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Isabela Portes, Pedro Lucas Cariri Moura – 1º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2019/2 Data: 21/12/2019 Sistemas Orgânicos Integrados I – SOI I, Embriologia. 1 Sumário Primeiras Semanas de Desenvolvimento ..............................................................................3 Primeira Semana do Desenvolvimento .............................................................................3 Fases da Fecundação ........................................................................................................3 Clivagem ..........................................................................................................................3 Segunda Semana do Desenvolvimento .............................................................................4 Terceira Semana do Desenvolvimento ..............................................................................5 Sistema Cardiovascular ........................................................................................................6 Formação do Coração .......................................................................................................6 Circulação Fetal ................................................................................................................7 Cardiopatias: Tetralogia de Fallot .....................................................................................7 Cardiopatias: Persistência do Ducto Arterial .....................................................................7 Arcos Faríngeos ...................................................................................................................8 Cartilagens derivadas dos Arcos Faríngeos .......................................................................8 Síndromes do Primeiro Arco Faríngeo: TCS .....................................................................9 Síndromes do Primeiro Arco Faríngeo: OAVS .................................................................9 Síndromes do Primeiro Arco Faríngeo: ACS ....................................................................9 Bolsas Faríngeas ...............................................................................................................9 Sulcos Faríngeos ............................................................................................................ 10 Membranas Faríngeas ..................................................................................................... 10 Desenvolvimento do Palato ............................................................................................ 10 2 Sistema Respiratório........................................................................................................... 11 Formação dos Pulmões ................................................................................................... 11 Maturação dos Pulmões: Período Pseudoglandular (6-16 Semanas) ................................ 12 Maturação dos Pulmões: Período Canalicular (16-26 Semanas) ...................................... 12 Maturação dos Pulmões: Período Saco Terminal (26-Nascimento) ................................. 12 Maturação dos Pulmões: Período Alveolar (32-8 anos) ................................................... 12 Sistema Digestório ............................................................................................................. 13 Intestino Anterior ........................................................................................................... 13 Desenvolvimento do Esôfago ......................................................................................... 13 Desenvolvimento do Estômago ...................................................................................... 13 Desenvolvimento do Duodeno ........................................................................................ 14 Desenvolvimento do Fígado ........................................................................................... 14 Mesentério Ventral ......................................................................................................... 