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Capitulo 2

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Comunicação para o planejamento profissional
Comunicação e carreira profissional: Perspectivas para um novo contexto
Nesta unidade temática, você vai aprender
Interpretar o atual contexto e, nele, entender a estreita relação entre a capacidade comunicativa de um indivíduo e o êxito profissional;
Compreender a complexidade social, sua pluralidade e seus diversos espaços de comunicacionais;
Comunicar-se, ciente de que a comunicação não é uma via de mão única;
Comunicar-se, ciente da relação entre linguagem e corpo;
Comunicar-se, ciente da relação entre domínio do conteúdo e segurança no ato da comunicação.
Introdução
Agora que você compreende de modo mais sólido o conceito de língua e de linguagem, bem como sua articulação frente às diferentes situações sociocomunicativas, é o momento de adentrarmos em um dos debates centrais desta disciplina: a relação entre a comunicação e o êxito profissional. Discutiremos, nesta aula, as principais ideias acerca desse tema e algumas teorias que o fundamentam, para, assim, possibilitar a você, futuro profissional, um olhar cada vez mais atento a determinadas competências e habilidades exigidas pelo atual mercado de trabalho, independentemente de sua área de atuação.
Falaremos sobre o atual mercado de trabalho e o profissional que ele almeja, das exigências comunicacionais de uma sociedade plural, das questões da oralidade e de sua essencialidade nas relações interpessoais, bem como os elementos verbais e não verbais que envolvem o processo de comunicação oral. Por fim, falaremos das capacidades de ouvir e de dialogar, muitas vezes esquecidas quando o assunto é comunicação. Tópicos como o autoconhecimento, a tomada de decisões e o posicionamento crítico a partir do uso da voz também farão parte deste momento.
O atual mercado de trabalho e suas exigências comunicacionais
“Quem não se comunica, se trum- bica!” Lembram-se dessas palavras?
Repetida semanalmente na TV, quase como um mantra, a frase acima foi eternizada pela voz estridente e inconfundível de Abelardo Barbosa, mais conhecido como Chacrinha, ícone da comunicação brasileira nos anos 70 e 80 do século passado.
Pois bem, se em sua época essa era uma dica interessante, em nossos dias ela possui outro status: o de fundamental. Comunicar-se bem, hoje, não é apenas mais uma habilidade capaz de colocar o sujeito em destaque dos demais em um ambiente de trabalho, mas essencial para que ele simplesmente o acesse. É exatamente o que nos mostra Rosa e Landim, no artigo intitulado Comunicação: a ferramenta profissional, afirmando que:
“O papel da comunicação começa bem antes de sua atuação em uma determinada função, começa na hora de conseguir um emprego ou um contrato para prestar um serviço [...]. Sem essa habilidade ele [o sujeito] já sai em desvantagem em relação aos seus concorrentes” (2009, p. 142).
Decorrente dos acontecimentos sociais e econômicos mais recentes, o contexto atual nos mostra que estamos vivendo diversas mudanças em torno das concepções de carreira profissional e de marcado de trabalho, oriundas não só do avanço da tecnologia, mas da multiplicidade de funções, da maior expectativa de vida, do alto nível de desemprego, entre outros fenômenos. Nesse cenário, em que a carreira é cada vez menos linear ou pensada dentro de uma ideia segura de progressão, a arte da boa comunicação é, sem dúvida, um dos instrumentos vitais para o desenvolvimento de um indivíduo dentro de uma organização ou de forma autônoma, imprescindível àqueles que buscam um nível de profissionalismo à altura de seus planos.
Não esqueça: a capacidade comunicativa de um indivíduo é diretamente ligada à sua ascensão profissional.
Se você observar com atenção, vai notar que todo o profissional de sucesso possui uma característica em comum: a de comunicar-se bem, seja ele um gestor de empresa, que vende de forma única suas ideias; ou um professor, que cativa seus alunos e os encanta; ou mesmo alguém da área de saúde ou tantas outras que, por meio da palavra, escrita ou falada, se aproxima daqueles a quem se dirige e os conforta, passa segurança, confiança ou mesmo os acolhe. Do contrário, sem uma comunicação eficiente, as portas se fecham, mesmo que o conhecimento específico do indivíduo seja de excelência.
