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METABOLISMO DE NUCLEOTÍDEOS DE PIRIMIDINAS

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METABOLISMO DE NUCLEOTÍDEOS DE PIRIMIDINAS 
ROTA DE SÍNTESE DE NOVO DAS PIRIMIDINAS E ROTA DE SALVAÇÃO 
As unidades fundamentais dos ácidos nucleicos são os nucleotídeos. A estrutura de um nucleotídeo 
difere da de um nucleosídeo. Os nucleotídeos apresentam, basicamente, três componentes em sua 
estrutura: bases nitrogenadas (divididas em dois grupos, as purinas ou púricas, e as pirimidinas ou 
pirimídicas); carboidratos do tipo pentose (ou seja, com função plástica, podendo ser ribose ou 
desoxirribose) e grupos fosfatos aderidos. 
O nucleosídeo, por sua vez, apresenta a base nitrogenada e a pentose de açúcar, não apresentando, 
no entanto, o grupo fosfato. 
As bases nitrogenadas de pirimidinas são cadeias heterocíclicas (possuem átomos diferentes em 
sua extensão) compostas por um anel, sendo elas: a timina (base nitrogenada pirimidina convencional 
do DNA, o ácido desoxirribonucleico), a citosina (base nitrogenada pirimidina livre para ambos os 
ácidos nucleicos) e uracila (base nitrogenada pirimidina convencional do RNA, o ácido ribonucleico). 
 
Padrão de numeração. 
 
Vale destacar que estas são as conformações dos nucleotídeos de pirimidinas em aspecto livre, ou 
seja, não constituindo ácidos nucleicos. 
*NOMENCLATURA DE RIBONUCLEOTÍDEOS* 
 
Uridilato, uridina-5’ -monofosfato ou uridina (UMP ou U) é um ribonucleotídeo formado por 
ribose e base nitrogenada de uracila. Já o citidilato (ou citidina-5’ –monofosfato, ou ainda CMP ou 
C), por sua vez, é formado pela ribose associada à base nitrogenada citosina. 
Vale destacar que no carbono 2’ da pentose de carboidrato ribose, há um grupo hidroxila como 
grupamento funcional. Ou seja, não é no ribonucleotídeo que há alteração na hidroxila funcional do 
carbono 2’ da pentose do tipo ribose, mas sim, nos desoxirribonucleotídeos. 
*NOMENCLATURA DE DESOXIRRIBONUCLEOTÍDEOS* 
Para que existam desoxirribonucleotídeos (ou deoxirribonucleotídeo), é necessário que haja a 
ausência do oxigênio no grupamento hidroxila do carbono 2’ do açúcar pentose. Desse modo, no 
carbono 2’ do carboidrato de pentose, só deve existir o átomo de hidrogênio ligado, isto é, sem um 
grupo hidroxila, caracterizando uma desoxirribose. 
 
