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P1 – pato geral 1. Necropsia > Revela a causa da morte ou a supeita dela. > Legista: aponta a causa da morte (IML). > Médico-hospitalar: além da causa da morte, aponta as desordens que possam ter contribuído ou não para a morte clínica do indivíduo (autorização familiar). 2. Citopatologia a. Definição: estudo da célula patológica. b. Vantagens: é mais barato, prático e rápido – exame de triagem. c. Como são obtidas as céls: raspados de lesão, imprint, líquidos de fluidos corporais (excreções ou secreções), punção por agulha fina (PAF). d. Exemplos: colpocitopatologia (raspado cervical uterino), citopatologia de escarro humano (secreção traqueo- brônquica-pulmonar). 3. Microscopia – campo claro x campo escuro. > Campo escuro: as células não são coradas, há um aumento do contraste do microscópio para observar o contorno das células. > Campo claro: o feixe de luz passa através da amostra, sendo captado pela objetiva. 4. Histopatologia > Estudo dos tecidos – exame definitivo. > Análise microscópica dos tecidos para detecção de possíveis lesões existentes, a fim de informação a natureza, a gravidade, a extensão, a evolução e a intensidade das lesões. 5. Biópsia > É um exame, deve ser coletada uma amostra para que a biópsia seja feita. > Quem realiza a biópsia é o médico patologista. >> biópsia incisional: retira-se um pequeno fragmento que representa a lesão. >>>>> lesões móveis – core biópsia – vários cilíndros são retirados por uma agulha, com o auxílio do ultrassom. >> biópsia excisional: retira-se toda a lesão [representa o tratamento clínico] – as margens da lesão podem ser aumentadas (dependendo da sua etiologia – se é benigna ou maligna). Obs. peça cirúrgica (tipo de histopato) - > margens precisam ser analisadas, constitui no tratamento da lesão. 6. A agressão gera defesa. Essa, por sua vez, gera lesão ou adaptação celular. 7. O choque pode ter diversas cau- sas, mas todas levam à hipoper- fusão, que, por sua vez, leva à hipóxia. 8. Ciclo celular. > Controla a multiplicação celular -> é responsável pela formação e pela reposição das células. > Promove a formação e a manutenção do conjunto de céls. que mantém um indivíduo. 9. Ciclo celular – divisão. > G0 – fora do ciclo, pode entrar em G1 com estímulos. > G1, S, G2 e fase M. 10. Tipos celulares quanto a diferenciação – céls tronco: -> totipotentes: podem gerar céls. que formarão qualquer tipo de órgão ou tecido – céls. embrionárias. -> pluripotentes: se diferenciam em céls. do mesmo folheto embrionário – ecto, medo e endoderma. -> multipontes: geram apenas céls. de mesma origem histogenética – ou tecido epitelial ou mesenquimal. -> unipotente: não são céls tronco – só geram céls. do mesmo tecido. 11. Quanto maior a diferenciação celular, menor a sua capacidade de divisão/mitótica. 12. Tipos celulares quanto o grau de diferenciação: > céls. lábeis: constante processo de renovação fisiológica – céls. epiteliais de revestimento. > céls. estáveis ou quiescentes: permanecem em repouso em G0 – céls. epiteliais glandulares, mm. liso, hepatócitos. > céls. permanentes ou perenes: não se dividem, não estão no ciclo celular – céls. mm. estriado esquelético e cardíaco e neurônios. 13. Fatores de crescimento. > induzem vias de sinalização que promovem alterações na transcrição dos genes responsáveis pela multiplicação e pela diferenciação celular. 14. Adaptações celulares. > alterações do desenvolvimento: congênitas. > alterações no crescimento: adquiridas. > alterações na diferenciação celular: adquiridas e/ou congênitas. 15. Alterações congênitas. agenesia, aplasia, hipoplasia, atresia, estenose/constrição, fístulas. >> agenesia: ausência total ou parcial do órgão – não houve desenvolvimento. -> anencefalia, acrania, agnatia, amelia. >> aplasia: ausência do crescimentodo do órgão – ele existe, mas é rudimento. -> microcefalia (letal). >> hipoplasia: deficiência na formação do órgão – fica menor e com função reduzida – inicia-se o desenvolvimento, mas ele não se completa. gravidade. -> hipoplasias renal, cerebelar, ovariana. >> atresia: ausência de perfuração ou abertura de órgão tubular ou orifício. -> atresias anal e esofágica. >> estenose/constrição: estreitamento de orifício natural ou de órgão tubular. -> constrição retal (mais leve). >> fístulas: comunicação anômala entre estruturas que não deveria acontecer. -> reto-uretral (atresia anal), traqueo- esofágica (atresia esofágica). 