano ou lesão (exige lesão ao bem tutelado, para fins de consumação);
Instantâneo (seu resultado ocorre instantaneamente);
Unissubjetivo (admite como autor por uma só pessoa ou várias, em concurso); e
Plurissubsistente (seu iter criminis permite fracionamento).
CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA 
EXTORSÃO
Arts. 157 a 160
CAPÍTULO II - ROUBO E EXTORSÃO 
Ponto em comum é que a perda patrimonial é realizada mediante violência ou 
grave ameaça contra pessoa.
Roubo próprio
Roubo impróprio
Roubo circunstanciado ou agravado (majorado)
Roubo qualificado
Extorsão (simples, circunstanciada, sequestro relâmpago, e qualificada)
Extorsão mediante sequestro
Extorsão indireta
Diferença entre roubo e extorsão 
Hungria: “há entre a extorsão e o roubo uma tal afinidade que, em certos 
casos, praticamente se confundem. Conceitualmente, porém, a distinção 
está em que, na extorsão, diversamente do roubo, é a própria vítima que, 
coagida, se despoja em favor do agente. Dizia Frank, que o ladrão subtrai, o 
extorsionário faz com que lhe seja entregue. No roubo, há uma concrectatio; 
na extorsão, há uma traditio.”
Conceito de Hungria não prevalece hoje em dia...
Diferença entre roubo e extorsão 
Nucci: “no roubo o agente atua sem a participação do vítima, na extorsão o 
ofendido colabora ativamente com o autor da infração penal.”
Ex.: para roubar um carro, o agente aponta o revólver e retira a vítima do seu 
veículo contra a vontade desta. No caso da extorsão, o autor aponta o revólver 
para o filho do ofendido, determinando que este vá buscar o carro na garagem da 
sua residência, entregando em um outro local predeterminado, onde se encontra 
um comparsa.
Diferença entre roubo e extorsão 
Bitencourt: “no roubo, o mal é iminente, e o proveito é contemporâneo; na 
extorsão, o mal prometido é futuro, e futura também é a vantagem que o 
agente objetiva. No roubo, o agente toma a coisa, ou obriga a vítima a 
entregá-la; na extorsão, a vítima pode, em princípio, optar entre acatar a 
ordem e oferecer resistência.”
Diferença entre roubo e extorsão 
i) quanto à ação nuclear:
No roubo, há subtração; na extorsão, constrangimento;
ii) quanto aos meios executórios:
No roubo, a lei prevê o emprego de violência ou grave ameaça contra a pessoa e 
de recurso que reduza à incapacidade de resistência; na extorsão, violência ou 
grave ameaça contra a pessoa;
iii) quanto à imprescindibilidade do comportamento da vítima:
No roubo, diversamente da extorsão, a atitude da vítima não é conditio sine qua
non para o êxito do desfalque patrimonial;
Diferença entre roubo e extorsão 
Para Hungria, no roubo, há uma concrectatio (o agente retira o bem da vítima); na 
extorsão, há uma traditio (a vítima entrega o bem ao ofendido);
Ocorre, que é roubo o fato do agente obrigar a vítima a entregar o bem.
ROUBO
Art. 157
Roubo – bem jurídico protegido 
Dupla objetividade:
- patrimônio;
e
- integridade corporal (física e psíquica);
- liberdade individual;
- vida.
Crime complexo
É possível aplicar o princípio da bagatela??? 
Roubo – SUJEITOS DO CRIME
Sujeito ativo - crime comum - qualquer pessoa;
Sujeito passivo
O sujeito passivo imediato será o titular da posse e, secundariamente, o 
proprietário (quando forem pessoas diferentes)
A pessoa jurídica pode figurar como vítima de roubo, embora não recaia contra 
ela o meio executório empregado.