O desoxitimidilato, ou desoxitimidina, ou ainda desoxitimidina-5’ –monofosfato, de siglas T, dT 
e dTMP, apresentam como açúcar pentose a desoxirribose e, como base nitrogenada, a timina. Já o 
desoxicitidilato, ou desoxicitidina, ou ainda desoxicitidina-5’ –monofosfato, de siglas C, dC, dCMP, 
apresentam como pentose de carboidrato a desoxirribose, além da base nitrogenada de citosina. 
SÍNTESE DE NOVO DOS NUCLEOTÍDEOS PIRIMÍDICOS 
Via idêntica em todos os organismos vivos. As bases livres timina, citosina e uracila não são 
intermediárias nessas vias. O anel pirimídico é sintetizado como orotato, ligado à ribose-fosfato e, 
então, convertido nos nucleotídeos comuns pirimídicos necessários para a síntese dos ácidos 
nucleicos (DNA e RNA). O PRPP (fosforribosil-pirofosfato) é precursor importante para a via. 
Os nucleotídeos pirimídicos são sintetizados a partir de aspartato, PRPP e carbamoil-fosfato. O 
aspartato é derivado do Ciclo de Krebs e da renovação (turnover) de proteínas endógenas. O PRPP é 
derivado da ribose-5-fosfato (proveniente da via das pentoses-fosfato). Por fim, o carbamoil-fosfato 
é produzido no citosol pela enzima carbamoil-fosfato-sintetase II, a partir de CO2/HCO3
- e NH4
+. 
Para formação de novos nucleotídeos pirimídicos, é essencial a utilização de precursores, a fim de 
formar a estrutura cíclica dos anéis pirimídicos, bem como consolidar toda a estrutura de nucleotídeos 
pirimídicos. E, mais uma vez, destaca-se a importância do Ciclo de Krebs (Ciclo dos Ácidos 
Tricarboxílicos ou Ciclo dos Ácidos Cítricos) para formar substâncias que servem não apenas de 
substratos intermediários para sofrerem catabolismo e fazerem conversão de energia, mas também 
para auxiliar na síntese de novos compostos a partir de seu esqueleto carbônico (síntese de novo, 
endógena). Sendo assim, lembram-se duas características importantes do ciclo: reações anapleróticas 
e anfibólicas (ou seja, não há apenas rotas de degradação de compostos e nutrientes com intuito 
energético, mas também cessão de esqueletos carbônicos intermediários para formação de outros 
compostos impulsionadores de outras rotas de biossíntese, confirmando o dinamismo). Por exemplo, 
serão produzidos, a partir de intermediários do ciclo, aminoácidos para impulsionarem a rota de 
biossíntese de nucleotídeos pirimídicos. 
Como exemplos, podem ser citados o alfa-cetoglutarato, intermediário precursor do aminoácido 
glutamato que, por sua vez, gera a glutamina, importante participante da rota de biossíntese dos 
nucleotídeos pirimídicos. Já o oxaloacetato é um intermediário importante para ser precursor do 
aspartato, que também entra nas rotas iniciais de biossíntese dos nucleotídeos pirimídicos. 
 
A figura abaixo mostra como o aspartato (precursor, iniciador da via) é um aminoácido presente 
nas rotas iniciais de biossíntese dos nucleotídeos pirimídicos, conferindo seu esqueleto carbônico e 
nitrogênio para o prosseguimento deste complexo multienzimático de reações. O aspartato é substrato 
de uma enzima aspartato-trans-carbamoilase (importante enzima reguladora da rota de síntese), 
formando o N-Carbamoil-aspartato (um dos intermediários desta rota de biossíntese de nucleotídeos 
pirimídicos). 
Outro importante intermediário da rota de síntese dos nucleotídeos pirimídicos é o PRPP 
(fosforribosil-pirofosfato), substrato da enzima orotato-fosforribosil-transferase (ou UMPS, a uridina 
monofosfato sintetase), da mesma forma que o substrato orotato. O PRPP é um açúcar de ribose 
ativado por dispensas de fosfato, vindo da via das pentoses-fosfato. Como a enzima UMPS funciona 
corretamente conforme a disponibilidade de PRPP (de modo que o PRPP seja fundamental para a 
manutenção da via de síntese dos nucleotídeos pirimídicos), a via de biossíntese de nucleotídeos 
pirimídicos depende diretamente da via das pentoses-fosfato. 
Na fase oxidativa da via das pentoses fosfato (ocorrendo no citosol), a glicose- 6-fosfato, pela ação 
de duas coenzimas, é transformada em ribose-5-fosfato que, pela ação da enzima PRPP-sintetase 
(enzima citosólica importante por permitir, de certa forma, a continuidade da rota de biossíntese dos 
nucleotídeos pirimídicos), gera-se o PRPP. Além disso, na via das pentoses fosfato, há duas moléculas 
de coenzima NADPH, essenciais para ativarem e estimularem a ação enzimática da reação com a 
enzima ribonucleotídeo redutase (RR), enzima responsável pela reação de formação de 
desoxirribonucleotídeos. Ou seja, de certa forma, a via das pentoses-fosfato é importante para a 
produção e constituição de DNA. 
 
A deficiência na expressão de UMPS (sintase) resulta em acidúria orótica - doença rara em que 
os pacientes apresentam anemia megaloblástica com distúrbio no crescimento e dano neurológico. A 
Anemia megaloblástica é uma doença sanguínea caracterizada por grandes glóbulos vermelhos, 
imaturos e disfuncionais (megaloblastos). 
 
