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recomendações dietéticas gestantes aula 4

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Recomendações dietéticas no período gestacional
Disciplina: Nutrição Materna, da criança e do adolescente
Professora: Amanda Freitas
Métodos para Cálculo da IG e Data Provável do Parto
Objetivo : Estimar o tempo de gravidez/ idade do feto
Quando a DUM é conhecida e de certeza:
Uso do calendário: Somar o nº de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta, dividindo por 7 ( resultado em semanas); 
Uso do disco (gestograma).
Métodos para Cálculo da IG e Data Provável do Parto
Idade Gestacional
Exemplo:
1) DUM = 4/01/2018	dia da consulta: 2/02/2018
Janeiro: 27 dias 
Fevereiro: 02 dias 
 29 dias : 7 = 4,1 semanas
2) DUM = 15/11/2017	dia da consulta: 3/02/2018
Novembro: 15 dias 
Dezembro: 31 dias
Janeiro: 31 dias
Fevereiro: 03 dias
 80 dias : 7 = 11,4 semanas
 
Idade gestacional em semanas completas de gestação:
12 semanas e 5 dias = 13 semanas;
8 semanas e 1 dia = 8 semanas;
10 semanas e 3 dias = 10 semanas;
24 semanas e 4 dias =25 semanas.
Data Provável do Parto (DPP)
O cálculo será feito com base na data da última menstruação (DUM).
Somar 7 dias ao 1º dia da última menstruação (DUM) e adicionar 9 meses
Exemplo 1: DUM = 04/05/2017
 Cálculo do dia: 4+7 = 11
 Cálculo do mês: 02
 DPP= 11/02/2018
Data Provável do Parto (DPP)
DUM = 27/01/2017
 27 + 7= 34
 O mês de janeiro tem 31 dias, então:
 34 – 31 = 3 (cálculo do dia)
 1 + 9 + 1 =11(cálculo do mês)
Quando o nº de dias encontrado for maior do que o nº de dias do mês, deve- se adicionar 1 ao final do cálculo do mês.
DPP = 03/11/2017 
Necessidades energéticas na gravidez e lactação
A mulher adulta, sadia, em idade fértil, não grávida e com atividade física moderada : ± 25 a 30 kcal/kg/dia .
Durante uma gravidez normal são consumidas, para a geração do feto e nos mecanismos de adaptação do organismo materno, cerca de 80.000 kcal (durante os 280 dias da gestação). 
Representa acréscimo diário de cerca de 300 kcal na dieta da gestante e também da nutriz.
A necessidade calórica diária passa de 25-30 kcal/kg/dia 
para 30-35 kcal/kg/dia durante a gravidez. 
Necessidades proteicas na gravidez e lactação
A mulher adulta normal, não grávida:± 0,8 g/kg/dia, do qual ⅓ de origem animal e ⅔ de origem vegetal .
Durante uma gravidez normal as tendências mais recentes são mais econômicas e sugerem aporte proteico de 1,1 g/kg/dia, nas mesmas proporções quanto à fonte (⅔ de origem vegetal e ⅓ de origem animal).
 Esse acréscimo na ingestão proteica diária é satisfeito com a ingestão de dois copos de leite mais um ovo/dia. 
Necessidades proteicas na gravidez e lactação
Durante uma gravidez normal, são sintetizadas cerca de 1.000 gramas de proteína - 500 g no feto, 60 g na placenta e 440 g no corpo da gestante. 
As recomendações dietéticas quanto à ingestão proteica na gravidez variam amplamente na literatura. (10 -15% das calorias totais do dia)
Não há vantagens em ingerir grande quantidade de proteína durante a gravidez/lactação, havendo, inclusive, indícios de que a ingestão excessiva de proteína nessa condição aumenta a incidência de prematuridade.
Necessidades proteicas na gravidez e lactação
OMS: o requerimento proteico adicional de 6g de proteína/dia durante 40 semanas; ou 1,2g; 6,1g; 10,7g no 1º, 2º e 3º trimestre respectivamente
Necessidades de carboidratos na gravidez e lactação
Recomendação média: 55-60% das necessidade energéticas diárias. 
A ingestão a mais de calorias que as necessárias para o nosso organismos e para a formação do feto, esse excedente à transformado em tecido gorduroso para a mãe , provocando o ganho de peso excessivo.
Importante: a ingesta de carboidrato é necessária para que a proteína não seja utilizada como fonte de energia.
Necessidades de lipídios na gravidez e lactação
Importância: fornecem bastante energia (1g=9kcal), transportam vitaminas (A,D,E,K) e os ácidos graxos são essenciais para a formação de tecidos e hormônios. 
O ideal é escolher as fontes mais saudáveis: de origem vegetal como óleo de milho, girassol, soja, azeite. 
Os de origem animal possuem muita gordura saturada e colesterol. 
FATORES QUE PODEM DETERMINAR
AS NECESSIDADE NUTRICIONAIS
Estado Nutricional: Normalmente as mulheres gestantes de baixo peso tende a ter filhos de
baixo peso.
 Altura: Esta muito relacionada com o estado nutricional. Geralmente mulheres com baixa
estatura tende a ter filhos de baixo peso e baixa estatura.