Roubo – ADEQUAÇÃO TÍPICA OBJETIVA
A ação nuclear é FURTO + ...
meios executórios empregados para a subtração:
VIOLÊNCIA
GRAVE AMEAÇA
MEIO SUB-REPTÍCIO
Roubo – ADEQUAÇÃO TÍPICA OBJETIVA
Violência própria ou vis absoluta
Emprego de força física contra a pessoa (titular do bem ou terceiro), consistente 
em lesão corporal ou vias de fato;
Exemplos:
a) puxar a vítima pelas vestes e derrubá-la ao chão;
b) empurrões à vítima para desequilibrá-la ou derrubá-la;
c) puxar os cabelos da vítima, enquanto outra pessoa retira-lhe o bem;
d) a “trombada”, ou seja, o emprego de ataque súbito, mediante violência contra o 
corpo do sujeito passivo (por exemplo, um empurrão de modo a desequilibrá-lo);
Roubo – ADEQUAÇÃO TÍPICA OBJETIVA
Grave ameaça ou vis compulsiva
Ocorre com a promessa de mal grave e injusto, devendo avaliar-se, caso a caso, 
se houve meio executório capaz de intimidar o ofendido. É relevante, neste 
diapasão, que sejam levadas em conta as características pessoais da vítima, tais 
como idade, compleição física, sexo etc.
A intimidação pode se dar por palavras, gestos ou atos. Assim, se os agentes 
abordam alguém, gritando que se trata de um “assalto”, há roubo (ainda que não 
exibam armas). 
Roubo – ADEQUAÇÃO TÍPICA OBJETIVA
Meio sub-reptício (violência imprópria)
Cuida-se daquele que reduz o sujeito passivo à incapacidade de resistir, por 
exemplo, embriaguez, sonífero, hipnotismo, jogar areia nos olhos da pessoa etc.
Roubo – ADEQUAÇÃO TÍPICA SUBJETIVA
O roubo somente é punido na forma dolosa. 
Exige-se o elemento subjetivo específico consistente no animus rem sibi habendi, 
ou seja, a intenção de assenhorear-se definitivamente do objeto material.
Roubo – CONSUMAÇÃO
Constitui crime material, pois exige o resultado naturalístico para fins de 
consumação.
Segundo o Superior Tribunal de Justiça: “Consuma-se o crime de roubo com a 
inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, 
ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e 
recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou
desvigiada” (Súmula 582). 
STJ - teoria da amotio.
Roubo – TENTATIVA
A tentativa é perfeitamente admissível quando, por circunstâncias alheias à sua 
vontade, o agente não efetiva a subtração. 
Se o sujeito voluntariamente desiste de subtrair o bem, surge a figura do art. 15 
do CP (desistência voluntária), respondendo somente pelos atos praticados 
(lesão corporal ou ameaça). 
Se o agente deixa de prosseguir na execução do fato, porque alguém se 
aproxima, responde por roubo tentado,pois o encerramento do iter criminis não 
foi produto de sua livre escolha. 
Roubo – CONCURSO DE CRIMES
Pluralidade de vítimas e unidade de patrimônio lesado → crime único
Se o agente emprega grave ameaça ou violência contra duas pessoas, mas 
subtrai objeto de só uma, há crime único, porquanto apenas um patrimônio foi 
lesado.
Pluralidade de vítimas e de patrimônios atingidos → concurso formal
Quando o sujeito, no mesmo contexto fático, subtrai bens de várias pessoas, 
comete tantos crimes quantos forem os patrimônios lesados, em concurso formal.
Roubo 
Roubo próprio (art. 157, caput, CP);
Roubo impróprio (art. 157, § 1º, CP);
Roubo majorado, agravado ou circunstanciado (art. 157, §§ 2º, 2º-A, 2º-B, CP);
Roubo qualificado (art. 157, § 3º, CP).
