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O-USO-DO-HEDGE-COMO-ESTRATÉGIA-DE-PROTEÇÃO-NA-COMERCIALIZAÇÃO-DE-SOJA-O-CASO-NO-MUNICIPIO-DE-IJUÍ-RS-Eliton-Alexandre-Holz

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS 
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O USO DO HEDGE COMO ESTRATÉGIA DE 
PROTEÇÃO NA COMERCIALIZAÇÃO DE 
SOJA: O CASO NO MUNICIPIO DE IJUÍ-RS 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONOGRAFIA 
 
 
 
 
 Eliton Alexandre Holz 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, RS, Brasil 
2015
O USO DO HEDGE COMO ESTRATÉGIA DE PROTEÇÃO NA 
COMERCIALIZAÇÃO DE SOJA: O CASO NO MUNICIPIO DE 
IJUÍ-RS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eliton Alexandre Holz 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao curso de Graduação de Ciências 
Econômicas, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,RS), 
como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Ciências 
Econômicas. 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Lazaro Camilo Recompensa Joseph 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, RS, Brasil 
2015 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS 
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS 
 
 
 
 
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, 
aprova a Monografia de Graduação 
 
 
 
O USO DO HEDGE COMO ESTRATÉGIA DE PROTEÇÃO NA 
PRODUÇÃO DE SOJA: O CASO NA CIDADE DE IJUÍ-RS. 
 
 
elaborado por 
Eliton Alexandre Holz 
 
 
 
Como requisito parcial para obtenção do grau de 
Bacharel em Ciências Econômicas 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA: 
 
 
Lazaro Camilo Recompensa Joseph. 
(Presidente/Orientador) 
 
 
 
 
Prof. Rita Inês Paetzhold Pauli, Drª. (UFSM) 
 
 
 
Prof. Sérgio Alfredo Massen Prieb, Dr. (UFSM) 
 
 
 
 
 Santa Maria, ___ de _______ de 2015 
 
 LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 – Gráfico da Soja em 2011.......................................................... 39 
Figura 2 – Gráfico da Soja em 2012.......................................................... 40 
Figura 3 – Gráfico da Soja em 2013.......................................................... 41 
Figura 4 – Gráfico da Soja em 2014.......................................................... 41 
 
RESUMO 
 
Monografia de Graduação 
Curso de Ciências Econômicas 
Universidade Federal de Santa Maria 
 
O USO DO HEDGE COMO ESTRATÉGIA DE PROTEÇÃO NA 
COMERCIALIZAÇÃO DE SOJA: O CASO NO MUNICIPIO DE IJUÍ-RS 
 
AUTOR: Eliton Alexandre Holz 
ORIENTADOR: Lazaro Camilo Recompensa Joseph 
Data e Local da Defesa: Santa Maria, __ de _______ de 2015. 
 
 
O trabalho foi desenvolvido com o intuito de apresentar características do 
contrato de Soja negociado na BM&FBOVESPA e também de realizar testes da 
efetividade ou não das operações de Hedge com a commoditie soja para os 
agricultores da cidade de Ijuí, no Rio Grande do Sul, nas safras que 
compreendem o ano de 2011 até o ano de 2014. 
Com a obtenção de dados Históricos da Soja em Ijuí e da mesma forma dados 
dos contratos futuros de soja na BM&F, iniciou-se um estudo em anos 
anteriores (simulações) com a metodologia de Hedge de Venda em soja futura 
iniciando no período de plantio de cada ano citado, tendo termino no período 
de colheita. Além disso, na busca por melhores resultados, é analisado a 
mesma metodologia, porém com a ajuda do gráfico da Soja negociada na 
BM&F como forma de captar a tendência dos preços. Percebe-se uma diferença razoável nessas metodologias na hora do agricultor realizar proteção 
contra a oscilação dos preços, sendo relevantes os produtores se adequarem a 
mecanismos como este para gestão do seu próprio negocio. 
 
 
Palavras-chave: Hedge, Soja, BM&F. 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 7 
1.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 8 
1.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 8 
1.3 Justificativa .................................................................................................. 8 
1.4 Estrutura do trabalho ................................................................................... 8 
2 CAPITULO 1 – SOJA E SEUS RISCOS DE PRODUÇÃO ......................... 9 
2.1 Riscos da Produção Agricola: Necessidade de Mecanismo de Proteção .. 11 
2.1.1 Risco Operacional .................................................................................... 12 
2.1.2 Riscos de Preços ..................................................................................... 13 
3 CAPITULO 2 – MERCADO BM&F BOVESPA ......................................... 15 
3.1 Conceito de Hedge em Mercados Futuros................................................. 17 
3.2 Funções da Bolsa ...................................................................................... 19 
3.3 Participantes do Mercado .......................................................................... 19 
3.3.1 Bolsa de Futuros ...................................................................................... 19 
3.3.2 Especuladores ......................................................................................... 19 
3.3.3 Hedger ..................................................................................................... 20 
3.4 Contrato Futuro .......................................................................................... 20 
3.5 Negociação de Soja Física x Soja em Bolsa .............................................. 21 
3.6 Hedge de Venda ........................................................................................ 22 
3.7 Risco de Base ............................................................................................ 23 
3.8 Margem de Garantia .................................................................................. 25 
4 ANÁLISE DE RESULTADOS .................................................................... 26 
4.1 Metodologia Aplicada ................................................................................. 26 
4.2 Ajuste Diário ............................................................................................... 28 
4.3 Hedge Especulativo com Análise Gráfica Aplicada a Commodities ........... 29 
4.4 Principio da Análise Técnica ...................................................................... 30 
4.5 Gráfico por Candles ................................................................................... 30 
4.6 Média Móvel Exponencial .......................................................................... 32 
5 RESULTADOS .......................................................................................... 36 
5.1 Safra 2011/2012 ........................................................................................ 36 
6 
5.2 Safra 2012/2013 ........................................................................................ 36 
5.3 Safra 2013/2014 ........................................................................................ 36 
5.4 Safra 2014/2015 ........................................................................................ 37 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 41 
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 42 
APÊNDICES .................................................................................................... 44 
 
7 
1 INTRODUÇÃO 
 
Devido a uma das principais caraterísticas da produção agrícola que, 
segundo BERLATO & FONTANA (1999), é o alto grau de instabilidade 
climática, vicissitude esta, que não permite que os agentes do agronegócio se 
sintam seguros e também, constituem uma razão de preocupação quanto ao 
preço futuro do seu produto (a soja neste caso) a ser praticado no mercado, o 
uso de estratégias para reduzir a volatilidade dos preços na hora da 
comercialização da soja, faz-se necessário o uso de mecanismos de proteção. 
O rápido desenvolvimento do cultivo da soja no País, a partir dos anos 
60, fez surgir um novo e agressivo setor produtivo, altamente demandante por 
tecnologias que a pesquisa ainda não estava estruturada para oferecer na 
quantidadee qualidade desejadas. Dentre tantas iniciativas e alternativas para 
incrementar e fortalecer o cultivo da soja, uma pouca utilizada é a proteção 
através do Hedge. Assim sendo, dentre todas as possibilidades de 
investimentos e negociações existentes, a Bolsa de Valores se enquadra como 
ferramenta a ser utilizada como mecanismo de proteção de preço e gestão de 
risco. 
O crescimento da produção e o aumento da capacidade competitiva da 
soja brasileira, sempre estiveram associados aos avanços científicos e à 
disponibilização de tecnologias ao setor produtivo. É muito notável a 
necessidade de encontrar uma maneira de conseguir gerenciar ou minimizar os 
riscos envolvidos, ainda mais no Brasil que, ocupa a vaga de segundo maior 
produtor mundial de soja segundo dados do USDA (2010). O planejamento no 
agronegócio é essencial, e é sabido que o agronegócio é uma atividade que 
envolve riscos. Dessa maneira a busca pelo êxito da produção é de extrema 
importância. 
O hedge se baseia na compra e venda de contratos futuros de soja 
negociados na BM&FBovespa. Esse número de contratos vem aumentando 
ano após ano, porém há um espaço muito grande ainda para ser descoberto. 
Uma pequena mudança na rotina dos produtores ou famílias que vivem da soja 
será obviamente necessária para o uso do Hedge e, por esse motivo, percebe-
se pouca demanda na utilização dessa ferramenta. 
8 
Sendo assim, veremos se em anos anteriores recentes, existiu algum 
beneficio ao produtor na cidade em questão (Ijuí-Rs), de eliminar a 
consequência dos riscos, que é a oscilação dos preços, conseguindo 
justamente fixar os preços de venda com antecedência para que de alguma 
maneira essa estratégia de proteção possa ser utilizado daqui pra frente. 
1.1 Objetivo Geral 
O trabalho pretende mostrar às pessoas, principalmente produtores 
agrícolas, a existência e possibilidade de maneira simples, da utilização de 
mecanismos de proteção contra a oscilação dos preços durante as safras de 
soja. 
 
1.2 Objetivos Específicos 
• Analisar e avaliar os resultados na utilização da estratégia de 
Hedge com contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa como 
mecanismo de proteção de preço e gestão de risco para o produtor rural de Ijuí. 
• Definir a estratégia ideal (melhor momento) para tomada de 
decisão no gerenciamento da produção de soja, minimizando os problemas 
relacionados à produção e comercialização do mesmo. 
1.3 Justificativa 
É praticamente inevitável não observar o comportamento dos preços de 
soja no mercado à vista e no mercado futuro em períodos de colheita serem 
geralmente diferentes daqueles negociados no momento de plantio. Questões 
ligadas a diferença da cotação de soja nesses dois períodos podem ser 
favoráveis ou não ao produtor. Diante do exposto, a pesquisa realizada avalia o 
Hedging como instrumento de controle de risco contra a oscilação dos preços, 
bem como sua efetividade nos resultados financeiros do produtor. 
1.4 Estrutura do trabalho 
Através do Capitulo 1 teremos uma breve noção de alguns números da 
soja (números mundiais, do Brasil e em especifico de Ijuí no Rio Grande do 
Sul). No Capitulo 2 teremos informações relativas ao mercado BM&F, que é 
onde atuam os participantes do mercado de Hedge. Após essas considerações 
teremos a analise dos resultados juntamente com a explicação detalhada de 
como fazer o Hedge com a ajuda de gráficos. 
9 
2 CAPITULO 1 – SOJA E SEUS RISCOS DE PRODUÇÃO 
 
