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1) SOI - EMBRIOLOGIA

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Isabela Portes, Pedro Lucas Cariri Moura – 1º Período 
FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2019/2 
Data: 21/12/2019 
Sistemas Orgânicos Integrados I – SOI I, Embriologia. 
1 
 
Sumário 
Primeiras Semanas de Desenvolvimento ..............................................................................3 
Primeira Semana do Desenvolvimento .............................................................................3 
Fases da Fecundação ........................................................................................................3 
Clivagem ..........................................................................................................................3 
Segunda Semana do Desenvolvimento .............................................................................4 
Terceira Semana do Desenvolvimento ..............................................................................5 
Sistema Cardiovascular ........................................................................................................6 
Formação do Coração .......................................................................................................6 
Circulação Fetal ................................................................................................................7 
Cardiopatias: Tetralogia de Fallot .....................................................................................7 
Cardiopatias: Persistência do Ducto Arterial .....................................................................7 
Arcos Faríngeos ...................................................................................................................8 
Cartilagens derivadas dos Arcos Faríngeos .......................................................................8 
Síndromes do Primeiro Arco Faríngeo: TCS .....................................................................9 
Síndromes do Primeiro Arco Faríngeo: OAVS .................................................................9 
Síndromes do Primeiro Arco Faríngeo: ACS ....................................................................9 
Bolsas Faríngeas ...............................................................................................................9 
Sulcos Faríngeos ............................................................................................................ 10 
Membranas Faríngeas ..................................................................................................... 10 
Desenvolvimento do Palato ............................................................................................ 10 
 
2 
 
Sistema Respiratório........................................................................................................... 11 
Formação dos Pulmões ................................................................................................... 11 
Maturação dos Pulmões: Período Pseudoglandular (6-16 Semanas) ................................ 12 
Maturação dos Pulmões: Período Canalicular (16-26 Semanas) ...................................... 12 
Maturação dos Pulmões: Período Saco Terminal (26-Nascimento) ................................. 12 
Maturação dos Pulmões: Período Alveolar (32-8 anos) ................................................... 12 
Sistema Digestório ............................................................................................................. 13 
Intestino Anterior ........................................................................................................... 13 
Desenvolvimento do Esôfago ......................................................................................... 13 
Desenvolvimento do Estômago ...................................................................................... 13 
Desenvolvimento do Duodeno ........................................................................................ 14 
Desenvolvimento do Fígado ........................................................................................... 14 
Mesentério Ventral ......................................................................................................... 15 
Desenvolvimento do Pâncreas ........................................................................................ 15 
Intestino Médio .............................................................................................................. 16 
Onfalocele congênita ...................................................................................................... 17 
Hérnia Umbilical ............................................................................................................ 17 
Intestino Posterior........................................................................................................... 17 
 
 
 
3 
 
Primeiras Semanas de Desenvolvimento 
 
Primeira Semana do Desenvolvi-
mento 
O local habitual da fecundação é a ampola 
na tuba uterina. Se o oocito não for fecun-
dado nesse local, ele passa lentamente pela 
tuba e é reabsorvido pelo corpo. 
A fecundação começa com o encontro do 
oocito com o espermatozoide e só termina 
com a junção de cromossomos maternos e 
paternos. 
Fases da Fecundação 
1. Passagem do espermatozoide através da 
corona radiata do oocito – só é possível 
graças à liberação de enzimas pelo 
acrossoma. 
2. Penetração da zona pelúcida – possível 
pela liberação da enzima acrosina pelo 
acrossoma do espermatozoide. Essa en-
zima é capaz de proporcionar a lise das 
células. 
3. Fusão das membranas plasmáticas do 
oocito e do espermatozoide. 
4. Finalização da segunda divisão meió-
tica do oocito – aqui, o oocito se torna 
maduro e o seu núcleo se transforma em 
pró-núcleo feminino. 
5. Formação do pró-núcleo masculino. 
6. Junção dos núcleos e início da cliva-
gem. 
Clivagem 
A clivagem é caracterizada por constantes 
divisões mitóticas responsáveis para que 
haja o desenvolvimento do embrião. 
O número de células vai se multiplicando e 
passa a se chamar de blastômeros. Quando 
chegam a 32 blastômeros, o “embrião” 
passa a se chamar de mórula. Com isso, te-
mos a entrada de fluído no meio da célula, 
que podemos denominar de cavidade blas-
tocística. A medida em que esse fluído au-
menta, os blastômeros podem ser separa-
dos em: trofoblastos e embrioblastos. 
• A falta de zona pelúcida faz o embrião 
crescer; 
• Trofoblastos – responsáveis por for-
mar parte da placenta; 
• Embrioblastos – responsáveis pelos 
primórdios do embrião. 
Com o passar do tempo, o trofoblasto se di-
ferencia em dois: sinciciotrofoblasto (res-
ponsável pela corrosão do endométrio para 
que ocorra a nidação) e o citotrofoblasto 
(produção da placenta). Além disso, o pri-
meiro é o responsável por produzir o HCG. 
 