Roubo 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, 
ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou 
grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o 
exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 
1996)
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, 
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca; (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019)
Roubo 
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo 
que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, 
aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº 
13.654, de 2018)
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
Roubo – § 1º
Roubo impróprio ou por aproximação
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega 
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do 
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
Características:
i) a violência ou a grave ameaça é empregada depois da subtração do bem mas 
antes da consumação do furto;
ii) a intenção do agente é garantir a posse/detenção da coisa ou a impunidade 
pelo crime;
Roubo – dif. roubo impróprio e próprio
No roubo próprio, a violência ou grave ameaça são meios executórios para 
subtração, no roubo impróprio, ocorrem logo depois da subtração;
Roubo impróprio - questões
i) Um agente entra em uma casa para furtar. Antes de se apoderar de algum bem, 
é flagrado e emprega violência para fugir (para garantir impunidade). Qual crime 
comete? 
Roubo impróprio - questões
i) Um agente entre em uma casa para furtar. Antes de se apoderar de algum bem, 
é flagrado e emprega violência para fugir (para garantir impunidade). Qual crime 
comete? 
Não há roubo impróprio, pois antes da violência não houve subtração. 
Há somente tentativa de furto e lesões corporais.
Roubo impróprio - questões
ii) Um agente entra em uma casa, furta objeto e sai; no caminho é abordado pela 
vítima, que identifica o seu bem. Para garantir a impunidade, emprega violência 
contra a pessoa. Qual crime comete?
Roubo impróprio - questões
ii) Um agente entre em uma casa, furta objeto e sai; no caminho é abordado pela 
vítima, que identifica o seu bem. Para garantir a impunidade, emprega violência 
contra a pessoa. Qual crime comete?
Não há roubo impróprio, porque a violência não foi praticada “logo depois”. 
Por “logo depois” entende-se o tempo necessário para que haja a consumação do 
furto (tempo que vai da subtração até o momento em que o agente detenha o 
bem fora da esfera de disponibilidade e vigilância da vítima). 
No caso, há concurso entre furto consumado e lesão corporal.
Roubo impróprio - consumação
No roubo impróprio ocorre a consumação no exato instante em que é praticada a 
violência ou grave ameaça, mesmo que o agente não consiga garantir a 
vantagem ou impunidade.
Roubo impróprio – tentativa
No roubo impróprio é possível a tentativa?
Roubo impróprio – tentativa
Quanto a possibilidade de tentativa no roubo impróprio, há duas correntes:
01ª) Damásio: ou o agente emprega violência ou grave ameaça e o roubo 
impróprio se considera consumado, ou não o faz, havendo furto;
02ª) Mirabete: admite-se a tentativa na hipótese de o agente, depois de 
consumada a subtração, tentar empregar a violência ou a grava ameaça e não 
lograr êxito;
Doutrina: inclinação para segunda;
Jurisprudência: maioria primeira (STJ: REsp 693.102 e HC 175.017/RJ) - “o 
crime do art. 157, §1º, do CP não admite a tentativa, tendo em vista que o 
momento consumativo é o emprego da violência”.
Roubo impróprio x §§ 2º, 2ºA, 2ºB e 3º
É possível aplicar as causas de aumento de pena previstas no § 2º, 2ºA, 2ºB, e as 
qualificadoras do § 3º, quando se tratar de roubo impróprio? 
Roubo impróprio x §§ 2º e 3º
É possível aplicar as causas de aumento de pena previstas no § 2º, e as 
qualificadoras do § 3º, quando se tratar de roubo impróprio? 
P L E N A M E N T E P O S S Í V E L
Roubo majorado (§ 2º)
Roubo majorado, agravado ou circunstanciado
Art. 157.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o 
exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 
1996)
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, 
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca; (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)
Roubo majorado – natureza jurídica
Tratam-se de causa de aumento de pena;
São aplicadas na terceira fase da dosimetria da pena;
Obs.: predomina o entendimento, que as majorantes previstas no parágrafo 
segundo somente se aplicam ao roubo próprio (art. 157, caput, CP) e ao roubo 
impróprio (art. 157, § 1º, CP).