Se forem analisados dados Brasileiros da produção de grãos em geral, 
veremos um nítido crescimento no aumento da capacidade produtiva, isso 
devido ao crescimento da produção e da competividade. Percebemos isso pois, 
em 1960, a produção de grãos no Brasil atingia 17,2 milhões, onde a 
população era de 70 milhões, a área plantada de 22 milhões e a produtividade 
média por hectare era 783 quilos. Segundo dados do Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento e do USDA (2010) divulgados pelo Portal do 
Conteúdo Agropecuário (Agrolink), hoje a população é de 190 milhões, 150 
milhões é a produção de grãos, a área é de 47 milhões e a produtividade média 
é de 3,173kg por hectare. Se o Brasil mantivesse a mesma tecnologia de 1960, 
teria de ocupar mais 145 milhões de hectares de terra. 
De acordo com a Food and Agriculture Organization - FAO, informações 
retiradas do Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, o continente 
americano é responsável por cerca de 86% de toda soja produzida no mundo - 
uma das principais commodities negociada nos mercados internacionais. 
Quantidade produzida de soja em grão por continente - média 2009-
2011 (%): 
 
 
Fonte: FAO. FAOSTAT 2012 
10 
Segundo dados do USDA (2014) a produção de soja no mundo, totalizou 
283,873 milhões de toneladas em 2014, esta totalidade sendo plantada em 
uma área total de 113,049 milhões de hectares. Os EUA ainda possui posto de 
maior produtor mundial, com 89,507 milhões de toneladas em uma área de 
30,703 milhões de hectares (produção média de 2.915 kg/ha). A importância da 
soja pode ser expressa em números. O Brasil em pouco mais de 30 anos, 
passou de uma produção de um milhão de toneladas de soja em 1970 para 51 
milhões em 2003 e atualmente segue como segundo maio produtor mundial, 
totalizando segundo CONAB (2014) 85,656 milhões de toneladas, em uma 
área muito parecida com a Americana, de 30,135 milhões de hectares 
(produção médica com quebra de produção 2.842 kg/há). 
A soja é, no Brasil, um dos principais itens da produção agrícola. 
Percebemos facilmente através da relação entre o total de área no Brasil 
destinado a agricultura, que está em 47 milhões de hectares (CONAB, 2014), 
sendo a área de 31.532,943 milhões especificamente de soja. 
Conforme dados divulgados pela Embrapa (2000), em 1900 e 1901, o 
Instituto Agronômico de Campinas, SP, promoveu a primeira distribuição de 
sementes de soja para produtores paulistas e, nessa mesma data, têm-se 
registro do primeiro cultivo de soja no Rio Grande do Sul (RS), onde a cultura 
encontrou efetivas condições para se desenvolver e expandir, dadas as 
semelhanças climáticas do ecossistema de origem (sul dos EUA) dos materiais 
genéticos existentes no País, com as condições climáticas predominantes no 
extremo sul do Brasil. O primeiro registro de cultivo de soja no Brasil se deu no 
município de Santa Rosa, RS. Mas foi somente a partir dos anos 40, com 
ênfase nos anos 60 e 70 que ela adquiriu alguma importância econômica. A 
soja teve sua expansão nessa época com o interesse da indústria de óleo, este 
que serve como fonte de alimento e nos dias atuais pode ser usado como 
biocombustível, e também pela demanda do mercado internacional. 
O interesse do Governo brasileiro pela expansão na produção da soja 
para atender a indústria, fez com que a leguminosa ganhasse cada vez mais 
incentivos oficiais. Para atender as exigências de produção de uma cultura 
altamente tecnificada foi criado, em 1975, o Centro Nacional de Pesquisa de 
Soja, como uma das unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa 
11 
Agropecuária (Embrapa), estrategicamente localizado para que pudesse 
atender as demandas da produção nacional. 
Se pegarmos dados da produção no Rio Grande do Sul, de acordo com 
relatório da Soja divulgado pela Emater em 30/04/2015 em seu próprio site, a 
produtividade média em âmbito estadual (Rio Grande do Sul) está em 2.910 
kg/há e a projeção de produção total no estado para o ano de 2015 está no 
total de 15,192 milhões de toneladas, a maior até hoje obtida no Estado. 
Também segundo informações (via contato telefônico )1 da Emater, os 
dados são de que o rendimento médio da oleaginosa em Ijuí está entre 40 e 45 
sacas por hectare. Um produtor que menos colhe soja em Ijuí registra em torno 
de 25 sacas por hectare. Porém, há casos isolados de agricultores com 
aproximadamente 60 sacas. 
2.1 Riscos da Produção Agricola: Necessidade de Mecanismo de 
Proteção 
A atividade agrícola é cercada de riscos que podem afetar os preços, e 
principalmente contribuirpara o sucesso ou não de quem pratica o cultivo. 
Segundo Mendes e Padilha Junior (2007), a produção agropecuária, 
representa basicamente um empreendimento, em que os produtores enfrentam 
inúmeros riscos em todas suas etapas do processo produtivo. Alguns fatores 
como a necessidade de agua durante todo o ciclo, além da temperatura, 
podem ser causas dessa variação e a consequência afeta diretamente a renda 
de famílias. Para os autores, o mercado de futuros permite estabilização dos 
preços o que acaba gerando redução do risco e proporciona uma renda mais 
estável ao produtor. 
Os fatores que afetam a demanda e a oferta agrícola são 
constantemente cercados por situações de risco e incerteza. A demanda por 
esses produtos as vezes não depende dos preços, de outro lado sua oferta é 
bastante instável e sazonal, com a colheita ocorrendo somente em alguns 
meses do ano e com grandes incertezas em relação ao real volume a ser 
produzido. 
1 Contato telefônico realizado com um dos Diretores da Emater Regional de Ijuí, (que preferiu não ter seu 
nome divulgado) em junho 2015. 
 
12 
Em países mais desenvolvidos, o caminho fundamental, de acordo com 
LENHARO (2001), para contornar o problema da variabilidade de preços na 
comercialização de produtos agrícola, sem a intervenção governamental, tem 
sido o estabelecimento de estratégias baseadas em relações contratuais, a 
estrutura de armazenagem e o mercado de futuros e derivativos agropecuários. 
Sendo a comercialização uma atividade sazonal realizada em condições 
de risco e incerteza, os produtores defrontam-se com o dilema de quanto, 
quando e como vender sua produção. 
Podemos perceber a importância disso se imaginamos o planejamento 
da venda, pois uma vez tomada a decisão da safra, o produtor não pode mais 
alterar nem a quantidade produzida nem os custos médios de produção, ou 
seja, o preço de venda assume importância vital na rentabilidade da atividade 
agrícola, devido aos custos variáveis passarem a serem fixos e o volume 
produzido ser inelástico ao preço. 
O Hedge é um instrumento que busca neutralizar variação dos preços, 
mas não consegue eliminar os riscos que serão vistos a seguir. 
2.1.1 Risco Operacional 
Alguns aspectos naturais, ou riscos climáticos, podem ser considerados 
como principais limitantes do processo de produção agrícola de acordo com 
Silva (2001). O que para outros setores pode ser considerado indiferente, aqui 
faz total sentido. Nesse caso tem-se nos fatores da natureza a principal fonte 
de volatilidade dos preços nos mercados que, são riscos de preços cuja 
variação ocorre desde a decisão de fazer ou não o plantio até a 
comercialização do produto final. Geralmente, são originados por fatores 
externos à atividade e, por isso, não se tem controle e conhecimento 
suficientes para evitá-los antecipadamente. 
A falta ou excesso de chuvas, granizo, ventanias são tratados como 
riscos operacionais envolvidos na produção. Aqui podemos ter a perda total ou 
boa parte da produção de uma safra. Também podemos incluir aqui as pragas 
que eventualmente aparecem nas safras. 
Obviamente esse risco é pouco administrável, pois são considerados 
fatores naturais a qual a existência ou não, é limitada a interferência humana. 
13 
A precipitação pluvial foi identificada como a principal variável 
meteorológica determinante de oscilações no rendimento de grãos de soja no 
Rio Grande do Sul, tanto interanual quanto entre diferentes regiões (MOTA, 
1983; CUNHA et al., 1999; BARNI & MATZENAUER, 2000). Essa é a variável, 
que de dezembro a março dos anos 90 explica cerca de 80% da variação do 
rendimento de soja no RS, conforme resultados obtidos por BERLATO & 
FONTANA (1999). 
2.1.2 Riscos de Preços 
A formação de preços de produtos agropecuários que, na maioria dos 
casos, é também negociada em bolsas especializadas na comercialização 
desses produtos, apresenta mecanismos próprios, fora da influência direta do 
detentor da mercadoria, seja ele produtor, processador ou comerciante. 
Algumas fontes de risco podem guardar relação entre si como, por exemplo, 
risco cambial e de preços, e risco institucional que influencia riscos financeiros. 
A sazonalidade da produção agropecuária é um fator que torna 
complexa essa situação pois, dependendo do ciclo da safra, haverá grandes 
quantidades do produto ocasionando baixos preços, estes que se alternam em 
momentos de entressafra. De forma objetiva, podemos dizer que o preço das 
mercadorias é formado pelo mercado, que ocorre pela livre negociação de 
contratos de compra e venda entre produtores e compradores. 
No Brasil, o preço das commodities agrícolas segue, na maioria das 
vezes, o movimento dos preços internacionais que estão subordinados às 
flutuações do mercado mundial. Em períodos recentes, o aumento da oferta de 
produtos agropecuários derrubou as cotações nos principais mercados 
internacionais, afetando os produtores brasileiros de commodities 
agropecuárias. 
O produtor Brasileiro enfrenta, além do nível internacional dos preços, a 
valorização da moeda brasileira frente ao dólar. Um exemplo é a safra 
2004/2005 que foi prejudicada pela expansão da oferta mundial que ocasionou 
a queda dos preços e pela valorização do Dólar frente ao Real. Os produtores 
rurais perderam ao adquirir insumos importados ao dólar valorizado, na época 
do plantio e se viram obrigados a negociar a safra a preços muito menores que 
os das safras anteriores. 
14 
Entretanto, o risco das oscilações dos preços é outro que não está sob 
controle do detentor da mercadoria, portando é mais um motivo que soma 
quando se pensa em incertezas na produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
3 CAPITULO 2 – MERCADO BM&F BOVESPA 
 
