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Cinemática escalar FÍSICA I ASSUNTO 1 327IME-ITA – Vol. 1 1. Referencial Para descrevermos o estado de repouso e movimento de um ponto material, sua trajetória ou seu deslocamento, precisamos de um corpo, ou conjunto de corpos, que tomaremos como referência para determinar as posições do ponto material. Este corpo é denominado referencial. Os conceitos de movimento e repouso não são absolutos, mas sim relativos, já que dependem do referencial adotado. Um corpo estará em repouso quando sua posição não se alterar em relação a um referencial com o decorrer do tempo. Caso ocorra alteração, dizemos que o corpo está em movimento. Importante: A escolha de um referencial é uma tarefa muito importante na resolução de um problema, principalmente quando se faz uso de cálculos. Deve-se ter em mente que, a partir da escolha do referencial, a descrição do movimento dos corpos que participam do fenômeno passa a ser feita em relação a este referencial e só em relação a ele. Isso é muito importante, pois, se não obedecido, pode levar seus cálculos a conclusões erradas. 1.1 Classificação do referencial 1.1.1 Referencial inercial Um referencial inercial é todo aquele que torna válida a lei da inércia, ou seja, é qualquer sistema de referência que permanece em repouso ou em movimento retilíneo uniforme. 1.1.2 Referencial não inercial Um referencial não inercial é todo aquele que apresenta aceleração em relação a um referencial inercial. Por esse motivo, os referenciais não inerciais são também conhecidos como referenciais acelerados. Quando a situação não especificar o referencial a ser utilizado, considere sempre a Terra ou o solo. Por exemplo, se em uma situação genérica for feita uma afirmação do tipo “um corpo se movimenta com velocidade de 80 km/h”, assuma que essa velocidade é medida em relação à Terra ou ao solo. 2. Trajetória A trajetória de um móvel corresponde à linha imaginária obtida ao serem ligadas as posições ocupadas pelo móvel em instantes sucessivos durante seu movimento. Por exemplo, quando uma bola é lançada verticalmente para cima de um trenzinho que se move com velocidade horizontal constante, a trajetória para um referencial parado fora do trenzinho é uma curva (ou seja, uma parábola). Entretanto, se considerarmos o trenzinho como referencial, a trajetória é uma reta orientada para cima na subida e uma reta orientada para baixo na descida. Conclusão: A forma dessa linha imaginária (trajetória) depende do referencial adotado para sua observação. Portanto, referenciais diferentes podem observar trajetórias diferentes. 3. Posição, deslocamento e distância percorrida Unidade no SI: metro; abreviação: m. Outras unidades comuns: centímetro (cm), milímetro (mm), quilômetro (km). 3.1 Posição escalar (s) Por definição, posição é o número associado ao ponto da trajetória ocupado por um móvel em determinado instante, de acordo com algum referencial. No caso da cinemática escalar, utilizaremos como referencial uma reta orientada e como origem das posições um ponto qualquer dessa mesma reta (em geral, associa-se a letra “O” para a origem). O Assim, para determinarmos o módulo da posição de um móvel, mediremos a distância desse ponto à origem adotada. É imprescindível ter atenção para o sinal. Se o móvel estiver a favor do referencial, usaremos o sinal positivo, e se estiver contra, o negativo. 3.2 Deslocamento escalar (ΔS) Considerando um móvel qualquer em movimento em relação a um referencial inercial, por definição, seu deslocamento escalar (ΔS) em um intervalo de tempo Δt = t2 – t1 é dado pela diferença entre as posições nesses respectivos intervalos de tempo. Chamando a posição inicial e final, respectivamente, de s0 e s, teremos: ΔS = s – s0 3.3 Distância percorrida (d) Não podemos confundir o conceito de deslocamento escalar (ΔS) com o conceito de distância percorrida (em geral, representada pela letra d). Distância percorrida é uma grandeza de utilidade prática que informa quanto a partícula efetivamente percorreu entre dois instantes, devendo, portanto, ser calculada sempre em módulo. Para entender a diferença, considere a figura a seguir: 90 A 150 B 210 C 310 D km Note que, por exemplo, a posição de um móvel que passa pelo ponto A é = +90 km. Isso acontece porque o ponto A dista 90 km da origem adotada e está no sentido positivo do referencial adotado (para a direita). FÍSICA I Assunto 1 328 IME-ITA – Vol. 1 Um móvel (que anda sempre sobre o segmento orientado representado na figura), situado inicialmente em B, desloca-se para o ponto A e, a seguir, para o ponto D. O deslocamento escalar no primeiro trajeto é de Δs = s – s0 = +90 – (+150) = –60 km (negativo, pois está contra o referencial). No segundo trajeto, o deslocamento escalar é Δs = s – s0 = +310 – (+90) = +220 km (positivo, pois está a favor do referencial). Note que, embora o deslocamento escalar do referido móvel de B até D seja Δstotal = Δs1 – Δs2 = –60 + 220 = +160 km, a distância percorrida entre o começo e o fim do deslocamento é de 280 km (60 km de B até A e 220 km de A até D). Matematicamente, podemos dizer que a distância percorrida pode ser obtida por meio das somas dos deslocamentos escalares parciais. d S��| |� No exemplo, tem-se d = |Δs1|+| Δs2|=|–60|+|220| = 280 km. Dica: Se algum exercício perguntar qual a distância percorrida por um móvel, deve-se seguir o seguinte passo a passo: I. Encontrar os instantes em que o móvel troca o sentido do movimento. Para isso, basta descobrir os pontos em que a velocidade é igual a zero. II. Calcular os deslocamentos parciais em cada um dos intervalos de tempo limitados pelos instantes encontrados (assim, você garante que está olhando para um deslocamento em um único sentido). III. Somar os módulos dos deslocamentos encontrados. 4. Velocidade escalar média Unidade no SI: metro por segundo; abreviação: m/s. Outras unidades comuns: centímetro por segundo (cm/s), milímetro por segundo (mm/s), quilômetro por hora (km/h). Conceitualmente, a velocidade escalar de um corpo mede a rapidez com a qual esse corpo muda de posição. Embora a velocidade seja uma grandeza vetorial (precisa de módulo, direção e sentido para ser compreendida), por enquanto iremos abordar seu comportamento escalar, ou seja, vamos nos preocupar somente com o seu módulo. Por esse motivo, na cinemática escalar, estudaremos basicamente trajetórias retilíneas. Por definição, a velocidade escalar média de um corpo em um trecho de um percurso é a razão entre seu deslocamento escalar nesse intervalo de tempo e o respectivo intervalo de tempo. V S t s s t tm � � � � � � � � 0 0 Importante: A velocidade média não é a média das velocidades. Os exemplos abaixo mostrarão a importância de usar o conceito correto de velocidade média para não cair em armadilhas. Ex.1: Um móvel se desloca em uma trajetória retilínea AB. Na primeira metade do percurso, sua velocidade possui módulo v1 e na segunda metade, módulo v2. Determine a velocidade média em todo o trajeto AB. Solução: Por conveniência chamaremos a distância entre os pontos A e B de 2d, o tempo na primeira metade do percurso de t1 e na segunda metade de t2. Usaremos, também, que V S t t S v � � � � � � � . Em problemas como este, a ideia é escrever a expressão da velocidade média para o percurso todo e, só depois, substituir as variáveis que não foram dadas usando alguma informação da questão. Dessa forma, a velocidade média em todo o trajeto AB é: V d t t d d v d v d d v v v v v v v v v m � � � � � � � � � � 2 2 2 2 1 1 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 �( � ( )) · · 11 2 2v . Note que, quando o trajeto é dividido em partes iguais, a velocidade média total é a média harmônica das velocidades em cada trecho (e não a média aritmética). Para quem não se lembra, média harmônica é o inverso da média aritmética dos inversos. Ex.2: Um móvel se desloca em uma trajetória retilínea ABC de modo que, na primeiraparte do percurso (AB), sua velocidade é v1 e, na segunda parte (BC), sua velocidade é v2. Sabendo que o intervalo de tempo nas duas partes do percurso é o mesmo, determine a velocidade média em todo o percurso. Solução: Por conveniência, chamaremos o tempo em cada parte do percurso de t. Usaremos também que V s t s v t� � � � � � � � . Dessa forma, a velocidade média em todo o trajeto AC é: V AB BC t t v t v t t v v m � � � � � � � 1 2 1 2 1 2 2 2 · � · � . Note que, quando o trajeto é dividido em tempos iguais, a velocidade média em todo o percurso é a média aritmética das velocidades em cada trecho. 4.1 Conversão de unidades No S.I., a unidade de velocidade é o m/s, embora a unidade mais utilizada seja o km/h. Para convertermos os valores dados de um sistema de unidades para outro, deve-se partir da unidade original e substituir as unidades originais pelas unidades a que se quer chegar: 1 km h = 1.000�m 3.600 s = 1m 3,6 s . Portanto, para passarmos de m/s para km/h, basta multiplicar por 3,6 o valor da velocidade em m/s. De maneira análoga, para passarmos de km/h para m/s, dividimos o valor em km/h por 3,6. Esquematicamente: multiplicar por 3,6 dividir por 3,6 m/skm/h Repare que o método utilizado acima pode ser utilizado para transformar quaisquer unidades de velocidade. Por exemplo, se quisermos converter 3 dam/min em m/s (repare que dam/min é uma unidade extremamente incomum), devemos proceder da seguinte forma: 3 dam min = 3 dam 1min = 30�m 60 s =0,5 m s . FÍSICA I Assunto 1 Cinemática escalar 329IME-ITA – Vol. 1 5. Velocidade escalar instantânea Unidade no SI: metro por segundo; abreviação: m/s. Outras unidades comuns: centímetro por segundo (cm/s), milímetro por segundo (mm/s), quilômetro por hora (km/h). Conceitualmente, velocidade instantânea é a velocidade em um instante específico do movimento. Como a velocidade é a razão entre o deslocamento e o intervalo de tempo, temos que, se calcularmos a velocidade média para intervalos de tempo cada vez menores, (intervalos muito próximos de zero), tenderemos a chegar à velocidade naquele exato momento. Para entender melhor esse conceito, vamos ao seguinte exemplo numérico: considere um móvel que se move em trajetória retilínea segundo a equação s(t) = t2 – 4t + 2, em que s está em metros e t, em segundos. Essa é uma equação do tipo equação horária da posição, já que informa a posição do móvel em função do tempo. Para calcular a velocidade instantânea desse móvel no instante t = 3 s, vamos calcular velocidades médias fazendo o intervalo de tempo tender a um valor cada vez mais próximo de zero. I. Tempo t = 0 s a t = 7 s. Nesses instantes, temos que as posições são respectivamente iguais a s( )0 0 4 0 2 22� � � � � m e s( )7 7 4 7 2 232� � � � � m . Logo, a velocidade média é dada por v s tm � � � � � � � 23 2 7 0 3 m/s. II. Tempo t = 1,5 s a t = 5 s. Analogamente, teremos que a velocidade média é 2,5 m/s. III. Tempo t = 2,8 s a t = 3,1 s. Analogamente, teremos que a velocidade média é 1,9 m/s. Note que, quanto menor o intervalo de tempo considerado e quanto mais próximo do instante t = 3 s, a velocidade média calculada se aproximará da velocidade instantânea em t = 3 s. É extremamente importante também entender o argumento gráfico. Veja-se um exemplo a seguir: A curva azul representa também a posição de um móvel qualquer em relação ao tempo. s 0 Δs Δt t Se quisermos calcular a velocidade média entre os instantes representados pelos pontos brancos, basta dividir o ΔS representado no eixo das ordenadas pelo Δt representado no eixo das abscissas. Repare que, se o intervalo de tempo tender a zero, os dois pontos tendem a um só (ponto vermelho). Nesse caso, a velocidade média calculada vai se aproximar da velocidade instantânea naquele ponto. Graficamente, ao dividirmos ΔS por Δt quando Δt tende a zero, acabamos descobrindo a tangente do ângulo formado entre o eixo das abscissas e a reta que tangencia a curva vermelha, passando pelo ponto vermelho. Conclusão: a velocidade instantânea de um móvel pode ser obtida calculando o coeficiente angular da reta tangente ao ponto considerado em um gráfico s × t. Portanto: I quanto mais inclinado for o gráfico, maior o módulo da velocidade instantânea naquele ponto. Quanto menos inclinado, menor o módulo da velocidade. II. se a reta tangente for horizontal (vértices), a inclinação é zero e, portanto, a velocidade é zero. O móvel troca de sentido. Matematicamente, a velocidade instantânea é o limite da velocidade média quando o intervalo de tempo tende a zero (o conceito explicado anteriormente é exatamente o conceito de derivada). Ou, em outras palavras, é a derivada de primeira ordem da posição em relação ao tempo ou a taxa de variação da posição em relação ao tempo. v s t ds dtt � � � lim � � �0 6. Aceleração escalar média Unidade no SI: metro por (segundo)2; abreviação: m/s2. Outras unidades comuns: quilômetro por (hora); abreviação: km/h2. Conceitualmente, a aceleração escalar de um corpo mede a rapidez com que o valor da velocidade muda, independentemente de essa velocidade aumentar ou diminuir. Atenção para a diferença entre os conceitos: Velocidade mede a taxa da variação da posição em relação ao tempo; aceleração mede a taxa de variação da velocidade em relação ao tempo. Um carro de Fórmula 1, por exemplo, atinge altas velocidades em trajetórias retilíneas. Entretanto, se ele mantiver a velocidade constante, não vai haver variação da velocidade. Por esse motivo, a aceleração seria igual a zero. Um elevador parado, por exemplo, tem velocidade igual a zero (já que sua posição não está mudando). Entretanto, imediatamente antes de começar a subir, ele possui aceleração maior que zero, já que sua velocidade vai variar logo depois. Por definição, a aceleração escalar média de um corpo em um dado trecho de um percurso é a razão entre a variação de velocidade escalar nesse intervalo e o respectivo intervalo de tempo. a v t v v t tm � � � � � � �0 0 A unidade no SI da aceleração escalar média é m/s2. Assim sendo, dizer que um corpo possui uma aceleração de 3 m/s2, por exemplo, significa dizer que sua velocidade aumenta 3 m/s a cada segundo. Vale destacar que, embora o m/s2 seja a unidade mais usada, ela não é a única. Qualquer unidade de variação de velocidade sobre qualquer unidade de tempo nos dará uma unidade de aceleração. 7. Aceleração escalar instantânea Unidade no SI: metro por (segundo)2; abreviação: m/s2. Outras unidades comuns: quilômetro por (hora)2; abreviação: km/h2. Para obtermos a aceleração de um móvel em um instante específico, devemos calcular a aceleração instantânea. Seguindo a mesma ideia de velocidade instantânea, podemos dizer que a aceleração instantânea é a aceleração de um móvel em um ponto específico da trajetória. FÍSICA I Assunto 1 330 IME-ITA – Vol. 1 Matematicamente, a aceleração instantânea é o limite da aceleração média quando o intervalo de tempo tende a zero. Em outras palavras, é a derivada de primeira ordem da velocidade em relação ao tempo (ou a derivada de segunda ordem da posição em relação ao tempo) ou a taxa de variação da velocidade em relação ao tempo. � � � � � lim � � �t v t dv dt d s dt0 2 2 8. Classificação dos movimentos 8.1 Quanto ao sentido do deslocamento 8.1.1 Progressivo (condição necessária e suficiente: v > 0) O móvel desloca-se no sentido definido como positivo da trajetória. (A posição escalar do móvel é crescente com o tempo). Nesse caso, o deslocamento escalar é positivo e, portanto, a velocidade também é positiva. 8.1.2 Retrógrado (condição necessária e suficiente: v < 0) O móvel desloca-se no sentido definido como negativo da trajetória. (A posição escalar do móvel é decrescente com o tempo). Nesse caso, o deslocamento escalar é negativo e, portanto, a velocidade também é negativa. 8.1.3 Repouso (condição necessária e suficiente: v = 0) Um móvelestá em repouso quando sua posição não se altera com o passar do tempo para um determinado referencial. Nesse caso, a sua velocidade é nula. 8.2 Quanto à variação de velocidade 8.2.1 Uniforme (condição necessária e suficiente: a = 0) O módulo da velocidade do móvel não varia ao longo do tempo. 8.2.2 Acelerado (condição necessária e suficiente: a · v > 0) O módulo da velocidade aumenta ao longo do tempo. Isso só ocorre quando a aceleração e a velocidade possuem o mesmo sinal para um dado referencial. 8.2.3 Retardado (condição necessária e suficiente: a · v < 0) O módulo da velocidade diminui ao longo do tempo. Isso só ocorre quando a aceleração e a velocidade possuem o sinais contrários para um dado referencial. Repouso Progressivo Retrógrado Uniforme v = 0 a = 0 v: + a = 0 v: – a = 0 Acelerado – v: + a: + v: – a: – Retardado – v: + a: – v: – a: + 9. Derivadas de polinômios Podemos encontrar velocidade e aceleração instantâneas se soubermos a equação horária da posição de um móvel. Para isso, usaremos as ideias de derivada abordadas neste módulo. A seguir, encontra-se a regra prática para derivadas de polinômios, o tipo de equação mais encontrada em nosso curso para a descrição de movimentos. Basicamente, a regra a ser usada para derivar qualquer parcela de um polinômio é d dt at a n tn n( ) � � � �1 . Importante saber que a derivada de um polinômio é a soma das derivadas de cada termo. Daí, se a equação da posição é dada por S = a1t n + a2t n–1 + ... ant + an+1, então as funções horárias da velocidade e da aceleração serão dadas por: v ds dt a nt a n t a t a a dv dt d s dt a n n n n� � � � � � � � � � � � � � �1 1 2 2 1 2 2 1 2 0( ) ... 11 2 2 3 11 1 2 2 0� � � � � � � � � � � � �n n t a n n t a n n n( ) ( ) ( ) ... Ex.: Um corpo se move segundo a equação s t t t t( ) ,� � � � 3 2 3 5 2 6 1 com s em metros e t em segundos. Para esse corpo, calcule: a. a velocidade em um instante genérico t. b. a aceleração em um instante genérico t. c. a velocidade em t = 4 s. d. a aceleração em t = 6 s. e. os instantes para os quais o móvel troca de sentido. f. a velocidade média entre 2 s e 4 s. g. a distância percorrida entre 2 s e 4 s. h. os instantes para os quais o movimento é retrógrado. i. os instantes para os quais o movimento é acelerado. Solução: a. v ds dt t t v t t t� � � � � � � � � � �3 3 2 5 2 6 0 5 6 2 2( ) . b. a dv dt t a t t� � � � � � � � �2 5 1 0 2 5( ) . c. v(4) = 42 – 5 · 4 + 6 = 2 m/s. d. a(6) = 2 · 6 – 5 = 7 m/s2. e. Trocar de sentido: v = 0 → t2 –5t + 6 = 0 → t = 2 s ou t = 3 s. f. v s t s s m � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � ( ) ( )4 2 4 2 4 3 5 4 2 6 4 1 2 3 5 2 2 6 2 1 3 2 3 2 44 2 1 3� � m/s. g. Como o móvel troca de sentido em t = 3 s, d S Sa s a s� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � | | | |� �2 3 3 4 3 2 3 2 3 3 5 3 2 6 3 1 2 3 5 2 2 6 2 1 �� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 4 3 5 4 2 6 4 1 3 3 5 3 2 6 3 1 1 6 5 6 1 3 2 3 2 mm. h. Retrógrado: v < 0 → t2 –5t + 6 < 0 → 2 s < t < 3 s. i. Acelerado: a · v > 0 → (2t –5) · (t2 – 5t + 6) > 0 → (2t – 5) · (t – 2) · (t – 3) > 0 → 2 s < t < 2,5 s ou t > 3 s. FÍSICA I Assunto 1 Cinemática escalar 331IME-ITA – Vol. 1 10. Movimento retilíneo uniforme (MRU) O movimento retilíneo uniforme é aquele no qual a velocidade escalar instantânea é constante, e não nula, para qualquer instante considerado por um corpo que descreve trajetória retilínea. Nesse tipo de movimento, a velocidade média em qualquer trecho é igual à velocidade instantânea em qualquer ponto do percurso. Convém destacar que, no caso do movimento retilíneo uniforme, podemos dizer que, em intervalos de tempos iguais, o móvel sofre deslocamentos iguais. 10.1 Função horária de posição A função horária de posição é uma equação que mostra a posição de um corpo em função de cada instante. v v s t v s s t t v t t s s s s v t tm� � � � � � � �� � � � � � � �� �� � � � � � � �� � 0 0 0 0 0 0 Fazendo t0 = 0, chegamos à equação horária de posição no MRU: s(t)=s0 + v · t Ex.: Considere dois móveis, A e B, que se movimentam, sob uma estrada retilínea, em sentidos contrários e que no instante t = 0 distam 1.400 metros entre si. As velocidades dos móveis A e B têm módulos respectivamente iguais a 40 m/s e 30 m/s. Determine o instante em que os móveis se encontram e a que distância da posição inicial do móvel A isso ocorreu. Solução: Fazendo um sistema de referencial positivo no sentido A → B e com origem em A, teremos que as funções horárias serão: SA = 0 + 40t → SA = 40t e SB = 1.400 – 30t. Em problemas que pedem encontro, uma ideia muito boa é encontrar as equações horárias de cada móvel e igualar suas posições (para que haja encontro, as posições precisam ser iguais). Daí, SA = SB. Então 40t = 1.400 – 30t → 70t = 1.400 → t = 20 s. Para determinar a posição de encontro, substituiremos esse valor em uma das equações: SA = 40t = 40 · 20 = 800 m. Atenção! Note que chegamos a essa equação fazendo t0 = 0. Porém, em alguns problemas, um dos móveis sai com um atraso de Δt unidades de tempo. Nesse caso, a equação horária para o móvel com atraso será s(t)=s0 + v · (t – Δt). Ex.: Para o exemplo anterior, recalcule o tempo que foi pedido, considerando que o móvel A começou a se mover em t = 7 s. Solução: Observe que agora não podemos mais considerar t0 = 0 para os dois móveis. Com isso, as equações horárias ficam da seguinte forma: SA = 40 · (t – 7) e SB = 1.400 – 30t (cabe ressaltar que a função horária de A só vale para t ≥ 7 s). No encontro, SA = SB. Então, 40 · (t – 7) = 1.400 – 30t → 40t – 280 = 1.400 – 30t → 70t = 1.680 → t = 24 s. Isso significa que A se moveu durante 17 s e que B se moveu durante 24 s. 10.1.1 Gráfico s × t O gráfico posição por tempo (s × t) do movimento retilíneo uniforme é regido pela função horária de posição, que é uma função linear (1o grau). Portanto, o seu gráfico é sempre uma reta. Crescente se seu coeficiente angular for positivo (velocidade positiva) ou decrescente se seu coeficiente angular for negativo (velocidade negativa). q v > 0 s s0 t q v < 0s0 s t Se os eixos estiverem na mesma escala: tan q = velocidade 10.2 Função horária de velocidade Por definição, um movimento é dito uniforme quando sua velocidade não se altera em relação ao tempo. Logo, a função horária de velocidade não poderia ser outra senão uma função constante. v(t) = constante 10.2.1 Gráfico v × t O gráfico v × t para esse mesmo movimento é uma reta paralela ao eixo do tempo (indicando que a velocidade é constante). v v v v t t Um fato interessante sobre esse tipo de gráfico é que, ao calcularmos sua área, estamos multiplicando um eixo contendo a velocidade por outro contendo o tempo. Como já vimos, desse produto resulta o deslocamento do corpo. Então, de uma maneira bem genérica (isso não se restringe a MRU), podemos dizer que a área do gráfico v × t é numericamente igual ao deslocamento do corpo. v v v v t t área =ΔS área =ΔS 10.3 Função horária de aceleração Por ter velocidade constante, a aceleração no MRU é nula. Logo, a(t) = constante = 0 11. Velocidade relativa Em muitos problemas de movimentos retilíneos, a solução torna-se muito mais simples ao se utilizar o conceito de velocidade relativa. Tal conceito nada mais é do que uma mudança de referencial, admitindo- -se que um dos corpos em movimento está parado e observando o movimento do outro corpo em questão. De forma prática, pode-se calcular a velocidade relativa de aproximação ou de afastamento entre dois corpos em movimento de maneira muito simples (supondo Va e Vb em módulo): FÍSICA I Assunto 1 332 IME-ITA – Vol. 1 – Corpos se movem na mesma direção e mesmo sentido: Vrel =|VA – VB|. – Corpos se movem na mesma direção e sentidos contrários: Vrel = Va + Vb. Para problemas de encontro, afastamento ou aproximação entredois corpos em movimento uniforme, podemos escrever que: V S trel rel� � � Ex.: Um ônibus par te da rodoviária com velocidade constante de 80 km/h. Um passageiro que se atrasou 15 minutos toma um táxi e parte em direção ao ônibus. Sendo a velocidade do táxi de 100 km/h e supondo que não ocorra interrupção no trajeto, determine o tempo gasto pelo táxi para alcançar o ônibus. Solução: Nos 15 minutos (1/4 de hora) de atraso do passageiro, o ônibus se deslocou com velocidade de 80 km/h. Assim, quando o taxista parte com o passageiro, o ônibus já se encontra a 80 · 1/4 = 20 km à frente. A velocidade relativa entre o táxi e o ônibus é de 20 km/h e o tempo para o encontro é dado pela razão entre a distância relativa e a velocidade relativa: �t � � 20 20 1 km km/h h Fique atento, pois isso não significa que o táxi andou 20 km para alcançar o ônibus. 12. Movimento retilíneo uniformemente variado O movimento retilíneo uniformemente variado é aquele no qual a aceleração é constante e diferente de zero. Por esse motivo, dizemos que, no MRUV, a velocidade escalar sofre variações iguais em intervalos de tempos iguais. 12.1 Função horária de velocidade É a equação que nos permite identificar a velocidade instantânea de um móvel que possua aceleração não nula em função do tempo. Como a aceleração é constante, ela é igual à aceleração média para quaisquer instantes. Daí: a a v t v v v t t a t t v v v v a t tm� � � � � � � � � � � � � � � �� � � � � � �( � �() ) � � 0 0 0 0 0 0 Fazendo t0 = 0, chegamos à equação horária de velocidade do MUV: v(t) = v0+ a · t Atenção! Note que chegamos a essa equação fazendo t0 = 0. Porém, em alguns problemas, um dos móveis inicia seu movimento com um atraso de Δt unidades de tempo. Nesse caso, a equação horária para o móvel com atraso será v(t)= v0 + a · (t – Δt). O comportamento nesse caso é análogo ao que vimos no módulo passado. 12.1.1 Gráfico v × t Como essa função é linear, seu gráfico v × t é sempre uma reta crescente se seu coeficiente angular for positivo (aceleração positiva) ou decrescente se seu coeficiente angular for negativo (aceleração negativa). a > 0 V V0 t q a < 0 V V0 t q Se os eixos estiverem na mesma escala: tan q = aceleração A tangente de inclinação da função mostra a taxa de variação da velocidade em relação ao tempo e, portanto, mostra a aceleração. Outra maneira de ver isso é lembrar que o coeficiente angular da reta tangente a uma função, em um dado ponto, é a derivada dessa função (e já vimos que a derivada da velocidade em relação ao tempo resulta na aceleração). a dv dt d x dt = = 2 2 Atenção! Imagine um gráfico v · t que seja uma reta inclinada crescente. A única informação que esse gráfico fornece é que o ângulo que essa reta faz com a horizontal é 45°. Nesse caso, quanto vale a aceleração do móvel? Você pode ficar tentado a falar que a = tan q = tan 45° = 1 m/s2. Entretanto, como não há nenhuma informação adicional no gráfico, nada impede que os eixos estejam fora de escala e, portanto, não se pode determinar a aceleração. Muito cuidado com pegadinhas desse tipo: eixos fora de escala, origem deslocada etc. Se calcularmos a área desse gráfico, estaremos multiplicando a velocidade pelo tempo. Esse produto é igual ao deslocamento escalar nesse intervalo de tempo. Vamos entender melhor esse conceito: Suponha que um móvel tem sua velocidade em função do tempo dada pela curva a seguir. Se dividirmos o intervalo que vai de t = a a t = b em vários pequenos intervalos de tempo (tantos quantos você possa imaginar), poderemos assumir que a velocidade será constante para cada pequeno intervalo desses. Daí, para cada intervalo de tempo, o deslocamento será dado por ΔS = v · Δt. Note que, já que podemos assumir que a velocidade é constante nesse intervalo, o produto v · Δt representa a área de um retângulo de base igual a Δt e altura igual a v. Se quisermos todo o deslocamento de a até b, basta, portanto, somar as áreas de cada pequeno retângulo formado. O resultado encontrado é a área abaixo da curva. Matematicamente, esse é exatamente o conceito de integral de uma função (integral = área). Portanto, se integrarmos a velocidade em função do tempo para um intervalo de tempo dado, encontraremos o deslocamento que o móvel sofreu nesse período. FÍSICA I Assunto 1 Cinemática escalar 333IME-ITA – Vol. 1 a b x S ƒ(x) y S f dx a b � � ( )x Consequentemente, podemos escrever que �S t dt t t � � v( ) 0 De forma parecida com a derivada, para calcular a integral de um polinômio, basta somar as integrais de cada termo. A regra a ser aplicada a cada termo é a seguinte: a t dt a n t Cn n� � � � � �� � 1 1 1 . Note que, para uma integral indefinida como essa (não tem limites de tempo), surge uma constante C, que só poderá ser determinada com alguma informação do problema (são as chamadas condições de contorno). Ex.: Usando o mesmo exemplo do módulo anterior, suponha que um móvel tem sua velocidade em função do tempo dada pela equação v(t) = t2 – 5t + 6. Para encontrar a equação horária da posição, precisamos integrar essa função. Daí: s t v t dt t t dt t dt t dt dt t t( ) ( ) ( ) ( )� � � � � � � � � � � ������ 2 2 3 25 6 5 6 1 3 5 1 2 66t C� . s t v t dt t t dt t dt t dt dt t t( ) ( ) ( ) ( )� � � � � � � � � � � ������ 2 2 3 25 6 5 6 1 3 5 1 2 66t C� . Essa constante poderia ser encontrada se o problema informasse a posição inicial do móvel (já que, pela equação encontrada, s(0) = C. Integrais definidas são aquelas em que o intervalo de integração está definido. Elas são a área abaixo da curva de limites estabelecidos. A regra a ser aplicada a cada termo, nesse caso, é a seguinte: a t dt a n t a n tn f n t t nf � � � � �� � � � � � � � � �� � � � � � � �� 1 1 1 1 1 0 1 0 Em nosso exemplo, se quisermos descobrir o deslocamento do móvel entre 2 s e 4 s, precisamos fazer a integral da velocidade para os instantes de t = 2 s a t = 4 s. Daí: �s t t dt( )2 2 4 3 25 6 1 3 4 5 1 2 4 6 4� � � � � � � � �� � � � � � �� 1 3 2 5 1 2 2 6 2 2 3 3 2� � � � � �� � � � � � � m. Ex.: Essa propriedade gráfica nos permite visualizar um fato interessante no MUV. Considere uma partícula com velocidade inicial v0 e aceleração a. Seu gráfico v · t está representado na figura abaixo: v v0 + 4 at v0 + 3 at v0 + 2 at v0 + at v0 t t 2t 3t 4t No primeiro intervalo de tempo o deslocamento é �s v at t v t at 1 0 0 22 2 2 � � �� � � � �área � No segundo intervalo de tempo o deslocamento é �s v at t v t at 2 0 0 22 3 2 3 2 � � �� � � � �área � No terceiro intervalo de tempo o deslocamento é �s v at t v t at 3 0 0 22 5 2 5 2 � � �� � � � �área � E assim sucessivamente. Note que, em intervalos de tempos iguais, o corpo em MUV varia seus deslocamentos segundo uma progressão aritmética (PA) em que a razão é at2. Graficamente, note que, para cada “t” a mais no tempo, a área acrescentada é a de 2 metades de quadrado (ou 1 quadradinho inteiro), sendo a área do quadrado igual a at2. É possível chegar à mesma conclusão usando a equação horária de posição. 