Roubo majorado – concurso de pessoas
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
- não é necessário que todos os agentes estejam no mesmo local;
- não é necessário que todos os agentes sejam identificados;
- não é necessário que todos os agentes sejam imputáveis;
Roubo majorado – transporte de valores
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece 
tal circunstância;
Requisitos:
1) vítima em serviço de transporte de valores(qualquer valor);
2) ciência desse fato pelo agente;
Obs.: é necessário que a vítima esteja a serviço de terceiro;
Roubo majorado – veículo para fora
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado 
para outro Estado ou para o exterior;
Requisitos:
1) que o objeto material seja veículo automotor (moto, carro, caminhão, lancha, avião);
2) que venha a ser transportado para outro estado ou para o exterior;
Obs.1: é necessário a efetiva transposição da fronteira, para aplicação da majorante;
Obs.2: não se admite a tentativa dessa majorante;
Obs.3: o agente contratado somente para transportar o veículo, ciente da origem ilícita, 
pode responder pelo art. 157, § 2º, IV, CP ou pelo art. 180, CP, conforme tenha sido 
contratado antes ou após o roubo;
Roubo majorado – restrição de liberdade
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
- aplica-se a agravante quando o agente mantém a vítima sequestrada;
- é necessário que a restrição de liberdade seja por tempo juridicamente 
relevante;
- pode ser aplicada quando a restrição de liberdade é realizada como meio 
executório ou em face da ação policial;
- se a restrição de liberdade se mantém por tempo considerável após a 
consumação do crime de roubo, haverá concurso material entre roubo e 
sequestro;
- sequestro relâmpago (art. 158, § 3º, CP);
Roubo majorado – § 2º, VI
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, 
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou 
emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
Roubo majorado – § 2º, VII
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma 
branca; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Arma branca é “o artefato cortante ou perfurante, normalmente constituído por
peça em lâmina ou oblonga” (art. 3º, XI, Decreto nº 3.665/2000)
Roubo majorado – § 2º-A
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 
2018)
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (Incluído 
pela Lei nº 13.654, de 2018)
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de 
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 
13.654, de 2018)
Roubo majorado – § 2ºA emp. de arma de fogo
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
- arma de fogo de uso permitido (art. 14, Lei 10.826/06)??? Aplica-se o princípio da 
subsidiariedade;
- arma de fogo de uso restrito (art. 16, Lei 10.826/06)??? Vide parágrafo único do art. 1º, 
da Lei 8.072/90, com a inclusão da Lei 13.497 de 26/10/2017;
- simulação de arma (sugesta) – não se aplica a majorante;
- porte ostensivo constitui ameaça implícita – se aplica a majorante;
- se o crime é cometido em concurso de pessoas, basta um dos agentes está armado – a 
majorante se aplica a todos (art. 30, CP);
- não é requisito essencial a apreensão da arma – se aplica a majorante;
- arma verdadeira desmuniciada – se aplica a majorante;
Roubo majorado – § 2ºA emp. de arma de fogo
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
- arma de brinquedo (arma finta) – tema controvertido:
Súmula 174 do STJ de 2001: “no crime de roubo, a intimidação feita com arma de 
brinquedo autoriza o aumento da pena”; posteriormente a súmula foi cancelada;
O entendimento majoritário que é que não cabe a majorante, em razão da tipicidade, pois 
“pistola de brinquedo” não é abrangido pelo conceito de arma;
Ademais, com o estatuto do desarmamento, ocorreu abolitio criminis da conduta de portar 
arma de brinquedo, simulacro, com o fim de cometer crimes. A conduta era prevista no art. 
10, § 1º, II, da Lei 9.437/97;
Roubo majorado – § 2ºA emp. de arma de fogo
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
A 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça determinou que seja suspensa em todo o 
território nacional a tramitação dos processos individuais ou coletivos que discutam se é ou 
não necessária a apreensão e a perícia de arma de fogo para incidência de aumento de 
pena nos delitos de roubo.