A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo 
(BM&FBOVESPA S.A.) é a bolsa oficial do Brasil. Sediada em São Paulo, a 
BM&FBovespa é a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de 
mercado. Em 8 de maio de 2008, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e 
a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) fundiram-se, dando origem a uma 
nova instituição batizada de BM&FBOVESPA. 
Principais pontos de sua Cronologia: 
• 1890 - Fundação da Bolsa Livre, fechada um ano depois em 
decorrência da política do Encilhamento; 
• 1934 - Mudança da sede da bolsa de valores para o Palácio do 
Café, onde recebeu o nome de Bolsa Oficial de Valores de São Paulo; 
• 1967 - Surgimento das sociedades corretoras e do operador de 
pregão. A bolsa passa a se chamar Bolsa de Valores de São Paulo - Bovespa; 
• 1970 - As movimentações financeiras que ocorriam na Bovespa 
passam a ser registradas eletronicamente; 
• 1986 - Início dos pregões da Bolsa Mercantil & de Futuros - 
BM&F; 
• 1991 - Acordo entre a BM&F e a Bolsa de Mercadorias de São 
Paulo - BMSP; passa a ter a denominação Bolsa de Mercadorias & Futuros; 
• 1999 - Lançamento dos serviços Home Broker e After-Market pela 
Bovespa; 
• 2008 - Integração da Bovespa Holding S.A. e da BM&F S.A. com 
a criação da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros - BM&FBOVESPA S.A., 
a terceira maior bolsa do mundo em valor de mercado. Lançamento da 
modalidade de negociação DMA para o segmento de derivativos (BM&F) e 
estabelecimento do acordo de roteamento de ordens com a Bolsa Mercantil de 
Chicago (CME) 
• 2010 - Torna-se a segunda maior bolsa de valores do mundo em 
valor de mercado, alcançando a marca de R$ 30,4 bilhões. 
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
A BM&F iniciou suas atividades em 1986. Tem em sua função 
primordial, garantir a fixação de preços de compra e também de venda, onde 
16 
se negociam os contratos de commodities. Foi desenvolvida para reduzir riscos 
justamente da variação de preços dessas atividades econômicas. Em algumas 
situações de instabilidade, pode proporcionar um seguro dos preços, 
protegendo de um efeito negativo nos preços. 
Uma Bolsa de Mercadorias negocia o preço de um produto para entrega 
em uma data futura. Exemplo que na BM&F são negociadoscontratos de boi, 
soja, café, milho entre outros, o que permite ao produtor garantir o preço de 
seu produto antes que ele esteja colhido e beneficiado. A esses produtos, dá-
se o nome de commodities que, na BMF, são muito bem especificados, desde 
quantidade, qualidade e outras características. 
A negociação é feita via compra e venda como se fosse uma ação, 
então não necessariamente quando se compra um contrato a intenção é de 
adquirir o produto físico, mas sim negociar apenas os preços. 
Abaixo exemplo de ofertas de soja na BM&F, onde temos um comprador 
a 22,57 e um vendedor a 22,67: 
 
Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO – cotação dia 06/07/2015. 
 
A grande diferença do Mercado Futuro para o físico está no fato de que 
no primeiro, se movimenta praticamente apenas contratos, onde a liquidação é 
pela diferença de preços e não pela entrega da mercadoria. 
Assim como para qualquer pessoa que tenha interesse, para que um 
agente do agronegócio (produtor, agroindústria, frigorífico, cooperativa) possa 
atuar em bolsa de futuros, deverá estar devidamente cadastrado em uma 
corretora de futuros, com a qual firma um contrato de intermediação. Os 
agentes, além da estrutura da própria bolsa, que utilizam as bolsas de futuros 
são classificados em duas categorias: os hedgers (arbitradores) e os 
especuladores. 
17 
3.1 Conceito de Hedge em Mercados Futuros 
A busca de Hedge, ou proteção contra oscilações inesperadas nos 
preços, é uma prática antiga. Segundo Marques (2006), ela começou em 
meados do século XIX no mercado de commodities agrícolas de Chicago. 
Agricultores e pecuaristas que traziam seus produtos à cidade para vender 
queriam reduzir o risco de quedas súbitas nas cotações. Se muitos levassem 
sua produção ao mercado no mesmo dia, a oferta seria muito superior à 
demanda e os preços desabariam. Para evitar esse risco, compradores e 
vendedores passaram a negociar os preços antes da entrega. Essa foi a 
origem das operações a termo. Posteriormente, essas operações foram 
aperfeiçoadas e deram origem aos modernos derivativos, hoje comuns no 
mercado financeiro. Os derivativos financeiros mais usados são as opções de 
compra (calls), as opções de venda (puts) e os contratos futuros. A combinação 
desses instrumentos permite a montagem de diversas operações de hedge. 
A negociação de grãos em mercados futuros pode ser utilizada como 
uma maneira de reagir à instabilidade econômica. A proteção que o Hedge 
oferece, não ainda no âmbito do mercado de derivativos, mas em termos de 
estoques de indústria, pode ter sido um dos fatores que influenciaram a 
crescente industrialização estadunidense a partir da Segunda Guerra Mundial 
segundo LENHARO (2001), sob pretexto de ajuda humanitária. Ainda conforme 
LENHARO (2001) os EUA contribuíram com os países da Europa (plano 
Marshall), e assim puderam aumentar suas exportações tanto quanto tiveram 
de aumentar as importações. Essa dependência do mercado externo criou a 
necessidade de se explorar de maneira segura as transações industriais e 
internacionais. É nesse panorama que nasce e se expande o Hedge, que 
naquela época foi visto com bons olhos. 
Segundo BIEGAI (2010) quando se diz que alguém fez um Hedge, é a 
mesma coisa que dizer que ela fez uma trava de um determinado preço. O 
Hedging nada mais é que do que uma fixação de preços, e a lógica do 
Mercado Futuro é funcionar como uma ferramenta de compensação financeira, 
com o intuído de garantir um resultado prévio. 
Para quem precisa receber ou comprar commodities - como indústrias, 
operadores e exportadores - a BMF (Bolsa de Mercadorias e Futuros do Brasil) 
permite que se trave um determinado preço, assim evitando as eventuais 
 
oscilações de preços entre o período da fixação até o recebimento ou entrega 
da mercadoria efetivamente.
praticados em bolsa e á vista tendem a con
Gráfico convergência de preço futuro e á vista. Fonte: Biegai (201
 
Em bolsa pode ser praticado o Hedge de Compra
compra no mercado futuro e vende à vista
Venda, onde ocorrerá venda no futuro e o produtor esta comprado na safra. 
Este segundo será o caso de estudo.
Em suma, quando utilizamos esse tipo de estratégia, podemos citar 
algumas características como: estabelece antecipadamente preço de venda, 
serve para o custo e longo prazo, necessita conhecimento do custo de 
produção e bom planejamento orçamentário, exige que produtor esteja 
capitalizado (deposito de margem de garantia) e
de alta o ganho fica limitado.
A lei básica de quem utiliza o 
e no mercado futuro variam no mesmo sentido. Porem
oscilação não ocorrer sempre de maneira perfeita, existe a
oscilações de preços entre o período da fixação até o recebimento ou entrega 
da mercadoria efetivamente. No vencimento do contrato futuro, os preços 
praticados em bolsa e á vista tendem a convergir para o mesmo ponto (
Gráfico convergência de preço futuro e á vista. Fonte: Biegai (201
ser praticado o Hedge de Compra onde
compra no mercado futuro e vende à vista. Há também o caso 
venda no futuro e o produtor esta comprado na safra. 
Este segundo será o caso de estudo. 
Em suma, quando utilizamos esse tipo de estratégia, podemos citar 
s características como: estabelece antecipadamente preço de venda, 
serve para o custo e longo prazo, necessita conhecimento do custo de 
produção e bom planejamento orçamentário, exige que produtor esteja 
deposito de margem de garantia) e estar ciente que em mercado 
de alta o ganho fica limitado. 
A lei básica de quem utiliza o Hedge é que os preços no mercado físico 
e no mercado futuro variam no mesmo sentido. Porem pode acontecer dessa 
oscilação não ocorrer sempre de maneira perfeita, existe aí um pequeno risco.
18 
oscilações de preços entre o período da fixação até o recebimento ou entrega 
No vencimento do contrato futuro, os preços 
ponto (preço). 
 