12.2 Velocidade média no MUV Considere um MUV qualquer de gráfico v × t abaixo: V(m/s) V V0 t0 t t(s) V S t t t v v t t t t V v m m� � � � �� �� �� � �� � � � �� � área gráfico � � � � � � � 0 0 0 0 1 2 vv0 2 � � Ou seja, no MUV, a velocidade média em um dado percurso é a média das velocidades nos extremos desse percurso. Outra maneira de enxergar isso é olhar para o gráfico. Para que a velocidade média seja a mesma, o deslocamento precisa ser igual. Portanto, a área abaixo da curva precisa ser igual. Como o MUV forma um trapézio e, portanto, sua área é bmédia · h, podemos traçar uma reta horizontal que diste bmédia da origem para chegarmos à mesma área. Como b v vf média � �1 2 , então essa é a velocidade constante que gera o mesmo deslocamento. Por esse motivo, essa é a velocidade média. V(m/s) V V0 t0 t t(s)FÍSICA I Assunto 1 334 IME-ITA – Vol. 1 12.3 Função horária de posição Considere um móvel se deslocando em MUV, cujo módulo da aceleração vale a e, no instante t0 = 0, sua posição é s0 e sua velocidade, v0. Para esse móvel, podemos escrever que: V v v s t v v m � �� � � � �� � � 0 0 2 2 � Como v = v0+ a · t, temos: � � � S t v at v S t v at S v t at s s v t at o� � � � � � � � � � � � �0 0 0 0 2 0 2 2 2 2 2 2 2 2 � � � � � � � � S t v at v S t v at S v t at s s v t at o� � � � � � � � � � � � �0 0 0 0 2 0 2 2 2 2 2 2 2 2 � � � � � Daí: s t s v t at o� � �� � � � �0 2 2 Essa equação nos mostra a posição em função do tempo para um móvel em MUV. Ela varia segundo uma função quadrática e deve ter seu gráfico representado por uma parábola, portanto. Conhecer essa parábola e suas propriedades é muito importante. Por isso, vamos analisar os casos. 1o caso: parábola com concavidade para cima: t3 t2 t1 t S0 0 S • Nesse tipo de gráfico, a aceleração é positiva (a > 0). • O ponto no qual a curva toca o eixo S corresponde ao espaço inicial S0. • Nos instantes t1 e t3, o corpo passa pela origem dos espaços (S = 0). • No instante t2, vértice da parábola, o corpo inverte o sentido de seu movimento (v = 0). • Do instante 0 até t2, o espaço diminui, o movimento é retrógrado (v < 0) e retardado, pois a e V têm sinais contrários (a > 0 e V < 0). • Após t2, o espaço aumenta, o movimento é progressivo (v > 0) e acelerado, pois a e V têm mesmo sinal (a > 0 e V > 0). 2o caso: parábola com concavidade para baixo: t2t1 t S0 0 S • Nesse tipo de gráfico, a aceleração é negativa (a < 0). • O ponto no qual a curva toca o eixo S corresponde ao espaço inicial S0. • Nos instante t2, o corpo passa pela origem dos espaços (S = 0). • No instante t1, vértice da parábola, o corpo inverte o sentido de seu movimento (v = 0). • Do instante 0 até t1, o espaço aumenta, o movimento é progressivo (v > 0) e retardado, pois a e V têm sinais contrários (a < 0 e V > 0). • Após t1, o espaço diminui, o movimento é retrógrado (v < 0) e acelerado, pois a e V têm mesmo sinal (a < 0 e V < 0). Independentemente do formato do gráfico s × t, podemos, sem fazer cálculos, descobrir em que ponto desse gráfico s × t o móvel possui maior velocidade. Veja o gráfico a seguir: s t P0 y0 P1 y1 x0x1x2 tangente 1 tangente 2 f1 Dado um gráfico s × t qualquer, a velocidade em um instante qualquer é dada pelo coeficiente angular da reta tangente ao ponto correspondente a esse instante. Nesse exemplo, vemos que a reta tangente a P0 é mais inclinada que a reta tangente a P1. Isso indica que vP0 > vP1. 12.4 Função horária de aceleração Como no MUV, a aceleração tem valor constante, o gráfico a × t é uma reta paralela ao eixo do tempo, podendo a aceleração assumir valores positivos ou negativos. t a a < 0 área = ΔVt a a > 0 área = ΔV Note que, se calcularmos a área dele, estamos multiplicando o eixo do tempo pelo eixo da aceleração. Como ΔV = a · Δt, concluímos que a área do gráfico a × t é numericamente igual à variação de velocidade. 12.5 Equação de Torricelli Existe uma equação, denominada equação de Torricelli, que é utilizada em problemas em que o tempo não é conhecido (ou ele não é importante para o problema). Essa equação nasce de uma “fusão” entre as funções horárias de velocidade e posição no MUV. Dica: Em geral, quando o problema não precisa da variável tempo, essa equação é bem útil. v = v0 + at (elevando-se ao quadrado) v2 = v0 2 + 2av0t + a 2t2 v2 = v0 2 + 2a (v0t + a t 2/2) v2 = vn 2 + 2aΔS FÍSICA I Assunto 1 Cinemática escalar 335IME-ITA – Vol. 1 12.6 Dica para problemas de gráfico Para ajudar a memorização, podemos utilizar o fluxograma abaixo, que nos dá uma visão de conjunto de todas as propriedades gráficas: inclinação concavidade inclinação áreaárea S = f(t) (ΔS) (ΔV) v = f(t) a = f(t) ΔS = ∫ v(t) dt (integral da velocidade) ΔV = ∫ a(t) dt (integral da aceleração) v ds dt = derivada da posição a dv dt = derivada de velocidade Convém ressaltar que, matematicamente, ao calcularmos a tangente a um gráfico, estamos calculando a sua derivada e, ao calcularmos a área sob a curva, a integral das respectivas funções. 13. Movimentos verticais em campos gravitacionais uniformes Todos os corpos ao redor da Terra são puxados para o seu centro. Isso ocorre devido ao que chamamos de campo gravitacional e a cada ponto desse campo temos associado um vetor chamado aceleração gravitacional (ou simplesmente gravidade). O que gera essa gravidade, suas propriedades e efeitos serão discutidos no módulo sobre gravitação. Aqui, iremos ver do ponto de vista da cinemática como isso influencia os corpos abandonados na proximidade da Terra. Primeiro, temos que saber que, nos problemas que envolvem movimentos no campo gravitacional terrestre, considera-se a aceleração da gravidade constante quando esses movimentos envolvem alturas muito pequenas comparadas com o raio da Terra. A aceleração da gravidade próxima à superfície da Terra é g = 9,8 m/s2, porém utiliza-se comumente o valor de 10 m/s2. A gravidade terrestre varia em função da latitude, mas isso também será abordado no tópico de gravitação. Por ter valor aproximadamente constante, podemos dizer que todos os corpos lançados ou abandonados na superfície da Terra ficam sujeitos à mesma aceleração, executando, assim, um MUV. Em outras palavras, sempre podemos utilizar os conhecimentos adquiridos no estudo de MUV (gráficos, equações, etc.) para os movimentos verticais. Cabe ressaltar que a gravidade não depende da massa do corpo que está submetido a ela. O livro, a formiga, você, um avião e qualquer outro objeto ficam sujeitos à mesma aceleração (desde que a resistência do ar seja desprezada). 13.1 Queda livre Todo corpo abandonado em um local livre da resistência do ar possui aceleração constante, executando um movimento uniformemente variado em que a = g. Se orientarmos seu referencial para baixo, com origem no ponto de lançamento, teremos as seguintes equações horárias: MUV Queda livre v = v0 + a · t v = gt �S v t at � �0 2 2 H gt = 2 2 v2 = v0 2 + 2aΔS v2 = 2 gH Note que as equações de queda livre não são novas equações. Como já dito anteriormente, são as equações de MUV para essa situação. trajetória para baixo v0 > 0 g = 10 m/s2 Obs.: Quando um corpo está em queda livre, as alturas percorridas a cada segundo de movimento seguem uma PA, como já mencionado anteriormente. Por ter velocidade inicial nula, os deslocamentos a cada segundo seguem a seguinte sequência: – No primeiro segundo de movimento a altura é H g g � � � 1 2 2 2 – No secundário segundo de movimento a altura é H g g � � � � 2 2 4 2 2 – No terceiro segundo de movimento a altura é H g g � � � � 3 2 9 2 2 E assim sucessivamente. Fazendo x g = 2 , teremos que no n-ésimo segundo de queda livre, a distância percorrida pelo corpo é d = x · (2n – 1), em que x é a distância percorrida no primeiro segundo e n, o instante pedido. Dica: Esse problema também poderia ser resolvido com a ideia de que a distância percorrida no n-ésimo segundo é a distância percorrida pelo móvel até o instante n menos a distância percorrida pelo móvel até o instante n – 1. Ao fazer isso, você transforma um problema que aparentemente não é de queda livre (já que o corpo tem velocidade no instante n – 1) em um problema de queda livre. É muito mais interessante transformar em queda livre, pois as equações são bem mais simples. 13.2 Lançamento vertical para baixo No lançamento vertical para baixo, consideramos um corpo que é lançado para baixo (tem, portanto, velocidade inicial vertical para baixo) em um local livre da resistência do ar e com aceleração da gravidade constante. Esse corpo, tal como na queda livre, vai executar um MUV em que a = g. Nesse caso, as equações podem ser escritas como: g V Vo = 0 x y solo MUV Lançamento vertical para baixo v = v0 + a· t v v gto� � �S v t at o� � 2 2 H v gt to� � 2 2 v v a So 2 2 2� � � v v gHo 2 2 2� � FÍSICA I Assunto 1 336 IME-ITA – Vol. 1 13.3 Lançamento vertical para cima Um corpo lançado verticalmente para cima tem a subida como um movimento retardado e a descida como um movimento acelerado em que v0 = 0 (queda livre). Esses movimentos de subida e de descida são simétricos. Há duas conclusões importantes acerca disso: I. O módulo da velocidade com que um corpo passa subindo por uma altura qualquer é a mesma que ele passa descendo pela mesma altura. Demonstração: Aplicando a equação de Torricelli: v1 v2 h v22 = v 2 1 + 2gΔS ΔS = 0 (S1 = S2) v22 = v 2 1 ⇒ v2 = – v1 II. O intervalo de tempo decorrido entre as passagens por dois patamares determinados A e B é o mesmo na subida e na descida. Demonstração: A B –VBVB –VAVA g v t g v v t v v t t t B a AB A B AB AB AB � � � � � � � � � � � � � ' ' As equações para um corpo lançado verticalmente para cima são as mesmas do MUV. Atenção! Uma vez adotado o referencial, ele precisa ser mantido para todas as variáveis. A maneira mais comum de resolver problemas desse tipo é orientarmos o referencial positivo para cima e a origem na posição inicial do móvel. Nesse caso, a gravidade é negativa sempre. É comum as pessoas trocarem o sinal da gravidade de acordo com o movimento de descida ou subida. Isso não existe. A gravidade vai ter um único sinal em todo o problema e isso só depende do referencial adotado. Dica: Em um número significativo das questões desse tipo de lançamento, é muito mais fácil estudar a descida (já que a descida é como se fosse uma queda livre). Lembre-se disso! Ex.: Um corpo é lançado para cima do topo de um prédio de 200 metros com velocidade inicial de 30 m/s em um local em que a resistência do ar pode ser considerada desprezível. Considerando a gravidade igual a 10 m/s2, determine: a. o tempo total de permanência no ar. b. a altura máxima atingida por esse corpo. c. a velocidade do corpo imediatamente antes de tocar no solo. Solução: Antes de responder à pergunta, vamos definir nosso referencial orientado para cima e com origem no solo. A figura a seguir representa o exposto: 200 m origem g A equação horária de posição para o corpo que é lançado para cima fica assim: h h v t gt h t t� � � � � � �0 0 2 2 2 200 30 5� � � a. O tempo de permanência no ar é o tempo que ele leva para atingir o solo (h = 0). 0 = 200 + 30t – 5t2 → 0 = 40 + 6t – t2 t = –4 s (não convém) ou t = 10 s (convém). b. Matematicamente, a altura máxima é o vértice da equação. y aV � � � � � � � � � � � � � � 4 30 4 5 200 4 5 4900 20 245 2( ( ) ) �( ) ( ) ( ) �m. Obs: Esse item poderia ser feito sem a utilização da equação horária de posição. Tempo para atingir a altura máxima: v = v0 – gt → 0 = 30 – 10t → t = 3 s. Para retornar a altura do lançamento, gastará 3 segundos em queda livre. H gt � � � � 2 2 2 10 3 2 45 �� m Como a altura de subida é igual à de descida, temos que a altura máxima é 200 + 45 = 245 m. c. A equação horária de velocidade no MUV é v = v0 – gt → v = 30 – 10t. O corpo chega ao solo no instante 10 segundos. 1v = 30 – 10t → v = 30 – 10 · 10 → v = –70 m/s (negativo), pois, imediatamente antes de chegar ao solo, o vetor velocidade aponta para baixo, ou seja, contra o sentido do referencial adotado. FÍSICA I Assunto 1 Cinemática escalar 337IME-ITA – Vol. 1 13.4 Influência do ar Alguns problemas, mais empíricos, não desprezam a influência do ar nos movimentos verticais. Tal fenômeno será estudado mais adiante, em dinâmica. No entanto, pode-se adiantar que a resistência do ar depende da forma e da velocidade do corpo e sua expressão é dada por Fr = c · v 2 em que c é uma constante que depende da forma do corpo e da área da secção transversal do corpo e v é a velocidade instantânea do corpo. Isso significa que, para um corpo qualquer, quanto maior for a velocidade, maior será a resistência do ar. Evidentemente, a resistência do ar não cresce indefinidamente. Seu crescimento só ocorre enquanto é menor que a força peso para o corpo. Isso porque a força de resistência é proporcional ao quadrado da velocidade. No momento em que seu valor se iguala ao valor da força peso, a aceleração passa a ser zero e a velocidade para de aumentar. Consequentemente, a força de resistência para de crescer e fica igual ao peso desse instante para frente. Nesse momento, o corpo atinge a sua velocidade limite. A partir daí, o movimento de queda torna-se uniforme, ou seja, o corpo cai com velocidade constante. Cálculo da velocidade limite: � �� P F m g c v v m g c v m g cr L � � � � � � � � � � �2 2 em que: m → massa do corpo; g → aceleração da gravidade local; c → coeficiente de atrito com o ar. 14. Movimento circular É aquele em que o corpo se desloca segundo uma trajetória circular. Faremos um estudo do movimento muito próximo ao que já foi abordado nos outros módulos. Entretanto, vamos nos preocupar mais com grandezas angulares em vez de lineares. Por exemplo, além de verificar a distância percorrida, precisaremos medir o ângulo varrido pelo móvel. 14.1 Fase e deslocamento angular Unidade no SI: radianos; abreviação: rad Outra unidade comum: grau (°) Considere que, no instante t0 = 0, uma partícula se encontra no ponto PI de uma circunferência e que, em um instante posterior t, essa partícula se encontra em um ponto Pf. O deslocamento angular (Δϕ) sofrido por essa partícula é a diferença entre os ângulos (ou fases) formados com um eixo. Normalmente, utilizamos como eixo de referência uma reta horizontal que possui origem coincidente com o centro da circunferência e positivo para a direita. Atenção: Definir origem e referencial continua sendo essencial. A origem é dada por um eixo arbitrário (como dito acima). O referencial, no caso de movimentos circulares, é positivo de acordo com o sentido do movimento: horário ou anti-horário. P1 P1 Δϕ Δϕ = ϕ2– ϕ1 ϕ2 ϕ1 A unidade mais usual de ângulo é o radiano. Para determinar o ângulo nessa unidade, basta calcular a razão entre o arco percorrido e o raio. Por definição, um radiano é o ângulo descrito quando o comprimento do arco é igual ao raio. Portanto, se considerarmos uma volta, teremos que arco = 2πR → ângulo = 2 R R π =2π rad → 2π rad = 360° → π rad = 180°. 14.2 Velocidade angular Unidade no SI: radiano por segundo; abreviação: rad/s. Outras unidades comuns: grau/segundo. Definimos a velocidade angular média (ωm) como a razão entre o deslocamento angular e o tempo gasto para tal deslocamento. P2 P1 Δϕ Δt ω ϕ m t = ∆ ∆ Convém ressaltar que a velocidade angular não depende do raio do círculo e que esse valor obtido nos fornece uma média de deslocamento angular por unidade de tempo. Analogamente ao que foi dito na cinemática escalar, existe diferença entre velocidade angular média e velocidade angular instantânea. A velocidade angular instantânea é dada pela velocidade angular média para um intervalo de tempo tendendo a zero. ω ϕ ϕ i t t d dt = = → lim 0 ∆ ∆ ∆ 14.3 Aceleração angular Unidade no SI: radiano por segundo ao quadrado; abreviação: rad/s2. A aceleração angular média indica o quão rápido a velocidade angular sofre variações. Seu módulo é dado por: α ω m t = ∆ ∆ FÍSICA I Assunto 1 338 IME-ITA – Vol. 1 Analogamente ao que foi dito na cinemática escalar, existe diferença entre aceleração angular média e aceleração angular instantânea. A aceleração angular instantânea é dada pela aceleração angular média para um intervalo de tempo tendendo a zero. α ω ω i t t d dt = = → lim 0 ∆ ∆∆ 14.4 Relação entre a cinemática angular e a escalar Para mostrar a relação direta entre a velocidade angular média (ωm) e a velocidade escalar média (vm), vamos partir da definição de radiano. arco percorrido S Rraio ∆ϕ ∆ → ∆S = ∆ϕ · R== Diferenciando em relação ao tempo, temos que: d dt S dt dt R ds dt R d dt V R( ) ()= ⋅ → = ⋅ → =∆ ∆ϕ ϕ ω Diferenciando em relação ao tempo mais uma vez, temos que: d dt v d dt R dv dt R d dt a R( ) ( )� � � � � �� � � 14.5 Tipos de movimento circular Os movimentos circulares normalmente seguem um padrão. Ou são movimentos circulares uniformes (MCU), ou são movimentos circulares uniformemente variados (MCUV). No primeiro caso, a velocidade angular é constante e, consequentemente, sua aceleração angular é nula. A função horária no MCU nasce da mesma ideia do MRU. s = so + vt v = cte a = 0 ⇒ dividindo-se cada função horária por R, obtemos as equações do MRU ⇒ ϕ = ϕo + ω t ω = cte α = o No movimento circular uniformemente variado (MCUV), a aceleração angular é constante e não nula. Nesse caso, a velocidade angular sofre alterações iguais para o mesmo intervalo de tempo. Suas funções horárias podem ser determinadas a partir das equações de MUV: s s v t at v v at a cte o o o � � � � � � � 1 2 2 ⇒ dividindo-se cada função horária por R, obtemos as equações do MRU ⇒ � � � � � � � � � � � � � � o o t t t cte 0 21 2 . v2 = v2o + 2 aΔS ⇒ dividindo-se cada função horária por R2, obtemos as equações de Torricelli do MRU ⇒ ω2 = ω2o + 2 αΔϕ O comportamento gráfico do MCU é análogo ao comportamento do MRU, enquanto os gráficos do MCUV são análogos ao do MRUV. Ex.: (UFU) Em uma pista circular de um velódromo, dois ciclistas cor rem em sentidos opostos. O cicl ista A par te com uma velocidade angular constante de 0,50π rad/s e o cilclista B, com 1,5 π rad/s, 2,0 segundos após. Eles vão se encontrar pela primeira vez: ponto de partida A B R Q P (A) no ponto P. (B) entre P e Q. (C) no ponto Q. (D) entre Q e R. (E) no ponto R. Solução: Letra D. Adotaremos um sistema de referência com origem no ponto de partida e positivo no sentido anti-horário. O enunciado diz que os ciclistas mantêm a velocidade constante. Temos, portanto, um MCU. Escrevendo as equações horárias, a partir do movimento de B, teremos: ϕA = 0 + 0,5 · π · (t + 2) ϕB = 0 – 1,5 · π · t No encontro, a soma dos módulos dos deslocamentos angulares tem que ser igual a 2π (uma volta completa). Importante: Note que há uma diferença relevante aqui. Em MRU ou MRUV, o encontro acontecia quando as posições eram iguais. Aqui, é importante contar o número de voltas. Isso significa que eles se encontraram 0,5 segundo após a saída de B. |ϕA|+|ϕB|= 2π → 0,5 · π · (t + 2) + 1,5 · π · t = 2 · π → 0,5 · t + 1 + 1,5t = 2 → 2t = 1 → t = ½ s. Substituindo em qualquer equação, descobriremos o ponto de encontro. ϕA = 0,5 · π · (0,5 + 2) = 1,25 π, ou seja, entre os pontos Q e R. Obs.: Igualamos a soma dos módulos dos deslocamentos angulares a 2π, pois queremos o primeiro encontro. Se esse movimento continuasse infinito, encontros ocorreriam e poderíamos escrever de uma maneira genérica: |ϕA|+|ϕB|= 2 · k · π Em que k representa o número de vezes do encontro. 14.6 Período e frequência Período (T) é o tempo gasto para que o corpo execute um ciclo. No SI, a unidade de período é o segundo (s). FÍSICA I Assunto 1 Cinemática escalar 339IME-ITA – Vol. 1 Frequência (f) é o número de ciclos dados em uma unidade de tempo. No SI, a unidade é o Hertz (Hz) = (ciclos/s). Contudo, existe uma unidade ainda muito utilizada denominada rpm (rotações por minuto). Sua relação com o Hertz é 1 Hz = 60 rpm. A partir das definições apresentadas, podemos escrever que: Pela definiçao 1volta segundos voltas segundo → → T f 1 Então: f.T T f = =1 ou 1 A velocidade angular no MCU para k voltas pode ser escrita como: � � � � �� � � � � � � k k T T f 2 2 2 14.7 Transmissão de movimento Pode ser feita basicamente de duas maneiras: transmitindo velocidade angular (fazendo com que discos, rodas, polias ou engrenagens possuam seus eixos interligados) ou transmitindo velocidade linear (interligando os corpos por meio de uma correia ou corrente, ou fazendo com que os corpos se toquem.). Na transmissão de velocidade angular, os eixos dos discos são dispostos coaxialmente. Dessa maneira, quando um executar k voltas, o outro também terá executado k voltas. ω1 ω2 R1 R1 Como a rotação das polias é igual à do eixo: 1 2 1 2 1 1 2 2 = = = T T V R V R ω ω Na transmissão de velocidade linear, os discos são interligados, de modo que quando um deles tem um deslocamento escalar, o outro disco tenha o mesmo deslocamento. A A B B vA vA RB RB RA RA vB vB ϖB ϖB ϖA ϖA Daí, a velocidade de todos os pontos da correia vai ser a mesma, assim como os “dentes” das polias. Portanto: v v R R f R f R R T R T A B A A B B A A B B A A B B � � � � � � � �� � � � � � � Uma consequência imediata é que quanto maior o raio do disco, menor será sua velocidade angular. Ex.: (UNICAMP-2005) Em 1885, Michaux lançou o biciclo com uma roda dianteira diretamente acionada por pedais (fig. A). Por meio do emprego da roda dentada, que já tinha sido concebida por Leonardo da Vinci, obteve-se melhor aproveitamento da força nos pedais (fig. B). Considere que um ciclista consiga pedalar 40 voltas por minuto em ambas as bicicletas. Dado: π 3. 10 cm 30 cm 25 cm figura A figura B a. Qual a velocidade de translação do biciclo de Michaux para um diâmetro da roda de 1,20 m? b. Qual a velocidade de translação para a bicicleta padrão aro 60 (fig. B)? Solução: a. No biciclo de Michaux, a frequência imposta é exatamente a frequência de movimento. Assim: v = 2 · π ƒ · R ≅ 2 · 3 · 40 60 · 0,6 ≅ 2,4 m/s. b. Na bicicleta, temos que a velocidade linear (escalar) da coroa dentada é a mesma do pinhão. vcoroa = vpinhão → 2 · π ƒc · dc 2 = ωp · dp 2 → 2 · 3 · 40 60 · 25 = � �p � � � 20 2 10 rad/s. A velocidade angular do pinhão é a mesma velocidade angular da roda: ωpinhão = ωroda → 10= v R roda → vroda = 10 · 0,3 → vroda = 3 m/s. Ex.: (UFRJ-1998) O olho humano retém durante 1/24 de segundo as imagens que se formam na retina. Essa memória visual permitiu a invenção do cinema. A filmadora faz 24 fotografias (fotogramas) por segundo. Uma vez revelado, o filme é projetado à razão de 24 fotogramas por segundo. Assim, o fotograma seguinte é projetado no exato instante em que o fotograma anterior está desaparecendo de nossa memória visual, o que nos dá a sensação de continuidade. FÍSICA I Assunto 1 340 IME-ITA – Vol. 1 Filma-se um ventilador cujas pás estão girando no sentido horário. O ventilador tem quatro pás simetricamente dispostas, uma das quais pintada de cor diferente, como ilustra a figura. Ao projetarmos o filme, os fotogramas aparecem na tela na seguinte sequência, o que nos dá a sensação de que as pás estão girando no sentido anti-horário. Calcule quantas rotações por segundo, no mínimo, as pás devem estar efetuando para que isso ocorra. Solução: A ilusão de que as pás estão girando no sentido oposto ao real é devido ao fato de nosso cérebro interpretar que o movimento, de um fotograma para o outro, dá-se no sentido do menor deslocamento angular. O olho humano tira fotos da realidade de 1/24 a 1/24 segundo e “junta” as sucessivas imagens, sempre atribuindo o menor caminho a cada objeto. Entre dois fotogramas consecutivos, a pá destacada efetua, no mínimo, 3/4 de volta, em um intervalo de tempo de 1/24 s. Portanto, a frequência mínima de rotação é: ƒ = 3 4 1 24 3 4 24 1 18� � � Hz. 01 Um turista, passeando de bugre pelas areias de uma praia em Natal-RN, percorre uma trajetória triangular, que pode ser dividida em três trechos, conforme a figura abaixo. A B C Os trechos B e C têm o mesmo comprimento, mas as velocidades médias desenvolvidas nos trechos A, B e C foram, respectivamente, v, 2v e v. Quanto vale a velocidade escalar média desenvolvida pelo turista para percorrer toda a trajetória triangular? Solução: Seja L o lado de cada cateto. Assim: ΔSC = L; ΔSB = L. O espaço percorrido na hipotenusa é ΔSC, calculado pelo teorema de Pitágoras: � � � � SS S L L L S L A C B A � � � � � � � � � � � � � 2 2 2 2 2 22 2 . Então o espaço total percorrido é: � � � � �S S S S L L L S LA B C� � � � � � � � �� �2 2 2 . O tempo gasto no percurso é: � � � � � t t t t L v L v L v L L L v t L v A B C� � � � � � � � � � � �� � 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 . Calculando a velocidade média: v S t L L v v v m � � �� � �� � � �� � � � �� � � � � � � � � � 2 2 2 2 3 2 2 2 2 2 2 3 2 2 2 2 2 3 2 2 3 2 2 3 ��� � � �� � � � � �� � � � �� � � � � �� � v v v v v m m 4 3 2 4 2 6 2 8 9 2 2 4 1 4 2 2 . 02 Dois tratores, I e II, percorrem a mesma rodovia e suas posições variam com o tempo, conforme o gráfico a seguir: s(km) 300 270 60 0 3 I II t(h) Determine o instante do encontro desses veículos. Solução: Para um intervalo de tempo de 3 horas, o trator I se deslocou 60 km e o trator II se deslocou –30 km. Com isso, temos que vI = 20 km/h e vII = –10 km/h. Escrevendo as equações horárias para cada trator, temos: sI = 20t e sII = 300 – 10t No encontro sI = sI → 20t = 300 – 10t → t = 10h. 03 Duas partículas (P e Q) deslocam-se sobre o eixo x com as respectivas posições dadas por: P. x = 16 + 4bt2 Q. x = bct3, para x em metros, t em segundos e c = 1 s–1. Qual deve ser o valor de b para que uma partícula alcance a outra em 2 s e qual a velocidade da partícula P no ponto de encontro? FÍSICA I Assunto 1 Cinemática escalar 341IME-ITA – Vol. 1 Solução: No encontro xP = xQ. 16 + 4bt2 = bct3 16 + 4b(2)2 = b(1)(2)3 16 + 16b = 8b b = –2 m/s2. A velocidade de P é dada pela derivada na posição no instante t = 2 s. v dx dt d t dtp � � �� � � � � �� � � � 16 8 16 2 32 2 m/s. 04 Em relação a um referencial cartesiano OXY, uma partícula se move de acordo com as equações: x = 8t – 4t2 e y = 12t – 6t2 Determine a equação cartesiana da trajetória para essa partícula. Solução: Para determinar a equação da trajetória, precisamos colocar x em função de y. x = 4 (2t – t2) → (2t – t2) = x/4 y = 6 (2t – t2) → (2t – t2) = y/6 Logo, x y 4 6 = y = 1,5x. 05 Quatro cidades, A, B, C e D, são percorridas por um automóvel. M, N e P são, respectivamente, os pontos médios de AB, BC e CD. A velocidade escalar média do móvel vale 50 km/h entre A e B, 75 km/h entre B e C, 70 km/h entre C e D, 60 km/h entre M e C e 60 km/h entre A e D. Calcule a razão MN/NP: (A) 25/29. (B) 2/3. (C) 5/4. (D) 4/5. (E) 3/2. Solução: A M B N C P D Por conveniência, consideremos: distância de A até B = x distância de B até C = y distância de C até D = z Como t = Δs/v 1a equação: tx = x/50 2a equação: ty = y/75 3a equação: tz = z/70 4a equação: tMC = tx/2 + ty = (y + x/2)/60 5a equação: tAD = tx + ty + tz = (x + y + z)/60 Substituindo as equações 1, 2 e 3 nas equações 4 e 5: Na 4a equação obteremos x = 2y Na 5a equação obteremos z = 7/5y MN = x/2 + y/2 = (x + y)/2 NP = y/2 + z/2 = (z + y)/2 MN/NP = (x + y)/(z + y) MN/NP = (2y + y)/(7/5y + y) MN/NP = 3y/(12y/5) MN/NP = 15y/12y MN/NP = 5/4. 06 Uma partícula, a partir do repouso, descreve um movimento retilíneo uniformemente variado e, em 10 s, percorre metade do espaço total previsto. A segunda metade desse espaço será percorrida em, aproximadamente: (A) 2,0 s. (B) 4,0 s. (C) 5,8 s. (D) 10 s. (E) 14 s. Solução: O gráfico a seguir ilustra o movimento da partícula que parte do repouso e tem aceleração a: a · t 10a 10 t t(s) v(m/s) Nas condições do problema, a área do triângulo tem que ser igual à área do trapézio. 