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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL 2021 Mariana Lima Dutra Principais parasitos humanos de transmissão hídrica ou por alimentos ̸ Mariana Lima Dutra. Universidade Federal de Alagoas, 2021. 1. Parasito. 2. Morfologia. 3.Ciclo de vida Editoração: Mariana Lima Dutra SÚMARIO Apresentação ................................................................... 5 Família Trypanosomatidae ∕ Gênero Leishmania.................. 6 Leishmaniose Tegumentar (LT) L.V. brasiliensis.......................................................................... 7 L.L. amazonenses....................................................................... 7 L.V. guyanensis.......................................................................... 7 Leishmaniose Visceral (LV) L. infantum chagasi.................................................................. 10 Família Trypanosomatidae......................................................... 12 Tripanosoma Trypanosoma cruzi.................................................................... 13 Filo Apicomplexa............................................................. 17 Plasmodium P. vivax...................................................................................... 18 P. falciparum............................................................................ 18 Toxoplasma gondii Filo Sarcomastigoporae.................................................. 24 Trichomonas vaginalis............................................................ 25 Filo: Rhizopoda............................................................... 28 Entamoeba E. histolytica............................................................................ 29 E.dispar.................................................................................... 29 E. coli........................................................................................ 29 Filo: Sarcomastigophora................................................. 33 Giardia G. lamblia................................................................................ 34 As doenças parasitárias constituem uma das principais causas de morte mundial de saúde, especialmente nos países em desenvolvimento. No Brasil, apresentam-se bastante disseminadas e com alta prevalência, decorrente das más condições de vida. Esse Atlas tem o objetivo de complementar de maneira avaliativa os rendimentos das aulas remotas teóricas da disciplina de Parasitologia 1. Prof. Ana Cristina Brito Dos Santos Instituto de Ciências Biológicas Universidade Federal de Alagoas APRESENTAÇÃO 5 Família: Trypanosomatidae Gênero: Leishmania 6 7 □ Leishmaniose Tegumentar (LT) Enfermidade polimórfica da pele e das mucosas, caracterizada por lesões ulcerosas indolores, únicas ou múltiplas (forma cutânea simples), lesões nodulares (forma difusa) ou lesões cutaneomucosas, que afetam as regiões muco faríngeas concomitantemente ou após a infecção cutânea inicial. ▪ L.V. brasiliensis: A doença é de curso crônico, grave e i inexorável, respondendo com dificuldades ao tratamento antimonial. ▪ L.L. amazonenses: Lesões geralmente simples, de forma úmida ou c com numerosos nódulos na pele. ▪ L.V. guyanensis: A doença Lesões em sua maioria na pele, c poucos casos apresentam lesões restritas á mucosa nasal. 8 □ MORFOLOGIA ▪ Promastigota Formas promastigotas são alongadas, com um flagelo livre e longo, emergindo do corpo do parasito na sua porção anterior, possui um núcleo arredondado situado na porção anterior do corpo, com um cinetoplasto em forma de bastão, essa forma tem uma grande variabilidade de tamanho podendo ser observadas de 10,0 a 40,0 x 1,2 a 3,0 µm de diâmetro, podendo ter um flagelo do tamanho ou com uma medida superior ao corpo. (NEVES, 2000) Figura 1: Foto microscópica em lâmina da Leishmania sp em forma promastigota. Fonte: http://www.vet.uga.edu/vpp/archives/NSEP/Brazil2002/leishmania/ Port/Leish03.htm Acesso: 06/05/2021 ▪ Amastigota Formas amastigotas ovais ou esféricos. No citoplasma, corado em azul –claro, são encontrados: núcleo grande e arredondado ocupando um terço do corpo do parasito e um cinetoplasto em forma de um pequeno bastonete, ambos corados em vermelho- purpura, além de apresentarem vacúolos que podem ou não ser observados. Não há flagelo livre, sendo raramente visível, em sua forma amastigota tente a medir aproximadamente 1,5 a 3,0 x 3,0 a 6,5 µm de diâmetro. (NEVES, 2000) Figura 2: Foto microscópica em lâmina da Leishmania sp em forma amastigota. Fonte: http://enfermagem- sae.blogspot.com/2009/04/leishmaniose-visceral-ou-calazar.html Acesso:06/05/2021. 9 □ CICLO DE VIDA No vetor, a Leishmania sobrevive ao ataque proteolítico no intestino; previne sua excreção inibindo o peristaltismo; evita a concorrência da microbiota intestinal e migra para o intestino anterior do inseto antes da realização do repasto sanguíneo (READY, 2013). No ser humano, o parasito evita o ataque do sistema imune inato enquanto estiver na corrente sanguínea e tecidos, media a endocitose pelo macrófago, inibe a fusão do fagossomo com o lisossomo enquanto ainda é promastigota, esquiva-se da degradação por enzimas hidro líticas e metabolitos tóxicos no fagolisossomo e evita que o macrófago seja ativado para destruí-lo, inibindo a sinalização celular e A produção de algumas citocinas (CUNNINGHAN, 2002). Figura 1. Ciclo biológico da Leishmania sp. Fonte: Modificado de Esch e Petersen (2013) 10 □ Leishmaniose Visceral (LV) A leishmaniose visceral, dada a sua incidência e alta letalidade é uma doença crônica, sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia e anemia, dentre outras manifestações. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos. Muitos infectados apresentam a forma inaparente ou assintomática da doença. ▪ L. infantum chagasi: Pode ser sintomático (fase aguda) ou assintomático, n isso depende dos fatores de risco; Afeta principalmente n órgãos hematopoiéticos: baço, fígado, medula óssea e linfonodos. 11 □ CICLO DE VIDA É transmitida através da picada de mosquitos flebotomíneos, principalmente do gênero Lutzomyia, entre os quais se destaca a espécie Lutzomyia longipalpis, conhecido popularmente, por mosquito- palha, birigui ou tatuquiras. A classificação da leishmaniose pode gerar confusão, pois nos humanos é geralmente subdividida em três categorias: Leishmaniose Cutânea, Leishmaniose Muco-cutânea, e Leishmaniose Visceral. Os parasitas do gênero Leishmania são parasitas digenéticos que se desenvolvem como promastigotas no estômago de mosquitos flebótomos, e como amastigotas no citoplasma dos macrófagos dos hospedeiros vertebrados (Figura 1). Fonte: http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0295_A_caminho_da_cura_da _leishmaniose_visceral_canina.html Família: Trypanosomatidae Gênero: Trypanossoma 12 13 □ Tripanosoma Os tripanossomas (género Trypanosoma, filo Kinetoplastida, reino Protista) fazem parte do grupo dos protozoários e podem infectar insetos e vários mamíferos, incluindo o homem. ▪ Trypanosoma cruzi : O Trypanosoma cruzi é um protozoário unicelular flagelado c causador da Doença de Chagas. É uma doença transmissível, c transmitida principalmente através do "barbeiro". No homem n e nos animais, vive no sangue periférico e nas fibrasvvvvvvvv c v musculares, especialmente as cardíacas e digestivas. 