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Aula Epidemiologia Profa. Rosângela E. Minéo Biagolini Aspectos Epidemiológicos das Doenças Transmissíveis 1 
 
 
 
A doença é um desajuste ou uma falha nos mecanismos de adaptação do organismo ou uma ausência de 
reação aos estímulos a que se está exposto. 
As doenças podem ser: 
a) Infecciosas = segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (1983) é a “doença clinicamente 
manifesta, do homem ou dos animais, resultante de uma infecção”. 
b) Não infecciosas = são aquelas que não resultam de infecção. 
 
Tipo da doença 
 
Agudas Crônicas 
Infecciosas Tétano, meningites, sarampo, 
difteria, gripe, cólera, etc. 
Tuberculose, hanseníase, doenças de chagas, 
etc 
Não infecciosas Envenenamento por picada de 
cobra 
Diabetes, doenças coronarianas, HAS, 
cirrose, etc. 
 
Em doenças infecciosas, a história natural de cada doença inicia-se com a exposição de um hospedeiro 
suscetível a um agente (microorganismo ou parasita), em um determinado meio ambiente. A partir daí 
temos uma série de alterações anatômicas e funcionais que caracterizam a fase sub-clínica, que 
terminara em inicio dos sintomas. 
A maioria das doenças infecciosas esta associada à pobreza e ao subdesenvolvimento. 
 
Conceitos importantes para entender os aspectos epidemiológicos das Doenças transmissíveis: 
Infecção= é a penetração, alojamento, e em geral, multiplicação de um agente etiológico animado no 
organismo de um hospedeiro, produzindo danos, com ou sem aparecimento de sintomas clinicamente 
reconhecíveis. Em suma, infecção é uma luta pela sobrevivência entre dois seres vivos que visam a 
manutenção da espécie. 
 
Doença Contagiosa = Doença infecciosa cujo agente etiológico atinge os sadios através de contato 
direto com indivíduos infectados.Toda doença contagiosa é também infecciosa. Ex.: Sarampo, 
gonorréia. Nem toda doença infecciosa é contagiosa. Ex.: Tétano. 
 
Doença Transmissível = Qualquer doença causada por um agente infeccioso específico, ou seus 
produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão deste agente ou de seus produtos, de uma pessoa 
ou animal infectados ou de um reservatório a um hospedeiro suscetível direta ou indiretamente por 
meio de um hospedeiro intermediário, de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio 
ambiente. 
 
Infestação= é o alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo ou nas 
roupas de pessoas e animais. 
 
Contaminação = se refere à presença do agente na superfície corporal ou na de objetos inanimados 
(fômites) que podem servir de fonte de infecção. 
 
O controle das doenças transmissíveis está baseado em: 
• Conhecimento de sua cadeia de transmissão 
• Conhecimento técnico 
• Recursos tecnológicos existentes 
• Disponibilidade de recursos financeiros 
• Adoção de estratégias de controle visando a eliminação de um ou mais elos da cadeia epidemiológica 
Aula Epidemiologia Profa. Rosângela E. Minéo Biagolini Aspectos Epidemiológicos das Doenças Transmissíveis 2 
 
Cadeia do processo infeccioso 
• É um conjunto de eventos ( elos ) encadeados de tal forma, que para a existência de um elo é 
necessário que exista o elo anterior e assim sucessivamente, de forma a permitir a propagação 
do bioagente patogênico. 
 
 
Fonte: Rouquayrol e Almeida Filho. 
 
1. Agente infeccioso ou bioagente patogênico = é um ser vivo, vírico, ricketsial, bacteriano, fúngico, 
protozoário ou helmíntico = um organismo vivo (micro ou macro) capaz de causar uma infecção, ou 
seja penetrar num organismo e aí se multiplicar e ou se desenvolver. A infecção depende das seguintes 
características do agente: 
A. Infectividade = capacidade do agente se alojar e multiplicar-se no organismo do hospedeiro e 
transmitir-se deste para um novo hospedeiro. Ex. vírus da gripe (alta infectividade), fungos 
(baixa infectividade). 
B. Patogenicidade = capacidade de um agente biológico produzir sintomas em um hospedeiro 
suscetível. Ex. vírus do sarampo, praticamente todos os infectados desenvolvem os sintomas, já 
o vírus da poliomielite só 1% desenvolve a paralisia. 
C. Virulência = é a capacidade que um agente tem de produzir casos graves com seqüelas ou 
fatais. Ex. vírus do sarampo (alta infectividade e patogenicidade e baixa virulência), vírus da 
raiva, vírus ebola (alta virulência). 
D. Medimos a virulência utilizando a letalidade = é o grau de gravidade de uma determinada 
doença e severidade do dano (presença de seqüelas). 
 