A decisão foi tomada pelo colegiado ao determinar a afetação de dois recursos especiais 
sobre o assunto para julgamento pelo rito dos recursos repetitivos. O relator dos recursos é 
o ministro Sebastião Reis Júnior. A suspensão do andamento dos processos em todo o país 
não impede a propositura de novas ações ou a celebração de acordos.
Roubo majorado – § 2ºA emp. de arma de fogo
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
Sebastião Reis Júnior destacou que o assunto já está pacificado na 3ª Seção: em 2010, ao 
julgar o REsp 961.863, os ministros concluíram que é facultativa a apreensão e a perícia da 
arma de fogo para a aplicação da causa de aumento de pena, desde que o uso possa ser 
comprovado por outros meios de prova.
O julgamento pelo rito dos repetitivos procura fixar tese aplicável diretamente em processos 
com a mesma controvérsia jurídica, de acordo com o Código de Processo Civil de 2015.
Roubo (STJ) – emp. de arma de fogo
Sebastião Reis Júnior destacou que o assunto já está pacificado na 3ª Seção: em 
2010, ao julgar os EREsp 961.863, os ministros concluíram que é facultativa a 
apreensão e a perícia da arma de fogo para a aplicação da causa de aumento de 
pena, desde que o uso possa ser comprovado por outros meios de prova.
O julgamento pelo rito dos repetitivos procura fixar tese aplicável diretamente em 
processos com a mesma controvérsia jurídica, de acordo com o Código de 
Processo Civil de 2015.
O enunciado também terá importante reflexo na admissibilidade de recursos para 
o STJ e em outras situações processuais, como a tutela da evidência (artigo 311, 
II, do CPC) e a improcedência liminar do pedido (artigo 332 do CPC). Com 
informações da Assessoria de Imprensa do STJ.
Pluralidade de causas aumento de pena
- a causa de aumento de pena prevista no § 2º é era variável: 1/3 a 1/2;
- Súmula 443 - O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de 
roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para 
a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes. (Súmula 443, 
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe 13/05/2010);
- doutrina: uma majorante – aumenta 1/3; todas as majorantes, 1/2;
Art. 68 - (...) 
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas 
na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, 
prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. 
Roubo majorado – § 2ºB
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de 
fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista 
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Obs.: cuidado com o conceito de arma de fogo de uso restrito ou proibido.
Roubo qualificado (§ 3º)
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da 
multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
§ 3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e 
multa;
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
Obs.1: o resultado agravador somente será imputado ao agente como 
qualificadora, se resultante da violência; se resultante da grave ameaça, haverá 
roubo em concurso com homicídio ou lesão corporal culposa.
Obs.2: o entendimento dominante é de que as majorantes do § 2º e § 2º-A, § 2ºB 
somente se aplicam ao roubo próprio e impróprio. 
Roubo qualificado (§ 3º, I) – lesão grave
- aplica-se a qualificadora quando advém resultado agravador lesão corporal 
grave (art. 129, § 1º, CP) e lesão corporal gravíssima (art. 129, § 2º, CP);
- lesãoleve e vias de fato são inerentes ao tipo: roubo próprio e impróprio;
Obs.: o resultado agravador pode ser pelo titular do patrimônio lesado, ou por 
terceiro lesionado;
Roubo qualificado (§ 3º, II) – latrocínio
- aplica-se a qualificadora quando advém resultado agravador morte;
- predomina o entendimento de que se aplica o art. 157, § 3º, II, do CP quando o 
resultado letal for proveniente de dolo ou até mesmo culpa do agente;
Agravação pelo resultado
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente 
que o houver causado ao menos culposamente.