 Idade: As adolescentes com idade < 19 anos está associado com baixo peso ao nascer, desproporção céfalo-pélvica, prematuridade e distúrbios hipertensivos da gestação.
 Em idades > 35 anos está associado com anomalias congênitas, HAS, Diabetes gestacional e altos índices de mortalidade perinatal.
 Aumento de peso durante a gestação: O ganho de peso excessivo é prejudicial tanto para a
mulher quanto para o feto.
FATORES QUE PODEM DETERMINAR
AS NECESSIDADE NUTRICIONAIS
Paridade (nº de filhos): Não interfere em nada desde que seja mantido o intervalo gestacional.
 Tabagismo: A nicotina impede a passagem de O2 para o feto. Pode ocasionar problemas
placentários, deslocamento da placenta.
 Alcoolismo: A gestante que ingere álcool predispõe o feto a má formação congênita. O
álcool tem calorias vazias e predispõe o feto a uma desnutrição intra-uterina por tirar o álcool a fome da gestante.
FATORES QUE PODEM DETERMINAR
AS NECESSIDADE NUTRICIONAIS
Avaliação Nutricional
Aumento de peso= o peso atual na data da consulta diminuído de peso pré-gestacional ou o peso medido no 1º trimestre até a 13º semana de gestação.
Após avaliar na 1º consulta, continuar aferindo o peso nas consultas subsequentes e monitorar comportamento do traçado.
Na América Latina, sete instrumentos de classificação baseados em peso, estatura e idade gestacional têm sido aplicados na prática clínica do pré-natal (10–12):
 1) método de Rosso;
2) método do Centro Latino-Americano de Perinatologia (CLAP); 
3) método do Institute of Medicine de 1992 (IOM-1992) ;
 4) nomograma de Atalah et al. ; 
5) nomograma de Mardones e Rosso ;
6) nomograma de Mardones et al.; e 
7) método do IOM de 2009. 
Esses instrumentos de avaliação foram elaborados e testados em populações com características específicas, havendo escassez de estudos de validação nos países da América Latina, o que leva a questionamentos sobre a sua validade e comparabilidade ampliadas a contextos epidemiológicos com fenótipos e condições socioambientais distintos .
Avaliação Nutricional
AVALIAÇÃO DE GANHO DE
PESO GESTACIONAL SEGUNDO
A IOM:
Calcular IMC pré gestacional
Calcular o ganho de peso gestacional até a data da consulta e calcular o ganho de peso por semana recomendado ( a termo) e adequá-lo segundo faixa de ganho de peso total recomendada.
EXEMPLO:
Gestante 24 anos, 20 semanas, PPG= 57 kg, PA= 63 kg, A= 1,65 cm
IMCPG = 20,95 kg/m2 (eutrófica)
 Ganho de peso até a 20º semana= 6 kg
 Ganho projetado até o final a gestação= 0,42 kg/semana x 20 semanas = 8,4 kg
 Ganho de peso total = 6 kg (já ganho até a 20º semana) + 8,4 kg (a ganhar) = 14,4 kg
(adequado, pois está dentro da faixa de normalidade segundo a recomendação do IOM de
2009).
GRÁFICO ATALAH
Conceito: instrumento de avaliação nutricional da gestante baseado no IMC atual.
Peso pré-gestacional desconhecido
Obtidas as medidas de peso atual, altura e idade gestacional, consulta-se a tabela de
referência, verificando-se se os dados da gestante estão incluídos dentro do intervalo
sugerido como normal (p10 e p90).
• Uma alternativa para avaliação nutricional quando o peso não for conhecido para as
gestantes que estiverem com peso pré-gestacional superior ou inferior aos apresentados na tabela, seria:
• 0,4kg/semana – 2º trimestre (IG>= 14 semanas)
• 0,3kg/semana - 3º trimestre (IG>=28 semanas)
Recomendações Nutricionais
VET= TMB X FA + COTA ENERGÉTICA
• 85 KCAL - 1º TRIMESTRE (<14 SEMANAS);
• 285 KCAL - 2º TRIMESTRE ( 14-28 SEMANAS);
• 475 KCAL
- 3º TRIMESTRE (> 28 SEMANAS ).
• Para calcular a TMB, usar PPG para gestantes eutróficas, Peso ideal (com IMC de 20,8 kg/m2) para baixo peso e PPG para sobrepeso e obesidade e monitorar.
	• GESTAÇÃO GEMELAR: 1000 KCAL/DIA A MAIS DO QUE FOI CALCULADO
PARA GESTAÇÃO DE FETO ÚNICO (WHO,2007)
Recomendações Nutricionais
• Proteínas (correção pela digestibilidade).