Para a continuidade e biossíntese de nucleotídeos uridilato (UTP, uridina-5’ -trifosfato) e citidilato 
(CTP, citidina-5’ –trifosfato) a partir de orotidilato, é necessário que haja investimento energético 
(gasto de ATP). Sendo assim, para que continuem ocorrendo as rotas de biossíntese de citidilato e 
uridilato, é preciso de que se mantenham os níveis de ATP celular. As etapas de fosforilação ao nível 
de substrato (presentes nas reações de glicólise e Ciclo de Krebs) e fosforilação oxidativa são cruciais 
para manterem boas as concentrações de ATP intracelular e, consequentemente, dar continuidade à 
biossíntese de nucleotídeos pirimídicos. 
Dentro da reação enzimática da citidilato-sintetase, esta enzima reconhece o aminoácido 
glutamina, o qual é diamino e fornece um grupo amino à reação, convertendo-seem glutamato, o 
qual é revertido em glutamina. Existem enzimas que promovem tanto a conversão de glutamato em 
glutamina, quanto enzimas que promovem a conversão de glutamina em glutamato. Ou seja, são 
enzimas diferentes que fazem os processos, mas a interconversão é constante. 
A vantagem está no fato de o glutamina ser um aminoácido neutro (o que facilita sua translocação 
e reconhecimento por vários tipos celulares), enquanto o aminoácido glutamato é carregado 
negativamente, dificultando sua translocação. Desse modo, conclui-se que as propriedades de 
aminoácidos são essenciais para especificidade enzimática e translocação. 
É importante considerar que, como é uma etapa que requer o investimento energético, são 
necessários moduladores para adequar a cascata de reações conforme às demandas celulares. Sendo 
assim, o CTP (citidilato) atua como modulador negativo (inibidor, desacelerador) sobre a enzima 
aspartato transcarboamilase (ATCase), atuante sobre o aspartato no início da rota. Esta ATCase é a 
enzima reguladora da rota de síntese de novo (endógena) dos nucleotídeos pirimídicos. Ou seja, o 
próprio produto final do sistema multienzimático atua como inibidor da rota. 
 
Nas reações iniciais da rota de síntese de novo (endógena) dos nucleotídeos pirimídicos, o 
aspartato, por ação da enzimas aspartato-transcarbamoilase, dá continuidade e manutenção à rota de 
biossíntese. Como observado no gráfico, conforme haja o aumento de CTP, o valor de Km também 
será aumentado, reduzindo a afinidade da enzima para iniciar a reação. Ou seja, há um efeito inibitório 
do CTP sobre a atividade catalítica da enzima. Sendo assim, a aspartato-transcarbamoilase é uma 
enzima complexa, alostérica, regulatória, contendo múltiplos domínios catalíticos e regulatórios. 
Portanto, haverá atividade normal da enzima na ausência de CTP. 
A enzima di-hidro-orotato-desidrogenase é uma enzima mitocondrial (diferente de todas as outras 
enzimas da rota, ela é ancorada à membrana mitocondrial interna) que se utiliza da coenzima NAD+ 
(oxidada) e a converte em NADH e H+ para acelerar a reação. A compartimentalização enzimática é 
uma estratégia de controle celular de vias, especialmente em sistemas multienzimáticos. Essa enzima 
acaba por ser controladora da via, reguladora dessa rota. 
 