15 Desenvolvimento do Pâncreas ........................................................................................ 15 Intestino Médio .............................................................................................................. 16 Onfalocele congênita ...................................................................................................... 17 Hérnia Umbilical ............................................................................................................ 17 Intestino Posterior........................................................................................................... 17 3 Primeiras Semanas de Desenvolvimento Primeira Semana do Desenvolvi- mento O local habitual da fecundação é a ampola na tuba uterina. Se o oocito não for fecun- dado nesse local, ele passa lentamente pela tuba e é reabsorvido pelo corpo. A fecundação começa com o encontro do oocito com o espermatozoide e só termina com a junção de cromossomos maternos e paternos. Fases da Fecundação 1. Passagem do espermatozoide através da corona radiata do oocito – só é possível graças à liberação de enzimas pelo acrossoma. 2. Penetração da zona pelúcida – possível pela liberação da enzima acrosina pelo acrossoma do espermatozoide. Essa en- zima é capaz de proporcionar a lise das células. 3. Fusão das membranas plasmáticas do oocito e do espermatozoide. 4. Finalização da segunda divisão meió- tica do oocito – aqui, o oocito se torna maduro e o seu núcleo se transforma em pró-núcleo feminino. 5. Formação do pró-núcleo masculino. 6. Junção dos núcleos e início da cliva- gem. Clivagem A clivagem é caracterizada por constantes divisões mitóticas responsáveis para que haja o desenvolvimento do embrião. O número de células vai se multiplicando e passa a se chamar de blastômeros. Quando chegam a 32 blastômeros, o “embrião” passa a se chamar de mórula. Com isso, te- mos a entrada de fluído no meio da célula, que podemos denominar de cavidade blas- tocística. A medida em que esse fluído au- menta, os blastômeros podem ser separa- dos em: trofoblastos e embrioblastos. • A falta de zona pelúcida faz o embrião crescer; • Trofoblastos – responsáveis por for- mar parte da placenta; • Embrioblastos – responsáveis pelos primórdios do embrião. Com o passar do tempo, o trofoblasto se di- ferencia em dois: sinciciotrofoblasto (res- ponsável pela corrosão do endométrio para que ocorra a nidação) e o citotrofoblasto (produção da placenta). Além disso, o pri- meiro é o responsável por produzir o HCG. 4 Segunda Semana do Desenvolvi- mento Nessa semana temos a formação de um disco embrionário bilaminar (formado pelo embrioblasto). Temos também a diferenci- ação do embrioblasto em dois: o epiblasto e o hipoblasto. Epiblasto – fica responsável por formar a cavidade amniótica, que por sua vez, pos- suem a formação do âmnio dentro de sua cavidade. Hipoblasto – Responsável por formar o saco vitelino. As células do hipoblasto, então, migram para a parte interna do citotrofoblasto, for- mando a membrana de Hauser. Ao longo do tempo, um material surge en- tre a membrana e o citotrofoblasto, o me- soderma extraembrionário. • O celoma divide o mesoderma em dois: somático (extraembrionário, reveste o trofoblasto e cobre o âmnio) e o es- plâncnico (envolve o saco vitelino). Enquanto as estruturas são formadas, apa- recem lacunas nos sinciciotrofoblasto. Es- sas lacunas são preenchidas de sangue ma- terno pelos capilares endometriais. Após 10 dias, o embrião já está implantado no útero. Agora temos a formação da linha primitiva por conta da migração das células do epi-blasto para o plano medial (envaginação). 5 Forma-se, a partir disso, os três folhetos embrionários. Terceira Semana do Desenvolvi- mento Nessa semana, temos o momento de gastru- lação, marcado principalmente pelo surgi- mento de mais um folheto embrionário, co- meçando pelo surgimento da linha primi- tiva. As células do epiblasto que foram divididas migram para a lateral e formam a meso- derme. Após esse processo, o epiblasto passa a se chamar ectoderme. O nó primitivo dá origem à notocorda. Ela, por sua vez, é essencial para a sustentação da criança (coluna vertebral). • Endoderma – forma o sistema gastroi- ntestinal e respiratório. • Mesoderma – sistema cardiovascular. • Ectoderma – sistema nervoso e tegu- mentar. 