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DITEITO PENAL APLICADO I - Aula 5 - Condutas dolosas e culposas

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DITEITO PENAL APLICADO I
PROFº 
AULA 5:
Condutas dolosas e culposas
No plano dos estudos das condutas, devemos observar que ela pode ser praticada de fora dolosa ou culposa.
O código penal, em seu art. 18, estabeleceu que o crime pode ser doloso ou culposo.
A regra é que todos os crimes sejam dolosos (em sua maioria os crimes são de fato dolosos), salvo os que a lei expressamente afirmar serem culposos.
Dessa regra contida no art. 18 do CP se extrai a conclusão de que, se a lei for silente em relação à conduta do crime, aplica-se a regra e o crime será doloso, do contrário a responsabilidade por crime culposo apenas ocorrerá se estiver expressa na lei.
Para melhor compreensão do tema, vamos ver as diferenças entre essas duas condutas e analisar o conceito de dolo e culpa a partir de agora.
Conduta culposa
O conceito de culpa não é pacífico. Então, utilizaremos como parâmetro para formar um conceito aceitável o que está disposto no próprio artigo 18, II, do Código Penal: “diz-se crime culposo quando o agente deu causa ao resultado, por imprudência, negligência ou imperícia”.
Dessa forma, é culposa a conduta voluntária que produz resultado ilícito, não desejado, mas previsível, e excepcionalmente previsto (porque para haver responsabilidade por culpa tem que estar expresso), que podia, com a devida atenção, ser evitado (não foi evitado porque o agente agiu com imprudência, negligência ou imperícia).
Elementos da conduta culposa
A culpa é falta de cuidado do agente, em uma situação em que ele poderia prever um resultado danoso, que ele não deseja, nem aceita, e, às vezes, nem prevê, mas que, com seu comportamento, produz e que poderia ter sido evitado.
Da análise do art. 18 do CP podemos extrair os seguintes elementos da conduta culposa:
Conduta voluntaria: A voluntariedade está relacionada à ação, e não ao resultado.
Inobservância do dever de cuidado objetivo: O agente atua em desacordo com o que é esperado pela lei e pela sociedade. São formas de violação do dever de cuidado, ou mais conhecidas como modalidades de culpa, a imprudência, a negligência e a imperícia.
Resultado lesivo indesejado: Não haverá crime culposo se, mesmo havendo falta de cuidado por parte do agente, não ocorrer o resultado lesivo a um bem jurídico tutelado. Assim, em regra, todo crime culposo é um crime material.
Previsibilidade objetiva: É a possibilidade de conhecer o perigo. Na culpa consciente (que estudaremos a seguir), mais do que a previsibilidade, o agente tem a previsão (efetivo conhecimento do perigo). É o chamado homem médio (homo medius).
Tipicidade: O Art. 18 do CP dispõe da seguinte forma:
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
Logo deve haver previsão em lei para a responsabilização de uma conduta culposa, do contrário será típica a conduta.
Podemos citar como exemplo a conduta de dano causado por meio de uma conduta culposa.
Imaginemos que uma pessoa durante a visita em uma loja de cristais esbarre em uma taça que venha a cair no solo e se quebrar. Trata-se de conduta totalmente atípica porque não há previsão legal para o dano causado de forma culposa, em que pese restar o ilícito civil e o dever de indenizar, mas certo que crime não tem.
Modalidades da culpa 
Imprudência: É a ação descuidada (afoiteza). Sempre por ação.
Se constitui em um “fazer” de forma exagerada ou equivocada.
Exemplo: Atravessar pela placa “Pare” sem parar e atropelar alguém; passar sinal vermelho etc.
Negligencia: É a falta de precaução, falta de cautela. Sempre por omissão.
Exemplo: Omissão de cautela e deixar arma ao alcance de crianças.
Imperícia: É a falta de aptidão técnica para o exercício de profissão, arte ou ofício.
Tem diploma, mas o caso concreto demonstra que não possui perícia para tanto.
Exemplo: Atirador de elite que mata; médico que amputa a perna equivocadamente etc.
Observação: A diferença prática entre as modalidades é muito tênue. Na verdade, tudo parte de uma negligência inicial, de modo que quem é imprudente agiu sem precaução; e quem é imperito também agiu sem precaução.
Espécies de culpa
Baseia-se na previsão do agente acerca do resultado naturalístico, provocado por sua conduta.
Culpa inconsciente: Sem previsão.