10 10 2 10 10 2 100 10 10 ��� � �� � �� � � � �� � �� � �a at a t a a t t t t2 100 100 200 14� � � � � s. Como a questão só pede o tempo na segunda metade, a resposta é, aproximadamente, 4 s. 07 Duas partículas, A e B, desenvolvem movimentos sobre uma mesma trajetória, cujos gráficos horários são dados por: 28 14 0 4 7 t(s) A B 8 s(m) 32 Qual a velocidade da partícula B, em m/s, no primeiro encontro entre A e B? FÍSICA I Assunto 1 342 IME-ITA – Vol. 1 Solução: Nitidamente, a partícula A executa um movimento uniforme e a partícula B executa um movimento uniformemente variado. Escrevendo suas equações horárias: v S tA A� � � � � � � 14 28 4 2 28 2m s/ S v t at S v t at v a v a v B B � � � � � � � � � � � � � � � � 0 2 2 32 4 4 2 32 4 8 0 2 0 2 0 2 0 � � � � � � 00 0 2 0 2 0 0 2 8 2 14 7 7 2 28 14 49 2 7 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � a S v t at v a v a v aB �� 4 a = – 4 m/s2 e v0 = 16 m/s → SB = 16 · t – 2t 2 No encontro SA = SB → 28 – 2t = 16t – 2t 2 → 2t2 – 18t + 28 = 0 → t2 – 9t + 14 = 0 → t = 2 s ou t = 7 s. Calculando VB em: t = 2 s → v ds dt d dt tB � � �� � � � � � � � � �m 16 2 16 4 16 4 2 8 2t �t /s. 08 Um corpo cai em queda livre, de uma altura tal que, durante o último segundo de queda, ele percorre 1/4 da altura total. Calcule o tempo de queda supondo nula a velocidade inicial do corpo. (A) t � � 1 2 3 s. (D) t � � 4 2 3 s. (B) t � � 2 2 3 s. (E) t � � 2 2 3 s. (C) t � � 3 2 3 s. Solução: Observe a ilustração: t = 0 (t – 1) t H 3H Em todo o percurso, ele percorrerá 4 2 2 H gt = . Na primeira parte do percurso, ele percorrerá 3 1 2 2 H g t � �( ) Dividindo as equações: 4 3 1 4 1 3 4 1 3 2 1 3 2 2 2 2 2 2� � � � � � � � � � � t t t t t t t t ( ) ( ) ( ) ( ) 2 2 3 2 3 2 2 2 3 t t t t� � � � � � � � � ( ) . 09 À borda de um precipício de certo planeta, no qual se pode desprezar a resistência do ar, um astronauta mede o tempo t1 que uma pedra leva para atingir o solo, após cair de uma de altura H. A seguir, ele mede o tempo t2 que uma pedra também leva para atingir o solo, após ser lançada para cima até uma altura h, como mostra a figura. Assinale a expressão que dá a altura H: h H (A) H t t h t t � �� � ( ) .1 2 2 2 2 2 1 2 22 (D) H t t h t t � �� � 4 1 2 2 2 1 2 . (B) H t t h t t � �� � ( ) .1 2 2 2 1 24 (E) H t t h t t � �� � 4 1 2 2 2 2 2 1 2 2 . (C) H t t h t t � �� � 2 1 2 2 2 2 2 1 2 2 . Solução: Vamos dividir nosso problema em partes. Queda livre: H g t g H t � � � �1 2 1 22 2 Lançamento para cima (só a subida): v2 = v 2 0 + 2aΔS Na altura máxima, v = 0. Considerando o referencial no ponto de lançamento e adotando para cima positivo, teremos: 0 2 22 0 2 0� � � � � � �v g gh( ) v .h Queda da altura H na descida. Considerando o referencial no ponto de lançamento e adotando para baixo positivo, teremos: �S v t a t H t gh g t o� � � � � � � � � �2 2 2 2 2 2 2 Substituindo H t h H t t H t H t t Hh t t t t t � � � � � � � � � � � � � � � � � 2 1 2 2 1 2 2 2 1 2 2 1 2 2 1 2 1 2 2 2 2 1 2 22 2 1 1 2 2 2 1 2 2 2 2 2 4 � � � � � �� � � t h t H H t t t t h H t h H t t H t H t t Hh t t t t t � � � � � � � � � � � � � � � � � 2 1 2 2 1 2 2 2 1 2 2 1 2 2 1 2 1 2 2 2 2 1 2 22 2 1 1 2 2 2 1 2 2 2 2 2 4 � � � � � �� � � t h t H H t t t t h. 10 No arranjo mostrado a seguir, do ponto A largamos com velocidade nula duas pequenas bolas que se moverão sob a influência da gravidade em um plano vertical, sem rolamento nem atrito, uma pelo trecho ABC e outra pelo trecho ADC. As partes AD e BC dos trechos são paralelas e as partes AB e DC também. Os vértices B de ABC e D de ADC são suavemente arredondados para que cada bola não sofra uma mudança brusca na sua trajetória. Pode-se afirmar que: FÍSICA I Assunto 1 Cinemática escalar 343IME-ITA – Vol. 1 A B CD (A) a bola que se move pelo trecho ABC chega ao ponto C primeiro. (B) a bola que se move pelo trecho ADC chega ao ponto C primeiro. (C) as duas bolas chegam juntas ao ponto C. (D) a bola de maior massa chega primeiro (e se tiverem a mesma massa, chegam juntas). (E) é necessário saber as massas das bolas e os ângulos relativos à vertical de cada parte dos trechos para responder. Solução: Letra B. Como o enunciado fala que AD é paralela a BC e AB é paralela a DC, consideraremosos movimentos como MRUV. Nesse caso, a velocidade média entre dois pontos é a média aritmética da velocidade entre esses dois pontos. Portanto: V V V V V V V V V V V V V V V V AD A D AD D AB A B AB B DC C D BC B C � � � � � � � � � � � � 2 2 2 2 2 2 Já que VD > VB temos que VAD é maior que VAB e VDC é maior que VBC. Portanto, no trajeto ADC a velocidade escalar média é maior que no trajeto ABC e, como a distância total percorrida é a mesma, concluímos que o tempo gasto no trajeto ADC é menor. 11 Uma pessoa brincando em uma roda-gigante, ao passar pelo ponto mais alto, arremessa uma pequena bola (figura 1), de forma que esta descreve, em relação ao solo, a trajetória de um lançamento vertical para cima. figura 1 figura 2 A velocidade de lançamento da bola na direção vertical tem o mesmo módulo de velocidade escalar (v) da roda gigante, que executa um movimento circular uniforme. Despreze a resistência do ar, considere a aceleração da gravidade igual a g e π = 3. Se a pessoa consegue pegar a bola no ponto mais próximo do solo (figura 2), o período de rotação da roda-gigante pode ser igual a: (A) . (B) . v g v g v g 10 7 20 3 . (C) (D) 12 v g . Solução: Letra C. O y 2R R é o raio da roda-gigante situação inicial situação inicial v v v 0 0 02 − O intervalo de tempo entre o começo e o fim é T/2. h h v t gt R v T g T g T v T R� � � � � � � � � � � � � � � � � � � �0 0 2 2 2 2 0 2 2 2 2 8 2 2 0 Porém v R T R v T = ⋅ ⋅ → = ⋅2 6 π . Substituindo, teremos: g T v T v T g T v T v T T v g � � � � � � � � � � � � � � � � 2 2 8 2 2 6 0 3 12 8 0 20 3 . 01 (EsPCEx) Em uma mesma pista, duas partículas, A e B, iniciam seus movimentos no mesmo instante com as suas posições medidas a partir da mesma origem dos espaços. As funções horárias das posições de A e B, para S, em metros, e t, em segundos, são dadas, respectivamente, por SA = 40 + 0,2t e SB = 10 + 0,6t. Quando a partícula B alcançar a partícula A, elas estarão na posição: (A) 55 m. (B) 65 m. (C) 75 m. (D) 105 m. (E) 125 m. 02 (EsPCEx) Um automóvel, desenvolvendo uma velocidade constante de 60 km/h, faz, diariamente, uma viagem entre duas cidades vizinhas em um tempo habitual T. Se ele fizesse essa viagem com uma velocidade, também constante, de 90 km/h, o tempo de duração habitual seria 10 minutos menor. Podemos dizer que o valor de T, em minutos, é: (A) 60. (B) 50. (C) 40. (D) 30. (E) 20. FÍSICA I Assunto 1 344 IME-ITA – Vol. 1 03 (AFA) Os gráficos a seguir referem-se a movimentos unidimensionais de um corpo em três situações diversas, representando a posição como função do tempo. a 2 a 0 3 b b t x 2 a 2 a x 0 b b t x a 2 a 0 3 2b b t Nas três situações, são iguais as velocidades: (A) iniciais. (B) finais (C) instantâneas. (D) médias 04 (Helou) Um móvel tem sua velocidade escalar instantânea (v) variando com o tempo (t), conforme a função v = t2 – 4t (SI). Calcule sua aceleração escalar média entre os instantes: a. 0 s e 4 s. b. 1 s e 5 s. 05 (AFA) Uma pessoa está observando uma corrida a 170 m do ponto de largada. Em dado instante, dispara-se a pistola que dá início à competição. Sabe-se que o tempo de reação de um determinado corredor é 0,2 s, sua velocidade é 7,2 km/h e a velocidade do som no ar é 340 m/s. A distância desse atleta em relação à linha de largada, quando o som do disparo chegar ao ouvido do espectador, é: (A) 0,5 m. (B) 0,6 m. (C) 0,7 m. (D) 0,8 m. 06 (AFA) Sabendo-se que a função horária de uma par tícula é S = –t2 + 16t – 24, o gráfico que representa a função V = f(t) será: (A) V(m/s) t(s) –24 0 (B) V(m/s) t(s) 16 0 8 (C) V(m/s) t(s)0 –24 (D) V(m/s) t(s) 18 16 4 07 (AFA) A figura abaixo apresenta o gráfico posição × tempo para um móvel em movimento retilíneo. tA t sA s tB sB tC sC A B C parábola É correto afirmar que: (A) a velocidade no instante tAé menor que a velocidade no instante tB. (B) para tC, a aceleração do móvel é nula. (C) para tA < t < tC, o movimento é acelerado. (D) para tB < t < tC, a velocidade do móvel decresce de maneira uniforme. 08 (AFA) Um vagão movimenta-se sobre trilhos retos e horizontais obedecendo à equação horária S = 20t – 5t2 (SI). Um fio ideal tem uma de suas extremidades presa ao teto do vagão e, na outra, existe uma esfera formando um pêndulo. As figuras que melhor representam as configurações do sistema vagão-pêndulo de velocidade v e aceleração a, nos instantes 1 s, 2 s e 3 s, são, respectivamente: (A) Vα VαV = 0α (B) VαV = 0αVα FÍSICA I Assunto 1 Cinemática escalar 345IME-ITA – Vol. 1 (C) V αVα Vα (D) Vα V α Vα 09 (EFOMM) No sistema de transmissão de movimento da figura abaixo, a polia motora A tem 500 mm de diâmetro e gira a 120 rpm. As polias intermediárias B e C, solidárias entre si (soldadas uma na outra), têm, respectivamente, 1.000 mm e 200 mm. A rotação da polia D, de diâmetro 400 mm, é de: A C B D (A) 120 rpm. (B) 80 rpm. (C) 60 rpm. (D) 30 rpm. (E) 20 rpm. 10 (AFA) Duas partículas, A e B, desenvolvem movimentos sobre uma mesma trajetória, cujos gráficos horários são dados por: t(s) A B32 28 14 0 4 7 8 s(m) No instante em que A e B se encontram, os módulos das velocidades de A e de B valem, respectivamente: (A) 2 e 12. (B) 2 e 16. (C) 2,57 e 12. (D) 2,57 e 16 11 (EsPCEx) O gráfico a seguir descreve a velocidade V, em função do tempo t, de um móvel que parte da posição inicial 10 m de sua trajetória. A função horária da sua posição, em que o tempo t e a posição S são dados, respectivamente, em segundos e em metros, é: 15 0 5 v(m/s) t(s) (A) S = 10 – 15t + 3t2/2. (B) S = 15 + 10t – 5t2/2. (C) S = 10 + 15t – 3t2/2. (D) S = 15 – 10t + 5t2/2. (E) S = 10 + 15t – 5t2/2. 12 (IME) O gráfico a seguir apresenta a velocidade de um objeto em função do tempo. A aceleração média do objeto no intervalo de tempo 0 a 4t é: velocidade tempot 2t 3t 4t v –v (A) . v t (B) 3 . 4 v t (C) . 4 v t (D) − . 4 v t (E) − 3 . 4 v t 13 A função horária da posição de um móvel é dada pela seguinte equação: = − + −3 2 2 7 20 6, 3 S t t t em que S e t estão nas unidades do SI. Responda às seguintes perguntas: a. Qual a velocidade média entre os instantes 1 e 4 segundos? b. Em que instantes o corpo inverte o sentido de movimento? c. Qual a distância total percorrida pelo corpo entre os instantes 0 e 6 segundos? d. Para que intervalos de tempo o movimento do corpo é acelerado? e. Para que intervalos de tempo o movimento do corpo é retrógrado? 14 Um corpo, ao ser lançado para cima com certa velocidade, atinge o solo após um tempo t1. Ao ser lançado para baixo com a mesma velocidade, atinge o solo após um tempo t2. Quanto tempo levaria para atingir o solo caso fosse abandonado do mesmo ponto? FÍSICA I Assunto 1 346 IME-ITA – Vol. 1 15 (AFA) Certa mãe, ao administrar um medicamento para o seu filho, utiliza um conta-gotas pingando em intervalos de tempo iguais. A figura a seguir mostra a situação no instante em que uma das gotas está se soltando. Y X Considerando que cada pingo “abandone” o conta-gotas com velocidade nula e desprezando a resistência do ar, pode-se afirmar que a razão , X Y entre as distâncias X e Y, mostradas na figura, vale: (A) 2. (B) 1. 2 (C) 1. 4 (D) 4. 01 (AFA) Dois automóveis, A e B, encontram-se estacionados paralelamente ao marco zero de uma estrada. Em dado instante, o automóvel A parte, movimentando-se com velocidade escalar constante vA = 80 km/h. Depois de certo intervalo de tempo, Δt, o automóvel B parte no encalço de A com velocidade escalar constante vB = 100 km/h. Após 2 h de viagem, o motorista de A verifica que B se encontra 10 km atrás e conclui que o intervalo Δt, em que o motorista B ainda permaneceu estacionado, em horas, é igual a: (A) 0,25. (B) 0,50. (C) 1,00. (D) 4,00. 02 Uma partícula desloca-se do ponto A até o pontoB. BA Na primeira terça parte do percurso, sua velocidade escalar média vale v1; na segunda terça parte, vale v2, e na terceira, v3. Determine a velocidade escalar média no percurso total de A até B. 03 (Young e Freedman) Dois carros, A e B, deslocam-se ao longo de uma linha reta. A distância de A ao ponto inicial é dada em função do tempo por xA(t) = αt + βt 2, com α = 2,60 m/s e β = 1,2 m/s2. A distância de B ao ponto inicial é dada em função do tempo por xB(t) = γt 2 – δt3, em que γ = 2,80 m/s2 e δ = 0,20 m/s3. a. Qual carro está na frente assim que eles saem do ponto inicial? b. Em que instante(s) os carros estão no mesmo ponto? c. Em que instante(s) a distância entre os carros A e B não aumenta nem diminui? d. Em que instante(s) os carros A e B têm a mesma aceleração? 04 (PUC-PR) Um automóvel parte do repouso em uma via plana, na qual desenvolve movimento retilíneo uniformemente variado. Ao se deslocar 4,0 m a partir do ponto de repouso, ele passa por uma placa sinalizadora de trânsito e, 4,0 s depois, passa por outra placa sinalizadora 12 m adiante. Qual a aceleração desenvolvida pelo automóvel? 05 (UFPR) Um ciclista movimenta-se com sua bicicleta em linha reta a uma velocidade constante de 18 km/h. O pneu, devidamente montado na roda, possui diâmetro igual a 70 cm. No centro da roda traseira, presa ao eixo, há uma roda dentada de diâmetro 7,0 cm. Junto ao pedal e presa ao seu eixo há outra roda dentada, de diâmetro 20 cm. As duas rodas dentadas estão unidas por uma corrente, conforme mostra a figura. Não há deslizamento entre a corrente e as rodas dentadas. Supondo que o ciclista imprima aos pedais um movimento circular uniforme, assinale a alternativa correta para o número de voltas por minuto que ele impõe aos pedais durante esse movimento. Nessa questão, considere π = 3. (A) 0,25 rpm. (B) 2,50 rpm. (C) 5,00 rpm. (D) 25,0 rpm. (E) 50,0 rpm. 06 O movimento unidimensional de uma partícula está plotado na figura abaixo. vx m/s t, s 15 10 10 5 0 –5 –10 –15 A C EB D 2 4 86 a. Qual é a aceleração média em cada um dos intervalos, AB, BC e CE? b. A que distância a partícula está de seu ponto de partida após 10 s? c. Esboce o deslocamento da partícula como função do tempo; assinale os instantes A, B, C, D e E em seu gráfico. d. Quando a partícula está se deslocando o mais vagarosamente? 07 Um carro percorre uma linha reta com movimento uniformemente acelerado. Nos instantes t1e t2, suas posições são x1e x2, respectivamente. Sabendo que a posição inicial do carro é a origem do sistema adotado, determine o valor da aceleração do veículo. FÍSICA I Assunto 1 Cinemática escalar 347IME-ITA – Vol. 1 08 Duas partículas, A e B, percorrem uma mesma circunferência com movimentos uniformes e períodos respectivamente iguais a T e nT, sendo n um número inteiro positivo. No instante t = 0, as partículas ocupam uma mesma posição PO. Sabendo-se que as partículas caminham no mesmo sentido, o valor de n para que as partículas só se encontrem na mesma posição PO é: (A) 2. (B) 3. (C) 4. (D) 5. (E) n.r.a. 09 O trajeto de um móvel é dividido em n trechos iguais. No primeiro, o móvel tem velocidade média V1, no segundo, V2, e assim por diante até que o último tem velocidade média Vn. Prove que a velocidade média do móvel no percurso total é a média harmônica das velocidades médias em cada trecho. Obs.: Média harmônica de n números é o inverso da média aritmética dos inversos dos mesmos n números. 10 (ITA) Para multar motoristas com velocidades superiores a 90 km/h, um guarda rodoviário, munido de binóculo e cronômetro, aciona o cronômetro quando avista o automóvel passando pelo marco A e faz a leitura no cronômetro quando vê o veículo passar pelo marco B, situado a 1.500 m de A. Um motorista passa por A a 144 km/h e mantém essa velocidade durante 10 segundos, quando percebe a presença do guarda. Que velocidade média deverá manter em seguida, para não ser multado? 11 (ITA) Dois automóveis partem ao mesmo tempo de um mesmo ponto e no mesmo sentido. A velocidade do primeiro automóvel é de 50 km/h, e a do segundo automóvel é de 40 km/h. Depois de meia hora, do mesmo ponto e no mesmo sentido, parte um terceiro automóvel que alcança o primeiro 1,5 h mais tarde que o segundo. Determine a velocidade do terceiro automóvel. 12 A figura representa dois discos de papelão fixados a um mesmo eixo, que roda com frequência igual a 50 Hz. Os discos foram fixados em locais do eixo que distam 2 m um do outro. Um projétil é disparado paralelamente a esse eixo, movendo-se em movimento retilíneo e uniforme, perfurando os discos. O ângulo entre o plano que contém o eixo e o furo no primeiro disco e o plano que contém o eixo e o furo no segundo disco é igual a 45°. Determine a velocidade do projétil, sabendo que, entre as duas perfurações, os discos completaram duas voltas. 13 (PUC-SP) Um veículo percorre a distância entre duas cidades de tal forma que, quando percorre a primeira metade desse trajeto com velocidade constante e igual a 15 m/s, gasta 2 h a mais do que quando o percorre também com velocidade constante e igual a 25 m/s. A segunda metade desse trajeto é sempre percorrida com velocidade constante e igual à média aritmética das duas velocidades anteriores. Nessas condições, quando o veículo percorrer a primeira metade do trajeto com velocidade constante de 25 m/s, a velocidade média, em km/h, ao longo de todo o trajeto, a distância, em km, entre as cidades e o tempo gasto, em h, na primeira metade do trajeto quando a velocidade vale 15 m/s valem, respectivamente: (A) 40, 270 e 2,5. (B) 40, 270 e 4,5. (C) 80, 270 e 5,0. (D) 80, 540 e 3,0. 14 (ITA – adaptada) Considere dois carros que estejam participando de uma corrida. O carro A consegue realizar cada volta em 80 s, enquanto o carro B é 5,0% mais lento no tempo de uma volta. O carro A é forçado a uma parada nos boxes ao completar a volta de número 6. Incluindo aceleração, desaceleração e reparos, o carro A perde 135 s. Qual deve ser o número mínimo de voltas completas da corrida para que o carro A possa vencer? (A) 28. (B) 33. (C) 34. (D) 27. (E) n.r.a. 15 Considere que, em um tiro de revólver, a bala percorre trajetória retilínea com velocidade V constante, desde o ponto inicial P até o alvo Q. QM1P M2 90°v O aparelho M1 registra simultaneamente o sinal sonoro do disparo e o do impacto da bala no alvo, o mesmo ocorrendo com o aparelho M2. Sendo Vs a velocidade do som no ar, a razão entre as respectivas distâncias dos aparelhos M1 e M2 em relação ao alvo Q é: (A) Vs (V – Vs) / (V 2 – Vs 2). (B) Vs (Vs – V) / (V 2 – Vs 2). (C) V (V – Vs) / (Vs 2 – V2). (D) Vs (V + Vs) / (V 2 – Vs 2). (E) Vs (V – Vs) / (V 2 + Vs 2). 16 Dois trens estão a uma distância de 200 km e aproximam-se um do outro com uma velocidade de 50 km/h cada um. Uma mosca voa constantemente entre as locomotivas dos dois trens, de um para-choque ao outro, com uma velocidade de 75 km/h, até o instante em que os trens se chocam e a mosca morre esmagada. Qual foi a distância total percorrida pela mosca? 17 A maior aceleração (ou desaceleração) tolerável pelos passageiros de um trem urbano é de 2 m/s2. Sabe-se que a distância entre duas estações consecutivas é de 800 m e que o trem para em todas as estações. FÍSICA I Assunto 1 348 IME-ITA – Vol. 1 Sugestão: Resolva essa questão utilizando o gráfico da velocidade escalar em função do tempo. Determine: a. a máxima velocidade que o trem pode atingir no percurso de uma estação a outra. b. o tempo mínimo para o trem ir de uma estação a outra consecutiva. 18 (ITA) Os espaços de um móvel variam com o tempo, conforme o gráfico a seguir, que é um arco de parábola cujo vértice está localizado no eixo e: t(s) e(m) 57 48 0 1 2 Determine: a. o espaço em t = 0. b. a aceleração escalar. c. a velocidade em t = 3 s. 19 (ITA) Um móvel parte da origem do eixo x com velocidade constante igual a 3 m/s.No instante t = 6 s, o móvel sofre uma aceleração g = –4 m/s2. A equação horária a partir do instante t = 6 s será: (A) x = 3t – 2t2. (B) x = 18 + 3t – 2t2. (C) x = 18 – 2t2. (D) x = –72 + 27t – 2t2. (E) x = 27t – 2t2. 20 (ITA) De uma estação parte um trem, A, com velocidade constante VA = 80 km/h. Depois de certo tempo, parte dessa mesma estação um outro trem, B, com velocidade constante VB = 100 km/h. Depois de um tempo de percurso, o maquinista de B verifica que seu trem encontra-se a 3 km de A. A partir desse instante, ele aciona os freios indefinidamente, comunicando ao trem uma aceleração a = –50 km/h2. O trem A continua no seu movimento anterior. Nessas condições: (A) não houve encontro dos trens. (B) depois de 2 horas, o trem B para e a distância que o separa de A é de 64 km. (C) houve encontro dos trens depois de 12 minutos. (D) houve encontro dos trens depois de 36 minutos. (E) não houve encontro dos trens; eles continuam caminhando e a distância que os separa, agora, é de 2 km. 21 (ITA) Um automóvel a 90 km/h passa por um guarda em um local em que a velocidade máxima é de 60 km/h. O guarda começa a perseguir o infrator com sua moto mantendo aceleração constante até que atinge 108 km/h em 10 segundos e continua com essa velocidade até alcançá-lo. Qual a distância total percorrida pelo guarda? 22 (Irodov) Um automóvel, tendo velocidade inicial nula, desloca-se por um caminho reto. Inicialmente, ele trafega com aceleração constante w= 5 m/s2, logo depois com uma velocidade constante e, finalmente, reduz sua velocidade com a mesma aceleração w, parando. Durante os 25 segundos de movimento, sua velocidade média foi de 72 km/h. Durante quanto tempo o automóvel manteve sua velocidade constante? 23 Dois carros, A e B, movem-se no mesmo sentido com velocidades VA e VB, respectivamente. Quando o carro A está a uma distância d atrás de B, o motorista do carro A pisa no freio, o que causa uma desaceleração constante de módulo a. Qual a condição necessária para que não haja colisão entre A e B? 24 (IME) De dois pontos, A e B, situados sobre a mesma vertical, respectivamente a 45 m e 20 m do solo, deixam-se cair duas esferas, no mesmo instante. Uma prancha desloca-se no solo horizontalmente com movimento uniforme. Observa-se que as esferas atingem a prancha em pontos que distam 2 m. Nessas condições, supondo g = 10 m/s2 e desprezando a resistência do ar, qual a velocidade da prancha? 25 Na figura abaixo, é representada uma barra de comprimento L, unida a duas cordas acopladas nas polias 1 e 2. Determine, em função dos dados abaixo, o tempo gasto para que a barra esteja na horizontal, sabendo que a polia 1 gira no sentido horário e a polia 2 no anti-horário. Dado: ω1 – ω2 = ω. L ω1 RA RB ω2 q 26 Um engenheiro trabalha em uma fábrica que fica nos arredores da cidade. Diariamente, ao chegar à última estação ferroviária, um carro da fábrica transporta-o para o local de trabalho. Certa vez, o engenheiro chegou à estação uma hora antes do habitual, e, sem esperar o carro, foi a pé até o local de trabalho. No caminho, encontra-se com o carro e chega à fábrica 10 minutos antes do habitual. Quanto tempo caminhou o engenheiro antes de encontrar-se com o carro? 27 Dois trens partem simultaneamente de dois pontos, A e B, distantes 5.000 m um do outro. Os trens possuem velocidades constantes de 20 m/s e de sentidos contrários, sendo que o trem I dirige-se para B. Sabendo que os trens possuem comprimento de 100 m, determine quanto tempo um automóvel deve esperar em A, após o início do movimento dos trens, para que, deslocando-se a 40 m/s, demore 50 s entre iniciar a ultrapassagem sobre o trem I e terminar a ultrapassagem sobre o trem II. FÍSICA I Assunto 1 Cinemática escalar 349IME-ITA – Vol. 1 01 Um projétil, ao penetrar em um alvo com velocidade inicial u, perde u/n de sua velocidade ao percorrer uma distância a dentro dele. Que distância ele percorrerá a mais até parar? 02 (OBF) Dois aviões de combate, A e B, voam em trajetória retilínea e horizontal e estão alinhados. Estando distanciados 600 m um do outro, o que vem atrás inicia uma sequência de disparos contra o outro, à razão de 1 projétil a cada quarto de segundo. A velocidade dos projéteis, relativamente ao avião A, é constante e igual a 500 m/s e, como o tempo de seu percurso é muito curto, o efeito de queda do projétil pela gravidade é irrelevante na análise dessa situação. Considerando que o avião que vem por trás voa com uma velocidade de 100 m/s e que a velocidade do da frente é 120 m/s, determine: a. o tempo que o primeiro projétil disparado leva para atingir o avião que vai à frente. b. a distância entre dois projéteis lançados simultaneamente. c. o número de projéteis, por segundo, que atingem a aeronave da frente. 03 Três turistas que têm uma bicicleta devem chegar ao centro turístico no menor espaço de tempo (o tempo conta até que o último turista chegue ao centro). A bicicleta pode transportar apenas duas pessoas e, por isso, o terceiro turista deve iniciar o trajeto a pé. O primeiro turista, que nunca larga a bicicleta, leva o segundo turista até determinado ponto do caminho, de onde o segundo turista continua a andar a pé e o primeiro volta para transportar o terceiro. Encontre a velocidade média dos turistas, sabendo que a velocidade de quem está a pé é 4 km/h e de quem está na bicicleta é 20 km/h. 04 Em uma rodovia de mão dupla, um carro encontra-se 15 m atrás de um caminhão (distância entre os pontos médios), ambos trafegando a 80 km/h. O carro tem uma aceleração máxima de 3 m/s2. O motorista deseja ultrapassar o caminhão e voltar a sua pista 15 m adiante do caminhão. No momento em que começa a ultrapassagem, avista um ônibus que vem no sentido oposto, também a 80 km/h. A que distância mínima precisa estar do outro carro para que a ultrapassagem seja segura? 05 Dois carros estão em repouso em duas estradas perpendiculares. O primeiro está a uma distância l da interseção das duas estradas, e o segundo, a uma distância d do mesmo ponto. Os dois começam a se mover simultaneamente em direção à interseção, o primeiro com aceleração constante a e o segundo com aceleração constante b. Qual a menor distância que eles tiveram entre si durante seus movimentos? 06 (IME) Um elevador parte do repouso e sobe com aceleração constante igual a 2 m/s2 em relação a um observador fixo fora do elevador. Quando sua velocidade atinge o valor v = 6 m/s, uma pessoa que está dentro do elevador larga um pacote de uma altura h = 2,16 m, em relação ao piso do elevador. Considerando que o elevador continue em seu movimento acelerado ascendente, determine para o observador fixo e para o localizado no interior do elevador: Dado: g = 10 m/s2. a. o tempo de queda. b. a distância total percorrida pelo pacote até que encontre o piso do elevador. c. se o pacote entra em movimento descendente. 07 Uma pedra é abandonada do topo de um desfiladeiro e, após n segundos, outra pedra é lançada para baixo com velocidade v. A que distância do topo do desfiladeiro a segunda pedra ultrapassa a primeira? 08 (ITA) A partir do repouso, deixa-se cair uma pedra da borda no alto de um edifício. A figura seguinte mostra a disposição das janelas, com as pertinentes alturas h e distâncias L, que se repetem igualmente para as demais janelas, até o térreo. Se a pedra percorre a altura h da primeira janela em t segundos, quanto tempo levará para percorrer, em segundos, a mesma altura h da quarta janela? Despreze a resistência do ar. 1a janela 2a janela L L L h h 09 (UEG) Observe a figura: 60° Rn + 1 Rn En + 1 En s R1 E1 t Nessa figura, está representada uma máquina hipotética constituída de uma sequência infinita de engrenagens circulares, E1, E2, E3..., que tangenciam as retas s e t. Cada engrenagem En tangencia a próxima engrenagem En + 1. Para todo número natural n, Rn e ωn são, respectivamente, o raio e a velocidadeangular do circuito En. Considerando essas informações e que R1 = 0,1µ: a. determine Rn em função de n. b. mostre que ωn + 1 = 3ωn, para todo n. 10 (ITA) Um corpo, inicialmente em repouso, entra em movimento com aceleração escalar constante a, no instante t = 0. a. Mostre que as diferenças entre as distâncias percorridas em intervalos de tempos consecutivos e iguais a uma unidade de tempo são sempre as mesmas e têm o mesmo valor numérico de a. b. Determine a distância percorrida durante a n-ésima unidade de tempo. Verifique que ela é um múltiplo ímpar da distância percorrida na primeira unidade de tempo. Dinâmica em movimentos retilíneos FÍSICA I ASSUNTO 2 350 IME-ITA – Vol. 1 1. Introdução A Dinâmica é o ramo da mecânica que estuda a relação entre força e movimento. Logo, tem sua essência na preocupação em determinar as causas do movimento, sem deixar de lado, é claro, os conceitos de cinemática que estudamos na Apostila 1. Neste capítulo, estudaremos as leis de Newton aplicadas a referenciais inerciais e como podemos extendê-las a referenciais não inerciais. Ainda nos atendo apenas ao movimento retilíneo, além dos tipos mais comuns de forças, aprenderemos a resolver os mais diversos tipos de problemas que envolvem os conceitos estudados. 