6 Sistema Cardiovascular Formação do Coração O surgimento do sistema começa com a formação dos vasos sanguíneos. Células mesenquimais que se diferenciam em an- gioblastos e estes se agrupam (ilhotas san- guíneas), no meio dessas ilhotas surgem ca- vidades. Os vasos, então, começam a se ra- mificar. Na área cardiogênica, surgem dois tubos endocárdicos. Com os dobramentos do em- brião, esses tubos se fundem em um nó (tubo cardíaco primitivo); esse tubo se en- vagina para a cavidade pericárdica. Após uma série de dobramentos, o coração já começa a ter forma. 1. Na imagem acima podemos ver que os coxins endocárdicos se fecham, for- mando o canal atrioventricular. 2. O septo primário vai em direção ao ca- nal atrioventricular, contudo, ele não consegue fechar. Já o septo interventri- cular consegue se fundir ao canal. 3. Um segundo septo começa a surgir em direção a esse mesmo canal, mas ele também não consegue se fechar, o que permite a formação do forame oval (permite a mistura de sangue entre os átrios). • Se o forame oval não se fechar durante a fase adulta, a pessoa terá um problema conhecido como sopro, contudo conti- nuará sendo compatível com a vida. 7 Circulação Fetal 1. O sangue oxigenado chega da placenta através da veia umbilical. Ao se aproxi- mar do fígado, o sangue passa para a veia cava inferior, uma vez que existe o ducto venoso (sangue deixa de ser tão oxigenado, pois há mistura). 2. Parte do sangue segue para o átrio di- reito e, posteriormente, para o ventrí- culo direito, indo para a artéria pulmo- nar, a qual leva sangue para os pulmões. Ao chegar nos pulmões, como os alvé- olos não possuem oxigênio ainda, eles ajudam a arteríola a se comprimir, cri- ando uma resistência para os pulmões. Por causa dessa resistência, o lado di- reito do feto é mais resistente também. Mas a outra parte vai em direção ao átrio esquerdo, uma vez que há a exis- tência do forame oval (o átrio esquerdo recebe um pouco de sangue das veias pulmonares e um pouco do átrio di- reito). 3. Quando o ventrículo esquerdo manda sangue para a aorta, esse sangue se mis- tura com o sangue da artéria pulmonar, através do ducto arterial, porque os pul- mões possuem muita resistência e, por conseguinte, temos uma lata pressão na artéria pulmonar, logo, o sangue tende a ir de um lugar com maior pressão para um com menor pressão. É por isso que não há muito sangue voltando das veias pulmonares no feto. 4. Por fim, o sangue volta para a placenta, por meio da artéria umbilical. A pla- centa recebe muito sangue, pois ela tem uma resistência muito baixa. Cardiopatias: Tetralogia de Fallot • Defeito no fechamento do septo atrio- ventricular; • Aorta se move para o lado direito; • Sem conexão do ventrículo direito (VD) com a artéria pulmonar (sem san- gue nos pulmões) e hipertrofia do VD. Pode causar cianose. Cardiopatias: Persistência do Ducto Arterial Se esse ducto não se fechar, o sangue que ia ser mandado para o corpo se mistura com o pouco oxigenado e sobrecarrega os pul- mões, não recebendo oxigênio suficiente. Causa falta de O2. 8 Arcos Faríngeos Os arcos faríngeos começam a se desenvol- ver na 4ª semana do desenvolvimento, à medida em que as células do rombencéfalo migram para a região da cabeça. • Eles servem para a sustentação da pa- rede da faringe primitiva; • Os arcos faríngeos possuem endode- rma, mesoderma e ectoderma; • São divididos em 6, mas o 5º arco não se desenvolve como os outros. • Seus componentes são: artérias, múscu- los, cartilagem, nervo. 1º. Dá origem ao maxilar e à mandíbula. 2º. Dá origem ao corno menor do osso hi- oide, bem como os músculos faciais. 3º. Corno maior do hioide e glândula para- tireoide inferior. 4º. Músculo da úvula e músculos da fa- ringe. 6º. Musculo vocal tireoaritenóideo. Cartilagens derivadas dos Arcos Fa- ríngeos 1º. Cartilagens da orelha e também da man- díbula primitiva. 2º. Cartilagem que se ossifica e forma o corpo do hioide. 3º. Corpo inferior do osso hioide. 