‘ Não adianta ser uma pessoa formada em determinada área, ter uma pós-graduação, mas ter dificuldade em comunicação. É preciso saber como proceder em uma reunião, falar com os clientes, com os superiores, saber redigir documentos, e-mails etc. Resumindo, tudo o que fará em sua vida profissional terá a comunicação como prioridade [...]. (CUNHA, 2009, p. 9-10)
É interessante lembrar, porém, que a capacidade comunicativa, ou melhor, o grau de competência comunicacional de um indivíduo não está ligado perfeitamente ou necessariamente ao seu nível de conhecimento gramatical, como se bastasse ser um gramático para saber se comunicar bem, e sim, no modo como ele usa a linguagem. Existem excelentes comunicadores semianalfabetos, bem como eruditos extremamente incapazes de se comunicar por escrito ou oralmente com todas as pessoas a que desejam atingir pela simples dificuldade de adequar sua linguagem à determinada situação sociocomunicativa. Não conseguem proporcionar uma simetria discursiva e uma aproximação linguística com seus ouvintes ou grupo de leitores. É como se uma criança perguntasse ao doutor em química por que o sabão limpa com facilidade a gordura e ele lhe desse uma explicação extremamente científica a partir de uma exemplificação relacionada à quebra de determinadas moléculas causadas pelo contato de uma substância com outra. Por isso, como nos mostra David Lima Jr.:
Não basta ser um “um gênio” em sua área de atuação se ninguém entende o que você fala. Suas ideias brilhantes pouco lhe valerão alguma coisa se, na hora de apresentá-las ao público, não souber ordená-las de forma convincente, e argumentar de maneira clara e objetiva. Seu sucesso é do tamanho de suas habilidades de comunicação. Se você não ocupa o lugar que acredita merecer, é porque ainda não aprendeu a comunicar ao mundo suas habilidades. (LIMA, 2015, p. 1)
Isso tudo não significa, de forma alguma, que o conhecimento gramatical seja dispensável ou visto como algo menos importante. Não mesmo. Significa, isso sim, que o grau de competência comunicacional de um indivíduo vai além desse importante conhecimento. O conhecimento gramatical apenas está ligado a um rol muito maior de destrezas no que se refere à boa capacidade comunicacional, que podem ser desenvolvidas a partir da prática da leitura, de exercícios de prática de escrita, do exercício de leitura em voz alta, de exercícios de comunicação oral, como veremos mais para frente, quando tratarmos mais especificamente dessa questão, entre outros, assim como uma visão atual e voltada para as inúmeras demandas sociais da linguagem, como as estudadas anteriormente e que devem ser levadas sempre em conta.
Lembre-se, a linguagem é uma roupa que se veste.
O filólogo e gramático Evanildo Bechara resume bem toda essa questão, ao dizer que “Precisamos ser poliglotas em nossa própria língua”, adequando nosso nível de linguagem de acordo com nosso interlocutor, o que só poderá ser feito por quem conhece todos os níveis. Transitar do nível coloquial ao nível culto só é possível a quem domina todos.
Comunicação e pluralismo na sociedade contemporânea 
Se elencarmos algumas das principais características que o mercado busca encontrar no profissional contemporâneo (como a sempre tão almejada proatividade, a facilidade para os bons relacionamentos e a criatividade na resolução de problemas de modo dinâmico e eficaz), temos nitidamente a questão da comunicação como seu pilar mestre: a essência de tudo. E é nesse pilar que está a relação com a metáfora da “roupa que se veste” que demos acima. Estamosvivendo em uma sociedade plural, tanto em aspectos culturais, étnicos, de gênero quanto midiática, e saber jogar, respeitar e compreender essa pluralidade é essencial. Mais do que nunca, aprendeu-se que a boa relação interpessoal, a aptidão para lidar com a diferença, a facilidade de trabalhar em grupo e de liderar, a empatia e a capacidade de promover não apenas algo ou uma determinada empresa, mas também a si mesmo são alguns dos grandes segredos de nosso tempo.
Contemporaneidade: o tempo da empatia e da diversidade.