2. As leis de Newton A expressão “leis de Newton” se refere às três leis que conceituam e explicam os comportamentos dos corpos com relação a seu movimento. Ou seja, permitem, por si só, o entendimento do porquê um corpo pode passar a se mover a partir do repouso, do porquê um corpo pode chegar ao repouso depois de estar em movimento e do porquê um corpo pode alterar seu movimento. As três leis foram formuladas pelo físico inglês Isaac Newton e publicadas em seu livro Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, no século XVII. A interação entre dois corpos é ditada pelo conceito de força. Essas forças são definidas sob uma fundamentação vetorial, apesar de as estudarmos muitas vezes sob uma visão puramente escalar. Os seus enunciados estão explicitados a seguir: 2.1 Primeira lei de Newton “Todo corpo tende a continuar em seu estado de repouso ou movimento uniforme retilíneo, a não ser que uma força passe a atuar sobre ele, obrigando-o a alterar aquele estado.” F v� � �0 cte ou repouso Ou seja, se não há força resultante atuando sobre o corpo, este permanecerá no seu estado atual, caso seja de repouso ou de movimento retilíneo. Essa lei é conhecida como lei da inércia. Newton a apresentou para que se pudesse estabelecer um referencial para as duas próximas leis, já que esta lei postula que exista, no mínimo, um referencial, denominado inercial, no qual, quando a força resultante é nula, o corpo se move em MRU ou está em repouso. Assim, como as duas próximas leis decorrem dessa, as leis de Newton só têm validade em um referencial inercial, cuja definição decorre justamente dessa propriedade. Mais à frente promoveremos uma explicação mais exata sobre as diferenças entre um referencial inercial e um referencial não inercial. 2.2 Segunda lei de Newton “Uma partícula sob ação de uma força resultante adquirirá uma aceleração diretamente proporcional à força resultante, no mesmo sentido e direção, e inversamente proporcional à massa.” A princípio, essa lei, também denominada de princípio fundamental da dinâmica, afirma que a força resultante é a taxa de variação do momento linear ou quantidade de movimento (estudaremos mais a fundo sobre isso em outros capítulos) com o tempo. Dessa forma: F d p dt d mv dt = = ( ) Porém, já que, na maioria das vezes, trabalhamos com sistemas que possuem massa constante, a massa pode ser “retirada” dessa taxa, o que resulta em: F m dv dt = Como a aceleração é a derivada temporal da velocidade, temos: F ma = Essa é a expressão geralmente usada nos cálculos para solucionar os problemas. Vê-se que ela pressupõe que toda força é associada a uma aceleração. Sabe-se que, no Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de força é kg · m/s2, também chamada de N (newton), em homenagem a Isaac Newton. Logo, 1 N é a força resultante necessária a ser aplicada em um corpo de 1 kg para que adquira uma aceleração de 1 m/s2. 2.3 Terceira lei de Newton “A toda força de ação corresponde uma de reação, de mesmo módulo, mesma direção e em sentido contrário, aplicadas em corpos diferentes.” As forças de ação e reação não se equilibram, pois estão sempre aplicadas em corpos diferentes. Se o corpo A faz uma força no corpo B, o corpo B produzirá uma força sobre o corpo A de mesmo módulo e direção, porém em sentido contrário. É, então, conhecida como “lei da ação e reação”. 3. As forças mais comuns 3.1 Peso O peso é a força de atração gravitacional dada pela expressão: P m g �� � � � Na expressão, g é a aceleração da gravidade local. É exercido pelo centro da Terra, e tem sempre o sentido da aceleração gravitacional (veja que a aceleração associada ao peso é a gravidade, um exemplo do que foi dito em 1.2). A força gravitacional será estudada mais profundamente no capítulo Gravitação universal. Por enquanto, o conhecimento dela limita-se ao que foi escrito. 3.2 Normal É a força de contato entre superfícies. É sempre perpendicular às superfícies. N N FÍSICA I Assunto 2 Dinâmica em movimentos retilíneos 351IME-ITA – Vol. 1 A força normal é sempre exercida pela superfície sobre o corpo. Muitos confundem a força normal como a reação à força peso, o que está totalmente errado. A força normal e a força peso estão aplicadas no mesmo corpo, e, como foi visto, forças de ação e reação devem estar aplicadas em corpos diferentes. Logo, as forças normal e peso não constituem par ação-reação. A reação da força peso é aplicada pelo corpo no centro da Terra, e a reação à força normal é aplicada pelo corpo na superfície em que está apoiado. Obs.: Quando se mede o peso de um corpo em uma balança, a força que na verdade é medida é a normal! Logo, quando um problema pedir a medição da balança, nunca responda com o peso do corpo, mas sim com a intensidade da força normal que a balança fizer no corpo. 3.3 Tração É a força que atua em cabos, fios, elos etc. Atua sempre no sentido de puxar os corpos. T T T T T T T O único motivo pelo qual podemos considerar as trações constantes nos problemas em que o sistema está acelerado é o fato de que consideraremos, na maioria das vezes, os fios sem massa ou com massa desprezível (ideais). Dessa forma, pense em um elemento do fio de comprimento infinitesimal dl, que tenha massa dm, e esteja contido em um sistema acelerado. Suponhamos que atuem nele duas trações T1 e T2, de sentidos opostos. A força resultante do fio nesse elemento seria, então: Fres = dm · a = |T1 – T2 | Dessa forma, se dm = 0, temos que T1 – T2 = 0 → T1 = T2, o que mostra que a tração será constante ao longo do fio. 3.4 Atrito Força que surge entre dois corpos em contato, quando a superfície de um deles escorrega ou tende a escorregar em relação à superfície do outro. No primeiro caso, o atrito é denominado cinético. No segundo caso, o atrito é denominado estático. 3.4.1 Atrito estático A força de atrito estático surge quando as superfícies de corpos em repouso e em contato entre si possuem tendência de movimento relativo uma à outra, chegando à iminência de movimento. Nessa situação, a força de atrito é máxima, e é dada pela expressão: Fat NFat máxima = µeN em que: µe = coeficiente de atrito estático entre as superfícies. N = força de reação da superfície. Enquanto não se aplica no corpo uma força que supere a força de atrito estático máxima, o corpo permanece em repouso, e a força de atrito estático cresce linearmente, até chegar a seu limite, justamente a força de atrito estático máxima (iminência de movimento). Após isso, o atrito passa a ser cinético. 3.4.2 Atrito dinâmico (cinético) A força de atrito dinâmico, ou cinético, surge quando as superfícies dos corpos possuem movimento relativo(escorregamento) uma em relação à outra. A força de atrito dinâmico pode ser calculada pela expressão: N Fat Fatd = µdN em que: µd = coeficiente de atrito dinâmico entre as superfícies. N = força de reação da superfície. Suponha, então, um corpo de 3 kg apoiado em uma superfície áspera e horizontal, cujos μe = 0,5 e μd = 0,333. O corpo é submetido a uma força F, conforme mostra a figura abaixo: g F P �� N �� F at Sabemos, então, que o peso do corpo é dado por P = 3 · 10 = 30 N. Como a força resultante na vertical é nula, já que o corpo está em repouso, temos que a força normal é N = P = 30 N. Logo, temos que a Fate máxima = 0,5 · 30 = 15 N. Suponhamos que F = 5 N. Logo, F < Fate máxima. Logo, temos que o corpo continua em repouso, já que a Fate máxima não foi vencida. Logo, Fate = F = 5 N. A mesma situação ocorre para qualquer valor de F < 15 N. Quando F = 15 N, temos que F = Fate máxima. O corpo continua parado, porém, como dissemos anteriormente, está na iminência de movimento, ou seja, está prestes a se mover. Quando F > 15 N, o corpo sai do repouso e passa a se mover. Como há escorregamento (movimento relativo) entre a superfície de contato do corpo e o plano horizontal, o atrito passa a ser dinâmico, igual a Fatd = 30 · 0,333 = 10 N, constante, não importando qual o valor de F a ser aplicado. A seguir, é representado o gráfico da Fat com a variação de F. A Fat aumenta linearmente enquanto F ≤ 15 N (atrito estático). Depois disso, o atrito passa a ser constante e igual a 10 N (atrito cinético). Fat (N) F (N) 15 15 10 0 FÍSICA I Assunto 2 352 IME-ITA – Vol. 1 Lembrando que, para haver atrito cinético, deve haver escorregamento entre as superfícies de contato, e não apenas movimento. Um exemplo típico é um carro que se desloca sem patinar. Enquanto suas rodas apenas giram, sem deslizar em relação ao chão, o que faz com que o carro se desloque para frente é o atrito estático entre os pneus e a pista. Não há atrito cinético nesse caso, já que as rodas não estão deslizando, ou seja, não estão “arrastando” no chão. A mesma coisa acontece quando andamos em um chão seco. Quando damos um passo, nosso pé permanece em repouso em relação ao chão, não havendo atrito cinético, apenas estático. É como se “empurrássemos” o chão para trás e o chão reagisse “nos empurrando” para frente. Como nossa massa é muito menor do que a massa do chão, quem adquire maior aceleração somos nós, enquanto o chão não se move. 3.4.3 Resistência do ar Quando um objeto se move em um fluido (ar ou água, basicamente), o fluido exerce sobre ele uma força de resistência. Essa força depende de características do fluido, da forma do objeto e da velocidade com que o objeto está se movendo. Tem papel semelhante ao atrito: tende a reduzir a velocidade do corpo, muitas vezes diminuindo apenas a sua aceleração. Porém, difere do atrito dinâmico no seguinte aspecto: a força de resistência em um fluido aumenta com o acréscimo da velocidade. Dessa forma, a força de resistência do ar é proporcional ao quadrado da velocidade do móvel, R = c · v2 em que: c = constante de proporcionalidade empírica (depende da forma do corpo). Sendo assim, considerando um caso em que R = c · v², à medida que um corpo cai devido à força peso, a sua velocidade vai aumentando, bem como a força de resistência do ar, fazendo com que a força resultante diminua. O limite dessa força de resistência é o próprio peso. A velocidade do corpo, quando a força de resistência se iguala ao peso, mantém-se constante e é denominada velocidade limite, e pode ser calculada como se segue: P R m g c v v m g c � � � � � � � �2 (ENEM-2013) Em um dia sem vento, ao saltar de um avião, um paraquedista cai verticalmente até atingir a velocidade limite. No instante em que o paraquedas é aberto (instante TA), ocorre a diminuição de sua velocidade de queda. Algum tempo após a abertura do paraquedas, ele passa a ter velocidade de queda constante, que possibilita sua aterrissagem em segurança. Que gráfico representa a força resultante sobre o paraquedista, durante o seu movimento de queda? (A) força resultante tempo TA0 (B) força resultante tempo TA0 (C) força resultante tempo TA0 (D) força resultante tempo TA0 (E) força resultante tempo TA0 Solução: Letra B. Durante a queda livre do paraquedista, a força resultante que atua sobre ele é Fres = P – c · v², em que P é seu peso e c · v² é a força de resistência do ar. Como c · v² aumenta, dado o aumento da velocidade, a força resultante FÍSICA I Assunto 2 Dinâmica em movimentos retilíneos 353IME-ITA – Vol. 1 diminui com o tempo, de forma não linear. O paraquedista abre o paraquedas em TA, quando atingiu sua velocidade limite, ou seja, quando a força resultante é igual a 0. Dessa forma, eliminamos as letras C e E. Com a abertura do paraquedas, a força resultante tem seu sentido alterado, já que o paraquedas provoca uma força de resistência do ar muito maior do que a que atua sobre o próprio paraquedista em queda livre com o paraquedas fechado. A força resultante, agora, deve ser negativa e com módulo elevado, pois a força de resistência passa a ser maior que o peso. Depois de um tempo, o paraquedista passa a ter velocidade constante, o que significa que o módulo da força resultante reduziu-se a 0. Assim, o único gráfico que pode representar o comportamento da força resultante com o tempo é o da letra B. 3.5 Elástica As forças elásticas surgem sempre que se provoca uma deformação em um corpo, e sempre tendem a fazer com que o corpo retorne à sua posição de equilíbrio inicial. Em regime elástico, a deformação sofrida por uma mola é diretamente proporcional à intensidade da força que a provoca. Quando a mola obedece a lei de Hooke, esse comportamento é linear, e é calculada pela expressão: F = K · x em que: K = constante elástica da mola (unidade no SI: N/m). x = deformação sofrida pela mola (unidade no SI: m). A figura a seguir mostra as orientações da força elástica em uma mola quando comprimida e esticada, respectivamente: x0 x F F –∆x Essa força será importantíssima no estudo posterior do Movimento Harmônico Simples (MHS) em um sistema massa-mola, já que atuará como força de restauração do sistema (força que tende a restaurar o equilíbrio do sistema). Molas com diferentes constantes elásticas podem ser associadas, e podemos substituí-las por uma única mola que preserve as propriedades que as molas tinham previamente. Existem dois tipos de associação, como veremos a seguir. 3.5.1 Associação de molas ideais em série Dizemos que molas estão associadas em série quando o “final” de uma está conectado ao “início” de outra, como mostra a figura abaixo: K K K Suponha que uma força seja aplicada no sistema mostrado na figura a fim de se comprimir as molas. Como as molas são ideais, ou seja, não possuem massa, ocorre a mesma situação da tração em um fio ideal: a força elástica permanece constante ao longo da associação. Dessa forma, a força elástica que atua nas três molas é igual. Temos também que, se houvesse apenas uma mola sendo comprimida, o deslocamento dela seria igual ao deslocamento das três molas e a força elástica aplicada a ela seria a mesma. Dessa forma, temos: x x x x F K F K F K F K K Kii eq el eq el el el eq � � � � � � � � ��1 2 3 1 2 3 1 1 Em outras palavras, o inverso da constante elástica equivalente a uma associação de molas ideais em série é igual ao somatório dos inversos das constantes elásticas das molas que estão presentes na associação original. Esse resultado é equivalente à resistência equivalente de uma associação de resistores em paralelo, assunto a ser abordado no capítulo Associação de resistores. 3.5.2 Associação de molas ideais em paralelo Dizemos que molas estão associadas em série quando os “inícios” de todas elas estão conectados a uma mesma superfície, assim como os “finais” delas estão conectados a uma outra superfície, como mostraa figura abaixo: K K K Nesse tipo de situação, se uma força é aplicada no bloco a fim de se comprimirem as molas, a deformação das molas será igual, já que elas têm o mesmo grau de liberdade. Dessa forma, se houvesse apenas uma mola sendo comprimida, o deslocamento desta seria igual ao deslocamento das molas em paralelo, e a força aplicada nela seria igual à soma das forças aplicadas nas molas em paralelo. Assim sendo: F F F F K x K x K x K x K Ki i eq eq eq� � � � � � � � ��1 2 3 1 2 3 Em outras palavras, a constante elástica equivalente a uma associação de molas ideais em paralelo é a soma das constantes elásticas das molas da associação original. Esse resultado é equivalente à resistência equivalente de uma associação de resistores em série, assunto a ser abordado no capítulo Associação de resistores. 4. Resolução de problemas Os problemas de dinâmica são muito variados. Por essa razão, não existe uma forma única de resolvê-los. Assim, abaixo serão descritos passos básicos e indispensáveis para a resolução de qualquer problema. Os problemas podem envolver concomitantemente as três leis de Newton, portanto, a interpretação de cada problema em sua individualidade é essencial para a solução. Caso os componentes de um sistema mecânico não apresentem movimento relativo entre si, o sistema pode ser analisado como um todo, ou seja, os corpos podem ser estudados como se fossem um único corpo, cuja massa é dada pela massa total dos corpos. As forças de interação entre os componentes, neste caso, são chamadas de forças internas, e não aparecerão no diagrama de forças do sistema, já que forças internas são incapazes de realizar trabalho no sistema (estudaremos esse conceito mais a fundo posteriormente). Essas forças só poderão ser analisadas FÍSICA I Assunto 2 354 IME-ITA – Vol. 1 e calculadas quando isolamos os componentes do sistema. Elas então passam a ser denominadas forças externas. Esse procedimento muitas vezes facilita o cálculo da aceleração do sistema e o posterior cálculo das forças internas (isolando-se cada componente). Caso os componentes de um sistema mecânico apresentem movimento relativo entre si, será necessário relacionar as suas acelerações antes de se iniciar a resolução do problema, por meio dos chamados vínculos geométricos. Os vínculos geométricos dependerão das situações expostas em cada problema; logo, a interpretação geométrica do problema será muito importante. Descobre-se, primeiramente, como os deslocamentos dos componentes do sistema estão atrelados entre si, e, como a aceleração é a segunda derivada da posição, temos que a relação entre os deslocamentos é a mesma relação entre as acelerações. Após descobrir-se como as acelerações dos componentes estão relacionadas, pode-se solucionar o problema normalmente, valendo-se da equação que relaciona as acelerações. Partindo dessas considerações, a resolução dos problemas seguirá basicamente os passos apresentados na ilustração: Representação das forças no sistema e dos diagramas de corpo livre dos componentes do sistema, respectivamente. 4.1 Envolvendo a primeira lei • Interpretar corretamente o problema para concluir se se trata de repouso ou movimento retilíneo uniforme; • isolar os componentes em diagrama de corpo livre, caso não haja movimento relativo entre eles. Se conveniente, considerar o sistema todo, com massa igual à soma das massas dos componentes, e desconsiderar forças internas; • indicar corretamente as forças de ação e de reação (geralmente, são forças internas ao sistema, então só aparecerão caso se isolem os componentes em diagrama de corpo livre); • verificar com muita atenção o sentido da força de atrito, quando houver; • escolher sabiamente os eixos coordenados para diminuir o trabalho de projeção de forças, ou seja, escolher os eixos de forma que contenham o maior número de forças possível. 4.2 Envolvendo a segunda lei • Interpretar corretamente o problema para concluir se se trata de um corpo em desequilíbrio, logo, acelerado (verificar o sentido da aceleração); • isolar os componentes em diagrama de corpo livre, caso não haja movimento relativo entre eles. Se conveniente, considerar o sistema todo, com massa igual à soma das massas dos componentes, e desconsiderar forças internas; • indicar corretamente as forças de ação e de reação (geralmente, são forças internas ao sistema, então só aparecerão caso se isolem os componentes em diagrama de corpo livre); • verificar com muita atenção o sentido da força de atrito, quando houver; • escolher sabiamente os eixos coordenados. Um eixo deverá estar sempre no sentido da aceleração, enquantro o outro eixo deve ser perpendicular ao eixo que contiver a aceleração. Quando isto puder ser feito, o segundo eixo estará tratando de equilíbrio, logo aplicar-se-á a primeira lei. 5. Leis de Newton em um referencial não inercial Antes de iniciarmos nossos estudos sobre o referencial não inercial, vamos relembrar algumas características do referencial inercial. A segunda lei de Newton nos diz que F mares � �� � = , ou seja, a força resultante que atua em um corpo produz uma aceleração nesse mesmo corpo. Vê-se que a primeira lei de Newton diz que, se Fres � �� = 0, o corpo tende a manter-se em seu estado atual. Parece, então, que a primeira lei é um caso particular da segunda, quando tomamos a = 0. Porém, a primeira lei enuncia algo muito maior: introduz o conceito de referencial inercial, ou seja, um referencial que satisfaz à lei da inércia. Dessa forma, um referencial inercial nunca pode ser acelerado e, consequentemente, nunca pode ter aceleração relativa a outro referencial inercial. Assim, se um móvel tem uma aceleração a em relação a um certo referencial inercial, ele deve apresentar a mesma aceleração a em relação a um outro referencial inercial, apesar de poder apresentar velocidades diferentes em relação aos dois referenciais, já que os referenciais inerciais podem apresentar velocidade relativa entre si (a lei da inércia fala em repouso ou velocidade constante). Visto que, a massa é invariável e os referenciais inerciais concordam em relação à aceleração de um móvel, eles têm que concordar com relação à força que atua sobre esse mesmo móvel, pois a força é o produto da massa pela aceleração. Estabelece-se, então, o princípio da invariância de Galileu, que afirma que as leis de Newton são válidas e as mesmas para qualquer referencial inercial. Em seguida, podemos definir o referencial não inercial: aquele que possui aceleração em relação a pelo menos um referencial inercial, sendo, então, conhecido também por referencial acelerado. Logo, a aceleração calculada para um referencial inercial nunca pode ser a mesma calculada para um referencial não inercial, já que existe aceleração relativa entre estes. Por conseguinte, dizemos que os referenciais não inerciais não respeitam as leis de Newton, as quais são válidas, então, apenas para os referenciais inerciais, como dito anteriormente. Enfim, se as leis de Newton não são válidas em referenciais não inerciais, como proceder quando nos depararmos com problemas que os relacionem? É aí que entra o princípio da equivalência de Einstein. Ele afirma que, quando o sistema contido em um referencial não inercial que tem aceleração a relativa a um certo referencial inercial e se passa a observar o movimento a partir do mesmo referencial não inercial, é necessária a adição de uma aceleração –a a todos os componentes do sistema, para que possam ser aplicadas as leis de Newton. Por exemplo, em um elevador em repouso ou com velocidade constante, em uma região em que a aceleração da gravidade é g , com módulo g, o valor do período de um pêndulo de comprimento l é dado pela fórmula T g � 2� l . Porém, se o elevador possuir uma aceleração a para cima, com módulo a, para podermos calcular o novo período T’ do pêndulo, devemos observá- lo de dentro do elevador. Dessa forma, devemosadicionar a ele uma aceleração –a , ou seja, uma aceleração de módulo a e sentido para baixo. É como se estivéssemos “aumentando a gravidade” observada dentro do elevador. Chamamos essa “nova” gravidade de gravidade aparente. Assim, passará a atuar no corpo, para baixo, uma aceleração de módulo g + a, o que faz com que o novo período do pêndulo seja T g a � � 2� l . Vimos então que, a partir do princípio da equivalência, podemos nos valer das leis de Newton em um referencial não inercial. Ora, se cada elemento do sistema contido no referencial não inercial receber a FÍSICA I Assunto 2 Dinâmica em movimentos retilíneos 355IME-ITA – Vol. 1 aceleração –a quando o referencial se move com aceleração a , e se a segunda lei de Newton é válida, sabemos que para essa nova aceleração adicionada ao sistema haverá associada a ela uma “força extra”, denominada força inercial. Essa extensão da segunda lei de Newton para referenciais não inerciais a partir das forças inerciais é chamada de princípio de D’Alembert. Matematicamente, o princípio de D’Alembert se resume à seguinte equação: F ma ma� � �1 2 em que: a 1 = a aceleração do referencial não inercial que contém o sistema analisado em relação a um referencial inercial; a 2 = a aceleração do componente do sistema analisado em relação ao referencial não inercial, considerando-o agora como inercial (que é o nosso objetivo desde o início desta seção); F∑ � = a força resultante que já atuava no sistema antes da troca de referencial. Os problemas resolvidos 5, 6 e 7 exemplificam bem o método aqui discutido e mostram suas vantagens. 01 Na figura, os blocos A e B têm massas mA = 6,0 kg e mB = 2,0 kg e, estando apenas encostados entre si, repousam sobre o plano horizontal perfeitamente liso. A partir de dado instante, exerce-se sobre A uma força horizontal F , de intensidade igual a 16 N. Desprezando a resistência do ar, calcule: A B F a. o módulo da aceleração do conjunto. b. a intensidade das forças que A e B trocam entre si na região de contato. Solução: Essa é a situação mais simples possível que pode ocorrer nos problemas que resolveremos. Mas ela exemplifica bem as duas formas como podemos lidar inicialmente com problemas desse tipo. Veja que os blocos possuem mesma aceleração, já que não existirá movimento relativo entre eles. Suponha que adquiram uma aceleração a para a direita. Primeira solução: Primeiramente, isolar os blocos. Bloco A: Bloco B: P N FB,AF A P N FA,B B Vamos escrever agora as leis de Newton para os blocos. Bloco A: – Horizontal (segunda lei de Newton): F – FB,A = 6a → 16 – FB,A = 6a (I). – Vertical (primeira lei de Newton): N = P. Bloco B: – Horizontal (segunda lei de Newton): FA,B = 2a (II). – Vertical (primeira lei de Newton): N = P. FA,B é a força que o corpo A faz no corpo B e FB,A é a força que o corpo B faz no corpo A, constintuindo, então, um par ação-reação. Logo, possuem módulos iguais. Dessa forma, de (I) e (II), temos: 16 – 2a = 6a → a = 2 m/s2. Voltando à equação (II), temos que FA,B = 2 · 2 = 4 N. Segunda solução: Como já foi dito, pode ser muito útil pensar no sistema como um todo antes de isolar os seus componentes, caso estes não possuam movimento relativo entre si, que é o caso dessa questão. Logo, podemos considerar o sistema como um “blocão” de massa 8 kg, no qual estão atuando a força normal, a força peso e a força externa F. Na direção horizontal, teremos: F = m · a → 16 = 8a → a = 2 m/s2. Ou seja, achamos a aceleração de maneira muito mais rápida que na outra solução. Para acharmos a força interna, inevitavelmente, teremos que isolar um dos blocos. Isolando o bloco B e voltando de novo à equação (II), temos: FA,B = 2 · 2 → FA,B = 4 N. A estratégia da segunda solução pode parecer simples agora, já que só temos dois blocos no sistema, mas, para sistemas com um número relativamente grande de componentes, ela pode ser bem útil. 02 (MACKENZIE-SP) Um bloco A, de massa 6 kg, está preso a outro bloco B, de massa 4 kg, por meio de uma mola ideal de constante elástica 800 N/m. Os blocos estão apoiados sobre uma superfície horizontal e se movimentam sob a ação da força horizontal F , de intensidade 60 N. Sendo o coeficiente de atrito cinético entre as superfícies em contato igual a 0,4 e a aceleração da gravidade igual a 10 m/s², a distensão da mola é, em cm, igual a: AB F (A) 3. (B) 4. (C) 5. (D) 6. (E) 7. Solução: Letra B. Perceba que a força elástica exercida na mola é uma força interna ao sistema (para a direita no bloco B e para a esquerda no bloco A). Dessa forma, podemos usar a dica do “blocão” para resolver o sistema. Veja que, em cada um dos blocos, haverá uma força de atrito para a esquerda. Logo, para o “blocão”, essas duas forças se resumem a uma só. A força normal do “blocão” será igual a seu peso, igual a P = 10 · 10 = 100 N. Assim, aplicando a segunda lei de Newton na horizontal: F – Fat = m · a → 60 – 0,4 · 100 = 10 · a → 10a = 20 → a = 2 m/s 2. Isolando, agora, o bloco B, temos uma força elástica (Fel) atuando nele para a direita, enquanto temos a força de atrito (FatB) atuando para a esquerda. FÍSICA I Assunto 2 356 IME-ITA – Vol. 1 Dessa forma, aplicando a segunda lei para o bloco B na horizontal, e lembrando que a NB = PB = 40 N, temos: Fel – FatB = mB · a → 800 · x – 0,4 · 40 = 4 · 2 → x = 0,03 m = 3 cm. 03 (UFC-2001) Um sistema composto por duas bolas de massas m e 2m, conectadas entre si por uma mola ideal, está pendurado ao teto como mostrado na figura. Cortando-se o fio que liga o sistema ao teto, qual será a aceleração adquirida pelas bolas de massa m e 2m, respectivamente, logo após o corte? A aceleração da gravidade é g. m 2m (A) 0 e 0. (B) 0 e g. (C) g e 0. (D) 0 e 3g. (E) 3g e 0. Solução: Letra E. Antes do corte, é possível determinar a tração exercida no fio superior. Como as forças elásticas que atuam na mola são forças internas ao sistema, podemos considerar o “blocão” formado pelas duas bolas e pela mola. Vê-se que as forças externas presentes são a tração T e o peso do sistema, igual a 3mg. Isolando a bola superior, vemos que atuam sobre ela três forças: a tração T = 3mg, seu peso Pm = mg para baixo e a força elástica Fel para baixo (já que a mola está distendida). Como a bola está em equilíbrio, vale a primeira lei de Newton: T = Pm + Fel → 3mg = mg + Fel → Fel = 2mg. Isolando a bola inferior, temos a força elástica Fel = 2mg (já calculada) para cima (pelo mesmo fato de a mola estar distendida) e o seu peso P2m = 2mg para baixo. A única alteração que acontece no sistema ao fio ser cortado é o fato de o fio não estar mais esticado. Sabemos que só há tração em fios ideias caso o fio esteja minimamente esticado. Dessa forma, a tração se anula quando o fio é cortado. Então, a bola de cima fica sujeita apenas à força peso Pm e à força elástica Fel, que resultam em uma força para baixo igual a 3mg. Logo, pela segunda lei de Newton: F = m · am → 3mg = m · am → am = 3g. A bola de baixo continua sujeita apenas à ação da força elástica Fel para cima e seu peso P2m para baixo. Logo, como essas forças se anulam, a aceleração nessa bola será nula → a2m = 0. 