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ESTOMATODERMATOLOGIA - GRUPO PÊNFIGO E PENFIGÓIDE

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Estomatodermatologia 
PELE 
➢ Histologia da pele: revestido por tecido epitelial 
(epiderme) que está apoiado na derme (tecido 
conjuntivo). Entre a epiderme e a derme, existe uma 
fina camada de células que formam a membrana 
basal, que tem como componente: colágeno do tipo 
IV, laminina intactina e proteoglicanos. Essa 
membrana basal se prende ao tecido conjuntivo por 
meio de fibrilas de ancoragem (colágeno tipo VII). 
Apresenta algumas células como os melanócitos e 
queratinócitos. 
 
➢ Tecido epitelial – CARACTERÍSTICAS: 
- Células justapostas; 
- Mecanismos especiais de junção/união celular; 
+ Desmossomos: estrutura em disco localizada na 
superfície de uma célula, estrutura dupla por se ligar na 
célula epitelial e na célula epitelial adjacente. As placas 
de ancoragem possuem principalmente glicoproteínas 
caderinas (proteína transmembrana) que auxiliam 
nessa junção. 
+ Hemidesmossomos: estrutura de metade de um 
desmossomo e prendem a célula epitelial a membrana 
basal através dos filamentos de queratina. Nos 
hemidesmossomos não existem as caderinas, mas as 
proteínas integrinas, podem agir como receptoras de 
laminina e colágeno tipo IV. 
 
 
- Células polarizadas, núcleo nos polos basais; 
- Escassez de substância extracelular; 
- Glicocálice: participa dos processos de pinocitose, 
auxilia a adesão celular e participa em fenômenos 
imunológicos 
- Avasculares, nutre com os vasos sanguíneos da 
derme; 
- Fortemente unido ao tecido conjuntivo pela 
membrana basal. 
 
LESÕES VESÍCULO-BOLHOSAS 
➢ Lesões geralmente na pele ou nas mucosas, 
podem ser causadas por: injúrias físicas, Doenças 
Virais (ex. herpes), Reações de Hipersensibilidade, 
lesões do Grupo Pênfigo e Penfogóide. 
 
GRUPO PÊNFIGO 
➢ Relaciona-se a 4 tipos de doenças auto-imunes: 
1- Pênfigo vulgar (afeta a boca, acomete tanto a 
pele como as mucosas – não só oral); 
2- Pênfigo vegetante (afeta a boca, porém é raro, 
acredita-se que seja uma variante do Pênfigo 
Vulgar); 
3- Pênfigo foliáceo (bolhas muito superficiais, não 
ocorre na cavidade oral, somente na pele. 
Sinal de Nikolsky negativo e a forma endêmica 
no Brasil – fogo selvagem); 
4- Pênfigo eritematoso. 
5- Pênfigo paraneoplásico; 
6- Pênfigo do IgA; 
7- Pênfigo induzido por alimentos. 
8- Pênfigo induzido por drogas (algumas drogas 
podem induzir acantólise com produção de 
anticorpos, geralmente com derivados de 
penicilina que contenham grupos sulfídricos). 
 
 
PÊNFIGO VULGAR 
➢ Tanto o pênfigo vulgar, quanto os outros tipos de 
pênfigo, há a formação da bolha ou fenda de forma 
intraepitelial (dentro do tecido epitelial, entre as 
camadas do epitélio), pois existe a perda dos 
mecanismos de adesão/junção celular das células 
epiteliais. 
 
➢ Características clínicas: 
- Acomete adultos entre 40 e 60 anos; 
- Em 50 a 70% dos casos, a doença inicia-se na 
cavidade oral como erosões dolorosas ou bolhas e, 
semanas a meses depois, surgem lesões na pele; 
- Envolvem geralmente o palato, mucosa de lábio, face 
inferior da língua e gengiva. 
- Bolhas ou erosões podem ser induzidas por pressão 
tangencial na pele/mucosa aparentemente normal 
adjacente às áreas lesadas – sinal de Nikolsky. Isto é, 
ao fazer a pressão na vesícula sob a pele/mucosa, o 
líquido da vesícula vai se movimentar. 
- As lesões cutâneas aparecem como bolhas frágeis de 
diferentes tamanhos na pele; rompem-se facilmente, 
formando úlceras deixando áreas crostosas, 
sangrantes e dolorosas, podendo levar a exposição do 
tecido conjuntivo 
* pode levar a uma desidratação por perda de líquido 
corporal com bolhas já rompidas. 
 
