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resumo - Micoses Profundas

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MICOSES PROFUNDAS!
Infecções subagudas e crônicas causadas por fungos 
invasivos, que, além do acometimento cutâneo, a 
depender da resposta imunológica do hospedeiro, 
podem levar a infecções sistêmicas de outros órgãos; 
E S P O R O T R I C O S E 
doença subaguda, universal, relativamente comum, 
causada por fungo dimórfico da espécie Sporothrix 
schenckii; 
mais comum em países de clima tropical; 
qualquer idade é acometida, e não há predileção por 
sexo; 
associação a ferimentos por plantas (como os 
clássicos acidentes com espinhos de rosas) e a 
contaminação por animais domésticos; 
— desde 2013, a notificação tornou-se compulsória 
no estado do Rio de Janeiro, mas não nos demais 
estados do Brasil — 
trauma serve como porta de entrada para a inoculação 
do fungo, e nesse ponto surge a primeira lesão; 
resposta imune celular Th1 é responsável por tentar 
conter a doença, o que se pode evidenciar pela 
positividade do teste da esporotriquina; 
local do acidente perfurocortante, surge a lesão inicial, 
normalmente uma placa eritematoescamosa verrucosa 
ou uma úlcera —> surgem linfonodos regionais em 
cordão, caracterizando a forma mais comum da 
doença, a cutâneo-linfática; podem ou não fistulizar; 
extremidades, por estarem mais expostas aos traumas, 
são sempre mais acometidas; 
— lesão cutânea acompanhada de linfangite 
ascendente é a principal característica da 
esporotricose clássica — 
forma clássica cutâneo-linfática é de fácil diagnóstico 
clínico; 
só em casos de lesões únicas, caracterizando forma 
cutânea localizada, são necessários exames; 
cultura é o exame padrão-ouro, pois o causador da 
doença é um fungo de rápido crescimento (resultado 
em 3 dias) e que cresce em temperatura ambiente de 
25 °C ou temperatura corpórea de 37 °C (fungo 
dimórfico); 
um dos poucos fungos em que o exame micológico 
direto com hidróxido de potássio (KOH) não ajuda; 
exame anatomopatológico também leva ao diagnóstico, 
pela visualização dos fungos nos tecidos corados pela 
prata ou ácido periódico de Schiff (PAS), apresentados 
em formas afiladas semelhantes a charutos; 
— diagnose diferencial é feita com lesões ulceradas 
isoladas, como paracoccidioidomicose, histoplasmose, 
leishmaniose e tuberculose — 
tratamento da esporotricose é feito com uma 
medicação simples e barata, o iodeto de potássio, uma 
das poucas doenças em que há boa resposta; 
itraconazol, no entanto, é considerado a droga de 
escolha por sua eficácia (contraindicado em 
hepatopatas e gestantes); 
 C R O M O M I C O S E 
infecção fúngica crônica da pele causada por agentes 
demáceos (fungos negros) encontrados em solos e 
vegetais; 
doença é endêmica em algumas áreas tropicais, como 
na região Norte do Brasil, e em algumas áreas 
desérticas; 
membros inferiores são mais acometidos, levando a 
quadros dramáticos semelhantes aos da elefantíase; 
fungo é inoculado após trauma da pele e propaga-se 
até o subcutâneo, com raros relatos de disseminação 
linfática e/ou hematogênica; 
espécies envolvidas, a primeira bem mais comum no 
Brasil: Fonsecaea sp., Cladosporium sp., Rhinocladiella 
sp. e Phialophora sp; 
após o trauma, surge na pele uma pápula que evolui 
para nódulo e, posteriormente, para placa verrucosa, 
que em anos pode assumir notáveis proporções, 
comprometendo todo o membro afetado; 
aparecem pequenos pontos negros (black dots), que 
representam um aglomerado de fungos demáceos; 
— não há sinais e sintomas sistêmicos — 
exame micológico direto em KOH 10% (de raspado da 
lesão) é o meio mais simples de chegar ao diagnóstico; 
cultura permite determinar a espécie envolvida para fins 
acadêmicos, já que não influencia o tratamento; 
casos duvidosos, só se conclui a etiologia após a 
biópsia para exame anatomopatológico; 
diagnóstico diferencial se faz com o carcinoma 
espinocelular e a síndrome verrucosa PLECT (regra 
mnemônica) 
—> são as doenças em que podem ocorrer úlceras ou 
lesões verrucosas, o que facilita o diagnóstico 
diferencial da cromomicose; 
uma das dermatoses de resolução mais difícil, muitos 
pacientes são ditos incuráveis, aspecto comparável a 
quadro neoplásico infiltrativo; 
— tentar em casos iniciais, quando ainda é possível, a 
remoção completa da lesão por meio de cirurgia 
dermatológica — 
casos em que já há disseminação extensa, são 
necessários métodos combinados, como criocirurgia 
com nitrogênio líquido junto aos antifúngicos 
sistêmicos (o itraconazol é o de escolha); 
P A R A C O C C I D I O I D O M I C O S E 
sinonímia: blastomicose sul-americana; 
infecção sistêmica com várias facetas, que pode atingir 
a pele e outros órgãos internos e tem, como agente 
causador, o fungo dimórfico do gênero 
Paracoccidioides, com 2 espécies reconhecidas 
causadoras da doença: Paracoccidioides brasiliensis e 
Paracoccidioides lutzii; 
é a micose sistêmica mais prevalente do Brasil; 