4º e 6º. Fundem-se para formar as cartila- gens da laringe. • O estomedeu (boca primitiva) aparece como uma leve depressão no ectoderma superficial. Ele é separado da faringe por meio da membrana orofaríngea. Essa membrana, com 26 dias, rompe-se e possibilita a comunicação do intestino anterior com a faringe primitiva. 9 Síndromes do Primeiro Arco Farín- geo: TCS Doença autossômica dominante que causa defeitos na área craniofacial, bem como hi- poplasia malar, micrognatia (mandíbula subdimensionada), palato fendido, macros- tomia (boca ampliada no sentido da orelha) e má-formação das orelhas. Síndromes do Primeiro Arco Farín- geo: OAVS Causa anomalia ocular e na orelha, mas também pode acometer a coluna vertebral. Além dos sintomas da outra síndrome, essa pode conter assimetria fácil (microssomia). • Nessa síndrome, os fatores externos também podem influenciar, como por exemplo, mulheres que moram em altas altitudes e/ou diabéticas. • Ela acontece, principalmente, pela quantidade anormal de BAPX1 no or- ganismo. Síndromes do Primeiro Arco Farín- geo: ACS Ela é conhecida como a doença do ponto de interrogação, uma vez que as crianças que sofrem com ela contêm uma malformação da orelha que as deixa em formato de “?”. Além disso, os sintomas podem ser: fenda do palato e atraso no crescimento. Bolsas Faríngeas As bolsas faríngeas estão localizadas no endoderma dos arcos faríngeos. 1ª. Dá origem ao recesso tubotimpânico – a primeira membrana faríngea contribui para a formação da membrana timpânica (tím- pano). A ligação do resseco com a faringe origina o tubo faringeotimpânico (tuba au- ditiva). 2ª. Responsável pelo desenvolvimento das tonsilas palatinas. 3ª. Origina o timo e a glândula paratireoide inferior. 4ª. A porção dorsal dá origem à glândula paratireoide superior e a outra porção dá origem às células C, que são responsáveis por liberar calcitonina, para a regulação do cálcio. 5ª. Quase nunca se desenvolve, mas se isso acontecer, ela se junta com a 4ª. 10 Sulcos Faríngeos As regiões da cabeça do embrião exigem quatro sulcos faríngeos de cada lado du- rante a quarta e a quinta semana. Esses sul- cos são responsáveis por separar externa- mente os arcos faríngeos. Apenas o primeiro par de sulcos auxilia na vida adulta, pois ele forma o meato acústico externo (carnal auricular). Os outros sulcos são extintos com o desenvolvimento do pescoço. Membranas Faríngeas Se formam onde o endotélio do sulco e a bolsa se aproximam. Apenas um par é sig- nificante para as estruturas adultas: a mem- brana timpânica (tímpano). Desenvolvimento do Palato O palato se forma a partir do palato primá- rio e do palato secundário. Palato primário – desenvolvido a partir da 6ª semana de desenvolvimento. Chamado de pré-maxila, que é derivado do segmento intermaxilar do processopalatino mediano. Palato secundário – derivado dos proces- sos palatinos laterais, que derivam das pro- eminências maxilares. A formação do palato ocorre devido a fusão dos processos palatinos laterais com o pro- cesso palatino mediano. 11 Sistema Respiratório Formação dos Pulmões O sistema respiratório é formado a partir da 4ª semana de desenvolvimento. O sulco laringotraqueal é o primórdio do sistema respiratório, que só é possível gra- ças ao desenvolvimento da 4ª bolsa farín- gea. O sulco cresce em direção caudal. No final da semana, um divertículo laringotraqueal, semelhante a uma bolsa, forma-se neste sulco – ventralmente à porção caudal do in- testino primitivo. Como esse divertículo se alonga, ele forma o broto pulmonar. Esse divertículo se se- para da faringe, mas mantém contato com ela a partir da laringe. Com o passar do tempo, forma-se uma divisória – o septo traqueosofágico. Ele é responsável por separar o tubo larin- gotraqueal e o primórdio do esôfago. O broto pulmonar se divide em brotos pri- mários, os brônquios primários e, posteri- ormente, em brotos secundários, os brôn- quios secundários. No início da 5ª semana, a conexão de cada broto brônquico com a traqueia, aumenta, uma vez que essa conexão é necessária para a formação do brônquio principal. O brônquio principal direito é maior que o esquerdo e está orientado mais vertical- mente. Essa adaptação permanece nos adultos. Consequentemente, é mais prová- vel que um elemento estranho entre no brônquio direito do que no esquerdo. Ao passar dos dias, os brônquios primários, se transformam em brônquios secundários e estes, por sua vez, dão origem aos ramos lobar, segmentar e intrassegmentar. 