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Ictericia febril! M E T A B O L I S M O B I L I R R U B I N A A bilirrubina é um produto de degradação do núcleo heme, principalmente da hemoglobina. No seu metabolismo, diversas etapas dependem do fígado, como captação, conjugação e excreção biliar. Assim, as bilirrubinas também podem oferecer uma visão geral da função do fígado. Além disso, a sua associação com a hemólise, ao transporte plasmático e a própria função hepática, as alterações de seus níveis séricos devem ser analisadas individualmente. Em geral, seus níveis totais representam um balanço entre a produção e a excreção hepática. As bilirrubinas plasmáticas são divididas em duas frações: - CONJUGADA E HIDROSSOLÚVEL (DIRETA) - NÃO CONJUGADA E LIPOSSOLÚVEL (INDIRETA) I. A elevação das fração da bilirrubina indireta pode estar associado ao aumento de sua disponibilidade (hemólise e eritropoiese deficiente), a diminuição da captação (insuficiência hepática e síndrome de Gilbert) ou da conjugação hepática (insuficiência hepatia e síndrome de Crigler Najjar). Indireta -> hemólise, diseritrocitose,Hemoglobinopatias, Malária, auto-imune, porfiria, deficiência de B12 e intoxicação por chumbo. Diminui da captação hepática - ICC, Shunt porto sistêmico, drogas como Rifampicina, Baixa atividade da UDP-GT(UDP-glucuronil- transferase ou A uridina 5'-difosfo-glucuronosiltransferase, Sd. Crigler-Najjar e Sd. de Gilbert, Drogas: Atazanavir e Fenobarbital aumenta a atividade da UDG-GT. II. A elevação da bilirrubina direta está relacionada a obstrução da excreção hepática de bile (coleta se intra ou extra hepática) ou disfunção hepatica. Direta -> Infecções como hepatites virais, FA, lepto, micobacterias, calamar, CMV, EBV, Toxo, ricketsioses e abscesso hepático. E hepatites não infecciosas como Alcoólica, tóxicas/medicamentosas, auto-imune, Doenças de depósito, Hemocromatose, doença de Wilson, amiloidose, Hipoperfusão, Sepse, choque, Sd. Budd-Chiari, Trombose de veia porta, Colestase intra e extra-hepática, Colangite/ colecistite, tumor de cabeça de pâncreas e cirrose biliar primária - Vale lembrar que a colúria (urina escura) e acolia fecal (esbranquiçamento das fezes) ocorrem quando há aumento da bilirrubina direta, pois é hidrossolúvel, mas não estão presentes quando há aumento da indireta, que é lipossolúvel e não é excretada pelos rins. • Captação; • Armazenamento; • Conjugação; • Secreção hepática; E T I O L O G I A S I N F E C C I O S A S • Síndrome febril indiferenciada: pródromo; “flu-like; enteroviroses; não-polio; “mono-like”; “dengue-like”. • Síndromes febris ictéricas: hepatites virais; ebv, cmv, toxo; malária; letpo; calazar; febre amarela; febre tifóide; febre maculosa; abscesso hepático; endocardite; colangite; sepse. • Síndrome febris ictero-hemorrágicas: febre amarela; lepto (sd de weil); dengue grave; chikunguny atípico; malária grave; febre tifóide; calazar; shu; sepse. • Síndromes hemorrágicas febris: dengue grave; chikungunya atípico; meningococcemia; hantavirose; arenavírus; ebola e marburg; hsu; sepse. Período de incubação —————————— ▸ Arboviroses: até 14 dias ▸ HAV: 2 sem - 2 meses (hepatites A) ▸ HBV: 1 - 6 meses (hepatites B) ▸ HCV: 1 - 4 meses (hepatites C) ▸ Malária: 8 - 30 dias ▸ Lepto: até 30 dias ▸ Calazar: até 2 anos Grupos de risco ———————————— • Extremos Etários • Gestantes • Comorbidades • Vulnerabilidade Social • Pessoas Em Trânsito Sinais De Alerta ———————————— •Tosse, Taquipneia • Hipotensão Postural • Oligúria • Vômitos Frequentes • Dor Abdominal Contínua • Icterícia • Plaquetopenia, Aumento De Inr • Sangramento Cutâneo • Necessidade De Isolamento ??? Sinais De Gravidade —————————— • Hipotensão ou Hipoperfusao • Rebaixamento de Nível De Consciência • Ira • Insuficiência Respiratória • Arritmias • Hemorragias S E P S E ▸Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) ▸+ infecção ▸+ hipotensão / hipoperfusão / disfunção orgânica ▸Nível de consciência ▸Sinais de choque ▸Gasometria arterial (PaO2/FiO2) ▸Lactato arterial ▸Plaquetopenia ▸Hiperbilirrubinemia ▸Débito urinário, Cr F E B R E A M A R E L A • É uma doença causada por um arbovirus, tal como dengue, mas com estrutura diferente. Pertence a familia Flaviviridae e possui estrutura que fica instável em meio ambiente e que facilmente é destruída. Esse virus sobrevive pouco tempo fora do organismo e é facilmente inativado com álcool e clorexidina. • É uma doença de notificação compulsória imediata em todo território nacional. • No ciclo da doença: Intrínseco - ocorre no ser humano; Extrínseco - ocorre no vetor. Epidemiologia Brasileira ————————— • Último caso de febre amarela urbana 1942 (Acre) • 1957: Aedes aegypti declarado erradicado do Brasil • Doença persistiu em ciclo silvestre • Hoje todo o território de SP é considerado de risco! Agente ——————————————— • Família Flaviviridae • Gênero Flavivirus • ssRNA (+) Vetores ——————————————— • Haemagogus leucocelaenus - vive na floresta tropical em primatas (febre amarela silvestre) • Sabethes • Aedes aegypti - também é um transmissor da dengue (febre amarela urbana) Quadro clínico ————————————— • Incubação: 3 - 14 dias • Oligossintomáticos 90% • Febre, astenia, cefaleia, náusea, mialgia/artralgia • Casos moderados/graves 10% - IRA, Icterícia, Sangramento • Sinal de Faget ( dissociação pulso temperatura) • Hiperemia conjuntival • Miocardite • Hepatite Laboratório inespecífico ————————— • Neutropenia • Linfocitose • Plaquetopenia • Aumento de transaminases • Aumento de BD • Elevação de Cr e Ur • Hematúria, proteinúria • Sorologia IgM e IgG (a partir do 6o dia) • RT-PCR sérico (até o 5o dia) • Biópsia - Imuno-histoquímica Tratamento —————————————— • Suporte: repouso, hidratação, sintomáticos • Internação se sinais de alarme • Suporte ventilatório s/n • Droga vasoativa s/n • Transfusão s/ Vacina febre amarela —————————— • Vacina atenuada • Obrigatória para entrar em alguns países • Doença neurotrópica: ~ 1 para 300 mil vacinados • Doença viscetrópica: ~ 1 para 1 milhão vacinados L E P T O S P I R O S E Leptospira interrogans; bacteria espiroqueta. - presente na urina de ratos. • Zoonose de importância global • Amplo reservatório animal • Homem se infecta por contato direto ou indireto com a urina de animais infectados (RATOS) • Pele com lesões ou mucosas • Pele íntegra quando imersa por tempo prolongado • A leptospirose é uma doenca que precisa de ciclos com bastante água para aumentar sua transmissão. Isso quer dizer que a principal característica é a sazonalidade com períodos de chuva. Ambiente propício ——————————— • Populações suburbanas • Saneamento básico precário • Alta densidade populacional de roedores • Estações chuvosas e inundações Quadro clínico ————————————— • Incubação: 1 - 30 dias ( 5 - 14 mais comum) • Doença febril aguda • Infecção assintomática • Oligossintomática / Inespecífica • Sd de Weil (icterícia+insuficiência renal + manifestações hemorrágicas) • Fase precoce (leptospiremica): febre alta, cefaleia, calafrios, tremores, mialgia, sufusão conjuntival, dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, diarreia. Exantema em 20% dos casos. Duração 5-7 dias. • Fase tardia (imune): ictericia, insuficiencia renal, arritimias, sintomas pulmonares, meningite asséptica, adenopatia, hepato e esplenomegalia, hemorragia. Duração de 4 a 30 dias. Tratamento —————————————— - Empírico • Fase precoce: • Amoxicilina 500 mg VO de 8/8h por 5 - 7 dias • Doxiciclina 100 mg VO de 12/12h por 5 - 7dias • Fase tardia: • Penicilina G Cristalina IV • AmpicilinaIV • Ceftriaxona ou Cefotaxima Fase de convalescença ————————— • Astenia prolongada • Icterícia pode durar semanas • Leptospirúria pode persistir por meses • Uveíte pode ocorrer até 18 meses após a infecção - A insuficiencia renal aguda associada a hipovolemia e cursando com baixo potassio é característica importante da leptospirose, associada também a aumento de CPK e dores em panturrilhas. Agente ——————————————— • Plasmodium • vivax • falciparum • malariae • ovale M A L Á R I A Reservatório ————————————— • O homem é o único reservatório com importância epidemiológica para malária