4 
 
 
Segunda Semana do Desenvolvi-
mento 
Nessa semana temos a formação de um 
disco embrionário bilaminar (formado pelo 
embrioblasto). Temos também a diferenci-
ação do embrioblasto em dois: o epiblasto 
e o hipoblasto. 
 
Epiblasto – fica responsável por formar a 
cavidade amniótica, que por sua vez, pos-
suem a formação do âmnio dentro de sua 
cavidade. 
Hipoblasto – Responsável por formar o 
saco vitelino. 
 
As células do hipoblasto, então, migram 
para a parte interna do citotrofoblasto, for-
mando a membrana de Hauser. 
Ao longo do tempo, um material surge en-
tre a membrana e o citotrofoblasto, o me-
soderma extraembrionário. 
• O celoma divide o mesoderma em dois: 
somático (extraembrionário, reveste o 
trofoblasto e cobre o âmnio) e o es-
plâncnico (envolve o saco vitelino). 
Enquanto as estruturas são formadas, apa-
recem lacunas nos sinciciotrofoblasto. Es-
sas lacunas são preenchidas de sangue ma-
terno pelos capilares endometriais. Após 
10 dias, o embrião já está implantado no 
útero. 
Agora temos a formação da linha primitiva 
por conta da migração das células do epi-blasto para o plano medial (envaginação). 
 
5 
 
 
Forma-se, a partir disso, os três folhetos 
embrionários. 
Terceira Semana do Desenvolvi-
mento 
Nessa semana, temos o momento de gastru-
lação, marcado principalmente pelo surgi-
mento de mais um folheto embrionário, co-
meçando pelo surgimento da linha primi-
tiva. 
As células do epiblasto que foram divididas 
migram para a lateral e formam a meso-
derme. Após esse processo, o epiblasto 
passa a se chamar ectoderme. 
 
O nó primitivo dá origem à notocorda. Ela, 
por sua vez, é essencial para a sustentação 
da criança (coluna vertebral). 
 
 
• Endoderma – forma o sistema gastroi-
ntestinal e respiratório. 
• Mesoderma – sistema cardiovascular. 
• Ectoderma – sistema nervoso e tegu-
mentar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Sistema Cardiovascular 
 
Formação do Coração 
O surgimento do sistema começa com a 
formação dos vasos sanguíneos. Células 
mesenquimais que se diferenciam em an-
gioblastos e estes se agrupam (ilhotas san-
guíneas), no meio dessas ilhotas surgem ca-
vidades. Os vasos, então, começam a se ra-
mificar. 
 
Na área cardiogênica, surgem dois tubos 
endocárdicos. Com os dobramentos do em-
brião, esses tubos se fundem em um nó 
(tubo cardíaco primitivo); esse tubo se en-
vagina para a cavidade pericárdica. 
Após uma série de dobramentos, o coração 
já começa a ter forma. 
 
 
1. Na imagem acima podemos ver que os 
coxins endocárdicos se fecham, for-
mando o canal atrioventricular. 
2. O septo primário vai em direção ao ca-
nal atrioventricular, contudo, ele não 
consegue fechar. Já o septo interventri-
cular consegue se fundir ao canal. 
3. Um segundo septo começa a surgir em 
direção a esse mesmo canal, mas ele 
também não consegue se fechar, o que 
permite a formação do forame oval 
(permite a mistura de sangue entre os 
átrios). 
 
• Se o forame oval não se fechar durante 
a fase adulta, a pessoa terá um problema 
conhecido como sopro, contudo conti-
nuará sendo compatível com a vida. 
 