04 (ITA-2013) Em cer to experimento, três cilindros idênticos encontram-se em pleno contato entre si, apoiados sobre uma mesa e sob a ação de uma força F, constante, aplicada na altura do centro de massa do cilindro da esquerda, perpendicularmente a seu eixo, como mostra a figura. Desconsiderando qualquer tipo de atrito, para que os três cilindros permaneçam em contato entre si, a aceleração a provocada pela força deve ser tal que: (A) g a g 3 3 3 < < . (B) 2 3 2 4 2 g a g < < . (C) g a g 2 3 4 3 3 < < . (D) 2 3 2 3 4 2 g a g < < . (E) g a g 2 3 3 4 3 < < . BF A C Solução: Letra A. Para que exista um intervalo de acelerações no qual os cilindros permaneçam em contato entre si, é natural que exista também um intervalo para a forçaF que permita que os cilindros permaneçam em contato, já que a força F é a única força externa na direção horizontal (as outras são os pesos dos cilindros e as normais que a superfície exerce nos cilindros inferiores). Dessa forma, obrigaremos a força F a ser mínima e máxima. No primeiro caso, acharemos a aceleração mínima que deve ser comunicada ao sistema. No segundo, acharemos a máxima aceleração que pode ser comunicada ao sistema. Assim, obteremos o intervalo desejado. Sejam N1, N2 e N3 as forças de contatos entre os cilindros B e C, A e B e A e C, respectivamente. Os diagramas de corpo livre estão expostos na figura a seguir (os pesos dos cilindros inferiores e as normais da superfície foram desconsiderados, pois não serão relevantes para os nossos cálculos). F a a aA B C N2 m · g N1 N3 N1 N2 N3 Obrigando a força F a ser mínima: Para que a força F seja mínima, a força N1 deverá tender a 0, já que, se F não for suficientemente grande, o cilindro A tenderá a ocupar o espaço entre os cilindros B e C, fazendo com que estes percam o contato entre si. Dessa forma, a condição que obriga F a ser mínima é N1 = 0. FÍSICA I Assunto 2 Dinâmica em movimentos retilíneos 357IME-ITA – Vol. 1 Isolando o cilindro C, temos: – Horizontal (segunda lei de Newton): Fmín = m · amín = N3 · cos 60° (I). Isolando o cilindro A, temos: – Horizontal (segunda lei de Newton): Fmín = m · amín = N2 · cos 60° – N3 · sen 30° (II). – Vertical (primeira lei de Newton): N2 · cos 30° + N3 · sen 60° = m · g (III). Resolvendo o sistema, encontramos a g mín 3 9 . Obrigando a força F a ser máxima: Para que a força F seja máxima, N3 deve tender a 0, já que, para uma força F limite, o bloco A estaria “rolando” por cima do bloco B, perdendo o contato com o bloco C. Dessa forma, a condição que obriga F a ser máxima é N3 = 0. Isolando o cilindro A: – Horizontal (segunda lei de Newton): Fmáx = m · amáx = N2 · sen 30° (IV). – Vertical (primeira lei de Newton): m · g = N2 · cos 30° (V). Resolvendo o sistema, encontramos a g máx = 3 3 . Logo, o intervalo de valores da aceleração para o qual os cilindros não perdem o contato é g a g3 9 3 3 < < , que é a resposta da alternativa A já racionalizada. Veja que o intervalo deve ser aberto, já que as acelerações máxima e mínima que encontramos obrigam as normais a serem 0, o que não é nosso objetivo. Nós apenas o fizemos para achar os limites do intervalo. Obs.: Problemas de minimização e maximização são muito comuns na mecânica. Depararemo-nos com problemas semelhantes mais vezes, logo, é importante guardar ideias como essas. 05 Um elevador apresenta aceleração a = 2 m/s² para baixo, em um local onde a aceleração da gravidade é igual a 10 m/s². Os blocos A e B da figura têm massas respectivamente iguais a 1 kg e 2 kg, e estão ligados conforme mostra a figura. Qual a tração no fio e a aceleração observada no referencial do elevador? A B a Solução: Como o problema nos pede a aceleração observada no referencial do elevador, é natural mudarmos do referencial Terra para o referencial elevador. Dessa forma, de acordo com o princípio da equivalência, os corpos dentro do elevador devem ser submetidos a uma aceleração de intensidade igual à do referencial não inercial, só que com sentido inverso, e, de acordo com o princípio de D’Alembert, essas acelerações estão associadas a forças de inércia. Porém, resumindo esse pensamento, podemos dizer que essa aceleração invertida, que é adicionada quando se muda de referencial, pode ser adicionada à aceleração da gravidade, criando uma nova aceleração da gravidade g’ = g – a = 10 – 2 = 8 m/s². Logo, o peso dos corpos será diferente nesse referencial, quando comparados aos seus pesos no referencial da Terra. As figuras a seguir exemplificam bem o que foi escrito. a A B g a campos gravitacionais A B a’a’ T T g’ mA · g’ mB · g’ campos gravitacionais resultantes Vê-se que os blocos têm, em módulo, a mesma aceleração a’. Porém, julgamos que B desce e A sobe, já que B é mais pesado. Isolando os blocos, temos: Bloco A: mA · a’= T – mA · g’ → T – 8 = 1 · a’ (I). Bloco B: mB · a’ = mB · g’ – T → 16 – T = 2 · a’ (II). Resolvendo o sistema, encontramos a’ = 8 3 m/s² e T = 32 3 N. 06 Um bloco desliza com atrito desprezível ao longo da face hipotenusa de uma cunha mantida fixa sobre o plano horizontal. Assim que o bloco se imobiliza ao atingir a lingueta de retenção L, comunica à cunha uma aceleração horizontal a que faz com que o bloco suba ao longo da mesma face e atinja o topo no mesmo intervalo de tempo que ele levou para descer. Demonstre que a = 2g · tan α. a L FÍSICA I Assunto 2 358 IME-ITA – Vol. 1 Solução: Durante a descida (referencial na Terra, inercial): P L Pela segunda lei no eixo ao longo do plano inclinado: P sen α = madescida ∴ g sen α = adescida. Pela equação horária da posição do MRUV: x a td= 1 2 2 descida (I). Durante a subida (referencial na Terra, inercial): a P L FI = ma Aplicação da segunda lei no eixo ao longo do plano inclinado: FI cos α – P sen α = masubida ∴ ma cos α – mg sen α = m · asubida x a ts= 1 2 2 subida (II) (distância percorrida ao longo do plano, segundo as fórmulas). Como o tempo de subida e o de descida são iguais, de (I) e (II), adescida = asubida ∴g · sen α = a · cos α – g · sen α ∴ a = 2g · tan α. 07 (Irodov) Na figura, o bloco tem massa m, a cunha tem massa M e o ângulo do plano inclinado da rampa é α. O fio é ideal e o atrito é desprezível. Determine a aceleração a adquirida pela cunha, sabendo que a aceleração da gravidade é g. m α M a Primeira solução: referencial inercial Terra. Para resolvermos essa questão utilizando o referencial inercial Terra, temos que, primeiramente, como nos passos escritos no item 3 deste módulo, verificar se os componentes do sistema possuem movimento relativo entre si ou não, isto é, verificar se possuem a mesma aceleração em relação à Terra. Veja que, quando a cunha se move para a direita, o bloco cai ao longo do plano inclinado contido nela. Dessa forma, percebe-se claramente que os componentes possuem movimento relativo entre si, não possuindo, então, mesma aceleração em relação à Terra. Logo, devemos desvendar o vínculo geométrico que atrela o deslocamento da cunha ao deslocamento do bloco. Desvendando o vínculo geométrico: Suponha que a cunha deslize, com relação à sua polia, do ponto B até o ponto A, percorrendo um comprimento x, e que o trecho delimitado pelos pontos A e C do fio tenha comprimento L, como mostra a figura. α α α D x A A B B C C E F Logo, pelas figuras, temos que AB + BC = L. Como AB = x, temos que BC = L – x. Só que, no triângulo de vértices A, B e D, temos que AD = AB· cos α = x · cos α e BD = x · sen α, o que implica que CE = x · sen α. Como o comprimento do fio é conservado, já que o fio é ideal, ou seja, não pode ser esticado nem comprimido, temos, pela figura, que AD + DE + EF = L. Como AD = x · cos α e DE = BC = L – x, temos que EF = L – AD – DE = x(1 – cos α). Como CE e EF são as componentes do deslocamento do bloco, temos que, quando a cunha se desloca AB = x para a direita, o bloco se desloca CE = x · sen α perpendicularmente ao plano inclinado e EF = x(1 – cos α) ao longo do plano inclinado, como mostra a figura abaixo: α α x x · (1 – co s α ) x · se n α Logo, se a é a aceleração da cunha para a direita (segunda derivada do deslocamento AB = x), temos que a · sen α é a aceleração do bloco perpendicularmente ao plano inclinado e a(1 – cos α) é a aceleração do bloco ao longo do plano inclinado, com suas respectivas segundas derivadas de seus deslocamentos. Dessa forma, podemos agora aplicar normalmente as leis de Newton, isolando os blocos. FÍSICA I Assunto 2 Dinâmica em movimentos retilíneos 359IME-ITA – Vol. 1 Diagramas de corpo livre: – Segunda lei de Newton para a cunha na direção horizontal: Ma = N · sen α + T – T cos α. – Segunda lei de Newton para o bloco nadireção perpendicular ao plano: ma · sen α = mg · cos α – N. – Segunda lei de Newton para o bloco na direção ao longo do plano: ma(1 – cos α) = mg · sen α – T. Resolvendo o sistema, temos que a mg M m � � � � sen ( cos . ) � �2 1 Segunda solução: referencial não inercial (cunha). A solução com referencial não inercial necessita que nós analisemos o vínculo geométrico constituído pelo bloco e pela cunha, o que, muitas vezes, pode tornar a resolução da questão difícil. Dessa forma, pensaremos no referencial não inercial da cunha, para analisar um vínculo geométrico muito mais simples. Vamos deixar a cunha imóvel, fazendo o bloco descer ao longo do plano inclinado e a parede “se aproximar” da cunha, conforme indica a figura abaixo. Vê-se que a parede terá uma aceleração a para a esquerda, já que se mudou o referencial, e, como o fio não estica, o bloco deve descer o plano inclinado com a mesma aceleração a com que a parede está se movendo (vínculo geométrico muito mais simples que o anterior). cunha imóvel a a m Dessa forma, ao mudarmos o referencial, pelo princípio da equivalência, a aceleração a para a direita tanto no bloco como na cunha cria, pelo princípio de D’Alembert, as forças fictícias m.a e M.a, ambas para a esquerda, no bloco e na cunha respectivamente. Assim, só precisamos analisar os diagramas de corpo livre dos componentes, presentes na figura abaixo: a α α α α α α eixo tang enci al eixo perpendicular acel eraç ão T T T m · a m · g M · a M · g N N NI a – Segunda lei de Newton no eixo tangencial para o bloco: ma · cos α + mg · sen α – T = ma. – Primeira lei de Newton no eixo perpendicular para o bloco (bloco em repouso nesse eixo): ma · sen α + N = mg · cos α. – Primeira lei de Newton para a cunha na direção horizontal (cunha em repouso): T + N · sen α = T · cos α + Ma. Resolvendo o sistema, temos que a mg M m � � � � sen ( cos . ) � �2 1 Vê-se, então, a vantagem da aplicação da mudança de referencial e do princípio de D’Alembert em certas questões. 01 Na situação do esquema seguinte, não há atrito entre os blocos e o plano horizontal, a resistência do ar é desprezível e as massas de A e de B valem, respectivamente, 2,0 kg e 8,0 kg. Sabe-se que o fio leve e inextensível que une A com B suporta, sem romper-se, uma tensão máxima de 32 N. Calcule a maior intensidade admissível à força, horizontal, para que o fio não se rompa. B A F 02 O dispositivo esquematizado na figura é a máquina de Atwood. No caso, não há atritos, o fio é inextensível e despreza-se sua massa e a da polia. Supondo que os blocos A e B têm massas, respectivamente, iguais a 3,0 kg e 2,0 kg e que g = 10 m/s2, determine: B A g a. o módulo da aceleração dos blocos. b. a intensidade da força tensora estabelecida no fio. c. a intensidade da força tensora estabelecida no cabo que sustenta a polia. 03 O corpo A, de 5,0 kg de massa, está apoiado em um plano horizontal, preso a uma corda que passa por uma roldana de massa e atrito desprezíveis e que sustenta em sua extremidade o corpo B, de 3,0 kg de massa. Nessas condições, o sistema apresenta movimento uniforme. Adotando g = 10 m/s2, determine: A B g a. o coeficiente de atrito entre o corpo A e o plano de apoio. b. a intensidade da aceleração do sistema se colocarmos sobre o corpo B uma massa de 2,0 kg. FÍSICA I Assunto 2 360 IME-ITA – Vol. 1 04 Na situação representada na figura, o homem puxa a corda vertical- mente para baixo e ela, por sua vez, puxa o bloco que está apoiado no plano horizontal. O fio e a polia são ideais, a massa do bloco vale 40 kg e adota-se g = 10 m/s2. A g A intensidade da força de atrito recebida pelo bloco do plano de apoio (Fat) varia com a intensidade da força exercida pelo homem (F), conforme o gráfico abaixo: Fat F Calcule: a. os valores dos coeficientes de atrito estático e cinético entre o bloco e plano de apoio. b. o módulo da aceleração do bloco para F = 120 N. 05 Dois blocos, (1) e (2), de pesos respectivamente iguais a 30 kgf e 10 kgf estão em equilíbrio, conforme mostra a figura abaixo: D D g Quais as indicações nos dinamômetros D1 e D2, graduados em kgf? 06 Os blocos A e B representados na figura possuem massa de 3,0 kg e 2,0 kg, respectivamente. A superfície horizontal onde eles se deslocam apresenta um coeficiente de atrito cinético igual a 0,30; F1 e F2 são forças horizontais que atuam nos blocos. B A FF Determine: a. o módulo da aceleração do sistema. b. a intensidade da força de contato entre A e B. 07 Na figura seguinte, a superfície S é horizontal, a intensidade de F é de 40 N e o coeficiente de atrito de arrastamento entre o bloco A e a superfície S vale 0,50 e g = 10 m/s2. Sob a ação da força F, o sistema é acelerado horizontalmente e, nessas condições, o bloco B apresenta-se na iminência de escorregar em relação ao bloco A. g a B F A S a. Determine o módulo da aceleração do sistema. b. Calcule o coeficiente do atrito estático entre os blocos A e B. 08 A situação representada na figura refere-se a um bloco que, abandonado em repouso no ponto A, desce o plano inclinado com aceleração de 2,0 m/s2, indo atingir o ponto B: B g aA q Sabendo que, no local, g = 10 m/s2, calcule o coeficiente de atrito cinético entre o bloco e o plano de apoio. 09 Na figura, o bloco I repousa sobre o bloco II, sendo que I está preso por uma corda a uma parede. O bloco I tem massa m1 = 3,0 kg e o bloco II tem massa m2 = 6,0 kg. O coeficiente de atrito cinético entre I e II e o plano é 0,20. Qual deve ser a força F que, aplicada em II, desloca esse bloco com aceleração de 2,0 m/s2? F (A) 40 N. (B) 30 N. (C) 15 N. (D) 27 N. (E) 33 N. 10 No plano inclinado representado a seguir, o bloco encontra-se impedido de se movimentar graças a um cutelo no qual está apoiado. Os atritos são desprezíveis, a massa do bloco vale 5,0 kg e g = 10 m/s2. FÍSICA I Assunto 2 Dinâmica em movimentos retilíneos 361IME-ITA – Vol. 1 a. Esquematize todas as forças que agem no bloco. b. Calcule as intensidades das forças com as quais o bloco comprime o cutelo e o plano de apoio. 11 No esquema a seguir, os fios e a polia são ideais. Desprezam-se todos os atritos, bem como a resistência do ar. Sendo g o módulo da aceleração da gravidade, 2m, 2m e m as massas dos blocos A, B e C, nesta ordem, calcule: A fio (1) fio (2) B C θ Dado: θ = 30°. a o módulo da aceleração de cada bloco. b. a intensidade das forças que tracionam os fios 1 e 2. c. a intensidade da força paralela ao plano horizontal de apoio a ser aplicada no bloco A, de modo que o sistema permaneça em repouso. 12 No arranjo experimental da figura, a caixa A é acelerada para baixo com 2,0 m/s2. As polias e o fio têm massas desprezíveis e adota-se g = 10 m/s2. Supondo que a massa da caixa B seja de 80 kg e ignorando a influência do ar no sistema, determine: A B g a. o módulo da aceleração de subida da caixa B. b. a intensidade da força tensora no fio. c. a massa da caixa A. 13 Na figura, o sistema está sujeito à ação da resultante externa F, paralela ao plano horizontal sobre o qual o carrinho está apoiado. Todos os atritos são irrelevantes e as inércias do fio e da polia são desprezíveis. As massas dos corpos A, B e C valem, respectivamente, 2,0 kg, 1,0 kg e 5,0 kg e, no local, o módulo da aceleração da gravidade é 10 m/s2. Supondo-se que A esteja apenas encostado em C, determine a intensidade de F, de modo que A e B não se movimentem em relação a C. A B C F → 14 No esquema seguinte, o homem (massa de 80 kg) é acelerado vertical- mente para cima juntamente com a plataforma (massa de 20 kg) sobre a qual está apoiado. Isso é possível porque ele puxa verticalmente para baixo a corda que passa pela polia fixa. A aceleração do conjunto homem-plataforma tem módulo 5 m/s2 e adota-se g = 10 m/s2. Considerando ideais a corda e a polia e desprezando a resistência do ar, calcule: plataforma horizontal g a. a intensidadeda força com que o homem puxa a corda. b. a intensidade da força de contato trocada entre o homem e a plataforma. 15 Em um elevador há uma balança graduada em newtons. Um homem de 60 kg de massa, em pé sobre a balança, lê 720 N quando o elevador sobe em movimento acelerado e 456 N quando desce em movimento acelerado, com a mesma aceleração da subida, em módulo. Determine: a. quais são os módulos da aceleração da gravidade e do elevador. b. quanto registrará a balança se o elevador subir ou descer com velocidade constante. 16 (ITA-1978) Três corpos, A, B e C, com massas respectivamente iguais a 4,0 kg, 6,0 kg e 8,0 kg, acham-se apoiados sobre uma superfície horizontal, sem atrito. Esses corpos acham-se ligados por intermédio de molas de massas desprezíveis, e são abandonados a partir da posição indicada na figura, quando as tensões nas molas AB e BC forem respectivamente 10 N e 15 N. Pode-se afirmar que as acelerações aAB (do sistema constituído pelos corpos A e B) e a (do sistema constituído pelos três corpos, A, B e C) serão dadas por: C BA 60° (A) aAB = 1,75 m/s 2; a = 0,97 m/s2. (B) aAB = 1,5 m/s 2; a = 0 m/s2. (C) aAB = 1 m/s 2; a = 0,81 m/s2. (D) aAB = 1,75 m/s 2; a = 0,81 m/s2. (E) aAB = 1 m/s 2; a = 0,97 m/s2. FÍSICA I Assunto 2 362 IME-ITA – Vol. 1 17 (EN-1994) Os blocos representados na figura abaixo têm, respecti- vamente, massas m1 = 2,0 kg e m2 = 4,0 kg; a mola AB possui massa desprezível e constante elástica K = 50 N/m. Não há atrito entre os dois blocos nem entre o bloco maior e o plano horizontal. Aplicando-se ao conjunto a força F constante e horizontal, verifica-se que a mola experimenta uma deformação de 20 cm. Qual a aceleração do conjunto? Qual a intensidade da força F? BAm m F 18 Na figura seguinte, os pesos da polia, do fio e da mola são desprezíveis e assume-se g = 10 m/s2. Sendo as massas de A e B mA = 40 kg e mB = 24 kg, a deformação da mola de 50 cm e a intensidade de F igual a 720 N, determine: balança (newtons) g F BA a. a constante elástica da mola em N/m. b. o módulo das acelerações de A, de B e do eixo da polia. c. a indicação da balança sobre a qual repousam, inicialmente, os dois blocos. 19 Um bloco pesando 100 N deve permanecer em repouso sobre um plano inclinado, que faz com a horizontal um ângulo de 53°. Para tanto, aplica-se ao bloco a força F, representada na figura, paralela à rampa. Sendo µe = 0,50 o coeficiente de atrito estático entre o bloco e o plano, que valores são admissíveis para F tais que a condição do problema seja satisfeita? Dados: sen 53° = 0,80 e cos 53° = 0,60. bloco em repouso F 20 Uma caixa de peso P é puxada por uma força F sobre o solo horizontal. Se o coeficiente de atrito estático é μ e F está direcionada a um ângulo θ abaixo da horizontal, qual o valor mínimo de F que vai mover a caixa? (A) µ θ − µ θ sec . 1 tan P (B) � � � � P sen cos . 1� (C) � � � � P se tan . n 1� (D) � � � � P cos tan . 1� (E) � � � � P cos cos . 1� 21 (AFA-2002) Um avião reboca dois planadores idênticos de massa m, com velocidade constante. A tensão no cabo (II) é T. De repente, o avião desenvolve uma aceleração a. Considerando a força de resistência do ar invariável, a tensão no cabo (I) passa a ser: (II) (I) (A) T + ma. (B) T + 2ma. (C) 2T + 2ma. (D) 2T + ma. 22 (AFA-2002) Dois corpos de massas iguais, unidos por um fio inextensível, descem ao longo de um plano inclinado. Não há atrito entre o corpo I e o plano. De acordo com o enunciado, analise as afirmativas abaixo: II I α I. Se não houver atrito entre o corpo II e o plano, a tensão no fio é nula. II. Se houver atrito entre o corpo II e o plano, a aceleração do corpo II é menor que a do corpo I. III. Se houver atrito entre o corpo II e o plano, o movimento do corpo I será retardado. Assinale a alternativa que contém apenas afirmativa(s) incorreta(s): (A) II. (B) I e III. (C) II e III. (D) I, II e III. FÍSICA I Assunto 2 Dinâmica em movimentos retilíneos 363IME-ITA – Vol. 1 23 (AFA-2003) Os corpos A e B da figura abaixo têm massas M e m, respectivamente. Os fios são ideais. A massa da polia e todos os atritos podem ser considerados desprezíveis. A aceleração de B é: A B (A) 2 4 + mg M m . (B) mg M m+ . (C) 2mg M m+ . (D) mg M m4 + . 24 (AFA-2005) O conjunto abaixo, constituído de fio e polia ideais, é abandonado do repouso no instante t = 0 e a velocidade do corpo A varia em função do tempo segundo o gráfico dado: B A v (m/s) t (s) 24 12 0 3 6 Desprezando o atrito, a razão entre a massa de A e a massa de B é: (A) 1/2. (B) 2/3. (C) 3/2. (D) 2. 25 (AFA-2007) Três blocos, cujas massas mA = mB = m e mC = 2m, são ligados por meio de fios e polias ideais, conforme a figura. Sabendo-se que C desce com a aceleração de 1 m/s2 e que 0,2 é o coeficiente de atrito entre B e a superfície S, pode-se afirmar que o coeficiente de atrito entre A e S vale: C A B S (A) 0,1. (B) 0,2. (C) 0,3. (D) 0,4. 26 (EFOMM-2009) Três blocos, A, B e C, encontram-se agrupados e sob a ação das forças F1 = 100 N e F2 = 50 N, conforme desenho a seguir, deslizando em superfície na qual o coeficiente de atrito é μ = 0,1. Sabendo que as massas desses blocos são, respectivamente, 5, 10 e 5 kg, a aceleração do sistema é de: Dado: g = 10 m/s2. F1 F2 CBA (A) 0. (B) 1,5 m/s2, para a direita. (C) 1,5 m/s2, para a esquerda. (D) 3 m/s2, para a direita. (E) 3 m/s2, para a esquerda. 27 (ITA-1972) Três forças de direções constantes são aplicadas em um ponto material de massa m = 2,0 kg, formando os ângulos da figura (A), todos iguais entre si. Essas forças variam linearmente com o tempo na forma indicada no gráfico (B). (Os sentidos indicados em (A) são considerados como os sentidos positivos das forças). No instante t = 4s, o módulo da resultante vale: → F3 → F1 → F2 → F3 → F3 →F3 → F3 t(s) (N) 0 1 2 –2 (A) (B) (A) 6 N. (B) 4 N. (C) 2 N. (D) 0 N. (E) 3 N. 28 (ITA-1972) Na questão anterior, o módulo da aceleração do ponto para t = 0, vale: (A) 0 m/s2. (B) 3 m/s2. (C) 2 m/s2. (D) 2 m/s2. (E) 3 m/s2. FÍSICA I Assunto 2 364 IME-ITA – Vol. 1 29 (ITA-1977) Um corpo cai na água e, após alguns segundos, atinge uma velocidade praticamente constante (chamada velocidade limite) de 5,0 m/s. Sabendo que: • a massa do corpo é 8 g; • a força exercida pela água sobre o corpo é dissipativa, oposta ao movimento do corpo e proporcional à velocidade do mesmo, isto é, F = –av; • quando o corpo atinge a velocidade limite, a força total sobre o corpo é nula. Calcule o coeficiente a, que será: (A) 16 N · s/m. (B) 1,6 · 10–2 kg/s. (C) 1,6 · 10–3 kgf/s. (D) 1,6 · 10–3 N · s/m. (E) nenhum dos valores acima. 30 (ITA-1995) A figura mostra o gráfico da força resultante agindo em uma partícula de massa m, inicialmente em repouso. No instante t2 a velocidade da partícula, v2 será: t F 0 F1 t1F2 t2 (A) v F F t F t m2 1 2 1 2 2� � �( ) . (B) v F F t F t m2 1 2 1 2 2� � �( ) . (C) v F F t F t m2 1 2 1 2 2� � �( ) . (D) v F t F t m2 1 1 2 2� � . (E) v F F t t m2 1 2 2 1 2 � � �( )( ) . 31 (ITA-1996) No campeonato mundial de arco e flecha, dois concorrentes discutem sobre a física que está contida na arte do arqueiro. Surge então a seguinte dúvida: quando o arco está esticado, no momento do lançamento da flecha, a força exercida sobre a corda pela mão do arqueiro é igual à: I. força exercida pela outra mão sobre a madeira do arco. II. tensão da corda. III. força exercida sobre a flecha pela corda no momento em que o arqueiro larga a corda. Nesse caso: (A) todas as afirmativas são verdadeiras. (B) todas as afirmativas são falsas. (C) somente I e III são verdadeiras. (D) somente I e II são verdadeiras. (E) somente II é verdadeira. 32 (ITA-1996) Um corpo de massa m é lançado com velocidade inicial v formando com a horizontal um ângulo α, em um local onde a aceleração da gravidade é g. Suponha que o vento atue de forma favorávelsobre o corpo durante todo o tempo (ajudando a ir mais longe), com uma força F horizontal constante. Considere t como sendo o tempo total de permanência no ar. Nessas condições, o alcance do corpo é: (A) v g 2 2�sen �. (B) 2 2 2 vt Ft m + . (C) 2 sen 2 1 tan . v F g mg ⋅ α + ⋅ α (D) vt. (E) outra expressão diferente das mencionadas. 33 (IME-1978) Os blocos A e B da figura têm pesos iguais. Determine o coeficiente de atrito mínimo para manter o sistema em equilíbrio. Despreze o peso da corda e o atrito na roldana. A B 30° 45° 01 (Pierre Lucie) Seja um prisma triangular inicialmente fixo ao solo. A sua superfície inclinada (rampa) é perfeitamente lisa e forma um ângulo α com a horizontal. Um pequeno bloco, quando abandonado em repouso no topo dessa rampa, desce aceleradamente até encontrar a trava T. Determine a aceleração horizontal a com a qual se deve empurrar esse prisma para a direita, a partir desse instante, a fim de que o tempo que a caixa leva para retornar à sua posição inicial seja o mesmo tempo que ela gastou na descida da rampa. A gravidade local vale g. a g Tα (A) g · tan α. (B) 2g · tan α. (C) g · cot α. (D) 2g · cot α. (E) 2g · sen α. FÍSICA I Assunto 2 Dinâmica em movimentos retilíneos 365IME-ITA – Vol. 1 02 (Tipler) Um bloco de 20 kg, com uma polia presa a ele, desliza ao longo de um trilho sem atrito. Ele está conectado, por um fio sem massa, a um bloco de 5 kg, como mostra o arranjo da figura. Encontre: 20 kg 5 kg a. a aceleração de cada bloco. b. a tensão no fio. 03 (Alonso e Finn) Um bloco com 3 kg de massa é colocado sobre outro com 5 kg. Admita que não há atrito entre o bloco de 5 kg e a superfície sobre a qual ele repousa. Os coeficientes de atrito estático e cinético entre os blocos são 0,2 e 0,1, respectivamente. 5 kg F 3 kg a. Qual a força máxima que, aplicada em qualquer um dos corpos, movimenta o sistema sem que os blocos se desloquem relativamente um ao outro? b. Qual a aceleração quando a força máxima é aplicada? c. Qual a aceleração do bloco de 3 kg se a força aplicada ao bloco de 5 kg é maior do que a força máxima? Qual a aceleração do bloco de 3 kg se a força a ele aplicada é maior do que a força máxima? 04 (Alonso e Finn) No sistema abaixo, temos uma barra de comprimento total desconhecido, apoiada no ponto O. Nos extremos da barra, tem-se no ponto A um bloco de massa m1; já no extremo B, tem-se uma roldana ideal cujos dois blocos de massas m2 e m3 estão pendurados por um fio ideal. Determine o valor da distância de A até O, sabendo que a distância de O até B é I2. m1 I1 I2 m2 m3 B O A 05 (Halliday) Os dois blocos (m = 16 kg e M = 88 kg) não estão ligados. O coeficiente de atrito estático entre os blocos é µs = 0,38, mas não há atrito na superfície abaixo do bloco maior. Qual é o menor valor do módulo de F para o qual o bloco menor não escorrega para baixo ao longo do bloco maior? sem atrito m M F 06 Qual é a força horizontal capaz de tornar iminente o deslizamento do cilindro, de 50 kgf de peso, ao longo do apoio em V mostrado na figura? O coeficiente de atrito estático entre o cilindro e o apoio vale 0,25. 30° 30° 07 Uma criança, de massa m = 50 kg, está sobre uma balança de molas, a qual está fixa em um carrinho B que desce por uma rampa sem atrito, como mostra a figura. São dados: g = 10 m/s2 e sen α = 0,20. A marcação da balança, supondo que seu mostrador esteja calibrado em newtons, vale: α B (A) 450 N. (B) 400 N. (C) 350 N. (D) 480 N. (E) 300 N. 08 Um elevador é acelerado verticalmente para cima com 6,0 m/s2, em um local em que g = 10 m/s2. Sobre o seu piso horizontal é lançado um bloco, sendo-lhe comunicada uma velocidade inicial de 2,0 m/s. O bloco é freado pela força de atrito exercida pelo piso até parar em relação ao elevador. Sabendo que o coeficiente de atrito cinético entre as superfícies atritantes vale 0,25, calcule, em relação ao elevador, a distância percorrida pelo bloco até parar. a g FÍSICA I Assunto 2 366 IME-ITA – Vol. 1 09 (ITA-1997) Um antigo vaso chinês está a uma distância d da extremidade de um forro sobre uma mesa. Essa extremidade, por sua vez, encontra-se a uma distância D de uma das bordas da mesa, como mostrado na figura. Inicialmente, tudo está em repouso. Você apostou que consegue puxar o forro com uma aceleração constante a (veja a figura), de tal forma que o vaso não caia da mesa. Considere que os coeficientes de atrito, estático e cinético, entre o vaso e o forro, tenham o valor µ e que o vaso pare no momento que tocar a mesa. Você ganhará a aposta se a magnitude da aceleração estiver dentro da faixa: (A) g a d . D < µ (B) g a d D > µ . (D) a >µg. (C) g a D d > µ . (E) g a D D d < − µ . 