Roubo qualificado (§ 3º, II) – latrocínio
MOMENTO CONSUMATIVO
i) se a subtração e a morte se consumam – há latrocínio consumado;
ii) se a subtração e o óbito ficam na esfera da tentativa – há latrocínio tentado;
iii) homicídio consumado e subtração tentada – há latrocínio consumado;
iv) subtração consumada e homicídio tentado – há tentativa de latrocínio; 
Roubo qualificado (§ 3º, II) – latrocínio
MOMENTO CONSUMATIVO
Subtração consumada e homicídio tentado;
Vide HC 91.585 – STF
Possibilidades:
a) tentativa de latrocínio (art. 157, § 3º, II, c/c o art. 14, II, do CP) –
posicionamento atual do STJ (AgRg no REsp 1.647.962/MG de 2017);
b) roubo agravado pela lesão grave (art. 157, § 3º, I, CP);
c) roubo consumado em concurso material com tentativa de homicídio (art. 157, §
2º ou § 2-A ou caput, e art. 121, § 2º, V, c/c art. 14, II, do CP) – posicionamento do 
STF 
Roubo qualificado (§ 3º, II) – latrocínio
JUÍZO COMPETENTE
Juízo comum
Obs.: no latrocínio a morte pode advir de dolo ou culpa (preterdoloso), em 
qualquer dos casos, a competência é do Juízo comum
SÚMULA 603 STF: A competência para o processo e julgamento de latrocínio é 
do juiz singular e não do tribunal do júri.
Roubo qualificado (§ 3º, II) – latrocínio
MORTE DE TERCEIRO
Não há latrocínio, salvo de em caso de aberractio ictus;
Obs.: para caracterizar latrocínio, o homicídio deve ser cometido contra o titular 
do patrimônio lesado ou contra o terceiro, alvo da violência;
https://www.youtube.com/watch?v=HGEhHrzjxg8
Roubo qualificado (§ 3º, II) – latrocínio
CONCURSO DE CRIMES
i) várias mortes + várias subtrações – concurso material de crimes (majoritário);
ii) uma subtração + várias mortes (com desígnios autônomos) - concurso formal 
impróprio;
iii) a jurisprudência dominante não admite continuidade delitiva entre crime de 
roubo e latrocínio, pois não são considerados da mesma espécie; 
EXTORSÃO
Art. 158
CAPÍTULO II - ROUBO E EXTORSÃO 
Ponto em comum é que a perda patrimonial é realizada mediante violência ou 
grave ameaça contra pessoa.
Roubo próprio
Roubo impróprio
Roubo circunstanciado ou agravado (majorado)
Roubo qualificado
Extorsão (simples, circunstanciada, sequestro relâmpago, e qualificada)
Extorsão mediante sequestro
Extorsão indireta
Diferença entre roubo e extorsão 
Hungria: “há entre a extorsão e o roubo uma tal afinidade que, em certos 
casos, praticamente se confundem. Conceitualmente, porém, a distinção 
está em que, na extorsão, diversamente do roubo, é a própria vítima que, 
coagida, se despoja em favor do agente. Dizia Frank, que o ladrão subtrai, o 
extorsionário faz com que lhe seja entregue. No roubo, há uma concrectatio; 
na extorsão, há uma traditio.”
Conceito de Hungria não prevalece hoje em dia...
Diferença entre roubo e extorsão 
Nucci: “no roubo o agente atua sem a participação do vítima, na extorsão o 
ofendido colabora ativamente com o autor da infração penal.”
Ex.: para roubar um carro, o agente aponta o revólver e retira a vítima do seu 
veículo contra a vontade desta. No caso da extorsão, o autor aponta o revólver 
para o filho do ofendido, determinando que este vá buscar o carro na garagem da 
sua residência, entregando em um outro local predeterminado, onde se encontra 
um comparsa.
Diferença entre roubo e extorsão 
Bitencourt: “no roubo, o mal é iminente, e o proveito é contemporâneo; na 
extorsão, o mal prometido é futuro, e futura também é a vantagem que o 
agente objetiva. No roubo, o agente toma a coisa, ou obriga a vítima a 
entregá-la; na extorsão, a vítima pode, em princípio, optar entre acatar a 
ordem e oferecer resistência.”