16. Desordens adquiridas. - de ordem fisiológica ou patológica. - todos os processos são reversíveis, basta retirar os estímulos. >> hiperplasia: aumento no número de células. -> fisiológica hormonal – capacidade funcional de um tecidoquando necessário – hiperplasia endometrial (fase proliferativa do ciclo menstrual). -> fisiológica compensatória – após dano ou ressecção parcial de um órgão. -> patológica – estimulação excessiva de céls-alvo por hormônios – hiperplasia nodular de tireoide (TSH) – ou por fatores de crescimento – hiperplasia inflamatória na cicatriação). >> hipertrofia: do tamanho de céls. – componentes estruturais e funcionais. -> fisiológica – miométrio na gravidez, mamas na puberdade e na lactação. -> patológica – hipertrofias do miocárdio e da mm. de órgãos ocos à montante a uma obstrução. obs. céls permanentes apenas sofrem hipertrofia – tecidos formados por elas não sofrem hiperplasia. obs2. céls lábeis e estáveis podem sofrer hipertrofia e hiperplasia. cardiomiopatia hipertrófica do VE: por hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo - diminuindo a sua luz. - causas: hipertensão arterial ou estenose da aorta (barreira física). - coração com menos volume de ejeção torna-se insuficiente -> não consegue ejetar volume mínimo para haver pergusão de todos os tecidos. engordar: por dos constituintes celulares nos adipócitos (hipertrofia) ou pelo do número de adipócitos (hiperplasia). >> atrofia: diminuição do tamanho e da função celular. -> qualitativa – componentes celulares. -> quantitativa/numérica – do número de células. -> fisiológica – ex. atrofia encefálica associada a senilidade. atrofia: é reversível se as céls. afetadas não forem permanentes. - causas – desuso, gradual do supri- mento sanguíneo (aterosclerose), inani- ção, desnervação (poliomielite), hormo- nal (endométrio), inflamação crônica (gastrite), compressão prolongada (leio- mioma uterino). >> metaplasia: mudança morfo- funcional. -> substituição de um tipo celular por outro tipo de mesma origem histogenética. -> célula muda o fenótipo – cúbica epitelial se transforma em colunar (ainda epitelial). - a persistência do estímulo que levou à metaplasia, pode induzir a displasia – transformação maligna [carcinoma]. metaplasia escamosa: acontece devido a uma readaptação das céls. tronco presentes na camada germinativa do tecido – é uma tentativa de proteção do epitélio frente um estímulo nocivo. -- se a célula epitelial não tiver estímulo necessário para se diferenciar, ela se transforma num epitélio escamoso estratificado, às vezes até queratinizado. {pela falta de estímulos para diferenciação, todo epitélio vira escamoso estratificado} carência de vitamina A: gera ausência de diferenciação epitelial do epitélio da córnea. - o normal é epitélio simples cilíndrico ciliado e se torna estratificado escamoso. -- vit A é cofator enzimático para que ocorra a diferenciação do epitélio, sem ela, vira escamoso estratificado. metaplasia intestinal/esôfago de Barret - a porção final do esôfago sofre metaplasia. - causa: refluxo gastro-esofágico. - mucosa final do esôfago passa a apresentarepitélio semelhante ao do estômago e da porção inicial do duodeno. -- epitélio esôfago antes: estratificado pavimentoso não queratinizado. -- epitélio depois: cúbico com céls. caliciformes. > produz muco para receber a acidez do suco gástrico. metaplasia escamosa do epitélio respiratório. - causa: irritação crônica ou fumo. -- epitélio normal: cilíndrico ciliado. -- epitélio metaplásico: plano estratificado não corneado – perde a barreira mucociliar. > sem a barreira, as partículas aspiradas param no alvéolo, que produz mais muco, mas a perda de cílios não permite que a expectoração do muco, por isso há muita tosse nesses casos. 17. O que é ponto de não retorno? > limite até onde as lesões são reversíveis a partir de um estresse. > quando a cél. chega nesse ponto, suas lesões intracelulares são irreversíveis. > reta para cél. entrar em processo de morte celular – apoptose ou necrose. -- a reversibilidade ou não da lesão depende: natureza do ag. agressor e intensidade e duração da agressão. 