Número de óbitos por uma doença 
Taxa de letalidade = X 100 
Número de doentes pela mesma doença 
 
E. Poder imunogênico ou imunogenicidade = capacidade do agente de conferir imunidade ao 
hospedeiro. Ex. vírus do sarampo, caxumba, rubéola, varicela tem alta imunogenicidade. 
1. o agente causal específico: bactéria, vírus, outros; 
2. o reservatório: homem ou animal que abriga o agente causador,apresentando ou não a doença; 
3. a porta de saída: local por onde o agente causador é eliminado (boca, nariz, aparelho digestivo, etc.); 
4. o modo de transmissão: maneira como o agente causador passa do doente para o sadio (novo hospedeiro); 
5. a porta de entrada para o novo hospedeiro: local por onde o agente causador entra para o organismo; 
6. suscetibilidade: capacidade de o novo hospedeiro enfrentar o agente causador, o que resulta ou não na ocorrência da doença. 
Aula Epidemiologia Profa. Rosângela E. Minéo Biagolini Aspectos Epidemiológicos das Doenças Transmissíveis 3 
 
F. Resistência = capacidade do agente em sobreviver nas condições do meio ambiente. Essa 
característica condiciona as formas de transmissão. Ex. o meningococo tem baixa resistência ao 
meio ambiente, só podendo ser transmitido de forma direta. Já o vírus da hepatite B resiste bem 
ao meio ambiente, podendo ser transmitido de forma indireta. 
G. Dose infectante = é a quantidade de agente que penetra no novo hospedeiro necessário para 
iniciar uma infecção. Quanto maior a dose infectante maior a gravidade da doença e menor o 
tempo de incubação. Ex. a picada de um só mosquito pode produzir a malária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Reservatório: 
Reservatório = é todo organismo vivo ou matéria inanimada que abriga um bioagente e lhe oferece 
condições para sobreviver e reproduzir e do qual ele será transmitido para um hospedeiro, é o habitat 
do agente infeccioso, no qual ele cresce e se multiplica. O reservatório pode ser o HOMEM, os 
ANIMAIS e o AMBIENTE. 
 
Reservatório humano = exemplo sarampo, DST, caxumba, rubéola, etc.. (portadores ou doentes) 
Reservatório animal = doenças transmitidas de animais para homens são chamadas Zoonoses. Via de 
regra são doenças de animal para animal, mas atingem o homem acidentalmente. Ex: leptospirose 
(roedores como reservatórios), raiva (morcego, cachorro, gato) 
Reservatório ambiental = as plantas, o solo e a água podem ser reservatórios para alguns agentes 
infecciosos. Ex: fungo Paracoccidioides brasiliensis responsável pela Blastomicose sul americana cujo 
reservatório são alguns vegetais e o solo. Legionellae pneumophila que tem a água como reservatório, 
encontrada em certos sistemas de aquecimento de água, umidificadores, etc. Clostriduim tetanium – 
encontrado no solo, poeira, ferrugens. 
 
3. Vias de eliminação (porta de saída): 
É o trajeto pelo qual o bioagente “deixa” o reservatório, atinge o meio ambiente, para continuar a 
cadeia de transmissão. Existem várias vias de eliminação: 
 
1) Por eliminação natural = compreende todos o orifícios naturais e lesões expostas. Ex. trato 
respiratório e digestivo, urinário, sangue, pele, mucosas e secreções. Um mesmo agente pode 
ser levado ao exterior por várias vias, tal como Treponema pallidum, que é eliminado pela 
salivar, sêmen, transplacentária. 
2) Extração mecânica = uso de seringas, atritodurante o ato sexual com escarificação e 
transferência de material, mosquitos, etc. 
3) Morte de infectados = a triquinelose é uma doença veiculada pela presença das larvas 
Trichinella spiralis presente na carne crua ou de porco mal cozida. 
 