Gráfico convergência de preço futuro e á vista. Fonte: Biegai (2010) 
onde, o exportador 
também o caso do Hedge de 
venda no futuro e o produtor esta comprado na safra. 
Em suma, quando utilizamos esse tipo de estratégia, podemos citar 
s características como: estabelece antecipadamente preço de venda, 
serve para o custo e longo prazo, necessita conhecimento do custo de 
produção e bom planejamento orçamentário, exige que produtor esteja 
r ciente que em mercado 
edge é que os preços no mercado físico 
acontecer dessa 
í um pequeno risco. 
19 
3.2 Funções da Bolsa 
Conforme a CME GROUP (2015), informações divulgadas em seu site, 
as principais funções econômicas de uma bolsa de futuros são gestão de riscos 
e estabelecimento de preços. A bolsa viabiliza estas funções fornecendo um 
pregão e plataformas operacionais para congregar compradores e vendedores. 
A bolsa também estabelece e impõe regulamentos para assegurar a realização 
das operações em ambiente aberto e competitivo. Por este motivo, todas as 
compras e vendas devem ser efetuadas através do sistema eletrônico de 
entrada de ordens. Como cliente, você tem o direito de escolher em qual 
plataforma operacional deseja colocar suas ordens. Cada cliente poderá fazer 
operações eletrônicas diretamente, através do seu corretor, ou com a 
aprovação prévia dele. 
3.3 Participantes do Mercado 
3.3.1 Bolsa de Futuros 
Em 2007 a Bovespa deixa de ser uma associação civil sem fins 
lucrativos e tornou-se oficialmente uma empresa de capital aberto com ações 
negociadas em seu próprio mercado de ações. Serve de agente custodiante e 
liquidante das operações. Em outras palavras, oferece toda a estrutura física e 
tecnológica para negociação do mercado futuro. 
3.3.2 Especuladores 
Os especuladores e os arbitradores são participantes extremamente 
fundamentais nesse mercado, esses não possuem commodities e atuam nas 
bolsas apenas assumindo riscos, comprando e vendendo contratos para 
garantir ganhos financeiros com a oscilação dos preços. Provavelmente serão 
esses que darão a liquidez para o Hedger fazer sua operação no momento que 
ele quiser. 
Suas operações no mercadotem objetivo de obter lucro monitorando as 
distorções de preços e arbitragens. Entre eles estão as pessoas físicas, fundos 
de investimentos e scalpers. Geralmente opera de maneira alavancada, ou 
seja, opera na bolsa recursos financeiros que não possui efetivamente. 
De acordo com (Keynes (1930) e Hicks (1939) apud FILENI (1999), os 
especuladores seriam atraídos para a comercialização nos mercados futuros 
em função de um prêmio pelo risco. 
20 
3.3.3 Hedger 
Tipicamente os Hedgers são: fazendeiros e produtores que precisam 
tomar medidas protetivas contra a queda de preços das colheitas, os 
comerciantes que precisam tomar proteção contra a alta de preços entre o 
momento da compra (ou contratação de compra) de grãos, os processadores 
de alimentos e fabricantes de ração que precisam tomar proteção contra o 
aumento dos custos da matéria prima ou contra a queda no valor dos estoques, 
exportadores que precisam tomar proteção contra a alta de preços dos cereais 
com contratos para entrega futura mas que ainda não foram adquiridos, 
importadores que desejam aproveitar os preços mais baixos dos cereais para 
contratos de entrega futura mas que ainda não foram recebidos. O número de 
indivíduos e empresas que procuram proteção contra o declínio de preços em 
um determinado momento raramente é o mesmo número que procura proteção 
contra a elevação de preços, é vital haver outros participantes no mercado. 
Em suma este é o agente que está envolvido em atividades de produção 
ou serviços. É o participante que tem uma posição de risco inicial, que é 
basicamente a sua atividade comercial, e utiliza o mercado futuro para reduzir 
ou eliminar esse risco. Esse participante é aquele que, ao contrário do 
especulador, evita riscos utilizando as coberturas para as posições combinadas 
no mercado físico. 
Segundo estudo de FREITAS (2011), a razão ótima aconselhada no 
mercado futuro como ferramenta auxiliar no gerenciamento de risco, será de 
13,97% da sua produção, podendo variar de caso a caso, para que o restante 
seja negociado livremente no mercado físico ou contratos a termo. 
3.4 Contrato Futuro 
O contrato futuro é um compromisso de fazer ou receber entrega de 
certa quantidade e qualidade de determinado produto, ou commodity, em 
horário e local de entrega específico no futuro. Todos os termos do contrato 
são padrão, com exceção do preço, que é determinado pela oferta (ordens de 
venda) e pela demanda (ordens de compra). Uma transação contrária é o 
método mais frequentemente usado para liquidar um contrato futuro. A entrega 
física acontece em menos de 2% dos casos para todos os contratos agrícolas 
negociados. 
Esses contratos são muito bem especificados, exemplo: 
21 
“Cada contrato futuro é cotado em dólares norte-americanos e 
equivale a 450 sacas de 60 quilos líquidos ou 27 toneladas métricas. 
A oscilação de preço máxima diária será de 5% para mais ou para 
menos, em relação ao preço de ajuste do dia anterior.” 
“Ativo-objeto de negociação Soja em grão a granel tipo exportação, 
com os seguintes limites máximos: 14% (catorze por cento) de 
umidade; 1% (um por cento) de matérias estranhas e impurezas; 30% 
(trinta por cento) de quebrados; 8% (oito por cento) de esverdeados; 
8% (oito por cento) de avariados (queimados, ardidos, mofados, 
fermentados, germinados, danificados, imaturos e chochos), dos 
quais se permite até 6% (seis por cento) de grãos mofados, até 4% 
(quatro por cento) de grãos ardidos e queimados, sendo que esse 
último não pode ultrapassar 1% (um por cento); e 18,5% de conteúdo 
de óleo”. Fonte BMFBOVESPA (2011). 
3.5 Negociação de Soja Física x Soja em Bolsa 
Com base em dados coletados dia 25/06/2015 no Site da BM&F, as 
posições em aberto na Soja BM&F somam 110 contratos e a Soja com 
Liquidação Financeira com Referencia em Chicago somam 1.747 contratos. 
Basicamente para existir cada um desses contratos, em algum momento houve 
negociação entre diferentes partes para gerar essa liquidez. Por exemplo, um 
agricultor quer se proteger da queda de preços e deseja fazer Hedge da Sua 
Produção realizando a venda de um contrato de Soja, independente do preço, 
com vencimento em março/2016. O comprador desse contrato é uma indústria 
que quer se expor a uma possível alta dos preços. Repare que temos um 
comprador e um vendedor, então dessa maneira teremos um contrato sendo 
aberto. Agora se em outro momento outra indústria e outro agricultor fazem o 
mesmo, teremos um segundo contrato aberto na BM&F e assim por diante. 
Nesse caso, se juntarmos todos os contratos atualmente negociados na BM&F, 
teremos 1.857 contratos em aberto, distribuídos entre Hedgers e 
especuladores. Multiplicando esses contratos por 450 sacas, que representa o 
volume dos contratos, teremos uma negociação de 835.650 sacas. 
Agora com o numero de sacas negociadas, podemos multiplicar esse 
numero por 60, pois cada saca na BM&F representa 60 kg. Então teremos um 
volume de: 
Volume = 835.650 (Sacas) x 60 (kg de cada saca) 
Volume= 50.139.000 kg de produção. Ou, 50.139 toneladas. 
Em bolsa, temos a negociação de 50 mil toneladas. A produção no Brasil 
é de 90 milhões de toneladas. Dessa maneira temos a informação de que 
apenas 0,06% da produção de soja brasileira é negociada no mercado BM&F. 
22 
É nítido o potencial de crescimento que existe nesse mercado, e o quão pouco 
ele é utilizado. 
 
Fonte: Elaborado Pelo Próprio Autor 
 
3.6 Hedge de Venda 
Para se ter uma ideia melhor de como o Hedge funciona, vamos supor 
que estamos no mês de maio e que você é um fazendeiro de soja com uma 
safra no campo; ou talvez um vendedor com um estoque de soja que foi 
comprada, porém ainda não foi vendida. Na terminologia de mercado, você tem 
uma posição comprada no mercado físico. O preço do mercado atual para a 
soja a ser entregue em outubro é de R$9,00 por saca. Se o preço subir desde o 
presente momento até o mês de outubro, quando planeja vender, você estará 
lucrando. Porém, se o preço cair no decorrer deste prazo, você incorrerá 
perdas. 
Para se proteger de uma possível queda de preços no decorrer dos 
meses, você poderá fazer um Hedge, isto é, vender agora um número 
correspondente de sacas no mercado futuro, comprando-os de volta mais tarde 
no momento de vender a sua safra no mercado físico. Se o preço no mercado 
23 
físico declinar no momento da colheita, qualquer perda incorrida será 
compensada pelo ganho com o Hedge no mercado futuro. Esse tipo de hedge 
em particular é conhecido como um Hedge de venda devido à posição inicial 
vendida em futuros. 
No mercado futuro as pessoas podem vender antes e depois comprar, 
ou comprar antes de vender. Comprar a um preço mais baixo e vender a um 
preço mais alto conduz a um ganho na posição de futuros, não fazendo 
diferença qual ponta foi feita primeiro. 
Vender agora com a intenção de comprar depois significa montar uma 
posição vendida no mercado futuro. Uma queda nos preços resultará em um 
ganho no mercado futuro, já que você vendeu a um preço mais alto e comprou 
a um preço mais baixo. 
Aplicando a teoria de portfolio a uma posição de hedge com o interesse 
de minimizar o risco do retorno em função do tamanho da posição futura, 
determina-se a razão de Hedge de mínima variância, assunto amplamente 
discutido no artigo de Francisco Carlos Gomes ( 1987). Os autores clássicos no 
estudo consultado, reconheceram que a melhor posição de Hedge não é igual 
ao tamanho da posição à vista. 
Quem vende no mercado futuro, recebe ou paga ao longo do tempo a 
diferença entre o preço de venda na bolsa e o valor do ativo no vencimento do 
contrato. O resultado de quem faz o Hedge vai ser igual ao preço da venda do 
produto (mercado a vista) mais o resultado de sua posição em bolsa. No caso 
de ocorrer uma desvalorização da mercadoria física, ocorre um ganho na 
posição da bolsa e vice-versa. 
 
3.7 Risco de Base 
A tendência de convergência dos preços a vista e dos futuros existe. Se 
tal convergência não existisse, não haveria porque realizar o Hedge. Porém, 
nem sempre isso se dá de maneira linear. Pode ocorrer certas discrepâncias 
pois, o produto negociado em bolsa, não é idêntico ao produto possuído ou 
caso o produto esteja depositado em local distante do determinado pela bolsa. 
Todas essas imperfeições dão origem ao chamado “Risco de Base”. De forma 
pratica, a Base nada mais é que a Diferença do preço futuro de uma 
24 
commoditie e seu valor a vista, ou seja, B = PF – PV, onde (B) Base, Preço 
Futuro (PF) e Preço a Vista (PV). 
Existem três fatores que determinam o risco de base: tipo e qualidade; 
localização; e o tempo. Mais especificamente, o tipo e a qualidade da 
mercadoria no mercado físico podem diferir das especificações do contrato 
futuro, acrescentando um elemento de incerteza e contribuindo para aumentar 
o risco de base. O risco de base devido à localização ocorre porque choques 
aleatórios podem afetar tanto o mercado local como o mercado nacional, 
causando impacto sobre o preço à vista ou sobre o preço futuro 
diferentemente. O risco de base devido ao tempo se relaciona à chegada de 
novas informações durante o período em que o hedge é iniciado e encerrado. 
Outra forma de se entender a base é defini-la como o custo menos o 
beneficio de se manter uma posição Hedgeada até o vencimento do contrato. 
Na prática, os preços futuros tem um prêmio sobre os preços a vista, isso por 
reflexo dos custos de carregamento de uma posição até a entrega do contrato. 
Nesses custos podemos incluir o valor de estocagem, seguro, transporte, além 
de um aspecto subjetivo e muito comum no mercado de bolsa que é a 
incerteza quando ao futuro. 
A base também pode vir da diferença de dois preços de uma mesma 
mercadoria em mercados diferentes. Embora existam diferenças, espera-se 
que as cotações apresentem a mesma tendência durante o percurso da 
realização do hedge. Se os ativos forem os mesmos, a base deverá ser zero 
nos vencimentos, e se forem diferentes, como normalmente ocorre, à medida 
que a operação chega ao fim a base tende para um valor histórico. Estar 
atendo ao comportamento da base é a condição essencial para um bom 
planejamento de Hedge. 
No momento em que os mercados a vista (de dois lugares diferentes) ou 
comparado ao mercado futuro variam em direções distintas, ocorre o chamado 
risco de base. 
Supondo que haja uma diferença de -10 para -7 no preço de base, isso 
quer dizer que está mais positivo, ou seja está estreitando a base. O contrario 
(quanto mais negativa a base) significa um enfraquecimento da base. 
Um exemplo seria ter entre os meses de outubro até abril, um cenário 
em que o mercado físico tenha caído de R$60,00 para R$57,00, e no mesmo 
25 
período o mercado futuro caiu de R$64,00 para R$58,00. Isso significa que o 
preço no físico acumulou uma queda de R$3,00 contra uma baixa de R$6,00 
no futuro. Essa perda maior no mercado futuro leva a um aumento da base. 
3.8 Margem de Garantia 
Para fechar a negociação na BMF o produtor, ou qualquer pessoa que 
atue no mercado, precisa depositar o que se chama de Margem de Garantia 
(em torno de 6% do total de cada contrato). Esse volume financeiro fica retido 
até que a operação seja liquidada. O valor exigido pela margem de garantia 
pode aumentar ou diminuir ao longo do período, pois os preços da commoditie 
podem oscilar, afetando diretamente o volume de cada contrato. 
A margem de garantia não precisa necessariamente ser dinheiro, um 
CDB, títulos públicos ou ações servem como margem. 
Exemplo: 1 contrato de soja cotado a 17,00 na Bolsa, com dólar a 1,90. 
Volume Financeiro: 17,00(cotação) x 2,90(Dólar)x450 
(sacas)=R$22.185,00 
Margem de garantia necessária: R$22.185,00 x 6%= R$1.331,10 
 