10 Um anel homogêneo de raio R é posto a girar em torno do seu centro até adquirir uma velocidade angular ω. Em seguida, o anel em rotação na posição horizontal é abandonado sobre a superfície de uma mesa, com a qual apresenta um coeficiente de atrito cinético igual a µ. Quanto tempo o anel levará até parar completamente? A gravidade no local é g. (A) 2 R g ω µ . (B) R g ω µ . (C) 2 R g ω µ . (D) R g ω µ . (E) 2R g ω µ . 11 Sobre um prisma triangular se coloca uma corda flexível e homogênea de modo que seu ponto médio fique sobre a aresta superior do prisma. Este se apoia em um plano horizontal perfeitamente liso. Sendo α < β, determine a aceleração horizontal que deve ser comunicada ao prisma para que a corda permaneça imóvel em relação ao prisma durante seu movimento. A gravidade local vale g. (A) g(sen β – sen α) (B) β α tan . tan g (C) β α + tan . 2 2 g (D) β + α . cos cos g (E) g tan (β – α). 12 (ITA-1982) O plano inclinado da figura tem massa M e sobre ele apoia-se um objeto de massa m. O ângulo de inclinação é α e não há atrito nem entre o plano inclinado e o objeto, nem entre o plano inclinado D d a α β e o apoio horizontal. Aplica-se uma força F horizontal ao plano inclinado e constata-se que o sistema todo move-se horizontalmente, sem que o objeto deslize em relação ao plano inclinado. Podemos afirmar que, sendo g a aceleração da gravidade no local: a M Fm (A) F = mg. (B) F = (M + m)g. (C) F tem que ser infinitamente grande. (D) F = (M + m)· g · tan α. (E) F = Mg sen α. 13 No esquema da figura, tem-se o sistema locomovendo-se horizon- talmente, sob ação de resultante externa F. A polia tem peso desprezível, o fio que passa pela mesma é ideal e a resistência do ar no local do movimento é irrelevante. Não há contato da esfera B com a parede vertical. Sendo mA = 10 kg, mB = 6,00 kg, mC = 144 kg e g = 10 m/s 2, determine a intensidade de F que faz com que não haja movimento dos dois corpos A e B em relação a C. C A F B 14 (Kosel) Uma tábua horizontal tem um degrau, cuja altura é H, no qual se apoia um cilindro homogêneo de raio R > H, que descansa livremente sobre a tábua. A tábua se move na direção horizontal com aceleração a. Determine a aceleração máxima com a qual o cilindro não subirá o degrau. O atrito é desprezível. a 15 Determine as acelerações dos corpos de massas m1, m2 e m3 para o sistema mecânico da figura. Não existe atrito e as massas da roldana e da corda são desprezíveis. m m m FÍSICA I Assunto 2 Dinâmica em movimentos retilíneos 367IME-ITA – Vol. 1 16 (ITA-1986) Da posição mais baixa de um plano inclinado lança-se um bloco de massa m = 5 kg com uma velocidade de 4 m/s no sentido ascendente. O bloco retorna a esse ponto com velocidade de 3 m/s. O ângulo do plano inclinado mede 30°. Calcule a distância d percorrida pelo bloco em sua ascensão, sendo g = 10m/s2. � � � 6 m d → v (A) 0,75 m. (B) 1,0 m. (C) 1,75 m. (D) 2,0 m. (E) 1,25 m. 17 (ITA-2003 – adaptada) Sobre a rampa inclinada de um prisma triangular de massa M = 10 kg, é colocado um pequeno bloco de massa m = 2 kg. O coeficiente de atrito estático entre o bloco e o plano é 0,1. Determineos valores de F para os quais o bloco fica em repouso sobre a rampa. M Fm 18 Um pequeno bloco de 2 kg repousa sobre uma tábua horizontal T de 8 kg, a uma distância de 0,2 m de uma de suas extremidades. A tábua é puxada a partir do repouso por uma força de 20 N constante e horizontal, aplicada nessa extremidade, até a tábua esbarrar no calço C, que dista 4,5 m e impede seu movimento repentinamente. Calcule a que distância o bloco ficará da extremidade da tábua após cessar o seu movimento. O coeficiente de atrito cinético entre a tábua e o bloco é 0,1; o estático é 0,15 e não há atrito entre a tábua e o plano. C 19 (EN-1998) Na figura abaixo, temos um bloco A (mA = 4,0 kg), um bloco B (mB = 8,0 kg), uma mola de constante elástica K = 800 N/m e um fio inextensível e horizontal. O coeficiente de atrito entre os blocos A e B e entre o bloco B e a superfície horizontal vale 0,1. Sabendo-se que a mola está deformada em 20 cm e que g = 10 m/s2, a aceleração adquirida pelo bloco B é de: Considere =3 1,73. fio A 30°B → F (A) 15,8 m/s2. (B) 16,3 m/s2. (C) 16,8 m/s2. (D) 17,2 m/s2. (E) 17,4 m/s2. 20 (ITA-1978) Considera-se um bloco de massa m sobre outro, de massa M, (ver figura abaixo). Inicialmente, m desliza sobre M sem atrito, com velocidade v0. A partir do ponto P, o coeficiente de atrito entre as duas superfícies em contato é não nulo. Se o bloco M puder deslizar sobre o plano horizontal sem qualquer atrito, pode-se afirmar que a distância x percorrida por m sobre M, contada a partir do ponto P, será dada por: M P m → v0 x µ = 0 µ ≠ 0 sem atrito (A) x mv m M g� �� �1 2 0 2 �( ) . (B) x mv m M g� �� �� 1 4 0 2 2�( + ) . (C) [ ]= µ +20 1 ( ) . 2 x mv m M g (D) x = 0 (distância nula). (E) n. r. a. 21 (ITA-1981) A figura (a) representa um plano inclinado cujo ângulo de inclinação sobre o horizonte é α. Sobre ele pode deslizar, sem atrito, um corpo de massa M. O contrapeso tem massa m, e uma das extremidades do fio está fixa ao solo. Na figura (b), o plano inclinado foi suspenso, de modo a se poder ligar as massas m e M por meio de outro fio. Desprezando os atritos nos suportes dos fios, desprezando a massa dos fios e sendo dada a aceleração da gravidade g, podemos afirmar que: B M fig. a B M fig. b α FÍSICA I Assunto 2 368 IME-ITA – Vol. 1 (A) no caso (a), a posição de equilíbrio estático do sistema ocorre se e somente se M sen α = m. (B) tanto no caso (a) como no caso (b), o equilíbrio se estabelece quando e somente quando M = m. (C) no caso (b), o corpo m é tracionado em A por uma força TA = (m + M sen α) g. (D) no caso (b), a aceleração do corpo M é α − + senM m g M m no sentido descendente. (E) no caso (a), não há nenhuma posição possível de equilíbrio estático. 22 (ITA-1984) A figura representa uma mesa horizontal de coeficiente de atrito cinético µ1 sobre a qual se apoia o bloco de massa M2. Sobre ele está apoiado o objeto de massa m, sendo µ o coeficiente de atrito cinético entre eles. M2 e m estão ligados por cabos horizontais esticados, de massa desprezível, que passam por uma roldana de massa desprezível. Desprezando-se a resistência do ar e o atrito nas roldanas, podemos afirmar que m se deslocará com velocidade constante em relação a um observador fixo na mesa, se M1 for tal que: M2 M1 m (A) M1 = µ m. (B) M1 = µ1(M2 + m) + aµ m. (C) M1 = µ M2 + µm. (D) M1 = 2µ m + 2µ1(M2 + m). (E) M1 = µ1(M2 + m). 23 (ITA-1986) Na figura a seguir, as duas massas m1 = 1,0 kg e m2 = 2,0 kg, estão ligadas por um fio de massa desprezível que passa por uma polia também de massa desprezível e raio R. Inicialmente, m2 é colocada em movimento ascendente, gastando 0,20 segundos para percorrer a distância d ≅ 1,0 m indicada. Nessas condições, m2 passará novamente pelo ponto “0” após aproximadamente: Dado: g = 10 m/s2. d ≅ 1,0 m 0 m1 m2 R (A) 0,4 s. (B) 1,4 s. (C) 1,6 s. (D) 2,8 s. (E) 3,2 s. 24 (ITA-1994) Duas massas, m e M, estão unidas uma à outra por meio de uma mola de constante K. Dependurando-as de modo que M fique no extremo inferior, o comprimento da mola é I1; invertendo as posições das massas, o comprimento da mola passa a ser I2. O comprimento I0 da mola quando não submetida à força é: (A) l ml ml M m0 1 2� � � . (B) l Ml ml M m0 1 2� � � . (C) l Ml ml M m0 1 2� � � . (D) l ml Ml M m0 1 2� � � . (E) l Ml ml M m0 1 2� � � . 25 (IME-1977) Na figura abaixo, o coeficiente de atrito entre o peso P e a cunha é µ1, e entre a cunha e o bloco inferior é µ2. Desprezando o peso da cunha e considerando que não há atrito na parede vertical, determine a expressão da força F necessária para levantar o peso P, forçando a cunha para a direita. θ P F 26 (IME-1982) Determine a massa necessária ao bloco A para que o bloco B, partindo do repouso, suba 0,75 m ao longo do plano inclinado liso, em um tempo t = 2 s. Despreze as massas das polias e dos tirantes e as resistências passivas ao movimento. A massa do bloco B vale 5 kg e a aceleração da gravidade deve ser considerada 10 m/s2. A B 60° FÍSICA I Assunto 2 Dinâmica em movimentos retilíneos 369IME-ITA – Vol. 1 27 (Irodov) Dois blocos em contato, bloco 1 e bloco 2, são colocados num plano de inclinação α com a horizontal. As massas dos blocos são m1 e m2, respectivamente, e os coeficientes de atrito entre o plano inclinado e os blocos são iguais a k1 e k2, com k1 > k2. Determine: α 1 2 a. a força de interação entre os blocos, quando estão em movimento. b. o menor valor do ângulo α para o qual ocorra deslizamento dos blocos. 28 (Irodov) Determine a aceleração da barra A e da cunha B na figura abaixo, sabendo que a razão entre as massas mB e mA vale h, a gravidade local vale g e todos os atritos são desprezíveis. A B α 29 (Irodov) Na configuração da figura, as massas da cunha M e do corpo m são conhecidas. Só existe atrito entre a cunha e o corpo de massa m, e o coeficiente de atrito é igual a k. As massas do fio e da polia são desprezíveis. Ache a aceleração do corpo m em relação à superfície horizontal na qual a cunha desliza. M m 30 (Irodov) No arranjo da figura abaixo, as massa m0, m1 e m2 são iguais às massas dos blocos. Ache a aceleração a com a qual bloco de massa m0 cai, e calcule a tensão no fio que une os blocos de massa m1 e m2, sabendo que o coeficiente de atrito entre os blocos e a superfície horizontal é igual a k. m2m1 m0 01 Deseja-se suspender uma pedra de massa m desde o solo até uma altura H. Para isso, amarra-se a pedra a uma corda de massa desprezível e puxa-se verticalmente pela extremidade livre. Sabendo-se que a corda suporta uma tração máxima T, determine o tempo mínimo que será gasto para suspender essa pedra, de forma que ela atinja a altura final H em repouso. Considere g a aceleração da gravidade. 02 (IIT) Uma cunha (triângulo retângulo isósceles) de massa m se encontra apoiada sobre um bloco de massa M e uma parede imóvel, como se indica na figura. Ache a aceleração de cada um dos blocos. Despreze os atritos. m M 03 No sistema representado na figura não há atritos. O fio é inextensível e tem peso desprezível. No local, a intensidade da aceleração da gravidade é g. Ignorando a influência do ar, calcule o intervalo de tempo que o corpo A (de massa m) leva para atingir a base do corpo B (de massa M), quando é abandonado de uma altura h em relação a B. A B h 04 (Irodov) No esquema mostrado na figura, temos um prisma de massa M, com inclinação de α e um bloco de massa m, apoiado em cima do prisma, preso por um fio à parede, passando por uma roldana. Sabendo que as massas do fio e da polia são desprezíveis e que não há atrito, determine a aceleração do prisma de massa M, quando todo o sistema é liberado. m α M 05 (Alonso e Finn) Calcule a aceleração dos corpos nos esquemas abaixo: a. m1 m2 m3 FÍSICA I Assunto 2 370 IME-ITA – Vol. 1 b. m1 m2 m3 06 A figura indica uma cunha em forma de triângulo de massa M e ânguloθ. A cunha repousa sobre uma mesa horizontal e sobre a cunha existe um bloco de massa m. Calcule a aceleração da cunha e a aceleração do bloco em relação à cunha. m M 07 A figura mostra uma cunha de massa M e inclinação α inicialmente parada sobre o solo horizontal liso. Certo bloco é abandonado sobre a superfície inclinada lisa da rampa, descrevendo uma trajetória retilínea de inclinação β com a horizontal. Qual a massa do bloco? M β α 08 (ITA-2004) Um atleta mantém-se suspenso em equilíbrio, forçando as mãos contra duas paredes verticais, perpendiculares entre si, dispondo seu corpo simetricamente em relação ao canto e mantendo seus braços horizontalmente alinhados, como mostra a figura. Sendo m a massa do corpo do atleta e o coeficiente de atrito estático interveniente, assinale a opção correta que indica o módulo mínimo da força exercida pelo atleta em cada parede: 90° (A) 1 2 2 2 1 2 1 .mg − + µ µ (B) 1 2 2 2 1 2 1 .mg + − µ µ (C) 2 2 1 2 1 . mg − + µ µ (D) 2 2 1 2 1 .mg + − µ µ (E) n. r. a. 09 Na situação, um sistema está descendo aceleradamente sobre um plano inclinado. Acoplado ao teto do carrinho, existe um pêndulo que contém uma esfera ao final. Sabendo que ela não se move em relação ao carrinho, calcule o ângulo β. g 53° liso β 10 A partir do sistema apresentado abaixo, determine o módulo da força de tensão na corda (1). Considere todas as polias ideais. µc = 0,5 2m (1) g 11 Considere o sistema abaixo. Os dois blocos, A e B, possuem massas respectivamente iguais a m e a M. Despreze qualquer tipo de atrito, e calcule a razão M/m de modo que A esteja em repouso em relação a B. B A m M FÍSICA I Assunto 2 Dinâmica em movimentos retilíneos 371IME-ITA – Vol. 1 12 No esquema abaixo, o bloco desliza sem sofrer nenhuma resistência sobre a superfície horizontal. Em um instante inicial, o ângulo de desvio da esfera é de 37°. Nessa mesma situação, o ângulo não varia e permanece igual a 37°. Assim, calcule a aceleração do bloco e a massa da esfera. M 37° a � g 13 Uma corda, cujo peso é desprezado, foi colocada numa roldana de eixo fixo e passa através de um orifício. No movimento da corda, o orifício atua com uma força de atrito constante F. Nos extremos da corda são colocados pesos, cujas massas são m1 e m2. Determine a aceleração dos pesos. m1 m2 14 (Irodov) Um pequeno corpo começa a deslizar do topo de um prisma, cuja base é igual a I = 210 m. O coeficiente de atrito entre o corpo e a superfície do prisma é k = 0,140. Para qual valor do ângulo α o tempo de deslizamento será o menor? E qual será o valor desse tempo? A t α 15 (Alonso e Finn) Uma corrente flexível de comprimento L e peso W é colocada inicialmente em repouso sobre uma superfície sem atrito ABC. Inicialmente, a distância de B a D é L – a. Determine a velocidade da corrente quando a extremidade D atingir o ponto B. A D B C a α L – a 16 (Alonso e Finn) Uma corda uniforme de massa M e comprimento L passa por um pino sem atrito e de raio muito pequeno. No início do movimento, BC = b. Calcule a aceleração e a velocidade, quando 2 3 BC L= . B A b C 17 (Halliday) A figura mostra uma máquina de Atwood, na qual dois recipientes estão ligados por uma corda (de massa desprezível) que passa por uma polia sem atrito (também de massa desprezível). No instante t = 0, o recipiente 1 tem uma massa de 1,3 kg e o recipiente 2 tem uma massa de 2,80 kg, mas o recipiente 1 está perdendo massa (por causa de um vazamento) a uma taxa constante de 0,200 kg/s. m1 m2 a. Com que taxa o módulo da aceleração dos recipientes está variando em t = 0,00 s? b. Com que taxa o módulo da aceleração dos recipientes está variando em t = 3,00 s? c. Em que instante a aceleração atinge o valor máximo? FÍSICA I Assunto 2 372 IME-ITA – Vol. 1 Física I Assunto 1 Exercícios Nível 1 01 Letra A. 02 Letra D. 03 Letra D. 04 a. 0 m/s2. b. 2 m/s2. 05 Letra B. 06 Letra B. 07 Letra D. 08 Letra A. 09 Letra D. 10 Letra A. 11 Letra C. 12 Letra D. 13 a. –1 m/s. b. 2 e 5 s. c. 30 metros. d. 2-3,5 s e 5-6 s. e. 2-5 s. 14 1 2 .t t 15 Letra D. Exercícios Nível 2 01 Letra B. 02 + + 1 2 3 1 2 1 3 2 3 3 . v v v v v v v v v 03 a. A. b. 2,27 s; 5,73 s. c. 1,00 s; 4,33 s. d. 2,67 s. 04 0,50 m/s2. 05 Letra E. 06 a. améd AB = 3,3 m/s 2; améd BC = 0 m/s 2; améd CE = –7,5 m/s 2. b. 75 m. c. x, m t, s 100 80 10 60 40 20 0 0 A C EB D 2 4 86 d. Entre C e E. 07 2 1 1 2 1 2 2 1 2( ) . ( ) x t x t t t t t − − 08 Letra A. 09 1 2 1 1 1 ... 1 .n V V V V n + + + = 10 <79,2 km/h. 11 60 km/h. 12 ≅ 47 m/s. 13 Letra C. 14 Letra C. 15 Letra A. 16 150 km. 17 a. 40 m/s. b. 40 s. 18 a. 45 m. b. 6 m/s2. c. 18 m/s. 19 Letra D. 20 Letra C. 21 750 m. 22 15 s. 23 − <| | 2 .A BV V ad 24 2 m/s. 25 θ = ω( − cos . )A B L t R R 26 55 min. 27 30 s. Exercícios Nível 3 01 − − 2.( 1) . 2 1 a n n 02 a. 1,25 s. b. 125 m. c. 3,84 projéteis/segundo. 03 10 km/h. 04 229 m. 05 − +2 2 | | . ad bl a b 06 a. 0,6 s. b. 2,16 m e 1,8 m. c. Nunca (encontra-se com o chão quando v = 0). 07 ⋅ − ⋅ ⋅ ⋅ − 2 1 (2 ) . 2 2 ( ) n v gn g v gn 08 + − + + = ⋅ + + ' 4( ) 3( ) . L h L h L t t L h L 09 a. 1 1 . 3 n nR − = b. Como o acoplamento é tangencial, todas as engrenagens têm mesma velocidade linear (v). Assim, vn + 1 = vn. Lembrando que v = ωR, temos: GABARITO IME-ITA 660 + + + + ω = ω →ω = ω ω = ω 1 1 1 1 1 ( ) ( ) ( ) 3 3 . n n n n n n n n n n R R R R 10 a. Seja D(t) a distância percorrida pelo corpo entre os instantes t e t+1. Logo: 2 2 2 2 ( 1) ( ) 2 2 ( 2) ( 1) ( 1) 2 2 a t at D t a t a t D t + = − + + + = − Sendo assim, a diferença será: 2 2 2 2 2 2 ( 2) ( 1) ( 1) ( ) 2 2 2 2 ( 1) ( ) ( 4 4 2 4 2 ) 2 ( 1) ( ) (2) . 2 a t a t at D t D t a D t D t t t t t t a D t D t a + + + − = − + + − = + + − − − + + − = = b. 2 2( 1) ( ) (2 1) 2 2 2 a n an a D n n + = − = + 21 (0) . 2 2 a a D = = Assunto 2 Exercícios Nível 1 01 40 N. 02 a. 2,0 m/s2. b. 24 N. c. 48 N. 03 a. 0,60. b. 2,0 m/s2. 04 a. µe = 0,25; µc = 0,20. b. 1,0 m/s2. 05 D1 = 30 kgf. D2 = 20 kgf. 06 a. 1,0 m/s2. b. 70 kgf. 07 a. 3,0 m/s2. b. 0,30. 08 0,5. 09 Letra E. 10 a. b. No cutelo: 30 N; no plano inclinado: 40 N. 11 a. g/10. b. Fio 1: mg/5; fio 2: 2mg/5. c. mg/2. 12 a. 1,0 m/s2. b. 4,4 · 104 N. c. 55 kg. 13 1,6 · 102 N. 14 a. 7,5 · 102 N. b. 4,5 · 102 N. 15 a. 9,8 m/s2 e 2,2 m/s2. b. 588 N. 16 Letra B. 17 5,0 m/s2 e 30 N. 18 a. 720 N b. aA = 0; aB = 5,0 m/s 2; apolia = 2,5 m/s 2. c. 40 N. 19 110 N > F > 50 N. 20 Letra A. 21 Letra C. 22 Letra C. 23 Letra D. 24 Letra C. 25 Letra C. 26 Letra B. 27 Letra D. 28 Letra B. 29 Letra B. 30 Letra C. 31 Letra B. 32 Letra C. 33 − µ = − 3 2 . 2 1 Exercícios Nível 2 01 Letra A. 02 a. a20 = 2,5 m/s 2; a5 = 4,9 m/s 2. b. T = 25 N. 03 a. 15,7 N. b. 0,2 · g. c. Em relação ao bloco inferior, o bloco superior terá uma aceleração de 0,1g para trás no primeiro caso e para frente no segundo. 04 = + 2 3 2 1 1 2 3 4 . ( ) m m l l m m m 05 4,9 · 102 N. 06 25 kgf. 07 Letra D. 08 50 cm. 09 Letra E. 10 Letra B. 11 Letra C. 12 Letra D. 13 1,20 · 103 N. 14 − = − (2 ) . g H R H a R H GABARITO IME-ITA Volume 1 661 15 + ⋅ α ⋅ α = + + α ⋅ α ⋅ α + + + α = + + α + ⋅ α ⋅ α − α = + + α 1 3 2 1 2 3 2 1 1 2 3 2 1 2 3 2 1 2 1 2 1 2 3 sen cos . sen sen cos ( )sen . sen ( ) sen cos sen . sen m m a g m m m m m m m b g m m m m m m c g m m m Em que a é a aceleração de m1 e m2, b é a aceleração vertical de m3 e c é a aceleração horizontal de m3. 16 Letra E. 17 36,5 < F < 64,7. 18 0,7 m. 19 Letra B. 20 Letra C. 21 Letra D. 22 Letra B. 23 LetraE. 24 Letra B. 25 µ θ + θ > µ + θ − µ θ 2 1 2 cos sen . cos sen F P 26 = + 15 (40 3 3) kg. 79a m 27 a. − α = + 1 2 1 2 contato 1 2 ( ) cos . m m k k g F m m b. − + α = + 1 1 1 2 2 1 2 tan . k m k m m m 28 = + η α = α + η α 2 . 1 cot . tan cot A B g a g a 29 = + + 2 . 2 g a M k m 30 − − = + + 0 1 2 0 1 2 [ ( )] . m k m m g a m m m Exercícios Nível 3 01 = − 2 . H T t g T mg 02 = + . mg a M m 03 +(5 ) . 2 m M h mg 04 ⋅ ⋅ α= + − α sen . 2 (1 cos ) m g a M m 05 a. = + + − − = + + − + = + + 2 3 1 1 2 1 3 2 3 1 3 1 2 2 3 2 1 2 1 3 2 3 1 3 1 2 2 3 3 1 2 1 3 2 3 4 . 4 ( 4 ) . 4 ( 4 ) . 4 m m g a m m m m m m m m m m m m g a m m m m m m m m m m m m g a m m m m m m b. − −= + + − − = + + − + = + + 2 3 1 2 1 3 1 1 2 1 3 2 3 1 3 1 2 2 3 2 1 2 1 3 2 3 1 3 1 2 2 3 3 1 2 1 3 2 3 (4 ) . 4 (3 4 ) . 4 ( 3 4 ) . 4 m m m m m m g a m m m m m m m m m m m m g a m m m m m m m m m m m m g a m m m m m m 06 = + θ + θ = + θ ( ) tan tan 1 . cos C C mg a M M m a M a m 07 b = − α tan 1 . tan m M 08 Letra B. 09 0. 10 4 . 3 mg 11 5. 12 7,5 m/s2; 15 kg. 13 − − = + 1 2 1 2 ( ) . m m g F a m m 14 α = − = ° 1 tan 2 49 . k tmin = 1 s. 15 = − α2 2( )sen . g v L a L 16 = = + − 2 2 . 3 2 8 2 . 3 g a g v L bL b L 17 a. 0,653 m/s2. b. 0,896 m/s2. c. 6,50 s. GABARITO IME-ITA 662 Dinâmica em movimentos curvilíneos FÍSICA I ASSUNTO 3 221IME-ITA – Vol. 2 1. Introdução A partir deste ponto, faremos uma reflexão mais profunda sobre a força resultante que pode atuar sobre um móvel. Sem deixar de lado as leis de Newton, que também regirão nosso estudo, além dos conceitos de referencial inercial e não inercial, descobriremos que, dependendo da relação entre os vetores força resultante e velocidade que atuam em um móvel, sua trajetória pode ser curvilínea em vez de apenas retilínea, como vimos antes. Naturalmente, sabemos que existem trajetórias curvilíneas, já que estão presentes o tempo todo em nosso cotidiano, mas vamos, agora, entender a sua dinâmica. 2. Dinâmica retilínea × dinâmica curvilínea Estudamos, no último assunto, a dinâmica presente em movimentos retilíneos, ou seja, a presença de forças atuando como fatores de alteração dos movimentos. Descobrimos também que, pela Segunda Lei de Newton, a toda força está associada uma aceleração, vetores com mesma direção e sentido. Então, vamos pensar em um bloco de 1 kg em movimento retilíneo uniforme. Como o movimento é retilíneo, a velocidade tem sempre uma certa direção. Suponha que seja aplicada uma força de 1 N no mesmo sentido da velocidade do corpo. Sabemos que, pela Segunda Lei de Newton, surgirá uma aceleração de 1 m/s2 no corpo, no mesmo sentido da força, que no caso é o mesmo sentido da velocidade. O resultado disso é que o corpo terá apenas a intensidade (ou o módulo) da sua velocidade aumentada com o tempo, mas sua direção permanecerá inalterada. Mas nós sabemos que carros podem fazer curva, por exemplo. Como pode isso acontecer, então? Um dos conceitos básicos de cinemática é que a velocidade instantânea de um móvel é sempre tangente à trajetória que o corpo está realizando. Logo, para que o móvel possa mudar de direção, a sua velocidade deve mudar de direção. Então, como faremos isso acontecer? Como para quaisquer dois vetores distintos, a mudança de direção da velocidade de v para ∆v entre um instante t e um instante t + ∆t produz o vetor diferença de velocidades, dado por ∆v, como mostra a figura: ∆v v + ∆v vv t 1 2 t +∆t v +∆v Logo, se existe um vetor ∆v em um certo intervalo de tempo ∆t, devemos lembrar o conceito de aceleração, que é a taxa de variação temporal da velocidade, ou seja, a = ∆v/∆t. Então, esse vetor aceleração vai ter a mesma direção e sentido do vetor ∆v, já que ∆t é um escalar positivo. Esse vetor está representado na figura a seguir: v t 1 C a Dessa forma, acabamos de descobrir que, para que a velocidade mude de direção, deve passar a atuar sobre o móvel um vetor aceleração que não tenha a mesma direção do vetor velocidade inicial. E como, pela Segunda Lei de Newton, a toda aceleração está associada uma força, deve passar a atuar no móvel uma força resultante que não tenha a direção da velocidade, e é sobre essa força que passaremos a discutir na próxima seção. 3. Componentes da força resultante A figura a seguir mostra um móvel executando um movimento curvilíneo em duas dimensões e a força resultante que atua nele naquele instante. Essa força resultante, em um movimento bidimensional, sempre pode ser decomposta em dois eixos: o eixo tangencial (tangente à trajetória, ou seja, na direção da velocidade do corpo) e o eixo normal (perpendicular ao eixo tangencial). Chamaremos de força tangencial a componente da força no eixo tangencial e de força centrípeta a componente da força na direção normal, como mostra a figura abaixo. t F cp F t F cp F t F cp F A força tangencial é toda força que estudamos até aqui. Ela está associada à aceleração tangencial ( at), que altera a intensidade da velocidade do móvel que estudamos em cinemática escalar. A novidade agora é a força centrípeta. Então, se a força tangencial está relacionada à mudança da intensidade da velocidade, a força centrípeta é a força atrelada à mudança da direção da velocidade do corpo, proporcionando a trajetória curvilínea observada. A aceleração associada a essa força é chamada de aceleração centrípeta ( acp). Aplicando a Segunda Lei de Newton, teremos: F m a F m a t t cp cp � � � � FÍSICA I Assunto 3 222 IME-ITA – Vol. 2 4. Aceleração centrípeta Já sabemos como encontrar a aceleração tangencial instantânea ou média de um móvel. Basta termos a função horária da velocidade e derivá- -la, para a primeira, e saber a variação do módulo da velocidade em um certo intervalo de tempo, para a segunda. Mas ainda não sabemos como calcular a aceleração centrípeta. É o que veremos agora. Considere um móvel em MCU de raio R. Como o movimento é uniforme, a única aceleração presente nele é a centrípeta, já que é um movimento curvilíneo. A figura a seguir mostra o móvel indo de um ponto A até um ponto B da circunferência, com deslocamento angular igual a θ. θC A B R R vA vB Sabemos que �v v v e v v vB A A B � � � � . Com isso, podemos formar o seguinte triângulo: θ vB vA ∆ v É fácil ver por argumentos geométricos que o ângulo entre os dois vetores velocidade é o mesmo ângulo θ que representa o deslocamento angular de A até B (tente provar isso). Dessa forma, vemos que esse triângulo das velocidades é semelhante ao ∆ABC da figura anterior. Com isso, podemos relacionar as medidas de seus lados: �v AB v R A � ( )I Sabemos também que, quando o intervalo de tempo que a partícula leva para percorrer de A a B tende a 0, ou seja, ∆t → 0, o menor arco de circunferência AB tende ao segmento AB. Dessa forma, podemos dizer que: AB ≈ AB = v · ∆t Assim sendo, temos, de (I): � � � � v y t v R v t v R � � � � ² ( )II Como a acp é a única aceleração presente no movimento, além de ter módulo constante, podemos dizer que ela corresponde à aceleração média do movimento: a a v t cp m � � � � ( )III Logo, de (II) e (III), temos que: a v R cp = ² Consequentemente, temos: F m a m v R cp cp � � � ² Extrapolando essa definição para qualquer movimento curvilíneo, podemos dizer que a aceleração centrípeta instantânea tem módulo igual ao módulo da velocidade linear instantânea ao quadrado dividido pelo raio de curvatura instantâneo. Ainda podemos escrever a aceleração centrípeta em função da velocidade angular do móvel. Como v = w · R , em que w é a velocidade angular, substituindo na fórmula da aceleração, teremos: a m R R m R R a m Rcp cp � � � � ( )² ² ² ² � � � 5. Classificação dos movimentos curvilíneos Dependendo da presença ou não da aceleração tangencial, os movimentos curvilíneos podem ser classificados da seguinte maneira: UNIFORME F → RETARDADO F → ACELERADO F → No movimento circular uniforme, não há a ação da aceleração tangencial. Logo, a velocidade se mantém constante, e o móvel realiza uma trajetória circular, já que a aceleração centrípeta se mantém constante. Em movimentos acelerados ou retardados, existe aceleração tangencial. A trajetória será determinada, então, pela ação da força centrípeta realizada. 6. Dinâmica curvilínea no referencial não inercial Relembrando: referenciais não inerciais são aqueles que possuem aceleração em relação a referenciais inerciais. Como consequência, as leis de Newton não são válidas neles. Para podermos resolver problemas relativos a eles, podemos nos valer dos princípios de equivalência de Einstein e de D’Alembert para mudar do referencial inercial para o não inercial e conseguir usar as leis de Newton. Tais princípios afirmavam em conjunto que, fixando o observador no referencial não inercial, poderíamos adicionar uma aceleração no sistema contido no referencial não inercial contrária à aceleração real desse referencial em relação à Terra. Dessa forma, passariam a atuar no corpo forças “fictícias”, denominadas forças de inércia. Muitas vezes esse procedimento facilita a resolução do problema. Como estamos falando ainda de dinâmica, as mesmas condições do movimento retilíneo valem para o movimento curvilíneo. Para fazermos uma mudança de um referencial inercial para um referencial não inercial que execute um movimento de rotação uniforme (ou seja, dotado apenas de aceleração centrípeta, sem a ação de aceleração tangencial), procedemos da mesma forma. Colocando o observador no FÍSICA I Assunto 3 Dinâmica em movimentos curvilíneos 223IME-ITA – Vol. 2 referencial em rotação, incluímos nos componentes do sistema contido nesse referencial a aceleração adicional de mesmo módulo e direção da aceleração centrípeta, porém de sentido contrário, que chamaremos de aceleração centrífuga. A força de inércia correspondente a ela será, então, naturalmente denominada força centrífuga. Geralmente, em movimentos curvilíneos, a mudança de referencial nem sempre é tão interessante, ao contrário do que aconteceu no exercício resolvido 7 do assunto anterior. Dessa forma, a aplicação desses princípios para movimentos curvilíneos vale mais para fixação do conceito e treinamento. 