• Nível Seguro de Ingesta NSI x 100
								82
			• Adulto = 1 g/kg/dia
ADICIONAL PARA GESTANTE:
FAO/WHO 2007
• 1º TRIMESTRE + 1 g
• 2º TRIMESTRE + 9 g
• 3º TRIMESTRE + 31 g
• GEMELAR: 50g/DIA (a partir da 20ª semana)
Recomendações Nutricionais
Glicídios e Lipídios: Tabela IOM, 2004 (% igual adultos)
 Minerais e Vitaminas: Ver Recomendações IOM, 2011
NUTRIÇÃO NAS TOXEMIAS GRAVÍDICAS
E GESTAÇÃO
TOXEMIA GRAVÍDICA : Aparece com mais frequência nas grávidas que são ao mesmo tempo obesas e principalmente nas mulheres que aumentam de peso de modo desproporcionado no decorrer dos últimos trimestres.
 A toxemia gravídica é classificada em duas divisões: Pré-eclâmpsia e eclâmpsia.
PRÉ-ECLÂMPSIA: AUMENTO DA P.A.; PROTEINÚRIA; EDEMA
ECLÂMPSIA: COMA e CONVULSÃO
Náuseas e vômitos
• É comum aparecer nos 1º meses de gravidez. Estes sintomas estariam relacionados com o
aumento da produção hormonal (principalmente o hormônio Gonadotrofina Coriônica),
isto porque no início da gravidez há um aumento súbito da produção desse hormônio e
isto coincide com o aparecimento das náuseas e vômitos. 
		Acredita-se também que exista o fator psicológico agravando esta situação.
• Conduta: 
1) Deve-se dar preferência a fazer pequenas refeições em nº de vezes maior (um volume diminuído e um fracionamento aumentado).
2) Se sentir enjoo: Ao acordar, comer 2 ou 3 torradas e esperar alguns minutos antes de levantar; Comer alimentos frios, secos ou pastosos, mingaus, vitaminas. Utilizar gengibre e ervas frescas ao preparar as refeições. Chupar limão, gelo e beber água de coco. Comer devagar e mastigar bem os alimentos. Fracionar a dieta em pequenas refeições ao dia. Não tomar líquido rapidamente. Tomar em goles pequenos. Evitar alimentos gordurosos e muito condimentados.
Pirose / Azia
Pressão do útero sobre o estômago causando compressão, o que favorece o refluxo do seu conteúdo.
 Conduta:
 Evitar café preto em jejum, chá preto e mate.
 Dar preferência para chá de camomila, erva-doce, erva-cidreira, chá de frutas.
 Evitar bebidas alcoólicas, excesso de açúcar, doces e gorduras.
Evitar temperos picantes como pimenta do reino e molho inglês.
Dar preferência para alho, cebola, cheiro verde, orégano, manjericão, coentro.
Evitar deitar logo após as refeições.
Fracionar a dieta, comer devagar e mastigar bem os alimentos.
Constipação Intestinal
• Conforme a gestação progride, a constipação pode tornar-se um problema devido a motilidade gastrointestinal diminuída, pressão do útero aumentando sobre o trato gastrointestinal, exercícios diminuídos.
• Orienta-se a introdução de alimentos fibrosos na dieta da gestante, estes alimentos deverão ser oferecidos gradativamente.
Anemia na gestação
	A anemia nutricional, queda das taxas de hemoglobina no sangue é resultante de deficiência de ferro, vitamina B12 e ácido fólico.
	A anemia ferropriva, a mais comum, afeta aproximadamente 80 – 90% das mulheres grávidas nos países em desenvolvimento.
Etiologia: 
A elevada prevalência de anemia em países em desenvolvimento resulta da combinação de alguns fatores:
 Dieta inadequada;
 Doenças e infecções recorrentes;
Multi paridade e pequeno intervalo gestacional
Anemia na gestação
Taxa: Hemoglobina > = 11g/dl – ausência de anemia
Conduta: Suplementação de ferro a partir da 20ª semana; 1 drágea de sulfato ferroso/dia (300mg), que corresponde a 60mg de ferro elementar.
Recomenda-se ingerir antes das refeições.
Taxa: Hemoglobina < 11g/dl - > = 8g/dl – anemia leve a moderada
Conduta: Solicitar exame parasitológico; Tratar a anemia com 3 drágeas de sulfato ferroso, via oral/dia; Repetir a dosagem de hemoglobina entre 30 e 60 dias:
Caso os níveis estiverem subindo, manter o tratamento até a hemoglobina atingir 11g/dl, quando deverá ser iniciada a dose de 1 drágea/dia, e repetir a dosagem no 3º trimestre.
Caso a hemoglobina permaneça em níveis estacionários ou se “cair”
referir ao pré-natal de alto risco.
Anemia na gestação
Taxa: Hemoglobina < 8g/dl – anemia grave
Conduta: Referir ao pré-natal de alto risco.
	Consequências: A anemia reduz a resistência da grávida a infecções; Aumenta as taxas de complicações da gravidez e do parto –hemorragias e prematuridade; Aumenta o risco de mortalidade materna.
PROFILAXIA E TRATAMENTO
 Alimentação adequada com ingestão recomendada de proteína animal e fontes vegetais ricas em ferro;
Planejamento familiar: Intervalos interpartais de pelo menos 2 anos;
Para mulheres malnutridas o intervalo deve ser de no mínimo 3 anos.
Para mulheres com anemia crônica, o uso de anticoncepcionais deve ser considerado.
 Suplementação medicamentosa segundo recomendações.

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