 
7 
 
Circulação Fetal 
1. O sangue oxigenado chega da placenta 
através da veia umbilical. Ao se aproxi-
mar do fígado, o sangue passa para a 
veia cava inferior, uma vez que existe o 
ducto venoso (sangue deixa de ser tão 
oxigenado, pois há mistura). 
2. Parte do sangue segue para o átrio di-
reito e, posteriormente, para o ventrí-
culo direito, indo para a artéria pulmo-
nar, a qual leva sangue para os pulmões. 
Ao chegar nos pulmões, como os alvé-
olos não possuem oxigênio ainda, eles 
ajudam a arteríola a se comprimir, cri-
ando uma resistência para os pulmões. 
Por causa dessa resistência, o lado di-
reito do feto é mais resistente também. 
Mas a outra parte vai em direção ao 
átrio esquerdo, uma vez que há a exis-
tência do forame oval (o átrio esquerdo 
recebe um pouco de sangue das veias 
pulmonares e um pouco do átrio di-
reito). 
3. Quando o ventrículo esquerdo manda 
sangue para a aorta, esse sangue se mis-
tura com o sangue da artéria pulmonar, 
através do ducto arterial, porque os pul-
mões possuem muita resistência e, por 
conseguinte, temos uma lata pressão na 
artéria pulmonar, logo, o sangue tende 
a ir de um lugar com maior pressão para 
um com menor pressão. É por isso que 
não há muito sangue voltando das veias 
pulmonares no feto. 
4. Por fim, o sangue volta para a placenta, 
por meio da artéria umbilical. A pla-
centa recebe muito sangue, pois ela tem 
uma resistência muito baixa. 
 
Cardiopatias: Tetralogia de Fallot 
• Defeito no fechamento do septo atrio-
ventricular; 
• Aorta se move para o lado direito; 
• Sem conexão do ventrículo direito 
(VD) com a artéria pulmonar (sem san-
gue nos pulmões) e hipertrofia do VD. 
Pode causar cianose. 
Cardiopatias: Persistência do Ducto 
Arterial 
Se esse ducto não se fechar, o sangue que 
ia ser mandado para o corpo se mistura com 
o pouco oxigenado e sobrecarrega os pul-
mões, não recebendo oxigênio suficiente. 
Causa falta de O2. 
 
 
 
 
8 
 
Arcos Faríngeos 
 
Os arcos faríngeos começam a se desenvol-
ver na 4ª semana do desenvolvimento, à 
medida em que as células do rombencéfalo 
migram para a região da cabeça. 
• Eles servem para a sustentação da pa-
rede da faringe primitiva; 
• Os arcos faríngeos possuem endode-
rma, mesoderma e ectoderma; 
• São divididos em 6, mas o 5º arco não 
se desenvolve como os outros. 
• Seus componentes são: artérias, múscu-
los, cartilagem, nervo. 
 
1º. Dá origem ao maxilar e à mandíbula. 
2º. Dá origem ao corno menor do osso hi-
oide, bem como os músculos faciais. 
3º. Corno maior do hioide e glândula para-
tireoide inferior. 
4º. Músculo da úvula e músculos da fa-
ringe. 
6º. Musculo vocal tireoaritenóideo. 
 
Cartilagens derivadas dos Arcos Fa-
ríngeos 
1º. Cartilagens da orelha e também da man-
díbula primitiva. 
2º. Cartilagem que se ossifica e forma o 
corpo do hioide. 
3º. Corpo inferior do osso hioide. 
4º e 6º. Fundem-se para formar as cartila-
gens da laringe. 
 
 
 
• O estomedeu (boca primitiva) aparece 
como uma leve depressão no ectoderma 
superficial. Ele é separado da faringe 
por meio da membrana orofaríngea. 
Essa membrana, com 26 dias, rompe-se 
e possibilita a comunicação do intestino 
anterior com a faringe primitiva. 
 