26 
4 ANÁLISE DE RESULTADOS 
4.1 Metodologia Aplicada 
Com base nas características envolvidas na realização do Hedge 
agrícola, utilizando a negociação Caem Bolsa de Valores, o estudo a seguir é 
desenvolvido com base num conjunto de informações e conhecimentos 
necessários para realização desse mecanismo. Portanto, por meio do estudo 
do caso, com referencia no estudo realizado por Junior (2011), o que se 
pretende é demonstrar os resultados econômico-financeiros do produtor de 
soja na venda de sua mercadoria no final de cada safra. A venda de sua 
mercadoria acaba por afetar sua renda no final de cada período. Para 
mensurar os resultados, será realizado o cálculo de Ajuste Diário de cotações 
para o produtor e o comparativo de tais operações de Hedge com a 
comercialização deste produto (soja) no mercado a vista nos mesmos períodos 
e, como referencia para avaliar esse método, será utilizada a cidade de Ijuí, 
localizada no estado do Rio Grande do Sul. 
As informações mais importantes para o objeto de estudo da pesquisa 
são: preço no mercado físico em Ijuí, cotação da Soja no Mercado BM&F, 
cotação da Soja Com Referencia em Chicago negociado na BM&F, gráficos da 
Soja no Mercado BM&F e o dólar Ptax. Excluindo este último, todos os dados 
foram obtidos através da agencia de notícias financeiras Bloomberg. O dólar 
PTAX divulgado diariamente pelo Banco Central Brasileiro é necessário pois, 
os contratos futuros de soja são sempre cotados em dólares na 
BM&FBOVESPA. Entretanto, os ajustes destes contratos são sempre 
realizados em Reais com base na cotação do dólar de cada dia. Nesse caso a 
referencia da BM&FBOVESPA para o dólar é o DÓLAR PTAX. Outro ponto 
importante é que serão necessárias as duas cotações de soja pelos dois 
seguintes motivos: primeiro pois somente foram encontrado dados históricos da 
Soja Com referencia em Chicago, e o segundo é que o gráfico (para utilização 
da análise técnica) obtido, é o gráfico de soja BM&F. 
27 
Para fins do “casamento” das informações foram excluídos feriados 
brasileiros - neste caso não há negociação de dólar nem soja BM&F - e 
feriados americanos - não há negociação na Soja com referencia em Chicago. 
Segundo informações da Conab divulgadas no site da Embrapa, o 
calendário da soja basicamente configura-se com plantio em Setembro ou 
Outubro, e colheita entre Março e Maio. O momento exato de plantio e colheita 
em cada ano pode variar devido a vários fatores, mas principalmente pelo 
clima. Porém para fins de simulações o trabalho terá em todos os anos o 
mesmo período avaliado, plantio em setembro e colheita em março. Para 
chegar a conclusão de efetividade ou não do Hedge, o trabalho não terá 
apenas uma metodologia, mas sim duas. A primeira será com as simulações 
de Hedge tendo inicio exatamente no período de plantio, que no estudo será 
outubro, e encerramento da posição no período de colheita, que o trabalho terá 
como base inicio de março. Já a segunda será levada em consideração o 
gráfico da soja acrescido de uma ferramenta técnica de análise. A analise do 
gráfico será feita com a ideia de se encontrar um momento ainda melhor para 
realização do Hedge. Na Analise gráfica existem inúmeras ferramentas 
(indicadores) para a tomada de decisão porém, a utilizada será a analise com 
Médias Móveis. A Média utiliza será de 21 períodos pois, contemplam em 
média os dias uteis de um mês. O inicio da operação com o gráfico será 
quando a cotação (após outubro) esteja abaixo dessa média pois, são nesses 
casos que temos a indicação que a tendência é de queda dos preços e, é 
nesse momento que a posição em futuros irá dar lucro já que o hedge aqui 
apresentado caracteriza-se por montar uma operação contraria a posição no 
mercado a vista, ou seja, o produtor está “comprado” na sua produção, e 
“vendido” no mercado Futuro BM&F. Essa posição será encerrada no momento 
em que as cotações fecharem acima da média. Dessa maneira será possível 
analisar e combinar os resultados entre lucros e prejuízos na bolsa com as 
perdas/ganhos no mercado físico. Não serão levados em consideração custos 
operacionais já que o Hedger de fato deve ser cliente de alguma instituição 
financeira e, neste caso, pode haver diferenciação de custos. 
28 
Por fim teremos ao fim de cada períodoo resultado da mercadoria física, 
do Hedge Simples e do Hedge com a Análise Gráfica, cada um desses três 
com um resultado financeiro para o produtor, levando em consideração a 
comercialização da commoditie nas três situações. Como o resultado afeta 
diretamente a renda do produtor, será feito então uma analise dos resultados 
ao longo de todos os anos, com a ideia de ver o quanto o agricultor pode 
diminuir ou não a oscilação de sua renda ano após ano com a utilização do 
Hedge. Essas analises ficarão expostas no Apêndice. 
4.2 Ajuste Diário 
O mecanismo é bem simples, consiste em um acerto de contas diário 
entre os contratantes. Analisando-se os preços de abertura e de fechamento do 
ativo, e pagando-se o lucro resultante à parte ganhadora no dia. No dia 
seguinte, faz-se a mesma comparação, tomando agora como base o valor de 
fechamento do dia anterior. É como se a posição fosse renovada a cada dia em 
relação ao valor de fechamento do dia anterior possibilitando a diminuição dos 
prejuízos para a parte perdedora, uma vez que é raro é variar muito o preço de 
um ativo em um só dia. Nos mercados futuros as contas são acertadas 
diariamente. 
 As posições mantidas pelos clientes são ajustadas conforme 
apresentam ganho ou perda, mostrando o dinamismo das bolsas de futuros, 
que buscam cada vez mais agilidade e segurança nos seus mecanismos 
operacionais. No final do dia a bolsa divulga o preço de ajuste de cada 
contrato, esse preço geralmente é a média dos preços negociados no 
fechamento do pregão, o que pode ocasionar grande volatilidade nos preços 
nesse horário pelo motivo de especuladores serem forçados a encerrar suas 
posições a qualquer preço. Essa maneira de ajuste muda constantemente, 
porem é sempre divulgada no site da Bovespa. 
Se uma mudança de preços conduz a um ganho financeiro em uma 
posição aberta de futuros, a quantidade ganha será creditada na conta de 
margem do cliente naquele dia. Os clientes podem retirar recursos de suas 
contas sempre que desejarem, desde que a conta se mantenha acima do 
mínimo exigido (margem de garantia). Uma vez que a posição em aberto for 
fechada por uma operação contrária, qualquer montante na conta de margem 
29 
do cliente que não for necessário para cobrir perdas ou oferecer uma 
performance para outras posições em aberto, poderá ser resgatado. Assim 
como todas as operações são executadas por um membro da bolsa, todas as 
operações são compensadas por uma câmara de compensação ou clearing 
firm. 
Ajuste das Operações realizadas no Dia 
ADt = (Pat – PO) x 450 x n 
Ajuste das Posições em aberto do dia anterior 
ADt = (Pat – Pat-1) x 450 x n 
Onde: 
Adt = valor do ajuste diário; 
Pat = preço de ajuste do dia; 
PO = preço da operação; 
n = numero de contratos 
Pat-1 = preço de ajuste do dia anterior 
Fonte: BM&F (2005) 
 
 
Exemplo: 
Data C/V Nº Contratos Preço de Ajuste Ajuste Diário Valor Total 
 (A) (B) (C ) (A x C x 450) 
15/mai Compra 3 R$ 56,80 
15/mai Ajuste 3 R$ 56,60 -R$ 0,20 -R$ 270,00 
16/mai Ajuste 3 R$ 56,00 -R$ 0,60 -R$ 810,00 
17/mai Ajuste 3 R$ 56,95 R$ 0,95 R$ 1.282,50 
18/mai Venda 3 R$ 57,80 R$ 0,85 R$ 1.147,50 
 
 Total: R$ 1.350,00 
Fonte: Elaborado pelo Próprio Autor 
4.3 Hedge Especulativo com Análise Gráfica Aplicada a Commodities 
Para cada decisão que tomamos levamos em conta as suas 
consequências imediatas ou de longo prazo. Na verdade estamos especulando 
o tempo inteiro, na vida pessoal no trabalho, etc. Da mesma forma, por traz de 
cada ordem de compra ou venda há alguém com motivações e expectativas 
30 
influenciando essa decisão. O mercado futuro é movido por uma massa de 
investidores cujas decisões particulares são tomadas. O resultado é um 
consenso ou um desequilíbrio de expectativas. 
Após definir inicio e fim do Hedge baseado na época de plantio e 
colheita, que aqui no trabalho para fins de analise será considerado o HEDGE 
SIMPLES, podemos também possivelmente aumentar a eficácia do resultado 
com certo grau de especulação, pois iremos utilizar de ferramentas 
especulativas para gerenciar riscos. 
O mercado não é previsível mas, existem oportunidades e momentos 
com maior chance de se obter sucesso como, aproveitar movimentos de 
tendência bem definidos que será explicado a seguir. 
4.4 Principio da Análise Técnica 
Na analise técnica, não se considera importante saber por que os preços 
se movem em determinada direção pois, os motivos podem ser os mais 
diversos. O importante é saber como os preços se movem pois, dessa maneira 
conseguiremos saber quando comprar ou vender, sem entender o motivo da 
alta ou baixa. Os movimentos podem ser por consequências de fatores 
econômicos ou políticos, mas não importa: toda informação está contida no 
preço. O preço reflete todos os fatores envolvidos neste. 
O comportamento da massa de investidores gera tendências e, são 
nessas situações que aparecem as melhores oportunidades para comprar ou 
vender. 
4.5 Gráfico por Candles 
Entender o que diz um gráfico de candlestick pode ser um conhecimento 
muito vantajoso para qualquer investidor que busca sucesso nas suas 
negociações. 
A representação gráfica do candlestick, para BIEGA (2010), é feita por 
uma parte grossa central considerada o corpo, que pode ou não apresentar 
apenas linhas verticais em suas extremidades superior e inferior, denominadas 
sombras. 
O corpo, a sombra e a cor de um candle possuem significados 
específicos. Em um candle de corpo, que pode ser verde ou branco é um 
candle positivo, onde o lado inferior do retângulo representa o preço de 
31 
abertura do período analisado, enquanto que o lado superior representa o 
preço de fechamento. A extremidade superior da sombra de um candle branco 
representa o preço máximo negociado no período, e a extremidade inferior da 
sombra representa o preço mínimo alcançado. Um candle de corpo vermelho 
ou preto é negativo. As sombras continuam tendo o mesmo significado porém, 
o significado do corpo muda. No candle de corpo vermelho ou preto o preço de 
abertura equivale ao lado superior do retângulo, enquanto que o preço de 
fechamento equivale ao lado inferior. 
A movimentação dos preços em cada período do gráfico de candlesticks 
é representada por uma figura geométrica em forma de vela (candle, em 
português). Cada vela é formada por um retângulo (corpo do candle), que pode 
ou não apresentar linhas verticais (sombras) em suas extremidades superior e 
inferior. 
Conforme figura C, o corpo e a sombra de um candle possuem 
significados específicos, assim como a sua cor. As cores branca e verde são 
convenções para identificar fechamento positivo (acima da abertura) e negativo 
(abaixo da abertura) respectivamente. 
Uma das vantagens dos candles é que permitem uma visualização mais 
fácil das tendências graças à predominância das cores positivas ou negativas. 
A outra vantagem é que os próprios candles formam padrões que podem 
representar reversões de movimentos, continuidade ou indefinição do mercado. 
Obs.: o fato do candle ser de alta não quer dizer que ocorreu alta dos 
preços em relação ao candle anterior ou vice-versa, mas somente que o 
fechamento foi acima da abertura. 
 
