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Universidade Federal do Amazonas - UFAM Campus Vale do Rio Madeira Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente - IEAA Curso de Licenciatura em Ciências - Biologia e Química PRÁTICA DE ENSINO EM CIÊNCIAS I Humaitá-AM 2021 ISAQUE SILVA DOS SANTOS JOÃO CARLOS SANTIAGO RODRIGUES GLEWERTON SILVA DA COSTA KELLEN YASSUI PINHEIRO KAMYLA EMANOELA CAETANO FERREIRA GRACIELA MELO GUIMARÃES RESUMO: Alfabetização Científica e Contextualização no Ensino de Ciências Trabalho apresentado como requisito para obtenção de nota parcial na disciplina de Prática de Ensino em Ciências I, ministrada pela professora Rúbia Darivanda da Silva Costa no 1º período de 2020/1. Humaitá-AM 2021 Alfabetização Científica e Contextualização no Ensino de Ciências A Alfabetização Científica é um processo que deseja um conhecimento cientifico básico a todos os cidadãos. Há necessidade de todos possuírem um mínimo de conhecimento científico para exercerem seus direitos na sociedade. Nas últimas décadas, o ensino de ciências experimentou mudanças impulsionados pelos avanços tecnológicos, que alteraram o modo como vivem os cidadãos em seu grupo social. Neste sentido, a educação escolar também vem sofrendo mudanças no modo como o conhecimento deve ser apresentado. Essa necessidade surgiu em um contexto no qual o ensino de ciências era dogmático, centrado em verdades baseado na transmissão-recepção de resultados, conceitos e doutrinas pouco contextualizadas e voltadas para a formação de cientistas. (Fourez e Cols, 1997). Atualmente o que se observa nas escolas, de modo geral, é que o ensino de ciências tem priorizado essencialmente a aprendizagem de conceitos, em perda da compreensão da ciência em suas diferentes dimensões. Como isso, tem-se aumentado a preocupação do ensino de Ciências relacionado ao desenvolvimento e elevação da Alfabetização Científica. Assim, não cabe mais ao ensino escolar de ciências o ensino apenas de conceitos e fórmulas sem a devida junção com o cotidiano dos alunos. É preciso buscar uma formação mais integrada à realidade e intimamente relacionada à vida em sociedade. Promover a Alfabetização Científica, através do desenvolvimento de uma compreensão mais ampla da Ciência, contextualizada na complexa realidade que nos rodeia, pode ser considerada como uma proposta que favorece não só um maior compromisso com o ensino de ciências, mas também com a formação de professores. Entretanto, para considerarmos as potencialidades da Alfabetização Científica para o ensino de ciências, precisamos entender os motivos pelos quais a educação escolar, na maioria das vezes, prioriza ainda o ensino da linguagem científica sem contextualizar o conhecimento científico à realidade e ao contexto social dos alunos. Essa forma como o ensino de ciências tem sido realizada, limita-se muitas das vezes, a um processo de memorização de vocabulários e de fórmulas, de forma que embora os estudantes aprendam os termos científicos, não conseguem entender o seu real significado. Notamos que isso é um agravante quando analisamos o ensino de ciências nos anos iniciais do ensino fundamental, isso em decorrência de que muitos professores consideram que alunos nesta faixa etária não tem capacidade de compreender o conhecimento científico, e além disso engloba também um conjunto de concepções que os educadores possuem acerca dos conhecimentos científicos adquiridos ou não na sua formação docente. Muitos professores do ensino fundamental, apesar de terem a noção da importância da educação científica, não o fazem em suas aulas pelo motivo de insegurança. Insegurança essa em não saber como abordar essa temática com as crianças, em decorrência da formação docente na maioria dos casos, precária. O ensino de ciências deve além de permitir o aprendizado dos conceitos básico das ciências naturais, a aplicação desses conhecimentos aprendidos em sala na vida cotidiana do aluno, de forma a capacitá-los para a formação de valores, reflexão, decisão e ação. Porém, o aluno pressupõe que a ciência é algo