Nesta imagem, observa-se um esquema resumido da síntese de novo (endógena) dos nucleotídeos 
pirimídicos. Observam-se os precursores da rota de síntese de novo dos nucleotídeos pirimídicos (o 
bicarbonato como fonte de carbono, o aminoácido glutamina e as moléculas de ATP para 
investimento energético) os quais, pela ação da enzima carbamoil-fosfato sintetase II, formam o 
carbamoil-fosfato. Este carbamoil-fosfato é o substrato da aspartato-transcarbamoilase (aparecendo 
no esquema como a enzima multifuncional CAD, porém dentro deste padrão de atuação da aspartato-
transcarbamoilase). Segue-se a reação, havendo destaque para a enzima di-hidro-orotato-
desidrogenase (DHODH), a enzima mitocondrial presente na membrana mitocondrial interna, que 
catalisa a reação de formação do orotato, seguindo para a produção de uridilato ou uridina 
monofosfato. 
Vale destacar que, atualmente, existem grupos de estudos para desenvolvimento de fármacos que 
buscam inibir a enzima DHODH, de modo a desacelerar a continuidade da reação de síntese endógena 
dos nucleotídeos pirimídicos, prejudicando a formação de ácidos nucleicos (DNA e RNA) e a 
consequente formação de seres vivos, como os parasitas do gênero Trypanosoma e Leishmania. 
Também em humanos e mamíferos, há inibidores de DHODH, como a teriflunomida e a brequinar. 
Esses inibidores são usados como agentes de imunossupressão em pacientes com artrite reumatoide 
e esclerose múltipla. O benefício clínico proveniente da utilização desses inibidores em células 
humanas seria o de provocar, futuramente, uma proliferação reduzida de linfócitos T e B ativados, 
isso por conta da redução de disponibilidade de pirimidinas (pool) a esses tipos celulares. 
Apesar disso, é importante considerar que, embora a síntese de novo (endógena) seja inibida por 
essas substâncias, a disponibilidade de nucleotídeos pirimídicos continua sendo garantida devido à 
ativação da rota alternativa, a rota de salvação ou de recuperação, de nucleosídeos circulantes (assim, 
a proliferação celular com novos ácidos nucleicos continua a correr devido à ativação da rota 
alternativa, mesmo com o bloqueio da rota de biossíntese de novo). Mas, o efeito terapêutico deve ser 
considerado muito bem a esses pacientes com artrite reumatoide e esclerose múltipla. 
 
Sobre a rota de salvação ou de recuperação, é importante considerar que esta é a principal forma 
de obtenção do pool de nucleotídeos pirimídicos intracelulares e, consequentemente, a maneira 
essencial para formação de ácidos nucleicos (DNA e RNA). É uma rota que não requer alto custo 
energético, não requer precursores, diferente da rota de biossíntese endógena, que conta com vários 
passos enzimáticos. Sendo assim, a rota de salvação dos nucleotídeos pirimídicos é mais acionada, 
mais dinâmica do ponto de vista de garantir o pool de nucleotídeos pirimídicos. 
A via começa com a internalização dos nucleosídeos extracelulares de uridina e citidina, os quais 
são translocados ao meio intracelular através de proteínas transmembranas ao nível da membrana 
plasmática. Já no interior da célula, este nucleosídeo será convertido em nucleotídeo. Por exemplo, a 
uridina, pela ação da enzima UCK, será convertida em uridilato (UMP, uridina-monofosfato), ou seja, 
já apresentando a configuração estrutural de um nucleotídeo. Este que, por sua vez, fará parte da rota 
de biossíntese de novo. 
Pelas setas marrons, conclui-se serem referentes à via de salvação dos ribonucleotídeos 
pirimídicos, os quais serão intermediários da via de síntese endógena, como pode se observar na UMP 
(uridina-monofosfato) seguida de setas azuis. Essas setas azuis representam a via da síntese de novo. 
A enzima UCK (uridina citidina quinase) fosforila e converte a uridina em ribonucleotídeo UMP, 
posteriormente transformada em UDP, este que será incorporado para a formação (síntese endógena, 
como diz a via) do ácido nucleico DNA. Porém, são necessárias várias etapas enzimáticas a fim de 
que este ribonucleotídeo seja transformado. Uma delas é a conversão de ribonucleotídeo em 
deoxirribonucleotídeo ou desoxirribonucleotídeo, através da enzima ribonucleotídeo redutase. Sem 
essa enzima, não há produção de ácidos nucleicos DNA. 
A rota de síntese endógena vai seguindo, formando outros ribonucleotídeos que podem 
perfeitamente constituir os ácidos nucleicos RNA, estimulando a síntese destes. Outras enzimas 
quinase também estão circuladas em verde para garantir o padrão de fosforilação (monofosfato, 
difosfato e trifosfato). São enzimas cinase intracelulares essenciais para garantirem o pool de 
nucleotídeos. 
Ainda é importante destacar que a citidina, assim que internalizada pelo translocador, pode sofrer 
ação não apenas da enzima uridina citidina cinase, mas também da citidina deaminase (CDA), enzima 
responsável por converter citidina em uridina (a qual sofrerá ação da uridina citidina cinase, a fim de 
continuar na rota de biossíntese de novo), através de uma reação de desaminação hidrolítica. 
Os ribonucleotídeos são precursores dos desoxirribonucleotídeos, graças à ação da ribonucleotídeo 
redutase (RR). São substratos os ribonucleotídeos, a exemplo do CTP (o modulador negativo da rota 
de biossíntese de novo). A reação ocorre por redução direta do átomo de carbono 2’ da D-ribose, 
formando o derivado 2’ –desóxi. 
 