9 
 
 
 
Síndromes do Primeiro Arco Farín-
geo: TCS 
Doença autossômica dominante que causa 
defeitos na área craniofacial, bem como hi-
poplasia malar, micrognatia (mandíbula 
subdimensionada), palato fendido, macros-
tomia (boca ampliada no sentido da orelha) 
e má-formação das orelhas. 
Síndromes do Primeiro Arco Farín-
geo: OAVS 
Causa anomalia ocular e na orelha, mas 
também pode acometer a coluna vertebral. 
Além dos sintomas da outra síndrome, essa 
pode conter assimetria fácil (microssomia). 
• Nessa síndrome, os fatores externos 
também podem influenciar, como por 
exemplo, mulheres que moram em altas 
altitudes e/ou diabéticas. 
• Ela acontece, principalmente, pela 
quantidade anormal de BAPX1 no or-
ganismo. 
Síndromes do Primeiro Arco Farín-
geo: ACS 
Ela é conhecida como a doença do ponto de 
interrogação, uma vez que as crianças que 
sofrem com ela contêm uma malformação 
da orelha que as deixa em formato de “?”. 
Além disso, os sintomas podem ser: fenda 
do palato e atraso no crescimento. 
Bolsas Faríngeas 
As bolsas faríngeas estão localizadas no 
endoderma dos arcos faríngeos. 
1ª. Dá origem ao recesso tubotimpânico – a 
primeira membrana faríngea contribui para 
a formação da membrana timpânica (tím-
pano). A ligação do resseco com a faringe 
origina o tubo faringeotimpânico (tuba au-
ditiva). 
2ª. Responsável pelo desenvolvimento das 
tonsilas palatinas. 
3ª. Origina o timo e a glândula paratireoide 
inferior. 
4ª. A porção dorsal dá origem à glândula 
paratireoide superior e a outra porção dá 
origem às células C, que são responsáveis 
por liberar calcitonina, para a regulação do 
cálcio. 
5ª. Quase nunca se desenvolve, mas se isso 
acontecer, ela se junta com a 4ª. 
 
10 
 
Sulcos Faríngeos 
As regiões da cabeça do embrião exigem 
quatro sulcos faríngeos de cada lado du-
rante a quarta e a quinta semana. Esses sul-
cos são responsáveis por separar externa-
mente os arcos faríngeos. 
Apenas o primeiro par de sulcos auxilia na 
vida adulta, pois ele forma o meato acústico 
externo (carnal auricular). Os outros sulcos 
são extintos com o desenvolvimento do 
pescoço. 
Membranas Faríngeas 
Se formam onde o endotélio do sulco e a 
bolsa se aproximam. Apenas um par é sig-
nificante para as estruturas adultas: a mem-
brana timpânica (tímpano). 
Desenvolvimento do Palato 
O palato se forma a partir do palato primá-
rio e do palato secundário. 
Palato primário – desenvolvido a partir da 
6ª semana de desenvolvimento. Chamado 
de pré-maxila, que é derivado do segmento 
intermaxilar do processopalatino mediano. 
Palato secundário – derivado dos proces-
sos palatinos laterais, que derivam das pro-
eminências maxilares. 
A formação do palato ocorre devido a fusão 
dos processos palatinos laterais com o pro-
cesso palatino mediano. 
 
 
11 
 
Sistema Respiratório 
 
Formação dos Pulmões 
O sistema respiratório é formado a partir da 
4ª semana de desenvolvimento. 
O sulco laringotraqueal é o primórdio do 
sistema respiratório, que só é possível gra-
ças ao desenvolvimento da 4ª bolsa farín-
gea. 
O sulco cresce em direção caudal. No final 
da semana, um divertículo laringotraqueal, 
semelhante a uma bolsa, forma-se neste 
sulco – ventralmente à porção caudal do in-
testino primitivo. 
Como esse divertículo se alonga, ele forma 
o broto pulmonar. Esse divertículo se se-
para da faringe, mas mantém contato com 
ela a partir da laringe. Com o passar do 
tempo, forma-se uma divisória – o septo 
traqueosofágico. 
Ele é responsável por separar o tubo larin-
gotraqueal e o primórdio do esôfago. 
 
 
O broto pulmonar se divide em brotos pri-
mários, os brônquios primários e, posteri-
ormente, em brotos secundários, os brôn-
quios secundários. 
No início da 5ª semana, a conexão de cada 
broto brônquico com a traqueia, aumenta, 
uma vez que essa conexão é necessária para 
a formação do brônquio principal. 
O brônquio principal direito é maior que o 
esquerdo e está orientado mais vertical-
mente. Essa adaptação permanece nos 
adultos. Consequentemente, é mais prová-
vel que um elemento estranho entre no 
brônquio direito do que no esquerdo. 
Ao passar dos dias, os brônquios primários, 
se transformam em brônquios secundários 
e estes, por sua vez, dão origem aos ramos 
lobar, segmentar e intrassegmentar. 
 
