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MICOSES PROFUNDAS - RESUMO


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Nesse grupo, entram as 
micoses subcutâneas e as micoses 
sistêmicas. 
 
 
Micoses subcutâneas 
 
 
 
Fungo: Fonsecaea pedrosoi e 
Cladosporium carrionii 
Morfologia: dimorfo demáceo 
Transmissão: inoculação direta na 
pele e subcutâneo 
 
 É um fungo presente na 
superfície do solo e vegetais, em 
áreas rurais. 
A disseminação pode ser por 
contiguidade, autoinoculação e 
raramente por via linfática e 
hemática. 
 
 LESÃO : Placas, nódulos, 
tumorações, cicatrizes e 
verrucosidades. As lesões são 
polimórficas, apresentando múltiplas 
características, geralmente 
unilaterais e nos membros inferiores. 
Podem apresentar infecção 
bacteriana e evoluir para fibrose. 
 Além disso, uma característica 
típica são os black dots de 
eliminação transepitelial fungica. 
 
 
 
 
 
 
 DIAGNÓSTICO : 
Exame micológico direto por raspado 
das lesões em KOH 10% 
 
ACHADO: corpos muriformes isolados 
ou agrupados, pigmentados 
 
 
Cultura 
Macroscopia: 
forma de bolor 
típica de fungo 
negro, com 
aspecto marrom-
escuro ou negro. 
Microscopia: hifas 
septadas, com 
conidióforos 
diferentes para 
cada espécie. 
Histopatologia 
- Granulomas supurativos 
- Granulomas tuberculoides 
- Corpos muriformes dentro dos 
granulomas 
 
 
 TRATAMENTO : 
Forma localizada 
- Criocirurgia com nitrogênio líquido 
- Laser de CO2 
- Cirurgia por exérese 
 
Forma extensa 
- Imidazolicos sistêmicos 
(itraconazol, terbinafina) 
- Terapeutica combinada 
 
 
 
 Doença causada por múltiplas 
espécies de fungos demáceos. A 
forma infectante é filamentosa. 
 
Fungo: 
Exophiala jeanselmei 
Bipolaris sp. 
Cladosporium bantiasenum 
Morfologia: dimorfo demáceo 
Transmissão: inoculação direta na 
pele e subcutâneo, e por inalação 
pulmonar 
 
 
 
 LESÃO : a lesão pode ser cutânea, 
mucosa, pulmonar e evoluir até para 
o sistema nervoso central por via 
hematogênica. Geralmente 
apresenta-se sob a forma de 
abcessos, cistos, com material 
supurativo, que pode drenar em 
ulceras, pouco dolorosos. 
 
 
 DIAGNÓSTICO : 
Exame micológico direto por raspado 
das lesões em KOH 10% 
ACHADO: hifas septadas típicas de 
forma filamentosa (hifas), mas com 
caráter demáceo (escuras) 
 
 
Cultura 
Exophiala jeanselmei 
Macroscopia: 
colônia lisa creme, 
que evolui pra 
algodonosa 
cinzentada 
Microscopia: hifas 
septadas e escuras 
com conídios 
elípticos 
 
 
Histopatologico 
- Hifas septadas em meio exsudativo 
e inflamatório em área de abcesso 
 
 
TRATAMENTO : 
Exésere quando possível ou 
imidazólico sistêmico. 
 
 
 
Fungo: 
Sporothrix schenckii 
Morfologia: dimorfo demácio 
Transmissão: inoculação direta na 
pele e subcutâneo, arranhadura do 
gato, mordedura do cachorro 
 
 LESÃO : 
- Cutaneo-linfática: forma mais 
comum, aspecto nodular salteado, 
podendo ulcerar no local da 
inoculação (cancro esporotricótico). 
As lesões são salteadas em forma 
de rosário. 
 
- Cutaneo-localizada: lesão única ou 
múltipla, com aspecto que varia em 
papulonodular (semelhante a acne 
ou furunculo), verrucoso ou ulcerado 
(ulceras irregulares com gomas 
satélites) 
 
 
- Cutaneo-disseminada: gomas ou 
nódulos de modo disseminado pela 
pele, que podem ulcerar 
 
- Extracutanea: pode atingir o 
pulmão, ossos, articulações, por 
inalação ingestão ou disseminação 
hematogenica. 
 