18. Causas da lesão celular. - hipóxia – privação de oxigênio. - agentes físicos – objetos pérfuro- cortantes. - agentes químicos – alcalinos ou ácidos. - agentes infecciosos. - reações imunológicas – como doenças autoimunes. - desarranjos genéticos e desequilíbrios nutricionais. 19. Hipóxia causas: isquemia, oxigenação inadequada1, diminuição da capacidade do sangue de carrear oxigênio2, hipovolemia. 1 ex. deficiência cardiorrespiratória. 2 ex. anemia, evenenamento por CO. morte celular por hipóxia: deficiência de oxigênio >> fosforila- ção oxidativa >> adaptação celular >> lesão reversível >> ponto de não retor- no >> morte celular. -- com o comprometimento da fosfori- lação oxidativa pela hipóxia, há compro- metimento da produção de ATP na célu- la e, com isso, de diversas funções celulares. --- sem ATP, a bomba sódio-potássio não funciona -> compromete o equilí- brio eletrolítico celular -> há acúmulo maior de íons dentro da célula e outras consequências. 20. Acúmulos intracelulares. - degenerações: lesões morfológicas intracelulares de natureza inicialmente química, mas que leva a uma alteração morfológica. > não incluem alterações no interstício. > são reversíveis até certo ponto. 21. Degeneração Hidrópica. - um dos íons que pode se acumular na célula pela perda da função da bomba Na/K é o sódio! >> o acúmulo de sódio no meio intrace- lular provoca a entrada de água na célu- la e, por isso, ela fica tumefeita. causas: produção de ATP – hipóxia ou agentes que lesam a membrana mitocondrial. consumo de ATP – para manter a temperatura em casos de hipertermia exógena ou endógena. agressões à membrana – ROS. 22. Degeneração gordurosa. - acúmulo de triglicerídeos – esse tipo de degeneração é a esteatose. - acúmulo de colesterol, seus ésteres ou outro tipo de lipídio – esse tipo de dege- neração é a lipidose. 23. Esteatose. - acúmulo de triglicerídeos no tecido. >> órgãos mais afetados: fígado, co- ração, mm. esquelético, rins e pâncreas. -- o fígado é o que mais apresenta esteatose, pois é o responsável pelo metabolismo dos triglicerídeos. esteatose hepática macroscopia: alteração de coloração (mais amarelado), aumento de tamanho (pelo acúmulo de triglicerídeos); abau- lamento das bordas (bordas rombas); textura alterada (mais friável). microscopia: vacúolos são impressões negativas da gordura na micro. mecanismos de formação -- lipídios da dieta são emulsificados (á- cidos biliares), quebrados e absorvidos nas porções iniciais do duodeno, depois são transportados até o fígado. -- no fígado: -> parte dos AG (ácidos graxos) é dire- cionada para a produção de energia. -> maioria é reconjugada em moléculas de glicerol, p/ montar os triglicerídeos. -- os trigli precisam ser combinados em ptns de transporte (apoptns). apoproteína + triglicerídeo = lipoptn -- as lipoptns são liberadas na circula- ção, sendo transportadas p/ tecido-alvo. >> o acúmulo dos triglicerídeos no fíga- do se dá por qualquer situação que leve ao desequilíbrio ou alteração dessa rota metabólica dos ácidos graxos. - indivíduos com dieta pobre em ptns > a rota não forma as lipoptns, levando ao acúmulo de triglicerídeos. - dano ao hepatócito > como pelo consumo excessivo de ácool. - indivíduos com problema no metabo- lismo de carboidratos > ex. diabéticos, mobilizam mais ác. graxos que o normal. 24. Lipidoses > depósito de colesterol e seus ésteres. - locais: artérias de grande e médio cali- bre (aterosclerose), derme (xantomas), locais de inflamação crônica. aterosclerose - colesterulose na camada média das ar- térias. etapas 1) lesão no endótelio – por motivos co- mo hipertensão. 2) inicia-se o processo inflamatório para o reparo da lesão. 3) a inflamação atrai os macrófagos para a região, que se acumulam no sítio da lesão. 4) quando há um nível elevado de moléculas que carreiam o colesterol no sangue [LDL principalmente], elas param no local da lesão endotelial. 5) os macrófagos presentes fagocitam as LDL, se acumulando na túnica média das artérias, diminuindo cada vez mais o seu diâmetro. -- a lesão se retroalimenta – é agravada pelos altos níveis de colesterol, formando a placa de ateroma. 