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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS O USO DO HEDGE COMO ESTRATÉGIA DE PROTEÇÃO NA COMERCIALIZAÇÃO DE SOJA: O CASO NO MUNICIPIO DE IJUÍ-RS MONOGRAFIA Eliton Alexandre Holz Santa Maria, RS, Brasil 2015 O USO DO HEDGE COMO ESTRATÉGIA DE PROTEÇÃO NA COMERCIALIZAÇÃO DE SOJA: O CASO NO MUNICIPIO DE IJUÍ-RS. Eliton Alexandre Holz Monografia apresentada ao curso de Graduação de Ciências Econômicas, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,RS), como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas. Orientador: Prof. Lazaro Camilo Recompensa Joseph Santa Maria, RS, Brasil 2015 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Monografia de Graduação O USO DO HEDGE COMO ESTRATÉGIA DE PROTEÇÃO NA PRODUÇÃO DE SOJA: O CASO NA CIDADE DE IJUÍ-RS. elaborado por Eliton Alexandre Holz Como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas COMISSÃO EXAMINADORA: Lazaro Camilo Recompensa Joseph. (Presidente/Orientador) Prof. Rita Inês Paetzhold Pauli, Drª. (UFSM) Prof. Sérgio Alfredo Massen Prieb, Dr. (UFSM) Santa Maria, ___ de _______ de 2015 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Gráfico da Soja em 2011.......................................................... 39 Figura 2 – Gráfico da Soja em 2012.......................................................... 40 Figura 3 – Gráfico da Soja em 2013.......................................................... 41 Figura 4 – Gráfico da Soja em 2014.......................................................... 41 RESUMO Monografia de Graduação Curso de Ciências Econômicas Universidade Federal de Santa Maria O USO DO HEDGE COMO ESTRATÉGIA DE PROTEÇÃO NA COMERCIALIZAÇÃO DE SOJA: O CASO NO MUNICIPIO DE IJUÍ-RS AUTOR: Eliton Alexandre Holz ORIENTADOR: Lazaro Camilo Recompensa Joseph Data e Local da Defesa: Santa Maria, __ de _______ de 2015. O trabalho foi desenvolvido com o intuito de apresentar características do contrato de Soja negociado na BM&FBOVESPA e também de realizar testes da efetividade ou não das operações de Hedge com a commoditie soja para os agricultores da cidade de Ijuí, no Rio Grande do Sul, nas safras que compreendem o ano de 2011 até o ano de 2014. Com a obtenção de dados Históricos da Soja em Ijuí e da mesma forma dados dos contratos futuros de soja na BM&F, iniciou-se um estudo em anos anteriores (simulações) com a metodologia de Hedge de Venda em soja futura iniciando no período de plantio de cada ano citado, tendo termino no período de colheita. Além disso, na busca por melhores resultados, é analisado a mesma metodologia, porém com a ajuda do gráfico da Soja negociada na BM&F como forma de captar a tendência dos preços. Percebe-se uma diferença razoável nessas metodologias na hora do agricultor realizar proteção contra a oscilação dos preços, sendo relevantes os produtores se adequarem a mecanismos como este para gestão do seu próprio negocio. Palavras-chave: Hedge, Soja, BM&F. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 7 1.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 8 1.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 8 1.3 Justificativa .................................................................................................. 8 1.4 Estrutura do trabalho ................................................................................... 8 2 CAPITULO 1 – SOJA E SEUS RISCOS DE PRODUÇÃO ......................... 9 2.1 Riscos da Produção Agricola: Necessidade de Mecanismo de Proteção .. 11 2.1.1 Risco Operacional .................................................................................... 12 2.1.2 Riscos de Preços ..................................................................................... 13 3 CAPITULO 2 – MERCADO BM&F BOVESPA ......................................... 15 3.1 Conceito de Hedge em Mercados Futuros................................................. 17 3.2 Funções da Bolsa ...................................................................................... 19 3.3 Participantes do Mercado .......................................................................... 19 3.3.1 Bolsa de Futuros ...................................................................................... 19 3.3.2 Especuladores ......................................................................................... 19 3.3.3 Hedger ..................................................................................................... 20 3.4 Contrato Futuro .......................................................................................... 20 3.5 Negociação de Soja Física x Soja em Bolsa .............................................. 21 3.6 Hedge de Venda ........................................................................................ 22 3.7 Risco de Base ............................................................................................ 23 3.8 Margem de Garantia .................................................................................. 25 4 ANÁLISE DE RESULTADOS .................................................................... 26 4.1 Metodologia Aplicada ................................................................................. 26 4.2 Ajuste Diário ............................................................................................... 28 4.3 Hedge Especulativo com Análise Gráfica Aplicada a Commodities ........... 29 4.4 Principio da Análise Técnica ...................................................................... 30 4.5 Gráfico por Candles ................................................................................... 30 4.6 Média Móvel Exponencial .......................................................................... 32 5 RESULTADOS .......................................................................................... 36 5.1 Safra 2011/2012 ........................................................................................ 36 6 5.2 Safra 2012/2013 ........................................................................................ 36 5.3 Safra 2013/2014 ........................................................................................ 36 5.4 Safra 2014/2015 ........................................................................................ 37 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 41 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 42 APÊNDICES .................................................................................................... 44 7 1 INTRODUÇÃO Devido a uma das principais caraterísticas da produção agrícola que, segundo BERLATO & FONTANA (1999), é o alto grau de instabilidade climática, vicissitude esta, que não permite que os agentes do agronegócio se sintam seguros e também, constituem uma razão de preocupação quanto ao preço futuro do seu produto (a soja neste caso) a ser praticado no mercado, o uso de estratégias para reduzir a volatilidade dos preços na hora da comercialização da soja, faz-se necessário o uso de mecanismos de proteção. O rápido desenvolvimento do cultivo da soja no País, a partir dos anos 60, fez surgir um novo e agressivo setor produtivo, altamente demandante por tecnologias que a pesquisa ainda não estava estruturada para oferecer na quantidadee qualidade desejadas. Dentre tantas iniciativas e alternativas para incrementar e fortalecer o cultivo da soja, uma pouca utilizada é a proteção através do Hedge. Assim sendo, dentre todas as possibilidades de investimentos e negociações existentes, a Bolsa de Valores se enquadra como ferramenta a ser utilizada como mecanismo de proteção de preço e gestão de risco. O crescimento da produção e o aumento da capacidade competitiva da soja brasileira, sempre estiveram associados aos avanços científicos e à disponibilização de tecnologias ao setor produtivo. É muito notável a necessidade de encontrar uma maneira de conseguir gerenciar ou minimizar os riscos envolvidos, ainda mais no Brasil que, ocupa a vaga de segundo maior produtor mundial de soja segundo dados do USDA (2010). O planejamento no agronegócio é essencial, e é sabido que o agronegócio é uma atividade que envolve riscos. Dessa maneira a busca pelo êxito da produção é de extrema importância. O hedge se baseia na compra e venda de contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa. Esse número de contratos vem aumentando ano após ano, porém há um espaço muito grande ainda para ser descoberto. Uma pequena mudança na rotina dos produtores ou famílias que vivem da soja será obviamente necessária para o uso do Hedge e, por esse motivo, percebe- se pouca demanda na utilização dessa ferramenta. 8 Sendo assim, veremos se em anos anteriores recentes, existiu algum beneficio ao produtor na cidade em questão (Ijuí-Rs), de eliminar a consequência dos riscos, que é a oscilação dos preços, conseguindo justamente fixar os preços de venda com antecedência para que de alguma maneira essa estratégia de proteção possa ser utilizado daqui pra frente. 1.1 Objetivo Geral O trabalho pretende mostrar às pessoas, principalmente produtores agrícolas, a existência e possibilidade de maneira simples, da utilização de mecanismos de proteção contra a oscilação dos preços durante as safras de soja. 1.2 Objetivos Específicos • Analisar e avaliar os resultados na utilização da estratégia de Hedge com contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa como mecanismo de proteção de preço e gestão de risco para o produtor rural de Ijuí. • Definir a estratégia ideal (melhor momento) para tomada de decisão no gerenciamento da produção de soja, minimizando os problemas relacionados à produção e comercialização do mesmo. 