Diferença entre roubo e extorsão 
i) quanto à ação nuclear:
No roubo, há subtração; na extorsão, constrangimento;
ii) quanto aos meios executórios:
No roubo, a lei prevê o emprego de violência ou grave ameaça contra a pessoa e 
de recurso que reduza à incapacidade de resistência; na extorsão, violência ou 
grave ameaça contra a pessoa;
iii) quanto à imprescindibilidade do comportamento da vítima:
No roubo, diversamente da extorsão, a atitude da vítima não é conditio sine qua
non para o êxito do desfalque patrimonial;
Diferença entre roubo e extorsão 
Para Hungria, no roubo, há uma concrectatio (o agente retira o bem da vítima); na 
extorsão, há uma traditio (a vítima entrega o bem ao ofendido);
Ocorre, que é roubo o fato do agente obrigar a vítima a entregar o bem.
Extorsão – bem jurídico protegido 
Dupla objetividade:
- patrimônio;
e
- integridade corporal (física e psíquica);
- liberdade individual;
- vida.
Crime complexo
Extorsão 
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o 
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, 
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de 
arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do 
artigo anterior.
Extorsão - consumação 
Crime formal
A posição dominante é que se consuma quando do emprego da violência ou 
grave ameaça, independentemente da obtenção da vantagem indevida;
Súmula 96 STJ - O crime de extorsão consuma-se independentemente da 
obtenção da vantagem indevida. (Súmula 96, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 
03/03/1994, DJ 10/03/1994) 
Extorsão - tentativa 
Admissível a tentativa
i) momento da exigência (crime tentado);
ii) momento em que o ofendido, constrangido, realiza o ato esperado pelo sujeito 
(crime consumado);
iii) momento do recebimento da vantagem indevida (exaurimento);
Extorsão - Majorada 
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o 
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, 
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de 
arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do 
artigo anterior.
Obs.: aplica-se as mesmas observações expostas no crime de roubo
Extorsão – Qualificada 
Extorsão
Art. 158 - (...)
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º 
do artigo anterior.
Extorsão qualificada - lesão grave ou morte;
Extorsão qualificada - a pena é a prevista no art. 157, § 3º, CP;
Extorsão – sequestro relâmpago 
Extorsão
Art. 158 - (...)
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa 
condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de 
reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal 
grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, 
respectivamente.
ALGUÉM CONSTRANGE OUTREM + VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA 
+RESTRIÇÃO DE LIBERDADE
Obs.: a restrição de liberdade pode ser total ou parcial;
Extorsão – sequestro relâmpago 
Momento consumativo
Súmula 96 STJ - O crime de extorsão consuma-se independentemente da 
obtenção da vantagem indevida. (Súmula 96, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 
03/03/1994, DJ 10/03/1994)
Extorsão – sequestro relâmpago 
TENTATIVA
A tentativa é admissível
Extorsão – sequestro relâmpago 
FORMA QUALIFICADA
Art. 158 - (...)
§ 3º Se o crimeé cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa 
condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de 
reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal 
grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, 
respectivamente.
Forma simples – não é crime hediondo
Forma qualificada - é crime hediondo
Extorsão – sequestro relâmpago 
CONCURSO COM ROUBO
Ex.: o agente subtrai o veículo da vítima, ou qualquer de seu pertences, e além 
disso a obriga a realizar saques nos caixas eletrônicos.
STF e STJ – roubo e extorsão em concurso material
EXTORSÃO
MEDIANTE 
SEQUESTRO
Art. 159
Extorsão Sequestro – bem jurídico
Dupla objetividade:
- patrimônio;
e
- integridade corporal (física e psíquica);
- liberdade individual;
- vida.