25. Eventos celulares que são pontos de não retorno. > perda dos ribossomos e do RE – com- promete a síntese e tradução de ptns. > perda das cristas mitocondriais – com- prometa a síntese de ATP. > perda das cisternas do Golgi. > perda da carioteca – compromete a organização do material genético. -- com isso, a célula precisa ser retirada do sistema, entrando em processo de morte. 26. Autólise. 1) agressão 2) interrupção das funções vitais da cél 3) cessa a produção de energia e as sínteses celulares 5) cél. passa a utilizar a via glicolítica para obter energia 6) ácido lático (produto da via) diminui o pH celular, desestabilizando as membra- nas. 7) lisossomos incapazes de manter hidrolases no seu interior 8) hidrolases no citosol são ativadas pela alta concentração de cálcio (pela desestabilização da membrana mitocondrial) 9) autólise (morte celular). -- o tipo de morte celular que ocorre por fenômenos autolíticos é a necrose. 27. Mecanismo da Necrose. -- tipo de morte celular com alterações morfológicas típicas, observáveis a microscópio óptico. alterações nucleares -> cariólise: dispersão do DNA por ação das hidrolases ativadas. -> picnose: a cromatina se condensa (exibe forte basofilia) e diminui de tamanho – isso ocorre por causa da aci- dificação do meio. -> cariorrexe: fragmentação do núcleo – ocorre devido a ação das proteases. >> acidofilia do citoplasma: ele apre- senta coloração rósea -> alteração típica da necrose. 28. Necrose de Coagulação. - há preservação da arquitetura tecidual por alguns dias. -- a área necrosada é como se fosse uma cidade fantasma, ao redor há vida, mas lá não. - ocorre devido a um processo isquêmi- co (exceto no cérebro) – infarto = necrose por isquemia. macroscopia: assume forma do desenho da árvore vascular do tecido necrosado. -> forma de cone ou triângulo – o ápice está associado ao ponto de obstrução e voltado para o centro do órgão e a base voltada para a perferia. - órgãos maciços (rins e coração), pode exibir tonalidade pálida, devido a falta de irrigação arterial. - a área necrosada se salienta para a su- perfície – exibe uma protuberância – já que foi precedida por fenômenos de de- generação hidrópica. obs. o padrão vascular determina o cone/triângulo. microscopia: células sem núcleo e cito- plasma rosa uniforme indica acidofilia, padrões morfológicos da necrose de coagulação. 29. Necrose de Liquefação > resultado da liberação de grandequantidade de ptns líticas lisossômicas. > característica de infecções bacterianas focais – ou agressores que provoquem influxo alto de neutrófilos pro local. - quando os neutrófilos liberam suas en- zimas lisossomiais, eles liquefazem o lo- cal em que há resposta imune. -- em todo tipo de morte celular por necrose no SNC, com o passar do tempo, a área necrosada se liquefaz. hipóxia no SNC -- o encéfalo é rico em enzimas líticas (mesmo para a degradação de nt) e em lipídios. -- mesmo que a necrose tenha aconteci- do devido a uma situação isquêmica e/ou de hipóxia [que geraria uma necro- se de coagulação], após um tempo, esse local se liquefaz. macroscopia: massa viscosa, podendo ser amarelo cremoso, muitas vezes en- volvida por amarelo cremoso. 30. Necrose de Caseificação. > necrose típica da tuberculose. > pode exibir componentes apoptóticos. microscopia: frequentemente é circun- dada por processo inflamatório granu- lomatoso. macroscopia: lembra queijo cottage (uma situação de coagulação de ptns), aspecto de caseína coagulada – caseosa. 31. Necrose Gordurosa > não é uma verdadeira necrose – não resulta da ação de enzimas proteolíticas. > necrose enzimática da gordura ou es- teatonecrose. -- comum em casos de pancreatite agu- da ou ruptura mecânica do pâncreas. mecanismo 1) as lipases pancreáticas extravasam nas adjacências: gordura peripancreá- tica, duodenal, perihepática. 2) essas regiões são ricas em gordura – as lipases degradam os adipócitos des- ses locais. 3) essas céls. são rompidas, os triglicerí- deos são extravasados. 4) as lipases quebram os triglicerídeos em ácidos graxos. 5) os AG se combinam com sais de cálcios (vindos das céls. lesadas), sofren- do um processo de saponificação – que gera um processo inflamatório. macro: aspecto de parafina derretida. microscopia: áreas amorfas de impres- sões negativas de gordura (foco de som- bra de céls. adiposas necróticas) e de- pósito de cálcio. mama com esteatonecrose -- a mama é um tecido rico em lipídios. -- em situações de trauma severo, é pos- sível romper os adipócitos de lá. > isso faz com que a mama apresente áreas de esteatonecrose. -- na mamografia, a área é muito densa, com pontos compatíveis a microcalci- ficações [caracterizando essa necrose]. 