1.3 Justificativa É praticamente inevitável não observar o comportamento dos preços de soja no mercado à vista e no mercado futuro em períodos de colheita serem geralmente diferentes daqueles negociados no momento de plantio. Questões ligadas a diferença da cotação de soja nesses dois períodos podem ser favoráveis ou não ao produtor. Diante do exposto, a pesquisa realizada avalia o Hedging como instrumento de controle de risco contra a oscilação dos preços, bem como sua efetividade nos resultados financeiros do produtor. 1.4 Estrutura do trabalho Através do Capitulo 1 teremos uma breve noção de alguns números da soja (números mundiais, do Brasil e em especifico de Ijuí no Rio Grande do Sul). No Capitulo 2 teremos informações relativas ao mercado BM&F, que é onde atuam os participantes do mercado de Hedge. Após essas considerações teremos a analise dos resultados juntamente com a explicação detalhada de como fazer o Hedge com a ajuda de gráficos. 9 2 CAPITULO 1 – SOJA E SEUS RISCOS DE PRODUÇÃO Se forem analisados dados Brasileiros da produção de grãos em geral, veremos um nítido crescimento no aumento da capacidade produtiva, isso devido ao crescimento da produção e da competividade. Percebemos isso pois, em 1960, a produção de grãos no Brasil atingia 17,2 milhões, onde a população era de 70 milhões, a área plantada de 22 milhões e a produtividade média por hectare era 783 quilos. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do USDA (2010) divulgados pelo Portal do Conteúdo Agropecuário (Agrolink), hoje a população é de 190 milhões, 150 milhões é a produção de grãos, a área é de 47 milhões e a produtividade média é de 3,173kg por hectare. Se o Brasil mantivesse a mesma tecnologia de 1960, teria de ocupar mais 145 milhões de hectares de terra. De acordo com a Food and Agriculture Organization - FAO, informações retiradas do Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, o continente americano é responsável por cerca de 86% de toda soja produzida no mundo - uma das principais commodities negociada nos mercados internacionais. Quantidade produzida de soja em grão por continente - média 2009- 2011 (%): Fonte: FAO. FAOSTAT 2012 10 Segundo dados do USDA (2014) a produção de soja no mundo, totalizou 283,873 milhões de toneladas em 2014, esta totalidade sendo plantada em uma área total de 113,049 milhões de hectares. Os EUA ainda possui posto de maior produtor mundial, com 89,507 milhões de toneladas em uma área de 30,703 milhões de hectares (produção média de 2.915 kg/ha). A importância da soja pode ser expressa em números. O Brasil em pouco mais de 30 anos, passou de uma produção de um milhão de toneladas de soja em 1970 para 51 milhões em 2003 e atualmente segue como segundo maio produtor mundial, totalizando segundo CONAB (2014) 85,656 milhões de toneladas, em uma área muito parecida com a Americana, de 30,135 milhões de hectares (produção médica com quebra de produção 2.842 kg/há). A soja é, no Brasil, um dos principais itens da produção agrícola. Percebemos facilmente através da relação entre o total de área no Brasil destinado a agricultura, que está em 47 milhões de hectares (CONAB, 2014), sendo a área de 31.532,943 milhões especificamente de soja. Conforme dados divulgados pela Embrapa (2000), em 1900 e 1901, o Instituto Agronômico de Campinas, SP, promoveu a primeira distribuição de sementes de soja para produtores paulistas e, nessa mesma data, têm-se registro do primeiro cultivo de soja no Rio Grande do Sul (RS), onde a cultura encontrou efetivas condições para se desenvolver e expandir, dadas as semelhanças climáticas do ecossistema de origem (sul dos EUA) dos materiais genéticos existentes no País, com as condições climáticas predominantes no extremo sul do Brasil. O primeiro registro de cultivo de soja no Brasil se deu no município de Santa Rosa, RS. Mas foi somente a partir dos anos 40, com ênfase nos anos 60 e 70 que ela adquiriu alguma importância econômica. A soja teve sua expansão nessa época com o interesse da indústria de óleo, este que serve como fonte de alimento e nos dias atuais pode ser usado como biocombustível, e também pela demanda do mercado internacional. O interesse do Governo brasileiro pela expansão na produção da soja para atender a indústria, fez com que a leguminosa ganhasse cada vez mais incentivos oficiais. Para atender as exigências de produção de uma cultura altamente tecnificada foi criado, em 1975, o Centro Nacional de Pesquisa de Soja, como uma das unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa 11 Agropecuária (Embrapa), estrategicamente localizado para que pudesse atender as demandas da produção nacional. Se pegarmos dados da produção no Rio Grande do Sul, de acordo com relatório da Soja divulgado pela Emater em 30/04/2015 em seu próprio site, a produtividade média em âmbito estadual (Rio Grande do Sul) está em 2.910 kg/há e a projeção de produção total no estado para o ano de 2015 está no total de 15,192 milhões de toneladas, a maior até hoje obtida no Estado. Também segundo informações (via contato telefônico )1 da Emater, os dados são de que o rendimento médio da oleaginosa em Ijuí está entre 40 e 45 sacas por hectare. Um produtor que menos colhe soja em Ijuí registra em torno de 25 sacas por hectare. Porém, há casos isolados de agricultores com aproximadamente 60 sacas. 2.1 Riscos da Produção Agricola: Necessidade de Mecanismo de Proteção A atividade agrícola é cercada de riscos que podem afetar os preços, e principalmente contribuirpara o sucesso ou não de quem pratica o cultivo. Segundo Mendes e Padilha Junior (2007), a produção agropecuária, representa basicamente um empreendimento, em que os produtores enfrentam inúmeros riscos em todas suas etapas do processo produtivo. Alguns fatores como a necessidade de agua durante todo o ciclo, além da temperatura, podem ser causas dessa variação e a consequência afeta diretamente a renda de famílias. Para os autores, o mercado de futuros permite estabilização dos preços o que acaba gerando redução do risco e proporciona uma renda mais estável ao produtor. Os fatores que afetam a demanda e a oferta agrícola são constantemente cercados por situações de risco e incerteza. A demanda por esses produtos as vezes não depende dos preços, de outro lado sua oferta é bastante instável e sazonal, com a colheita ocorrendo somente em alguns meses do ano e com grandes incertezas em relação ao real volume a ser produzido. 1 Contato telefônico realizado com um dos Diretores da Emater Regional de Ijuí, (que preferiu não ter seu nome divulgado) em junho 2015. 12 Em países mais desenvolvidos, o caminho fundamental, de acordo com LENHARO (2001), para contornar o problema da variabilidade de preços na comercialização de produtos agrícola, sem a intervenção governamental, tem sido o estabelecimento de estratégias baseadas em relações contratuais, a estrutura de armazenagem e o mercado de futuros e derivativos agropecuários. Sendo a comercialização uma atividade sazonal realizada em condições de risco e incerteza, os produtores defrontam-se com o dilema de quanto, quando e como vender sua produção. Podemos perceber a importância disso se imaginamos o planejamento da venda, pois uma vez tomada a decisão da safra, o produtor não pode mais alterar nem a quantidade produzida nem os custos médios de produção, ou seja, o preço de venda assume importância vital na rentabilidade da atividade agrícola, devido aos custos variáveis passarem a serem fixos e o volume produzido ser inelástico ao preço. O Hedge é um instrumento que busca neutralizar variação dos preços, mas não consegue eliminar os riscos que serão vistos a seguir. 2.1.1 Risco Operacional Alguns aspectos naturais, ou riscos climáticos, podem ser considerados como principais limitantes do processo de produção agrícola de acordo com Silva (2001). O que para outros setores pode ser considerado indiferente, aqui faz total sentido. Nesse caso tem-se nos fatores da natureza a principal fonte de volatilidade dos preços nos mercados que, são riscos de preços cuja variação ocorre desde a decisão de fazer ou não o plantio até a comercialização do produto final. Geralmente, são originados por fatores externos à atividade e, por isso, não se tem controle e conhecimento suficientes para evitá-los antecipadamente. A falta ou excesso de chuvas, granizo, ventanias são tratados como riscos operacionais envolvidos na produção. Aqui podemos ter a perda total ou boa parte da produção de uma safra. Também podemos incluir aqui as pragas que eventualmente aparecem nas safras. Obviamente esse risco é pouco administrável, pois são considerados fatores naturais a qual a existência ou não, é limitada a interferência humana. 13 A precipitação pluvial foi identificada como a principal variável meteorológica determinante de oscilações no rendimento de grãos de soja no Rio Grande do Sul, tanto interanual quanto entre diferentes regiões (MOTA, 1983; CUNHA et al., 1999; BARNI & MATZENAUER, 2000). Essa é a variável, que de dezembro a março dos anos 90 explica cerca de 80% da variação do rendimento de soja no RS, conforme resultados obtidos por BERLATO & FONTANA (1999). 