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Geografia Humana e Ecologia Social - apostila

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1
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
SUMÁRIO
GEOGRAFIA HUMANA 
E ECOLOGIA SOCIAL
2
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, des-
tacando-se pela oferta de cursos de gradua-
ção, técnico, pós-graduação e extensão, com 
qualidade nas quatro áreas do conhecimen-
to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem-
pre primando pela qualidade de seu ensino 
e pela formação de profissionais com cons-
ciência cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto 
grupo de Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui-
ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram 
notas 4 e 5, que são consideradas conceitos 
de excelência em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam 
todas as unidades da Multivix entre as 
melhores do Estado do Espírito Santo e 
entre as 50 melhores do país.
 
miSSÃo
Formar profissionais com consciência cida-
dã para o mercado de trabalho, com ele-
vado padrão de qualidade, sempre mantendo a 
credibilidade, segurança e modernidade, visando 
à satisfação dos clientes e colaboradores.
 
ViSÃo
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-
da nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
GRUPO
MULTIVIX
3
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
SUMÁRIO
BiBlioTeca mulTiViX (Dados de publicação na fonte)
As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com
eDiTorial
faculDaDe caPiXaBa Da Serra • mulTiViX
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra
2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
Palhares, Ricardo Henrique.
 Ricardo Henrique Palhares, Juliane Escola (revisora). – Serra : Multivix, 2017.
 
 
 
 
Diretor Executivo
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão Penina
Diretor Administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga
Diretor Geral
Helber Barcellos da Costa
Diretor da Educação a Distância
Pedro Cunha
Conselho Editorial
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do
Conselho Editorial)
Kessya Penitente Fabiano Costalonga
Carina Sabadim Veloso
Patrícia de Oliveira Penina
Roberta Caldas Simões
Revisão de Língua Portuguesa
Leandro Siqueira Lima
Revisão Técnica
Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Graziela Vieira Carneiro
Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Genivaldo Felix Soares
Multivix Educação à Distância
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Direção EaD
Coordenação Acadêmica EAD
4
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Aluno (a) Multivix,
Estamos muito felizes por você agora fazer parte 
do maior grupo educacional de Ensino Superior do 
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a 
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei-
ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, 
São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, 
no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de 
cursos de graduação, pós-graduação e extensão 
de qualidade nas quatro áreas do conhecimento: 
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo-
dalidade presencial quanto a distância.
Além da qualidade de ensino já comprova-
da pelo MEC, que coloca todas as unidades do 
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das 
Instituições de Ensino Superior de excelência no 
Brasil, contando com sete unidades do Grupo en-
tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-
se bastante com o contexto da realidade local e 
com o desenvolvimento do país. E para isso, pro-
cura fazer a sua parte, investindo em projetos so-
ciais, ambientais e na promoção de oportunida-
des para os que sonham em fazer uma faculdade 
de qualidade mas que precisam superar alguns 
obstáculos. 
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: 
“Formar profissionais com consciência cidadã para o 
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança 
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.”
Entendemos que a educação de qualidade sempre 
foi a melhor resposta para um país crescer. Para a 
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o 
mundo à sua volta.
Seja bem-vindo!
APRESENTAÇÃO 
DA DIREÇÃO 
EXECUTIVA
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina 
Diretor executivo do Grupo multivix
5
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
SUMÁRIO
Bem-vindo (a) à disciplina de Geografia Humana e Ecologia Social. Nela estudaremos a 
sociedade a partir da análise das transformações que provocam no espaço geográfico.
Para que seu estudo se torne proveitoso e prazeroso, esta disciplina foi organizada em 
6 unidades, com temas e subtemas que, por sua vez, são subdivididos em seções (tópi-
cos), atendendo aos objetivos do processo de ensino-aprendizagem. De modo geral, na 
disciplina de Geografia Humana e Ecologia Social, que trata da relação das sociedades 
com meio em que vivem, procuraremos compreender os processos de transformação 
do espaço e consequentemente as suas influências na organização social.
Conheceremos os conceitos chave da Geografia Humana. Analisaremos as relações 
entre a organização da economia, a distribuição espacial e a dinâmica da estrutura 
ocupacional da população. 
Ao longo da disciplina refletiremos sobre o funcionamento e os principais problemas 
das atividades produtivas. Além disso, promoveremos uma discussão para comparti-
lhar nossas ponderações acerca do crescimento econômico e desenvolvimento. 
Esperamos que, até o final da disciplina, você possa: 
• conhecer os conceitos chave da Geografia Humana e Ecologia Social. 
• estabelecer relações entre os conceitos estudados e a realidade social.
• refletir sobre os impactos sociais e ambientais decorrentes do processo de desenvol-
vimento econômico e tecnológico.
• compreender a importância da aplicação dos vários conceitos da Geografia no con-
texto da atuação do profissional de serviço social. 
Antes de iniciar sua leitura, gostaria que você parasse um instante para refletir:
6
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Qual é a contribuição da Geografia Humana e Ecologia social para a formação do 
profissional de Serviço Social?
Não se preocupe, até o final da disciplina, você terá respostas e, também, outras per-
guntas formuladas.
Enfim, esperamos promover reflexões acerca do assunto e desejamos sucesso 
e bons estudos.
7
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
SUMÁRIO
SumÁrio
2UNIDADE
1UNIDADE 1 conceiToS cHaVe Da GeoGrafia 11
1.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 11
1.2 A GEOGRAFIA SERVE PARA…? 11
1.2.1 CIÊNCIA GEOGRÁFICA 121.2.2 OBJETO DA GEOGRAFIA HUMANA E ECOLOGIA SOCIAL 14
2 Homem X meio amBienTe 17
2.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 17
2.2 BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO 17
2.3 SER HUMANO: AGENTE CONSUMIDORE TRANSFORMADOR DO ESPAÇO 18
2.4 O ESPAÇO GEOGRÁFICO 20
2.4.1 A SOCIALIZAÇÃO DO ESPAÇO 21
3 orGaniZaÇÃo Do eSPaÇo 24
3.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 24
3.2 ESPAÇO E SOCIEDADE: PROBLEMATIZAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO 24
3.3 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL 25
3.3.1 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL GLOBAL CAPITALISTA 26
3.4 O ESPAÇO URBANO E OS MOVIMENTOS SOCIAIS 27
4 o eSPaÇo urBano conTemPorÂneo 30
4.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 30
4.2 A URBANIZAÇÃO NOS GRANDES CENTROS URBANOS 30
4.3 DESIGUALDADE E SEGREGAÇÃO ESPACIAL 31
4.4 AS CIDADES BRASILEIRAS 32
5 caracTeriSTicaS e orGaniZaÇÃo Da PoPulaÇÃo 37
5.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 37
5.2 POPULAÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS 37
5.3 CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO 42
5.4 MOVIMENTOS POPULACIONAIS 43
3UNIDADE
4UNIDADE
5UNIDADE
8
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
6 relaÇÕeS De GÊnero, raÇa e a QueSTÃo Social 46
6.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 46
6.2 REFLEXÕES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL 46
6.3 DEBATES SOBRE NOÇÕES DE GÊNERO E RAÇA 47
6.3.1 RELAÇÕES DE GÊNERO E RAÇA: IDENTIDADES SOCIAIS 49
6.4 O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NA SOCIEDADE ATUAL 51
6.4.1 BREVE HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL 52
6.4.2 O PROFISSIONAL E AS IMPLICAÇÕES SOCIAIS 53
referÊnciaS 55
6UNIDADE
9
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
SUMÁRIO
iconoGrafia
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
10
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIOSUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final dessa 
unidade você 
será capaz de:
> Compreender a 
função do estudo 
da Geografia para a 
análise das relações 
sociais.
UNIDADE 1
11
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
SUMÁRIO
1 CONCEITOS CHAVE DA 
GEOGRAFIA
1.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade conheceremos um pouco da evolução do pensamento geográfico e 
sua importância como ferramenta de compreensão da realidade social. 
1.2 A GEOGRAFIA SERVE PARA…?
Desde a pré-história o homem tem se adaptado ao espaço natural e ao mesmo tem-
po provocado mudanças no meio em que vive. Ao longo do tempo essa relação es-
culpiu no espaço natural grandes mudanças. 
Quando a espécie humana era nômade e caçadora, as condições de vida eram hostis, 
apenas os fortes sobreviviam. Portanto, a população não era numerosa. Para garantir 
alimento e sobrevivência era necessário mudar de lugar, e se proteger das mudanças 
climáticas e dos outros animais predadores. 
Com o tempo os humanos desenvolveram técnicas agrícolas e ferramentas para caça. 
Os grupos deixaram de migrar constantemente, e se fixaram em territórios. A maior 
disponibilidade de alimentos e abrigo possibilitou o crescimento da população. As 
relações sociais se tornaram cada vez mais complexas até chegarem na configuração 
que conhecemos hoje.