32. O que é apoptose? > é um outro tipo de morte celular. > a célula é estimulada a acionar meca- nismos que culminam na sua morte. > a cél não sofre autólise -> mas é frag- mentada e fagocitada por céls vizinhas. - pode ocorrer em estados fisiológicos ou patológicos. - é uma morte silenciosa, não sucinta resposta inflamatória. 33. Apoptose – via intrínseca > a mitocôndria dispara o sinal apoptó- tico (por isso é via mitocondrial). > quando existe lesão celular (radiação, ROS, toxinas) ou retirada de fatores de crescimento. mecanismo 1) região do DNA (GNP53) é ativada, sin- tetizando a ptn p53. 2) quando a p53 se acumula, há o rompi- mento da ligação dessa ptn, expondo o BCL2 (enzima porosa). 3) por conta disso, começam a escapar íons da mitocôndria – ela perde seu equilíbrio hídrico-eletrolítico, essencial para a produção de ATP. 4) com isso, há entrada de água e outros íons na mitocôndria, causando sua rup- tura. 5) esse rompimento libera o citocromo C (um dos complexos da fosforilação oxi- dativa). 6) o citocromo C induz as caspases (en- zimas produzidas em todas as céls como zimogênios dispersos no citoplasma). 7) as caspases ativadas são as iniciado- ras, elas ativam as caspases efetoras. 8) elas ativam endonucleases que clivam o DNA, fragmentando-o, e clivam ptns estruturais da cél (citoesqueleto) – aí a cél. perde forma e controle. -- o colapso se deve à clivagem do cito- esqueleto. 9) com isso, começam a ser produzidas bolhas com restos de organelas íntegras. 10) essas bolhas são fagocitadas por céls vizinhas. 34. Apoptose – via extrínseca > é iniciada por receptor. -- receptor de morte pode receber ligan- te de morte (FasL e TNF). > a interação receptor-ligante ativa cas- pases inicadoras, que ativam as efetoras e a cascata se segue. obs. em algumas situações, os CTL po- dem produzir citocinas que ativam a granzima B -> é fatal, ativa direto as cas- pases efetoras. 35. Morfologia da Apoptose -- diminuição do volume celular e cito- plasma denso. -- fragmentação do núcleo e conden- sação da cromatina na periferia. -- fagocitose de corpos apoptóticos. -- não gera resposta inflamatória. 36. Inflamação Aguda – causas. > é a resposta dos tecidos vasculariza- dos a agressões e danos teciduais. causas -- infecções: bactérias, fugos, vírus. -- necroses teciduais (coag, liq, cas, gor). -- corpos estranhos – ex. fio de sutura numa cirurgia. -- reações imunes e de hipersensibi- lidade. 37. Fases da Inflamação > alterativa: agressão/lesão. > exsudativa: alterações vasculares. > produtiva: proliferação vascular e ce- lular. 38. Aguda X Crônica > aguda: - início rápido e curta duração; - fenômenos exsudativos; - vasodilatação, permeabilidade; - infiltração de polimorfonucleares; - formação de edema. > crônica: - maior duração; - fenômenos produtivos; - angiogênese e ação de fibroblastos; - linfócitos e macrófagos; - pode haver fibrose e necrose. 39. Inflamação Aguda – fenômenos > predomínio de fenômenos vasculares exsudativos – alterações nos vasos san- guíneos e liberação de substâncias a partir dessas alterações. -- fluxo sanguíneo – hiperemia. -- extravasamento de ptns plasmáticas. -- migração de neutrófilos. 40. Hiperemia. > alterações de calibre vascular. -- inicialmente, ocorre vasoconstrição reflexa bem limitada. -- depois, há vasodilatação, com início em capilares e veias. -> a vasodilatação leva ao aumento do fluxo sanguíneo na região e à hiperemia. 41. Extravasamento do Plasma. > fluxo e calibre vascular são mantidos pelas pressões hidrostática e osmótica coloidal. -- PH: pressão que o sangue exerce so- bre a parede do vaso [o líquido tende a sair do tecido]. -- POC: dada pela concentração de ptns no plasma [albumina] – equilibra c/ a PH. -- o aumento da PH leva ao extravasa- mento de plasma para o espaço intersti- cial, gerando o edema. ex. obstrução do leito venoso. -- a diminuição da POC também pode levar ao edema -> ocorre a da [] de ptns plasmáticas. ex. síndrome nefrótica (paciente perde ptns na urina) ex. casos de insuficiência hepática – já que a albumina é introduzida no fígado. > nessas alterações, o líquido que extravasa não é rico em ptns ou céls, por isso é chamado de transudato. >> na inflamação – há vasodilatação, causando uma estase sanguínea -> a permeabilidade vascular, liberando es- paços interendoteliais – dando pas- sagem para macromoléculas, princi- palmente ptns. O edema, então, se dá pelo aumento da PH, não tendo interferência da POC. > com isso, é formado o exsudato – lí- quido rico em macromoléculas e céls. que se acumula no intestício da área in- flamada. 