 
Doença infectividade patogenicidade virulência 
micoses Baixa Baixa Baixa 
Tétano Baixa Alta Alta 
Poliomielite Alta Baixa Baixa 
Difteria Alta Baixa Alta 
Sarampo Alta Alta Baixa 
Varíola Alta Alta Alta 
Aula Epidemiologia Profa. Rosângela E. Minéo Biagolini Aspectos Epidemiológicos das Doenças Transmissíveis 4 
 
 
 
4. O modo de transmissão 
É a transferência de um agente etiológico animado, de um reservatório para um novo hospedeiro 
suscetível. Significa levar ou fazer passar algo de um ponto para outro. Isto depende de algumas 
questões: o que? , de onde? para onde? e por quais meios? 
 
1) Transmissão direta = Quando se trata de contágio direto, existe contato entre superfícies, sem 
nenhum tipo de veículo. Dá-se pelo contato físico entre o reservatório e o novo hospedeiro por 
exemplo: mordedura, arranhadura, contato sexual (DST), beijo, passagem do agente da mãe 
para o feto através da placenta, etc. E também pela transmissão do agente por meio das 
secreções oronasais: gotículas de flugge = sarampo, rubéola. 
2) Transmissão indireta= quando os bioagentes patogênicos, montados ou não no substrato com 
o qual são eliminados, necessitam de um suporte mediatizador, veículo ou hospedeiro 
intermediário, para percorrer toda ou parte da distância que separa o indivíduo infectado do 
suscetível, onde deverá desenvolver-se ou multiplicar-se, estabelecendo a infecção. 
a. Veículos animados = vetores (é um invertebrado que transfere, de forma ativa, um 
agente infeccioso de uma fonte de infecção a um hospedeiro suscetível) Exemplo: 
caramujos (esquistossomose), insetos hematófagos (barbeiro, dengue). 
b. Veículos inanimados 
 água = enfermidades de veiculação hídrica ou relação com a água, como no caso das 
doenças transmitidas por vetores, que necessitam dela para desenvolverem seu 
ciclo evolutivo, por ex: cólera. 
 Alimentos = podem ser contaminados em todas as etapas por que passam, da 
produção, quando pode ocorrer a contaminação por defensivos agrícolas, por 
excretas ou pela água de irrigação, até o momento de sua comercialização. 
 Solo = ocorre principalmente no caso de helmintos e protozoários que, muitas vezes, 
necessitam do solo para cumprir parte de seu ciclo evolutivo) 
Aula Epidemiologia Profa. Rosângela E. Minéo Biagolini Aspectos Epidemiológicos das Doenças Transmissíveis 5 
 
 Objetos = fômites = peças do vestuário, utensílios de copa e cozinha, instrumentos 
cirúrgicos, objetos de uso pessoal, aparelhos de PA, estetoscópios, termômetro, 
etc. 
3) Transmissão vertical: Ocorre durante o período de reprodução, desenvolvimento fetal ou 
parto. Ex.: AIDS, sífilis congênita, rubéola congênita. 
 
5. Porta de Entrada 
Trajeto pelo qual o agente introduz-se no novo hospedeiro. A via de penetração oferece acesso aos 
tecidos nos quais estes agentes irão se multiplicar ou o local onde a toxina produzida por ele pode agir. 
A porta de entrada preferencial de determinado agente está intimamente relacionada com o tipo de 
transmissão e com características do próprio agente. No caso da Leptospirose, por exemplo, as portas 
de entrada podem ser a boca (no caso da ingestão de alimentos ou água contaminados) ou a pele (no 
caso de pessoas que permanecem muito tempo em contato com água de enchentes, por exemplo). 
1) Diretamente = O mecanismo segundo o qual um substrato vital, eliminado por um indivíduo 
infectado em relação íntima com o suscetível, carreia consigo o bioagente patogênico, sem 
passagem pelo meio ambiente, até o meio interno do indivíduo suscetível, onde se desenvolve 
ou se multiplica, estabelecendo a infecção. Ex.: As DST clássicas (gonorréia, sífilis, cancro 
mole, etc.). 
2) Diretamente por via transplacentária = sífilis, rubéola, etc.. 
3) Diretamente de outras espécies = mordedura de cão raivoso 
4) Introduzido pela ação ou com a contribuição de um vetor infectado = picada de mosquitos, 
picada de pulga (peste bubônica), fezes e secreções veiculas nas patas de vetores biológicos. 
5) Veiculado por algum elemento não vivo = instrumentos contaminados, sondas, alimentos, amos 
sujas. 
 