Graças a um complexo mecanismo enzimático, os ribonucleotídeos pirimídicos são convertidos 
em desoxirribonucleotídeos, com eliminação de água, contando com a redução direta do açúcar em 
seu carbono 2’. Para isso, a ribonucleotídeo redutase apresenta dois grupos tióis (essenciais para 
mantero padrão conformacional macromolecular ideal de reconhecimento dos substratos). Esses 
grupos tióis, no momento de catálise da reação, são oxidados, necessitando serem novamente 
reduzidos. Para isso, podem contar com dois caminhos (através de duas enzimas, a glutarredoxina 
redutase e a tiorredoxina redutase). São duas enzimas que catalisam reações de óxido-redução por 
mecanismo catalíticos diferentes. Basicamente, a glutarredoxina redutase tem como intermediário da 
reação de óxido-redução o tripeptídeo glutationa. A tiorredoxina redutase, por sua vez, tem como 
intermediário da reação de óxido-redução a coenzima FAD. Essas reações de óxido-redução tem o 
intuito de regenerar os grupos tióis (sofrerem redução) para adquirir a ideal conformação catalítica 
ao ribonucleotídeo redutase. Para que elas permaneçam, é essencial haver coenzimas citosólicas 
NADPH, a fim de que os equivalentes redutores sejam transferidos aos grupos tióis (com anterior 
incorporação pelo tripeptídeo glutationa ou pela coenzima FAD) e, assim, ocorra a conformação ideal 
da ribonucleotídeo redutase. 
A coenzima NADPH, cuja fonte vem em duas unidades a cada ocorrência da via das pentoses 
fosfato, em meio intracelular, é crucial para gerar os equivalentes redutores, os quais contribuirão 
para regenerar a ribonucleotídeo redutase e, assim, garantirem a via que produz ribonucleotídeos e 
deoxirribonucleotídeos (lembrando que estes só serão gerados pela via da ribonucleotídeo redutase). 
Quem garante o pool intracelular de nucleotídeos pirimídicos são as vias de salvação (recuperação) 
e a de biossíntese de novo (endógena), sendo ribonucleotídeos. Os deoxirribonucleotídeos são 
garantidos pela ação da enzima ribonucleotídeo redutase. 
Quanto às estratégias de controle da ribonucleotídeo redutase (maneiras de regulação), tem-se que 
a molécula de ATP é importante moduladora positiva da formação de deoxirribonucleotídeos, sem 
contar que sua forma deóxi (d)ATP também modula outros padrões moleculares de enzimas, em seus 
vários sítios de interação. O desoxitimidilato e o desoxicitidilato são os precursores 
(deoxirribonucleotídeos) de DNA (há uma desoxirribose e bases nitrogenadas pirimídicas, com 
exceção da livre uracila). 
 
Como observado no esquema abaixo, as setas pretas representam as formações de 
ribonucleotídeos, através da via de biossíntese de novo ou endógena dos nucleotídeos pirimídicos, a 
fim de que façam parte dos ácidos nucleicos de RNA, havendo a participação da via de salvação 
(nucleosídeo extracelular em nucleotídeo intracelular). Porém, a síntese de deoxirribonucleotídeos é 
alcançada pela ação da enzima ribonucleotídeo redutase (dCDP, dUDP e dUMP). Porém, para que 
haja outro deoxirribonucleotídeo efetivamente formador de DNA, é necessário que a enzima 
timidilato sintase faça a conversão de dUMP em dTMP (desoxitimidilato monofosfato), a fim de 
que haja um pool de dTTP (desoxitimidilato trifosfato) para constituição do DNA. 
 