12 
 
Com 24 semanas, os brônquios possuem 17 
ordens de ramificação e os bronquíolos res-
piratórios já começam a se desenvolver. 
Com o desenvolvimento dos pulmões, eles 
adquirem uma camada de pleura visceral, 
A parede corporal torácica começa a ser re-
vestida por uma pleura parietal. 
 
 Maturação dos Pulmões: Período 
Pseudoglandular (6-16 Semanas) 
Com 16 semanas, todos os elementos dos 
pulmões estão formados, exceto aqueles 
envolvidos nas trocas gasosas. A respira-
ção não é possível, portanto, fetos que nas-
cem nesse período não sobrevivem. 
Maturação dos Pulmões: Período Ca-
nalicular (16-26 Semanas) 
Esse período é caracterizado por uma alta 
vascularização dos pulmões. Com 24 se-
manas temos a formação dos bronquíolos 
respiratórios e, por consequência, a forma-
ção dos ductos alveolares. Fetos que nas-
cem nesse período podem sobreviver com 
tratamentos intensivos, mas geralmente 
morrem por conta da imaturidade dos pul-
mões. Com 20 semanas temos a produção 
de surfactante pelos pneumócitos de tipo II, 
mas são insuficientes até o fim do período 
fetal. 
Maturação dos Pulmões: Período 
Saco Terminal (26-Nascimento) 
Formação da barreira hematoaérea (trocas 
gasosas adequadas). Os sacos terminais são 
revestidos por células endoteliais do tipo I 
(pneumócitos), essas células são as respon-
sáveis pelas trocas gasosas. Nesse período 
há a maior concentração de surfactante. 
Maturação dos Pulmões: Período Al-
veolar (32-8 anos) 
Aqui há um aumento significativo do nú-
mero de alvéolos presentes na criança. 
Aproximadamente 95% dos alvéolos se de-
senvolve neste período. 
• Os movimentos respiratórios já são trei-
nados antes do nascimento. Assim, 
quando a criança nasce, ela já consegue 
respirar. 
• Ao nascimento, os pulmões ainda esta-
vam cheios de líquido. Ao respirar pela 
primeira vez, a criança pode expelir 
esse líquido através da boca e nariz, ou 
durante o parto vaginal, ou ela pode 
“engolir” fazendo com que os capitares, 
artérias e veias possam drená-los, bem 
como realização dessa drenagem pelo 
sistema linfático. 
 
13 
 
Sistema Digestório 
 
Intestino Anterior 
O sistema digestório começa a se desenvol-
ver com 4 semanas. No início dessa 4ª se-
mana, o intestino primitivo está fechado 
por uma membrana orofaríngea e pela 
membrana cloacal. 
O endoderma do intestino primitivo dá ori-
gem à maior parte do epitélio e das glându-
las do sistema digestório. Ele pode ser di-
vidido em três partes. 
• Intestino anterior – dá origem à fa-
ringe, sistema respiratório inferior, esô-
fago e estômago, duodeno, fígado, sis-
tema biliar e pâncreas. 
• Todos os derivados do intestino anterior 
são alimentados pelo tronco cefálico – 
exceto a faringe, o trato respiratório e a 
maior parte do esôfago. 
Desenvolvimento do Esôfago 
O esôfago se alonga caudalmente até a 7º 
semana do desenvolvimento. 
O músculo estriado do esôfago é derivado 
do mesênquima do 4º ao 6º arcos faríngeos. 
Podem existir malformações, como a pre-
sença de atrésia esofágica, que nada mais é 
do que um desvio do septo traqueoesofá-
gico para uma região posterior, fazendo 
com que a separação do esôfago e do tubo 
laringotraqueal fique incompleta. 
 
Além disso, podemos ter a estenose esofá-
gica, que pode ser caracterizada como um 
estreitamento da luz do esôfago. 
 
Desenvolvimento do Estômago 
O aparecimento do estômago se dá por uma 
delicada dilatação no intestino anterior. 
Com o tempo ele se alarga e aumenta de ta-
manho – grande curvatura do estômago. 
 
