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Bioquímica Fisiológica Metabolismo de Nucleotídeos Estrutura dos Ácidos Nucleicos ● São polímeros de nucleotídeos; ● Os nucleotídeos são constituídos por: ○ Base nitrogenadas ○ Açúcar ○ Fosfato Nos ácidos nucléicos os nucleotídeos estão interligados por meio de ligação fosfodiéster, de maneira, que é formado um suporte de açúcar, fosfato, açúcar. Sendo que a cada unidade de açúcar está ligada a uma base, que caracteriza o nucleotídeo em questão. Nesta figura há mais detalhes dos nucleotídeos: Açúcar: é uma pentose, ou seja, possui 5 átomos de carbono, numerados de 1’ até 5’. No carbono 2’ pode-se encontrar um hidroxila (OH), formando uma ribose no RNA, ou um átomo de H compondo, então, a desoxirribose no DNA. Fosfato: é um grupamento que pode se ligar ao carbono 3’, porém se liga mais comumente ao carbono 5’. Podem estar ligados 3 grupamentos fosfatos entre si. Bases Nitrogenadas: se ligam ao carbono 1’ da pentose (açúcar) por meio de uma ligação N-β-glicosídica. Existem dois tipos de bases nitrogenadas: ● Pirimidinas: composta/formada por um anel; ● Purinas: composta/formada por dois anéis adjacentes; Com isso, pode-se inferir que o nucleotídeo é um Éster de fosfato de pentose, que apresenta a base nitrogenada ligada ao Carbono 1’. Bases Nitrogenadas São compostos químicos que apresentam nitrogênio na sua estrutura. Sendo as Pirimidinas compostas/formadas por um anel, e dependendo dos grupamentos ligados e da posição deles, podem ser chamadas de Timina (T), Uracila (U) e Citosina (C). Já as Purinas são compostas/formadas por dois anéis adjacentes, e dependendo dos grupamentos ligados e da posição deles, podem ser chamadas de Adenina (A) ou Guanina (G). Nucleosídeos X Nucleotídeos ● Nucleosídeos: são compostos formados apenas pela base nitrogenada ligada ao açúcar (pentose) através do carbono 1’. ● Nucleotídeos: são compostos formados pela base nitrogenada ligada ao açúcar por meio do carbono 1’, e o fosfato ligado ao carbono 5’ do açúcar. Podendo ser um nucleotídeo de purina ou pirimidina. Nomenclatura (Nucleosídeo/nucleotídeo) O nome do nucleotídeo deriva do nome do nucleosídeo. ● Nucleosídeo é chamado de Adenosina; ● Nucleotídeo variam de acordo com a quantidade de fosfato ligado, podendo ser: ○ Adenosina monofosfato (AMP); ○ Adenosina difosfato (ADP); ○ Adenosina trifosfato (ATP); Importância dos Nucleotídeos Diversos aspectos reforçam a importância dos nucleotídeos, como: ● Os nucleotídeos trifosfatados (NTPs) são precursores da síntese de RNA e os nucleotídeos desoxirribonucleotídeos trifosfatados (dNTPs) são precursores da síntese de DNA; ● Os nucleotídeos podem ser moléculas armazenadoras de energia química obtida nas diferentes vias metabólicas, como ATP e GTP; ● Nucleotídeos atuando como reguladores metabólicos, como cAMP e modificações covalentes introduzidas pelo ATP; ● Nucleotídeos como mensageiros secundários de vias de transdução de sinal, como cAMP e cGMP (cíclico); ● Nucleotídeos podem ser componentes de coenzimas, como NAD+, FAD, Coenzima A, NADP+, FMN e S-adenosil-metionina; ● Alguns derivados de nucleotídeos são intermediários ativados em diversas biossínteses, como UDP-glicose (síntese de glicogênio), UDP-galactose (síntese de glicoproteínas), CDP-diacilglicerol (síntese de fosfolipídeos); ● Os níveis de Tri-(ATP), di-(ADP) ou mono-(AMP) regulam parcialmente as vias metabólicas; Detalhes da estrutura do cAMP e cGMP No cAMP e cGMP, o fosfato que está ligado ao carbono 5’ do açúcar (ribose), forma outra ligação com o carbono 3’ da ribose por meio da enzima Adenilato ciclase. Detalhes da estrutura das Coenzimas NAD+/NADH+H e FAD/FADH2 ● NAD: Nicotinamida adenina dinucleotídeo; ○ NAD= forma oxidada. ○ NADH= forma reduzida; ● FAD: Flavina adenina dinucleotídeo; ○ FAD= forma oxidada. ○ FADH2= forma reduzida; Digestão de Ácidos Nucleicos Pode-se encontrar nos alimentos ácidos nucleicos (forma livre) e nucleoproteínas, isso porque nos cromossomos eucarióticos precisa-se da cromatina, que tem como unidade estrutural o nucleossomo, que é a parte central de histonas que são proteínas, e ao redor desse núcleo de histonas tem-se o enovelamento da molécula de DNA. Então, a nucleoproteínas tem sua digestão iniciada no estômago e continua no lúmen intestinal, podendo observar a liberação das histonas e das protaminas, que são digeridas como qualquer outra proteína oriunda da dieta. Os ácidos nucleicos, por sua vez, começam a ser digeridos no duodeno, não sendo afetados pelas enzimas gástricas. Degradação de Ácidos Nucleicos Os ácidos nucleicos sofrem inicialmente de Desoxirribonucleases, ou Ribonucleases ou Diesterases, que são enzimas que tem como objetivo clivar as ligações fosfodiésteres que interligam os nucleotídeos. Se essas enzimas atuam nas extremidades dos ácidos nucleicos, são denominadas de