32 
Figura C : Candles. Fonte: Biegai (2010) 
4.6 Média Móvel Exponencial 
Existem indicadores chamados de seguidores de tendência e, conforme 
o Livro/Curso da Safras & Mercado elaborado pelo consultor Miguel Biegai JR., 
as médias móveis pertencem a essa classe. Uma média mostra o valor médio 
de uma amostra de determinado dado. A palavra “móvel” esta presente pelo 
fato de que quando uma cotação (cotação da soja nesse caso) entra no 
calculo, outra sai. Exemplo, se utilizarmos média móvel de 10, e surge uma 
nova cotação, a ultima dessas 10 cotações é excluída do cálculo. Segundo 
Biegai (2010) existem diversos tipos de médias, como a aritmética, 
exponencial, ponderada, etc. O foco nesse trabalho será a média exponencial. 
A média nas cotações é traçada conforme o preço de fechamento de cada dia. 
Ao contrárioda media simples, a exponencial dá maior importância aos 
dados mais novos. Alexander Elder, em seus clássicos “ Trading For a Living” e 
“Come into My Trading Room” defende o uso das médias exponenciais. O 
principal argumento é que na média exponencial o efeito dos preços antigos 
permanece e vai desaparecendo com o tempo. Além disso, o dado mais 
recente possui um peso maior fazendo com que a média reflita de maneira 
mais adequada o humor atual do mercado. Ainda de acordo com Elder, uma 
das mais indicadas configurações para a média exponencial, é a de 21 
períodos, pois representa o numero de dias uteis de um mês. 
A primeira informação importante fornecida por uma média é sua 
inclinação. Uma média ascendente mostra um mercado altista (comprador) 
(FIGURA A), enquanto que uma média descendente indica um mercado 
baixista (vendedor), (FIGURA B). A ideia do Hedge é se posicionar em 
momento baixista, ou seja, quando a média estiver inclinada para baixo. 
MMEx = ME(x-1) + K x {Fech(x) – ME(x-1)} 
MMEx representa a média móvel exponencial no dia x 
ME(x-1) representa a média móvel exponencial no dia x-1 
N é o número de dias para os quais se quer o cálculo 
Constante K = {2 ÷ (N+1)} 
33 
A média móvel exponencial dá um maior peso aos últimos valores no 
cálculo da média. Dessa forma, este indicador será mais sensível aos valores 
mais recentes. 
 
 
 
Figura A 
 
Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO, gráfico do milho de 2013. 
 
 
Figura B: 
34 
 
Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO, gráfico do milho em 2015. 
 
Agora se juntarmos as cotações de fechamento de cada candle com a 
tendência que a média móvel exponencial nos dá, podemos encontrar pontos 
de entrada e saída da estratégia de Hedge, já que no caso do hedge buscamos 
nos proteger da queda dos preços. Então, conforme BIEGAI (2010), podemos 
definir como momento de inicio de uma estratégia baixista (hedge), quando as 
cotações fecham abaixo da média, e o encerramento da posição se dá no 
momento que as cotações encerram acima da média, ou seja, todos os 
momentos que os candles estão acima da média nada se faz. Então quando o 
candle tiver fechamento abaixo da média, aciona a estratégia de hedge pois, 
nesse caso, está negociando em tendência de baixa, conforme imagem abaixo: 
35 
 
Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO, gráfico da Soja em 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
5 RESULTADOS 
5.1 Safra 2011/2012 
Na safra de 2011, temos a cotação da saca de soja em Ijuí, do inicio de 
outubro até o final de fevereiro do ano seguinte, oscilando de R$47,83 para 
R$47,78, ou seja, apesar dos 5 meses de intervalo, a oscilação foi de apenas –
R$0,05. Multiplicando por 450 sacas, teremos um Prejuízo no mercado físico 
de R$22,50 
Pelo hedge Simples, que se inicia 03/10/2011 e se encerra 29/02/2012, 
temos um resultado de R$1729,24 Positivo. 
Já Pelo Hedge com análise gráfica, teremos conforme FIGURA 1 duas 
operações. Uma que se inicia dia 03/10/2011 e se encerra 03/01/2012, e a 
segunda que se inicia 09/01/2012 e se encerra dia 23/01/2012. O Resultado 
desta é de R$1.278,46. 
Temos então um resultado positivo nos 2 tipos de Hedge, sendo 
vantagem para o agricultor ter realizado qualquer tipo de Hedge. 
5.2 Safra 2012/2013 
Na safra que se inicia em outubro de 2012 e vai até março 2013, a 
cotação de Soja em Ijuí variou de R$81,50 para R$60,57. Ou seja, queda de 
R$20,93. Multiplicando esse valor por 450 sacas, teremos um prejuízo no 
mercado físico de -R$9.418,50 
Pelo hedge simples temos a abertura da posição de Hedge em 01/10, e 
que se encerra no dia 28/02. O Resultado de 1 contrato é R$2024,75 positiva. 
Já pelo gráfico, conforme FIGURA 2, teremos a abertura de 3 posições 
em momentos distintos. Uma em novembro, outra em dezembro, e uma 
terceira em Fevereiro. O resultado acumulado por contrato é de R$910,62 
positivo. 
Concluímos que nessa safra foi vantajoso para o agricultor ter realizado 
o Hedge. 
5.3 Safra 2013/2014 
De outubro 2013, até março 2014 a cotação de Soja em Ijuí variou de 
R$70,66 para R$69,30. Ou seja, queda de R$1,36. Multiplicando esse valor por 
450 sacas, teremos um prejuízo no mercado físico de R$612,00. 
37 
Pelo hedge simples temos a abertura da posição de Hedge em 01/10, e 
que se encerra no dia 28/02. O Resultado de 1 contrato é -R$1.499,58 
negativo. 
Já pelo gráfico, conforme FIGURA 3, teremos a abertura de uma posição 
somente em janeiro 2014. O resultado acumulado por contrato é de R$97,28 
positivo. 
Nessa safra somente foi vantajoso para o agricultor ter realizado o 
Hedge com gráfico. 
5.4 Safra 2014/2015 
Na safra de 2014, a cotação da saca de soja em Ijuí, do inicio de outubro 
até o final de fevereiro do ano seguinte começa em R$56,89 e termina em 
R$64,08. A oscilação foi positiva em R$7,19. Multiplicando por 450 sacas, 
teremos um ganho no mercado físico de R$3.235,50. 
Pelo hedge Simples, que se inicia 01/10/2011 e se encerra 27/02/2012, 
temos um resultado de -R$6.580,67 negativo. 
Pelo Hedge com analise gráfica, teremos conforme FIGURA 4 uma 
operações que se inicia em dezembro e se encerra em fevereiro. O Resultado 
desta é de -R$299,59. 
Temos então um resultado negativo nos 2 tipos de Hedge. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
A Identificação dos gráficos de cada ano, temos abaixo: 
 
 
Figura 1 – Gráfico do Contrato de Soja no ano de 2011 
Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
Figura 2 – Gráfico do Contrato de Soja no ano de 2012 
Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Figura 3 – Gráfico do Contrato de Soja no ano de 2013 
Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO 
 
 
Figura 4 – Gráfico do Contrato de Soja no ano de 2014 
Fonte: Plataforma de Negociação XP PRO 
41 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Atualmente, diversos setores exigem cuidados e controles econômicos a 
serem avaliados. Por isso, na agricultura não é diferente. Através do presente 
estudo de caso concluiu-se que o Hedge traz vantagens aos agricultores de 
soja de Ijuí nas simulações realizadas. Os contratos futuros de Soja 
negociados em bolsa servem como mecanismos que podem contribuir 
financeiramente resultado de cada safra. 
Dentre os testes utilizados, a metodologia que utiliza a analise gráfica 
como forma de encontrar momentos de inicio e saída de Hedge mostrou-se 
mais eficaz, trazendo maiores benefícios aos produtores de soja do que o 
Hedge Simples ou até mesmo sem nenhum tipo de Hedge. 
 É importante ressaltar que os resultados obtidos no passado não 
servem como garantia de resultados futuros. Também devemos, em qualquer 
localidade, considerar que pode haver uma diferença de oscilação (positiva ou 
negativa) nos preços do mercado BM&F com o mercado à vista, pois os 
contratos futuros negociados na BM&F levam em consideração um 
determinado padrão de produto, podendo ser diferente da cidade de fato 
avaliada. 
O que devemos perceber é que temos no país instrumentos financeiros 
capazes de equacionar o risco de preços agrícolas. A conclusão que fica é que, 
o Hedge é uma ferramenta que possivelmente (caso seja dominada pelo 
agricultor) servirá como auxilio no controle de riscos e até quem sabe melhora 
de qualidade de vida. 
Para os produtores de Ijuí-RS, o Hedge como mecanismo de proteção 
de safras, mostrou-se ter um resultado positivo. Desta forma, é alta a 
probabilidade deste mesmo mecanismo ser positivo para os demais sojicultores 
do Brasil. A sugestão é que esse mesmo estudo seja aplicado nas demais 
regiões produtoras de soja do país e, assim, poderemos ter um maior grau de 
confiabilidade dos métodos aplicados. 
 