DIAGNÓSTICO : 
Cultura 
É o preferencial 
Macroscopia: 
aspecto castanho-
enegrecido 
 
Microscopia: hifas 
septadas na forma de micélio ou 
pseudo-hifas em forma 
leveduriforme 
 
Micológico direto 
NÃO SE CORA COM KOH 
Se cora apenas com PAS, GOMORI 
e HEMATOXICILINA-EOSINA 
ACHADO: formato de charuto 
 
Histopatológico 
- Fungos em charuto 
- Corpos em asteroide com infiltrado 
eosinofílico 
 
 
Teste da esporotriquina 
- Identificar reação inflamatória por 
intradermorreação; 
- Pouco específico, pois indivíduos 
normais podem apresentar 
 
TRATAMENTO : 
- Iodeto de potássio VO 
- Imidazólicos e anfotericina B VO 
 
 
 
Fungo: 
Lacazia loboi 
Morfologia: dimorfo (ainda não 
cultivado) 
Transmissão: inoculação direta na 
pele e subcutâneo advindo do solo, 
vegetais e rios 
 
 Essa doença já foi descrita em 
golfinhos, o que pode explicar a 
transmissão pela água também. 
 
 LESÃO : 
 As lesões podem ser com 
características nodulares, 
infiltrativas, placas nodulares, 
verrucosas, queiloidianas, gomas e 
até ulcerar. Podem ser pruriginosas, 
arder e até possuir hipoestesia. 
Predomina em áreas expostas, como 
as orelhas. 
 
 
 DIAGNÓSTICO : 
Micológico direto KOH 10% 
ACHADO: leveduras em cadeias 
(muitas vezes em colar de contas) 
 
 
Histopatológico 
- Granulomas, rico em Lacazia loboi 
 
TRATAMENTO : 
- Exerese, eletrocoagulação e 
criocirurgia 
- clofazimina + itraconazol (não tem 
tanto efeito, mas é tentado) 
- Posaconazol teve efeito bom para 
os casos no pavilhão auditivo 
 
Micoses sistemicas 
 
 
 
Fungo: 
Paracoccidioides brasiliensis 
Paracoccidioides lutzii 
Morfologia: termodimorfo 
(27ºC: filamentoso | 37ºC: levedura) 
Transmissão: via inalatória 
 
Esse fungo é um fungo saprófita, 
que vive no solo, e pode infectar 
animais silvestres. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
- A fotografia da 
doença é um 
homem na 
terceira ou quarta 
década de vida e 
que teve contato 
em zona rural 
- 80% dos casos são no Brasil; 
- Prevalência importante em 
imunossuprimidos. 
 
PATOGENIA 
 
 A patogenia da doença 
depende da interação entre 
imunidade inata e imunidade 
adaptativa. Ao adentrar o pulmão, se 
o fungo não for contido, ele se 
modifica de sua forma filamentosa 
para leveduriforme, se multiplicando 
e invadindo os linfonodos. 
 
Resposta IL-4, IL-5, IL-10: pior 
resposta imune mediando a 
ativação de linfócitos Th2 mal-
respondedores. 
 
Resposta IL-12, interferon-y: melhor 
resposte imune mediando ativação 
de linfócitos Th1. 
 
A sequencia de eventos pós-
infecção vai depender: 
Virulencia 
Quantidade inoculada 
Resposta imune 
 
LESÕES 
Paracoccidioidomicose 
infecção 
Paracoccidioidomicose 
doença 
Aguda-
subaguda 
(juvenil) 
Crônica 
(adulto) 
 
Paracoccidioidomicose-infecção: 
Essa forma é assintomática ou 
oligossintomática, sendo 
diagnosticada em quesitos 
epidemiológicos, por meio do teste 
da paracoccidioidina 
(intradermorreação). Essa forma 
NÃO DEIXA CALCIFICAÇÃO. 
 
 
 
 
 
 Foto meramente ilustrativa 
Paracoccidioidomicose-doença: 
AGUDA-SUBAGUDA (JUVENIL) 
Acomete jovens e sua forma é 
caracterizada como moderada a 
grave 
O fungo tem afinidade pelo sistema 
monocítico-fagocitário. Logo, infecta 
mais a medula óssea, baço, fígado e 
linfonodos. 
 