12 Com 24 semanas, os brônquios possuem 17 ordens de ramificação e os bronquíolos res- piratórios já começam a se desenvolver. Com o desenvolvimento dos pulmões, eles adquirem uma camada de pleura visceral, A parede corporal torácica começa a ser re- vestida por uma pleura parietal. Maturação dos Pulmões: Período Pseudoglandular (6-16 Semanas) Com 16 semanas, todos os elementos dos pulmões estão formados, exceto aqueles envolvidos nas trocas gasosas. A respira- ção não é possível, portanto, fetos que nas- cem nesse período não sobrevivem. Maturação dos Pulmões: Período Ca- nalicular (16-26 Semanas) Esse período é caracterizado por uma alta vascularização dos pulmões. Com 24 se- manas temos a formação dos bronquíolos respiratórios e, por consequência, a forma- ção dos ductos alveolares. Fetos que nas- cem nesse período podem sobreviver com tratamentos intensivos, mas geralmente morrem por conta da imaturidade dos pul- mões. Com 20 semanas temos a produção de surfactante pelos pneumócitos de tipo II, mas são insuficientes até o fim do período fetal. Maturação dos Pulmões: Período Saco Terminal (26-Nascimento) Formação da barreira hematoaérea (trocas gasosas adequadas). Os sacos terminais são revestidos por células endoteliais do tipo I (pneumócitos), essas células são as respon- sáveis pelas trocas gasosas. Nesse período há a maior concentração de surfactante. Maturação dos Pulmões: Período Al- veolar (32-8 anos) Aqui há um aumento significativo do nú- mero de alvéolos presentes na criança. Aproximadamente 95% dos alvéolos se de- senvolve neste período. • Os movimentos respiratórios já são trei- nados antes do nascimento. Assim, quando a criança nasce, ela já consegue respirar. • Ao nascimento, os pulmões ainda esta- vam cheios de líquido. Ao respirar pela primeira vez, a criança pode expelir esse líquido através da boca e nariz, ou durante o parto vaginal, ou ela pode “engolir” fazendo com que os capitares, artérias e veias possam drená-los, bem como realização dessa drenagem pelo sistema linfático. 13 Sistema Digestório Intestino Anterior O sistema digestório começa a se desenvol- ver com 4 semanas. No início dessa 4ª se- mana, o intestino primitivo está fechado por uma membrana orofaríngea e pela membrana cloacal. O endoderma do intestino primitivo dá ori- gem à maior parte do epitélio e das glându- las do sistema digestório. Ele pode ser di- vidido em três partes. • Intestino anterior – dá origem à fa- ringe, sistema respiratório inferior, esô- fago e estômago, duodeno, fígado, sis- tema biliar e pâncreas. • Todos os derivados do intestino anterior são alimentados pelo tronco cefálico – exceto a faringe, o trato respiratório e a maior parte do esôfago. Desenvolvimento do Esôfago O esôfago se alonga caudalmente até a 7º semana do desenvolvimento. O músculo estriado do esôfago é derivado do mesênquima do 4º ao 6º arcos faríngeos. Podem existir malformações, como a pre- sença de atrésia esofágica, que nada mais é do que um desvio do septo traqueoesofá- gico para uma região posterior, fazendo com que a separação do esôfago e do tubo laringotraqueal fique incompleta. Além disso, podemos ter a estenose esofá- gica, que pode ser caracterizada como um estreitamento da luz do esôfago. Desenvolvimento do Estômago O aparecimento do estômago se dá por uma delicada dilatação no intestino anterior. Com o tempo ele se alarga e aumenta de ta- manho – grande curvatura do estômago. 