de outro “mundo”, pois não consegue visualizá-la na sua vivência. Isso em decorrência da descontextualização da ciência apresentada nas escolas, somente pautadas em exercícios e fórmulas, que não exigem compreensão dos conceitos trabalhados. Dessa forma a escola não contribui para o acesso real da ciência, mais sim por omiti-la, já que a ciência é a base para o aluno ter novas formas de ver e entender o mundo ao seu redor. Dessa maneira a escola vem servindo para somente um aumento do vocabulário dos alunos, que muitas das vezes não sabem nem mesmo o seu real significado, são somente um conjunto de letras codificadas memorizadas. A alfabetização científica seria para Chassot (2003), quando em qualquer nível de ensino, a ciência contribuir para a compreensão do conhecimento, de forma que o aluno consiga usar esses conhecimentos adquiridos para melhorar a sua vida cotidiana. Muitos pensam que quando falamos em ensinar ciência para crianças, estamos falando de uma ciência rigorosa acerca do mundo científico, isso é um mero equívoco, quando falamos em ensino de ciências, queremos que as crianças, se questionem, façam investigações, experimentos, formulem hipóteses. O Ensino de ciências envolve inserir o aluno em um mundo com novos conceitos, o modo chamado científico. Como principal ponto de partida para a aprendizagem, o contexto social do aluno deve ser levado em total prioridade. A escola, é o espaço de construção do conhecimento, sendo capaz de contribuir desde a etapa inicial da escolaridade, para aumentar o conhecimento da ciência. Deve estimular o espírito investigativo do aluno, despertando nele o encantamento pela ciência, ou em alguns casos, tendo o efeito contrário. Para que isso ocorra o processo de alfabetização científica deve ser iniciado desde a entrada do aluno na escola, mesmo antes da aquisição da leitura e escrita. O trabalho com ciências, articulado ao ensino da leitura e escrita, pode contribuir para que essas atividades sejam contextualizadas e formem significados para o aluno. Em geral o ensino de ciências é mais retratado somente aos conteúdos de biologia dessa forma não fazendo-se uso do ensino interdisciplinar; e a ausência de atividades experimentais nas escolas é uma realidade. Embora haja um reconhecimento da importância da educação, o docente não tem formação adequada e muitas vezes o ensino é guiado único e exclusivamente pela utilização do livro didático. Nesse sentido, ressalta-se a importância da Alfabetização Científica no contexto de formação inicial de professores de maneira a contribuir para uma maior associação entre os conhecimentos pedagógicos e científicos; e uma maior integração desses conhecimentos à prática pedagógica. A proposta de alfabetização científica é, portanto, construir conhecimentos científicos numa perspectiva mais ampla e interessante e, por meio disso, formar indivíduos com condições de discutir sobre vários assuntos e tomar decisões diante de fatos apresentados, contribuindo também para uma compreensão da ciência, dos seus procedimentos e valores, construindo uma percepção das aplicações da ciência e da tecnologia. Embora muito se discuta nos cursos de formação inicial de professores sobre esse contexto da educação escolar brasileira, o que se observa de um modo geral é a reprodução desse sistema de ensino tradicional nas escolas. Um dos motivos não é tanto a falta de conhecimentos pedagógicos, mas a falta da mobilização desses conhecimentos em sua prática dentro de sala de aula, de modo que os professores em formação acabam reproduzindo modelos vivenciados ao longo de toda sua trajetória tanto acadêmica quanto escolar. Portanto, de forma geral é enfatizado queos professores possibilitem e incentivem a investigação contemplando assuntos atuais, valorizando contextos históricos e tecnológicos, permitindo socialização de ideias, nas quais poderiam contribuir na pratica diferenciada, direcionando-a para uma educação cientifica de qualidade nas escolas públicas e particulares. Ao verificar o nível de Alfabetização Científica de estudantes de