EXONUCLEASES, ou se essas enzimas atuarem nas ligações internas dos nucleotídeos, são denominadas de ENDONUCLEASES. O resultado da ação dessas enzimas é uma Mistura de Nucleotídeos, que irão sofrer a ação de Nucleotidases ou fosfatases não específicas, que convertem esses nucleotídeos em numa Mistura de Nucleosídeos e fosfato livre. A mistura de nucleosídeos sofrem a ação de nucleosidases, sendo convertidos em Mistura de bases nitrogenadas e açúcar (ribose) livre. Digestão e Absorção de Ácidos Nucleicos Os ácidos nucleicos oriundos da dieta, podendo ser nucleoproteínas, sendo que as proteínas serão digeridas como qualquer outra proteínas, e os ácidos nucleicos vão sofrer a ação do pH ácido do estômago, sendo desnaturados, e, posteriormente, vão sofrer ação sequencial de nucleases, fosfodiesterases, nucleotidases e nucleosidases, sendo convertidos no final à grupamento fosfato livre, na açúcar (ribose ou desoxirribose) livre e bases nitrogenadas (pirimidínicas e purínicas). O açúcar é absorvido, já no caso das nucleosídeos, eles também são absorvidos por um processo de difusão passiva. As pirimidinas são absorvidas por difusão ou por mecanismos de transporte específicos de transporte. Porém as purinas, principalmente as hipoxantina e xantina, são oxidadas a ácido úrico, que é absorvido por difusão ou através de um sistema mediado por carreador, e vai ser, então, eliminada através da urina. Biossíntese de Nucleotídeos As vias metabólicas para a síntese de nucleotídeos podem ser: 1. Via de novo; 2. Via de recuperação; 1- Via de novo Inicia-se com a participação de alguns precursores metabólicos como aminoácidos, ribose-5-P, CO2 e NH3. Outro precursor importante e simples é a Ribose ativada ou PRPP (5-fosforibosil-α-pirofosfato). Grande parte da energia necessária para a síntese de nucleotídeos vem da quebra do ATP. As bases livres não são intermediárias nesta via. Os “pools” de nucleotídeos (não incluindo o ATP) nas células são pequenos, ou seja, a síntese de nucleotídeos se faz mais necessária quando a célula vai entrar em divisão celular. Então, o PRPP é um doador de ribose-5-P tanto nas sínteses de pirimidina quanto na de purina. Os aminoácidos, como a glicina, que é importante para a síntese de purina, já o ácido aspártico é importante para a síntese de pirimidina. Além disso, o ácido aspártico junto com a glutamina são fontes de grupamentos aminas na síntese de nucleotídeos. 2- Via de recuperação Acontece a reciclagem das bases livres e nucleosídeos liberados da degradação de nucleotídeos. Então, nesta via, por exemplo, pode-se ter uma PRPP (ribose ativada) se ligando a uma base reciclada ou reutilizada, assim, ocorrendo a formação de nucleotídeos. Resumo: De uma maneira geral, a biossíntese de nucleotídeos pode ocorrer por duas vias metabólicas como a via de novo e a via de recuperação. Na qual a via de novo, na síntese nucleotídeos de purinas, tem como o primeiro nucleotídeo formado o IMP (Inosina Monofosfato), e a partir deste IMP, tem-se a formação de AMP e/ou GMP (monofosfatados), que por sua vez são gerados os nucleotídeos trifosfatos, como ATP e GTP. Já na síntese de novo de nucleotídeos de pirimidinas, o primeiro nucleotídeoa ser formado é o UMP (Uridina Monofosfato), que posteriormente pode ser convertido a UTP, que é um substrato para a síntese CTP (Citidina Trifosfato), no entanto, o UMP também pode ter sua ribose convertida em desoxirribose, sendo formado o dUMP, de maneira que no carbono 2’ da ribose ocorre a substituição da hidroxila (OH) por um átomo de hidrogênio (H). E essa dUMP é substrato na síntese de dTTP (Desoxi-Timidina Trifosfato ou somente timidina trifosfato). Na via de recuperação vai acontecer o reaproveitamento das bases nitrogenadas purínicas e pirimidínicas para haver a formação dos nucleotídeos correspondentes. Biossíntese de nucleotídeo Purínico de novo (RNA e DNA) Nesta síntese, acontece de modo que um anel purínico é sintetizado sobre a estrutura de uma ribose-P. Na estrutura dos anéis purínicos adjacentes existem 4 átomos de nitrogênio (N), de modo que a purina se liga à ribose-P através de um desses átomos de nitrogênio. Os átomos que compõe a purina: ● Nitrogênio 1: provém do aspartato; ● Nitrogênio 2 e 9: provém da amina do aminoácido glutamina; ● Nitrogênio 7 (junto com os carbonos 4 e 5): provém da glicina; ● Carbono 2 e 8: provém do N10-formil tetrahidrofolato; ● Carbono 6: provém do CO2; A partir disso, o primeiro nucleotídeo formado é o IMP (Inosina monofosfato), na qual essa formação se dá pelo fosfato, que está ligado no carbono 5’ da ribose, e no carbono 1’ da ribose está ligado a base hipoxantina. A partir do IMP são sintetizados ATP e GTP que vão ser incorporados nas moléculas de RNA, e a partir de do ATP e GTP são gerados também os dATP e dGTP (desoxi-ATP ou GTP), que irão ser incorporados nas moléculas de DNA. Essa