14 □ MORFOLOGIA ▪ Tripomastigota Forma alongada (podendo se apresentar como formas finas e largas), com cinetoplasto com formato arredondado localizado na região posterior ao núcleo, flagelo emergindo da bolsa flagelar (não visível ao microscópio óptico) que se localiza lateralmente, na região posterior do parasito. O flagelo emerge e se adere ao longo do corpo do parasito, tornando-se livre na regiãoanterior. Figura 1 – Formas tripomastigotas sanguineas do Trypanosoma cruzi. Fonte: http://chagas.fiocruz.br/organizacao-estrutural/ Acesso: 06/05/2021 Figura 2 – Formas tripomastigotas metacíclicas (metaciclogênese in vitro). Fonte: http://chagas.fiocruz.br/organizacao-estrutural/ Acesso: 06/05/2021 Figura 3 – Célula altamente infectada com formas tripomastigotas e intermediárias.. Fonte: http://chagas.fiocruz.br/organizacao- estrutural/ Acesso: 06/05/2021 http://chagas.fiocruz.br/organizacao-estrutural/ http://chagas.fiocruz.br/organizacao-estrutural/ 15 □ MORFOLOGIA ▪ Amastigota Forma arredondada, com cinetoplasto em forma de barra ou bastão na região anterior ao núcleo, flagelo curto (não visível ao microscópio óptico) que emerge da bolsa flagelar. Esta forma pode ser encontrada: no interior de células em hospedeiros infectados bem como em cultivo axênico. Figura 4 – Formas amastigotas intracelulares do Trypanosoma cruzi. Fonte: http://chagas.fiocruz.br/organizacao-estrutural/ Acesso: 06/05/2021 Figura 5 – Músculo cardíaco de camundongo infectado com T. cruzi. Formas amastigotas (seta preta). Fonte: http://chagas.fiocruz.br/organizacao-estrutural/ Acesso: 06/05/2021 ▪ Epimastigota Forma alongada, com cinetoplasto em forma de barra ou bastão localizado anteriormente ao núcleo. O flagelo emerge da bolsa flagelar com abertura lateral, e percorre aderido a parte do corpo do parasita, tornando-se livre na região anterior. Pode ser encontrado: no tubo digestivo do inseto vetor; cultivo axênico. Figura 6 – Formas epimastigotas do Trypanosoma cruzi. Fonte: http://chagas.fiocruz.br/organizacao-estrutural/ Acesso: 06/05/2021 http://chagas.fiocruz.br/organizacao-estrutural/ http://chagas.fiocruz.br/organizacao-estrutural/ http://chagas.fiocruz.br/organizacao-estrutural/ 16 □ CICLO DE VIDA 1. Ao se alimentar de sangue, o inseto vetor Triatominae (ou percevejo) infectado libera tripomastigotas nas fezes perto do local da picada. 2. As tripomastigotas penetram no hospedeiro pela ferida ou pelas mucosas íntegras (p. ex., conjuntiva). No hospedeiro, as tripomastigotas invadem as células próximas ao local da inoculação, onde se diferenciam em amastigotas intracelulares. 3. Os amastigotas se multiplicam por fissão binária. 4. A seguir, se diferenciam em tripomastigotas, e saem da célula e entram na corrente sanguínea. Os tripomastigotas na corrente sanguínea podem infectar as células em vários tecidos nos quais se transformam em amastigotas intracelulares e causam infecção sintomática. Os tripomastigotas não se multiplicam na corrente sanguínea, diferentemente dos tripanossomas africanos. A multiplicação só é retomada quando os parasitas entram em outra célula ou são ingeridos por outro vetor. 5. O percevejo é infectado ao se alimentar de sangue humano ou animal contendo parasitas na circulação. 6. As tripomastigotas ingeridas se transformam em epimastigotas no intestino médio do vetor. 7. Os parasitas se multiplicam no intestino médio. 8. No intestino distal, se diferenciam em tripomastigotas metacíclicos infecciosos, que são eliminados nas fezes. Imagem de Centers for Disease Control and Prevention Image Library. Filo Apicomplexa 17 18 □ Tripanosoma O Plasmodium é um parasita unicelular protozoário, que infecta os eritrócitos, causando a malária. É transmitido a seres humanos pela picada da fêmea do mosquito Anopheles. São parasitas esporozoides das células sanguíneas. Têm diversas formas, de acordo com a fase do ciclo de vida, e em média cerca de 1-2 micrómetros de diâmetro (a hemácia tem cerca de 7 micrómetros). Têm duas fases de reprodução, desenvolvimento assexual e formação dos microgametas no ser humano e formação sexual dos esporozoítos no mosquito. ▪ P. vivax É o agente da forma clínica da malária denominada terçâ a benigna, cujos acessos febris, nas curvas térmicas típicas, s repetem-se de 48 em 48 horas. Das quatro espécies de v Plasmodium parasitos do homem, é a mais frequente em f quase todas as áreas malarígenas do mundo. ▪ P. falciparum É o agente etiológico da terçâ maligna ou subterçâ, na qual os c acessos maláricos ocorrem em um tempo variável entre 36 e c 48 horas. Responsável pela grande maioria das formasrrrrr d perniciosas da malária, das quais muitas são fatais. 