7. Problemas envolvendo trajetórias curvilíneas A maioria dos problemas de dinâmica que envolvem trajetórias curvilíneas exigem que se tomem os seguintes passos: 1o. Identificar o centro instantâneo de rotação (CIR) da trajetória do móvel em questão. 2o. Traçar o eixo normal, ou seja, que passa pelo CIR, e o eixo tangencial, perpendicular ao normal. 3o. Decompor as forças não contidas nesses eixos para esses eixos, e manter as que já se encontram neles. 4o. No eixo normal, aplicar a Segunda Lei de Newton, lembrando que a aceleração nesse eixo é a centrípeta. 5o. No eixo tangencial, aplicar a Primeira ou Segunda Leis de Newton, dependendo das condições do problema. Lembrando que a aceleração nesse eixo, caso se aplique a Segunda Lei de Newton, é a aceleração tangencial. Importante: A força centrípeta não é uma força a mais que atua no móvel. Ela é simplesmente a resultante das forças que atuam na direção normal à trajetória. Muitas vezes, existe apenas uma força atuando na direção normal, podendo ela ser a força peso, uma força de tração, uma força normal, etc. Nesse caso, elas farão apenas o papel de força centrípeta, já que serão a própria resultante na direção normal. Devemos lembrar também que ela sempre aponta para o centro de rotação. 01 Na figura seguinte, um carrinho de 1,0 kg de massa descreve movimento circular e uniforme ao longo de um trilho envergado em forma de circunferência de 2,0 m de raio. A velocidade escalar do carrinho vale 8,0 m/s, sua trajetória pertence a um plano vertical e adota-se |g → | = 10 m/s2. Supondo que os pontos A e B sejam, respectivamente, o mais alto e o mais baixo, determine a intensidade da força que o trilho exerce no carrinho: A B g → a. no ponto A. b. no ponto B. Solução: a. No ponto A, as forças que atuam no carrinho são a normal que o trilho faz sobre ele (NA) e o peso do carrinho (P). Ambas as forças têm direção vertical e sentido para baixo no ponto A. Como o centro de rotação é o ponto O, veja que essas duas forças já estão sobre o eixo normal à trajetória no ponto A. O diagrama de corpo livre do móvel está representado na figura a seguir. t F cp F t F cp F eixo tangencial eixo normal A P NA O B Dessa forma, temos que a resultante centrípeta é dada por: Fcp = NA + P (I) Como o carrinho está em movimento circular uniforme (MCU), sua velocidade no ponto A é a descrita no enunciado: v = 8 m/s. Temos também que, como o movimento é um MCU, o raio de rotação é constante ao longo da trajetória, igual a 2 m. Logo, temos: Fcp � � � 1 8 2 32 2 N. Como o peso do carrinho é igual a P = 1 · 10 = 10 N, temos que, de (I), NA + 10 = 32→ NA = 22 N. b. No ponto B, as forças que atuam sobre o carrinho ainda são a normal do trilho sobre ele (NB) e o peso do carrinho (P). Ambas as forças nesse ponto têm direção vertical, porém a normal tem sentido para cima, enquanto o peso tem sentido para baixo. Como o centro de rotação continua sendo o ponto O, temos que ambas as forças estão sobre o eixo normal. O diagrama de corpo livre está representado na figura a seguir. eixo tangencial eixo normal A B O N → B P → Dessa forma, a resultante centrípeta é dada por: Fcp = NB – P (II) FÍSICA I Assunto 3 224 IME-ITA – Vol. 2 Como o carrinho está em MCU, sua velocidade no ponto B é também v = 8 m/s. Temos que o raio também é igual a 2 m, já que ainda é um MCU. Logo, temos: Fcp � � � 1 8 2 32 2 N. Como P = 1 · 10 = 10 N, temos que, de (II), 32 = NB – 10 → NB = 42 N. 02 O pêndulo da figura oscila em condições ideais, invertendo seu movimento sucessivamente nos pontos A e C. g → A B C A esfera tem massa de 1,0 kg e o comprimento do fio leve e inextensível vale 2,0 m. Sabendo que, no ponto B (mais baixo da trajetória), a esfera tem velocidade de módulo 2,0 m/s e que |g → | = 10 m/s2, determine: a. a intensidade da força resultante que age na esfera quando ela passa pelo ponto B. b. a intensidade da força que traciona o fio quando a esfera passa pelo ponto B. Solução: a. Vamos identificar primeiro o centro de rotação da trajetória no ponto B. Veja que, pelo fato de o fio estar sempre esticado, já que sempre há tração, o centro de rotação é sempre o mesmo, e é o ponto em que o fio está preso no teto (O). Logo, o raio de rotação é constante e igual ao comprimento do fio, 2 m. O diagrama de corpo livre da esfera está representado na figura a seguir. eixo normal eixo tangencial T P B v = 2 m/s 0 Agora veja que, no ponto B, a tração que atua no corpo é vertical, já que o fio está na vertical, apontando para cima. Existe também o peso, vertical, mas apontando para baixo. Dessa forma, só existem forças sobre o eixo normal, o que significa que só existe resultante centrípeta atuando na esfera no ponto B. Logo, a força resultante que age na esfera é dada por: F FR cp� � �1 2 2 2 → FR = 2 N b. Sabemos, pelo item “a”, que a resultante centrípeta que atua na esfera no ponto B tem intensidade de 2 N. Sabemos também que ela é a resultante da soma vetorial entre a tração no fio e o peso da esfera naquele ponto e que deve ter sentido “para cima”, já que o centro de rotação está acima do ponto B. Então, a tração deve ter intensidade maior que o peso. Dessa forma: Fcp = T – P → 2 = T – 1 · 10 → T = 12 N 03 (IME-1996) Uma mesa giratória tem velocidade angular constante w, em torno do eixo y. Sobre essa mesa encontram-se dois blocos,de massa m e M, ligados por uma corda inelástica que passa por uma roldana fixa à mesa, conforme a figura abaixo. Considerando que não existe atrito entre a mesa e o bloco M, determine o coeficiente de atrito mínimo entre os dois blocos para que haja movimento relativo entre eles. Considere d a distância dos blocos ao eixo de rotação. Despreze as massas da roldana e da corda. M m d y w 1a solução: No referencial não inercial da mesa giratória: Nesse referencial, os blocos não se movimentam um em relação ao outro, nem em relação ao referencial. É fácil ver que o centro de rotação está contido no eixo y da figura, já que ele é dotado de uma velocidade angular w constante. Como esse movimento de rotação é munido apenas de aceleração centrípeta, podemos nos munir dos princípios da equivalência e de D’Alembert para mudança de referencial. O eixo normal é, então, o eixo que acompanha a distância d marcada na figura. Porém, dessa vez, não usaremos o eixo tangencial (que é o que “entra” no papel, já que o movimento tem essa direção), pois não há forças atuando nessa direção. Usaremos um eixo perpendicular ao normal que seja perpendicular à mesa, para que contenha a normal entre o bloco M e a mesa e a normal entre os blocos. Quando colocamos o referencial na mesa, devemos anular a aceleração centrípeta que o sistema já tinha (para a esquerda no eixo normal) e adicionar uma nova aceleração, a centrífuga, para a direita no eixo normal, com a mesma intensidade da centrípeta (w²d), o que faz aparecerem as forças de inércia (centrífugas) nos blocos. Dessa forma, temos os seguintes diagramas de corpo livre: m Fat N2 m · w2d m · g T M N2 N1 Fat M · w2d M · g T FÍSICA I Assunto 3 Dinâmica em movimentos curvilíneos 225IME-ITA – Vol. 2 Como a força centrífuga na caixa M é maior, já que M > m, a caixa M tende a escorregar para a direita no eixo normal, o que faz com que, devido ao vínculo geométrico proporcionado pelo fio, a caixa m tenda a se deslocar para a esquerda no mesmo eixo. Dessa forma, deve aparecer um atrito para a direita no bloco m provocado pelo bloco M a fim de impedir essa tendência de movimento. Pela Terceira Lei de Newton, surge um atrito de mesma intensidade, porém sentido contrário; no bloco M · N2 é a normal trocada pelos blocos, e N1 é a normal que a superfície exerce no bloco M. Pela Primeira Lei de Newton, já que os blocos estão parados no referencial não inercial, temos: Bloco M: – eixo normal: T + Fat = M · w 2d – eixo perpendicular: M · g + N2 = N1 Bloco m: – eixo normal: T = Fat + m · w 2d – eixo perpendicular: N2 = m · g Como o problema pede o coeficiente de atrito mínimo entre os blocos para que não haja escorregamento relativo entre eles, devemos colocar o bloco m na iminência de escorregar, ou seja, a força de atrito (estático, no caso) deve ter seu valor máximo: Fat = m · N2 = m · mg Resolvendo, então, o sistema formado pelas cinco equações, temos: � � � � � � � ( )M m d m g 2 2 2a solução: No referencial inercial da Terra: Nesse referencial, os blocos não se movimentam relativamente entre si, mas em relação ao referencial da Terra. Os eixos são os mesmo descritos anteriormente. Isolando os blocos, temos os diagramas de corpo livre representados na figura abaixo: m Fat N2 m · g T M N2 N1 Fat M · g T Para o bloco M: – eixo normal, Segunda Lei de Newton: M · w2d = T + Fat – eixo perpendicular, Primeira Lei de Newton, já que não há aceleração nesse eixo: M · g + N2 = N1. Para o bloco m: – eixo normal, Segunda Lei de Newton: m · w2d = T – Fat – eixo perpendicular, Primeira Lei de Newton, já que não há aceleração nesse eixo: N2 = m · g. Temos a mesma condição de iminência de escorregamento da solução anterior: Fat = m · N2 = m · mg. Veja que as equações escritas aqui são equivalentes às da solução anterior. Dessa forma, resolvendo o sistema, temos: � � � � � � � ( )M m d m g 2 2 01 A partícula indicada na figura descreve uma trajetória circular de raio R e centro O. Ao passar pelo ponto v, verifica-se que sobre ela agem apenas duas forças: 1 2eF F . A o θ → F1 → F2 → V Sendo m a massa da partícula e v a sua velocidade vetorial em A, é correto que: (A) = 2 1 . mv F R (B) = 2 2 . mv F R (C) + = 2 1 2 . mv F F R (D) + θ = 2 1 2 cos . mv F F R (E) 2 1 2 cos ' , emque 'éa forçacentrífuga. mv F F F F R + θ + = 02 (AFA-2002) A figura representa uma curva plana de um circuito de fórmula 1. Se, durante uma corrida, um piloto necessitar fazer tal curva com velocidade elevada, evitando o risco de derrapar, deverá optar pela trajetória representada em qual alternativa? FÍSICA I Assunto 3 226 IME-ITA – Vol. 2 (A) (C) (B) (D) 03 Considere uma partícula de massa M descrevendo movimento circular e uniforme com velocidade de intensidade V. Se o período do movimento é igual a T, a intensidade da força resultante na partícula é: (A) . MV T (B) 2MV T . (C) π2 MV T . (D) πMV T . (E) π2 V T . 04 Um ponto material de 4,0 kg de massa realiza movimento circular e uniforme ao longo de uma trajetória vertical de 7,5 m de raio. Sua velocidade angular é w = 1,0 rad/s e no local = 210 m/s .g No ponto A indicado na figura, além da força da gravidade P, age no ponto material somente uma outra força: F. Caracterize F, calculando sua intensidade e indicando graficamente sua orientação. 0 A w → p → g 05 Uma partícula de 3,0 kg de massa parte do repouso no instante t0 = 0, adquirindo movimento circular uniformemente acelerado. Sua aceleração escalar é de 4,0 m/s e o raio da circunferência suporte do movimento vale 3,0 m. Para o instante t1 = 1,0 s, calcule a intensidade da força resultante que age sobre a partícula. 06 (AFA-2004) Um carro de 1.500 kg faz uma curva sem superelevação, com um raio de 75 m, à velocidade de 54 km/h. O coeficiente de atrito mínimo que deve haver entre o pavimento da estrada e os pneus, a fim de impedir a derrapagem do carro é: (A) 0,1. (B) 0,3. (C) 0,5. (D) 0,6. 07 (AFA-2002) Dois corpos, A e B, giram em movimento circular uniforme presos aos extremos de cordas de comprimentos, respectivamente, r e 2r. Sabendo que eles giram com a mesma velocidade tangencial, pode-se dizer que: → v A r → v B 2r (A) ambos desenvolverão mesma velocidade angular. (B) ambos estarão submetidos à mesma força centrípeta. (C) em um mesmo intervalo de tempo o corpo A dará maior número de voltas que o B. (D) o corpo A desenvolve menor aceleração centrípeta que o B. 08 Considere uma curva circular de 200 m de raio contida em um plano horizontal. Um carro de 700 kg de massa deverá percorrer essa curva com a máxima velocidade admissível para não derrapar. Sabendo que os coeficientes de atrito estático e cinético entre os pneus do carro e o solo valem, respectivamente, 0,80 e 0,70 e que g = 10 m/s2, determine a velocidade do veículo. 09 (ITA-1969) Um satélite artificial é lançado em órbita circular equatorial, no mesmo sentido da rotação da Terra, de tal modo que o seu período seja de 24 horas. Assim sendo, um observador situado no equador poderá ver o satélite parado sempre sobre sua cabeça. Referindo-se a um sistema de coordenadas, rigidamente ligado à Terra, esse observador dirá que isso acontece porque: (A) Sobre o satélite atua uma força centrífuga que equilibra a força da gravidade da Terra. (B) Existe uma força tangente à órbita que dá ao satélite um movimento igual ao da Terra e que impede a sua queda. (C) A força centrípeta que atua sobre o satélite é igual à força da gravidade. (D) Em relação ao Sol, o satélite também está parado. (E) A essa distância em que o satélite se encontra seu peso é nulo. 10 Considere um satélite artificial em órbita circular em torno da Terra. Seja M a sua massa e R o raio de curvatura de sua trajetória. Se a força de atração gravitacional exercida pela Terra sobre ele tem intensidade F, então pode-se afirmar que seuperíodo de revolução vale: (A) . MR F (B) π2 . MR F (C) π2 .MRF (D) π 24 . MR F (E) Não há dados para o cálculo. FÍSICA I Assunto 3 Dinâmica em movimentos curvilíneos 227IME-ITA – Vol. 2 11 Na figura seguinte, um carro com massa de 5,0 · 102 kg percorre uma depressão assimilável a um arco de circunferência de 20 m de raio. No ponto mais baixo da trajetória, suposta contida em um plano vertical, existe uma ponte de madeira, que pode resistir a uma compressão normal máxima equivalente a 1,5 · 104 N. r = 20 m 0 Considerando g = 10 m/s2, calcule com que velocidade máxima, dada em km/h, o carro poderá atravessar a ponte sem derrubá-la. 12 (AFA-2005) O pêndulo da figura abaixo gira apresentando um ângulo θ de abertura em relação à vertical. Afirma-se que: θ I. A força centrípeta é a força resultante. II. Variando a velocidade, o período permanece inalterado. III. A tensão no fio diminui com o aumento de θ. Estão corretas as afirmativas: (A) I e II. (B) I e III. (C) II e III. (D) I, II e III. 13 → g 0 53° Na figura, representa-se um pêndulo fixo em O, oscilando em um plano vertical. No local, despreza-se a influência do ar e adota-se g = 10 m/s2. A esfera tem massa de 3,0 kg, o fio é leve e inextensível, apresentando comprimento de 1,5 m. Se na posição A o fio forma com a direção vertical um ângulo de 53° e a esfera tem velocidade igual a 2,0 m/s, determine a intensidade da força tensora no fio. Dados: sen 53° = 0,80; cos 53° = 0,60. 14 A esfera de massa M da figura, presa ao ponto P por um fio de massa desprezível e comprimento L, executa movimento circular uniforme em torno do eixo E. A aceleração da gravidade tem módulo g. A velocidade angular da esfera é: P E L θ (A) ω = θ . sen Mg L (B) ω = θ . tan Mg (C) ω = θ . cos g L (D) ω = θ . cos Mg L (E) ω = π2 . g L 15 (AFA-2008) Um corpo de massa m, preso à extremidade de um fio constituindo um pêndulo cônico, gira em um círculo horizontal de raio R, como mostra a figura. R m θ Sendo g a aceleração da gravidade local e θ o ângulo do fio com a vertical, a velocidade do corpo pode ser calculada por: (A) .Rg (B) 2 .Rg (C) θ.Rg sen (D) θtan .Rg 16 (IME-1989) Uma massa M = 20 kg é suspensa por um fio de comprimento L = 10 m, inextensível e sem peso, conforme mostra a figura. A barra ABC gira em torno do seu eixo vertical com velocidade angular constante de forma que o fio atinge a posição indicada. FÍSICA I Assunto 3 228 IME-ITA – Vol. 2 6 m 1,5 m C B L = 10 m M A Determine: Dado: = 210m/sg a. a velocidade angular da barra. b. a tração no fio. 17 Na figura, o fio ideal prende uma partícula de massa m a uma haste vertical presa a um disco horizontal que gira com velocidade angular w constante. A distância do eixo de rotação do disco ao centro da partícula é igual a 0,1 3 m. Use = 210m/s .g m60° A velocidade do disco é: (A) 3 rad/s. (B) 5 rad/s. (C) 5 2 rad/s. (D) 8 3 rad/s. (E) 10 rad/s. 18 Um carro de dimensões desprezíveis percorre uma curva circular de raio R em movimento uniforme, sem receber a ação de forças de atrito exercidas pelo asfalto. A curva é sobrelevada de um ângulo θ, conforme indica o perfil abaixo: → g θ plano horizontal Adotando para a aceleração da gravidade o valor g e desprezando a resistência do ar, calcule o módulo da velocidade do carro. 19 Na aviação, quando um piloto executa uma curva, a força de sustentação ( F ) torna-se diferente do peso do avião ( P ). A razão entre F e P é chamada de fator carga (n): = F n P . Um avião executa um movimento circular uniforme, conforme a figura, em um plano horizontal, com velocidade escalar de 40 m/s e com fator de carga igual a 5/3. → F 0 → P R Supondo 210m/s ,g = calcule o raio R da circunferência descrita pelo avião. 20 Em alguns parques de diversões existe um brinquedo chamado rotor, que consiste em um cilindro oco, de eixo vertical, dentro do qual é introduzida uma pessoa. De início, a pessoa apoia-se sobre um suporte, que é retirado automaticamente quando o rotor gira com uma velocidade adequada. Admita que o coeficiente de atrito estático entre o corpo da pessoa e a parede interna do rotor valha m. Suponha que o módulo da aceleração da gravidade seja g e que o rotor tenha raio R. Calcule a mínima velocidade angular do rotor, de modo que, com o suporte retirado, a pessoa não escorregue em relação à parede. suporte → g R w 21 (IME-1997) Um inseto de massa m = 1,0 g está pousado no disco a 12,5 cm do eixo de rotação. Sabendo-se que o coeficiente de atrito estático do inseto com a superfície do disco é me = 0,8, determine qual o valor mínimo da velocidade angular, em rpm (rotações por minuto), necessário para arremessar o inseto para fora do disco. Dado: 210m/sg = FÍSICA I Assunto 3 Dinâmica em movimentos curvilíneos 229IME-ITA – Vol. 2 22 Na situação esquematizada na figura, a mesa é plana, horizontal e perfeitamente polida. A mola tem massa desprezível, constante elástica igual a 2,0 · 102 N/m e comprimento natural (sem deformação) de 80 cm. Se a esfera (massa de 2,0 kg) descreve movimento circular e uniforme, qual o módulo da sua velocidade tangencial? 90 cm 23 A figura mostra duas esferas iguais E1 e E2, que, ligadas a fios inextensíveis e de massas desprezíveis, descrevem movimento circular e uniforme sobre uma mesa horizontal perfeitamente lisa. Desprezando a resistência do ar e supondo que E1 e E2 se mantenham sempre alinhadas com o centro, aponte a alternativa que traz o valor correto da relação T1 e T2 entre as intensidades das forças tensoras nos fios (1) e (2): L E1 E2 (1) (2) L (A) 2. (B) 3/2. (C) 1. (D) 1/2. (E) 2/3. 24 O esquema seguinte representa um disco horizontal, que, acoplado rigidamente a um eixo vertical, gira uniformemente sem sofrer resistência do ar: B A w Sobre o disco estão apoiados dois bloquinhos, A e B, constituídos de materiais diferentes, que distam do eixo 40 cm e 20 cm, respectivamente. Sabendo que, nas condições do problema, os bloquinhos estão na iminência de deslizar, obtenha: a. A relação VA / VB das velocidades lineares de A e de B em relação ao eixo. b. A relação mA / mB dos coeficientes de atrito estático entre os blocos A e B e o disco. 25 Um motociclista, pilotando sua motocicleta, move-se com uma velocidade constante durante a realização do looping da figura abaixo. A R B Quando está passando pelo ponto mais alto dessa trajetória circular, o motociclista lança, para trás, um objeto de massa desprezível, comparada à massa de todo o conjunto motocicleta-motociclista. Dessa forma, o objeto cai, em relação à superfície da Terra, como se tivesse sido abandonado em A, percorrendo uma trajetória retilínea até B. Ao passar, após esse lançamento, em B, o motociclista consegue recuperar o objeto imediatamente antes de ele tocar o solo. Desprezando a resistência do ar e as dimensões do conjunto motocicleta- motociclista, e considerando π2 = 10, a razão entre a normal (N), que age sobre a motocicleta no instante em que passa no ponto A, e o peso (P) do conjunto motocicleta-motociclista, (N/P), será igual a: (A) 0,5. (B) 1,0. (C) 1,5. (D) 3,5. 01 Um ventilador de teto, com eixo vertical, é constituído por três pás iguais e rígidas, encaixadas em um rotor de raio R = 0,10 m, formando ângulos de 120° entre si. Cada pá tem massa M = 0,20 kg e comprimento L = 0,50 m. No centro de uma das pás foi fixado um prego P, com massa mP = 0,020 kg, que desequilibra o ventilador, principalmente quando este se movimenta. Suponha, então, o ventilador girando com uma velocidade de 60 rotações por minuto e determine: figura Bfigura A 120° 0,50 m rotor P a. A intensidade da força radial horizontal F, em newtons, exercida pelo prego sobre o rotor. b. A massa Mo, em kg, de um pequeno contrapeso que deve ser colocado em um ponto Do, sobre a borda do rotor, para que a resultante das forçashorizontais agindo sobre o rotor seja nula. c. A posição do ponto Do, localizando-a no esquema anterior (fig. B). (Se necessário, utilize π = 3). FÍSICA I Assunto 3 230 IME-ITA – Vol. 2 02 (AFA-2007) Durante um show de patinação, o patinador, representado na figura abaixo, descreve uma evolução circular, com velocidade escalar constante, de raio igual a 10,8 m. Considerando desprezíveis quaisquer resistências, a velocidade do patinador, ao fazer a referida evolução, é igual a: 53° pista de gelo Dados: sen 53° = 0,80; cos 53° = 0,60. (A) 12 m/s. (B) 7 m/s. (C) 8 m/s. (D) 9 m/s. 03 (IME-1994) Uma pequena esfera está suspensa por um fio ideal que está preso ao teto de um vagão. O trem faz uma curva plana horizontal de raio r, com velocidade v constante. Determine o ângulo que o fio forma com a direção vertical. 04 A figura abaixo representa dois corpos idênticos girando horizontalmente em MCU com velocidades lineares v1 e v2. A razão 1 2 T T entre as intensidades das trações nos fios ideais 1 e 2 é: 1 2 fio 1 fio 2 R R (A) + 2 2 1 2 2 2 2 . v v v (B) +2 21 2 2 2 . v v v (C) −2 21 2 2 2 . v v v (D) 2 2 2 1 . v v 05 (ITA-1973) Um garoto dispõe de um elástico em cuja extremidade ele prende uma pedra de 10 gramas. Dando um raio R = 1,00 m (comprimento de repouso), ele faz a pedra girar em um círculo horizontal sobre sua cabeça com uma velocidade angular w = 2,0 rad/s. Considerando-se agora que o novo raio do círculo, R’, é constante, e que a constante elástica do elástico é k = 2,0 · 10–10, qual a diferença entre R’ e R? (A) 2,5 cm. (B) 2,0 m. (C) 2,0 cm (D) 0,20 cm. (E) 0,25 cm. 06 (ITA-1979) Um aro metálico circular e duas esferas são acoplados conforme a figura a seguir. As esferas dispõem de um furo diametral que lhes permite circular pelo aro. Este começa a girar, a partir do repouso, em torno do diâmetro vertical EE’, que passa entre as esferas, até atingir uma velocidade angular constante w. Sendo R o raio do aro, m a massa de cada esfera e desprezando-se os atritos, pode-se afirmar que: w E E’ 0 R m m (A) As esferas permanecem na parte inferior do aro porque essa é a posição de mínima energia potencial. (B) As esferas permanecem a distâncias r e de EE’ tal que, se 2θ for o ângulo central cujo vértice é o centro do aro e cujos lados passam pelo centro das esferas, na posição de equilíbrio estável, então, 2 tan , r g ω θ = estando as esferas abaixo do diâmetro horizontal do aro. (C) As esferas permanecem a distâncias r e de EE’ tal que, se 2θ for o ângulo central cujo vértice é o centro do aro e cujos lados passam pelo centro das esferas, na posição de equilíbrio estável, então, 2 tan , r g ω θ = estando as esferas acima do diâmetro horizontal do aro. (D) As alternativas (B) e (C) estão corretas. (E) A posição de maior estabilidade ocorre quando as esferas estão nos extremos de um mesmo diâmetro. 07 Uma pequena conta de 100 g de massa desliza sem atrito por um arame semicircular de 10 cm de raio que gira em torno de um eixo vertical à taxa de 2 revoluções por segundo. Encontre o valor de θ para o qual a conta permanecerá estacionária em relação ao arame que gira. θ 10 cm 100 g FÍSICA I Assunto 3 Dinâmica em movimentos curvilíneos 231IME-ITA – Vol. 2 08 Na figura, uma bola de 1,34 kg é ligada por meio de dois fios de massa desprezível, cada um com comprimento L = 1,70 m, a uma haste vertical giratória. Os fios estão amarrados à haste a uma distância d = 1,70 m um do outro e estão esticados. A tensão do fio de cima é 35 N. L L d haste giratória Determine: a. a tensão do fio de baixo; b. o módulo da força resultante F a que está sujeita a bola; c. a velocidade escalar da bola; d. a direção de F. 09 (AFA) Dois pequenos corpos A e B são ligados a uma haste rígida através de fios ideias de comprimentos LA e LB, respectivamente, conforme figura a seguir. θA θa LA LB A B A e B giram em sincronia com a haste, com velocidades escalares constantes VA e VB, e fazem com a direção horizontal ângulos θA e θB, respectivamente. Considerando LA = 4LB, a razão A B v v , em função de θ θA Be , é igual a: (A) θ θ θ θ cos sen 2 . cos sen A B B A (B) θ θ θ θ cos sen . cos sen A A B B (C) θ θ θ θ sen cos . sen cos A A B B (D) θ θ θ θ cos cos 4 . sen sen A B A B 10 (ITA-1989) Uma pedra de massa m presa a um barbante de comprimento L é mantida em rotação em um plano vertical. Qual deve ser a menor velocidade tangencial da pedra no topo da trajetória (vm) para que o barbante ainda se mantenha esticado? Qual será a tensão (T) no barbante quando a pedra estiver no ponto mais baixo da trajetória? Vm T (A) gL 6mg (B) gL mg (C) 2gL 2mg (D) 2 gL 2mg (E) gL 0 11 (ITA-1997) Uma massa pontual se move, sob a influência da gravidade e sem atrito, com velocidade angular em um círculo a uma altura h ≠ 0 na superfície interna de um cone que forma um ângulo α com seu eixo central, como mostrado na figura. h α A altura h da massa em relação ao vértice do cone é: (A) ω2 . g (B) ω α2 1 . sen g (C) α ω α2 cot . sen g (D) α ω 2 2 cot . g (E) Inexistente, pois a única posição de equilíbrio é o B = 0 FÍSICA I Assunto 3 232 IME-ITA – Vol. 2 12 Um pequeno bloco de massa m é colocado no interior de um cone invertido que gira em torno do eixo vertical de modo que o tempo para uma revolução é igual a T. As paredes do cone fazem um ângulo β com a vertical. O coeficiente de atrito estático entre o bloco e o cone é m. Para que o bloco permaneça a uma altura h acima do vértice do cone, qual deve ser o valor máximo e o valor mínimo de T? β β m h 13 (UNESP) Um cubo de aço e outro de cobre, ambos de massas iguais a 20 g, estão sobre um disco de aço horizontal, que pode girar em torno de seu centro. Os coeficientes de atrito estático para aço-aço e cobre-aço são, respectivamente, 0,74e 0,53.A Cµ = µ = O cubo de cobre está inicialmente a uma distância de 10 cm do centro do disco. A aceleração da gravidade = 10 m/s2. a. Qual deve ser a velocidade angular do disco para que o cubo de cobre comece a deslizar? b. A que distância do centro deve estar o cubo de aço para que o seu deslizamento seja simultâneo com o de cobre? 14 (EN) Analise a figura abaixo. B R A C D d A figura anterior mostra um pequeno bloco, inicialmente em repouso, no ponto A, correspondente ao topo de uma esfera perfeitamente lisa de raio R = 135 m. A esfera está presa ao chão no ponto B. O bloco começa a deslizar para baixo, sem atrito, com uma velocidade inicial tão pequena que pode ser desprezada, e ao chegar ao ponto C, o bloco perde contato com a esfera. Sabendo que a distância horizontal percorrida pelo bloco durante seu voo é d=102 m, o tempo de voo do bloco, em segundos, ao cair do ponto C ao ponto D vale: Dado: 210m/sg = (A) 1,3. (B) 5,1. (C) 9,2. (D) 13. (E) 18. 15 Um bloco de 6 kg está confinado a se mover ao longo da trajetória parabólica lisa. Uma mola ligada a ele restringe o movimento e, devido ao rolete-guia, sempre permanece horizontal à medida que o bloco desce. Se a mola tem uma rigidez de k = 10 N/m, e o comprimento não deformado de 0,5 m, determine a força normal da trajetória no bloco no instante x = 1 m, quando o bloco tem uma velocidade de 4 m/s. Além disso, qual é a taxa de aumento da velocidade do bloco neste ponto? Despreze a massa do rolete e da mola. B y A x K = 10 N/m y = 2 – 0,5 x2 16 (ITA-1994) Um motociclista trafega em uma estrada reta e nivelada atrás de um caminhão de 4 m de largura, perpendicularmente à carroceria. Ambos estão trafegando à velocidade constante de 72 km/h, quando o caminhão se detém instantaneamente devido a uma colisão. Se o tempo de reação do motorista for 0,5 s, a que distância mínima ele deverá trafegar para evitar o choque apenas com mudança de trajetória? Considere o coeficiente de atrito entre o pneu e o solo µ =0,8, aceleraçãogravitacional g = 10 m/s2 e que a trajetória original o levaria a colidir no meio da carroceria. (A) 19,6 m. (B) 79,3 m. (C) 69,3 m. (D) 24,0 m. (E) 14,0 m. FÍSICA I Assunto 3 Dinâmica em movimentos curvilíneos 233IME-ITA – Vol. 2 17 Um motoqueiro efetua uma curva de raio de curvatura de 80 m a 20 m/s em um plano horizontal. A massa total (motoqueiro + moto) é de 100 kg. Se o coeficiente de atrito estático entre o solo e o pneu da moto vale 0,6, quanto vale a máxima força de atrito estático? Qual a tangente do ângulo de inclinação θ da moto em relação à vertical? 