14 O estômago gira 90º ao redor de seu pró- prio eixo. Como anomalia, temos a estenose pilórica hipertrófica congênita, que consiste em um espessamento muscular evidente do piloro, causando o estreitamento da região final do estômago. Isso pode causar vômitos fre- quentes, anemia e desidratação. Mesentérios do estômago – é o responsá- vel por aderir o estômago e o duodeno ao fígado e à parede abdominal. Bolsa omental – se localiza entre o estô- mago e a parede abdominal dorsal. Com o aumento do estômago, ela se expande e paira sobre os intestinos em desenvolvi- mento. Essa bolsa se comunica com a parte principal da cavidade peritoneal pelo fo- rame omental. Desenvolvimento do Duodeno O duodeno se desenvolve a partir da parte caudal do intestino anterior e da parte cra- nial do intestino médio. Ele se alonga, em formato de “C”, que se projeta ventral- mente. Com a rotação do estômago ela gira para a direita. Ela é suprida por artérias cefálicas e mesen- téricas superior. A luz do duodeno é obs- truída temporariamente, mas se recanaliza ao final do desenvolvimento embrionário. Aqui podemos ter a estenose duodenal, que é a recanalização incompleta (oclusão par- cial) do duodeno. Somado a isso, podemos ter a atrésia duodenal, que a oclusão com- pleta do duodeno – falha da recanalização do duodeno. Desenvolvimento do Fígado O fígado, a vesícula biliar e os sistemas de ductos biliares surgem a partir do divertí- culo hepático, por conta da porção caudal do intestino anterior no início da 4ª semana. O divertículo se estende para o septo trans- verso (uma massa de mesoderma entre o coração e o intestino médio). Esse divertí- culo se divide em duas partes. A maior é considerada um primórdio de fígado e a menor se torna o sistema biliar. O fígado surge como um broto oco (um di- vertículo) na porção do intestino primitivo que será o duodeno. Esse broto é predomi- nantemente endodérmico e passa a crescer e invadir o mesoderma em volta (dentro do septo transverso), delimitando os dois lo- bos. À medida que se desenvolve suas 15 células se diferenciam em cordões hepáti- cos, intensamente anastomosados. Tais cordões invadem os vasos da região (vitelinos e umbilicais) dando origem aos sinusoides hepáticos. A porção do divertí- culo ligada ao duodeno origina o colédoco, o cístico e a vesícula biliar. No feto, o fí- gado é duas vezes relativamente maior que no adulto. Como anomalias, podemos ver o surgi- mento de ductos hepáticos acessórios,que somente são retirados com cirurgia. Tam- bém podemos ter atrésia extra-hepática, que se caracteriza por uma falha na canali- zação dos ductos biliares. Mesentério Ventral O mesentério é uma prega que serve para “colar” o intestino delgado à parede poste- rior do abdômen. Ao longo do desenvolvi- mento, ele origina o omento menor, for- mado pelo ligamento hepatogástrico (que vai do fígado à curvatura menor do estô- mago) e pelo ligamento hepatoduodenal (que vai do fígado ao duodeno); o liga- mento falciforme (que vai do fígado à pa- rede abdominal ventral) e o peritônio vis- ceral do fígado que cobre todo o fígado, com exceção da área nua que está em con- tato direto com o diafragma. Desenvolvimento do Pâncreas O pâncreas surge a partir dos brotos pan- creáticos dorsal e ventral que surgem na porção caudal do intestino anterior. O broto pancreático ventral se desenvolve próximo à entrada do ducto biliar no duo- deno. Quando o duodeno roda, ele leva com ele o broto pancreático ventral. Ele se posiciona posteriormente ao broto pancreá- tico dorsal e logo se une a ele. Com o desenvolvimento, surge um ducto pancreático. Em 9% das pessoas, a parte proximal do ducto prevalece, formando um ducto pancreático acessório. Com 10 semanas, há a secreção de insulina – as células que armazenam glucagon se originam antes da diferenciação das células secretoras de insulinas. Com o aumento da idade fetal, tanto a insulina, quanto o glu- cagon, aumentam. Como anomalia podemos ter um pâncreas anulas, que é um crescimento de um broto pancreático ventral ao redor do duodeno – nessa anomalia, os homens são mais afeta- dos que as mulheres. 