2.1.2 Riscos de Preços A formação de preços de produtos agropecuários que, na maioria dos casos, é também negociada em bolsas especializadas na comercialização desses produtos, apresenta mecanismos próprios, fora da influência direta do detentor da mercadoria, seja ele produtor, processador ou comerciante. Algumas fontes de risco podem guardar relação entre si como, por exemplo, risco cambial e de preços, e risco institucional que influencia riscos financeiros. A sazonalidade da produção agropecuária é um fator que torna complexa essa situação pois, dependendo do ciclo da safra, haverá grandes quantidades do produto ocasionando baixos preços, estes que se alternam em momentos de entressafra. De forma objetiva, podemos dizer que o preço das mercadorias é formado pelo mercado, que ocorre pela livre negociação de contratos de compra e venda entre produtores e compradores. No Brasil, o preço das commodities agrícolas segue, na maioria das vezes, o movimento dos preços internacionais que estão subordinados às flutuações do mercado mundial. Em períodos recentes, o aumento da oferta de produtos agropecuários derrubou as cotações nos principais mercados internacionais, afetando os produtores brasileiros de commodities agropecuárias. O produtor Brasileiro enfrenta, além do nível internacional dos preços, a valorização da moeda brasileira frente ao dólar. Um exemplo é a safra 2004/2005 que foi prejudicada pela expansão da oferta mundial que ocasionou a queda dos preços e pela valorização do Dólar frente ao Real. Os produtores rurais perderam ao adquirir insumos importados ao dólar valorizado, na época do plantio e se viram obrigados a negociar a safra a preços muito menores que os das safras anteriores. 14 Entretanto, o risco das oscilações dos preços é outro que não está sob controle do detentor da mercadoria, portando é mais um motivo que soma quando se pensa em incertezas na produção. 15 3 CAPITULO 2 – MERCADO BM&F BOVESPA A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA S.A.) é a bolsa oficial do Brasil. Sediada em São Paulo, a BM&FBovespa é a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de mercado. Em 8 de maio de 2008, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) fundiram-se, dando origem a uma nova instituição batizada de BM&FBOVESPA. Principais pontos de sua Cronologia: • 1890 - Fundação da Bolsa Livre, fechada um ano depois em decorrência da política do Encilhamento; • 1934 - Mudança da sede da bolsa de valores para o Palácio do Café, onde recebeu o nome de Bolsa Oficial de Valores de São Paulo; • 1967 - Surgimento das sociedades corretoras e do operador de pregão. A bolsa passa a se chamar Bolsa de Valores de São Paulo - Bovespa; • 1970 - As movimentações financeiras que ocorriam na Bovespa passam a ser registradas eletronicamente; • 1986 - Início dos pregões da Bolsa Mercantil & de Futuros - BM&F; • 1991 - Acordo entre a BM&F e a Bolsa de Mercadorias de São Paulo - BMSP; passa a ter a denominação Bolsa de Mercadorias & Futuros; • 1999 - Lançamento dos serviços Home Broker e After-Market pela Bovespa; • 2008 - Integração da Bovespa Holding S.A. e da BM&F S.A. com a criação da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros - BM&FBOVESPA S.A., a terceira maior bolsa do mundo em valor de mercado. Lançamento da modalidade de negociação DMA para o segmento de derivativos (BM&F) e estabelecimento do acordo de roteamento de ordens com a Bolsa Mercantil de Chicago (CME) • 2010 - Torna-se a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de mercado, alcançando a marca de R$ 30,4 bilhões. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. A BM&F iniciou suas atividades em 1986. Tem em sua função primordial, garantir a fixação de preços de compra e também de venda, onde 16 se negociam os contratos de commodities. Foi desenvolvida para reduzir riscos justamente da variação de preços dessas atividades econômicas. Em algumas situações de instabilidade, pode proporcionar um seguro dos preços, protegendo de um efeito negativo nos preços. Uma Bolsa de Mercadorias negocia o preço de um produto para entrega em uma data futura. Exemplo que na BM&F são negociadoscontratos de boi, soja, café, milho entre outros, o que permite ao produtor garantir o preço de seu produto antes que ele esteja colhido e beneficiado. A esses produtos, dá- se o nome de commodities que, na BMF, são muito bem especificados, desde quantidade, qualidade e outras características. A negociação é feita via compra e venda como se fosse uma ação, então não necessariamente quando se compra um contrato a intenção é de adquirir o produto físico, mas sim negociar apenas os preços. Abaixo exemplo de ofertas de soja na BM&F, onde temos um comprador a 22,57 e um vendedor a 22,67: Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO – cotação dia 06/07/2015. A grande diferença do Mercado Futuro para o físico está no fato de que no primeiro, se movimenta praticamente apenas contratos, onde a liquidação é pela diferença de preços e não pela entrega da mercadoria. Assim como para qualquer pessoa que tenha interesse, para que um agente do agronegócio (produtor, agroindústria, frigorífico, cooperativa) possa atuar em bolsa de futuros, deverá estar devidamente cadastrado em uma corretora de futuros, com a qual firma um contrato de intermediação. Os agentes, além da estrutura da própria bolsa, que utilizam as bolsas de futuros são classificados em duas categorias: os hedgers (arbitradores) e os especuladores. 17 3.1 Conceito de Hedge em Mercados Futuros A busca de Hedge, ou proteção contra oscilações inesperadas nos preços, é uma prática antiga. Segundo Marques (2006), ela começou em meados do século XIX no mercado de commodities agrícolas de Chicago. Agricultores e pecuaristas que traziam seus produtos à cidade para vender queriam reduzir o risco de quedas súbitas nas cotações. Se muitos levassem sua produção ao mercado no mesmo dia, a oferta seria muito superior à demanda e os preços desabariam. Para evitar esse risco, compradores e vendedores passaram a negociar os preços antes da entrega. Essa foi a origem das operações a termo. Posteriormente, essas operações foram aperfeiçoadas e deram origem aos modernos derivativos, hoje comuns no mercado financeiro. Os derivativos financeiros mais usados são as opções de compra (calls), as opções de venda (puts) e os contratos futuros. A combinação desses instrumentos permite a montagem de diversas operações de hedge. A negociação de grãos em mercados futuros pode ser utilizada como uma maneira de reagir à instabilidade econômica. A proteção que o Hedge oferece, não ainda no âmbito do mercado de derivativos, mas em termos de estoques de indústria, pode ter sido um dos fatores que influenciaram a crescente industrialização estadunidense a partir da Segunda Guerra Mundial segundo LENHARO (2001), sob pretexto de ajuda humanitária. Ainda conforme LENHARO (2001) os EUA contribuíram com os países da Europa (plano Marshall), e assim puderam aumentar suas exportações tanto quanto tiveram de aumentar as importações. Essa dependência do mercado externo criou a necessidade de se explorar de maneira segura as transações industriais e internacionais. É nesse panorama que nasce e se expande o Hedge, que naquela época foi visto com bons olhos. Segundo BIEGAI (2010) quando se diz que alguém fez um Hedge, é a mesma coisa que dizer que ela fez uma trava de um determinado preço. O Hedging nada mais é que do que uma fixação de preços, e a lógica do Mercado Futuro é funcionar como uma ferramenta de compensação financeira, com o intuído de garantir um resultado prévio. Para quem precisa receber ou comprar commodities - como indústrias, operadores e exportadores - a BMF (Bolsa de Mercadorias e Futuros do Brasil) permite que se trave um determinado preço, assim evitando as eventuais oscilações de preços entre o período da fixação até o recebimento ou entrega da mercadoria efetivamente. praticados em bolsa e á vista tendem a con Gráfico convergência de preço futuro e á vista. Fonte: Biegai (201 Em bolsa pode ser praticado o Hedge de Compra compra no mercado futuro e vende à vista Venda, onde ocorrerá venda no futuro e o produtor esta comprado na safra. Este segundo será o caso de estudo. Em suma, quando utilizamos esse tipo de estratégia, podemos citar algumas características como: estabelece antecipadamente preço de venda, serve para o custo e longo prazo, necessita conhecimento do custo de produção e bom planejamento orçamentário, exige que produtor esteja capitalizado (deposito de margem de garantia) e de alta o ganho fica limitado. A lei básica de quem utiliza o e no mercado futuro variam no mesmo sentido. Porem oscilação não ocorrer sempre de maneira perfeita, existe a oscilações de preços entre o período da fixação até o recebimento ou entrega da mercadoria efetivamente. No vencimento do contrato futuro, os preços praticados em bolsa e á vista tendem a convergir para o mesmo ponto ( Gráfico convergência de preço futuro e á vista. Fonte: Biegai (201 ser praticado o Hedge de Compra onde compra no mercado futuro e vende à vista. Há também o caso venda no futuro e o produtor esta comprado na safra. Este segundo será o caso de estudo. Em suma, quando utilizamos esse tipo de estratégia, podemos citar s características como: estabelece antecipadamente preço de venda, serve para o custo e longo prazo, necessita conhecimento do custo de produção e bom planejamento orçamentário, exige que produtor esteja deposito de margem de garantia) e estar ciente que em mercado de alta o ganho fica limitado. A lei básica de quem utiliza o Hedge é que os preços no mercado físico e no mercado futuro variam no mesmo sentido. Porem pode acontecer dessa oscilação não ocorrer sempre de maneira perfeita, existe aí um pequeno risco. 