Durante a evolução, além de se adaptar ao meio natural, os humanos também mo-
dificaram o espaço. Derrubaram vegetação, criaram represas, construíram acampa-
mentos, cidades e etc. Paralelamente, as relações sociais também mudaram: tribos 
foram transformadas em monarquias e repúblicas; e o sistema de troca de mercado-
rias foi substituído pelo capitalismo. 
12
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Então, a Geografia Humana se dedica a compreender essas relações, homem-meio, 
a partir da análise do espaço. 
A ciência geográfica não é uma disciplina simplesmente escolar com a finalidade 
de representar cartograficamente e descrever o mundo. A Geografia possui utilidade 
prática, pois a partir de seu método é possível compreendermos o mundo, organizar 
o espaço, e planejar diversas políticas sociais.
1.2.1 CIÊNCIA GEOGRÁFICA
A Geografia foi considerada ciência somente a partir do século XIX. Mas, antes disso 
o conhecimento geográfico já estava em processo de construção. Os humanos pri-
mitivos, movidos pela necessidade, ao escolherem os lugares mais adequados para 
sobreviver transformaram o meio em que habitavam. Por esse motivo alguns estudio-
sos consideram que o espaço geográfico surgiu junto com a história da humanidade.
Todas as civilizações praticaram, a sua maneira, a Geografia. Os gregos há mais de 
dois mil anos faziam questionamentos sobre o cosmos, as porções de terras, e ocea-
nos. Possivelmente antes dos europeus, chineses e árabes navegavam pelos mares e 
expandiram seus territórios.
Contudo, devido a escassez de documentos históricos e a influência da colonização 
européia em nossa sociedade, a ciência geográfica que atualmente conhecemos é 
altamente influenciada pela visão eurocêntrica .
 
Todo o processo de evolução da espécie humana e sociedade foi muito mais com-
plexo do que o descrito aqui. Se você quiser conhecer mais sobre esse assunto, as-
sista ao documentário “A Evolução da Humanidade - Armas, Germes e Aço” basea-
do no livro homônimo de Jared Diamond produzido pela National Geographic.
13
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
SUMÁRIO
Foi na Europa que a Geografia passou a ser reconhecida como ciência. Um marco histó-
rico foi o primeiro Congresso Internacional de Geografia realizado na Bélgica em 1871.
Os geógrafos estavam focados em desenvolver os estudos nas áreas econômica, po-
lítica, física (expansão colonial e militar). Esse foco estava diretamente relacionado a 
necessidade de formar cidadãos alinhados com os ideais nacionalistas. Essa aborda-
gem recebeu o nome de Geografia Clássica ou Tradicional. Neste período, a Cartogra-
fia evoluiu muito, foram publicados Atlas da França, Reino Unido e Alemanha. 
Na década de 1960, o foco da produção científica em Geografia mudou. Dizemos 
que houve uma mudança de paradigmas. A “Nova Geografia” foi criada por intelec-
tuais que criticavam a Geografia Tradicional.
A principal característica dessa corrente de pensamento era a busca pela quantificação, 
sistematização, e criação de modelos para a análise do espaço. A Geografia Teorético-
-Quantitativa se desenvolveu principalmente nos Estados Unidos, na Suécia, e na Grã-
-Bretanha. Fortemente influenciada pelo positivismo, essa abordagem foi favorecida 
pelo grande desenvolvimento da informática e cartografia no período da Guerra Fria.
Após o fim da Segunda Guerra mundial, os países estavam sob a influência de dois 
blocos econômicos: comunista soviético e o americano capitalista. As disputas políti-
cas e o imperialismo agravaram a desigualdade na distribuição de riquezas. 
Ainda na década de 1960 a sociedade vivenciava a divisão entre nações desenvolvi-
das e subdesenvolvidas, o intenso crescimento populacional, e conflitos raciais. A Nova 
Geografia por estar voltada para o planejamento e distante da realidade cheia de pro-
blemas sociais, passou a ser criticada por um grupo de pensadores que não acredita-
vam que esse modelo científico pudesse fornecer auxílio aos problemas vividos. Esses 
questionamentos deram origem a uma nova abordagem: A Geografia Crítica. 
eurocentrismo é uma idéia que coloca os interesses e a cultura Européia como 
sendo as mais importantes e avançadas do mundo. Este conceito foi muito utili-
zado no período das Grandes Navegações eDescobrimentos Marítimos (séculos 
XV e XVI). Atualmente é um conceito que não é mais aplicado, pois sabemos 
que não há uma cultura superior a outra, elas são apenas diferentes e devem ser 
respeitadas como tal.
14
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Ela surgiu na França, e posteriormente, se desenvolveu na Bélgica e nos Estados Uni-
dos. Em contraposição à Geografia Teorética-Quantitativa, os geógrafos críticos de-
fendiam que a ciência deveria ser um instrumento de transformação da realidade 
vigente em busca de justiça social para minimizar a pobreza e incluir as minorias. 
Outra abordagem que se opunha ao objetivismo positivista foi a Geografia Fenome-
nológica. Ela focava na análise da atitude e comportamento da sociedade no espaço 
em que viviam. 
Por fim, na década de 1970, A Geografia Humanista que foca seu estudos no compor-
tamento humano surgiu como contraste as Geografia Crítica e Teorética-Quantitativa. 
1.2.2 OBJETO DA GEOGRAFIA HUMANA E ECOLOGIA 
SOCIAL
Vimos anteriormente que a relação entre o espaço geográfico e os humanos é o obje-
to de estudo principal da Geografia. Por se tratar de uma ciência, ela possui métodos 
e técnicas de análise, e muitas vezes, para facilitar a produção do conhecimento ela 
é subdividida em áreas.
Na Geografia Física se estuda a Terra (litosfera, hidrosfera, atmosfera, biosfera) e a in-
tervenção humana sobre ela. Seus estudiosos se dedicam à criação de sistemas de 
planejamento ambiental, agrário, e urbano.
Por sua vez, a Geografia Humana busca a compreensão das atividades humanas so-
bre o espaço. Geralmente, os temas abordados são a demografia, urbanização, indus-
trialização, política, economia entre outros.
Bom, chegamos ao final desta unidade, tendo dois objetivos básicos: explicar os 
assuntos, evitando simples descrições, e claro, motivar os alunos discutindo temas 
como a ciência geográfica, evolução, divisões e sua relação com a realidade social.
As sugestões de atividade seguem os mesmos objetivos: estimular os alunos a ler, 
discutir, refletir e opinar. Assim, eles desenvolverão seu senso crítico e sua capacidade 
de raciocinar.
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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
SUMÁRIO
Documentário: “A Evolução da Humanidade - Armas, Germes e Aço” - Jared Dia-
mond. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lHme2Kmii0A&list=PLP-
COBUaPEzy-ip8V9dfIv_QlFnRcZPkMd
https://www.youtube.com/watch?v=lHme2Kmii0A&list=PLPCOBUaPEzy-ip8V9dfIv_QlFnRcZPkMd
https://www.youtube.com/watch?v=lHme2Kmii0A&list=PLPCOBUaPEzy-ip8V9dfIv_QlFnRcZPkMd
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GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIOSUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final dessa 
unidade você 
será capaz de:
> Compreender 
a concepção 
de geografia 
como ciência 
humana, e do 
espaço geográfico 
como espaço 
social, resultado 
da progressiva 
humanização da 
natureza.
17
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
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GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
SUMÁRIO
2 HOMEM X MEIO AMBIENTE
2.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade iremos, em primeiro lugar, incluir novos temas e conceitos, mais ade-
quados à compreensão do mundo atual e também motivadores para o profissional 
de Serviço Social. Em segundo lugar, tentar integrar os diversos temas, especialmen-
te os itens da geografia humana e da geografia física, evitando não homogeneizá-los, 
evitando que tais assuntos apareçam como temáticas isoladas.
2.2 BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO
No mundo contemporâneo, onde o capitalismo industrial e monopolista é o sistema 
internacional hegemônico, a natureza tornou-se mercadoria. Nesse sistema, o meio 
ambiente não é determinado pelos elementos naturais, como ocorre nas sociedades 
pré-industriais, mas sim pelas relações e contradições entre pessoas e grupos, que 
são simultaneamente políticas, econômicas e culturais (VESENTINI, 2004, p.2)
Verificada essa realidade, não seremos capazes de compreender a sociedade moder-
na a partir do espaço natural. Seguindo o caminho inverso, é a partir da sociedade 
de consumo, do subdesenvolvimento, e dos sistemas socioeconômicos, é que iremos 
compreender as modificações que ocorrem nas paisagens naturais do planeta.
Trata-se de uma nova maneira de olhar fixamente o ambiente em que vive o ho-
mem, que passa a ser analisada como recurso, como um elemento da dinâmica so-
cial. Lembrando que a natureza apresenta também sua própria dinâmica, disposição 
e equilíbrio, transformados de modo constante pela ação humana.
Para Vesentini (2004, p.3), os elementos naturais são recursos para a sociedade mo-
derna, reelaborados pela ação humana num processo histórico em que os conflitos e 
as discrepâncias sociais assumem um papel relevante. 