19 □ MORFOLOGIA ▪ P. vivax Formato irregular que não possui estruturas locomotivas. A morfologia varia de acordo com cada estágio. Os trofozoítos jovens têm formato de anel e podem ocupar até um terço do diâmetro do eritrócito . Nele você pode ver um grande ponto de cromatina e citoplasma Fonte: Fonte: www.pixnio.com ▪ P. falciparum No sangue corado pelos métodos usuais, o parasito apresenta características bem definidas, em formato alongado ou em forma de foice. Fonte: Crédito da foto: Provedor (es) de conteúdo: CDC / Dr. Mae MelvinTranswiki aprovado por: w: en: Usuário: Dmcdevit [Domínio público], via Wikimedia Commons 20 □ CICLO DE VIDA O ciclo assexuado do plasmódio, denominado esquizogônico, inicia-se após a picada do anofelino, com a inoculação de esporozoítos infectantes no homem. A seguir, os esporozoítos circulam na corrente sanguínea durante alguns minutos e rapidamente penetram nas células do fígado (hepatócitos), dando início ao ciclo pré-eritrocítico ou esquizogonia tecidual. A duração varia de acordo com a espécie: P. falciparum = 6 dias P. vivax = 8 dias Ao final do ciclo tecidual, os esquizontes rompem o hepatócito, liberando milhares de elementos - filhos na corrente sanguínea, chamados merozoítos. Os merozoítos irão invadir as hemácias, dando início ao segundo ciclo de reprodução assexuada dos plasmódios: o ciclo sanguíneo ou eritrocítico. Durante um período que varia de 48 a 72 horas, o parasito se desenvolve no interior da hemácia até provocar a sua ruptura, liberando novos merozoítos que irão invadir novas hemácias. Figura 1. Ciclo biológico do Plasmodium. Fonte: Supermaterial do Sanarflix. 21 □ Toxoplasma gondii O toxoplasmose é uma doença causada por um protozoário parasita intracelular obrigatório chamado Toxoplasma gondii. É uma infecção observada em todo o mundo, apesar de ser mais encontrada em regiões de clima tropical. Essa doença destaca-se, na maioria dos casos, por não desencadear sintomas. Devido a esse motivo e a outros, é perigosa em gestantes, por poder causar a morte fetal, e em pacientes imunocomprometidos. 22 ▪ Taquizoíta A forma taquizoíta (fase aguda): É decorrente da alta taxa de proliferação dos taquizoítos com consequente ativação de uma forte resposta inflamatória pelo hospedeiro. Também é a responsável pela transmissão vertical para o feto via placenta. Figura 1 Taquizoítos (setas) de Toxoplasma gondii Fonte: http://blogcienciasbio.blogspot.com/2012/04/toxoplasma- gondii.html ▪ Cistos tissulares Os cistos tissulares são a fase terminal do ciclo assexuado nos hospedeiros intermediários e uma fonte importante de contaminação do homem quando ingeridos na carne crua ou mal cozida de animais contaminados, uma vez que as formas bradizoítas são resistentes às enzimas presentes no suco gástrico. Figura 2 Cisto tecidual contendo bradizoíto Fonte: http://blogcienciasbio.blogspot.com/2012/04/toxoplasma- gondii.html ▪ Oocisto esporulado Os oocistos, que contêm os esporozoítos, são estágios formados no ciclo intestinal do protozoário que ocorre no trato intestinal dos felídeos. Figura 3 Oocisto esporulado de Toxoplasma gondii Fonte: http://www.icb.ufmg.br/biq/prodap/2000/toxo/oocisto.html http://blogcienciasbio.blogspot.com/2012/04/toxoplasma-gondii.html http://blogcienciasbio.blogspot.com/2012/04/toxoplasma-gondii.html 23 □ CICLO DE VIDA Ciclo de vida do Toxoplasma gondii. No felino é coletado amostra de sangue em punção venosa na veia jugular e condicionada em tubos sem EDTA para obtenção do soro e para a realização do teste sorológico de aglutinação, a princípio esta técnica consiste em identificar o anticorpo IgG, que é o principalanticorpo imunológico contra o Toxoplasma Gondii, para que reaja com as hemácias sensibilizadas com o antígeno do