14 
 
 
O estômago gira 90º ao redor de seu pró-
prio eixo. 
Como anomalia, temos a estenose pilórica 
hipertrófica congênita, que consiste em um 
espessamento muscular evidente do piloro, 
causando o estreitamento da região final do 
estômago. Isso pode causar vômitos fre-
quentes, anemia e desidratação. 
Mesentérios do estômago – é o responsá-
vel por aderir o estômago e o duodeno ao 
fígado e à parede abdominal. 
Bolsa omental – se localiza entre o estô-
mago e a parede abdominal dorsal. Com o 
aumento do estômago, ela se expande e 
paira sobre os intestinos em desenvolvi-
mento. Essa bolsa se comunica com a parte 
principal da cavidade peritoneal pelo fo-
rame omental. 
 
 
Desenvolvimento do Duodeno 
O duodeno se desenvolve a partir da parte 
caudal do intestino anterior e da parte cra-
nial do intestino médio. Ele se alonga, em 
formato de “C”, que se projeta ventral-
mente. Com a rotação do estômago ela gira 
para a direita. 
Ela é suprida por artérias cefálicas e mesen-
téricas superior. A luz do duodeno é obs-
truída temporariamente, mas se recanaliza 
ao final do desenvolvimento embrionário. 
Aqui podemos ter a estenose duodenal, que 
é a recanalização incompleta (oclusão par-
cial) do duodeno. Somado a isso, podemos 
ter a atrésia duodenal, que a oclusão com-
pleta do duodeno – falha da recanalização 
do duodeno. 
Desenvolvimento do Fígado 
O fígado, a vesícula biliar e os sistemas de 
ductos biliares surgem a partir do divertí-
culo hepático, por conta da porção caudal 
do intestino anterior no início da 4ª semana. 
O divertículo se estende para o septo trans-
verso (uma massa de mesoderma entre o 
coração e o intestino médio). Esse divertí-
culo se divide em duas partes. A maior é 
considerada um primórdio de fígado e a 
menor se torna o sistema biliar. 
O fígado surge como um broto oco (um di-
vertículo) na porção do intestino primitivo 
que será o duodeno. Esse broto é predomi-
nantemente endodérmico e passa a crescer 
e invadir o mesoderma em volta (dentro do 
septo transverso), delimitando os dois lo-
bos. À medida que se desenvolve suas 
 
15 
 
células se diferenciam em cordões hepáti-
cos, intensamente anastomosados. 
Tais cordões invadem os vasos da região 
(vitelinos e umbilicais) dando origem aos 
sinusoides hepáticos. A porção do divertí-
culo ligada ao duodeno origina o colédoco, 
o cístico e a vesícula biliar. No feto, o fí-
gado é duas vezes relativamente maior que 
no adulto. 
Como anomalias, podemos ver o surgi-
mento de ductos hepáticos acessórios,que 
somente são retirados com cirurgia. Tam-
bém podemos ter atrésia extra-hepática, 
que se caracteriza por uma falha na canali-
zação dos ductos biliares. 
 
Mesentério Ventral 
O mesentério é uma prega que serve para 
“colar” o intestino delgado à parede poste-
rior do abdômen. Ao longo do desenvolvi-
mento, ele origina o omento menor, for-
mado pelo ligamento hepatogástrico (que 
vai do fígado à curvatura menor do estô-
mago) e pelo ligamento hepatoduodenal 
(que vai do fígado ao duodeno); o liga-
mento falciforme (que vai do fígado à pa-
rede abdominal ventral) e o peritônio vis-
ceral do fígado que cobre todo o fígado, 
com exceção da área nua que está em con-
tato direto com o diafragma. 
 
Desenvolvimento do Pâncreas 
O pâncreas surge a partir dos brotos pan-
creáticos dorsal e ventral que surgem na 
porção caudal do intestino anterior. 
O broto pancreático ventral se desenvolve 
próximo à entrada do ducto biliar no duo-
deno. Quando o duodeno roda, ele leva 
com ele o broto pancreático ventral. Ele se 
posiciona posteriormente ao broto pancreá-
tico dorsal e logo se une a ele. 
Com o desenvolvimento, surge um ducto 
pancreático. Em 9% das pessoas, a parte 
proximal do ducto prevalece, formando um 
ducto pancreático acessório. 
Com 10 semanas, há a secreção de insulina 
– as células que armazenam glucagon se 
originam antes da diferenciação das células 
secretoras de insulinas. Com o aumento da 
idade fetal, tanto a insulina, quanto o glu-
cagon, aumentam. 
Como anomalia podemos ter um pâncreas 
anulas, que é um crescimento de um broto 
pancreático ventral ao redor do duodeno – 
nessa anomalia, os homens são mais afeta-
dos que as mulheres. 
 