18
GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
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2.3 SER HUMANO: AGENTE CONSUMIDOR 
E TRANSFORMADOR DO ESPAÇO
A natureza, ao longo do tempo foi sendo transformada pela ação humana, que pas-
sou a produzir um espaço com o intuito de garantir sua subsistência. O processo de 
humanização gerou uma natureza mais artificializada, devido em grande parte ao 
surgimento e desenvolvimento de novas técnicas.
A natureza torna-se o cenário para as atividades humanas, pois o seu conhecimento 
influencia ações de planejamento e reconstrução de espaços geográficos, vegetais, 
animais e outras manifestações externas. As cidades e as indústrias se desenvolvem, 
áreas agrícolas expandem-se, constroem-se estradas, ou seja, cada vez mais novas 
técnicas são incorporadas ao espaço geográfico, transformando-o.
Importante perceber que muitos dos elementos que constituem o meio ambiente, 
como os solos, os recursos hídricos, a cobertura vegetal, etc. são produzidos direta-
mente pela natureza. Outras como a agricultura, barragens, viadutos, etc. são decor-
rentes da atividade humana. Assim, podemos dividir o meio ambiente humano em 
meio natural ou paisagem natural e meio social ou cultural.
Essa divisão é feita exclusivamente para fins didáticos, visto que, atualmente é difícil 
encontrarmos lugares na superfície terrestre que ainda não sofreram transformações. 
Independentemente disso, estes lugares estão sujeitos a intervenções políticas que 
neles atuam visando garantir sua preservação aos que desejam explorá-lo de forma 
predatória. Mesmo em um meio natural, aparentemente intacto, há relações econô-
micas, políticas, culturais e ambientais que não são visíveis na paisagem.
Para Moreira e Sene (2007), a paisagem é somente um aspecto da realidade, o que 
a nossa percepção consegue captar. Embora as paisagens estejam impregnadas das 
relações sociais, econômicas e políticas criadas entre os homens, essas relações não 
são tão perceptíveis, sendo necessário que sejam descobertas para que o espaço geo-
gráfico possa ser apreendido em sua essência.
Desde a Antiguidade muitos autores elaboraram estudos que podem ser con-
siderados geográficos, embora o conhecimento fosse disperso, desarticulado, 
associado à matemática, à filosofia e às ciências da natureza. Na Grécia Anti-
ga, Heródoto, Aristóteles e Hipócrates, analisaram a dinâmica dos fenômenos 
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GeoGrafia Humana e ecoloGia Social
SUMÁRIO
naturais, descrições da paisagem e estudaram a relação homem-natureza. Na 
Idade Média, Ptolomeu fez importantes estudos geográficos e cartográficos. 
A expansão marítima européia também proporcionou grandes avanços aos 
estudos geográficos (MOREIRAe SENE, 2007, p.11).
Assim, o ser humano é o principal agente modificador do espaço, adaptando-se rapi-
damente e transformando-o para atender às suas exigências e para satisfazer as suas 
necessidades primárias. À medida que as sociedades ampliam seu desenvolvimento 
técnico, menor é a dependência do meio natural. 
Nas sociedades com grande avanço tecnológico, industriais e urbanizadas, o meio 
cultural tende a prevalecer na formação da paisagem geográfica, tendo os elementos 
naturais, nesse caso, pequena influência, sendo modificados e controlados gradual-
mente pela ação humana. 
Torna-se oportuno salientar que o ser humano vive socialmente em grandes centros 
urbanos, áreas isoladas e até mesmo como nômades. Estando presente em quase 
todos os ambientes do planeta (dos pólos gélidos às regiões desérticas), ao contrário 
de alguns que preferem o isolamento (eremitas), a grande maioria prefere o convívio 
social, em comunidades, principalmente dos centros comerciais, ou seja, das cidades.
Portanto, o ser humano contemporâneo está vinculado a um sistema que engloba 
economia, política, cultura, religião, ciência e tecnologia. Como organismo social é a 
única espécie que compete entre si, não pela necessidade de sobrevivência (acasala-
mento, alimento, território), como outros animais, mas pela luta e ascensão socioeco-
nômica, perante o grupo social na qual está inserido (VERNIER, 1994).
 
No final do séc. XIX e início do séc. XX duas correntes analisaram a influência que as 
condições naturais exercem sobre os seres humanos. O “determinismo” de origem 
alemã, e o “possibilismo” de origem francesa. Ao contrário do determinismo, mais 
descritivo, o possiblilismo defendia que na relação sociedade-natureza, além dos 
seres humanos sofrerem influência do meio, eles agiam sobre ele também, trans-
formando-o. (MORAES, Antônio Carlos. Geografia: pequena história crítica, 2ª ed. 
São Paulo: Hucitec, 1988, p.55). 
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2.4 O ESPAÇO GEOGRÁFICO
Aprendemos nos itens anteriores que este termo está relacionado ao espaço cons-
truído e alterado pelo homem; e pode ser definido como sendo o cenário das realiza-
ções humanas e suas interrelações com a natureza. 
As diferentes atividades exercidas de modo contínuo pelas sociedades impulsionaram 
a transformação do espaço geográfico. A Revolução Industrial exerceu forte impacto 
sobre a natureza, onde a retirada de recursos naturais alimentaram as indústrias de 
matéria-prima, item essencial nas atividades humanas. Somado a isso, o crescimento 
da população exigiu um maior consumo por alimentos e por bens de consumo. 
O avanço tecnológico desenvolveu uma série de mecanismos para facilitar a mani-
pulação dos recursos naturais. Maquinários e equipamentos modernos facilitaram a 
vida do homem e dinamizaram o processo de exploração de recursos, como os mi-
nerais, além do desenvolvimento de toda produção agropecuária com a inserção de 
tecnologias, como tratores, plantadeiras, colheitadeiras e muitos outros.
São nítidas as modificações criadas, principalmente no setor agropecuário, onde o 
meio é bastante alterado com a retirada da cobertura vegetal original, substituída por 
pastagens e lavouras. Estas atividades acarretam impactos como a erosão, a poluição e 
a contaminação do solo e dos mananciais. Outros setores, como na extração mineral, os 
impactos sofridos modificam consideravelmente o arranjo espacial do lugar explorado.
Assim como nas áreas rurais, as transformações também são nítidas nas áreas ur-
banas. As cidades apresentam inúmeras construções, áreas cada vez mais loteadas. 
Espaços que anteriormente eram desabitados passam a abrigar construções residen-
ciais, comércios e indústrias, modificando completamente a paisagem. 
Podemos afirmar que o espaço geográfico não é estático, e tão pouco imutável. As 
mudanças são contínuas e dinâmicas. O espaço geográfico é produto do trabalho 
humano sobre a natureza e todas as relações sociais ao longo da história.
No entanto, ações antrópicas ininterruptas sobre o espaço acarretam inúmeros pro-
cessos de degradação no ambiente. Muita delas, principalmente no último século, 
vem acarretando profundas alterações no planeta, como os desmatamentos, a escas-
sez de água, o aquecimento global, o efeito estufa, e claro, a poluição. Alguns desses 
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impactos ocorrem em escala local, ou seja, na própria cidade; outros em escala regio-
nal e global, extrapolando os limites da cidade que lhes dá origem. 
Diante destas assertivas, torna-se claro que o homem necessita do meio ambiente 
para garantir seu sustento, entretanto, vem caminhando no sentido oposto, promo-
vendo uma exploração irracional dos recursos. Esta atitude vem acarretando sérios 
problemas para todos os seres vivos, em específico o próprio homem, e toda a sua 
geração futura.
2.4.1 A SOCIALIZAÇÃO DO ESPAÇO
Além de uma dinâmica natural, o espaço geográfico apresenta uma dinâmica social, 
desempenhada pelas formações sociais que ali vivem e atuam. O homem, ao apode-
rar-se do ambiente na qual vive tende a transformá-lo, utilizando as técnicas de que 
dispõem, segundo o momento histórico e segundo seus valores, crenças e interesses 
políticos e econômicos. 
Em relação à valorização econômica, o espaço geográfico é visto como um bem imo-
biliário, que pode ser visto como fator de produção ou produto comercializável. Para 
alguns setores da sociedade, o espaço só é considerado natural quando ainda não 
sofreu transformações ou investimentos de capital ou tecnologia. Desta forma, o es-
paço passa a ter um valor econômico, podendo ser apropriado, explorado e comer-
cializado (SANTOS, 1997).
Sendo assim, quando podemos sustentar que um espaço natural possa ser con-
siderado um espaço geográfico? Qual o limite entre o coletivo e o individual, o 
público e o privado?
As relações que marcam o espaço são permeadas por diversidades, desigualdades, 
lutas e conflitos. Podemos citar, por exemplo, a invasão de reservas indígenas por 
garimpeiros em busca de recursos, ou pela agropecuária em busca de novas terras 
para cultivo e criação de animais. Ou mesmo, conflitos no campo entre latifundiários 
e trabalhadores rurais sem terra, onde o primeiro apropria-se inicialmente do que 
antes era um espaço natural, e o segundo reivindica o direito a posse das mesmas.