REFERÊNCIAS 
 
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pluvial e rendimento de soja no Estado do Rio Grande do Sul. Revista 
Brasileira de Agrometeorologia, v.7, p.119-125, 1999 
 
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http://www.bmf.com.br/bmfbovespa/pages/contratos1/Agropecuarios/pdf/Soja_
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2011. Disponível em http://tinyurl.com/sojadppdf,d.Y2I Acesso em 10 maio de 
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EMBRAPA. Soja no Brasil. 2004. Disponível em 
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FAO - Faostat. Statistics Database. Disponivel em: 
http://www1.seplag.rs.gov.br/atlas/. Acesso 10 abril 2015. 
 
FREITAS, C. A. A Efetividade e a Razão ótima de Hedge para a soja na 
Praça de Tupanciretâ. 2011 (Artigo) – Universidade de São Paulo. 
 
GOMES, F. C. Determinação da Razão de Hedge. Um estudo sobre teorias 
de Hedging. Rev. adm. empres. vol.27 no.4 São Paulo Oct./Dec. 1987 
 
JÚNIOR, H. C. Efetividade do Hedge de Soja com Contratos Futuros 
Frente o Mercado Físico. 53 f. Monografia (Graduação em Administração)–
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. 
 
43 
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de Hedge-Hedging. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 6, n. 51, 1 out. 
2001. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/2143>. Acesso em: 9 Julho 
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MARQUES, Pedro Valentin, Mercados Futuros e de Opções Agropecuárias, 
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MDT – Universidade Federal de Santa Maria, Pró-Reitoria de Pós Graduação e 
Pesquisa, Biblioteca Central, Editora UFSM 8ª ed. Santa Maria: Ed da UFSM, 
2012. 
 
MENDES, Judas Tadeu Grassi. Agronegócio uma abordagem Econômica, 
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USDA. Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.. Disponível em 
www.fas.usda.gov. Acesso 20 abril 2015. 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICES 
45 
APÊNDICE A - RESULTADOS FINANCEIROS 
 
 Resultados Financeiros Por Ano 
 2011 2012 2013 2014 Total: Hedge Simples R$ 1.729,24 R$ 2.024,75 -R$ 1.499,58 -R$ 6.580,67 -R$ 4.326,26 
Com Análise Gráfica R$ 1.278,46 R$ 910,62 R$ 97,28 -R$ 299,59 R$ 1.986,77 
Físico -R$ 22,50 -R$ 9.418,50 -R$ 612,00 R$ 3.235,50 -R$ 6.817,50 
 
 
46 
APÊNDICE B – VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS RESULTADOS 
 Vantajoso: + Desvantajoso: - 
 Físico Hedge Simples Hedge com Gráfico 2011 - + + 
2012 - + + 
2013 - - + 
2014 + - - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
APÊNDICE C – OSCILAÇÕES DOS RESULTADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-R$ 12.000.00
-R$ 10.000.00
-R$ 8.000.00
-R$ 6.000.00
-R$ 4.000.00
-R$ 2.000.00
R$ 0.00
R$ 2.000.00
R$ 4.000.00
2011 2012 2013 2014
Hedge Simples Com Análise Gráfica Físico
48 
APÊNDICE D – SÉRIES DE TEMPO 
2011/2012 
Data Ijuí Bmf Espelho Bmf2 Dolar Soja em Reais Ajuste R$ Ajuste R$ Grafico 
30/09/2011 48,55 1214,154848 0,022047 26,76847194 1,8544 49,63945437 
03/10/2011 47,83 1216,311499 0,022047 26,81601962 1,8811 50,4436145 -361,8720606 -361,8720606 
04/10/2011 47,67 1214,716492 0,022047 26,78085451 1,8856 50,49797926 -24,46413896 -24,46413896 
05/10/2011 46,9 1183,488446 0,022047 26,09236977 1,8456 48,15607764 1053,855727 1053,855727 
06/10/2011 46,92 1112,974311 0,022047 24,53774463 1,8116 44,45257817 1666,57476 1666,57476 
07/10/2011 46,64 1139,442868 0,022047 25,12129692 1,7666 44,37928314 32,98276387 32,98276387 
10/10/2011 46,38 1167,057645 0,022047 25,7301199 1,7478 44,97110357 -266,319191 -266,319191 
11/10/2011 46,04 1204,259199 0,022047 26,55030255 1,7658 46,88252425 -860,1393086 -860,1393086 
13/10/2011 44,69 1172,932144 0,022047 25,85963497 1,7536 45,34745589 690,7807641 690,7807641 
14/10/2011 44,82 1215,50705 0,022047 26,79828393 1,7376 46,56469815 -547,7590196 -547,7590196 
17/10/2011 45,27 1183,77836 0,022047 26,09876151 1,7488 45,64151413 415,43281 415,43281 
18/10/2011 45,8 1136,199398 0,022047 25,04978812 1,7724 44,39824446 559,4713524 559,4713524 
19/10/2011 46,72 1148,094276 0,022047 25,3120345 1,7604 44,55930553 -72,47748141 -72,47748141 
20/10/2011 46,63 1209,681483 0,022047 26,66984767 1,7826 47,54167045 -1342,064215 -1342,064215 
21/10/2011 47,11 1224,062873 0,022047 26,98691416 1,7803 48,04480328 -226,4097735 -226,4097735 
24/10/2011 46,72 1186,98008 0,022047 26,16934983 1,7768 46,49770079 696,1961224 696,1961224 
25/10/2011 46,62 1206,684199 0,022047 26,60376654 1,7548 46,68428952 -83,96493226 -83,96493226 
26/10/2011 46,63 1235,694477 0,022047 27,24335613 1,7606 47,9646528 -576,1634756 -576,1634756 
27/10/2011 46,59 1270,124775 0,022047 28,00244091 1,7323 48,50862839 -244,7890163 -244,7890163 
28/10/2011 46,74 1320,094667 0,022047 29,10412712 1,6986 49,43627033 -417,4388706 -417,4388706 
31/10/2011 46,98 1354,328516 0,022047 29,8588808 1,6885 50,41672023 -441,2024544 -441,2024544 
01/11/2011 46,79 1255,339258 0,022047 27,67646462 1,7506 48,45041896 884,8355722 884,8355722 
03/11/2011 45,77 1181,537965 0,022047 26,04936751 1,727 44,98725769 1558,422568 1558,422568 
04/11/2011 45,03 1164,755193 0,022047 25,67935774 1,7415 44,72060151 119,9952849 119,9952849 
07/11/2011 45,24 1185,784948 0,022047 26,14300075 1,7503 45,75809422 -466,8717206 -466,8717206 
08/11/2011 45,11 1143,366271 0,022047 25,20779617 1,7453 43,99516665 793,3174061 793,3174061 
09/11/2011 45,78 1161,627824 0,022047 25,61040864 1,7516 44,85919178 -388,8113074 -388,8113074 
10/11/2011 45,92 1154,668657 0,022047 25,45697989 1,761 44,82974158 13,25258926 13,25258926 
11/11/2011 46,01 1137,60669 0,022047 25,08081469 1,7547 44,00930553 369,1962222 369,1962222 
14/11/2011 45,34 1185 0,022047 26,125695 1,7642 46,09095112 -936,7405158 -936,7405158 
17/11/2011 44,91 1184,5 0,022047 26,1146715 1,7765 46,39271392 -135,7932603 -135,7932603 
18/11/2011 45,16 1169,5 0,022047 25,7839665 1,7767 45,81037328 262,0532876 262,0532876 
21/11/2011 45,59 1171,5 0,022047 25,8280605 1,7716 45,75699198 24,02158444 24,02158444 
22/11/2011 45,68 1156,75 0,022047 25,50286725 1,8053 46,04032625 -127,5004191 -127,5004191 
23/11/2011 45,34 1165,75 0,022047 25,70129025 1,8062 46,42167045 -171,6048914 -171,6048914 
24/11/2011 45,34 1142 0,022047 25,177674 1,8434 46,41252425 4,115789078 4,115789078 
25/11/2011 45,46 1125 0,022047 24,802875 1,893 46,95184238 -242,6931555 -242,6931555 
28/11/2011 45,69 1141,5 0,022047 25,1666505 1,859 46,78480328 75,16759298 75,16759298 
29/11/2011 45,63 1147 0,022047 25,287909 1,8478 46,72699825 26,01226318 26,01226318 
30/11/2011 45,83 1152,75 0,022047 25,41467925 1,8102 46,00565238 324,6056423 324,6056423 
01/12/2011 45,66 1153,75 0,022047 25,43672625 1,7922 45,58770079 188,0782169 188,0782169 
02/12/2011 45,76 1161,75 0,022047 25,61310225 1,7836 45,68352917 -43,12277453 -43,12277453 
05/12/2011 45,22 1156 0,022047 25,486332 1,7823 45,42428952 116,6578423 116,6578423 
06/12/2011 45,05 1160,5 0,022047 25,5855435 1,7906 45,81347419 -175,1331004 -175,1331004 
07/12/2011 45,11 1160,5 0,022047 25,5855435 1,7974 45,98745589 -78,29176311 -78,29176311 
08/12/2011 44,46 1161,5 0,022047 25,6075905 1,7934 45,9246528 28,26138789 28,26138789 
09/12/2011 44,28 1143 0,022047 25,199721 1,8123 45,66945437 114,8392955 114,8392955 
12/12/2011 44,75 1144,5 0,022047 25,2327915 1,8211 45,9514366 -126,8920046 -126,8920046 
13/12/2011 44,59 1149,25 0,022047 25,33751475 1,8403 46,62862839 -304,7363072 -304,7363072 
14/12/2011 43,811130 0,022047 24,91311 1,8721 46,63983323 -5,042176459 -5,042176459 
15/12/2011 44,06 1138 0,022047 25,089486 1,8602 46,67146186 -14,23288179 -14,23288179 
16/12/2011 44,56 1158 0,022047 25,530426 1,8458 47,12406031 -203,6693041 -203,6693041 
19/12/2011 44,83 1165,5 0,022047 25,6957785 1,8608 47,81470463 -310,7899449 -310,7899449 
20/12/2011 45,07 1173,75 0,022047 25,87766625 1,8501 47,87627033 -27,70456335 -27,70456335 
21/12/2011 45,07 1183,5 0,022047 26,0926245 1,855 48,40181845 -236,4966533 -236,4966533 
22/12/2011 45,62 1185 0,022047 26,125695 1,8571 48,51802818 -52,29438165 -52,29438165 
26/12/2011 45,57 1185 0,022047 26,125695 1,8554 48,4736145 19,98615667 19,98615667 
27/12/2011 45,79 1206,25 0,022047 26,59419375 1,8578 49,40669315 -419,8853906 -419,8853906 
28/12/2011 45,85 1203,5 0,022047 26,5335645 1,8626 49,42141724 -6,625840028 -6,625840028 
29/12/2011 46,02 1198,75 0,022047 26,42884125 1,8751 49,55672023 -60,88634558 -60,88634558 
03/01/2012 46,06 1208,75 0,022047 26,64931125 1,845 49,16797926 174,9334372 174,9334372 
04/01/2012 46,68 1207,75 0,022047 26,62726425 1,8265 48,63469815 239,9764966 239,9764966 
05/01/2012 46,97 1197,75 0,022047 26,40679425 1,8365 48,49607764 62,37923062 62,37923062 
06/01/2012 46,88 1195,5 0,022047 26,3571885 1,8442 48,60792703 -50,33222621 -50,33222621 
09/01/2012 47,53 1212,5 0,022047 26,7319875 1,8435 49,28041896 -302,621366 -302,621366 
10/01/2012 47,54 1210,5 0,022047 26,6878935 1,8036 48,13428472 515,7604078 515,7604078 
11/01/2012 47,35 1197,5 0,022047 26,4012825 1,8041 47,63055376 226,6789313 226,6789313 
12/01/2012 47,48 1187,5 0,022047 26,1808125 1,7867 46,77725769 383,983229 383,983229 
13/01/2012 47,69 1174 0,022047 25,883178 1,7846 46,19111946 263,7622057 263,7622057 
17/01/2012 47,56 1189 0,022047 26,213883 1,7754 46,54012788 -157,0537887 -157,0537887 
18/01/2012 46,9 1190 0,022047 26,23593 1,7785 46,66060151 -54,21313206 -54,21313206 
19/01/2012 46,5 1197 0,022047 26,390259 1,7642 46,55769493 46,30795974 46,30795974 
20/01/2012 45,3 1187 0,022047 26,169789 1,7664 46,22631529 149,1208372 149,1208372 
23/01/2012 46,17 1197 0,022047 26,390259 1,7521 46,23837279 -5,425876935 -5,425876935 
49 
24/01/2012 46,3 1205 0,022047 26,566635 1,7643 46,87151413 -284,9136015 -284,9136015 
25/01/2012 46,25 1205,25 0,022047 26,57214675 1,7623 46,82809422 19,53896084 19,53896084 
26/01/2012 46,75 1212,25 0,022047 26,72647575 1,7382 46,45596015 167,460331 167,460331 
27/01/2012 47 1209,5 0,022047 26,6658465 1,7429 46,47590386 -8,97467229 -8,97467229 
30/01/2012 47,4 1190,5 0,022047 26,2469535 1,7502 45,93741802 242,3186321 242,3186321 
31/01/2012 47,33 1197,5 0,022047 26,4012825 1,7385 45,89862963 17,45477525 17,45477525 
01/02/2012 47,46 1211,5 0,022047 26,7099405 1,737 46,39516665 -223,44166 -223,44166 
02/02/2012 47,38 1214,5 0,022047 26,7760815 1,732 46,37617316 8,547070725 8,547070725 
03/02/2012 47,03 1217,75 0,022047 26,84773425 1,7216 46,22105928 69,80124294 69,80124294 
06/02/2012 46,9 1210,75 0,022047 26,69340525 1,7243 46,02743867 87,1292755 87,1292755 
07/02/2012 47,14 1216 0,022047 26,809152 1,7255 46,25919178 -104,2888965 -104,2888965 
08/02/2012 47,22 1213,75 0,022047 26,75954625 1,7189 45,99698405 117,9934771 117,9934771 
09/02/2012 47,23 1211,75 0,022047 26,71545225 1,7219 46,00133723 -1,958931067 -1,958931067 
10/02/2012 47,06 1209,25 0,022047 26,66033475 1,7254 45,99974158 0,718043231 0,718043231 
13/02/2012 47,25 1216,75 0,022047 26,82568725 1,7162 46,03824446 -17,32629636 -17,32629636 
14/02/2012 47,42 1206,25 0,022047 26,59419375 1,7167 45,65425241 172,7964215 172,7964215 
15/02/2012 47,1 1203,75 0,022047 26,53907625 1,7151 45,51716968 61,68723041 61,68723041 
16/02/2012 47,08 1192,75 0,022047 26,29655925 1,732 45,54564062 -12,81192508 -12,81192508 
17/02/2012 47,14 1195,75 0,022047 26,36270025 1,713 45,15930553 173,8507917 173,8507917 
22/02/2012 47,38 1204,25 0,022047 26,55009975 1,7069 45,31836526 -71,57688076 -71,57688076 
23/02/2012 47,79 1206,75 0,022047 26,60521725 1,7033 45,31666654 0,764424608 0,764424608 
24/02/2012 47,79 1205,5 0,022047 26,5776585 1,7091 45,42387614 -48,24432019 -48,24432019 
27/02/2012 47,86 1209,75 0,022047 26,67135825 1,7082 45,56001416 -61,26210913 -61,26210913 
28/02/2012 47,7 1210,75 0,022047 26,69340525 1,7017 45,42416771 61,13090193 61,13090193 
29/02/2012 47,78 1215,75 0,022047 26,80364025 1,7086 45,79669973 -167,6394078 -167,6394078 
01/03/2012 47,84 1215 0,022047 26,787105 1,7146 45,92917023 -59,61172583 -59,61172583 
02/03/2012 47,9 1211,5 0,022047 26,7099405 1,7239 46,04526643 -52,24328773 -52,24328773 
 