é mais comum em jovens e adultos na faixa etária de 
20 a 40 anos; 
grande predominância no sexo masculino, pois se 
acredita que os hormônios estrogênicos confiram 
proteção às mulheres, impedindo o desenvolvimento do 
fungo; a proporção encontrada em inquéritos 
epidemiológicos é de 9 homens para cada mulher; 
porta de entrada mais comum é a via inalatória, em que 
se inicia um foco pulmonar e, a partir de então, 
multiplica-se e dissemina-se para os linfonodos 
regionais e, depois, por via hematogênica, para os 
demais órgãos; 
esse primeiro contato com o fungo caracteriza a 
paracoccidioidomicose-infecção (Pb-micose infecção); 
se o paciente desenvolve uma resposta Th1 eficaz, ela 
pode ser controlada —> os pacientes tornam-se 
assintomáticos, mas há o teste imunológico da 
paracoccidioidina positivo (semelhante ao PPD na 
tuberculose) —> ao evoluir para a doença, há 2 
possíveis quadros: Pb-micose juvenil (aguda/subaguda) 
e Pb-micose adulto (crônica); 
formas de paracoccidioidomicose são: 
 Pb-micose juvenil: corresponde a 5 a 25% 
dos casos e é caracterizada por quadro sistêmico 
subagudo com hepatoesplenomegalia e adenomegalia 
generalizada, além de febre, queda do estado geral e 
emagrecimento; 
 Pb-micose adulto: a mais comum (75 a 
95% dos casos) com evolução crônica da infecção 
que pode ser unifocal, com apenas um órgão 
acometido, sendo a forma pulmonar a mais frequente, 
ou multifocal, acometendo, simultaneamente, pulmão, 
linfonodos, pele, mucosas e outros órgãos, como 
suprarrenais, ossos, próstata etc; 
— as lesões mucosas na paracoccidioidomicose 
apresentam aspecto moriforme (“em amora”), e o 
padrão radiológico “em asa de borboleta” ocorre por 
predomínio do acometimento dos lobos médios 
pulmonares — 
exame micológico direto é o padrão-ouro e pode ser 
realizado na secreção purulenta ou no raspado da 
lesão, com estruturas visualizadas ovaladas 
leveduriformes, que podem ter brotamento simples ou 
múltiplo, levando ao aspecto característico de “roda de 
leme; 
nos exames de sorologia os anticorpos no sangue 
podem ser titulados pela contraimunoeletroforese ou 
imunodifusão dupla (o mais difundido, com sensibilidade 
de 80% e especificidade de 90%), e têm papel 
importante, também, no seguimento durante o 
tratamento, durante o qual os títulos tendem a cair; 
— radiografia de tórax na paracoccidioidomicose pode 
apresentar o clássico padrão “em asa de borboleta — 
diagnose diferencial dependerá da forma apresentada: 
 Pb-micose juvenil: linfomas, tuberculose, 
leishmaniose visceral; 
 Pb-micose adulto: lesões mucosas podem 
surgir na leishmaniose tegumentar americana, 
tuberculose e sífilis; lesões simulando carcinomas 
espinocelulares também foram descritas; as lesões da 
pele podem ser diferenciadas da leishmaniose 
tegumentar, esporotricose, tuberculose e 
histoplasmose, quando localizadas, e de vasculites, 
sífilis secundária e linfomas, quando disseminadas; 
tratamento é prolongado até a cura clínica, sorológica e 
radiológica, o que pode levar de meses a anos; 
acompanhamentodeve ser semestral, pois as recidivas 
são frequentes; 
drogas mais utilizadas são: Sulfametoxazol-
trimetoprima, Itraconazol, Anfotericna B; 
 M U C O R M I C O S E 
é uma micose oportunista comum em imunossuprimidos 
e diabéticos, causada por fungos filamentosos 
cenocíticos como Rhizopus spp. e Mucor spp; 
quadro clínico mais comum, a mucormicose 
rinocerebral, há invasão do nariz e seios paranasais, 
com lesões necróticas, gangrenosas, liberando 
secreção de odor fétido, que podem se estender ao 
sistema nervoso central (tromboflebites sépticas de 
seio cavernoso); 
diagnóstico é feito por biópsia com exame direto, e o 
tratamento deve associar debridamento cirúrgico amplo 
e anfotericina B; 
 C R I P T O C O C O S E 
micose sistêmica causada pelo fungo leveduriforme 
Cryptococcus; 
variedade C. gatti é prevalente em imunocompetentes e 
normalmente está associada ao ambiente, como em 
eucaliptos; 
já o C. neoformans é, em geral, uma doença oportunista 
com alta prevalência nos pacientes com AIDS, e pode 
ser encontrada em fezes de pássaros, como os 
pombos; 
porta de entrada é a via inalatória, iniciada por uma 
infecção pulmonar primária geralmente assintomática 
(subclínica) que pode evoluir com cura espontânea (C. 
gatii) ou com disseminação hematogênica (C. 
neoformans), e, neste caso, causa meningoencefalite 
(quadro mais comum); 
pele é acometida em aproximadamente 10% dos casos, 
sendo a manifestação mais comum as lesões molusco-
like; 
diagnóstico laboratorial de ambas as modalidades de 
criptococose é feito por exame micológico direto com 
coloração nanquim (tinta da China – aspecto de céu 
estrelado), associado à cultura e à detecção de 
antígenos capsulares no liquor e no sangue 
(aglutinação em látex); 
tratamento normalmente é feito com fluconazol (boa 
penetração na barreira hematoencefálica) na maioria 
dos casos, com a anfotericina B utilizada nas formas 
mais graves;

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