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Esta situação é vivenciada também nos centros urbanos, onde o acelerado cresci-
mento da população urbana exige cada vez mais espaço, seja para moradia, trabalho, 
circulação viária e lazer. Estas condições acarretam uma enorme disputa pelo espaço 
urbano, principalmente quando observamos o grande número de áreas invadidas 
pela população de baixa renda, sejam em loteamentos ilegais, margens de rodovia 
ou áreas ribeirinhas.
Ainda em relação à apropriação dos espaços públicos da cidade, outros estratos da 
sociedade acabam invadindo os espaços das calçadas com o intuito de ampliarem 
áreas de onde residem. Ou mesmo, fecharem trechos de ruas, criando vias particu-
lares. É comum também perceber áreas, ou mesmo bairros, onde residem uma po-
pulação privilegiada desfrutar de melhores serviços de infraestrutura, do que bairros 
mais populares.
Por fim, os conflitos entre diferentes grupos que compõem uma população sempre 
estarão perceptíveis no espaço geográfico. É no espaço geográfico que a sociedade se 
organiza, seguindo padrões ou modelos convencionados. É no espaço geográfico que 
os processos sociais, políticos e econômicos ocorrem,dentre eles, as desigualdades 
sociais, a distribuição do poder e as divisões e pressões entre grupos e classes sobre 
o Estado.
É isso, chegamos ao final de mais uma unidade! Esperamos que o conteúdo transmi-
tido tenha sido esclarecedor e que as atividades sugeridas possam complementar o 
seu aprendizado. Bom trabalho!
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SUMÁRIOSUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final dessa 
unidade você 
será capaz de:
> Compreender a 
organização do 
espaço e a sua 
construção.
> Perceber que 
existem diferentes 
percepções acerca 
do que é espaço e 
as dinâmicas sociais 
presente no mesmo.
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3 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
3.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Na unidade anterior estudamos que o espaço geográfico apresenta também uma 
dinâmica social, exercida pelas formações sociais ali existentes. Assim, nesta unidade 
buscaremos aprofundar sobre a questão da sociedade, visto que, sua compreensão 
não pode ser feita através de uma única ciência social concreta.
3.2 ESPAÇO E SOCIEDADE: PROBLEMATIZAÇÃO 
E CONTEXTUALIZAÇÃO
A antropologia, a geografia, a história, a economia e a sociologia, dentre outras ciências 
sociais, debruçaram-se a estudarem a sociedade. Sabemos que esta é extremamente 
complexa, multifacetada, e composta por elementos como as classes sociais, as artes, a 
cidade, o campo, o Estado, os partidos políticos, as religiões etc. (CORRÊA, 2000).
Assim, torna-se tarefa árdua fazer uma análise individualizada da sociedade, dos seus 
elementos e articulações, por uma única ciência social, visto que, a mesma pode ser 
feira através de diferentes ângulos.
A Geografia Humana, por exemplo, ao contrário das outras ciências sociais que apre-
sentam outras objetivações, estuda a sociedade sob a ótica da organização espacial, 
apresentando um modo particular de interpretar a sociedade.
A formação estrutural da sociedade ao longo dos anos e sua reorganização se deram 
simultaneamente às atividades humanas, transformando o meio natural primitivo 
em grandes manchas urbanas, eixos viários e ferroviários, parques urbanos, diferentes 
empreendimentos comerciais, etc. Tais elementos constituem padrões de localiza-
ção que são inerentes a cada sociedade.
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Segundo Bittencourt (2008, p.2), a globalização exigiu das sociedades modernas e 
das relações sociais um território mais amplo. As fronteiras não mais existem, impon-
do a coletividade, a expansão do conhecimento, o avanço da tecnologia, e do desen-
volvimento (in) sustentável. Os diferentes grupos sociais, ou comunidades locais, cada 
uma a sua maneira, irá apropriar-se de suas redes sociais de identidades coletivas.
Os grupos sociais tendem a adquirir um sentimento de pertencimento à comunida-
de na qual estão inseridos, e sua organização se faz ao redor de objetivos comuns, di-
vidindo não somente o mesmo território, mas também as afinidades e conveniências. 
Para Santos (2002), as ambições ou propósitos de um grupo de pessoas constituem-
-se como um processo de formação de redes individuais e coletivas. 
Desse modo, a relação redes sociais e território exibem uma relação contrária: de um 
lado, a rede é fator de coesão, de solidariedade e homogeneização; por outro lado, ela 
infringe os territórios, opondo às malhas institucionais suas lógicas funcionais (BIT-
TENCOURT, 2008).
3.3 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
Estudamos que os elementos constituintes do espaço e que foram originados pela 
ação humana, como as estradas, os cultivos, os centros urbanos, etc. formam o que 
denominamos de segunda natureza, ou seja, a natureza primitiva transformada pelo 
trabalho social. Estes elementos estão dispostos e organizados espacialmente sobre 
a superfície terrestre, seguindo certa lógica. 
Para Corrêa (2000), a expressão organização espacial possui sinônimos variados: es-
trutura territorial, configuração espacial, formação espacial, arranjo espacial, espaço 
geográfico, espaço social, espaço socialmente produzido ou, simplesmente, espaço. 
Considerar que cada um destes conceitos representa visões distintas e uma verdade 
absoluta seria criar assertivas falsas.
Independentemente do conceito, a organização espacial se constitui pelo trabalho 
social. O espaço geográfico é definido pela sociedade, que nele se realiza e se repro-
duz. Para que ela própria possa se repetir, a sociedade cria formas fixas sobre a super-
fície terrestre, pois, do contrário, ela não conseguiria permanecer viva.
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3.3.1 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL GLOBAL CAPITALISTA 
A organização espacial global capitalista resulta da sistematização de uma cadeia de 
relações entre objetos, atividades, elemento material, representação e organizações 
espaciais específicas (CORRÊA, 2000).
Para facilitar o entendimento, Corrêa (2000), ilustra tais informações na forma de um 
organograma, onde o mesmo insere os objetivos (acumulação de capital e reprodu-
ção social). Estes objetos relacionam-se com certas atividades e elementos materiais, 
por exemplo: na atividade “produção” destaca-se os elementos materiais (fábrica, 
mina, campos, etc.); na atividade “circulação” (depósitos, canais, dutos, rodovias, etc.); 
na atividade “controle e decisão” (banco, escolas, igrejas, etc.); e na atividade “consu-
mo” (lojas, hospital, cinema, habitações, etc.). 
Para cada elemento material existe uma representação espacial (ponto, linha ou 
área), que procuram identificar cada um dos aspectos da totalidade social. Desse 
modo, surgem organizações espaciais específicas, como da localização industrial – 
indústrias dispersas ou concentradas (ponto); do uso agrícola – áreas rurais especiali-
zadas (área); das localidades centrais (ponto); ou da evolução da rede de transportes 
(linha) e áreas urbanas (área).
Se pudéssemos fazer uma analogia da organização espacial global capitalista, com 
uma quadra de esportes, a quadra seria a superfície da Terra, os esportes seriam as 
atividades, e as áreas ou zoneamentos da quadra (regiões) seriam os limites a serem 
respeitados. Cada esporte teria uma regra específica (leis, códigos) e um juiz (apa-
relho repressor). Os agentes das atividades (jogadores) teriam funções claras dentro 
de quadra (localização da atividade), com caminhos bem definidos, e a bola (fluxos 
materiais ou não). Assim, para cada esporte há uma organização espacial específica 
(MOREIRA, 1982).
Podemos perceber que na quadra de esportes, entretanto, cada esporte é treinado 
de uma vez, não permitindo modalidades concomitantes. Na organização espacial 
global, de forma oposta, ocorrem simultaneidades específicas. Para que isto ocorra, 
é essencial certo nível de compatibilidade entre os agentes modeladores da organi-
zação espacial.
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Segundo Corrêa (2000), este processo ocorre quando há uma ação coordenadora e 
repressora do Estado, via planejamento territorial, ou através da aliança de interesses 
das grandes corporações capitalistas, que são capazes de organizar o espaço, ao me-
nos parcialmente, segundo seus interesses.
3.4 O ESPAÇO URBANO E OS MOVIMENTOS SOCIAIS 
Entendemos por movimentos sociais no espaço urbano a percepção de uma orga-
nização espacial desigual, assinalada por uma complexa divisão técnica e social do 
espaço, ligada a uma grande diferençanas condições de vida dos diversos grupos 
sociais da cidade. 
Assim, os movimentos sociais estão geralmente correlacionados a uma problemática 
urbana, relacionada às vezes ao uso, a distribuição e a apropriação do espaço urbano. 
Portanto, são movimentos sociais urbanos as manifestações que dizem respeito à 
habitação, ao uso do solo, aos serviços e equipamentos coletivos de consumo, como 
transporte, segurança, saúde, educação e cultura.