Mas como funciona? A timidilato sintase catalisa a reação de transferência de uma unidade de 
carbono ao seu substrato dUMP, resultando em dTMP. O carreador dessa unidade de carbono é o N5, 
N10-metilenotetra-hidrofolato. Será visto como esse carreador é gerado e mantido nas células no 
processo de produção dos deoxirribonucleotídeos constituintes do DNA. 
Há fármacos que são usados como agentes quimioterápicos, tendo como um dos alvos a timidilato 
sintase, bloqueando sua ação e, consequentemente, a síntese de DNA (devido à ausência de 
deoxirribonucleotídeos fundamentais para a constituição deste ácido nucleico), prejudicando também 
a proliferação celular. A inibição da timidilato sintase leva ao prejuízo na produção de 
desoxitimidilato trifosfato, prejudicando a síntese de DNA e a consequente proliferação celular. 
 
CICLO ENDÓGENO E ENZIMÁTICO DO FOLATO 
Após a doação de uma unidade de carbono carreada pela N5, N10-metilenotetra-hidrofolato, a 
timidilato sintase catalisa esta transferência ao dUMP, formando o dTMP. Assim, formam-se 
deoxirribonucleotídeos pirimídicos para constituição do DNA. Após ceder a unidade de carbono, 
forma-se o di-hidrofolato, que será substrato da enzima di-hidrofolato redutase (DHFR), enzima 
responsável por regenerar o metileno tetrahidrofolato (THF). Com atuação dos equivalentes redutores 
da coenzima NADPH, oriunda das vias de pentose fosfato, será gerado o tetra-hidrofolato, precursor 
do N5, N10-metilenotetra-hidrofolato, graças à atuação também do aminoácido serina e do PLP 
(piridoxal fosfato, derivado da vitamina B6). Ou seja, a ingestão de vitamina B6 é fundamental para 
que haja a regeneração do N5, N10-metilenotetra-hidrofolato, este que manterá a geração do pool de 
deoxirribonucleotídeos para formação do DNA. 
Entre os alimentos de origem animal estão a carne de frango, peru, fígado, ovos, leite, queijo, 
salmão e frutos do mar. Mas a vitamina B6, no entanto, não está apenas presente em alimentos de 
origem animal. Leguminosas como feijões e lentilhas, em vegetais verde-escuros, como o espinafre 
e a couve, nas cenouras e nos produtos à base de trigo, com especial referência para a farinha de trigo 
integral, para o farelo e o gérmen de trigo. Também são fontes de vitamina B6: batatas, couve, banana, 
melão, abacate, castanhas e vagem. 
Os alimentos ricos em folato são todas as folhas verdes escuras, com ênfase para espinafre, 
brócolis, couve, alface e salsa. Os cereais integrais, feijões, cogumelos, vísceras (fígado de galinha), 
abacate, manga, laranja, tomate, melão, banana, ovo, levedo de cerveja e germe de trigo também 
possuem boas quantidades do nutriente. Portanto, os alimentos ricos em folato são bem variados. 
Todos eles devem fazer parte da dieta diária. Folhas verdes, frutas, leguminosas (feijões, lentilha, 
ervilha, grão de bico), ovo, carne e vísceras. Não é difícil conseguir um bom aporte da vitamina se o 
cardápio incluir estes alimentos. 
A deficiência de ácido fólico causa redução da síntese de timidilato, levando a uma incorporação 
anormal de uracila no DNA (como parte de mecanismo enzimático de erro, de defesa do organismo, 
o qual visa estimular a continuidade do ciclo constantemente para continuar produzindo 
deoxirribonucleotídeos, através da incorporação de uracila em quantidades anormais, para estimular 
a catálise da timidilato sintase). Com altos níveis de uracila no DNA, afetam-se a função e a regulação 
do DNA nuclear (podendo causar doenças cardíacas, câncer e alguns tipos de distúrbios encefálicos). 
 
