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Hanseníase: diagnóstico, tratamento e prevenção

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Hanseníase 
A hanseníase é causada por uma bactéria, o Mycobacterium leprae, que afeta preferencialmente os nervos 
periféricos (braços e pernas), olhos e a pele. Seu diagnóstico segue sendo essencialmente clínico, o que significa 
dizer que ainda dependemos do chamado “Exame Dermatoneurológico”, feito por um profissional médico, para 
atestar sua existência. Trata-se, em linhas gerais, de uma enfermidade que ainda carece de atenção tanto por parte 
de políticas públicas em saúde quanto de instituições de ensino e pesquisa. 
Temos 4 tipos de hanseníase: Indeterminada, Tuberculose, Dimorfa e Lepromatosa 
 Classifica-se ainda a hanseníase de acordo com o número 
de lesões na pele. Até 5 lesões é chamada de Paucibacilar. 
A partir de 5 lesões é chamada de Multibacilar. No dia 26 
de janeiro, comemora-se o dia Nacional de Combate e 
Prevenção da Hanseníase e Dia Mundial Contra a 
Hanseníase. 
Devido ao estigma associado à doença (até a década de 
1980, no Brasil, pacientes com hanseníase eram submetidos 
ao isolamento compulsório), muitas pessoas ainda têm 
medo de realizar o diagnóstico. No entanto, somente a 
identificação precoce da doença e o início imediato do 
tratamento podem garantir desfechos favoráveis, sem 
sequelas. Para superar esse quadro desafiador, é preciso 
vencer o preconceito. 
 Entre os principais sintomas da doença, estão o aparecimento de manchas claras ou avermelhadas nos braços e 
pernas, formigamento, perda de sensibilidade nessas regiões e o surgimento de caroços pelo corpo. O tratamento, 
gratuito e disponível no SUS, é realizado com comprimidos e pode durar de seis meses a um ano. É muito importante 
que todas as pessoas que moram no mesmo domicílio do paciente sejam avaliadas pelos profissionais de saúde para 
afastar possível contaminação. 
A Estratégia Global para Hanseníase 2016-2020 visa acelerar a ação rumo a um mundo sem hanseníase e se 
enquadra no propósito da Organização Mundial da Saúde de oferecer cobertura universal de saúde com ênfase em 
crianças, mulheres e populações vulneráveis. Além disso, ela contribui para que o Objetivo de Desenvolvimento 
Sustentável 3 — saúde e bem-estar para todos até 2030 seja alcançado. A estratégia está assentada em três pilares: 
fortalecer o controle, a coordenação e a parceria do governo; combater a hanseníase e suas complicações; combater 
a discriminação e promover a inclusão. 
A cada ano, cerca de 210 mil mulheres, homens e crianças são diagnosticados com hanseníase, segundo dados da 
Organização Mundial da Saúde. Até 50% das pessoas afetadas pela hanseníase enfrentarão, além da própria 
doença, problemas de saúde mental, como depressão ou ansiedade, com risco aumentado de suicídio 
Diagnóstico 
O diagnóstico de Hanseníase deve ser atestado, essencialmente, por um profissional médico através de um Exame 
Dermatoneurológico, que nada mais é do que um exame clínico feito na pele do paciente e da palpação de seus 
nervos periféricos (mãos, braços, pés e pernas) para verificar algum tipo de alteração em sua espessura, tamanho, 
etc. É preciso reconhecer e valorizar, contudo, a participação e o papel da equipe de saúde nesse processo. 
Seguramente, até chegar ao médico, o paciente passa por diversos profissionais (Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares 
de Enfermagem, Fisioterapeutas, Agentes Comunitários de Saúde, etc.) que podem e devem estar atentos aos sinais 
e sintomas da enfermidade, encaminhando os casos suspeitos para o profissional médico responsável. 
Transmissão e Tratamento da Hanseníase 
A transmissão da hanseníase se dá pelo que se chama “Contato direto e prolongado” entre uma pessoa que seja 
portadora da bactéria e não esteja em tratamento (na primeira dose do medicamento, se elimina 98% da capacidade 
de transmissão da bactéria para outras pessoas) e um sadio. Essa transmissão se dá pelas vias aéreas superiores. O 
Mycobacterium leprae não pode ser transmitido por abraço, beijo, relações sexuais, aperto de mão ou através de 
objetos como copos, talheres, etc. 
O tratamento contra a doença se dá através de um composto de medicamentos, chamado “Poliquimiterapia”, 
disponibilizado gratuitamente em todo o planeta, também aqui no Brasil pelo SUS. De modo geral, o tratamento de 
hanseníase varia de 6 meses até um ano dependendo do tipo da doença e do tempo de infecção do paciente. 
Existem exceções, contudo, de tratamentos mais longos, de acordo com especificidades de cada caso. A pessoa 
acometida por hanseníase hoje realiza tratamento em sua casa, sem a necessidade de isolamento compulsório como 
realizado antigamente. 
O medicamento utilizado no tratamento da hanseníase causa alguns efeitos colaterais importantes, e deve ser 
ministrado acompanhado de uma dieta balanceada e condizente com a seriedade do tratamento.

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