Os dilemas sociais estão relacionados também, por um lado, ao mercado de traba-
lho, e de outro, pela lógica capitalista, que torna pouco rentável a produção destes 
equipamentos pelo capital privado. É papel do Estado assumir a obrigação de dar 
auxílio aos equipamentos de consumo coletivo para todo o espaço urbano, porém, o 
que se observa é que sua atuação não se realiza de modo uniforme.
Para Rodrigues (2007, p.74), a presença e aparente ausência do Estado aprofundam 
contradições inerentes ao modo de produção capitalista. A presença, dentre outras 
 
As relações entre as organizações espaciais específicas e a globalidade destas po-
dem ser vistas também em Ruy Moreira “Repensando a geografia”, outro artigo 
importante para a compreensão da organização espacial. In: SANTOS, M. (org.). No-
vos rumos da geografia brasileira. São Paulo, HUCITEC, 1982. 
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dinâmicas, está condicionada a definição de salários, legislações pertinentes ao uso 
da terra e edificações, normas jurídicas e implantação de infraestrutura e equipa-
mentos de uso coletivo. As dificuldades do Estado parecem persistir em salários in-
satisfatórios para a reprodução da vida, auxílio aos meios e equipamentos de uso e 
consumo coletivo.
Atualmente, as cidades refletem um espaço de produção cultural e do trabalho hu-
mano em permanente processo de transformação das relações sociais, nitidamente 
desfavoráveis ao conjunto da classe trabalhadora que, em seu enfrentamento, busca 
ter acesso aos direitos sociais e a melhores condições de vida.
Para os distintos grupos societários, a produção do espaço é algo distante, pois não 
faz parte de algo concebido. A segregação espacial, por exemplo, é tida como um 
desvio de um modelo de urbanização, cujo pressuposto principal é uma cidade ideal 
(RODRIGUES, 2007, p.75).
Para muitos a cidade concebida não existiria dilemas de moradia, falta de escolas, 
hospitais, transporte, poluição, e tão pouco trabalhadores descontentes. Na verdade, 
a realidade é outra, na cidade não imaginária, os trabalhadores não são invisíveis, e os 
problemas não desaparecem, pelo contrário, são visíveis e para ignorar as causas são 
tidos como causadores dos problemas a que estão submetidos .
Finalmente, torna-se imprescindível que a organização social mude para que, em 
seus aspectos mais essenciais, a organização espacial possa também mudar. Trans-
formar a partir da prática daquele que assumirá o papel de agente de seu próprio 
destino e modelador de seu espaço: o homem novo, de uma sociedade sem classes 
sociais (CORRÊA, 2000).
Assim, chegamos ao final de mais uma unidade! Esperamos que o conteúdo transmi-
tido tenha sido esclarecedor e que as atividades sugeridas possam complementar o 
seu aprendizado. Bom trabalho!
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SUMÁRIOSUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final dessa 
unidade você 
será capaz de:
> Entender sobre 
o espaço urbano 
contemporâneo 
para a análise das 
relações sociais.
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4 O ESPAÇO URBANO 
CONTEMPORÂNEO
4.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade conheceremos um pouco sobre o espaço urbano contemporâneo e as 
consequências na estrutura social. 
4.2 A URBANIZAÇÃO NOS GRANDES 
CENTROS URBANOS
A urbanização é o resultado da transferência do homem do campo para a cidade, 
caracterizando o êxodo rural. Existem dois fatores que impulsionam o êxodo rural e 
associam a urbanização.
• Fator Atrativo: ocorre quando o homem do campo é atraído por melhores sa-
lários, maior oferta de emprego, educação, melhoria na condição de vida e na 
oferta de serviços públicos;
• Fator Repulsivo: em decorrência da substituição da mão de obra pela meca-
nização, concentração fundiária, baixos salários, falta de serviços públicos para 
garantir qualidade de vida.
Segundo Carlos (1990), o espaço geográfico é o local onde o homem constrói e reproduz 
as relações sociais, ligados ao trabalho e a natureza. Que além de ser um produto é ainda 
condição e meio do processo de reprodução geral da sociedade. Entendendo que o pro-
cesso de urbanização é resultante da transferência do homem do campo para a cidade.
Através desta relação o espaço urbano é construído, que de acordo com Corrêa (1995), 
este espaço é capitalista e produz um conjunto de usos da terra. Sendo elas áreas re-
sidenciais, comerciais, de lazer e as aéreas para futuras expansões. O espaço urbano é 
fragmentado e articulado, que reflete nas desigualdades sociais. Segundo o autor os 
agentes sociais são os responsáveis pela reprodução deste espaço, sendo: 
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• Os proprietários dos meios de produção, sobretudo os grandes industriais: em 
razão das suas atividades, necessitam de grandes áreas de baixo custo para a 
sua produção e de fácil acesso rodoviário;
• Os proprietários fundiários: tem interesse na obtenção no maior valor das pro-
priedades e não o do uso, que podem ser empreendimentos comercial ou 
residencial. Alguns destes fundiários com mais influência, obtém maior valor 
pelas suas terras, pois exercem pressão no Estado ou no município, para inter-
ferir no uso e ocupação do solo;
• Os promotores imobiliários: são os agentes que realizam, parcialmente ou to-
talmente, as seguintes operações: incorporação; financiamento; estudo técni-
co; construção ou produção física do imóvel; e comercialização ou transforma-
ção do capital-mercadoria em capital-dinheiro, agora acrescido de lucro;
• O Estado: também na organização espacial da cidade. Sua atuação tem sido 
complexa e variável tanto no tempo como no espaço, refletindo a dinâmica 
da sociedade da qual é parte constituinte. O Estado possui instrumentos que 
pode empregar em relação ao espaço urbano, entre eles estão a tributação e 
a reorganização espacial, e outros;
• Os grupos sociais excluídos: são os menos favorecidos, não possuem fonte de 
renda que possibilite alugar ou comprar um imóvel. Conseguindo como mo-
radia, cortiços (autoconstrução), conjuntos habitacionais fornecidos pelo Esta-
do, favelas, estas moradias se localizam nas periferias das cidades, provocando 
uma grande exclusão social.
Segundo Carlos (2012), “a “produção” e, consequentemente a “reprodução do espa-
ço”, atualmente, repousa no fato de que o desempenho capitalista se expandiu.
4.3 DESIGUALDADE E SEGREGAÇÃO ESPACIAL
No tópico anterior foi apresentado como espaço urbano contemporâneo, pode pro-
vocar e intensificar a desigualdade e a segregação espacial. 
O conceito de segregação apareceu com a Escola de Chicago, segundo Corrêa (1995), 
sendo definido como um processo ecológico resultante da competição impessoal 
que geraria espaços de dominação dos diferentes grupos sociais. Assim a segregação 
socioespacial acontece em diferentes áreas do território urbano.
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O termo segregação social e exclusãosocial é discutida por várias disciplinarias, entre 
elas a geografia, a sociologia, serviço sociais entre outras, porque é um importante 
processo do espaço urbano e que constitui na existência de vários grupos sociais dis-
tintos (PASSOS; ARAUJO, 2014).
Para Rocha (2011), a segregação é mais evidente no processo de urbanização, ou seja, 
o simples fato de residir demonstra como ocorreu o processo de segregação. 
Necessário salientar, de acordo com Liberato (2007), que a segregação socioespa-
cial origina-se da exclusão social que por sua vez impõe o confinamento espacial. A 
segregação social apresenta vários tipos que podem ser: política, social, psicológica, 
cultural, etc, e com variação de intensidade (maior ou menor) e que podem superpor. 
E consequentemente promove a desigualdade social e no desigual acesso aos servi-
ços públicos (saúde, educação, moradia e mobilidade urbana).
4.4 AS CIDADES BRASILEIRAS
 > o SurGimenTo DaS ciDaDeS
 > As cidades surgiram a partir do desenvolvimento da agricultura irrigada nas 
planícies dos grandes rios, fator econômico decisivo na fundação das primei-
ras cidades no Oriente Próximo. O principal progresso técnico que a acom-
panhou foi à descoberta e uso do bronze, substituindo a utilização da pedra 
na manufatura.
 
O processo sobre urbanização nos centros urbanos, desigualdade e segregação foi 
apresentado. Mas você pode conhecer mais sobre este assunto, assistindo o vídeo 
sobre “A história das coisas”, no canal do Youtube - https://www.youtube.com/wat-
ch?v=7qFiGMSnNjw - para perceber melhor como a produção dos produtos que 
todos usam, afeta a todos.
https://www.youtube.com/watch?v=7qFiGMSnNjw
https://www.youtube.com/watch?v=7qFiGMSnNjw
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SUMÁRIO
 > As primeiras cidades surgiram entre 3.500 e 3.000 a. C., nos vales dos rios Nilo, 
no Egito e Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia; posteriormente, mais ou menos 
em 2 500 a.C., no vale do rio Indo, na Índia e por volta de 1.500 a. C., na China.