Vivemos o tempo da comunicação e da informação por excelência, e saber se comunicar com todos, percebendo esse contexto de diversidade e pelas mais distintas ferramentas é o caminho para o êxito. Podemos pensar essa questão, inclusive, no que se refere ao estudo de línguas estrangeiras ou mesmo por um viés de caráter inclusivo. Por que não colocar LIBRAS em seu currículo, não é mesmo? Dominar a Língua Brasileira de Sinais, hoje, pode lhe abrir muitas portas. Isso porque tudo o que nos cerca (e nisso a vida organizacional e a carreira) não caminha sem sua relação com os fenômenos não apenas econômicos, mas igualmente políticos, ecológicos, tecnológicos e culturais do momento histórico em que vivemos. E sem esquecer a importante atenção que temos de dar à velocidade desse nosso período, pois uma das fortes marcas culturais do século XXI é a alta tecnológica de comunicação e sua veloz funcionalidade.
SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO
‘Diferentemente da sociedade moderna anterior, a que eu chamo de modernidade sólida, que também estava sempre a desmontar a realidade herdada, a de agora não o faz com uma perspectiva de uma longa duração, com a intenção de torná-la melhor e novamente sólida. Tudo é temporário. É por isso que sugeri a metáfora da “liquidez” para caracterizar o estado da sociedade moderna, que, como os líquidos, se caracterizam por uma incapacidade de manter a forma. Nossas instituições, quadros de referência, estilos de vida, crenças e convicções mudam antes que tenham tempo de se solidificar em costumes, hábitos e verdades “autoevidentes”.
BAUMAN, Zygmunt. A sociedade líquida. Folha de São Paulo, São Paulo, 19 out. 2003. Mais!, p 5-6.
Em uma realidade com essas características e tão competitiva e líquida como a nossa, em que tudo é temporário e mutável (como nos ensinou o sociólogo Zygmunt Bauman, fazendo com que a novidade de hoje seja o obsoleto de amanhã) conquistar, inovar e fidelizar são os principais desafios que buscam as mais variadas estratégias empreendedoras, e nenhuma existe sem o poder da comunicação e sem utilizá-la da melhor forma possível nesse contexto plural e instantâneo de nossa denominada pós-modernidade, construindo, dentro desses inúmeros espaços comunicacionais, que também exigem suas vestimentas próprias, sua própria narrativa, seu protagonismo.
Por isso tudo, a comunicação é essencial para o crescimento pessoal e profissional de qualquer indivíduo, assim como uma importante alavanca para qualquer carreira. lembre-se:
A forma como nos comunicamos é responsável pela primeira impressão causada sobre nós em qualquer espaço, seja ele um ambiente de lazer ou organizacional.
Independentemente de suas habilidades, a primeira a ser testada é sua capacidade de comunicação, pois dificilmente, em um processo seletivo, por exemplo, que exija uma exposição escrita ou verbal, você será capaz, pelo curto tempo ou demais limitações, de mostrar todo seu potencial técnico e todo seu conhecimento, que só serão revelados no decorrer de suas práticas e de sua caminhada a partir de seu trabalho. Nesse primeiro momento, a grande responsabilidade está na sua aptidão comunicativa e comportamental.
A história da humanidade nos mostra que o ser humano se relaciona com o mundo e organiza o mundo, para si, por meio da linguagem, e que, dentre as várias formas de linguagem, a palavra, verbalizada ou escrita, é a matéria-prima da formação de nosso saber cultural, político, científico, filosófico, religioso e tecnológico. Ter a ciência de que a natureza comunicacional do ser humano é uma complexa rede de relações e de variáveis, e que ela sempre foi decisiva no desenvolvimento dos indivíduos e em sua posição social é um dado indispensável para quem pretende traçar um caminho sólido (pessoais e profissionais) em uma sociedade como a nossa.
Oralidade, trabalho e relações interpessoais 
Relações interpessoais e a capacidade de trabalhar em grupo.
Os relacionamentos interpessoais, essenciais e muito exigidos no espaço do trabalho, constituem-se a partir de um emaranhado complexo, que envolve questões de alteridade, de personalidade, de ética, de autoestima, de empatia e, fundamentalmente, de comunicação, responsável, esta última, pela mediação dos elementos anteriores. Cada ser humano é único e constituído por um conjunto de características que torna um indivíduo. Ser um indivíduo é possuir algo apenas seu, de modo singular, individual, distinto dos demais. “A vida no trabalho é composta de um cenário no qual atitudes, emoções e sentimentos de enorme diversidade são manifestados, reproduzindo a forma particular de cada indivíduo de lidar com a realidade” (CARVALHO, 2009, p. 75).