 
 Total: R$ 1.729,24 R$ 1.278,46 
 
50 
2012/2013 
Data Ijuí Bmf Espelho Bmf2 Dolar Soja em Reais Ajuste R$ Ajuste R$ Grafico 
28/09/2012 80,93 1293,5 0,022047 28,52 2,03 57,89 0,00 0,00 
01/10/2012 81,5 1283,5 0,022047 28,30 2,0254 57,31 259,97 259,97 
02/10/2012 79,21 1279,25 0,022047 28,20 2,026 57,14 77,79 77,79 
03/10/2012 78,86 1291,75 0,022047 28,48 2,026 57,70 -251,25 -251,25 
04/10/2012 78,4 1282,5 0,022047 28,28 2,0218 57,17 239,37 239,37 
05/10/2012 77,69 1281,75 0,022047 28,26 2,024 57,20 -12,93 -12,93 
08/10/2012 76,13 1289,25 0,022047 28,42 2,0307 57,72 -236,30 -236,30 
09/10/2012 74,19 1301,5 0,022047 28,69 2,0331 58,34 -277,79 -277,79 
10/10/2012 73,93 1299 0,022047 28,64 2,0373 58,35 -3,70 -3,70 
11/10/2012 73,94 1313,25 0,022047 28,95 2,0363 58,96 -275,00 -275,00 
15/10/2012 73,36 1288,5 0,022047 28,41 2,0377 57,89 482,11 482,11 
16/10/2012 73,38 1290 0,022047 28,44 2,0345 57,86 10,63 10,63 
17/10/2012 72,83 1298,25 0,022047 28,62 2,033 58,19 -147,20 -147,20 
18/10/2012 73,25 1304,5 0,022047 28,76 2,029 58,35 -74,29 -74,29 
19/10/2012 71,44 1297 0,022047 28,59 2,0266 57,95 181,86 181,86 
22/10/2012 71,42 1295,5 0,022047 28,56 2,026 57,87 37,87 37,87 
23/10/2012 70,92 1298,75 0,022047 28,63 2,0281 58,07 -92,38 -92,38 
24/10/2012 70,92 1296,25 0,022047 28,58 2,0257 57,89 81,17 81,17 
25/10/2012 71,86 1299 0,022047 28,64 2,0256 58,01 -53,98 -53,98 
26/10/2012 71,86 1306,75 0,022047 28,81 2,0257 58,36 -157,04 -157,04 
29/10/2012 70,5 1296 0,022047 28,57 2,0291 57,98 172,33 172,33 
30/10/2012 72,31 1296 0,022047 28,57 2,0318 58,05 -34,72 -34,72 
31/10/2012 72,63 1307,5 0,022047 28,83 2,0308 58,54 -218,84 -218,84 
01/11/2012 72,57 1307,75 0,022047 28,83 2,0306 58,55 -2,44 -2,44 
05/11/2012 72,08 1302,5 0,022047 28,72 2,0344 58,42 56,66 56,66 
06/11/2012 72,33 1308 0,022047 28,84 2,0336 58,64 -100,63 -100,63 
07/11/2012 73,21 1309,25 0,022047 28,87 2,0324 58,67 -9,63 -9,63 
08/11/2012 74 1310 0,022047 28,88 2,0352 58,78 -51,51 -51,51 
09/11/2012 73 1292 0,022047 28,48 2,0507 58,41 164,77 164,77 
12/11/2012 73,33 1262,5 0,022047 27,83 2,047 56,98 646,53 646,53 
13/11/2012 73,5 1257,5 0,022047 27,72 2,0609 57,14 -71,87 -71,87 
14/11/2012 73,57 1251,25 0,022047 27,59 2,0624 56,89 109,17 109,17 
16/11/2012 73,75 1237,5 0,022047 27,28 2,0706 56,49 180,67 180,67 
19/11/2012 72,4 1251,5 0,022047 27,59 2,074 57,23 -329,81 -329,81 
20/11/2012 72,5 1266,5 0,022047 27,92 2,0827 58,15 -417,96 -417,96 
21/11/2012 72,5 1259,5 0,022047 27,77 2,0918 58,09 30,93 30,93 
23/11/2012 71,88 1260 0,022047 27,78 2,098 58,28 -87,88 -87,88 
26/11/2012 72,19 1269,25 0,022047 27,98 2,0782 58,15 56,80 56,80 
27/11/2012 72,56 1282,25 0,022047 28,27 2,0746 58,65 -222,24 -222,24 
28/11/2012 71,86 1279,5 0,022047 28,21 2,0907 58,98 -147,77 -147,77 
29/11/2012 73 1281,25 0,022047 28,25 2,0986 59,28 -136,72 -136,72 
30/11/2012 72,14 1280,5 0,022047 28,23 2,1068 59,48 -88,56 -88,56 
03/12/2012 72,88 1290,25 0,022047 28,45 2,1115 60,06 -263,96 -263,96 
04/12/2012 72,19 1284,25 0,022047 28,31 2,1072 59,66 180,48 180,48 
05/12/2012 72,56 1298,5 0,022047 28,63 2,104 60,23 -256,68 -256,68 
06/12/2012 71,94 1305,75 0,022047 28,79 2,0831 59,97 119,41 119,41 
07/12/2012 71,67 1297,75 0,022047 28,61 2,0798 59,51 207,82 207,82 
10/12/2012 71,93 1300 0,022047 28,66 2,0804 59,63 -54,17 -54,17 
11/12/2012 72,3 1283,25 0,022047 28,29 2,0737 58,67 431,02 431,02 
13/12/2012 71,81

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