16 
 
 
Intestino Médio 
Ele dá origem ao intestino delgado, inclu-
indo duodeno distal à abertura do ducto bi-
liar, bem como, o ceco, apêndice, colo as-
cendente e metade direita ou 2/3 do colo 
transverso. 
• Todos os derivados estão alimentados 
pela artéria mesentérica superior. 
O intestino médio se mantém suspenso pela 
parede abdominal pelo mesentério, esta re-
gião do intestino, inicialmente se comunica 
amplamente com a vesícula vitelina, porém 
aos poucos essa comunicação se reduz ao 
canal vitelino. 
O desenvolvimento do intestino médio se 
dá de maneira bastante rápida e mais veloz 
que o alongamento do embrião, o que traz 
como consequências as características das 
estruturas intestinais. Conforme há o au-
mento do intestino médio, também há for-
mação da alça umbilical lembrando uma 
estrutura em forma de “U”, denominada a 
alça do intestino médio, que irá se projetar 
para o interior do cordão umbilical em pro-
cesso de transição. Esta estrutura aparece 
por volta da sexta semana como uma mi-
gração normal desta porção do intestino 
médio para o interior do celoma extraem-
brionário. 
Com o desenvolvimento do fígado e dos 
rins, diminui o espaço na cavidade abdomi-
nal, que se torna insuficiente para alojar o 
intestino médio, que cresce rapidamente 
provocando migração para a região do cor-
dão umbilical, constituindo-se em uma hér-
nia. A extremidade proximal da alça intes-
tinal cresce rapidamente para formar as al-
ças intestinais enquanto que a extremidade 
distal sofre poucas alterações. O divertí-
culo cecal é uma estrutura formada nessa 
alça intestinal. 
Na décima semana, ocorre rapidamente a 
volta do intestino médio para o abdome ca-
racterizando o processo de redução da hér-
nia do intestino médio. Dessa forma a ex-
tremidade proximal do intestino médio, 
agora intestino delgado é a primeira a retor-
nar passando sobre a artéria mesentérica 
superior. 
 
O ceco e o apêndice surgem da porção cau-
dal da alça do intestino médio. No começo, 
o apêndice é apenas um divertículo do 
ceco, mas com o desenvolvimento, ela au-
menta de tamanho e, ao nascer, já se encon-
tra como um tubo longo. 
 
17 
 
Onfalocele congênita 
É um defeito congênito, uma má-formação 
na parede abdominal em que os órgãos, lo-
calizados dentro do corpo, ficam para fora 
do abdômen em uma espécie de bolsa 
transparente, decorrente de um problema 
no desenvolvimento dos músculos abdomi-
nais – não retorno do intestino para a cavi-
dade abdominal. 
 
Hérnia Umbilical 
Parte do omento e do intestino delgado es-
tão recobertas por um tecido subcutâneo e 
pele, que aumenta de tamanho quando a 
criança chora ou faz esforço físico. 
Logo, as duas podem se diferenciar porque 
a onfalocele é coberta por uma simples 
membrana transparente, enquanto a hérnia, 
é coberta por tecido subcutâneo e pele. 
 
Intestino Posterior 
O resto do colo transverso, colo descen-
dente, sigmoide e reto, bem como o canal 
anal e epitélio da bexiga urinária e a maior 
parte da uretra. 
• Todos esses derivados são alimentados 
pela artéria mesentérica inferior. 
O intestino posterior consiste na região que 
vai desde o intestino médio até a membrana 
cloacal, que é formada pelo endoderma da 
cloaca e o ectoderma da fosseta anal. A clo-
aca, que é uma porção dilatada do intestino 
posterior, recebe os canais mesentéricos la-
teralmente e o alantoide ventralmente. 
O mesentério local desaparece ao se fundir 
com o peritônio da lateral esquerda da pa-
rede abdominal dorsal e isso torna o cólon 
descendente retroperitoneal, já o mesenté-
rio do cólon sigmoide se mantém, porém 
com tamanho muito reduzido no momento 
da fixação. 
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