humana. • A malária também é conhecida como febre-terça. Vetor ———————————————— Anopheles darlingi Epidemiologia ————————————— • 42 milhões de pessoas em área de risco • Estimados ~ 215 mil casos • 99% Região Amazônica • 44 óbitos Período de incubação —————————— • P. falciparum: 8 - 12 dias • P. vivax: 13 - 17 dias • P. malariae: 18 - 30 dias Quadro clínico ————————————— • Período de infecção: sintomas prodrômicos e febre paroxística • Período de remissão: fase de apirexia • Período toxêmico: Formas graves e Associada a parasitemia > 2% Diagnóstico —————————————— • Gota espessa: Padrão ouro. Teste de maior sensibilidade; Permite a diferenciação das espécies; Quantitativo. • Teste Rápido: menos sensível; não é útil para controle de cura; não quantificável. H E P A T I T E S V I R A I S • Infecção sistêmica que afeta primariamente o fígado, provocando inflamação aguda e resultando em doença clínica caracterizada por febre, sintomas gastrointestinais ( vômitos, dor abdominal, diarréia...) e icterícia. • O termo hepatite reflete a Inflamação do parênquima hepático. • Virus hepatotrópicos A, B, C, D e E. Patogenia —————————————— • Degeneração pontilhada das células parenquimatosas, com necrose de hepatócitos, reação inflamatória lobular difusa e ruptura dos cordões hepáticos. • Numa fase avançada ocorre acúmulo de macrófagos próximo aos hepatócitos em degeneração, com aumento ou necrose dos hepatócitos pode ocorrer ruptura dos canalículos biliares ou bloqueio da excreção biliar • A preservação do arcabouço reticular permite a regeneração dos hepatócitos. • O tecido hepático lesado é restaurado em 8 a 12 semanas. • Em 5 – 15% dos pacientes, a lesão inicial consiste em necrose hepática confluente (em ponte), com comprometimento da regeneração, resultando em colapso do estômago. • Na hepatite viral persistente (8 – 10% após hepatite B aguda) há preservação da arquitetura lobular, com inflamação porta, intumescimento e palidez dos hepatócitos (paralelepípedo) e fibrose discreta a ausente-portadores assintomáticos. • Na hepatite ativa crônica ocorrem alterações histológicas que variam desde inflamação e necrose a colapso do arcabouço reticular normal. • Verifica-se a presença de HBsAg em 10 a 50% dos pacientes • A necrose hepatocelular fulminante ou maciça é observada em 1 a 2% dos pacientes ictéricos com hepatite B e 10 vezes mais comum em pacientes com infecção concomitante por HDV • O HBV e o HCV desempenham um papel no desenvolvimento do carcinoma hepatocelular. Prevenção e Controle —————————— Precauções Universais Vacinação/Imunoglobulina Vírus A ——————————————— - A vacinação é recomendada para pessoas a partir de 2 anos de idade A imunoglobulina confere proteção passiva de 90% após exposição ao vírus quando administrado em 1 a 2 semanas Vírus B ——————————————— - A vacina é recomendada para todas as crianças como parte do esquema de imunização - A proteção é conferida pelo anticorpo contra o antígeno a (antígeno comum a todos os subtipos) - A HBIG não é recomendada para profilaxia pré- exposição, mas é utilizada para profilaxia pós- exposição (indivíduos expostos por via percutânea ou por contaminação de mucosas), Vacinação/Imunoglobulina ———————— Vírus B Os RN de mães HBsAg-positivos devem receber HBIG e vacina simultaneamente poucas horas após o nascimento Vírus D Vacinação das pessoas suscetíveis ao HBV A vacina não protege os portadores do vírus B de uma infecção pelo vírus D HEPATITE A: (HVA) • A aquisição do virus ocorre por ingestão de partículas virais infectadas, presentes na água ou em alimentos contaminados, ou até mesmo contato direto de fomites com o individuo doente. • A replicação viral nos hepatocitos permite que novas partículas infectadas sejam liberadas na bile e ganhem novamente a luz intestinal, por onde são eliminados com as fezes, formando o indivíduo infectado fonte de novas infecções; • • Não há cronificação na hepatite A. Também não existe sequela hepática após a infecção aguda, como ocorre com outros vírus hepatotropicos.
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