42. Migração de Neutrófilos. 1) marginação – neutrófilo circulante sai da linha central e vai p/ perto do endo- télio. 2) rolamento – adesão fraca com céls. endoteliais. 3) pavimentação – achatamento da cél, os neutrófilos se aderem mais forte ao endotélio. 4) diapedese – transmigração dos neu- trófilos pelo espaço intersticial, até atin- gir o espaço subendotelial. 5) quimiotaxia – movimento dos neutró- filos em direção às quimiocinas que indi- cam o local da inflamação. 43. Inflamação Serosa. > exsudato seroroso (parecido com o plasma). -- superfícies serosas e mucosas. -- geralmente vem de infecção viral, quadro alérgico ou bolhas/vesículas. macro: líquido límpido, translúcido, tur- vo com raras células. micro: pouco acidófilo (menos rosa) com presença de neutrófilos.ex. vesículas cutâneas: epiderme separada da derme por coleção focal de derrame seroso. 44. Inflamação Fibrinosa. > exsudato rico em fibrina (vinda do fi- brinogênio). -- superfícies serosas e mucosas (menin- ges, pericárdio, pleura). -- geralmente é de origem bacteriana. macro: exsudato membranoso esbran- quiçado/amarelado, aderente e friável (por conta da rede de fibrina). micro: aspecto filamentoso (rede), pouco acidófilo, infiltrado de neutró- filos, bactérias. 45. Inflamação purulenta ou supura- tiva. > exsudato formado de pus. -- ocorrência variável. -- sempre formado por bactérias piro- gênicas (como estafilococos). macro: exsudato turvo, denso e de cor e odor variáveis. micro: neutrófilos, restos celulares, ne- crose de liquefação, bactérias. >> essa inflamação pode ser chamada de abscesso também = coleção localiza- da de pus, causada pela supuração em tecido, órgão ou espaço confinado. obs. geralmente, o que se encontra num local de inflamação aguda é uma mistu- ra de exsudatos. 46. Inflamação Aguda – resultados. > resolução: eliminação dos estímulos agressores e, com isso, dos mediadores e das céls. inflamatórias agudas. -- substituição das céls. injuriadas e re- cuperação da função normal do tecido. > formação de abscesso: mas daí pode haver a resolução. > resolução com formação de cicatriz (fibrose). > pode evoluir para uma inflamação crô- nica: mais comum em infecções virais ou crônicas, em injúrias persistentes e nas doenças autoimunes. 47. Inflamação Crônica – causas. > é um dos possíveis resultados da in- flamação aguda – progressão do agen- te agressor. > ocorre inflamação ativa, destruição te- cidual e tentativa de reparo. > é causa de dano tecidual em várias doenças: artrite reumatoide, ateroscle- rose, tuberculose e fibrose pulmonar. > sinais cardinais pouco evidentes ou ausentes. causa -- infecções virais e crônicas; -- injúria persistente; -- doenças autoimunes; -- exposição prolongada a ag. potencial- mente tóxicos (endo ou exógenos). aterosclerose -- tem curso durante anos. > é formado um sítio necrótico, uma in- flamação crônica. > quando a placa se rompe, é formado um trombo e o paciente tem evento agudo. -- por isso, a aterosclerose é um exem- plo de evento de baixo grau ou latente. 48. Fenômenos Proliferativos. > angiogênese, infiltrado de célula mo- nuclear (macrófagos e linfócitos), fibro- se, injúria tecidual progressiva. 1) infiltração com céls mononucleares. 2) destruição tecidual – induzida pelo agente agressor persistente ou pelas céls. inflamatórias. 3) tentativa de cura pela substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo. --- angiogênese e fibrose (proliferação de fibroblastos e síntese de colágeno). ex. inflamação crônica no pulmão – nos alvéolos, há substituição do parênqui- ma por epitélio cuboide. 