- Linfonodomegalia: aumento dos 
linfonodos, com formação de 
processo supurativo e fistulização e 
febre 
- Hepatoesplenomegalia: aumento do 
fígado e do baço. 
- Comprometimento gastrointestinal: 
estenose por aumento de linfonodos, 
icterícia por obstrução linfonodal 
porta-hepática, enterocolite, 
retocolite, apendicite 
- Comprometimento ósseo: osteólise 
principalmente em ossos longos. 
- Comprometimento da pele: lesões 
acneiformes, sobretudo em face 
 
 Grande expressão de linfócitos 
Th2, e mediadores como IL4, IL5, 
IL-10, ativando eosinófilos, produção 
de IgG e IgM. Ou seja, 
laboratorialmente: 
- Anemia 
- Leucocitose com desvio a esquerda 
- Eosinofilia 
- Hipergamaglobulinemia 
- Albumina baixa 
 
 CRONICA (ADULTO) 
Acomete principalmente homens 
adultos 30-60 anos de áreas rurais, 
muitas vezes etilistas e tabagistas 
 
 UNIFOCAL . 
Pulmonar isolada: tosse seca, 
dispneia, sintomas silenciosos. Padrão 
reticular ou reticulonodular peri-hilar 
bilateral em “asa de borboleta”. 
 
SNC isolado: convulsão, cefaleia, 
sinais neurológicos focais, com 
formação de granulomas de 
característica tumoral ou múltipla, 
podendo levar a meningite, 
meningoencefalite e 
meningoradiculite. Encontro do fungo 
no liquor, além de hipoglicorraquia, 
alteção de proteína, e pleocitose 
(linfomono). 
 
Adrenal isolado: sintomas de 
insuficiência adrenal, cansaço, 
fraqueza, hiperpigmentação da pele, 
hiponatremia, típicos de uma 
Sindrome de Addison.MULTIFOCAL . 
Possui uma manifestação pulmonar 
associada a manifestação mucosa 
e/ou cutânea 
 
Sintomas associados: perda de peso 
 
- Mucosa: sobretudo oral, atingindo 
cavidade nasal, laringe, faringe e até 
traqueia. Lesões ulceradas, erosivas, 
com granulação 
hemática fina 
(estomatite 
moriforme). Pode 
evoluir para 
linfonodos. 
- Cutaneo: polimórfica, predominando 
na região crural. Pode ser ulcerada, 
ulcero-vegetante, papulovegetantes, 
papulopustulosas, ulcerocrostosas 
coexistindo entre si. 
 As ulceras podem conter 
pontos hemorrágicos (granulações 
moriformes), de formato circinado, 
com bordos eritematovioláceos. 
Podem ser crostosas, contendo black 
dots que mimetizam a cromomicose. 
 Existem formas sarcoídeas com 
placas infiltradas e liquenoides. 
 
 
DIAGNÓSTICO : 
Histopatológico 
- Granulomas, microabcessos na 
derme 
- Fungos no interior de gigantócitos 
- Aspecto de Mickey Mouse ou em 
Roda de leme 
 
Micológico Direto KOH 20% 
ACHADO: leveduras em formato de 
RODA DE LEME 
 
 
Cultura 
Apresenta termodimorfia 
25 graus Celcius: 
Filamentoso miceliano 
com característica 
cotonosa de pipoca 
estourada 
 
37 graus Celcius: 
Leveduriforme com 
característica 
cerebriforme 
 
 
Sorologia 
 Utilizada como critério de cura, 
usa-se ELISA. 
 
 TRATAMENTO : 
Imidazólicos (itraconazol, fluconazol, 
cetoconazol) – Exceto em 
hepatopatas 
 
Anfotericina B: casos graves e em 
hepatopatas – exceto em 
cardiopatas, idosos > 65 anos e 
renais crônicos 
 
Sulfametoxazol-trimetoprima: 
indicado pros casos de contra-
indicação ao restante 
 
CURA: 
- Paciente com sorologia reduzida 
- Paciente com clinica reduzida 
- Raio-x estável 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Darling desease) 
Fungo: 
Histoplasma capsulatum 
Morfologia: dimorfo 
Transmissão: via inalatória a partir do 
solo e excrementos de aves e 
morcegos 
 
 LESÃO : 
Aguda: febre, padrão pulmonar 
pneumônico, eritema nodoso e 
eritema multiforme, ate molusco-
contagioso-simile.. 
 