18 oscilações de preços entre o período da fixação até o recebimento ou entrega No vencimento do contrato futuro, os preços ponto (preço). Gráfico convergência de preço futuro e á vista. Fonte: Biegai (2010) onde, o exportador também o caso do Hedge de venda no futuro e o produtor esta comprado na safra. Em suma, quando utilizamos esse tipo de estratégia, podemos citar s características como: estabelece antecipadamente preço de venda, serve para o custo e longo prazo, necessita conhecimento do custo de produção e bom planejamento orçamentário, exige que produtor esteja r ciente que em mercado edge é que os preços no mercado físico acontecer dessa í um pequeno risco. 19 3.2 Funções da Bolsa Conforme a CME GROUP (2015), informações divulgadas em seu site, as principais funções econômicas de uma bolsa de futuros são gestão de riscos e estabelecimento de preços. A bolsa viabiliza estas funções fornecendo um pregão e plataformas operacionais para congregar compradores e vendedores. A bolsa também estabelece e impõe regulamentos para assegurar a realização das operações em ambiente aberto e competitivo. Por este motivo, todas as compras e vendas devem ser efetuadas através do sistema eletrônico de entrada de ordens. Como cliente, você tem o direito de escolher em qual plataforma operacional deseja colocar suas ordens. Cada cliente poderá fazer operações eletrônicas diretamente, através do seu corretor, ou com a aprovação prévia dele. 3.3 Participantes do Mercado 3.3.1 Bolsa de Futuros Em 2007 a Bovespa deixa de ser uma associação civil sem fins lucrativos e tornou-se oficialmente uma empresa de capital aberto com ações negociadas em seu próprio mercado de ações. Serve de agente custodiante e liquidante das operações. Em outras palavras, oferece toda a estrutura física e tecnológica para negociação do mercado futuro. 3.3.2 Especuladores Os especuladores e os arbitradores são participantes extremamente fundamentais nesse mercado, esses não possuem commodities e atuam nas bolsas apenas assumindo riscos, comprando e vendendo contratos para garantir ganhos financeiros com a oscilação dos preços. Provavelmente serão esses que darão a liquidez para o Hedger fazer sua operação no momento que ele quiser. Suas operações no mercadotem objetivo de obter lucro monitorando as distorções de preços e arbitragens. Entre eles estão as pessoas físicas, fundos de investimentos e scalpers. Geralmente opera de maneira alavancada, ou seja, opera na bolsa recursos financeiros que não possui efetivamente. De acordo com (Keynes (1930) e Hicks (1939) apud FILENI (1999), os especuladores seriam atraídos para a comercialização nos mercados futuros em função de um prêmio pelo risco. 20 3.3.3 Hedger Tipicamente os Hedgers são: fazendeiros e produtores que precisam tomar medidas protetivas contra a queda de preços das colheitas, os comerciantes que precisam tomar proteção contra a alta de preços entre o momento da compra (ou contratação de compra) de grãos, os processadores de alimentos e fabricantes de ração que precisam tomar proteção contra o aumento dos custos da matéria prima ou contra a queda no valor dos estoques, exportadores que precisam tomar proteção contra a alta de preços dos cereais com contratos para entrega futura mas que ainda não foram adquiridos, importadores que desejam aproveitar os preços mais baixos dos cereais para contratos de entrega futura mas que ainda não foram recebidos. O número de indivíduos e empresas que procuram proteção contra o declínio de preços em um determinado momento raramente é o mesmo número que procura proteção contra a elevação de preços, é vital haver outros participantes no mercado. Em suma este é o agente que está envolvido em atividades de produção ou serviços. É o participante que tem uma posição de risco inicial, que é basicamente a sua atividade comercial, e utiliza o mercado futuro para reduzir ou eliminar esse risco. Esse participante é aquele que, ao contrário do especulador, evita riscos utilizando as coberturas para as posições combinadas no mercado físico. Segundo estudo de FREITAS (2011), a razão ótima aconselhada no mercado futuro como ferramenta auxiliar no gerenciamento de risco, será de 13,97% da sua produção, podendo variar de caso a caso, para que o restante seja negociado livremente no mercado físico ou contratos a termo. 3.4 Contrato Futuro O contrato futuro é um compromisso de fazer ou receber entrega de certa quantidade e qualidade de determinado produto, ou commodity, em horário e local de entrega específico no futuro. Todos os termos do contrato são padrão, com exceção do preço, que é determinado pela oferta (ordens de venda) e pela demanda (ordens de compra). Uma transação contrária é o método mais frequentemente usado para liquidar um contrato futuro. A entrega física acontece em menos de 2% dos casos para todos os contratos agrícolas negociados. Esses contratos são muito bem especificados, exemplo: 21 “Cada contrato futuro é cotado em dólares norte-americanos e equivale a 450 sacas de 60 quilos líquidos ou 27 toneladas métricas. A oscilação de preço máxima diária será de 5% para mais ou para menos, em relação ao preço de ajuste do dia anterior.” “Ativo-objeto de negociação Soja em grão a granel tipo exportação, com os seguintes limites máximos: 14% (catorze por cento) de umidade; 1% (um por cento) de matérias estranhas e impurezas; 30% (trinta por cento) de quebrados; 8% (oito por cento) de esverdeados; 8% (oito por cento) de avariados (queimados, ardidos, mofados, fermentados, germinados, danificados, imaturos e chochos), dos quais se permite até 6% (seis por cento) de grãos mofados, até 4% (quatro por cento) de grãos ardidos e queimados, sendo que esse último não pode ultrapassar 1% (um por cento); e 18,5% de conteúdo de óleo”. Fonte BMFBOVESPA (2011). 3.5 Negociação de Soja Física x Soja em Bolsa Com base em dados coletados dia 25/06/2015 no Site da BM&F, as posições em aberto na Soja BM&F somam 110 contratos e a Soja com Liquidação Financeira com Referencia em Chicago somam 1.747 contratos. Basicamente para existir cada um desses contratos, em algum momento houve negociação entre diferentes partes para gerar essa liquidez. Por exemplo, um agricultor quer se proteger da queda de preços e deseja fazer Hedge da Sua Produção realizando a venda de um contrato de Soja, independente do preço, com vencimento em março/2016. O comprador desse contrato é uma indústria que quer se expor a uma possível alta dos preços. Repare que temos um comprador e um vendedor, então dessa maneira teremos um contrato sendo aberto. Agora se em outro momento outra indústria e outro agricultor fazem o mesmo, teremos um segundo contrato aberto na BM&F e assim por diante. Nesse caso, se juntarmos todos os contratos atualmente negociados na BM&F, teremos 1.857 contratos em aberto, distribuídos entre Hedgers e especuladores. Multiplicando esses contratos por 450 sacas, que representa o volume dos contratos, teremos uma negociação de 835.650 sacas. Agora com o numero de sacas negociadas, podemos multiplicar esse numero por 60, pois cada saca na BM&F representa 60 kg. Então teremos um volume de: Volume = 835.650 (Sacas) x 60 (kg de cada saca) Volume= 50.139.000 kg de produção. Ou, 50.139 toneladas. Em bolsa, temos a negociação de 50 mil toneladas. A produção no Brasil é de 90 milhões de toneladas. Dessa maneira temos a informação de que apenas 0,06% da produção de soja brasileira é negociada no mercado BM&F. 22 É nítido o potencial de crescimento que existe nesse mercado, e o quão pouco ele é utilizado. Fonte: Elaborado Pelo Próprio Autor 3.6 Hedge de Venda Para se ter uma ideia melhor de como o Hedge funciona, vamos supor que estamos no mês de maio e que você é um fazendeiro de soja com uma safra no campo; ou talvez um vendedor com um estoque de soja que foi comprada, porém ainda não foi vendida. Na terminologia de mercado, você tem uma posição comprada no mercado físico. O preço do mercado atual para a soja a ser entregue em outubro é de R$9,00 por saca. Se o preço subir desde o presente momento até o mês de outubro, quando planeja vender, você estará lucrando. Porém, se o preço cair no decorrer deste prazo, você incorrerá perdas. Para se proteger de uma possível queda de preços no decorrer dos meses, você poderá fazer um Hedge, isto é, vender agora um número correspondente de sacas no mercado futuro, comprando-os de volta mais tarde no momento de vender a sua safra no mercado físico. Se o preço no mercado 23 físico declinar no momento da colheita, qualquer perda incorrida será compensada pelo ganho com o Hedge no mercado futuro. Esse tipo de hedge em particular é conhecido como um Hedge de venda devido à posição inicial vendida em futuros. No mercado futuro as pessoas podem vender antes e depois comprar, ou comprar antes de vender. Comprar a um preço mais baixo e vender a um preço mais alto conduz a um ganho na posição de futuros, não fazendo diferença qual ponta foi feita primeiro. Vender agora com a intenção de comprar depois significa montar uma posição vendida no mercado futuro. Uma queda nos preços resultará em um ganho no mercado futuro, já que você vendeu a um preço mais alto e comprou a um preço mais baixo. Aplicando a teoria de portfolio a uma posição de hedge com o interesse de minimizar o risco do retorno em função do tamanho da posição futura, determina-se a razão de Hedge de mínima variância, assunto amplamente discutido no artigo de Francisco Carlos Gomes ( 1987). Os autores clássicos no estudo consultado, reconheceram que a melhor posição de Hedge não é igual ao tamanho da posição à vista. Quem vende no mercado futuro, recebe ou paga ao longo do tempo a diferença entre o preço de venda na bolsa e o valor do ativo no vencimento do contrato. O resultado de quem faz o Hedge vai ser igual ao preço da venda do produto (mercado a vista) mais o resultado de sua posição em bolsa. No caso de ocorrer uma desvalorização da mercadoria física, ocorre um ganho na posição da bolsa e vice-versa. 