O folato da dieta passa do epitélio intestinal e de sua parede, chega ao plasma, sendo direcionado 
ao interior do meio citosólico. Já no plasma, é convertido em metilenotetra-hidrofolato, recebendo 
atuação da vitamina B12 para ser convertido em tetra-hidrofolato, o qual recebe uma cauda de 
poliglutamato. Ao ser convertido em N5, N10-metilenotetra-hidrofolato (com ação da PLP vinda da 
vitamina B6), fornece uma unidade de carbono para ocorrer a catálise da timidilato sintase (uso do 
substrato dUMP para tornar-se dTMP que, sucessivamente, receberá fosforilações, até virar dTTP e 
constituir o DNA), garantindo a atividade de pool de deoxirribonucleotídeo pirimídico. A di-
hidrofolato redutase é essencial para converter a di-hidrofolato poliglutamato em tetra-hidrofolato. 
Vale destacar que a vitamina B9 também é importante para manter este Ciclo do Folato, o qual é 
constantemente recarregado por fontes exógenas (dieta) quanto por fontes endógenas (caso de outras 
vias), às dispensas de vitaminas do complexo B. 1:09:00 
Como mostrado na imagem, a deficiência de vitamina B12 leva a um quadro de anemia perniciosa, 
comprometendo o metabolismo do folato, prejudicando a ação da timidilato sintase, não havendo 
síntese de timidina (deoxitimidilato). Com isso, a renovação e a proliferação celulares são 
prejudicadas pela ausência de divisões celulares. 
Na imagem abaixo, é observada a conversão de deoxiuridilatoem deoxitimidilato, através da 
enzima timidilato sintase. Há duas formas para que seja fornecida a unidade de carbono. A primeira, 
em A (convencional), muito comum em seres humanos e mamíferos, transforma (pela translocação 
da unidade de carbono) o N5, N10-metilenotetra-hidrofolato em di-hidrofolato, contando com a 
enzima parceira di-hidrofolato redutase para regenerar o N5, N10-metilenotetra-hidrofolato e, assim, 
manter a catálise de timidilato sintase e produzir os deoxitimidilatos para composição do DNA. Esta 
é a via clássica. 
Mas, em B, há uma enzima timidilato sintase com mecanismo catalítico pouco convencional, 
porém é predominante sua atuação comparada com a “A” em Mycobacterium tuberculosis, 
Helicobacter pylori e Clostridium difficile. Na via B, a enzima da timidilato sintase obtém a unidade 
de carbono dependendo dos equivalentes redutores da FADH2, de modo a produzir THF (tetra-
hidrofolato) e FAD+. Como não é produzido o di-hidrofolato, temos que a via B não depende da ação 
da enzima di-hidrofolato redutase. Portanto, trata-se de uma timidilato sintase dependente de FAD. É 
uma enzima resistente aos antifolatos desse modo, pois não depende de um ciclo de regeneração do 
folato para obter os deoxitimidilatos. Assim, essas espécies sobrevivem às ações de fármacos e drogas 
antifolatos. 
 
 
Há fármacos que promovem a morte por deficiência (depleção) de timina, graças à atuação de 
fármacos que são inibidores de enzimas importantes do processo. Por exemplo, há classes de 
sulfonamidas que são inibidores competitivos da di-hidrofolato sintase, enzima específica de 
bactérias, de modo que sua inibição prejudica a geração de di-hidrofolato e deoxitimidilato e a 
consequente proliferação bacteriana. 
Também há fármacos inibidores de di-hidrofolato redutase (tanto as que convertem do ácido fólico 
dietético exógeno, quanto as que convertem do di-hidrofolato ao tetra-hidrofolato), ou seja, os 
inibidores de DHFR inibem, indiretamente, a timidilato sintase. Além disso, há inibidores reversíveis 
da timidilato sintase, prejudicando a produção de deoxitimidilato (principal deoxirribonucleotídeo 
para síntese de DNA) e de DNAs, consequentemente (não haverá proliferação celular).

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