síntese tem 11 etapas. Biossíntese de novo de IMP 1 - Ativação da Ribose-5-P Essa biossíntese se inicia com a Ativação da Ribose-5-P provinda da via das pentoses, que é convertida em 5-fosforibosil-α-pirofosfato (PRPP), ou seja, o pirofosfato se liga ao carbono 1’ da ribose. O pirofosfato é provindo de uma reação de quebra da molécula de ATP, sendo catalisada pela enzima Ribulose-fosfato-pirofosfato cinase (PRPP Sintetase). É uma etapa importante da síntese de IMP, pois é regulada negativamente pela presença de ADP, GDP e IMP 2 - Aquisição do Átomo N9 da Purina Essa segunda envolve a aquisição do átomo N9 da purina, no qual a reação é catalisada pela enzima Amido Fosforribosil-transferase, que catalisa a transferência do grupamento amino do aminoácido glutamina + água para o carbono 1’ do PRPP, resultando na formação do composto β-5-fosforribosilamina, de modo que resulta também na liberação de glutamato e pirofosfato. Essa etapa é regulada positivamente pela presença de PRPP, na qual estima a forma ativa da enzima Amido Fosforribosil-transferase. Ao ser regulada negativamente pela presença de IMP, ATP, ADP, AMP, GTP, GDP e GMP, leva a enzima Amido Fosforribosil-transferase a formar dímero, ou seja, um forma inativa ou menos ativa. Com a formação da β-5-fosforribosilamina tem-se o primeiro composto que compõem a purina, que é o N9 ligado ao carbono 1’ da ribose. Nas etapas seguintes da biossíntese tem-se a incorporação dos outros átomos que formam a estrutura do anel purínico. Sendo os átomos de C4 e C5 e o N7 incorporados na etapa 3 a partir da glicina. O C8 é incorporado na etapa 4 a partir do N10-formil tetrahidrofolato. O N3 é incorporado na etapa 5 a partir da glutamina. O C6 é incorporado na etapa 7 a partir do bicarbonato que se origina a partir do CO2. O N1 é incorporado na etapa 8 e 9 (sequenciais) a partir do aspartato. E o C2 é incorporado na etapa 10 a partir do N10-formil tetrahidrofolato. Na etapa 11 acontece o fechamento do anel com a formação do IMP (Inosina Monofosfato). ***Atenção: nas etapas 4 e 10 tem a participação do composto N10-formil tetrahidrofolato, que é um doador de átomos de carbono. Esse composto é obtido a partir do ácido fólico, oriundo da dieta. Entretanto, as bactérias são capazes de sintetizar tetrahidrofolato, a partir do ácido paraminobenzóico (PABA). Então, esse composto tetrahidrofolato também é importante para as bactérias na síntese de timidina, de purinas e de tioninas. Com isso, existe um análogo do PABA, chamado de Sulfonamida (antibiótico), que atua bloqueando a ação da primeira enzima (pteridina sintetase) da biossíntese do tetrahidrofolato nas bactérias. Desse modo, ao utilizar a sulfanilamida, a síntese de nucleotídeos de purina não ocorrerá, assim, não tendo como haver replicação do DNA das bactérias. Os humanos não sintetizam o tetrahidrofolato, logo, não é afetado pelo tratamento com sulfonamida. Então, a partir do IMP, acontece a formação de AMP, com a substituição do átomo de oxigênio por um grupamento amino. Para ocorrer a síntese de AMP necessita de aspartato e GTP. Ou acontece a formação de GMP, com a incorporação do grupamento amino em um átomo de carbono. Para ocorrer a síntese de GMP necessita de glutamina e ATP. Em relação a clínica médica: a utilização do ácido micofenólico, que é um inibidor reversível da IMP-desidrogenase, que é enzima que catalisa a primeira etapa da via de formação do GMP, ou seja, ao bloquear a síntese de GMP ocorre uma diminuição na formação de nucleotídeos, de modo que não consiga manter a rápida proliferação dos linfócitos T e B, assim, ficando insuficiente, permitindo, então, que a cirurgia de transplante seja bem sucedida. Logo, esse fármaco é um imunossupressor que previne a rejeição de transplantes. Coordenação das taxas de síntese de AMP e GMP Como são nucleotídeos purínicos, devem apresentar quantidades equilibradas para atender a síntese correta das moléculas de DNA nas células que estão se preparando para a divisão. Então, o AMP exerce uma regulação negativa na primeira etapa da sua própria síntese, causando o bloqueio da enzima adenilsuccinato sintase. E o GMP também exerce uma regulação negativa em sua síntese na primeira etapa, bloqueando a ação da enzima IMP-desidrogenase. A partir do AMP há formação de ADP e depois ATP. Com o GMP é a mesma coisa, há formação de GDP e depois GTP. Sendo que o GTP é importante na síntese de AMP, e o ATP é importante na síntese de GMP. Ou seja, isso garante que os dois nucleotídeos sejam sintetizados em quantidades coordenadas. Conversão de Nucleotídeos Purínico Monofosfato em Trifosfato Os nucleotídeos AMP e GMP podem ser convertidos a seus respectivos nucleotídeos Di e Trifosfatados (ADP e ATP/GDP e GTP). Os nucleotídeos difosfatados são formados pela ação das enzimas Nucleosídeo monofosfato quinases, que são específicas para cada uma