Saber se relacionar é justamente perceber que todo ser humano possui uma personalidade própria e, mais do que isso, saber respeitar essa singularidade, fazendo com que uma das formas mais simples de compreendermos o que se denomina de relação interpessoal não seja nada além do que uma disposição para a aceitação e compreensão do outro, visível na maneira de olhar, de falar e de agir.
‘Diferenças individuais são as várias formas em que os indivíduos se distinguem uns dos outros, sejam nos aspectos físicos, psíquicos, intelectuais, emocionais ou sociais. O conceito de relacionamento pessoal se estende por uma variedade de comportamentos e atitudes que determinam o seu grau de convívio em sociedade. Quanto maior a sua capacidade de expor e respeitar as opiniões de terceiros maior serão as suas habilidades de relacionamento interpessoal, isso é muito importante na sociedade atual tanto na esfera profissional como na pessoal. Muitas pessoas assumem determinadas posturas nos relacionamentos em geral como instrumento de posicionamento, ou seja, a pessoa pode assumir posturas comportamentais passivas ou agressivas, tudo isso relacionado ao seu suposto papel naquele contexto social. Os principais conceitos de relacionamento pessoal são: relacionamento interpessoal profissional, pessoal, e mais recentemente o virtual, que consiste no comportamento que o indivíduo assume no mundo virtual. (GHELMAN, 2016, p. 05)
E por falar em olhar, falar e agir, não podemos nos esquecer de que a comunicação oral compreende todas essas questões, importantes não só para as boas relações, mas para a exposição de suas ideias, posicionamento dentro de um debate, tomada de decisões, bem como a capacidade de trabalhar em grupo e, inclusive, liderar.
Fala e corpo 
Saber se comunicar verbalmente, assim como na linguagem escrita, cada uma em suas particularidades, é saber, em primeiro lugar, adaptar-se: apenas conhecendo o outro existe a probabilidade de uma aproximação coerente. Cada situação exige uma estratégia própria. Conforme Magda Soares (1999), é preciso adaptar o conteúdo da mensagem ao interesse do ouvinte, e, junto a isso, ter a criatividade para motivar. O entusiasmo, de acordo com a autora, é uma espécie de combustível da expressão verbal, nunca esquecendo a observação, a teatralização, a síntese, o ritmo, a voz, a respiração, a dicção, o vocabulário e a expressão corporal. Cada espaço e grupo de pessoas exige uma determinada postura, uma determinada cadência, um determinado nível técnico etc. Para isso, no entanto, a necessidade de autoconhecimento torna-se, da mesma forma, uma importante ferramenta. Conhecendo bem o outroe conhecendo bem a si mesmo você terá a possibilidade de se ajustar perfeitamente às mais diversas necessidades.
Conhecer não só suas potencialidades, mas também suas fragilidades, permite, a você, uma possibilidade maior de organização na hora de comunicar. Faz com que você possa jogar melhor com essas questões, destacando aquilo que lhe traz benefícios no momento da fala e minimizando aquilo que você considera como ponto fraco seu, proporcionando-lhe mais confiança. Estar confiante faz com que sua mensagem saia de forma mais precisa e assertiva. Se você costuma tremer as mãos, por exemplo, evite segurar qualquer objeto enquanto está falando. Fazendo isso, você saberá que as pessoas não irão perceber e, assim, ficará mais tranquilo. Apenas você sabe o que é melhor para sua comunicação, como, em outro exemplo, se é melhor para você (havendo ambas as possibilidades) estar em pé ou sentando, dentre outros tantos detalhes.
Todos nós sabemos que nossos movimentos e expressões revelam àqueles que estão nos ouvindo toda nossa ansiedade e insegurança, e trabalhar sobre isso é necessário. A confiança, ou melhor, a autoconfiança, essencial à comunicação oral, nada mais é do que o resultado de um autoconhecimento e uma reflexão sobre si. Somente assim, conhecendo melhor a si próprio, você poderá criar mecanismos e estratégias que inibam aqueles detalhes que você considera problemáticos em sua forma de se comunicar oralmente.
Não esqueça, crie suas estratégias.