https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/penfigo/17/ 
 
 
*geralmente, observa-se bolhas já rompidas com a 
formação de úlceras (exposição do tecido conjuntivo) 
na cavidade oral por conta do atrito com a mastigação 
e com os dentes. 
- Inicialmente, as bolhas podem ser confundidas com 
outras lesões, geralmente, o agravamento das lesões 
nas mucosas e na pele vem com o tempo. 
➢ Patogênese: 
- Doença autoimune: ocorre a produção de anticorpos 
próprios contra as ligações intercelulares das células 
epiteliais pavimentosas. (falha de reconhecer o 
próprio, há perda de tolerância). 
- Geralmente, são anticorpos IgG 1 e IgG4 que se liga 
às proteínas de superfícies dos queratinócitos. 
- Esses autoanticorpos reagem contra os 
componentes dos complexos dos desmossomos, 
como a desmogleína 3 e 1, que são duas das 
proteínas das várias proteínas da família das 
caderinas desmossômicas. 
- Quando essas proteínas são destruídas pelas 
proteinases produzidas pelas células epiteliais, 
provocam uma desintegração ou perda da junção, 
causando a separação das células epiteliais. Esse 
processo é chamado de Acantólise e gera a 
bolha/vesícula intraepitelial. 
- Líquido da bolha : referente a lise/degeneração de 
algumas células acantolíticas , além do componente 
inflamatório. 
- Acantólise: causada pela perda da adesão 
intercelular (dissolução dos desmossomos), as células 
ficam separadas umas das outras e passam a ter um 
formato esférico, com núcleos grandes e hiper 
cromáticas. Essas células acantolíticas estão dentro 
da fenda epitelial. A degeneração dessas células 
acantolíticas, irá formar a bolha e de líquido 
intraepitelial. 
- Células de Tzank : células acantolíticas que se 
soltaram durante o processo de formação da bolha, 
são hiper cromáticas, formato circular e estão livres 
na cavidade. 
https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/penfigo/17/
 
 
➢ Diagnóstico: 
- Detecção de autoanticorpos: IgG1 e IgG4, que ficam 
circulantes do tecido e podem ser detectados por 
testes de imunofluorescência. 
- Imunofluorescência direta: os anticorpos, que são 
anti-desmogleína 1 e 3, são conjugados a uma 
molécula fluorescente e introduzidos ao tecido 
lesionado do paciente através de um corte histológico 
de tecido fresco. Após isso, lava o excesso e faz a 
análise microscópica com UV. 
➢ Prognóstico: 
- Doença grave que se não for tratada pode levar o 
paciente a morte por perda de líquido corporal e por 
infecções secundárias. 
- A lesão é controlada com a doses elevadas de 
corticoides (imunossupressores). 
- Geralmente, é utilizada a Prednisona 40 a 80 mg 
diárias, associada ou não aos imunossupressores. 
 
GRUPO PENFIGÓIDE 
➢ Caracterizados pela produção de autoanticorpos 
que são dirigidos contra os componentes da 
membrana basal. A bolha/fenda se forma entre o 
tecido epitelial e entre o tecido conjuntivo. 
 
➢ Tipos: 
 
1- Penfigóide bolhoso: mais comum das lesões 
bolhosas, curso clínico caracterizado por períodos 
de remissão, seguido por recidiva. 
2- Penfigóide das membranas mucosas: curso 
clínico prolongado e progressivo. 
3- Dermatite herpertiforme (variante). 
 
PENFIGÓIDE DAS MEMBRANAS MUCOSAS 
➢ Características clínicas: 
- Doença rara, com sintomas precoces intensos; 
- Acomete adultos acima de 60 anos de idade; 
- Não tem preferência em raça ou região geográfica; 
- Cavidade oral é envolvida; 
- Predileção por abdômen inferior, virilhas e axilas; 
- Casos leves: mucosa oral; 
- Caso mais graves, atinge: ocular, gástrica e 
esofágica e outras como a mucosa genital; 
- Sinal de Nikolsly negativo; 
- Nomes: Penfigóide cicatricial, Penfigóide oral, 
Penfigóide ocular, Penfigóide benigno da mucosa. 
- Clinicamente, não dá para diferenciar as bolhas do 
Pênfigo e Penfigóide. Encontram-se também integras 
ou rompidas (formam ulcerações um pouco retilíneas 
e filiformes). 
- Bolhas mais resistente ao rompimento, por ter a 
proteção do epitélio superiormente; 
- Quando em mucosa oral, essas bolhas se rompem 
facilmente devido o atrito da mastigação, dentes e da 
fala. Quando essas bolhas se rompem, expõem o 
tecido conjuntivo e formam ulcerações que se 
coalescem, formando uma grande lesão. Quando em 
processo de cicatrização,formam crostas. 
 
 
BARBOSA, Lívia do Nascimento et al . Penfigoide de membranas mucosas com 
estenose esofágica grave. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro , v. 86, n. 3, p. 565-
568, June 2011 . Available from 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-
05962011000300023&lng=en&nrm=iso>. access 
on 19 May 2021. https://doi.org/10.1590/S0365-05962011000300023. 
 
https://doi.org/10.1590/S0365-05962011000300023
➢ Patogênese: 
- Não ocorre acantólise! 
- Histologia: há um destacamento dos tecidos e a 
formação de uma fenda entre o tecido conjuntivo e o 
tecido epitelial. Essa fenda é preenchida por células 
inflamatórias como os eosinófilos. 
 