É aquela em que o agente não prevê o resultado objetivamente previsível.
Culpa consciente: Com previsão.
É a que ocorre quando o agente, após prever o resultado, objetivamente previsível, realiza a conduta acreditando em sua habilidade, crendo que não ocorrerá.
Essa espécie de culpa representa o estágio mais avançado da culpa, aproximando-se do dolo eventual.
Na culpa consciente o sujeito não quer o resultado, nem assume o risco de produzi-lo. Ele espera, sinceramente, que não ocorra, apesar de saber que é possível.
Já no dolo eventual o agente não somente prevê o resultado, mas, apesar de não querer, o aceita como uma das alternativas possíveis. A diferença, portanto, reside no subjetivo do agente.
Conduta dolosa 
Conceito de dolo: Toda ação consciente é conduzida pela decisão da ação, quer dizer, pela consciência de que se quer ― o momento intelectual ─ e pela decisão a respeito de querer realizá-lo — o momento volitivo. Ambos os momentos, conjuntamente como fatores configuradores de uma ação típica real, formam o dolo (=dolo do tipo).
Outro especialista afirma que o dolo é a vontade determinada que, como qualquer vontade, pressupõe um conhecimento determinado. Dito de outra forma, o dolo é a vontade e consciência dirigida a realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador.
Outras teorias
Com intenção de explicar o dolo e seus elementos surgiram algumas teorias:
Teoria do dolo 
Teoria da vontade (dolo direto): Dolo é tão somente a vontade livre e consciente de querer praticar a infração penal, isto é, de querer levar a efeito a conduta prevista no tipo penal incriminador.
Teoria do assentimento (dolo indireto): Atua com dolo aquele que, antevendo como possível o resultado lesivo como a prática de sua conduta, mesmo não o querendo de forma direta, não se importa com a sua ocorrência, assumindo o risco de vir a produzi-lo.
Teoria da representação: Fala-se em dolo toda vez que o agente tiver tão somente a previsão do resultado como possível e, ainda assim, decidir pela continuidade de sua conduta.
Para essa teoria, não há distinção entre dolo eventual e culpa consciente, é tudo dolo.
Observação: Percebe-se que o código, pela simples leitura do art. 18 do CP, adotou duas teorias: a da vontade (dolo direto) e do assentimento (dolo indireto – dolo eventual).
Espécies de dolo
Dolo direto
Ocorre quando o autor, efetivamente, cometer a conduta descrita no tipo querendo alcançar o resultado.
Essa espécie está descrita na 1ª parte do inciso I, art. 18 do CP.
O dolo direto ainda se divide em:
1 Dolo direto de primeiro grau
O agente direciona sua ação única e exclusivamente para alcançar o seu fim. Então, ele estabelece os meios para consumar o delito atingindo o bem jurídico que visava atingir.
Exemplo: Fulano desfere tiros e mata beltrano.
2. Dolo direto de segundo grau
Nessa espécie ocorrem efeitos colaterais, representados como necessários.
É a consequência necessária para se atingir um fim.
Exemplo: Homem-bomba que visando matar determinada pessoa não se importa em matar todos que estão ao seu redor. Sendo esses danos colaterais aceitáveis para ele.
Dolo indireto 
O agente não quer diretamente o resultado, mas aceita os danos que pode advir de sua conduta. Logo, ele assume o risco de sua produção e, mesmo assim, (diante desse risco) é indiferente.
 Se subdivide em:
1 Dolo indireto alternativo: Quando a vontade do agente se encontra direcionada de maneira alternativa, seja em relação ao resultado ou em relação à pessoa.
Exemplo 1: O autor joga um martelo na cabeça de sua vítima, tanto querendo matá-la quanto querendo lesioná-la (alternativo quando o resultado pode ser tanto a morte quanto uma lesão corporal) (em relação ao resultado).
Exemplo 2: Fulano dispara contra uma multidão, poucoimportando que acerte um ou outro indivíduo, o que ele quer é acertar uma pessoa. Acontece também quando um motorista impaciente que pega manifestação de ciclistas e sai atropelando (em relação à pessoa).
2 Dolo Eventual: Significa que o autor considera seriamente como possível a realização do tipo legal e se conforma com ela, ou seja, aceita a real possibilidade de produzir o resultado sendo indiferente a essa produção.
O autor sabe, mesmo não desejando diretamente, que o resultado poderá ocorrer. Contudo, ele não se importa, ou seja, ele é indiferente à produção do resultado.