parasita causando aglutinação no soro (SILVA et al., 2010). A triagem com o hemograma é recomendado para verificar várias alterações, identificar anemias e infecções tendo em vista que é acompanhado com o exame específico para diagnosticar a T. gondii no felino (teste sorológico), é preconizado que a cada 6 meses seja realizado os exames de rotina e acompanhamento do médico veterinário (MENDES, 2011). Segundo Silva et al., (2010) o intestino delgado do gato é o órgão chave para T. gondii. A integridade morfológica e imunológica na barreira intestinal é de suma importância para o desenvolvimento e para limitação da gravidade imunológica, a fase sexuada acontece no interior dos eritrócitos do felino. Segundo Galvão et al. (2014) ressalta que a toxoplasmose atinge felinos a partir de 2 anos, a sua prevalência atinge em maior quantidade os machos, este fato acontece devido ao efeito abortivo no início da gestação gerando a placentite e a má formação fetal. Gatos filhotes podem ser infectados via transplacentária ou durante a lactação, podendo apresentar processos inflamatórios que acomete o fígado, pulmão e o sistema nervoso central, apresentando como sintomas a hipotermia, depressão, ascite, pneumonia, dermatite podendo ir até a morte. Filo Sarcomastigoporae 24 25 □ Trichomonas ▪ Trichomonas vaginalis O Trichomonas vaginalis é um parasita que só infecta o c ser humano; costuma viver na vagina ou na uretra, mas c pode também ser encontrado em outras partes do gggg c sistema geniturinário. Esse protozoário causammmmm v micro lesões na parte interna da vagina e pode levar ao f desenvolvimento de outras ISTs. 26 ▪ Trofozoíto Existe em apenas uma única forma (trofozoíto), que é simultaneamente infecciosa e ativa. Contudo formas arredondadas com flagelos internalizados muito semelhantes a cistos, porém sem apresentar parede cística são comumente encontradas. Estas formas são conhecidas como pseudocistos. Figura 1 Secreção vaginal Fonte: http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/ImageLibrary/Trichomoniasis_il. htm Figura 2 Cultura Fonte: http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/ImageLibrary/Trichomoniasis_il. htm 27 □ CICLO DE VIDA O parasita espalha do pênis para a vagina ou da vagina para o pênis. É incomum a infecção atingir outras partes do corpo como as mãos, a boca e o ânus. 1 - O protozoário habita o baixo trato genital feminino e a uretra e a próstata masculina; 2 – Nos locais mencionados, o protozoário se multiplica por fissão binária e gera colônias. No ambiente externo ao corpo do indivíduo, ele não é capaz de sobreviver; 3- A transmissão acontece apenas entre humanos, que são seus hospedeiros naturais. Em casos raros, a doença pode ser transmitida através do contato com o parasita em banheiros públicos ou compartilhamento de objetos pessoais como calcinhas, cuecas, toalhas, etc. Figura 1. Ciclo do parasita. Fonte: adaptado de cdc.gov Filo: Rhizopoda 28 29 □ Entamoeba Entamoeba é um gênero de Ameboides encontrado como parasitas ou comensais no intestino de animais. ▪ E. histolytica É a ameba intestinal; protozoário causador da amebíase, V GGGGGGG terceira causa de morte por doença parasitária, sendo muito GGG Hcomum nos países tropicais. Esse protozoário, habitante do TT C Bintestino grosso humano, pertence ao subfilo SarcodinaFF GGG B tendo forma ameboide e locomovendo-se através deBB pseudópodos. ▪ E.dispar Trata-se de uma ameba capaz de provocar lesões intestinais D S focais nos animais de laboratório como cobaias, gatos eDDD C gerbilo. O homem vive como um comensal estável Ehhhhhh a virulento, produz um estado de portador assintomático. ▪ E. coli C Trata-se de uma ameba comensal não patogênica. Ela habita F V c no intestino grosso dos seres humanos, se locomove através de pseudópodos e não provoca doenças. 