*Pênfigo a bolha é intraepitelialmente, já nas lesões 
penfigóides as fendas estão entre o tecido epitelial e 
conjuntivo. 
 
- Pode haver desorganização ou degeneração da 
camada basal das células epiteliais. 
- Hemidesmossomos são alvos dos autoanticorpos. 
- Processo autoimune com depósitos de 
imunoglobulinas e componentes do complemento (C3a 
e C5a) ao longo da membrana basal. Vários antígenos 
são encontrados ligados a membrana basal, causando 
uma separação do epitélio e conjuntivo. 
* antígenos: subunidades da laminina V, subunidades 
de integrinas, produtos da clivagem das proteínas do 
complemento – C5a e C3a - que estimulam a liberação 
de mediadores químicos por meio dos mastócitos, e a 
C5a também atua como agente quimiotático para 
neutrófilos, basófilos, eosinófilos. 
* A C5a ativa, ativa a via da lipooxigenase do 
metabolismo do ácido araquidônico, aumentando o 
processo inflamatório. 
- Deposição de anticorpos na junção dermoepidérmica; 
- Ocorre a deposição de anticorpos na junção do 
epitélio com o tecido conjuntivo, tanto em áreas 
lesionadas, quanto em áreas sadias próximas a lesão. 
 
➢ Diagnóstico: 
- Imunofluorescência direta: método mais eficaz e 
seguro. Marcação de imunoglobulinas de forma linear 
na membrana basal. As imunoglobulinas podem ser 
IgM, IgA e C3a do complemento. 
 
➢ Tratamento: 
- Tratamento sistêmico: Prednisona (40 a 80 mg 
diárias). 
 
ESTUDO DIRIGIDO 
1- A lesão presente na imagem é a Pênfigo Vulgar 
por apresentar uma fenda intraepitelial (entre as 
camadas do tecido epitelial) por perda dos 
mecanismos de adesão entre as células 
epiteliais. Ocorre a Acantólise, causada pela 
perda da adesão intercelular (dissolução dos 
desmossomos), fazendo com que as células 
epiteliais fiquem separadas umas das outras e 
passam a ter um formato esférico, com núcleos 
grandes. Acomete geralmente adultos entre 40 
e 60 anos. As lesões cutâneas aparecem como 
bolhas frágeis de diferentes tamanhos na pele; 
rompem-se facilmente, deixando áreas 
crostosas, podendo levar a exposição do tecido 
conjuntivo e uma possível desidratação por 
perda de líquido corporal. 
 
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-
medicine/6233/doencas_vesicobolhosas.htm 
 
2- No Pênfigo, ocorre a formação da bolha ou 
fenda intraepitelialmente (entre as camadas do 
tecido epitelial), pois existe a perda dos 
mecanismos de junção celular das células 
epiteliais. Os autoanticorpos reagem contra os 
componentes dos desmossomos, causando a 
degradação deles, o que leva ao processo de 
Acantólise, onde as células ficam separadas 
umas das outras e passam a ter um formato 
esférico, com núcleos grandes e são 
hipercromáticas. Já nas lesões do grupo 
Penfigóide, ocorre a formação de fendas entre o 
tecido epitelial e entre o tecido conjuntivo pela 
produção de autoanticorpos que são dirigidos 
contra os componentes da membrana basal, os 
hemidesmossomos são alvos dos 
autoanticorpos e nesse grupo não ocorre 
Acantólise. 
 
3- As lesões do grupo Penfigóide de membrana 
mucosa acomete os componentes da 
membrana basal que são alvos dos 
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/6233/doencas_vesicobolhosas.htm
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/6233/doencas_vesicobolhosas.htm
autoanticorpos. Essa deposição de 
autoanticorpos ocorre tanto em áreas 
lesionadas, quanto em áreas sadias próximas 
às lesões. Ocorre a formação da bolha/fenda 
entre o tecido epitelial e entre o tecido 
conjuntivo. Não ocorre acantólise e 
histologicamente há um destacamento dos 
tecidos e a formação de uma fenda entre o 
tecido conjuntivo e o tecido epitelial, essa fenda 
é preenchida por células inflamatórias como os 
eosinófilos. Além disso, essas lesões acometem 
adultos acima de 60 anos de idade, podendo 
atingir mucosa oral em casos mais leves e em 
casos mais graves as mucosas ocular, gástrica 
e esofágica. 
 
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-
medicine/6233/doencas_vesicobolhosas.htm 
 
REFERÊNCIAS: 
Kumar, Vinay 
Robbins patologia básica/Vinay Kumar, Abul K. Abbas, Jon C. 
Aster; [tradução Tatiana Ferreira Robaina] ... [et al.] – 
[Reimpr.]. – Rio de Janeiro: GEN | Grupo Editorial Nacional. 
Publicado pelo selo Editora Guanabara Koogan Ltda., 2021. 
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/6233/doencas_vesicobolhosas.htm
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/6233/doencas_vesicobolhosas.htm

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