3.7 Risco de Base A tendência de convergência dos preços a vista e dos futuros existe. Se tal convergência não existisse, não haveria porque realizar o Hedge. Porém, nem sempre isso se dá de maneira linear. Pode ocorrer certas discrepâncias pois, o produto negociado em bolsa, não é idêntico ao produto possuído ou caso o produto esteja depositado em local distante do determinado pela bolsa. Todas essas imperfeições dão origem ao chamado “Risco de Base”. De forma pratica, a Base nada mais é que a Diferença do preço futuro de uma 24 commoditie e seu valor a vista, ou seja, B = PF – PV, onde (B) Base, Preço Futuro (PF) e Preço a Vista (PV). Existem três fatores que determinam o risco de base: tipo e qualidade; localização; e o tempo. Mais especificamente, o tipo e a qualidade da mercadoria no mercado físico podem diferir das especificações do contrato futuro, acrescentando um elemento de incerteza e contribuindo para aumentar o risco de base. O risco de base devido à localização ocorre porque choques aleatórios podem afetar tanto o mercado local como o mercado nacional, causando impacto sobre o preço à vista ou sobre o preço futuro diferentemente. O risco de base devido ao tempo se relaciona à chegada de novas informações durante o período em que o hedge é iniciado e encerrado. Outra forma de se entender a base é defini-la como o custo menos o beneficio de se manter uma posição Hedgeada até o vencimento do contrato. Na prática, os preços futuros tem um prêmio sobre os preços a vista, isso por reflexo dos custos de carregamento de uma posição até a entrega do contrato. Nesses custos podemos incluir o valor de estocagem, seguro, transporte, além de um aspecto subjetivo e muito comum no mercado de bolsa que é a incerteza quando ao futuro. A base também pode vir da diferença de dois preços de uma mesma mercadoria em mercados diferentes. Embora existam diferenças, espera-se que as cotações apresentem a mesma tendência durante o percurso da realização do hedge. Se os ativos forem os mesmos, a base deverá ser zero nos vencimentos, e se forem diferentes, como normalmente ocorre, à medida que a operação chega ao fim a base tende para um valor histórico. Estar atendo ao comportamento da base é a condição essencial para um bom planejamento de Hedge. No momento em que os mercados a vista (de dois lugares diferentes) ou comparado ao mercado futuro variam em direções distintas, ocorre o chamado risco de base. Supondo que haja uma diferença de -10 para -7 no preço de base, isso quer dizer que está mais positivo, ou seja está estreitando a base. O contrario (quanto mais negativa a base) significa um enfraquecimento da base. Um exemplo seria ter entre os meses de outubro até abril, um cenário em que o mercado físico tenha caído de R$60,00 para R$57,00, e no mesmo 25 período o mercado futuro caiu de R$64,00 para R$58,00. Isso significa que o preço no físico acumulou uma queda de R$3,00 contra uma baixa de R$6,00 no futuro. Essa perda maior no mercado futuro leva a um aumento da base. 3.8 Margem de Garantia Para fechar a negociação na BMF o produtor, ou qualquer pessoa que atue no mercado, precisa depositar o que se chama de Margem de Garantia (em torno de 6% do total de cada contrato). Esse volume financeiro fica retido até que a operação seja liquidada. O valor exigido pela margem de garantia pode aumentar ou diminuir ao longo do período, pois os preços da commoditie podem oscilar, afetando diretamente o volume de cada contrato. A margem de garantia não precisa necessariamente ser dinheiro, um CDB, títulos públicos ou ações servem como margem. Exemplo: 1 contrato de soja cotado a 17,00 na Bolsa, com dólar a 1,90. Volume Financeiro: 17,00(cotação) x 2,90(Dólar)x450 (sacas)=R$22.185,00 Margem de garantia necessária: R$22.185,00 x 6%= R$1.331,10 26 4 ANÁLISE DE RESULTADOS 4.1 Metodologia Aplicada Com base nas características envolvidas na realização do Hedge agrícola, utilizando a negociação Caem Bolsa de Valores, o estudo a seguir é desenvolvido com base num conjunto de informações e conhecimentos necessários para realização desse mecanismo. Portanto, por meio do estudo do caso, com referencia no estudo realizado por Junior (2011), o que se pretende é demonstrar os resultados econômico-financeiros do produtor de soja na venda de sua mercadoria no final de cada safra. A venda de sua mercadoria acaba por afetar sua renda no final de cada período. Para mensurar os resultados, será realizado o cálculo de Ajuste Diário de cotações para o produtor e o comparativo de tais operações de Hedge com a comercialização deste produto (soja) no mercado a vista nos mesmos períodos e, como referencia para avaliar esse método, será utilizada a cidade de Ijuí, localizada no estado do Rio Grande do Sul. As informações mais importantes para o objeto de estudo da pesquisa são: preço no mercado físico em Ijuí, cotação da Soja no Mercado BM&F, cotação da Soja Com Referencia em Chicago negociado na BM&F, gráficos da Soja no Mercado BM&F e o dólar Ptax. Excluindo este último, todos os dados foram obtidos através da agencia de notícias financeiras Bloomberg. O dólar PTAX divulgado diariamente pelo Banco Central Brasileiro é necessário pois, os contratos futuros de soja são sempre cotados em dólares na BM&FBOVESPA. Entretanto, os ajustes destes contratos são sempre realizados em Reais com base na cotação do dólar de cada dia. Nesse caso a referencia da BM&FBOVESPA para o dólar é o DÓLAR PTAX. Outro ponto importante é que serão necessárias as duas cotações de soja pelos dois seguintes motivos: primeiro pois somente foram encontrado dados históricos da Soja Com referencia em Chicago, e o segundo é que o gráfico (para utilização da análise técnica) obtido, é o gráfico de soja BM&F. 27 Para fins do “casamento” das informações foram excluídos feriados brasileiros - neste caso não há negociação de dólar nem soja BM&F - e feriados americanos - não há negociação na Soja com referencia em Chicago. Segundo informações da Conab divulgadas no site da Embrapa, o calendário da soja basicamente configura-se com plantio em Setembro ou Outubro, e colheita entre Março e Maio. O momento exato de plantio e colheita em cada ano pode variar devido a vários fatores, mas principalmente pelo clima. Porém para fins de simulações o trabalho terá em todos os anos o mesmo período avaliado, plantio em setembro e colheita em março. Para chegar a conclusão de efetividade ou não do Hedge, o trabalho não terá apenas uma metodologia, mas sim duas. A primeira será com as simulações de Hedge tendo inicio exatamente no período de plantio, que no estudo será outubro, e encerramento da posição no período de colheita, que o trabalho terá como base inicio de março. Já a segunda será levada em consideração o gráfico da soja acrescido de uma ferramenta técnica de análise. A analise do gráfico será feita com a ideia de se encontrar um momento ainda melhor para realização do Hedge. Na Analise gráfica existem inúmeras ferramentas (indicadores) para a tomada de decisão porém, a utilizada será a analise com Médias Móveis. A Média utiliza será de 21 períodos pois, contemplam em média os dias uteis de um mês. O inicio da operação com o gráfico será quando a cotação (após outubro) esteja abaixo dessa média pois, são nesses casos que temos a indicação que a tendência é de queda dos preços e, é nesse momento que a posição em futuros irá dar lucro já que o hedge aqui apresentado caracteriza-se por montar uma operação contraria a posição no mercado a vista, ou seja, o produtor está “comprado” na sua produção, e “vendido” no mercado Futuro BM&F. Essa posição será encerrada no momento em que as cotações fecharem acima da média. Dessa maneira será possível analisar e combinar os resultados entre lucros e prejuízos na bolsa com as perdas/ganhos no mercado físico. Não serão levados em consideração custos operacionais já que o Hedger de fato deve ser cliente de alguma instituição financeira e, neste caso, pode haver diferenciação de custos. 28 Por fim teremos ao fim de cada períodoo resultado da mercadoria física, do Hedge Simples e do Hedge com a Análise Gráfica, cada um desses três com um resultado financeiro para o produtor, levando em consideração a comercialização da commoditie nas três situações. Como o resultado afeta diretamente a renda do produtor, será feito então uma analise dos resultados ao longo de todos os anos, com a ideia de ver o quanto o agricultor pode diminuir ou não a oscilação de sua renda ano após ano com a utilização do Hedge. Essas analises ficarão expostas no Apêndice. 