49. Macrófagos – diferenciação. > monócito (sangue) sofrem emigração para o tecido [como os neutrófilos]. -- marginação, rolamento, pavimenta- ção, diapedese e quimiotaxia. > ao chegar ao tecido, se diferencia em macrófago – diferenciação (M1, M2) depende das citocinas do local. micro: monócito se apresenta agranular, mas no esfregasso não dá pra ver os grânulos; o macrófago é uma cél. muito grande lotada de lisossomos e enzimas catalíticas! -- PAMPs e INF-gama => caráter pró- inflamatório (M1). -- IL-4 e outras citocinas => caráter pró- resolutivo (M2). M1 produz ROS, proteases, citocinas, quimiocinas e PAF; M2 estimula angiogênese, fatores de crescimento e citocinas fibrogênicas. obs. macrófago = micróglia, cél. de kupffer, m. alveolares, osteoclastos. obs. além da fagocitose, os macrófagos são APCs (não esquecer). 50. Macrófago e Linfócito T > o macrófago ativado secreta citocinas pró-inflamatórias que corroboram a inflamação e recrutam mais leucócitos para o local. -- macrófago produz citocinas (ex. IL-12) que estimulam os linfócitos T. -- linfócito T produz citocinas (INF- gama) que ativam os macrófagos. 51. Tecido de Granulação. > tecido conjuntivo jovem associado a área inflamada -> é o 1º tecido que pre- enche a ferida. -- os fibroblastos produzem colágeno – a fibra inicial é de um colágeno tipo III, delicado e frágil. -- com o tempo, o tecido de granulação vai amadurecendo e o colágeno vai se transformando no tipo I – responsável pela cicatrização. 52. Granulomas > inflamação crônica específica. -- são focos de IC – agregados de ma- crófagos transformados em células epitelioides. -- os agregados são circundados por linfócitos. células epitelioides -- macrófagos ativados, podem se fundir. céls. gigantes multinucleadas -- formadas pelas fusão das epitelioides. 53. Células Gigantes. > tipo Langhans -- núcleos dispostos na periferia. -- formadas nos imunogranulomas, gra- nulomas epitelioides ou de hipersensibi- lidade. -- origem infecciosa: bactérias (tuber- culose), fungos (histoplasmose, esporo- tricose), protozoários (toxoplasmose). > tipo Corpo Estranho -- núcleos concêntricos. -- formada no granuloma de corpo estranho ou piogranuloma (inflamação + corpo estranho). -- agentes inertes (não imunogênicos): fio de sutura, partículas de talco, de vidro e farpas de madeira. 54. Imunogranuloma. > granulomas epitelioides ou de hiper- sensibilidade. micro: área central necrótica, macrófa- gos epitelioides ativados na periferia da necrose, céls. tipo Langhans, acúmulo periférico de linfócitos. granuloma esquistossomótico no fígado > céls. se fundem e englobam o agente agressor. > os vermes adultos habitam os ramos intrahepáticos da veia porta – onde acasalam. -- vermes mortos e ovos obstruem o es- paço porta, causando reação inflamató- ria granulomatosa. > com o tempo, há a digestão do corpo que causou o granuloma, as céls. gigan- tes desaparecem, sendo substituídas por fibroblastos, formando nódulo fibrótico. -- esse nódulo é a causa da hipertensão portal apresentada pelos pacientes com esquistossomose -> devido à obstrução de múltiplos ramos portais. macro: massa de tecido amorfo de con- sistência variada, tecido friável e com to- nalidade amarela/esbranquiçada. Tuberculose PPB: IC e necrose caseosa (necrose cen- tral do granuloma é caseosa). macro: formação de cavernas com ne- crose caseosa dentro -> granulomas bem delimitados [ocupam as cavernas]. 55. Granuloma de Corpo Estranho. micro: tecido fibroso proeminente, vasos neoformados, macrófagos epitelioides ativados (células gigantes do tipo corpo estranho). -- substituição do parênquimapor tecido fibroso – fibras de colágeno e fibroblas- tos. 56. IC inespecífica > causada por agentes facilmente eliminados. > como o tecido de granulação é forma- do: 1) proliferação intensa de vasos + neu- trófilos, macrófagos, linfócitos, plasmó- citos e fibroblastos. 2) fibroblastos: formam o tecido de gra- nulação que preenche temporariamente a ferida – síntese de MEC, produção de fatores de crescimento e de colágeno. -- emitem prolongamentos, formando o miofibroblasto – possibilita a contração das feridas (que ganham resistência por conta do colágeno). 57. Agentes causadores da inflamação: > inertes: fio de sutura, partículas, madeira, vidro. -- rápida inflamação aguda e substitui- ção por infiltrado de macrófagos em volta do ag. agressor. -- granuloma de corpo estranho. > piogênicos: ex. bactérias. -- inflamação supurativa instalada num órgão sólido – eliminação difícil. -- forma-se um abscesso crônico. > antigênicos: ex. ag biológico. -- facilmente eliminados – inflamação crônica inespecífica (tec granulação). -- difícil eliminação – inflamação crônica específica (granuloma). 