Dolo geral (Hipótese de erro sucessivo)
Conhecido como dolus generalis: Ocorre quando o autor pratica uma ação dolosa visando alcançar determinado fim. Contudo, sem que saiba que o resultado não se concretizou (o crime não se consumou).
Entretanto, no mesmo contexto, o autor pratica uma segunda ação como complemento da primeira (como, por exemplo, encobrir provas) e apenas a segunda ação leva de fato à consumação.
Nessa circunstância, temos duas ações. Sendo que, como o resultado por ele inicialmente pretendido foi alcançado, as ações que antecedem são abrangidas pelo dolo inicial dele.
Exemplo:
O autor FULANO, com o objetivo de matar BELTRANO, desfere 5 facadas nas costas, vindo a vítima a cair no solo desmaiada.
O autor, acreditando que teria alcançado o seu resultado com essa primeira ação (morte de BELTRANO), pratica outra ação, jogando o corpo do alto de um precipício.
Apenas no segundo evento é que a vítima vem a falecer.
Nesse caso, o dolo do agente, como é geral, compreende todas as ações que ele praticou contra o bem jurídico, no caso aqui a vida.
Neste exemplo, o autor deve ser responsabilizado por um único fato, ou seja, um único dolo (ainda que geral), respondendo pelo delito de homicídio (se fosse dividir o dolo do agente, nesse caso, ele deveria responder por homicídio tentado e homicídio culposo consumado. Entretanto, esse não é o entendimento que prevalece.
Dolo genérico e Dolo especifico 
Neste ponto, diferenciaremos duas espécies de dolo, sendo que esta classificação fazia mais sentido quando ainda se adotava a teoria causalista.
1 Dolo genérico
Era aquele em que no tipo penal não havia indicativo algum do elemento subjetivo do agente ou, melhor dizendo, não havia indicação alguma da finalidade da conduta do agente.
Exemplo: matar alguém - artigo 121 do CP.
2. Dolo específico
Era aquele que, no tipo penal, podia ser identificado, o que denominamos de especial fim de agir.
Exemplo: extorsão mediante sequestro em que o agente priva a vítima de sua liberdade para obter a vantagem indevida. Artigo 159 do CP.
Observação: Com a adoção da teoria finalista, a distinção perdeu sua força. Toda conduta é finalissimamente dirigida à produção de um resultado qualquer, não importando se a intenção do agente é mais ou menos evidenciada no tipo penal.
Ausência de dolo em virtude de erro de tipo
Em algumas situações, uma pessoa pode ter uma percepção equivocada da realidade e isso pode lhe induzir ao erro, que, por sua vez, vai lhe retirar a consciência da ilicitude de sua conduta e, assim, o próprio dolo.
O dolo, portanto, é a conjugação da vontade com a consciência do agente, isto é, vontade de querer praticar a conduta descrita no tipo penal com a consciência efetiva daquilo que realiza.
Erro é a falsa percepção da realidade, ou seja, é quem incorre em erro imaginando uma situação diversa daquela realmente existente.
Não há dolo, pois há falta de tipicidade objetiva. Dessa forma, a consequência é o afastamento do dolo ou desclassificação para um delito culposo.
Preterdolo
Trata-se na verdade de crime preterdolo ou preterintencional quando a conduta dolosa acarreta a produção de um resultado mais grave do que o pretendido, de forma culposa.
Nessa espécie de crime, o autor pratica dolo no antecedente e culpa no consequente.
Também é denominado de crime qualificado pelo resultado, porque esse resultado (ainda que a título de culpa) qualifica o crime e aumenta a sua pena.
Exemplo:
1. O autor, com dolo de lesionar a vítima, atira-lhe uma pedra (conduta livre e consciente voltada para a prática de lesão corporal). No entanto, ele atinge a vítima na cabeça, que se desequilibra e cai de cabeça no chão e morre.
2. O dolo do autor era causar lesão corporal. Contudo, por imprudência (jogou a pedra forte demais e perto da cabeça da vítima), veio a acertá-la e, por via de consequência, causou-lhe a morte a título de culpa.
Todo crime qualificado pelo resultado representa crime único e complexo, ou seja, reúne dois tipos penais que por si só já podem configurar crime autônomo.
Resultado
A expressão resultado significa a consequência provocada pela conduta do agente.