das bases. Já a formação dos nucleotídeos trifosfatados a partir dos difosfatados ocorre através da enzima Nucleosídeo difosfato quinase, que é não específica. Essas reações são impulsionadas pela regeneração do ATP e pela etapa de fosforilação subsequente do diosfato pela enzima Nucleosídeo difosfato quinase. Regulação da Biossíntese de Ribonucleotídeos Purínicos ● Via de síntese de IMP, ATP e GTP: ○ Reguladas individualmente de modo a controlar os pontos de regulação tem por objetivo garantir as quantidades totais de ribonucleotídeos purínicos produzidos e as quantidades relativas de ATP e GTP. Então, os principais pontos de regulação envolvem a primeira etapa, que é catalisada pela enzima PRPP sintetase com a formação do PRPP, sendo inibida na presença de IMP, ADP e GDP. A segunda etapa também é importante para a regulação desta via, na qual a enzima Amidofosforribosil transferase, com a formação de fosforribosilamina, é regulada negativamente (inibida) pela presença de IMP, AMP, ADP, ATP, GMP, GDP e GTP, e é regulada positivamente (estimulada) pela presença de PRPP. E na conversão de IMP em AMP e GMP, é regulada pelos próprios produtos, ou seja, AMP regula negativamente a sua síntese, e o GMP regula negativamente a sua própria síntese também. Biossíntese de nucleotídeo Pirimidínico de novo (RNA e DNA) Essa síntese se inicia com a síntese do anel pirimidínico. Os átomos que formam o anel são fornecidos pelo Carbamoil fosfato (bicarbonato + glutaminae ATP) e também pelo aspartato. Uma vez formado este anel pirimidínico é condensado a uma molécula de PRPP, formando, assim, o primeiro nucleotídeo OMP (Orotidina monofosfato), e em seguida é convertido em UMP (Uridina monofosfato). O UMP será fosforilado gerando UTP, que é substrato para a síntese de CTP que são incorporados nas moléculas de RNA. O CTP também pode ser convertido a dCTP (desoxi CTP) para ser incorporado na molécula de DNA. E o UTP também pode ser convertido em dUTP (desoxi UTP), que sofrerá algumas reações para gerar o TTP, que também é incorporado na molécula de DNA. Nesta via envolvem 6 etapas. 1 - Síntese de Carbamoil Fosfato O carbamoil fosfato é sintetizado a partir de 2 moléculas de ATP, do bicarbonato, da glutamina e uma molécula de água, tendo com a enzima responsável por essa reação a Carbamoil-fosfato sintetase II (CPS II). Essa enzima se difere da enzima que participa da síntese da ureia, que é a CPS I, sendo uma enzima mitocondrial, entretanto, a CPS II é citosólica. A CPS I tem como fonte de nitrogênio a amônia, já a CPS II tem o grupamento amida da glutamina. A CPS I é ativada na presença de N-acetil-glutamato, enquanto a CPS II é ativada por ATP e PRPP e inibida por UTP. 2 - Síntese de Carbamoil-Aspartato Então, após a formação do Carbamoil Fosfato, ele é convertido a Carbamoil-Aspartato pela ação da enzima Aspartato-transcarbamilase (ATCase). Biossíntese de novo de UMP Na etapa seguinte (etapa 3), ocorre o fechamento do anel, em seguida o anel é oxidado (etapa 4), formando o orotato, que é condensado a uma molécula de PRPP (etapa 5), assim, formando o nucleotídeo OMP (Orotidina monofosfato). Na etapa 6, acontece uma etapa de descarboxilação da base pirimidínica (COO-) pela ação da enzima OMP-descarboxilase, gerando a UMP (Uridina monofosfato). A etapa 6, em mamíferos, é importante porque é um ponto de regulação negativa pelo próprio UMP, que vai inibir a ação da OMP-descarboxilase. E outro componente que também pode inibir em menor extensão é o CMP. Biossíntese de UTP O nucleotídeo UMP é convertido a UTP em reações similares às que são usadas AMP e GMP em ATP e GTP. Contando com a participação das enzimas Nucleosídeo monofosfato quinases específicas (conversão de UMP em UDP) e a enzima Nucleosídeo difosfato quinase não específica (conversão de UDP em UTP). O UTP é substrato para a síntese de CTP. A CMP (citidina monofosfato) pode ser convertida em CTP por reações similares também. Biossíntese de CTP O CTP é formado a partir de do UTP, numa reação catalisada pela CTP-sintetase, na qual ocorre uma substituição de um átomo de oxigênio por um grupamento amina (NH2), que por sua vez provém do aminoácido glutamina. A regulação negativa (inibição) acontece por meio do próprio CTP, já a regulação positiva (estimulação) ocorre por meio da presença de GDP. Regulação da Biossíntese de Ribonucleotídeos Pirimidínicos (mamíferos) Os principais pontos da regulação da biossíntese de ribonucleotídeos pirimidínicos são na etapa 1, 6 e na etapa da síntese de CTP. Na etapa 1, catalisada pela enzima Carbamoil fosfato sintetase II (CPS II) é um ponto de regulação, no qual o ATP e o PRPP são estimuladores desta enzima, entretanto, o UDP e o UTP são inibidores desta enzima. Na etapa 6, catalisada pela enzima OMP descarboxilase, é inibida pelo produto, que é o UMP e em menor extensão pelo CMP. E o último ponto