Crime complexo
Extorsão mediante sequestro 
Extorsão mediante seqüestro
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer 
vantagem, como condição ou preço do resgate:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 
(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, 
facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
Extorsão mediante sequestro
- a privação de liberdade deve ser por tempo juridicamente relevante;
- obrigatoriamente sequestro de pessoa; sequestro de animal, configura extorsão 
(art. 158, CP);
Extorsão mediante sequestro
MOMENTO CONSUMATIVO
Crime formal – se consuma com o sequestro por tempo juridicamente relevante;
TENTATIVA – admissível
Ex.: os agente são surpreendidos imediatamente após restringir a liberdade do 
sequestrado, não levando-o ao cativeiro;
Extorsão mediante sequestro
FORMAS QUALIFICADAS
§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é 
menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido 
por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
a) se o sequestro dura mais de 24 horas;
b) se o sequestrado é menor de 18 anos ou maior de 60 anos;
c) se o sequestro é cometido por associação criminosa;
Extorsão mediante sequestro
FORMAS QUALIFICADAS
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
Os resultados agravadores são lesão grave e morte
Extorsão mediante sequestro
COLABORAÇÃO
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à 
autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um 
a dois terços.
COLABORAÇÃO EFICAZ + LIBERDADE DA VÍTIMA
É possível aplicar também a Lei nº 9.807/99 (Lei de proteção às vítimas, 
testemunhas e réus colaboradores) e a Lei 12.850/13 (Lei das Organizações 
Criminosas)
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Art. 160 – extorsão indireta;
Capítulo III – DA USURPAÇÃO
Art. 161 – alteração de limites
Art. 161, § 1º, I – usurpação de águas
Art. 161, §§ 1º, II e 2º – esbulho possessório
Art. 162 – supressão de marcas de animais
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Capítulo IV – DO DANO
Art. 163 – dano
Art. 164 - introdução ou abandono de animais em propriedade alheia
Art. 165 – dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
Art. 166 – alteração de local especialmente protegido
CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO 
INDÉBITA
Arts. 168 a 170
Apropriação indébita
i) art. 168 – apropriação indébita propriamente dita;
ii) art. 168-A - apropriação indébita previdenciária;
iii) art. 169, caput – apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força 
maior;
iv) art. 169, par. único, I – apropriação de tesouro;
v) art. 169, par. único, II – apropriação de coisa achada;
APROPRIAÇÃO 
INDÉBITA
Art. 168
Apropriação indébita
REQUISITOS
i) posse ou detenção lícita e desvigiada;
ii) boa-fé ao ingressar na posse ou detenção do bem;
iii) inversão do ânimo da posse.
CAPÍTULO VI
DO ESTELIONATO E 
OUTRAS FRAUDES
Arts. 171 a 179
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Capítulo IV – DO ESTELIONATO DE OUTRAS FRAUDES
Art. 171, caput e § 1º – estelionato
Art. 171, § 1º – estelionato privilegiado
Art. 171, §§ 2º, 3º e 4º - condutas equiparadas a estelionato
Art. 172 – duplicata simulada
Art. 173 – abuso de incapazes
Art. 174 – induzimento a especulação
Art. 175 – fraude no comércio
Art. 176 – outras fraudes
Art. 177 – fraude ou abuso (sociedade por ações)
Art. 178 – emissão irregular de conhecimento de depósito ou warrant
Art. 179 – fraude a execução
CAPÍTULO VII DA 
RECEPTAÇÃO
Arts. 180 e 180-A
Receptação
Bem jurídico protegido – o patrimônio;
Espécies de receptação: culposa e dolosa;
Receptação dolosa simples própria
Art. 180, caput, primeira parte, CP
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito 
próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que 
terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Receptação dolosa simples imprópria
Art. 180, caput, parte final, CP
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou 
alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de 
boa-fé, a adquira, receba ou oculte: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Receptação qualificada
Art. 180, § 1º, CP
Art. 180 - (...)
Receptação qualificada
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, 
montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em 
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa 
que deve saber ser produto de crime:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
Obs.: “deve saber” implica em dolo eventual;
Receptação privilegiada
Art. 180, § 5º, CP
Art. 180 - (...)
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em 
consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa 
aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.
- primário;
- pequeno valor a coisa;
Receptação culposa
Art. 180, § 3º, CP
Art. 180 - (...)
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre 
o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida 
por meio criminoso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
Receptação x Favorecimento real
Favorecimento real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, 
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

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