Existem pessoas, por exemplo, que pecam pelo excesso de informalidade ou de formalidade, e precisam, a partir dessa constatação, ajustar o discurso, a postura e tudo o que se liga diretamente a questões de adaptação, conforme já menciona- mos e discutimos mais de uma vez, e de empatia, que nada mais é do que a sensibilidade de se colocar no lugar do outro. Fazer essa leitura de forma coerente é essencial. Há inúmeras técnicas para o desenvolvimento da oralidade, mas também existe a necessidade de uma forte sensibilidade em relação a esse processo, para que, a partir dessa percepção, os ajustes sejam feitos e o canal de comunicação seja devidamente estabelecido.
Sobre o que se fala
Um detalhe de extrema relevância, quando tratamos de comunicação oral e que parece óbvio, mas nem sempre é coerentemente respeitado, diz respeito ao conhecimento sobre aquilo que se está falando. Quando se domina verdadeira e profundamente o tema a ser exposto, seja uma aula a ser dada, uma palestra a ser proferida, uma proposta ou mesmo um trabalho acadêmico a ser apresentado, a sensação de conforto e de relaxamento, no ato da comunicação, é muito maior, e transparece em todos os aspectos, que vão desde o volume da voz, que sai clara e direta, ao baixo nível de transpiração e cacoetes de fala, como os conhecidos “né” e “ãh...”.
Por outro lado, se o domínio do tema é deficitário, as frases tendem a ser menos assertivas e eficazes, geralmente permeadas por uma prolixidade desnecessária e evidente, próprio dos discursos que possuem mais tempo a ser preenchido do que assunto a ser tratado, e o olhar do comunicador parece nunca fixar-se em dada, mantendo-se em fuga e geralmente para baixo. Isso coloca você em uma posição de fragilidade, desprotegido em relação ao outro e suscetível ao ataque de argumentos contrários.
Domine o conteúdo de sua fala. assim, não haverá erro.
Se você não está seguro sobre aquilo que vai falar, é melhor pensar duas vezes antes de seguir em frente, pois o interlocutor percebe facilmente e difere aquele que tem domínio sobre o que fala daquele que não possui uma real autoridade sobre o que diz. Preparar-se bem é, sem dúvida alguma, a principal garantia de sucesso e de tranquilidade.
Você precisa saber sobre o que está falando. Ninguém explica com propriedade algo que não domina. Ninguém apresenta bem uma ideia se ela não estiver clara na cabeça de quem a está expondo. 
Isso tudo não significa que não existam momentos em que um sujeito, mesmo com plena propriedade sobre o que vai falar, possa se sentir apreensivo e tenha, por outros infindáveis fatores, sua comunicação prejudicada. Nesse caso, destacamos novamente a questão da necessidade de uma busca por estratégia que objetivam minimizar essa angústia. Aconselha-se, sempre, para segurança em relação ao tema, que o sujeito leve consigo (em cartões pequenos, que possa segurar, ou em uma simples folha de papel ou até mesmo em um dispositivo móvel, como um tablet) um roteiro de sua fala, que pode ser em forma de tópicos ou resumo. Muitas vezes, esse material nem chega a ser utilizado, mas funciona como uma bengala a dar apoio ao comunicador, deixando-o mais confiante.
É comum, quando estamos nos preparando para algum tipo de fala ou apresentação, treinarmos previamente não apenas nosso texto, mas também nossos trejeitos: como nos posicionaremos, que tipo de material de apoio fará parte de nossa explanação etc. Porém, por mais que exercitemos nossa apresentação, nada simula verdadeiramente o local (o espaço) e o momento de contato direto com o público ou com a pessoa com quem vamos falar.
Por isso, e principalmente se não for um espaço comum a você, é fundamental chegar antes para que haja uma familiarização com o ambiente. Observe-o, caminhe um pouco, faça uma espécie de reconhecimento do território em que atuará. E mesmo se o lugar for de seu convívio, como em seu ambiente de trabalho ou em uma sala de aula de sua universidade, na qual irá apresentar um trabalho aos colegas e professores, chegue mais cedo, teste seu material, seus recursos tecnológicos etc. Chegar muito próximo do início ou atrasado para um compromisso desse tipo, seja uma reunião, uma seleção de emprego ou mesmo a exposição de um trabalho acadêmico, faz com que seu nível de estresse se eleve muito, e dificilmente você conseguirá se recompor, pois não terá tempo para se acalmar. Chegar antes possibilita a você, também, conversar de modo mais informal com a pessoa ou as pessoas para quem irá falar, fazendo, assim, com que seu primeiro contato não seja o exato momento de sua comunicação. Isso abre o canal, possibilita testá-lo, observar o humor das pessoas, entre outros detalhes.