de regulação é a etapa de conversão de UMP em CTP, que é catalisada pela enzima CTP sintetase, sendo inibida, então, pelo seu produto, o CTP, e sendo estimulada na presença de GDP. Importante: ● O ATP promove a coordenação entre as vias de síntese de nucleotídeos de purina e pirimidina. ● O PRPP estimula a síntese de nucleotídeos de purina e pirimidina. Formação dos Desoxirribonucleotídeos Os desoxirribonucleotídeos são sintetizados a partir de seus ribonucleotídeos correspondentes pela redução de sua posição C2’, numa reação catalisada pela enzima Ribonucleotídeo redutase, que tem como substrato da reação o ribonucleosídeo-5’-difosfato. Então, ocorre a redução do carbono 2’ da ribose, na qual acontece a substituição da hidroxila por um átomo de H. A enzima Ribonucleotídeo redutase tem como coenzima o NADPH + H+. Biossíntese de Desoxirribonucleotídeo Os substratos da Ribonucleotídeo redutase são os Ribonucleosídeos Difosfatados (dNDPs) (ADP, GDP, CDP e UDP). Os ribonucleotídeos monofosfatados (NMP ou NTP e o TDP) não são substratos da enzima Ribonucleosídeos Difosfatados. Então, a ação da enzima Ribonucleotídeo redutase leva a formação de desoxirribonucleotídeos difosfatados (dADP, dGDP, dCDP e dUDP), que depois são fosforilados (adição de ATP) para formar os desoxirribonucleotídeos Trifosfatados (dATP, dGTP, dCTP e TTP), que são necessários para a síntese de DNA. ***A etapa de conversão de dUDP não leva a formação direta a TTP, existem mais etapas com alguns detalhes. ***Os nucleotídeos difosfatados provém apenas das vias metabólicas de novo, ou seja, a partir dessa via é gerado AMP, GMP, UMP e CTP. No caso do CTP é necessário ser desfosforilado para formar o CDP. Já os nucleotídeos AMP, GMP e UMP necessitam ser fosforilados para serem substratos. A enzima Ribonucleotídeo redutase atua na fase S do ciclo celular, ou seja, quando esses dNDPs são necessários para a síntese de DNA. Essa enzima sofre inibição pela Hidroxiureia (HU), que é um composto que pode ser utilizado no tratamento tanto de câncer quanto da AIDS. As células expostas a HU param na fase G1 do ciclo celular, se mostrando mais sensíveis ao tratamento de radiação. E a inibição da Ribonucleotídeo redutase pela HU facilita a ação de quimioterápicos análogos de nucleotídeos no tratamento tanto de câncer quanto da AIDS. Ribonucleotídeo redutase de E. coli ● A ribonucleotídeo redutase de E. coli é formada por dois pares de dímeros (R1 e R2). ● Possui sítio de ligação ao substrato que são os nucleosídeos difosfatados (ADP, GDP, UDP e CDP). ● Existem sítios alostéricos que irão regular tanto a especificidade quanto a sua atividade. Então, o sítio de atividade vai determinar em que substrato a enzima irá atuar no momento. ○ Quando o sítio de especificidade estiver ocupado por ATP ou dATP (quando estiver em excesso), tem-se uma maior redução de CDP e de UDP. ○ Se o sítio de especificidade da enzima estiver ocupado por TTP, acontece uma maior redução de GDP e uma menor redução de CDP e UDP. ○ Se o sítio de especificidade estiver ocupado por dGTP, ocorre uma maior redução de ADP e uma menor redução de CDP, UDP e GDP. ● O sítio de atividade controla a atividade global da enzima. ○ Quando o sítio de atividade está ocupado pelo ATP (estiver em excesso), ocorre uma maior redução de todos os NDPs. ○ Quando o sítio de atividade está ocupado pelo dATP, ocorre uma menor redução de todos os NDPs. Origem da Timina A timina é formada numa reação catalisada pela enzima Timidilato sintase, que possui como substrato o dUMP (desoxi UMP) e o N5,N10-Metileno-tetrahidrofolato (derivado do ácido fólico). Como produtos da reação tem-se o TMP (Timidina monofosfato) que recebe um grupamento metil no C5, e a formação do Diidrofolato, que depois é regenerado a N5,N10-Metileno-tetrahidrofolato. O dUMP pode ser formado a partir da dUTP pela ação da enzima dUTPase, ou pode derivar da dCMP pela ação da enzima desoxicitidina desaminase. Regeneração do Tetrahidrofolato O diidrofolato formado é reduzido novamente a tetrahidrofolato numa reação ligada ao NADPH e catalisada pela enzima Diidrofolato redutase. Então, a partir do N5,N10-Metileno-tetrahidrofolato com o dUMP sofrendo a ação da enzima timidilato sintase, resultando na formação de TMP (timidina monofosfato) e Diidrofolato. Com isso, precisa-se regenerar esse diidrofolato a N5,N10-Metileno-tetrahidrofolato. E acontece a partir da enzima diidrofolato redutase que tem como coenzima a NADPH + H+, nessa reação é formado o Tetrahidrofolato, que depois sofre a ação de uma outra enzima, a serina-hidroximetil-transferase, resultando na regeneraçãodo N5,N10-Metileno-tetrahidrofolato. Inibidores da Biossíntese de Desoxirribonucleotídeo de Timina. ● Fluorouracil: inibidor suicida. Esse composto no organismo é convertido a 5-fluorodeoxiuridina monofosfato, que, então, se liga a enzima timidilato sintase, assim, desativando-a de modo irreversível. ● Antifolatos: Grupos de inibidores que atuam na via de regeneração do N5,N10-Metileno-tetrahidrofolato, inibindo a enzima diidrofolato redutase por meio de inibição competitiva, de modo a comprometer a síntese de TMP. Ex: metotrexato, aminopterim, trimetoprim. ● Trimetoprima - ação antibacteriana e antifúngica; ● Pirimetamina - ação antiprotozoário; ● Metotrexato - ação antineoplásica, antipsoriática, antiinflamatória e imunossupressora; Ação dos Inibidores da Via Tetrahidrofolato 1. Sulfonamida: inibe a ação da enzima Pteridina sintetase, bloqueando a síntese de tetrahidrofolato em bactérias. Esse composto é um análogo do PABA (ácido p-aminobenzóico). 