 > As cidades europeias - e a vida urbana destas cidades - não haviam mudado 
muito com a chegada do Renascimento;
 > No século XVIII, a Revolução Industrial teve início, com a invenção da máqui-
na a vapor, e de outros equipamentos industriais, esta revolução durou até o 
final do século XIX nos atuais países desenvolvidos mudando drasticamente 
os grandes centros industriais, outras cidades começaram a se industrializar 
a partir do séc. XX;
 > A industrialização das cidades causou grandes mudanças na vida urbana;
 > Produtos que artesãos levavam horas para fazer eram produzidos em série, 
em grande quantidade, e a preços mais baixos, dificultando a venda dos pro-
dutos dos artesãos altos pelos custos, inviabilizando a continuação de seus 
negócios;
 > A população das cidades industrializadas cresceu bastante, isto ocorreu por cau-
sa das altas taxas de crescimento populacional da época, e pelo forte êxodo 
rural, por causa dos avanços tecnológicos na agropecuária; outros agricultores 
mudaram para cidades em busca de vida melhor ou para trabalhar nas fábricas;
 > As condições sanitárias da cidade industrial típica da década de 1830 eram 
péssimas, não dispunham de abastecimento de água e esgoto - nem mesmo 
nos bairros onde as casas e apartamentos da burguesia e da elite estavam 
localizados, somente ao longo do séc. XIX as condições sanitárias foram me-
lhoradas nos bairros das elites e da burguesia e somente no séc. XX a classe 
trabalhadora começou a receber esses serviços;
 > A poluição tornou-se um grande problema nas cidades industrializadas, de-
vido à falta de instalações sanitárias adequadas, tornando as taxas de morta-
lidade das cidades elevadas;
 > A industrialização da grande maioria das cidades ocorreu sem nenhum pla-
nejamento, sendo construídas junto aos bairros residenciais;
 > Durante o final do século XIX, leis trabalhistas foram aprovadas nos Estados 
Unidos e na Inglaterra, com o intuito de proteger os trabalhadores, estas leis 
proibiam o uso do trabalho infantil nas fábricas, melhorias na assistência mé-
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dica e hospitalar para a classe trabalhista, fornecimento de abrigos e comida 
aos desempregados; 
 > Adoção de políticas de planejamento urbano, como leis antipoluição, cons-
trução de estradas e a implementação de um sistema de transporte público 
e zoneamento;
 > A indústria tornou-se a principal fonte de renda das grandes cidades do sécu-
lo XVIII e do século XIX, o comércio interurbano tornara-se mais forte; 
 > O imenso custo da construção e manutenção das fábricas, e da obtenção de 
matéria-prima, foram um dos motivos da ascensão do capitalismo;
 > 1.900 – TemPoS aTuaiS
 > As cidades cresceram mais no século XX, mesmo com crises como a Grande 
Depressão da década de 1930;
 > As principais razões deste grande crescimento populacional, foi a queda nas ta-
xas de mortalidade, gerada após inovações na área da medicina e de leis contra 
indústrias poluentes, bem como maior reorganização da cidade através da im-
plementação de leis de zoneamento e de planejamento urbano e a grande mi-
gração da população rural (êxodo rural) para as cidades, provocada por avanços 
tecnológicos na agropecuária e pela diversificação da economia urbana;
 > O grande crescimento populacional das cidades foram as causas principais do 
aparecimento das regiões metropolitanas, mas que, economicamente, demo-
graficamente, socialmente e culturalmente, formam uma única área urbana;
 > A qualidade de vida, da maioria dos habitantes das grandes cidades dos países 
desenvolvidos desfruta de um alto padrão de qualidade, de leis trabalhistas, 
políticas de planejamento urbano, serviços públicos de qualidade e da eco-
nomia em crescimento destes países, mas ainda enfrentam problemas como 
pobreza e péssimas condições de vida, além de altas taxas de criminalidade.
A cidade–campo está na origem das sociedades humanas, e como tal subjugou o 
campo e implantou a divisão entre trabalho intelectual e o trabalho do campo. A ci-
dade pós-entrada da produção industrial se transforma, subornando o campo a sua 
dominação para atender a sua produção, que posteriormente agregava valores aos 
produtos do campo.
Milton Santos (1994, 34p.) salienta que “o urbano é frequentemente o abstraio, o geral, 
o externo. A cidade é o particular, o concreto, o interno”, que não devemos confundir.
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SUMÁRIO
A cidade passa ser o espaço de vida coletiva e de produção industrial, com esta trans-
formação a cidade passou a dominar a divisão socioespacial do trabalho em uma 
comunidade, passando assim a controlar o excedente de produção, ou seja, a classe 
dominante controla, com a política ou com a força, tornando o campo dependente 
da cidade para a sua própria produção (MONTE-MÓR, 2006).
Maricato (2003) aponta que o processo de urbanização brasileiro iniciou praticamen-
te no século XX, e mesmo após a Proclamação da República e a abolição da escrava-
tura, continuava a ser agrário-exportadora. Na década de 1930 ocorreram mudanças 
políticas, com a regulamentação do trabalho urbano, mas que não era extensivo ao 
trabalhador rural, promovendo assim a industrialização, construção da infraestrutura 
urbana, que reforçaram a êxodo rural e consequentemente às cidades não estava 
preparada para esta transformação, apresentando a falta de uma infraestrutura bási-
ca, como falta de emprego, de água, de rede de esgotamento sanitário, de habitação, 
de educação, de saúde, de transporte, dentre outros. A partir da década 1960 o Brasilinicia-se a tradição em pensar a cidade e a questão urbana (LIBERATO, 2007).
Contudo, o padrão adotado do “primeiro mundo”, aplicados a uma parte da cidade 
(ou da sociedade) contribuiu para que a cidade brasileira fosse marcada pela moder-
nização incompleta ou excludente (MARICATO, 2000, p.123). Provendo a segregação 
urbana e a desigualdade social, como resultado da dificuldade de acesso aos serviços 
e infraestrutura urbana. Segundo Corrêa (1995, p.9), “a cidade é também o local de 
diversas classes sociais, que vivem e se reproduzem, o espaço da cidade é também, o 
cenário e o objeto das lutas sociais”.
Desse modo, chegamos ao final de mais uma unidade! Esperamos que o conteúdo 
transmitido tenha sido esclarecedor e que as atividades sugeridas possam comple-
mentar o seu aprendizado. Bom trabalho!
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OBJETIVO 
Ao final dessa 
unidade você 
será capaz de:
> Ao final dessa 
unidade você será 
capaz de entender 
os conceitos básicos 
sobre população, 
o crescimento e 
os movimentos 
populacionais.
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SUMÁRIO
5 CARACTERISTICAS 
E ORGANIZAÇÃO DA 
POPULAÇÃO
5.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade conheceremos um pouco sobre as características, o crescimento de 
uma população e como ela se organiza no espaço geográfico e a sua relação com os 
recursos naturais existentes.
5.2 POPULAÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS
População significa um conjunto de pessoas que vivem em um espaço ou área de-
mográfica comum.
O retorno aos antigos teóricos tem o intuito de promover o entendimento como foi 
o processo de crescimento da população. Para isso vamos mencionar os seguintes 
teóricos, Thomas Robert Malthus e Karl Max.
A teoria demográfica feita por Malthus, criada no final do século XVIII em decorrên-
cia da dificuldade na Primeira Revolução Industrial, como aumento do êxodo rural, 
acarretou em um aumento da população em um curto período, promovendo assim 
a escassez de alimento. Segundo Damiani (2002), a teoria estaria fundamentada em 
duas idéias de crescimento. A população tinha um crescimento geométrico e os pro-
dutos alimentícios tinha um crescimento aritmético, ou seja, a população sofreu com 
a escassez de alimento neste período.
A teoria Neomalthusiana, construída através dos ideais de Malthus, recomendava me-
didas para o controle do crescimento populacional, os métodos anticoncepcionais. 
Como forma de diminuir o crescimento da população, em contra partida poderia 
oferecer uma melhor qualidade de vida a população. 
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A teoria de Marx, a população excedente ou a sobre população não é em decorrência 
do crescimento da população e a diminuição do meio de subsistência. Para Marx a 
pobreza não era somente provocada pela falta de alimentos, mas sim porque os tra-
balhadores não tinham condições de adquirir produtos com os seus salários. 
“Assim as necessidades dos trabalhadores dependiam sempre da necessidade que 
o capitalista - quem o emprega – tem de seu trabalho” DAMIANI (2002, p.16-17). 
Porque a preocupação do capitalista é somente com o seu lucro e não com a ne-
cessidade da população. A teoria Reformista foi um contraponto em relação a teoria 
Neomalthusiana, da qual uma população jovem e numerosa decorre das altas taxas 
de natalidade, sendo uma consequência do subsenvolvimento.
A Teoria da Transição Demográfica foi proposta por Warren Robert Thompson foi para 
contestar a teoria malthusiana.
mundo educação, gráfico adaptado de lucci (2005), 2018 
Segundo Kieling (2009, p.23) a teoria de Thompson “parte do princípio que a taxa 
de nascimento e de mortalidade nunca foram constantes no tempo e que há leis ou 
regras gerais que se aplicam a todas as populações, que seriam as fases da transição”.