6. Suscetíveis: 
O elo final da cadeia de processo infeccioso é o novo hospedeiro suscetível. A suscetibilidade do 
hospedeiro depende de fatores genéticos, de imunidade especifica e adquirida e outros fatores que 
alteram a habilidade individual de resistir a infecção ou limitar a patogenicidade. 
Características do novo hospedeiro 
Suscetibilidade = a ausência de resistência suficiente contra o agente, que o proteja da doença na 
eventualidade de entrar em contato com o agente chamado hospedeiro suscetível. 
Resistência = são os mecanismos específicos e inespecíficos do organismo que servem como defesa 
contra essa invasão e multiplicação dos agentes infecciosos, seria o hospedeiro resistente. 
Imunidade = é o estado de resistência, geralmente associado à presença de anticorpos que possuem 
ação especifica sobre o microorganismo agressor. 
1) inespecífica = mecanismos de proteção aos agentes infecciosos. Sua ação é imediata, sua 
eficácia não é absoluta, não conseguindo impedir muitas vezes o processo de infecção. Primeira 
linha de defesa, barreiras naturais inespecífica contra qualquer agente estranho.Ex. integridade 
da pele, mucosas, salivar, acidez vaginal e urinaria, muco do trato respiratório, etc 
2) Especifica = presença de anticorpos específicos para os agentes infecciosos e células 
programadas para combater antígenos específicos. 
A imunidade especifica pode ser 
1) ativa – duração prolongada 
a. natural = infecções clinicas e subclínicas 
b. artificial = vacinas 
2) passiva – duração temporária 
a. natural = congênita, colostro e leite materno 
b. artificial = soros, imunoglobulinas 
Aula Epidemiologia Profa. Rosângela E. Minéo Biagolini Aspectos Epidemiológicos das Doenças Transmissíveis 6 
 
Comunicantes = também denominados contatos, são indivíduos que tiveram a possibilidade de sofrer 
a infecção, tiveram contato, não se sabe se estão ou não infectados. Muitas vezes, quando se procede à 
vigilância epidemiológica de um caso de determinada enfermidade de notificação compulsória, 
verifica-se que existem outras pessoas, familiares ou não, que moram na mesma residência do doente e 
que ainda não estão apresentando sintomas. Estas pessoas são consideradas comunicantes. 
 
Período de Incubação = O intervalo de tempo entre a invasão de um indivíduo suscetível por um 
agente infeccioso e o aparecimento dos primeiros sinais e sintomas da doença. 
 
Período prodrômico = intervalo entre os primeiros sintomas da doença e o início dos sinais que lhe 
são característicos. 
 
Período de transmissibilidade = intervalo de tempo durante o qual uma pessoa ou animal infectados 
elimina o agente infeccioso. 
 
Doença de isolamento = doenças que exigem isolamento dos indivíduos doentes, durante o período de 
transmissibilidade. Ex. difteria, meningites, cólera, tuberculose, etc.. 
 
Portador = Uma pessoa ou animal que hospeda um agente infeccioso específico na ausência de doença 
clínica, e que sirva como fonte potencial de transmissão da infecção. 
 
Imunidade de rebanho = resistência de um grupo ou população a introdução e disseminação de um 
agente infeccioso. Essa resistência é baseada na elevada proporção de indivíduos imunes entre os 
membros desse grupo ou população e na uniforme distribuição desses indivíduos imunes. 
 
Profilaxia = conjunto de medidas que tem por finalidade prevenir ou atenuar doenças, suas 
complicações e conseqüências.\Erradicação de uma doença = é a extinção do agente etiológico de uma doenças, ou de seu vetor, 
sendo por conseqüência impossível a reintrodução deste agente e desnecessária a manutenção de 
medidas de prevenção. 
 
Eliminação de uma doenças = é a cessação da transmissão de um agente em uma extensa área 
geográfica, persistindo no entanto o perigo de sua reintrodução na comunidade, seja por falha na 
vigilância epidemiológica, seja por transformação o comportamento do vetor. Ex. eliminação do 
poliovírus selvagem do continente americano. 
 
 
Bibliografia. 
ROUQUAYROL, M.Z.; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e Saúde. Rio de Janeiro, 6.ed, Medsi, , 
2003 
 
WALDMAN, E. Vigilância em Saúde Pública.

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