2. Trimetoprima: inibidor competitivo com o substrato da enzima Diidrofolato redutase, que também participa da via de síntese de tetrahidrofolato nas bactérias. O efeito deste composto é 100 mil vezes mais potente sobre a enzima bacteriana do que a enzima humana. ***Existe um antibiótico muito potente no mercado, chamado Bactrim (nome comercial), que é a combinação da ação da Trimetoprima com o Sulfametoxazol (sulfonamida). 2- Via de recuperação Via de Recuperação de Nucleotídeos Purínicos e Pirimidínicos As vias de recuperação estão agrupadas de acordo com o composto que participa da reação. Participação do PRPP: Nesta primeira etapa tem-se a reação de condensação das bases purínicas e pirimidínicas livres com PRPP, As enzimas que catalisam a condensação são as fosforribosil transferases, sendo específicas para cada base nitrogenada: ● Adenina em AMP - Adenina fosforribosil transferase (APRT); ● Hipoxantina/Guanina em IMP/GMP - 2-Hipoxantina-guanina fosforribosil transferase (HGPRT); ● Uracila em UMP - 3-Uracila fosforribosil transferase; ***A única enzima que atua em dois substratos é a 2-Hipoxantina-guanina fosforribosil transferase (HGPRT), sendo os substratos guanina e hipoxantina. Participação do ATP: Neste segundo conjunto de reações tem-se diferente nucleosídeos que são fosforilados com a participação do ATP, em reações catalisadas por quinases específicas: ● (d)Adenosina em (d) AMP - 4-Adenosina quinase; ● dCitidina/dAdenosina/dGuanosina em dCMP/dAMP/dGMP - 5-Deoxicitidina quinase; ● Uridina/Citidina em UMP/CMP - 6-Uridina citidina quinase; ● Timidina em TMP - Timidina quinase; ***A adenosina quinase não reconhece como substrato a inosina e guanosina; ***A 6-uridina citidina quinase não reconhece a Orotidina como substrato; ***A 7-timidina quinase pode ser inibida pela alta concentração de TTP e estimulada por vários dNDPs (desoxinucleotídeos difosfatados); Participação da Ribose-1P: Neste terceiro conjunto de reações tem como substrato as bases nitrogenadas livres que são ligadas a ribose-1P ou desoxirribose-1P, ocorrendo a formação dos nucleosídeos correspondentes. Essas reações são reversíveis. ● Hipoxantina/Guanina em Inosina/Guanosina - Purino nucleosídeo-fosforilase; ● Uracila em Uridina - Uridina fosforilase; ● Timina em Timidina - Timidina fosforilase; ***A Purino nucleosídeo-fosforilase que não atua sob a Adenosina; ***A Uridina fosforilase e a Timidina fosforilase que atuam, respectivamente, sob a uridina e timidina, entretanto, a citidina não sofre a ação destas fosforilases. ***A dieta quase não contribui com as bases nitrogenadas e nucleotídeos para os tecidos. Sendo a maior parte da contribuição provinda da síntese de novo (principalmente no fígado). Catabolismo de Purinas em Animais ● Observa-se que os diferentes nucleotídeos de purinas são degradados ao ácido úrico. ● O primeiro nucleotídeo purínico formado pela via metabólica de novo é o IMP (Inosina monofosfato), e a partir deste IMP são formados o AMP e o GMP. ● Além disso, existem um quarto nucleotídeo, XMP (xantosina monofosfato). ● A diferença estrutural entre IMP e XMP, é que o XMP possui uma carbonila, na qual o IMP não possui; ● O AMP pode ser convertido a IMP pela ação da enzima AMP-desaminase, e a Adenosina pode ser convertida a inosina pela ação da enzima adenosina-desaminase; Então, na primeira etapa os nucleotídeos são convertidos aos seus nucleosídeos correspondentes (Adenosina, Inosina, Xantosina e Guanosina) pela ação de nucleotidases, porém o AMP e a Adenosina podem ser convertidos, respectivamente, a IMP e a Inosina por ação das desaminases. Após essas reações têm-se os nucleosídeos (Inosina, Xantosina e Guanosina), que sofrem a ação de purina-nucleosídeos-fosforilases (PNPs), que vão clivar/quebrar a ligação entre a ribose a base nitrogenada, ocorrendo a liberação de ribose-1P e das bases nitrogenadas correspondentes (Hipoxantina, Xantina e Guanina). Por fim, a Hipoxantina e Guanina são convertidas a Xantina. No caso da hipoxantina é oxidada, ou seja, recebendo uma carbonila, e formando a Xantina. Já a guanina sofre a ação de uma desaminase, que vai substituir o grupamento