O processo de transição demográfica foi divido em 4 fases sendo:
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SUMÁRIO
1. Fase pré-moderna ocorre altas taxas de natalidade e de mortalidade, predomi-
nantemente em sociedades rurais;
2. Fase moderna com a melhoria no desenvolvimento agrícola, econômico e social, 
a taxa de mortalidade decresce, mas taxa de natalidade demora a decrescer;
3. Fase industrial madura acontece, verifica-se o desenvolvimento urbano, melho-
ria na qualidade de vida, redução da agricultura de subsistência, e acesso a con-
tracepção, melhor posicionamento da mulher na sociedade, consequentemen-
te a taxa de natalidade decresce;
4. Fase pós-industrial os índices referentes à taxa de natalidade e de mortalidade 
se estabilizam, criando um baixo crescimento populacional.
Um exemplo da transição demográfica seria a geração baby-boom ou baby-boo-
mers, após a II Guerra Mundial ocorreu uma alta taxa de natalidade.
O significado de Demografia (demos = população, graphein = estudo), para compreen-
dermos melhor o crescimento demográfico, que é um campo específico que dedica 
ao estudo estatístico da população, abordaremos conceitos fundamentais que estão 
relacionados com a analise do crescimento da população. Esta análise é muito im-
portante para entendermos as transformações que ocorrem no espaço geográfico 
em decorrência da relação do homem e o meio. 
De acordo com Monteiro e Amaral (2016) existem dois tipos de variáveis demográ-
ficas. A primeira variável descreve as características da população – referentes a um 
espaço geográfico e um tempo específico. Para a Análise Estatística da População 
são necessárias as seguintes variáveis: Tamanho, Distribuição, Estrutura ou compo-
sição. A segunda variável se refere aos aspectos dinâmicos das populações, ou seja, 
das mudanças e inter-relações entre as variáveis demográficas básicas – fecundidade, 
mortalidade e migração.
O tamanho e a composição da população são considerados os aspectos estáticos 
de uma população, são compreendidos com o número de pessoas que residem em 
um determinado espaço geográfico. Para entendermos, quando dizemos que deter-
minados países possuem uma elevada população absoluta e uma baixa densidade 
demográfica, precisaremos conceituá-lo. 
População absoluta (populoso): é o numero total de habitante de um determinado 
espaço geográfico.
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População relativa (Densidade Demográfica): é o número de habitante por quilome-
tro quadrado (Km²), ou seja, este número é obtido através da divisão do número da 
população absoluta pela área de ocupação no espaço.
Superpovoamento ou superpopulação: esta situação ocorre quando a área ocupada 
está em descompasso com as condições socioeconômicas da população em relação 
aos recursos disponíveis para a sua manutenção.
A diferença entre o local superpovoado de um local populoso (densamente ocupado): 
o local superpovoado não oferece recursos suficientes para abastecimento da popula-
ção e o local populoso tem grande número de população em termos absolutos.
A distribuição da população não é uniforme, e apresenta fatores favoráveis e desfavo-
ráveis para a ocupação. As áreas favoráveis à ocupação são áreas ecúmenas, são es-
paços de fácil fixação e ocupação humana, possibilitando a sua habitação como, por 
exemplo: os centros urbanos, regiões litorâneas, etc. E as áreas anecúmenas, que cor-
respondem às áreas de difícil fixação do homem, apresentando o vazio demográfico 
como, por exemplo: principalmente as áreas naturais, florestas,condições climáticas 
rigorosas, etc.
Estrutura da população inclui características étnicas (estrutura étnica), idade e sexo 
(estrutura etária), econômicos (setor das atividades).
A estrutura da população étnica é a classificação dos indivíduos em relação a sua 
cor através da classificação das raças, podendo ser branca, negra, amarela e mestiça, 
sendo muito polêmico. 
A população brasileira apresenta uma grande miscigenação com a seguinte com-
posição: brancos, negros, indígenas, pardos (junção dos brancos, negros e indígenas), 
mulatos (junção branco com negro), caboclos (junção dos brancos com indígenas) e 
os cafuzos (junção de negros e indígenas). 
A estrutura etária da população tem como referência a sua distribuição por faixas de 
idades (jovem, adulto e terceira idade) e sexos (masculino e feminino) podendo ser 
representada através da pirâmide etária como o modelo do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE) 2013 abaixo: 
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SUMÁRIO
A pirâmide etária é formada pela: Base (parte inferior, representando a população 
jovem), Corpo (parte central representando os jovens e adultos) ou ápice (parte supe-
rior/ representando a população idosa), Ordenada (grupos ou faixas de idade), Abcis-
sa (quantidade de pessoas em valor absoluto ou porcentagem).
A importância da pirâmide etária para os estudos de demografia é por que elas re-
fletem a estrutura da população de um determinado país, estado, cidade, município, 
auxiliando assim nas decisões dos governos para politicas públicas, melhora nas in-
fraestruturas como, por exemplo: educação, saúde, segurança, etc. 
A estrutura econômica corresponde ao setor das atividades primário, secundário e 
terciário. O setor primário está relacionado com a exploração dos recursos naturais, 
as atividades são: agricultura, mineração, pesca, pecuária, extrativismo vegetal e caça. 
Responsável por fornecer a matéria prima para indústria de transformação. O setor 
secundário é responsável em produzir bens de consumo industrializados através da 
matéria prima. O setor terciário é o setor de serviços, ou seja, os serviços são ativida-
des prestadas por terceiros ao setor econômico como, por exemplo, comércio, saúde, 
educação, transporte, etc.
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De acordo com o IBGE, o PEA (População Economicamente Ativa) corresponde à 
parcela da população empregada ou que possui condições de trabalhar e realizar 
algum esforço para isso. E a população não economicamente ativa são as pessoas 
que não tem idade, interesse ou condições para exercer algum ofício. 
5.3 CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO
O crescimento demográfico ou o crescimento populacional se refere ao aumento e 
as dinâmicas da população. Os estudos demográficos ou econômicos permitem co-
nhecer a população quantitativamente e qualitativamente, podendo assim planejar 
e adequar ações que promovam a qualidade de vida da população.
São dois processos que provocam o crescimento da população, crescimento vegeta-
tivo ou natural e o crescimento horizontal ou migração liquida.
O crescimento vegetativo ou natural se refere à diferença entre a taxa de natalidade 
e a taxa de mortalidade. Quando maior for a taxa de natalidade maior será o cresci-
mento populacional. O que significa taxa de natalidade e taxa de mortalidade?
A taxa de natalidade indica o número de nascimento ocorrido para cada grupo de 
mil habitantes no período de um ano. Sendo a seguinte fórmula:
número de nascimentos/ População absoluta x 1000
 
O processo sobe a transição demográfica e as consequências para a desigualdade 
social. Você pode conhecer mais sobre este assunto, lendo o artigo do autor Profº. 
Fausto Brito, com o tema “Transição demográfica e desigualdades sociais no Brasil”, 
acessando o site: <http://www.scielo.br/pdf/rbepop/v25n1/v25n1a02.pdf>. Acesso: 
mar. 2018.
http://www.scielo.br/pdf/rbepop/v25n1/v25n1a02.pdf
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SUMÁRIO
A taxa de mortalidade indica o número de mortes ocorrido para cada grupo de mil 
habitantes no período de um ano. Sendo a seguinte formula:
número de Óbitos/ População absoluta x 1000
O crescimento horizontal ou migração liquida se refere à diferença entre o número 
de imigrantes e os emigrantes. A diferença entre os imigrantes, emigrantes e migran-
tes serão abordados nos movimentos populacionais.
5.4 MOVIMENTOS POPULACIONAIS
Os movimentos populacionais são os processos migratórios e eles podem ser migra-
ção, emigração e imigração.
• As migrações podem ser internas (dentro do próprio país) ou externas (de um 
país para outro, legalmente ou ilegalmente);
• As emigrações é quando ocorre a mudança do seu país de origem para morar 
em outro país;
• As imigrações é o movimento de pessoas entrando em outro país para morar.
As migrações podem ser motivadas por fatores econômicos (emprego), políticos 
(guerras internas e externas ou abertura politica), culturais (conflitos étnicos e religio-
sos) e naturais (catástrofes ambientais).
Segundo Damiani (2002, p.39) “a discussão da migração tem caráter estratégico no 
desvendamento da relação entre a dinâmica populacional e o processo de acumu-
lação de capital, para além da concepção de crescimento natural – a do excesso de 
nascimentos sobre mortes”.
Esta dinâmica está vinculada ao tempo de permanência deste migrante que pode 
ser definitiva quando imigrante se estabelece de forma definitiva, criando vínculos, 
podem ser circulares quando o imigrante é atraído pelos avanços tecnológicos, mas 
que não cria vínculo muda sempre que julgar necessário, e os temporais o imigrante 
permanece por certo tempo, podendo ser diárias ou sazonais.