Cronica: cavitações pulmonares, 
calcificações linfonodais, fígado, 
baço, linfonodomegalia. Ulceras em 
mucosas, sobretudo oral e faríngea, 
pode infectar o cérebro. 
 
 
Cultura 
Apresenta termodimorfia 
Temperatura ambiente: 
Filamentoso com característica 
cotonosa brancas que tendem a 
escurecer 
37 graus Celcius: 
Leveduriforme com cremosa lisa 
brilhante 
 
 
Histopatologico 
- Se cora com Giemsa e com PAS, 
apresentando-se dentro dos 
gigantócitos. 
 
 
Radiologia Pulmonar 
- Padrão reticulonodular associado a 
fibrose com muita calcificação 
 
 
Sorologia 
 Pode ser empregada sorologia, 
ELISA e PCR para identificação do 
fungo. 
 
 TRATAMENTO : 
- Anfotericina B 
- Imidazólicos 
 
 
 
 
Fungo: 
Cryptococcus neoformans 
Morfologia: dimorfo 
Transmissão: via inalatória a partir do 
solo, vegetais, e excrementos de 
aves (pombos). 
 
É um fungo comum em 
imunossuprimidos e portadores de 
doenças autoimunes crônicas, como 
Lupus Eritematoso Sistemico e 
colagenoses. 
 
 LESÃO : 
 As lesões são sistêmicas, 
acometendo primariamente o pulmão 
e por via hematogenica chegando ao 
sistema nervoso central e a pele. 
 Na pele, apresenta-se como 
placas endurecidas tipo paniculite, 
podendo também aparecer como 
ulceras perinasais e ate molusco-
contagioso-simile. 
 
 
DIAGNÓSTICO : 
Micológico direto com tinta da China 
ACHADO: leveduras com parede 
espessa, gemulantes (céu estrelado) 
 
 
 
 
Cultura 
- Aspecto mucoso, brilhante e 
bronzeado 
 
 
Histopatológico 
Possui uma parede espessa que NÃO 
SE CORA COM HE NEM PAS 
Cora-se com azul de metileno 
 
 
TRATAMENTO : 
- Ataque com anfotericina B + 
flucitosina + fluconazol para 
penetrar SNC 
 
 
 
Conjunto de infecções que tem em 
comum drenagem de secreção 
granular! 
 
Micetomas: 
 - Actineomicetomas: bactérias 
 - Eumicetomas: fungos 
Botriomicoses: bacterias 
MICETOMAS 
Actineomicose endógeno 
Etiologia: Actinomyces israelii 
(anaeróbica gram+) 
Localização: saprofita da boca 
 
LESÃO : 
Cervico-facial: edema, eritemato 
vinhoso, com abcesso e secreção 
purulenta granular. Associada a 
injurias odontológicas e fraturas de 
mandíbula. 
 
Torácica: o líquido pode ser aspirado 
ao pulmão, onde o abcesso gera 
fistula com derrame pleural 
purulento em grãos. 
 
SINTOMAS GERAIS: febre, anorexia, 
calafrios, sudorese e secreção em 
grãos. 
 
 DIAGNÓSTICO : 
Bacterioscopia 
- Bastonetes gram+ em meio a grãos 
com aspecto de enxofre amarelados 
 
Actineomicose exogeno 
Etiologia: bactéria Nocardia 
brasiliensis 
 
 
LESÃO : 
Geralmente nos pés, formando 
nódulos e pápulas que fistulizam no 
local de inoculação, com secreção 
amarelada em grãos. 
 
 
Eumicetoma (maduromicose) 
Causada por FUNGOS 
Principal etiologia: Madurella 
 
LESÃO : 
Parecida com a nocardiose mas com 
menos infiltrado inflamatório e mais 
fibrose. 
 
 
BOTRIOMICOSE 
Causada principalmente por 
bactérias estafilocócicas, por isso 
sendo chamada de actinofitose 
estafilocócica. 
Principal: S. aureus 
 
LESÃO : 
Ulceras infiltradas e vegetantes, 
acometendo tecidos moles 
adjacentes.