licenciatura, o que se busca é uma forma desses estudantes, enquanto professores, conseguirem transpor essa Alfabetização Científica para as práticas docentes dentro da sala de aula de modo a contribuir para a formação de sujeitos críticos e capazes de se posicionar frente a discussões políticas e éticas em relação as ciência e tecnologias. Com base nisto, a contextualização vem sendo defendida por diversos educadores, pesquisadores e grupos ligados à educação como um meio de possibilitar ao aluno uma educação para a cidadania coexistente à aprendizagem significativa de conteúdo. Assim a contextualização se apresenta como um modo de ensinar conceitos das ciências ligados à vivência dos alunos, seja ela pensada como recurso pedagógico ou como princípio norteador do processo de ensino. A contextualização como princípio norteador caracteriza-se pelas relações estabelecidas entre o que o aluno sabe sobre o contexto a ser estudado e os conteúdos específicos que servem de explicações e entendimento desse contexto, utilizando-se da estratégia de conhecer as ideias prévias do aluno sobre o contexto e os conteúdos em estudo, característica do construtivismo. A quantidade de debates que tem ocorrido sobre esse tema, contribui em muito para um melhor entendimento a esse respeito. Tais debates dizem respeito às concepções filosóficas da contextualização no ensino e a sua epistemologia, até a própria palavra contextualização é discutida. Essa pesquisa teve importância no sentido de despertar uma reflexão, sobre a transcendência do conhecimento científico para o dia a dia, as práticas envolvendo o ensino científico amplia as simples nomenclaturas de conceitos em sala de aula e a compreensão de conceitos científicos básicos, buscando contextualizar o ensino de ciências com a vida em sociedade e promover um maior impulsionalismo dos estudantes em seu processo de aprendizagem, tornando-os sujeitos capazes de refletir sobre questões científicas nas mais diversas áreas de sua vida e auxiliando-os em seu posicionamento crítico e na tomada de decisões. Assim sendo, o ensino de ciências deve considerar as situações do cotidiano dos alunos como estratégias de ensino. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio. Brasília: MEC/CNE, 1998. BRASIL (País) Secretaria de Educação Média e Tecnológica - Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999. CHASSOT, Attico, (2000). Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. Ijuí: Editora Unijuí. Disponível:file:///C:/Users/USER/Downloads/Alfabetizacao_cientifica_questoes_e_desafios_ para_.pdf. Acesso em: 13 Abril.2021. CHASSOT, Attico, (2003). Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. Rev. Bras. Educ. [online]. 2003, n.22, p.89-100. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n22/n22a09.pdf. Acesso em: 10 Abril. 2021. FOUREZ, G.; LECOMPTE,V.E;GROOTAERS, D.; MATHY, P e TILMAN, F. Alfabetización científica y tecnológica: acerca de las finalidades de la ensenãnza de las ciências. Trad. E. G. Sarría. Buenos Aries: Colihue, 1994. FREIRE, P. (1992) Pedagogia da Esperança: Um Reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra. Disponível:http://www.paulofreire.ufpb.br/paulofreire/Controle?tipo=livro&op=listar&id=0& obra_critica=O VIECHENESKI, Juliana Pinto; LORENZETTI, Leonir; CARLETTO, Marcia Regina. (2012) Desafios e Práticas para o Ensino de Ciências e Alfabetização Científica nos anos Iniciais do Ensino Fundamental. Disponível em: https://proxy.furb.br/ojs/index.php/atosdepesquisa/article/view/3470/2182. http://www.paulofreire.ufpb.br/paulofreire/Controle?tipo=livro&op=listar&id=0&obra_critica=O http://www.paulofreire.ufpb.br/paulofreire/Controle?tipo=livro&op=listar&id=0&obra_critica=O https://proxy.furb.br/ojs/index.php/atosdepesquisa/article/view/3470/2182 VITOR, Fernanda Cavalcanti; SILVA, Ana Paula Bispo da. (2017). Alfabetização e educação científicas: consensos e controvérsias. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2176-6812017000200410&script=sci_arttext&tlng=pt
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