4.2 Ajuste Diário O mecanismo é bem simples, consiste em um acerto de contas diário entre os contratantes. Analisando-se os preços de abertura e de fechamento do ativo, e pagando-se o lucro resultante à parte ganhadora no dia. No dia seguinte, faz-se a mesma comparação, tomando agora como base o valor de fechamento do dia anterior. É como se a posição fosse renovada a cada dia em relação ao valor de fechamento do dia anterior possibilitando a diminuição dos prejuízos para a parte perdedora, uma vez que é raro é variar muito o preço de um ativo em um só dia. Nos mercados futuros as contas são acertadas diariamente. As posições mantidas pelos clientes são ajustadas conforme apresentam ganho ou perda, mostrando o dinamismo das bolsas de futuros, que buscam cada vez mais agilidade e segurança nos seus mecanismos operacionais. No final do dia a bolsa divulga o preço de ajuste de cada contrato, esse preço geralmente é a média dos preços negociados no fechamento do pregão, o que pode ocasionar grande volatilidade nos preços nesse horário pelo motivo de especuladores serem forçados a encerrar suas posições a qualquer preço. Essa maneira de ajuste muda constantemente, porem é sempre divulgada no site da Bovespa. Se uma mudança de preços conduz a um ganho financeiro em uma posição aberta de futuros, a quantidade ganha será creditada na conta de margem do cliente naquele dia. Os clientes podem retirar recursos de suas contas sempre que desejarem, desde que a conta se mantenha acima do mínimo exigido (margem de garantia). Uma vez que a posição em aberto for fechada por uma operação contrária, qualquer montante na conta de margem 29 do cliente que não for necessário para cobrir perdas ou oferecer uma performance para outras posições em aberto, poderá ser resgatado. Assim como todas as operações são executadas por um membro da bolsa, todas as operações são compensadas por uma câmara de compensação ou clearing firm. Ajuste das Operações realizadas no Dia ADt = (Pat – PO) x 450 x n Ajuste das Posições em aberto do dia anterior ADt = (Pat – Pat-1) x 450 x n Onde: Adt = valor do ajuste diário; Pat = preço de ajuste do dia; PO = preço da operação; n = numero de contratos Pat-1 = preço de ajuste do dia anterior Fonte: BM&F (2005) Exemplo: Data C/V Nº Contratos Preço de Ajuste Ajuste Diário Valor Total (A) (B) (C ) (A x C x 450) 15/mai Compra 3 R$ 56,80 15/mai Ajuste 3 R$ 56,60 -R$ 0,20 -R$ 270,00 16/mai Ajuste 3 R$ 56,00 -R$ 0,60 -R$ 810,00 17/mai Ajuste 3 R$ 56,95 R$ 0,95 R$ 1.282,50 18/mai Venda 3 R$ 57,80 R$ 0,85 R$ 1.147,50 Total: R$ 1.350,00 Fonte: Elaborado pelo Próprio Autor 4.3 Hedge Especulativo com Análise Gráfica Aplicada a Commodities Para cada decisão que tomamos levamos em conta as suas consequências imediatas ou de longo prazo. Na verdade estamos especulando o tempo inteiro, na vida pessoal no trabalho, etc. Da mesma forma, por traz de cada ordem de compra ou venda há alguém com motivações e expectativas 30 influenciando essa decisão. O mercado futuro é movido por uma massa de investidores cujas decisões particulares são tomadas. O resultado é um consenso ou um desequilíbrio de expectativas. Após definir inicio e fim do Hedge baseado na época de plantio e colheita, que aqui no trabalho para fins de analise será considerado o HEDGE SIMPLES, podemos também possivelmente aumentar a eficácia do resultado com certo grau de especulação, pois iremos utilizar de ferramentas especulativas para gerenciar riscos. O mercado não é previsível mas, existem oportunidades e momentos com maior chance de se obter sucesso como, aproveitar movimentos de tendência bem definidos que será explicado a seguir. 4.4 Principio da Análise Técnica Na analise técnica, não se considera importante saber por que os preços se movem em determinada direção pois, os motivos podem ser os mais diversos. O importante é saber como os preços se movem pois, dessa maneira conseguiremos saber quando comprar ou vender, sem entender o motivo da alta ou baixa. Os movimentos podem ser por consequências de fatores econômicos ou políticos, mas não importa: toda informação está contida no preço. O preço reflete todos os fatores envolvidos neste. O comportamento da massa de investidores gera tendências e, são nessas situações que aparecem as melhores oportunidades para comprar ou vender. 4.5 Gráfico por Candles Entender o que diz um gráfico de candlestick pode ser um conhecimento muito vantajoso para qualquer investidor que busca sucesso nas suas negociações. A representação gráfica do candlestick, para BIEGA (2010), é feita por uma parte grossa central considerada o corpo, que pode ou não apresentar apenas linhas verticais em suas extremidades superior e inferior, denominadas sombras. O corpo, a sombra e a cor de um candle possuem significados específicos. Em um candle de corpo, que pode ser verde ou branco é um candle positivo, onde o lado inferior do retângulo representa o preço de 31 abertura do período analisado, enquanto que o lado superior representa o preço de fechamento. A extremidade superior da sombra de um candle branco representa o preço máximo negociado no período, e a extremidade inferior da sombra representa o preço mínimo alcançado. Um candle de corpo vermelho ou preto é negativo. As sombras continuam tendo o mesmo significado porém, o significado do corpo muda. No candle de corpo vermelho ou preto o preço de abertura equivale ao lado superior do retângulo, enquanto que o preço de fechamento equivale ao lado inferior. A movimentação dos preços em cada período do gráfico de candlesticks é representada por uma figura geométrica em forma de vela (candle, em português). Cada vela é formada por um retângulo (corpo do candle), que pode ou não apresentar linhas verticais (sombras) em suas extremidades superior e inferior. Conforme figura C, o corpo e a sombra de um candle possuem significados específicos, assim como a sua cor. As cores branca e verde são convenções para identificar fechamento positivo (acima da abertura) e negativo (abaixo da abertura) respectivamente. Uma das vantagens dos candles é que permitem uma visualização mais fácil das tendências graças à predominância das cores positivas ou negativas. A outra vantagem é que os próprios candles formam padrões que podem representar reversões de movimentos, continuidade ou indefinição do mercado. Obs.: o fato do candle ser de alta não quer dizer que ocorreu alta dos preços em relação ao candle anterior ou vice-versa, mas somente que o fechamento foi acima da abertura. 32 Figura C : Candles. Fonte: Biegai (2010) 4.6 Média Móvel Exponencial Existem indicadores chamados de seguidores de tendência e, conforme o Livro/Curso da Safras & Mercado elaborado pelo consultor Miguel Biegai JR., as médias móveis pertencem a essa classe. Uma média mostra o valor médio de uma amostra de determinado dado. A palavra “móvel” esta presente pelo fato de que quando uma cotação (cotação da soja nesse caso) entra no calculo, outra sai. Exemplo, se utilizarmos média móvel de 10, e surge uma nova cotação, a ultima dessas 10 cotações é excluída do cálculo. Segundo Biegai (2010) existem diversos tipos de médias, como a aritmética, exponencial, ponderada, etc. O foco nesse trabalho será a média exponencial. A média nas cotações é traçada conforme o preço de fechamento de cada dia. Ao contrárioda media simples, a exponencial dá maior importância aos dados mais novos. Alexander Elder, em seus clássicos “ Trading For a Living” e “Come into My Trading Room” defende o uso das médias exponenciais. O principal argumento é que na média exponencial o efeito dos preços antigos permanece e vai desaparecendo com o tempo. Além disso, o dado mais recente possui um peso maior fazendo com que a média reflita de maneira mais adequada o humor atual do mercado. Ainda de acordo com Elder, uma das mais indicadas configurações para a média exponencial, é a de 21 períodos, pois representa o numero de dias uteis de um mês. A primeira informação importante fornecida por uma média é sua inclinação. Uma média ascendente mostra um mercado altista (comprador) (FIGURA A), enquanto que uma média descendente indica um mercado baixista (vendedor), (FIGURA B). A ideia do Hedge é se posicionar em momento baixista, ou seja, quando a média estiver inclinada para baixo. MMEx = ME(x-1) + K x {Fech(x) – ME(x-1)} MMEx representa a média móvel exponencial no dia x ME(x-1) representa a média móvel exponencial no dia x-1 N é o número de dias para os quais se quer o cálculo Constante K = {2 ÷ (N+1)} 33 A média móvel exponencial dá um maior peso aos últimos valores no cálculo da média. Dessa forma, este indicador será mais sensível aos valores mais recentes. Figura A Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO, gráfico do milho de 2013. Figura B: 34 Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO, gráfico do milho em 2015. Agora se juntarmos as cotações de fechamento de cada candle com a tendência que a média móvel exponencial nos dá, podemos encontrar pontos de entrada e saída da estratégia de Hedge, já que no caso do hedge buscamos nos proteger da queda dos preços. Então, conforme BIEGAI (2010), podemos definir como momento de inicio de uma estratégia baixista (hedge), quando as cotações fecham abaixo da média, e o encerramento da posição se dá no momento que as cotações encerram acima da média, ou seja, todos os momentos que os candles estão acima da média nada se faz. Então quando o candle tiver fechamento abaixo da média, aciona a estratégia de hedge pois, nesse caso, está negociando em tendência de baixa, conforme imagem abaixo: 35 Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO, gráfico da Soja em 2015. 36 5 RESULTADOS 5.1 Safra 2011/2012 Na safra de 2011, temos a cotação da saca de soja em Ijuí, do inicio de outubro até o final de fevereiro do ano seguinte, oscilando de R$47,83 para R$47,78, ou seja, apesar dos 5 meses de intervalo, a oscilação foi de apenas – R$0,05. Multiplicando por 450 sacas, teremos um Prejuízo no mercado físico de R$22,50 Pelo hedge Simples, que se inicia 03/10/2011 e se encerra 29/02/2012, temos um resultado de R$1729,24 Positivo. Já Pelo Hedge com análise gráfica, teremos conforme FIGURA 1 duas operações. Uma que se inicia dia 03/10/2011 e se encerra 03/01/2012, e a segunda que se inicia 09/01/2012 e se encerra dia 23/01/2012. O Resultado desta é de R$1.278,46. Temos então um resultado positivo nos 2 tipos de Hedge, sendo vantagem para o agricultor ter realizado qualquer tipo de Hedge. 