16 Intestino Médio Ele dá origem ao intestino delgado, inclu- indo duodeno distal à abertura do ducto bi- liar, bem como, o ceco, apêndice, colo as- cendente e metade direita ou 2/3 do colo transverso. • Todos os derivados estão alimentados pela artéria mesentérica superior. O intestino médio se mantém suspenso pela parede abdominal pelo mesentério, esta re- gião do intestino, inicialmente se comunica amplamente com a vesícula vitelina, porém aos poucos essa comunicação se reduz ao canal vitelino. O desenvolvimento do intestino médio se dá de maneira bastante rápida e mais veloz que o alongamento do embrião, o que traz como consequências as características das estruturas intestinais. Conforme há o au- mento do intestino médio, também há for- mação da alça umbilical lembrando uma estrutura em forma de “U”, denominada a alça do intestino médio, que irá se projetar para o interior do cordão umbilical em pro- cesso de transição. Esta estrutura aparece por volta da sexta semana como uma mi- gração normal desta porção do intestino médio para o interior do celoma extraem- brionário. Com o desenvolvimento do fígado e dos rins, diminui o espaço na cavidade abdomi- nal, que se torna insuficiente para alojar o intestino médio, que cresce rapidamente provocando migração para a região do cor- dão umbilical, constituindo-se em uma hér- nia. A extremidade proximal da alça intes- tinal cresce rapidamente para formar as al- ças intestinais enquanto que a extremidade distal sofre poucas alterações. O divertí- culo cecal é uma estrutura formada nessa alça intestinal. Na décima semana, ocorre rapidamente a volta do intestino médio para o abdome ca- racterizando o processo de redução da hér- nia do intestino médio. Dessa forma a ex- tremidade proximal do intestino médio, agora intestino delgado é a primeira a retor- nar passando sobre a artéria mesentérica superior. O ceco e o apêndice surgem da porção cau- dal da alça do intestino médio. No começo, o apêndice é apenas um divertículo do ceco, mas com o desenvolvimento, ela au- menta de tamanho e, ao nascer, já se encon- tra como um tubo longo. 17 Onfalocele congênita É um defeito congênito, uma má-formação na parede abdominal em que os órgãos, lo- calizados dentro do corpo, ficam para fora do abdômen em uma espécie de bolsa transparente, decorrente de um problema no desenvolvimento dos músculos abdomi- nais – não retorno do intestino para a cavi- dade abdominal. Hérnia Umbilical Parte do omento e do intestino delgado es- tão recobertas por um tecido subcutâneo e pele, que aumenta de tamanho quando a criança chora ou faz esforço físico. Logo, as duas podem se diferenciar porque a onfalocele é coberta por uma simples membrana transparente, enquanto a hérnia, é coberta por tecido subcutâneo e pele. Intestino Posterior O resto do colo transverso, colo descen- dente, sigmoide e reto, bem como o canal anal e epitélio da bexiga urinária e a maior parte da uretra. • Todos esses derivados são alimentados pela artéria mesentérica inferior. O intestino posterior consiste na região que vai desde o intestino médio até a membrana cloacal, que é formada pelo endoderma da cloaca e o ectoderma da fosseta anal. A clo- aca, que é uma porção dilatada do intestino posterior, recebe os canais mesentéricos la- teralmente e o alantoide ventralmente. O mesentério local desaparece ao se fundir com o peritônio da lateral esquerda da pa- rede abdominal dorsal e isso torna o cólon descendente retroperitoneal, já o mesenté- rio do cólon sigmoide se mantém, porém com tamanho muito reduzido no momento da fixação. Primeiras Semanas de Desenvolvimento Primeira Semana do Desenvolvimento Fases da Fecundação Clivagem Segunda Semana do Desenvolvimento Terceira Semana do Desenvolvimento Sistema Cardiovascular Formação do Coração Circulação Fetal Cardiopatias: Tetralogia de Fallot Cardiopatias: Persistência do Ducto Arterial Arcos Faríngeos Cartilagens derivadas dos Arcos Faríngeos Síndromes do Primeiro Arco Faríngeo: TCS Síndromes do Primeiro Arco Faríngeo: OAVS Síndromes do Primeiro Arco Faríngeo: ACS Bolsas Faríngeas Sulcos Faríngeos Membranas Faríngeas Desenvolvimento do Palato Sistema Respiratório Formação dos Pulmões Maturação dos Pulmões: Período Pseudoglandular (6-16 Semanas) Maturação dos Pulmões: Período Canalicular (16-26 Semanas) Maturação dos Pulmões: Período Saco Terminal (26-Nascimento) Maturação dos Pulmões: Período Alveolar (32-8 anos) Sistema Digestório Intestino Anterior Desenvolvimento do Esôfago Desenvolvimento do Estômago Desenvolvimento do Duodeno Desenvolvimento do Fígado Mesentério Ventral Desenvolvimento do Pâncreas Intestino Médio Onfalocele congênita Hérnia Umbilical Intestino Posterior
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