58. Abscesso, flegmão, empiema, úclera, inf. esclerosante. > abscesso: coleção localizada de puscom limites precisos. -- nova cavidade é formada por necrose liquefativa numa inflamação purulenta. > flegmão: inflamação purulenta sem limites precisos. -- difusão do exsudato purulento pelo tecido sem formar cavidade. > empiema: acúmulo de pus em cavida- de já existente. > úlcera: elevação em superfícies epiteliais ou mucosas. -- fundo necrótico, possui bordas e não há tendência à cicatrização. > inflamação esclerosante: neoformação fibrinosa excessiva. -- retração da arquitetura do órgão – perda de função. 59. Reparo tecidual. > é o processo de cura que se dá por re- generação ou cicatrização das lesões teciduais que se acompanham de morte celular e/ou destruição da MEC. -- a terceira fase da inflamação – a fase da maturação [precisa ter ocorrido as outras duas]. micro: quantidade maior de fibras colá- genas (comparando ao tec granu). 60. Fibrose – patogênese. > estímulo persistente desencadeia a ação de macrófagos e linfócitos. -- aumentam a síntese de colágeno por: liberação de fatores de crescimento, citocinas e diminuição da atividade de metaloproteínas. ((além de a síntese de colágeno, sua degraação)). -- na região com fibrose, há a perda da função do tecido -> já que fica com alta resistência à tração e pouca elasticidade. 61. Regeneração X Cicatrização > regeneração: tecido morto é substi- tuído por outro morfofuncionalmente idêntico. -- proliferação celular intensa – restaura estruturas lesadas morfologica e funcio- nalmente. -- quando a lesão é apenas às células. > cicatrização (reparo): tecido neofor- mado, originado do estroma. -- substitui o tecido perdido, mas há comprometimento morfofuncional. -- quando a lesão é às céls. e à MEC. 62. O reparo tecidual está direta- mente relacionado ao tipo tecidual. obs. o reparo também depende da natureza e da intensidade da lesão: -- lesão superficial e leve – regeneração. -- lesão acentuada – cicatrização. 63. Tecidos e reparo > de divisão contínua (céls. lábeis). -- epitélio de revestimento, tecidos lin- foide e hematopoiético. > quiescentes (céls. estáveis). -- hepatócitos, osteócitos, condrócitos, m. liso, endotélio vascular, fibroblastos. > permanentes (céls. permanentes). -- tec nervoso, mm. estriados. -- céls. vizinhas sofrem hipertrofia com- pensatória. 64. Cicatrização por 1ª Intenção. > ferida limpa, não infectada, geral- mente na sutura cirúrgica. > bordas da ferida podem se tocar, sen- do possível sua união. > processo bem rápido. 1) primeiras 24h – formação de coágulo de fibrina -> seguido da sua desidrata- ção – formando uma crosta. 2) com a crosta, há o infiltrado de neutrófilos. -- 3-7 dias ocorrem mitoses de céls. epi- teliais basais. 3) 3º dia: neutrófilos saem e os macrófa- gos entram – inicia a formação de tecido de granulação [ angiogênese e prolife- ração]. 4) 5º dia: espaço é preenchido pelo teci- do de granulação e por pontes de união de fibrinas colágenas. 5) em semanas: união fibrosa mais forte das fibras colágenas, acúmulo de colá- geno e fibroblastos na região. -- edema e inflamação. 6) 1º mês: tecido conjuntivo sem infla- mação e epiderme restaurada. 65. Cicatrização por 2ª Intenção. > lesão tecidual maior, margens muito afastadas. > não tem como juntar as bordas. > intensa exsudação. > atividade inflamatória maior. > formação de tecido de granulação. > formação maior de miofibroblastos, tendo maior contração da ferida. > retração da epiderme e da derme – ci- catriz repuxando. 66. Fatores que influenciam na cura das feridas. > sistêmicos: deficiência de ptns e de vitamina C, estado metabólico. > locais: infecções, isquemia local, fatores mecânicos. 67. Cicatrização Patológica > queloide: deposição excessiva de colá- geno na pele. -- forma cicatriz elevada que ultrapassa os limites da ferida. -- crescimento anormal de tecido fibroso. > cicatriz hipertrófica: pode regredir com o tempo. -- não ultrapassa os limites da ferida.
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