5.2 Safra 2012/2013 Na safra que se inicia em outubro de 2012 e vai até março 2013, a cotação de Soja em Ijuí variou de R$81,50 para R$60,57. Ou seja, queda de R$20,93. Multiplicando esse valor por 450 sacas, teremos um prejuízo no mercado físico de -R$9.418,50 Pelo hedge simples temos a abertura da posição de Hedge em 01/10, e que se encerra no dia 28/02. O Resultado de 1 contrato é R$2024,75 positiva. Já pelo gráfico, conforme FIGURA 2, teremos a abertura de 3 posições em momentos distintos. Uma em novembro, outra em dezembro, e uma terceira em Fevereiro. O resultado acumulado por contrato é de R$910,62 positivo. Concluímos que nessa safra foi vantajoso para o agricultor ter realizado o Hedge. 5.3 Safra 2013/2014 De outubro 2013, até março 2014 a cotação de Soja em Ijuí variou de R$70,66 para R$69,30. Ou seja, queda de R$1,36. Multiplicando esse valor por 450 sacas, teremos um prejuízo no mercado físico de R$612,00. 37 Pelo hedge simples temos a abertura da posição de Hedge em 01/10, e que se encerra no dia 28/02. O Resultado de 1 contrato é -R$1.499,58 negativo. Já pelo gráfico, conforme FIGURA 3, teremos a abertura de uma posição somente em janeiro 2014. O resultado acumulado por contrato é de R$97,28 positivo. Nessa safra somente foi vantajoso para o agricultor ter realizado o Hedge com gráfico. 5.4 Safra 2014/2015 Na safra de 2014, a cotação da saca de soja em Ijuí, do inicio de outubro até o final de fevereiro do ano seguinte começa em R$56,89 e termina em R$64,08. A oscilação foi positiva em R$7,19. Multiplicando por 450 sacas, teremos um ganho no mercado físico de R$3.235,50. Pelo hedge Simples, que se inicia 01/10/2011 e se encerra 27/02/2012, temos um resultado de -R$6.580,67 negativo. Pelo Hedge com analise gráfica, teremos conforme FIGURA 4 uma operações que se inicia em dezembro e se encerra em fevereiro. O Resultado desta é de -R$299,59. Temos então um resultado negativo nos 2 tipos de Hedge. 38 A Identificação dos gráficos de cada ano, temos abaixo: Figura 1 – Gráfico do Contrato de Soja no ano de 2011 Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO 39 Figura 2 – Gráfico do Contrato de Soja no ano de 2012 Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO 40 Figura 3 – Gráfico do Contrato de Soja no ano de 2013 Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO Figura 4 – Gráfico do Contrato de Soja no ano de 2014 Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO 41 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente, diversos setores exigem cuidados e controles econômicos a serem avaliados. Por isso, na agricultura não é diferente. Através do presente estudo de caso concluiu-se que o Hedge traz vantagens aos agricultores de soja de Ijuí nas simulações realizadas. Os contratos futuros de Soja negociados em bolsa servem como mecanismos que podem contribuir financeiramente resultado de cada safra. Dentre os testes utilizados, a metodologia que utiliza a analise gráfica como forma de encontrar momentos de inicio e saída de Hedge mostrou-se mais eficaz, trazendo maiores benefícios aos produtores de soja do que o Hedge Simples ou até mesmo sem nenhum tipo de Hedge. É importante ressaltar que os resultados obtidos no passado não servem como garantia de resultados futuros. Também devemos, em qualquer localidade, considerar que pode haver uma diferença de oscilação (positiva ou negativa) nos preços do mercado BM&F com o mercado à vista, pois os contratos futuros negociados na BM&F levam em consideração um determinado padrão de produto, podendo ser diferente da cidade de fato avaliada. O que devemos perceber é que temos no país instrumentos financeiros capazes de equacionar o risco de preços agrícolas. A conclusão que fica é que, o Hedge é uma ferramenta que possivelmente (caso seja dominada pelo agricultor) servirá como auxilio no controle de riscos e até quem sabe melhora de qualidade de vida. Para os produtores de Ijuí-RS, o Hedge como mecanismo de proteção de safras, mostrou-se ter um resultado positivo. Desta forma, é alta a probabilidade deste mesmo mecanismo ser positivo para os demais sojicultores do Brasil. A sugestão é que esse mesmo estudo seja aplicado nas demais regiões produtoras de soja do país e, assim, poderemos ter um maior grau de confiabilidade dos métodos aplicados. REFERÊNCIAS BERLATO, M.A. & FONTANA, D.C. Variabilidade interanual de precipitação pluvial e rendimento de soja no Estado do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v.7, p.119-125, 1999 BIEGAI, Miguel Jr. Heding, Mercado Futuro, Opções em Derivativos Agrícolas e Análise Técnica Aplicada a Comodities. São Paulo 2010. BLOOMBERG BUSINESS.Commodities Indexes. 2015. 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Disponivel em: http://www1.seplag.rs.gov.br/atlas/. Acesso 10 abril 2015. FREITAS, C. A. A Efetividade e a Razão ótima de Hedge para a soja na Praça de Tupanciretâ. 2011 (Artigo) – Universidade de São Paulo. GOMES, F. C. Determinação da Razão de Hedge. Um estudo sobre teorias de Hedging. Rev. adm. empres. vol.27 no.4 São Paulo Oct./Dec. 1987 JÚNIOR, H. C. Efetividade do Hedge de Soja com Contratos Futuros Frente o Mercado Físico. 53 f. Monografia (Graduação em Administração)– Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. 43 LENHARO, Ana Carolina Pereira; LOURENÇO, Daniel Pedro et al. O contrato de Hedge-Hedging. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 6, n. 51, 1 out. 2001. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/2143>. Acesso em: 9 Julho 2015. FILENI, D. H. Organizações Rurais e AGROINDUSTRIAIS – Jan/Jun – Revista de Administração da UFLA - 1999 MARQUES, Pedro Valentin, Mercados Futuros e de Opções Agropecuárias, São Paulo 2006. 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APÊNDICES 45 APÊNDICE A - RESULTADOS FINANCEIROS Resultados Financeiros Por Ano 2011 2012 2013 2014 Total: Hedge Simples R$ 1.729,24 R$ 2.024,75 -R$ 1.499,58 -R$ 6.580,67 -R$ 4.326,26 Com Análise Gráfica R$ 1.278,46 R$ 910,62 R$ 97,28 -R$ 299,59 R$ 1.986,77 Físico -R$ 22,50 -R$ 9.418,50 -R$ 612,00 R$ 3.235,50 -R$ 6.817,50 46 APÊNDICE B – VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS RESULTADOS Vantajoso: + Desvantajoso: - Físico Hedge Simples Hedge com Gráfico 2011 - + + 2012 - + + 2013 - - + 2014 + - - 47 APÊNDICE C – OSCILAÇÕES DOS RESULTADOS -R$ 12.000.00 -R$ 10.000.00 -R$ 8.000.00 -R$ 6.000.00 -R$ 4.000.00 -R$ 2.000.00 R$ 0.00 R$ 2.000.00 R$ 4.000.00 2011 2012 2013 2014 Hedge Simples Com Análise Gráfica Físico 48 APÊNDICE D – SÉRIES DE TEMPO 2011/2012 Data Ijuí Bmf Espelho Bmf2 Dolar Soja em Reais Ajuste R$ Ajuste R$ Grafico 30/09/2011 48,55 1214,154848 0,022047 26,76847194 1,8544 49,63945437 03/10/2011 47,83 1216,311499 0,022047 26,81601962 1,8811 50,4436145 -361,8720606 -361,8720606 04/10/2011 47,67 1214,716492 0,022047 26,78085451 1,8856 50,49797926 -24,46413896 -24,46413896 05/10/2011 46,9 1183,488446 0,022047 26,09236977 1,8456 48,15607764 1053,855727 1053,855727 06/10/2011 46,92 1112,974311 0,022047 24,53774463 1,8116 44,45257817 1666,57476 1666,57476 07/10/2011 46,64 1139,442868 0,022047 25,12129692 1,7666 44,37928314 32,98276387 32,98276387 10/10/2011 46,38 1167,057645 0,022047 25,7301199 1,7478 44,97110357 -266,319191 -266,319191 11/10/2011 46,04 1204,259199 0,022047 26,55030255 1,7658 46,88252425 -860,1393086 -860,1393086 13/10/2011 44,69 1172,932144 0,022047 25,85963497 1,7536 45,34745589 690,7807641 690,7807641 14/10/2011 44,82 1215,50705 0,022047 26,79828393 1,7376 46,56469815 -547,7590196 -547,7590196 17/10/2011 45,27 1183,77836 0,022047 26,09876151 1,7488 45,64151413 415,43281 415,43281 18/10/2011 45,8 1136,199398 0,022047 25,04978812 1,7724 44,39824446 559,4713524 559,4713524 19/10/2011 46,72 1148,094276 0,022047 25,3120345 1,7604 44,55930553 -72,47748141 -72,47748141 20/10/2011 46,63 1209,681483 0,022047 26,66984767 1,7826 47,54167045 -1342,064215 -1342,064215 21/10/2011 47,11 1224,062873 0,022047 26,98691416 1,7803 48,04480328 -226,4097735 -226,4097735 24/10/2011 46,72 1186,98008 0,022047 26,16934983 1,7768 46,49770079 696,1961224 696,1961224 25/10/2011 46,62 1206,684199 0,022047 26,60376654 1,7548 46,68428952 -83,96493226 -83,96493226 26/10/2011 46,63 1235,694477 0,022047 27,24335613 1,7606 47,9646528 -576,1634756 -576,1634756 27/10/2011 46,59 1270,124775 0,022047 28,00244091 1,7323 48,50862839 -244,7890163 -244,7890163 28/10/2011 46,74 1320,094667 0,022047 29,10412712 1,6986 49,43627033 -417,4388706 -417,4388706 31/10/2011 46,98 1354,328516 0,022047 29,8588808 1,6885 50,41672023 -441,2024544 -441,2024544 01/11/2011 46,79 1255,339258 0,022047 27,67646462 1,7506 48,45041896 884,8355722 884,8355722 03/11/2011 45,77 1181,537965 0,022047 26,04936751 1,727 44,98725769 1558,422568 1558,422568 04/11/2011 45,03 1164,755193 0,022047 25,67935774 1,7415 44,72060151 119,9952849 119,9952849 07/11/2011 45,24 1185,784948 0,022047 26,14300075 1,7503 45,75809422 -466,8717206 -466,8717206 08/11/2011 45,11 1143,366271 0,022047 25,20779617 1,7453 43,99516665 793,3174061 793,3174061 09/11/2011 45,78 1161,627824 0,022047 25,61040864 1,7516 44,85919178 -388,8113074 -388,8113074 10/11/2011 45,92 1154,668657 0,022047 25,45697989 1,761 44,82974158 13,25258926 13,25258926 11/11/2011 46,01 1137,60669 0,022047 25,08081469 1,7547 44,00930553 369,1962222 369,1962222 14/11/2011 45,34 1185 0,022047 26,125695 1,7642 46,09095112 -936,7405158 -936,7405158 17/11/2011 44,91 1184,5 0,022047 