Saber falar, mas também saber ouvir: o diálogo como base da boa relação pessoal e profissional 
Diálogo, a essência de toda a boa comunicação.
Por fim, vale lembrar que a comunicação não é uma via de mão única. No entanto, muitas vezes, quando tratamos não só de comunicação oral, de oratória, mas também da importância dessa comunicação para as relações interpessoais, nós nos esquecemos de que não só precisamos aprender a falar, a nos comunicarmos bem, como a ouvir. E saber ouvir, obviamente, não é apenas uma ação de escutar, mas buscar compreender o que está sendo dito, respeitar, bem como observar os mesmos sinais da linguagem não verbal utilizados por você quando está falando. Como já dissemos aqui, uma boa comunicação depende de uma boa sensibilidade. Ser sensível é ter a habilidade de ler o contexto, de saber a hora certa das coisas, como quando falar e quando, inclusive, ficar em silêncio.
Falar é importante, mas ouvir é fundamental.
O silêncio faz parte da competência comunicacional de um indivíduo, e ele deve, da mesma forma, ser exercitado. Nunca interrompa, por exemplo, o pensamento daquele que está falando. Dê a ele o tempo necessário para que conclua seu raciocínio e para que discorra, também, sobre suas ideias. É comum encontrarmos pessoas, tanto em momentos formais como em simples bate-papos, que não permitem que seus interlocutores concluam seus pensamentos, intervindo sempre em momentos inoportunos (ora discordando ora até mesmo concordando com aquele que discursa, na tentativa, equivocada, de colaborar) e interrompendo a fala dos outros constantemente. Tudo issoé responsável por algo primordial das relações sociais: o diálogo.
De acordo com David Bohm, o diálogo é um modo de comunicação em conjunto, em grupo, em que as pessoas elaboram e compartilham um curso de significado, que possibilita a elas se entenderem dentro de uma visão do mundo. No diálogo, as pessoas, muitas vezes, iniciam em polos opostos, mas, ao conversarem abertamente, descobrem terrenos e metas comuns. Isso é saber dialogar. É buscar pontos de encontro, conexões. O diálogo, conforme Bohm, se difere de uma simples discussão, que geralmente tenta transmitir um ponto de vista e persuadir os outros a adotá-lo como verdade, havendo sempre um único ganhador.
‘Em um diálogo, no entanto, ninguém está tentando ganhar. Todo mundo ganha se alguém ganhar. Há uma espécie de jogo diferente quando se dialoga. Trata-se de um jogo onde não há tentativas de ganhar pontos ou de fazer prevalecer um lado. Ao invés disso, sempre que um erro é descoberto por parte de alguém, todo mundo sente ter ganho. É um jogo chamado ganha-ganha, enquanto que o outro jogo é chamado ganha–perde. No diálogo não estamos jogando uns contra os outros, mas todos com todos. (BOHM, 2017, p. 09)
Enquanto em uma discussão ou em um debate o oponente é derrotado, no diálogo, os participantes deixam um pouco de lado suas convicções e mostram um nível mais elevado de escuta e de compreensão. Um bom relacionamento em grupo depende exatamente disso, de saber dialogar, adotar um modo de pensamento participativo, não competitivo. É comum encontrarmos pessoas que não concordam com nossas ideias, e somente o diálogo será capaz de fazer com que haja compreensão de ambas as partes e, inclusive, aprendizagem. De acordo com Gustavo Matos (2006, p. 12), “a cultura do diálogo é construída pela disposição de abertura, ao mesmo tempo íntima e coletiva, para a comunicação”, o que gera produtividade.
Os melhores acertos são frutos de grandes diálogos.
Dialogar requer justamente o exercício de alteridade, de personalidade, de ética, de autoestima e principalmente de empatia, conforme destacamos no início deste capítulo quando falamos na importância das relações interpessoais. Não é uma tarefa fácil. É dar liberdade ao outro, aceitar diferentes perspectivas, possibilitar a você mesmo a revisão de suas convicções e, mais ainda, buscar e oferecer, mesmo no pensamento diverso, conexão com o seu, o que possibilita o crescimento mútuo. Dialogue. Dialogue sempre. Fale, mas também ouça. Não exija apenas que te ouçam. Ceda, também, espaço para a voz alheia.
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