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As migrações podem apresentar outros tipos, como por exemplo, 
• Migração pendular: caracteriza pelo movimento pendular, ou seja, do desloca-
mento diário para estudar ou trabalhar;
• Transumância: caracteriza pela mudança de um grupo de pessoas, para outra 
cidade, estado ou pais por tempo determinado;
• Êxodo rural: é o deslocamento de pessoas do campo para as cidades, permanente; 
• Êxodo urbano: quando as pessoas da cidade mudam para áreas rurais;
• Nomadismo: as pessoas não têm fixação permanente, não criando moradia fixa;
• Diáspora: é uma migração involuntária ou forçada.
Damiani (2002, p.41) enfatiza que “tanto as migrações internacionais, como as mi-
grações internas rural-urbana, rural-rural, comprovam o processo de expropriação (a 
concentração da propriedade), e de exploração, que marcam o desenvolvimento do 
capitalismo em países como o Brasil”. E principalmente possuem um papel prepon-
derante na organização do espaço geográfico.
Assim, chegamos ao final desta unidade! Esperamos que o conteúdo transmitido 
tenha sido esclarecedor e que as atividades sugeridas possam complementar o seu 
aprendizado. Bom trabalho!
Sessão de vídeo: “o homem que virou suco” – Direção: João Batista de Andrade. 
Brasil, 1980. Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=FF70tq8QSS4. 
O filme retrata os conflitos psicológicos e a crítica social à imigração nordestina 
para São Paulo. Importante ressaltar o fato de que o maior transtorno e as maiores 
dificuldades não são enfrentadas pelos cidadãos que moram na cidade que rece-
bem os migrantes, mas pelas pessoas que foram obrigadas, por fatores econômi-
cos, a abandonar a região de origem.
https://www.youtube.com/watch?v=FF70tq8QSS4
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SUMÁRIOSUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final dessa 
unidade você 
será capaz de:
> Evidenciar uma melhor 
compreensão sobre as noções 
de gênero e raça, visto que são 
processos sociais articulados 
a partir de relações que se 
organizam social, política, 
cultural e economicamente 
em um determinado tempo 
e espaço.
> Perceber que estes assuntos 
constituem-se em temas 
pertinentes à formação 
profissional da (o) assistente 
social, responsável pelo 
planejamento e a execução 
de políticas públicas e de 
programas voltados para o 
bem-estar e a integração do 
indivíduo na sociedade.
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6 RELAÇÕES DE GÊNERO, 
RAÇA E A QUESTÃO SOCIAL
6.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade abordaremos as relações de gênero, étnico-raciais e de identidade 
social, pois entendemos que estas temáticas apresentam grande visibilidade à reali-
dade social no Brasil e fazem parte daquilo que hoje é considerado tema premente 
da contemporaneidade. 
6.2 REFLEXÕES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
Entendemos por diversidade cultural um conjunto de características próprias de um 
grupo de pessoas que habitam em um determinado espaço. Estas particularidades 
estão relacionadas ao tipo de linguagem, a culinária, as tradições, a religião, o modelo 
familiar, político, bem como os processos de diferenciação entre as várias culturas. 
As variadas culturas do planeta formam o que denominamos de identidade cultural 
dos indivíduos ou de uma sociedade. Um registro que personaliza e diferencia os in-
divíduos de determinado lugar do restante dos seres humanos.
O Brasil é bastante conhecido pela sua diversidade cultural. Devido a sua extensão 
territorial e os processos históricos de colonizações, o território brasileiro é marcado 
por diferentes influências culturais, que são perceptíveis em todas as regiões do país. 
Destacam-se as tradições e influências indígenas no Norte e Centro-Oeste; africanas 
no Nordeste; e costumes de origem européia: portuguesa, alemã, italiana e espanho-
la, que estão enraizadas até hoje no Sul e Sudeste do país.
Porém, nossa história é estigmatizada por processos de negação do “outro”, ocorren-
do muitas vezes no plano das representações e do imaginário social quando estabe-
lecemos os conceitos do que é padrão, ou mesmo do que é ser brasileiro. 
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SUMÁRIO
De um lado, criamos o discurso de povo único, resultado de um longo pro-
cesso de miscigenação, originando uma nação distinta com indivíduos cul-
turalmente diversificados. Por outro lado, vivenciamos em nossas relações 
cotidianas inúmeras práticas preconceituosas, discriminatórias e racistas em 
relação a alguns segmentos da população, como, as mulheres, os indígenas e 
os afro-descendentes (ABRAMOWICZ, 2006).
Assim, temas antes negligenciados estão cada vez mais na pauta dos debates. Para Fer-
reira (2014), a cultura, a sexualidade, o racismo, o feminismo, o trabalho, dentre outros, 
são temáticas contemporâneas, e isto significa dizer que são de certa complexidade 
teórica e prática, pois fazem parte do presente e da vida cotidiana de cada um. Nesse 
campo de atividades e interesses, tais categorias emergem como elementos essenciais 
para a compreensão e construção das relações sociais de gênero e raça na atualidade.
6.3 DEBATES SOBRE NOÇÕES DE GÊNERO E RAÇA
Por muito tempo a nossa sociedade sinalizou o propósito de uma cultura branca, 
duramente combatida por uma resistência negra e indígena, que fez originar o que 
denominamos de cultura brasileira. Assim, estão presentes no país manifestações 
culturais de brancos, negros e índios – criadores das expressões e características for-
madoras dessa sociedade. 
Torna-se, portanto, algo impensável a superioridade de algum grupo, em detrimento 
de outro, uma vez que vivemos uma efervescência cultural. Mudanças vêm ocorren-
do, mas ainda a muito por fazer, o que exige dos novos gerentes públicos, privados e 
administradores uma postura de mudança organizacional. 
Temas como gênero, raça e identidade social, enquanto categorias de análise tor-
nam-se recorrentes quando reportamos a inclusão dos sujeitos excluídos, sendo assi-
nalados, dentre outros fatores, as desigualdades de poder (FERREIRA, 2014).
Assim sendo, ainda segundo Ferreira (2014), gênero é um conceito que não pode 
ser assimilado se não for associado com questões de cunho étnico-racial. A noção 
de gênero está relacionada a contextos distintos e suas particularidades. A distinção 
de cunho biológico serve apenas como ponto de partida para a construção social do 
que é ser homem ou ser mulher. A noção de gênero aponta para a dimensão das 
relações sociais do feminino e do masculino (BRAGA, 2007).
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A noção de raça humana foi utilizada como abordagem científica até a segunda me-
tade do século XX, e era objeto de estudo da biologia e da antropologia física. O ter-
mo é bastante discutível, pois considera com mais relevância a proximidade cultural 
do que o aspecto racial. 
No dicionário, o termo refere-se ao “conjunto de indivíduos que pertencem a cada 
um dos grupos humanos, descendentes de uma família, de uma tribo ou de um 
povo, originário de um tronco comum”. Apesar de ainda ser usada em contextos ge-
rais, a palavra raça têm sido muitas vezes substituída por outras palavras que são me-
nos ambíguas e emocionalmente carregadas, como populações, povos, grupos étni-
cos ou comunidades, dependendo do contexto.
O senso comum tende a relacionar os termos raça e etnia como sinônimos. Na ver-
dade, grupos étnicos são indivíduos que dividem uma mesma cultura e até mesmo 
características físicas, enquanto raça é um conceito biológico aplicado aos subgrupos 
de uma espécie, e a espécie humana não tem subgrupos. 
O fundamental na etnia é o sentimento de identificação, tanto do próprio grupo 
como do restante da sociedade nacional. Pouco importa se a base para isso é a cor 
da pele, o idioma original, um sentimento comum de discriminação ou de proble-
mas semelhantes (VESENTINI, 2004). Entretanto, o termo etnia por não ser muito 
categórico não possui conotação racista, sendo muito utilizada atualmente nas li-
teraturas que abordam sobre o tema. Na contramão, o termo raça, tende a ser em-
pregado de forma preconceituosa, principalmente ao ser relacionado ao contexto 
de classe social.
 
Os principais mecanismos de raciação (ou seja, a formação de raças) são o isola-
mento, as mutações, a seleção natural e a seleção social. Para maiores informa-
ções sobre cada um destes mecanismos ver: “VESENTINI, J. W. Sociedade e Es-
paço. Geografia Geral e do Brasil. Editora Afiliada, 2004”.
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Desse modo, enquanto instrumento de análise na sociologia, as percepções e julga-
mentos acerca da noção de raça podem afetar e organizar a vida social das pessoas, 
respondendo principalmente pela criação e manutenção de um sistema de desi-
gualdade social. 
Para Santos (2008), semelhantemente as questões de gênero e raça, as relações de 
classe são compreendidas dentro de seu caráter relacional, ou seja, não se pode fa-
lar em classes sociais sem pontuar a existência de relações desiguais entre elas. A 
sociedade apresenta distâncias sociais significativas na sociedade, onde indivíduos e 
grupos diferentes ocupam lugares distintos.

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