26,1146715 1,7765 46,39271392 -135,7932603 -135,7932603 18/11/2011 45,16 1169,5 0,022047 25,7839665 1,7767 45,81037328 262,0532876 262,0532876 21/11/2011 45,59 1171,5 0,022047 25,8280605 1,7716 45,75699198 24,02158444 24,02158444 22/11/2011 45,68 1156,75 0,022047 25,50286725 1,8053 46,04032625 -127,5004191 -127,5004191 23/11/2011 45,34 1165,75 0,022047 25,70129025 1,8062 46,42167045 -171,6048914 -171,6048914 24/11/2011 45,34 1142 0,022047 25,177674 1,8434 46,41252425 4,115789078 4,115789078 25/11/2011 45,46 1125 0,022047 24,802875 1,893 46,95184238 -242,6931555 -242,6931555 28/11/2011 45,69 1141,5 0,022047 25,1666505 1,859 46,78480328 75,16759298 75,16759298 29/11/2011 45,63 1147 0,022047 25,287909 1,8478 46,72699825 26,01226318 26,01226318 30/11/2011 45,83 1152,75 0,022047 25,41467925 1,8102 46,00565238 324,6056423 324,6056423 01/12/2011 45,66 1153,75 0,022047 25,43672625 1,7922 45,58770079 188,0782169 188,0782169 02/12/2011 45,76 1161,75 0,022047 25,61310225 1,7836 45,68352917 -43,12277453 -43,12277453 05/12/2011 45,22 1156 0,022047 25,486332 1,7823 45,42428952 116,6578423 116,6578423 06/12/2011 45,05 1160,5 0,022047 25,5855435 1,7906 45,81347419 -175,1331004 -175,1331004 07/12/2011 45,11 1160,5 0,022047 25,5855435 1,7974 45,98745589 -78,29176311 -78,29176311 08/12/2011 44,46 1161,5 0,022047 25,6075905 1,7934 45,9246528 28,26138789 28,26138789 09/12/2011 44,28 1143 0,022047 25,199721 1,8123 45,66945437 114,8392955 114,8392955 12/12/2011 44,75 1144,5 0,022047 25,2327915 1,8211 45,9514366 -126,8920046 -126,8920046 13/12/2011 44,59 1149,25 0,022047 25,33751475 1,8403 46,62862839 -304,7363072 -304,7363072 14/12/2011 43,811130 0,022047 24,91311 1,8721 46,63983323 -5,042176459 -5,042176459 15/12/2011 44,06 1138 0,022047 25,089486 1,8602 46,67146186 -14,23288179 -14,23288179 16/12/2011 44,56 1158 0,022047 25,530426 1,8458 47,12406031 -203,6693041 -203,6693041 19/12/2011 44,83 1165,5 0,022047 25,6957785 1,8608 47,81470463 -310,7899449 -310,7899449 20/12/2011 45,07 1173,75 0,022047 25,87766625 1,8501 47,87627033 -27,70456335 -27,70456335 21/12/2011 45,07 1183,5 0,022047 26,0926245 1,855 48,40181845 -236,4966533 -236,4966533 22/12/2011 45,62 1185 0,022047 26,125695 1,8571 48,51802818 -52,29438165 -52,29438165 26/12/2011 45,57 1185 0,022047 26,125695 1,8554 48,4736145 19,98615667 19,98615667 27/12/2011 45,79 1206,25 0,022047 26,59419375 1,8578 49,40669315 -419,8853906 -419,8853906 28/12/2011 45,85 1203,5 0,022047 26,5335645 1,8626 49,42141724 -6,625840028 -6,625840028 29/12/2011 46,02 1198,75 0,022047 26,42884125 1,8751 49,55672023 -60,88634558 -60,88634558 03/01/2012 46,06 1208,75 0,022047 26,64931125 1,845 49,16797926 174,9334372 174,9334372 04/01/2012 46,68 1207,75 0,022047 26,62726425 1,8265 48,63469815 239,9764966 239,9764966 05/01/2012 46,97 1197,75 0,022047 26,40679425 1,8365 48,49607764 62,37923062 62,37923062 06/01/2012 46,88 1195,5 0,022047 26,3571885 1,8442 48,60792703 -50,33222621 -50,33222621 09/01/2012 47,53 1212,5 0,022047 26,7319875 1,8435 49,28041896 -302,621366 -302,621366 10/01/2012 47,54 1210,5 0,022047 26,6878935 1,8036 48,13428472 515,7604078 515,7604078 11/01/2012 47,35 1197,5 0,022047 26,4012825 1,8041 47,63055376 226,6789313 226,6789313 12/01/2012 47,48 1187,5 0,022047 26,1808125 1,7867 46,77725769 383,983229 383,983229 13/01/2012 47,69 1174 0,022047 25,883178 1,7846 46,19111946 263,7622057 263,7622057 17/01/2012 47,56 1189 0,022047 26,213883 1,7754 46,54012788 -157,0537887 -157,0537887 18/01/2012 46,9 1190 0,022047 26,23593 1,7785 46,66060151 -54,21313206 -54,21313206 19/01/2012 46,5 1197 0,022047 26,390259 1,7642 46,55769493 46,30795974 46,30795974 20/01/2012 45,3 1187 0,022047 26,169789 1,7664 46,22631529 149,1208372 149,1208372 23/01/2012 46,17 1197 0,022047 26,390259 1,7521 46,23837279 -5,425876935 -5,425876935 49 24/01/2012 46,3 1205 0,022047 26,566635 1,7643 46,87151413 -284,9136015 -284,9136015 25/01/2012 46,25 1205,25 0,022047 26,57214675 1,7623 46,82809422 19,53896084 19,53896084 26/01/2012 46,75 1212,25 0,022047 26,72647575 1,7382 46,45596015 167,460331 167,460331 27/01/2012 47 1209,5 0,022047 26,6658465 1,7429 46,47590386 -8,97467229 -8,97467229 30/01/2012 47,4 1190,5 0,022047 26,2469535 1,7502 45,93741802 242,3186321 242,3186321 31/01/2012 47,33 1197,5 0,022047 26,4012825 1,7385 45,89862963 17,45477525 17,45477525 01/02/2012 47,46 1211,5 0,022047 26,7099405 1,737 46,39516665 -223,44166 -223,44166 02/02/2012 47,38 1214,5 0,022047 26,7760815 1,732 46,37617316 8,547070725 8,547070725 03/02/2012 47,03 1217,75 0,022047 26,84773425 1,7216 46,22105928 69,80124294 69,80124294 06/02/2012 46,9 1210,75 0,022047 26,69340525 1,7243 46,02743867 87,1292755 87,1292755 07/02/2012 47,14 1216 0,022047 26,809152 1,7255 46,25919178 -104,2888965 -104,2888965 08/02/2012 47,22 1213,75 0,022047 26,75954625 1,7189 45,99698405 117,9934771 117,9934771 09/02/2012 47,23 1211,75 0,022047 26,71545225 1,7219 46,00133723 -1,958931067 -1,958931067 10/02/2012 47,06 1209,25 0,022047 26,66033475 1,7254 45,99974158 0,718043231 0,718043231 13/02/2012 47,25 1216,75 0,022047 26,82568725 1,7162 46,03824446 -17,32629636 -17,32629636 14/02/2012 47,42 1206,25 0,022047 26,59419375 1,7167 45,65425241 172,7964215 172,7964215 15/02/2012 47,1 1203,75 0,022047 26,53907625 1,7151 45,51716968 61,68723041 61,68723041 16/02/2012 47,08 1192,75 0,022047 26,29655925 1,732 45,54564062 -12,81192508 -12,81192508 17/02/2012 47,14 1195,75 0,022047 26,36270025 1,713 45,15930553 173,8507917 173,8507917 22/02/2012 47,38 1204,25 0,022047 26,55009975 1,7069 45,31836526 -71,57688076 -71,57688076 23/02/2012 47,79 1206,75 0,022047 26,60521725 1,7033 45,31666654 0,764424608 0,764424608 24/02/2012 47,79 1205,5 0,022047 26,5776585 1,7091 45,42387614 -48,24432019 -48,24432019 27/02/2012 47,86 1209,75 0,022047 26,67135825 1,7082 45,56001416 -61,26210913 -61,26210913 28/02/2012 47,7 1210,75 0,022047 26,69340525 1,7017 45,42416771 61,13090193 61,13090193 29/02/2012 47,78 1215,75 0,022047 26,80364025 1,7086 45,79669973 -167,6394078 -167,6394078 01/03/2012 47,84 1215 0,022047 26,787105 1,7146 45,92917023 -59,61172583 -59,61172583 02/03/2012 47,9 1211,5 0,022047 26,7099405 1,7239 46,04526643 -52,24328773 -52,24328773 Total: R$ 1.729,24 R$ 1.278,46 50 2012/2013 Data Ijuí Bmf Espelho Bmf2 Dolar Soja em Reais Ajuste R$ Ajuste R$ Grafico 28/09/2012 80,93 1293,5 0,022047 28,52 2,03 57,89 0,00 0,00 01/10/2012 81,5 1283,5 0,022047 28,30 2,0254 57,31 259,97 259,97 02/10/2012 79,21 1279,25 0,022047 28,20 2,026 57,14 77,79 77,79 03/10/2012 78,86 1291,75 0,022047 28,48 2,026 57,70 -251,25 -251,25 04/10/2012 78,4 1282,5 0,022047 28,28 2,0218 57,17 239,37 239,37 05/10/2012 77,69 1281,75 0,022047 28,26 2,024 57,20 -12,93 -12,93 08/10/2012 76,13 1289,25 0,022047 28,42 2,0307 57,72 -236,30 -236,30 09/10/2012 74,19 1301,5 0,022047 28,69 2,0331 58,34 -277,79 -277,79 10/10/2012 73,93 1299 0,022047 28,64 2,0373 58,35 -3,70 -3,70 11/10/2012 73,94 1313,25 0,022047 28,95 2,0363 58,96 -275,00 -275,00 15/10/2012 73,36 1288,5 0,022047 28,41 2,0377 57,89 482,11 482,11 16/10/2012 73,38 1290 0,022047 28,44 2,0345 57,86 10,63 10,63 17/10/2012 72,83 1298,25 0,022047 28,62 2,033 58,19 -147,20 -147,20 18/10/2012 73,25 1304,5 0,022047 28,76 2,029 58,35 -74,29 -74,29 19/10/2012 71,44 1297 0,022047 28,59 2,0266 57,95 181,86 181,86 22/10/2012 71,42 1295,5 0,022047 28,56 2,026 57,87 37,87 37,87 23/10/2012 70,92 1298,75 0,022047 28,63 2,0281 58,07 -92,38 -92,38 24/10/2012 70,92 1296,25 0,022047 28,58 2,0257 57,89 81,17 81,17 25/10/2012 71,86 1299 0,022047 28,64 2,0256 58,01 -53,98 -53,98 26/10/2012 71,86 1306,75 0,022047 28,81 2,0257 58,36 -157,04 -157,04 29/10/2012 70,5 1296 0,022047 28,57 2,0291 57,98 172,33 172,33 30/10/2012 72,31 1296 0,022047 28,57 2,0318 58,05 -34,72 -34,72 31/10/2012 72,63 1307,5 0,022047 28,83 2,0308 58,54 -218,84 -218,84 01/11/2012 72,57 1307,75 0,022047 28,83 2,0306 58,55 -2,44 -2,44 05/11/2012 72,08 1302,5 0,022047 28,72 2,0344 58,42 56,66 56,66 06/11/2012 72,33 1308 0,022047 28,84 2,0336 58,64 -100,63 -100,63 07/11/2012 73,21 1309,25 0,022047 28,87 2,0324 58,67 -9,63 -9,63 08/11/2012 74 1310 0,022047 28,88 2,0352 58,78 -51,51 -51,51 09/11/2012 73 1292 0,022047 28,48 2,0507 58,41 164,77 164,77 12/11/2012 73,33 1262,5 0,022047 27,83 2,047 56,98 646,53 646,53 13/11/2012 73,5 1257,5 0,022047 27,72 2,0609 57,14 -71,87 -71,87 14/11/2012 73,57 1251,25 0,022047 27,59 2,0624 56,89 109,17 109,17 16/11/2012 73,75 1237,5 0,022047 27,28 2,0706 56,49 180,67 180,67 19/11/2012 72,4 1251,5 0,022047 27,59 2,074 57,23 -329,81 -329,81 20/11/2012 72,5 1266,5 0,022047 27,92 2,0827 58,15 -417,96 -417,96 21/11/2012 72,5 1259,5 0,022047 27,77 2,0918 58,09 30,93 30,93 23/11/2012 71,88 1260 0,022047 27,78 2,098 58,28 -87,88 -87,88 26/11/2012 72,19 1269,25 0,022047 27,98 2,0782 58,15 56,80 56,80 27/11/2012 72,56 1282,25 0,022047 28,27 2,0746 58,65 -222,24 -222,24 28/11/2012 71,86 1279,5 0,022047 28,21 2,0907 58,98 -147,77 -147,77 29/11/2012 73 1281,25 0,022047 28,25 2,0986 59,28 -136,72 -136,72 30/11/2012 72,14 1280,5 0,022047 28,23 2,1068 59,48 -88,56 -88,56 03/12/2012 72,88 1290,25 0,022047 28,45 2,1115 60,06 -263,96 -263,96 04/12/2012 72,19 1284,25 0,022047 28,31 2,1072 59,66 180,48 180,48 05/12/2012 72,56 1298,5 0,022047 28,63 2,104 60,23 -256,68 -256,68 06/12/2012 71,94 1305,75 0,022047 28,79 2,0831 59,97 119,41 119,41 07/12/2012 71,67 1297,75 0,022047 28,61 2,0798 59,51 207,82 207,82 10/12/2012 71,93 1300 0,022047 28,66 2,0804 59,63 -54,17 -54,17 11/12/2012 72,3 1283,25 0,022047 28,29 2,0737 58,67 431,02 431,02 13/12/2012 71,81
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