30 ▪ E. histolytica ∕ E.dispar Figura 1 Trofozoíta de E. histolytica ∕ E.dispar Fonte: http://estudosdeparasitologia.blogspot.com/2016/08/entamoeba- histolytica.html Figura 2 Cisto de Entamoeba histolytica ∕ E.dispar Fonte: http://estudosdeparasitologia.blogspot.com/2016/08/entamoeba- histolytica.html ▪ Trofozoíto Trofozoíto ou forma vegetativa (20-40um) -Único núcleo -Movimentação por meio de pseudópodes ▪ Cisto Cisto ou forma de resistência(8-20um) -Formato esférico com vários núcleos(dois a quatro, normalmente) -Dependendo da coloração pode-se visualizar as reservas de glicogênio 31 ▪ E. coli Figura 1 Cisto de E. coli: c/ 5 núcleos Fonte: http://estudosdeparasitologia.blogspot.com/2016/08/entamoeba- histolytica.html Figura Trofozoíta de Entamoeba coli Fonte: http://estudosdeparasitologia.blogspot.com/2016/08/entamoeba- histolytica.html ▪ Trofozoíto mede entre 15 – 50 µm, mas o tamanho médio varia de 20 – 25 µm. Tem baixa mobilidade, produz pseudópodes bruscos e curtos. O núcleo tem uma forma ligeiramente oval. O cariossoma é excêntrico, irregular e grande. A cromatina perinuclear está localizada entre o cariossoma e a membrana nuclear. Os grânulos de cromatina são de tamanho e número variáveis. ▪ Cisto Em geral, os cistos têm um tamanho de 10-35 µm e geralmente têm uma forma esférica. São textura incolor e suave. A parede do cisto é muito refratária. A característica mais proeminente é a presença de oito núcleos. Esses núcleos tendem a ter o mesmo tamanho. Como no trofozoíto, o cariossoma é excêntrico. 32 □ CICLO DE VIDA O cisto, após ser ingerido, passa incólume pela acidez do estômago, e muda para a forma trofozoíta ao chegar nos intestinos. Quando alcançam o cólon, os trofozoítas se aderem a sua parede e passam a colonizá-la. Na maioria dos casos a Entamoeba histolytica tem um comportamento comensal, isto é, vive em harmonia com o hospedeiro, alimentando-se do nossos alimentos e não produzindo sintomas. Os trofozoítas se multiplicam no cólon de forma binária e voltam a formar cistos, que são eliminados nas fezes. O paciente contaminado elimina a Entamoeba histolytica em forma de cistos e trofozoítas, mas apenas os primeiros são capazes de sobreviver no ambiente. Mesmo que outro indivíduo venha a ingerir a forma trofozoíta, esta não é capaz de provocar doença, pois é destruída pela acidez estomacal. Portanto, apenas os cistos de Entamoeba histolytica são capazes de provocar doença. Figura 1. Ciclo do parasita. Fonte: Flavonoide Filo: Sarcomastigophora 33 34 □ Giardia ▪ G. lamblia É um protozoário microscópico que parasita o intestino dos mamíferos, inclusive de seres humanos. Nos seres humanos, costuma parasitar o intestino delgado, principalmente em segmentos de duodeno e jejuno. Diferente das amebas, essa espécie se locomove por meio de estruturas especializadas em forma de chicote, os flagelos. 35 Figura 1 Cisto de G. lamblia. Imagem: DPDx/CDC Figura 2 Trofozoíto de G. lamblia. Imagem: DPDx/CDC ▪ Trofozoíto O trofozoíto tem forma de pera, com simetria bilateral, medindo cerca de 20 µm de comprimento por 10 µm de largura. Em seu interior são encontrados dois núcleos. Possui quatro pares de flagelos. ▪ Cisto O cisto tem forma oval, medindo cerca de 12 µm de comprimento por 8 µm de largura. Encontra-se dois ou quatro núcleos em seu interior. 36 □ CICLO DE VIDA Tanto cistos quanto trofozoítos podem ser encontrados nas fezes, mas somente os cistos encontram -se na forma responsável pela transmissão (1). Os cistos são resistentes e podem sobreviver em água fria por meses. A infecção ocorre pela ingesta de cistos em água, alimentos contaminados (forma indireta) ou pela via fecal-oral – mãos (forma direta) (2). No intestino delgado, ocorre a liberação dos trofozoítos pelos cistos que produzem dois trofozoítos cada (3). No intestino delgadoocorre a multiplicação por fissão binária (4). Conversão do cisto quando trafegam em direção ao cólon, estágio mais comum nas fezes não diarreicas (5). https://www.cdc.gov/parasites/giardia/pathogen.html
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