Possui dois significados distintos em matéria penal:
Resultado naturalístico ou material: Consiste na modificação no mundo exterior provocada pela conduta.
Trata-se de um evento que só acontece em crimes materiais, ou seja, naqueles cujo o tipo penal descreve a conduta e a modificação no mundo externo, exigindo ambas para efeito de consumação. É perceptível pelos sentidos humanos.
Resultado jurídico ou normativo: Reside na lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal.
Todas as infrações devem conter, expressa ou implicitamente, algum resultado, pois não há delito sem que ocorra lesão ou perigo (concreto ou abstrato) a algum bem penalmente protegido.
Dessa forma, podemos afirmar que nem todos os crimes terão resultado naturalístico (apenas os crimes materiais). Entretanto, todos os crimes possuem um resultado jurídico. Tanto os crimes materiais, que além da modificação no mundo exterior apresentam a violação de bens jurídicos, quanto os crimes formais, que possuem resultado jurídico.
Classificação quanto ao resultado
Podemos estabelecer uma classificação dos crimes quanto a esse resultado:
Crime formal: Também chamando de crime de consumação antecipada. O resultado se dá no momento exato da conduta.
Exemplo: Ameaça, artigo 157. Causa resultado imaterial (= jurídico).
Crime material: Aquele em que se verifica a modificação no mundo exterior (resultado naturalístico, ou seja, mudança visível). Sinônimo de concreto.
Crime de mera conduta: Quando o crime exige produção de resultado, é material. Se não exige, mas tem consumação, é formal.
Contudo, se não exige nem resultado nem consumação imediata, é crime de mera conduta.
De dano ou de lesão: Quando a consumação exige efetiva lesão ao bem tutelado.
Exemplos: homicídio (CP, art. 121); lesão corporal (CP, art. 129); furto (CP, art. 155).
De perigo ou de ameaça: Caso a consumação se dê apenas com a exposição do bem jurídico a uma situação de risco.
Exemplos:
Perigo de contágio venéreo (CP, art. 130); perigo à vida ou saúde de outrem (CP, art. 132).
Se subdividem em:
• Crimes de perigo concreto ou real (o risco figura como elementar do tipo e, em face disso, exige efetiva demonstração);
• Crimes de perigo abstrato ou presumido (o perigo não está previsto como elementar, porque o legislador presume que a conduta descrita é, em si, perigosa, tornando desnecessária a demonstração concreta do risco).
Nexo Causal
O nexo causal, relação de causalidade ou nexo de causalidade, no art.13 do CP, é tratado como relação de causalidade e se consubstancia na relação entre a conduta e o resultado.
É por meio dessa relação que se conclui que o resultado foi praticado pela conduta e daí se pode estabelecer, presente os demais requisitos, que estamos diante de um crime.
Esse vínculo, porém, não se fará necessário em todos os crimes, mas somente naqueles em que a conduta se exigir à produção de um resultado, isto é, de uma modificação no mundo exterior. Ou seja, cuida-se de um exame que se fará necessário no âmbito dos crimes materiais ou de resultado
Teoria da conditio sine qua non
Para a teoria da conditio sine qua non ou da equivalência dos antecedentes, todo o fator que exercer influência em determinado resultado, ainda que minimamente, será considerado sua causa. Dessa forma, causa é todo fato humano voluntáriosem o qual o resultado não teria ocorrido quando ocorreu e como ocorreu.
Sob o enfoque da conditio sine qua non, que foi adotada expressamente pelo nosso Código Penal (art. 13, caput, parte final), haverá relação de causalidade entre todo e qualquer fator que anteceder o resultado e nele tiver alguma interferência.
O método utilizado para se aferir o nexo de causalidade é o juízo de eliminação hipotética. Quando se pretende examinar a relação causal entre uma conduta e um resultado, basta eliminá-la hipoteticamente e verificar, após, se o resultado teria ou não ocorrido exatamente como se dera.
Essa teoria já sofreu várias objeções, dentre as quais se podem apontar:
• A de confundir a parte com o todo;
• A de gerar soluções aberrantes, mediante um regresso ao infinito ou produzindo um ciclo causal interminável
Teoria da causalidade adequada
Segundo a teoria da causalidade adequada, somente se reputa causa o antecedente adequado à produção do resultado.
Para que se possa considerar um resultado como causado por um homem, faz-se imprescindível que este, além de realizar um antecedente indispensável, desenvolva uma atividade adequada à concretização do evento.

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