amina por uma carbonila. Ainda pela ação da Xantina oxidase tem-se a oxidação desse último átomo de carbono, desse modo, formando o ácido úrico. Degradação de Ácido Úrico à Amônia O ácido úrico é produto final do catabolismo de purinas em primatas, pássaros, répteis e insetos, no entanto, ele pode continuar a ser degradado até a formação de amônia, sendo que esse processo de degradação pode ser interrompido em diferentes estágios em diferentes espécies. Catabolismo de Pirimidinas em Animais ● UMP e TMP são degradados pelas mesmas enzimas; ● Os aminoácidos, produtos dessas reações, são utilizados em outros processos metabólicos; Partindo do UMP, que é o primeiro nucleotídeo pirimidínico formado pela via metabólica de novo, que possui duas carbonilas em sua estrutura, quando ocorre a conversão em CMP uma dessas carbonilas é substituída por um grupamento amino. E para formar timina, a UMP recebe um grupamento metil. No primeiro momento, acontece a ação de nucleotidases que convertem esses nucleotídeos (CMP e UMP) em seus nucleosídeos correspondentes (Citidina e Uridina). No entanto, a citidina será convertida a Uridina pela ação da enzima citidina desaminase. Então, no final deste primeiro momento, o resultado será a formação de uridina e desoxitimidina. A uridina e desoxitimidina sofrem a ação da uridina fosforilase, formando Uracil e Timina, que por sua vez são convertidas, respectivamente, em Diidrouracil e Diidrotimina por uma enzima desidrogenase (Diidrouracil-desidrogenase). Os compostos Diidrouracil e Diidrotimina sofrem a ação da enzima Hidropirimidina hidratase, de modo que o anel pirimidínico é clivado/quebrado, assim, formando o β-Ureidoproprionato e o β-ureidoisobutirato, que em seguida são convertidos em β-alanina e β-aminoisobutirato. Os compostos β-alanina e β-aminoisobutirato podem sofrer a ação de uma aminotransferase e serem convertidos a Semialdeído malônico e Semialdeído-metil-malônico, que depois recebem a coenzima A, sendo convertidos a Malonil-CoA e Metilmalonil-CoA. Metabolismo dos Nucleotídeos X Correlação Clínicas O “pool” de nucleotídeos, excluindo o ATP, no meio intracelular é comumente baixo, no entanto, de acordo com a demanda do ciclo celular ocorre um aumento considerável da síntese de novo de nucleotídeos para garantir a replicação correta do DNA. Com menor importância tem-se as vias de regeneração, que se utilizam de purinas e pirimidinas que são resultantes do processo de degradação. Então, os mecanismos de síntese e degradação devem ser regulados de forma correta, e caso isso não ocorra surgem as doenças associadas a esse metabolismo de nucleotídeos. Importância Clínica do Metabolismo de Purinas ● Problemas Clínicos - São predominantemente resultantes do catabolismo anormal das purinas, com consequências leves a severas e desordens até mesmo fatais. ● Manifestações Clínicas - Surgem da insolubilidadedo ácido úrico. ● Hiperuricemia - Acúmulo excessivo de ácido úrico. Gota ● É uma desordem associada à excreção comprometida ou à superprodução de ácido úrico. ● O primeiro relato da doença ocorreu na Grécia antiga. ● Estágios Iniciais: artrite não articular aguda recorrente; ● Estágios avançados: poliartrite crônica deformante e eventual complicação renal. ● Mais recorrente em homens adultos e raramente acomete mulheres na pré-menopausa. Causa dos Sintomas: é por causa da precipitação de cristais de urato de sódio monohidratado no fluido sinovial das articulações (inflamação grave e artrite), no rins e ureteres os cristais são responsáveis pela formação de cálculos renais. Geralmente afeta articulações das extremidades inferiores (95%) - dedão do pé. Causa mais comum de Gota: 1. Aumento da Atividade PRPP Sintetase: é decorrente de um aumento da atividade da PRPP Sintetase, enzima da primeira etapa da via de novo de nucleotídeos purínicos. Com isso, ocorre o aumento de PRPP (produto da PRPP Sintetase) vai estimular ainda mais a segunda enzima (amidofosforribosil transferase) desta via, resultando num excesso de nucleotídeos purínicos, que por sua vez vai levar ao aumento do catabolismo, e consequentemente um aumento na formação de ácido úrico. 2. Deficiência da Enzima de Recuperação HGPRT: acontece a deficiência parcial na enzima de recuperação HGPRT (Hipoxantina-guanina fosforribosil transferase), que tem como função recuperar as bases, hipoxantina e guanina, ligando-as ao PRPP para formar IMP e GMP. Então, a deficiência parcial desta enzima leva a um acúmulo das purinas (hipoxantina e guanina), que são degradadas, e resultam no aumento de ácido úrico. ***De acordo com o mecanismo de controle da via metabólica da via de novo de nucleotídeos purínicos, o IMP e GMP são reguladores negativos (inibidores) das duas primeiras etapas da via, com isso, a não formação de IMP e GMP por deficiência na enzima HGPRT, diminuem o efeito inibitório das duas primeiras etapas, de modo a favorecer ainda mais a formação de novos nucleotídeos purínicos. Recomendações ● Evitar drogas que podem induzir a hiperuricemia: niacina (Vit B3), tiazidas e outros diuréticos, baixas doses de aspirina, pirazinamida (tratamento de tuberculose), etambutol, (tratamento de tuberculose), ciclosporina (droga imunossupressora), drogas citotóxicas; ● Evitar alimento ricos em purina: carne vermelha, fígado, rins, ostra, anchova, extratos de carne, ervilha e feijão, aspargos, lentilha, cerveja, bebidas alcoólicas em geral; ● Estratégias Não Farmacológicas indicadas: perda de peso e controle do consumo de álcool; Tratamento ● Se baseia no fato da hiperuricemia ser devida tanto à superprodução como à excreção diminuída de ácido úrico; ● São tomadas medidas paliativas, como uso de analgésicos para alívio dos sintomas, como dor (indometacina); ● Fármacos Utilizados: ○ NSAIDS (drogas antiinflamatórias não esteróides, com efeitos analgésico e antipirético); ○ Probenecid (Benemid): agente que uricosúrico, inibe a reabsorção tubular de ácido úrico, mas não é eficaz nas crises agudas; ○ Alopurinol: um inibidor de xantina oxidase, inibe a produção de ácido úrico; ALOPURINOL ● Utilizado na prevenção de crises de artrite e nefropatia relacionadas à gota; ● Inibidor da enzima Xantina Oxidase, prevenindo a formação de ácido úrico a partir de purinas precursoras; ● É metabolizado a oxipurinol que também é um inibidor de xantina oxidase; Catabolismo de purinas em animais ● Todos os diferentes nucleotídeos de purina são degradados a ácido úrico. O alopurinol atua bloqueando a conversão da xantina em ácido úrico. Síndrome de Lesch-Nyhan Além dos sintomas similares ao de Gota, os pacientes também apresentam sintomas neurológicos (comprometimento mental) e automutilação (os pacientes mordem seus próprios lábios e dedos). É muito comum observar nesses pacientes a presença de cristais de urato nas fraldas, sendo frequentemente encontrado no fluido sinovial das articulações. ● Defeito na produção ou atividade da enzima HGPRT, enzima que participa da via de recuperação de hipoxantina guanina. ● O gene dessa enzima está localizado no cromossomo X, portanto a doença é limitada praticamente aos homens. Mais de 100 mutações descritas -> ligadas a perda da proteína HGPRT, perda da atividade enzimática, “mutantes de KM”, proteínas com uma meia-vida menor. ➢ Atividade HGPRT < 2% do normal = deficiência mental. ➢ Atividade HGPRT < 0,2% do normal = comportamento de automutilação. ● Porque nessa síndrome ocorre hiperuricemia e produção excessiva de ácido úrico ? Como essa síndrome está associada ao defeito no gene da HGPRT, resulta em uma menor recuperação da hipoxantina guanina e em IMP e GMP. LOGO: ocorre diminuição das vias de recuperação, aumento dos níveis de purina (hipoxantina e guanina), aumento de PRPP e diminuição de IMP e GMP, e consequente aumento da síntese de novo de nucleotídeos purínicos porque o PRPP é um ativador/estimulador, e o IMP e o GMP são inibidores. Além disso, há aumento da degradação de purinas, com consequente aumento do nível de ácido úrico, levando a um quadro de hiperuricemia Importância clínica do metabolismo de piridinas ● Problemas Clínicos - resultantes de síntese anormal de UMP, como acidúria orótica. ● Drogas direcionadas para enzimas que atuam na síntese de UMP. Atuam inibindo a atividade catalítica. ACIDÚRIA ORÓTICA - Doença hereditária causada por uma deficiência na enzima multifuncional que catalisa as 2 últimas etapas da síntese de pirimidina. Essa enzima multifuncional inibe a atividade de orotato fosforibosil-transferase (que catalisa a reação do orotato ao PRPP) e inibe a atividade de OMP-descarboxilase (atua descarboxilando OMP e formando UMP). O bloqueio nessas duas etapas resulta no acúmulo de orotato. ● Aumenta a excreção de ácido orótico na urina. ● Sintomas: retardo no crescimento e anemia severa. ● Tratamento: administração de uridina ou citidina. Uridina e citidina - substratos para a formação de UMP e CMP, respectivamente por quinases. Importância clínica do metabolismo de nucleotídeos ● Células que se dividem rapidamente sintetizam muitas purinas e pirimidinas, enquanto células com divisão mais lenta reutilizam essas bases. ● Como as células tumorais se dividem rapidamente, os inibidores do metabolismo de nucleotídeos atuarão preferencialmente sobre elas. ● Drogas antitumorais e antivirais - efeitos na síntese de DNA, utilizando compostos que tem como alvo a timidilato sintase (inibição suicida), a dihidrofolato redutase (inibição competitiva) ou a ribonucleotídeo redutase. Podem ser análogos de nucleotídeos ou análogos de folato. Análogos de Nucleotídeos -> usados como agentes antitumorais, antivirais (inibem a transcrição reversa ou replicação viral). FIM :D
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