01 Existe uma ponte de forma parabólica sobre um rio com d = 100 m de largura. O ponto mais alto da ponte está 5 metros acima da base dela. Um carro de massa 1.000 kg está atravessando a ponte a uma velocidade constante de 20 m/s. Calcule a força feita na ponte pelo carro quando ele está no ponto mais alto da ponte. d 02 Um corpo suspenso em repouso de um ponto fixo por uma mola de comprimento natural Lo gera um novo comprimento da mola igual a L1. Se esse corpo for movido em uma trajetória circular horizontal (como um pêndulo cônico), sendo que o fio forma um ângulo θ com a vertical, qual o período de revolução? 03 O disco B, na figura, tem, em determinado instante, velocidade angular w = 2 rad/s e aceleração angular α = 3 rad/s2, em torno de um eixo vertical. Qual o menor coeficiente de atrito que deve existir entre o bloco A (colocado a 50 cm do eixo) e o disco para que o bloco não deslize em relação a ele, nesse instante? 50 cm B A 04 Um balde é amarrado a uma corda de comprimento L = 1 m e é posto a girar em um círculo horizontal. Pingos de água escapando do balde caem e batem no piso ao longo do perímetro de um círculo de raio a. Determine o raio a quando θ = 3 sen 5 . Suponha = 210m / sg . 2L θ a L 05 No ponto A da figura, um pequeno corpo de massa m = 0,01 kg, inicialmente em repouso, comprime uma mola ideal de constante elástica k = 2 N/m. A compressão inicial da mola em relação à sua posição de equilíbrio é denotada por x. Em um dado instante, a mola subitamente impulsiona o corpo, que passa a mover-se sobre uma superfície sem atrito. Tal superfície é composta por seções retilíneas e horizontais AB e BE, e por porções curvas BC e DB. As partes curvas da superfície são arcos de circunferência que compõem um loop circular e vertical de raio R = 1 m, o qual teve a porção CD, de abertura angular 2θ = 120°, completamente retirada. D C R B θ θ a. Calcule o valor mínimo da compressão inicial da mola para que o corpo, partindo em repouso do ponto A, atinja o ponto E sem perder contato com a superfície ABCDE, a não ser no trecho entre C e D. b. Nas circunstâncias do item a, calcule a força normal que o loop exerce sobre o corpo quando este passa pelo ponto C. Indique claramente o módulo, a direção e o sentido do vetor. 06 (ITA-1999) Um pêndulo é constituído por uma partícula de massa m suspensa por um fio de massa desprezível, flexível e inextensível, de comprimento L. O pêndulo é solto a partir do repouso, na posição A, e desliza sem atrito ao longo de um plano de inclinação α, como mostra a figura. Considere que o corpo abandona suavemente o plano no ponto B, após percorrer uma distância d sobre ele. A tração no fio, no instante em que o corpo deixa o plano, é: m L A B α (A) cos . d mg L α (B) cos .mg α (C) 3 sen . d mg L α (D) sen . d mg L α (E) 3 .mg FÍSICA I Assunto 3 234 IME-ITA – Vol. 2 07 Uma polia fixa carrega um fio de massa desprezível, com massas m1 e m2 presas em seus extremos. Sabendo que tem atrito entre o fio e a polia, e que o fio começa a deslizar quando a razão m2 /m2 = ηo. Determine: m1 m2 T1 T2 a. O coeficiente de atrito. b. A aceleração das massas quando m2/m1 = ηo. 08 (FUVEST-2004) Um brinquedo consiste em duas pequenas bolas, A e B, de mesma massa M, e um fio flexível. A bola B está presa na extremidade do fio e a bola A possui um orifício pelo qual o fio passa livremente. Para o jogo, um operador (com treino) deve segurar o fio e girá-lo de tal forma que as bolas descrevam trajetórias circulares, com o mesmo período T e raios diferentes. Nessa situação, como indicado na figura 1, as bolas permanecem em lados opostos em relação ao eixo vertical fixo que passa pelo ponto O. A figura 2 representa o plano que contém as bolas e que gira em torno do eixo vertical, indicando os raios e os ângulos que o fio faz com a horizontal. Assim, determine: A 0 B figura 1 A 0 figura 2 B α g θ R2 R1 Dados: Não há atrito entre as bolas e o fio. Considere sen θ ≈ 0,4; cos θ ≈ 0,9 e π ≈ 3. a. o módulo da força de tensão F, que permanece constante ao longo de todo o fio, em função de M e g. b. a razão K = sen α/sen θ, entre os senos dos ângulos que o fio faz com a horizontal. c. o número N de voltas por segundo que o conjunto realiza quando o raio R1 da trajetória descrita pela bolinha B for igual a 0,10 m. 09 Sobre um plano inclinado que forma um ângulo α com a horizontal foi colocado um pequeno bloco A ao qual foi comunicada uma velocidade inicial V0. Encontre a relação entre a velocidade do bloco e o ângulo ϕ, se o coeficiente de atrito m = tan α e, no momento inicial, ϕ0 = π/2 Obs.: O eixo está paralelo às extremidades do plano e ϕ é o ângulo entre a velocidade e o eixo x. V X α ϕ 10 O anel C de 0,5 kg pode deslizar livremente ao longo da barra lisa AB. Em um dado instante, a barra AB está girando com uma velocidade angular de w = 2 rad/s e tem aceleração angular de θ = 2 rad/s2. Determine a força normal da barra AB e a reação radial da placa na extremidade B sobre o anel neste instante. Despreze a massa da barra e a dimensão do anel. A C θ, θ B 0,6 m 11 Um mecanismo está girando em torno do eixo vertical com velocidade angular constante w = 6 rad/s. Se a barra AB é lisa, determine a posição constante r do anel C de 3 kg. A mola tem um comprimento não deformado de 400 mm. Desprezando a massa da barra e a dimensão do anel. k = 200 N/m b B C r A 300 mm FÍSICA I Assunto 3 Dinâmica em movimentos curvilíneos 235IME-ITA – Vol. 2 12 Uma bola de massa m é guiada ao longo da trajetória circular vertical r = 2ro cosθ usando o braço AO. Se o braço tem velocidade angular constante ω, determine o ângulo θ < 45° no qual a bola começa a deixar a superfície do semicírculo. Desprezando atrito e a dimensão da bola. 0 r P A ro θ 13 O instrumento da figura consiste em uma barra em L lisa, disposta em um plano horizontal, e um pequeno corpo A de massa m, ligado por uma mola ao ponto B. A constante elástica da mola é k. O sistema gira ao redor de um eixo vertical que passa pelo ponto O, a uma velocidade angular w. Quanto vale a deformação relativa da mola? O resultado depende do sentido de rotação? Obs.: O corpo A pode deslocar-se sem atrito ao longo da barra em L. A B 1. Introdução A Estática é o ramo da Física que estuda corpos em equilíbrio estático, ou seja, com velocidade nula. Certamente, é uma das áreas da Física que possui maior enfoque nos dias atuais, visto que tem um alcance prático enorme. Na engenharia civil, por exemplo, é fundamental para a construção e manutenção de pontes e prédios. Além disso, propiciou o desenvolvimento de diversos aparatos que reduzem a necessidade do homem de realizar forças, como alavancas e parafusos. A Estática se divide em duas áreas: a estática dos sólidos e a estática dos fluidos, também chamada de hidrostática. Neste assunto, será estudada apenas a estática dos sólidos. Entender- -se-á quando é possível considerar um corpo como um ponto material ou quando se deve tratá-lo como um corpo extenso (rígido). Serão vistas as condições de equilíbrio para cada um dos dois tipos de corpos. Discutir- -se-á, ainda, como se pode tratar um sistema de pontos materiais discretos e de distribuições contínuas homogêneas de massa, com relação a seus centrosde gravidade. Abordar-se-ão os três tipos de equilíbrio, tanto para pontos materiais como para corpos rígidos. Por fim, serão estudadas as treliças, estruturas complexas de extrema importância na sustentação de diversas outras estruturas. 2. Condições de equilíbrio estático Observe-se o sistema mostrado na figura abaixo: T1 T2 βα P Percebe-se que, quando esse sistema foi montado, não houve preocupação nenhuma com qualquer tipo de rotação do corpo P em torno de qualquer eixo, já que, para que o equilíbrio estático do corpo P seja satisfeito, é suficiente que as trações no fio sejam adequadas. Dessa forma, o corpo P pode ser considerado um ponto material, pois, tendo qualquer tipo de rotação desprezada, não será necessário levar em conta as suas dimensões para qualquer tipo de cálculo. Agora, veja-se a situação mostrada na figura a seguir: Disponível em: <imguol.com>. Sabe-se que, mesmo que haja uma parte do prato pendendo na beirada da mesa, ele continua em repouso sobre ela, ao passo que, se for empurrado gradativamente para fora da mesa, em algum momento ele cairá, mesmo que ainda não tenha perdido total contato com a superfície. Dessa forma, percebe-se que as dimensões do prato não podem ser desprezadas, já que, para diferentes posições em relação à beirada da mesa, o prato pode estar em equilíbrio ou não. Além disso, é fácil perceber que, ao fechar uma porta, é mais eficiente aplicar-lhe uma força em um ponto mais distante da dobradiça do que mais perto dela. Logo, percebe-se que o ponto de aplicação dessa força fará diferença no efeito produzido pela força na rotação dessa porta. Dessa maneira, deve-se considerar o prato e a porta como corpos extensos ou rígidos. A seguir, serão discutidas as condições de equilíbrio para cada tipo de corpo. 2.1 Equilíbrio de um ponto material Em Dinâmica, na apostila 2, viu-se que, pela Primeira Lei de Newton, um corpo está em equilíbrio estático, quando em repouso em relação a um referencial inercial, e está em equilíbrio dinâmico, quando em movimento retilíneo uniforme em relação a um referencial inercial. Ambas as condições são traduzidas por: � FΣ = 0 Assim, para que um ponto material esteja em equilíbrio, a resultante das forças que atuam nesse corpo deve ser nula. F → 1 F → 2 F → 3 F → 4 F → 1 + F → 2 + F → 3 + F → 4 = 0 Como, então, encarar problemas que lidem com esse tipo de equilíbrio? O primeiro passo é, obviamente, certificar-se de que o corpo tratado no problema seja um ponto material. Dessa forma, pode-se desconsiderar possíveis rotações. Após isso, deve-se traçar o diagrama de corpo livre (DCL), do mesmo jeito que em dinâmica. Desenhar um DCL claro e conciso é um passo importantíssimo na resolução de problemas que envolvem forças. A partir daí, pode-se dividir os problemas em três tipos: os que envolvem apenas duas forças, os que envolvem apenas três forças e os que envolvem mais de três forças. 2.1.1 Tipo 1: problemas que envolvem apenas duas forças Esse é o tipo de problema mais elementar. Quando apenas duas forças estão agindo em um corpo e este está em equilíbrio, já que são sempre coplanares, é necessário que ambas as forças tenham a mesma direção, sentidos contrários e módulos iguais. Somente dessa forma as forças poderão se anular. Um exemplo disso é a força normal e a força peso se anulando quando um corpo está em repouso em um plano horizontal. Estática dos sólidos FÍSICA I ASSUNTO 4 236 IME-ITA – Vol. 2 2.1.2 Tipo 2: problemas que envolvem apenas três forças Quando se trata de três forças, elas não necessariamente são coplanares. Dessa forma, haverá abordagens diferentes para quando forem coplanares e para quando não forem. Quando as forças são coplanares, os vetores que as representam devem formar um triângulo de forças de mesmo sentido (horário ou anti- -horário), pois já foi visto, no assunto sobre vetores em Física III, que sem- pre que vetores formam um polígono, a resultante deles é nula. Proceder dessa forma na maioria das vezes simplifica o problema, principalmente quando duas das forças são perpendiculares. F → 1 F → 2 F → 3 F → 1 F → 2 F → 3 α β θ Outra forma de resolver problemas do tipo é decompor as forças em dois eixos perpendiculares, geralmente chamados de x e y. O melhor modo de escolher os eixos é aquele que comporta o maior número de forças já nos eixos, para facilitar o trabalho de decomposição. Daí, conclui-se que a força resultante em cada eixo deve ser nula. Quando as forças não são coplanares, ou seja, quando o problema passa a ter três dimensões, o melhor jeito de resolvê-lo é trabalhar com vetores da mesma forma utilizada no assunto vetores, de Física III. Os vetores unitários serão sempre grandes aliados na resolução desses problemas. 2.1.3 Tipo 3: problemas que envolvem mais de três forças Da mesma forma que com apenas três forças, elas podem ou não ser coplanares. A única abordagem que não é aplicável para mais de três forças é a formação do triângulo de forças. A decomposição de forças nos eixos x e y para o caso em que as forças são coplanares e a utilização de vetores unitários para quando as forças não são coplanares representam os melhores métodos de resolução de problemas desse tipo. Na figura, um corpo de peso 120 N encontra-se em equilíbrio, suspenso por um conjunto de três fios ideais A, B e C. Calcule as intensidades das trações nesses fios. Considere sen θ = 0,6 e cos θ = 0,8. • TA TB TCx TC TCy θ 1a solução: decomposição das forças em eixos x e y. Sabemos que a tração no fio A tem que ser igual ao peso do corpo, já que são as únicas duas forças que atuam no corpo. → TA =120 N. O diagrama de corpo livre do nó, bem como as trações já decompostas nos eixos, estão representadas na figura a seguir: • • • θ C B A nó Como o nó está em equilíbrio, temos: � F T T T T y C y A C C Σ = → = → = → = 0 120 0 6 120 · · sen , θ TC =200 N. � F T T T T T x C x B C B B Σ = → = → = → = 0 200 0 8 · cos · θ , TB =160 N. 2a solução: utilização do triângulo de forças. Já sabendo que TA = 120 N, podemos determinar as outras duas trações utilizando o triângulo de forças: TA TB TC • θ Dessa forma, temos: sen N.� � � � � � � � T T T T TA C C A C0 6 0 6 120 0 6 200, , , cos · · N.� � � � � � � � T T T T TB C B C C0 8 0 8 200 0 8 160, , , Vê-se que, nesse caso, a utilização do triângulo de forças torna a resolução da questão mais prática. Agora estudaremos quais são as condições para o equilíbrio de um corpo rígido. FÍSICA I Assunto 4 Estática dos sólidos 237IME-ITA – Vol. 2 2.2 Equilíbrio de corpo rígido Na seção 2.1, nosso estudo estava restrito a pontos materiais. Como não possuem dimensão, estão sujeitos apenas a movimentos de translação, já que, como visto, toda rotação é desconsiderada. Agora, o assunto a ser tratado são os corpos rígidos (ou extensos). Dessa forma, não se deve considerar apenas o equilíbrio de translação. Deve-se pensar também no equilíbrio de rotação. Serão vistas as condições para que cada um deles ocorra. Porém, antes disso, é preciso pensar no princípio de transmissibilidade. 2.2.1 Princípio de transmissibilidade O princípio de transmissibilidade afirma que as condições de equilíbrio para um corpo rígido continuarão sendo satisfeitas se uma força F, já atuante em algum ponto do corpo, for substituída por outra força, F’, de mesma intensidade e direção, mas atuando em um ponto que esteja contido na mesma linha de ação da força F. O princípio está esquematizado na figura a seguir: = F’ F Como possuem o mesmo efeito, as forças F e F’ são chamadas de forças equivalentes. O princípio afirma, resumidamente, que uma força pode ser transmitida ao longo de sua linha de ação em um corpo rígido sem que o seu equilíbrio seja alterado. Dessa forma, as forças em corpos rígidos devem ser representadas por um tipo diferente de vetor, denominado vetor deslizante. Com o princípio da transmissibilidadeem mente, pode-se avançar para o estudo das condições de equilíbrio de corpos rígidos. 2.2.2 Equilíbrio de translação de corpos rígidos As condições de equilíbrio de translação de corpos rígidos são exatamente as mesmas que devem ser satisfeitas para o equilíbrio de pontos materiais, já que estes só podem sofrer translação. Dessa forma, tudo que foi dito para os pontos materiais se aplica aqui. A diferença é que se pode usar vetores deslizantes, que, por terem direção constante, ainda satisfarão que a força resultante deve ser nula para que o corpo esteja em equilíbrio de translação, confirmando o princípio da transmissibilidade. � FΣ = 0 F → 1 F → 2 F → 3 F → 4 F → 1 + F → 2 + F → 3 + F → 4 = 0 2.2.3 Equilíbrio de rotação de corpos rígidos Pela Segunda Lei de Newton, uma resultante de forças está associada a uma aceleração. Estudou-se, em Dinâmica, como é feita essa relação para pontos materiais, seja em movimentos retilíneos seja em curvilíneos. Porém, não se iniciou o estudo da Dinâmica de corpos rígidos. O escopo do curso não inclui essa disciplina, porém uma analogia pode ser feita. As forças estudadas possibilitavam aos corpos, que eram considerados pontos materiais, alterar seus equilíbrios de translação, já que estavam diretamente associadas a acelerações. Porém, para corpos rígidos, como suas dimensões não podem ser desprezadas, existirá a possibilidade de rotação desses corpos em torno de eixos, já que cada elemento de massa terá uma posição diferente a cada instante e, no caso de movimentos curvilíneos, os executará com raios diferentes, o que, para pontos materiais, não acontece. Logo, como a alteração do equilíbrio de translação é devido às forças, deve existir um elemento que altere o equilíbrio de rotação desses corpos rígidos. O nome desse elemento é o torque, ou momento, representado pela letra grega τ. Quando se definiu força, no assunto Dinâmica, foi dito que ela era a derivada temporal da quantidade de movimento associada ao movimento de translação, também chamada de momento linear. Dessa força, dada a analogia feita entre força e torque, a definição de torque é semelhante à da força. Torque é, no final das contas, a derivada temporal da quantidade de movimento associada, então, ao movimento de rotação, também chamada de momento angular, definido por L → = r → × p → , para uma partícula, em que r → é o vetor que liga a partícula ao ponto em torno do qual ela está girando e p → é a sua quantidade de movimento. Dessa forma: � � � d dt r p( ) Pela regra de derivação de um produto vetorial: � � � � � � � d dt r p dr dt p r dp dt ( ) Sabe-se que dr dt v = , e, como p mv = , dr dt p v mv � � � � 0. Dessa forma, como dp dt F = , conclui-se que: � � � � � � �r dp dt r F Vê-se, então, que a existência do torque está diretamente ligada à existência de uma força, o que pressupõe que uma alteração no equilíbrio de rotação de uma partícula em torno de algum ponto deve ser acompanhada de uma alteração no equilíbrio de translação da partícula. Pode-se considerar um corpo rígido como uma distribuição contínua de partículas, ou “elementos de massa infinitesimal”. Quando uma força é aplicada em um corpo rigído, ela é aplicada em apenas um desses elementos. Logo, essa força poderá provocar, além do movimento de translação natural, um movimento de rotação em torno de algum ponto do espaço, chamado de O. Logo, o momento dessa força em torno do ponto O será dado pela relação: M r FF ,� � ���� � � � � FÍSICA I Assunto 4 238 IME-ITA – Vol. 2 A representação geométrica do momento de uma força em relação a um ponto está expressa na figura a seguir: MO F → θ θ PO r sen θ F sen θ Da fórmula do módulo do produto vetorial, depreende-se: M r F senF O, ·� · � em que θ é o ângulo entre o vetor r → e F → . Logo, pela figura, r · sen θ é o módulo da projeção do vetor r → na direção perpendicular à linha de ação da força F → . Pela fórmula da intensidade do momento da força, vê-se, então, que ela é dada pelo produto da intensidade da força pelo módulo dessa projeção do vetor r → . Vê-se também que r · sen θ é a distância entre a linha de ação da força e uma reta paralela a essa linha que passe pelo ponto O. Por isso chama-se essa distância de braço de momento (b) da força F → em relação ao ponto O. Logo, r · sen θ = b, o que, em módulo, é: M F bF O, ·= + O b braço de momento linha de ação da força • F → Note-se que, no SI, a unidade do momento é N · m, dimensionalmente igual ao Joule (J), unidade de energia. Então, por que as duas grandezas, tendo a mesma unidade, são completamente diferentes? Dica: para responder, deve-se pensar nas definições de torque e trabalho e na analogia entre força e torque. Essa relação será a mais usada na resolução de questões, já que quase todas elas tratarão o momento apenas de acordo com sua característica escalar. O mesmo efeito é obtido se a força F → foi decomposta em uma direção perpendicular ao vetor r → . Dessa forma, a intensidade dessa componente passa a ser F · sen θ, enquanto que a outra componente, F · cos θ, teria sua direção passando pelo ponto O. Então, apenas a componente F · sen θ exerceria momento em O, com braço de momento igual a r, enquanto que o momento de F · cos θ seria nulo, já que seu braço de momento também. Logo, pode-se calcular o momento de uma força de duas formas: calculando o braço de momento b da força aplicada (geometricamente ou pela simples decomposição do vetor r → na direção perpendicular à linha de ação da força) ou decompondo a força em uma direção perpendicular à direção do vetor r → , e multiplicando sua intensidade pela intensidade do vetor r → . Dessa forma, vemos que forças que possuem braço de momento nulo, ou seja, forças que têm direção passando pelo ponto em relação ao qual se deseja calcular o momento, têm momento em relação a esse ponto nulo. Isso será extremamente importante na resolução de questões, já que o ponto mais conveniente em relação ao qual se calculará os momentos das forças que deverá ser escolhido será aquele que apresentar momentos nulos para as forças que não são importantes no problema. Veja também que qualquer força em cima de uma mesma linha de ação terá o mesmo braço de momento, o que significa que podemos deslizar uma mesma força sobre sua linha de ação e obter o mesmo efeito, confirmando, mais uma vez, o princípio da transmissibilidade. O momento de uma força pode fazer com que o corpo gire no sentido horário ou no sentido anti-horário. Dessa forma, cada um desses momentos recebe um sinal diferente, dependente da convenção adotada por que está resolvendo o problema. A convenção mais usada é: sentido anti-horário → positivo + O M → F,Ο F → M → F,O< 0 sentido horário → negativo + O M → F,Ο F → M → F,O < 0 Logo, como o equilíbrio de translação é dado por F � =Σ 0, nada mais justo que, pela analogia feita, afirmar que a condição necessária para que o equilíbrio de rotação seja satisfeito é: M ��� =Σ 0 M → 3 M → 4 M → 1 M → 2 M → 1+ M → 3+ M → 3+ M → 3=0 Assim, o somatório vetorial dos momentos das forças que atuam em um corpo rígido em relação a qualquer ponto do espaço tem que ser nulo para que o corpo esteja em equilíbrio de rotação. Se existir pelo menos um ponto em relação ao qual o somatório dos momentos das forças não seja nulo, o corpo estará em rotação pelo menos em torno daquele ponto. Suponha-se, então, que existam três forças coplanares atuando em um corpo rígido que não sejam paralelas entre si, F → 1, F → 2 e F → 3. Como não são paralelas, são concorrentes. Agora, suponha-se que elas não sejam concorrentes no mesmo ponto, duas a duas. Calculando-se o momento das FÍSICA I Assunto 4 Estática dos sólidos 239IME-ITA – Vol. 2 três forças em relação ao ponto de concorrência de F → 1 e F → 2, o momentodessas forças será nulo, já que suas linhas de ação passam por esse ponto. Porém, o momento de F → 3 em relação a esse ponto não será nulo, já que essa força não passa por ele. Logo, o corpo estará em rotação pelo menos em torno desse ponto, já que existirá, de fato, momento em relação a ele. Dessa forma, para que três forças possam coexistir em um corpo rígido sem alterar seu equilíbrio de rotação, elas devem concorrer no mesmo ponto. Veja-se que o equilíbrio de translação não exige nem que sejam concorrentes no mesmo ponto, nem que não sejam, não constituindo um empecilho para essa afirmação. Supondo, agora, as forças com linhas de ação paralelas, não se pode ter duas forças com linhas de ação coincidentes, já que o momento dessas duas forças em relação a essa linha de ação seria nulo, enquanto que o da outra força não. Logo, para que o equilíbrio de rotação possa ser atingido para três forças paralelas, suas linhas de ação não devem ser coincidentes duas a duas. Novamente, o equilíbrio de translação poderá existir, já que bastará que uma delas tenha um sentido, as outras duas o outro sentido e a soma do módulo daquela seja a soma do módulo destas duas. Se essas três forças não forem coplanares, o equilíbrio de rotação nunca será satisfeito (tente provar por si mesmo). Portanto, dessas afirmações, pode-se enunciar o teorema das três forças: se um corpo está sob a ação de três forças e está em equilíbrio de rotação, essas forças devem ser coplanares, podendo ser concorrentes em um mesmo ponto, ou todas paralelas entre si com linhas de ação não coincidentes duas a duas, sendo o equilíbrio de translação determinado pela escolha de módulos (para os dois casos) e direções adequadas (para o caso das concorrentes). Esse teorema é bastante importante para a resolução de problemas que envolvam três forças em corpos rígidos. Tendo duas das forças, consegue-se determinar a direção da terceira força rapidamente. A figura a seguir expressa o teorema: F → 2 F → 3 F → 1 F → 2 F → 3 F → 1 Como, então, encarar problemas que lidem com cálculos de momentos para estabelecer equilíbrio de corpos rígidos? O primeiro passo é, obviamente, notificar-se de que o objeto em questão no problema é um corpo rígido, verificando se, por exemplo, o deslocamento do ponto de aplicação de uma força alteraria o efeito dela sobre o corpo. Depois disso, geralmente, deve-se escolher um ou dois pontos para cálculo dos momentos das forças relacionadas no problema. Esses pontos devem ser escolhidos de modo a anular os momentos de forças que são desinteressantes, escrevendo-se equações apenas em função das variáveis que importam. Para o cálculo dos momentos, vai se escolher então o método mais apropriado: cálculo do braço de momento (geometricamente ou por decomposição do vetor posição do ponto de aplicação da força) ou decomposição da força propriamente dita em componentes (uma dessas componentes realizará momento, enquanto que a outra não, pelo fato de a sua linha de ação conter o ponto em relação ao qual se está calculando o momento). 01 A figura abaixo representa um quadro retangular e homogêneo dependurado em uma parede e em equilíbrio. Qual das retas a, b, c ou d melhor representa a linha de ação da força que a parede exerce no quadro? d c quadro parede barbante b a Solução: A força de tração que atua no quadro tem a direção do barbante. A força peso, sendo o quadro homogêneo, está aplicada no centro de gravidade do quadro, ou seja, no seu ponto médio, e tem direção vertical (falaremos sobre isso depois). Dessa forma, como a parede, o barbante e o quadro formam um triângulo, a direção da tração é o lado correspondente ao barbante, e a direção do peso do quadro é uma reta vertical que passe pelo ponto médio do lado correspondente ao quadro, logicamente cortando o lado correspondente ao barbante. Logo, as linhas de ação da tração e do peso concorrem em um ponto pertencente ao lado correspondente ao barbante. Dessa forma, a linha de ação da força que a parede faz no quadro deve passar por esse ponto, de acordo com o teorema das três forças, já que só existem essas três forças atuando no quadro. A reta que melhor representa essa reta passando pelo lado correspondente ao do barbante é a reta d. 02 (FEI-SP) No esquema, AB representa uma viga prismática e homogênea de peso P = 30 kgf, e CD representa um cabo horizontal de peso desprezível. São dados AD = 300 cm; DB = 100 cm e θ = 45º. A viga é articulada sem atrito em A e suporta em B um corpo de peso Q = 120 kgf. Determine o esforço no cabo e as componentes horizontal e vertical da força que a viga recebe na articulação em A. • C D B QθA Solução: Sabemos que, para a barra estar em equilíbrio de rotação, o somatório dos momentos em relação a qualquer ponto deve ser nulo. Impondo essa condição para o ponto A, a força que a articulação exerce sobre a barra FÍSICA I Assunto 4 240 IME-ITA – Vol. 2 pode ser ignorada, já que está sendo aplicada no ponto no qual estamos calculando o somatório dos momentos. Dessa forma, as forças a serem consideradas nesse somatório serão o peso da barra, a tração no cabo que sustenta o peso Q e a tração no cabo CD. Como conhecemos o peso da barra e a tração no cabo que sustenta o peso Q, conseguimos calcular direto a tração no cabo CD. Essa é a vantagem de se analisar em que ponto é mais conveniente aplicar o somatório dos momentos, evitando-se, assim, mais equações e contas. A figura a seguir representa a situação. Q → T → R → y R → x P → A G D B Na figura, a é o braço de momento do peso P da barra, b é o braço de momento da tração no fio CD, e c é o braço de momento do peso Q. Calculando-os geometricamente, temos: a = AG · cos 45° = 200 · 2 /2 = 100 2 cm b = AD · cos 45° = 300 · 2 /2 = 150 2 cm c = AB · cos 45° = 400 · 2 /2 = 200 2 cm Assumindo que momentos horários são positivos, temos: MAΣ = 0 → P · a + Q · c – T · b = 0 → 300 · 100 2 + 120 · 200 2 – T · 150 2 = 0 → T = 180 kgf. Percebe-se, pelo equilíbrio de translação, que a articulação deve exercer uma força vertical para cima (Ry) na viga que sustente a soma dos pesos P e Q, e uma força horizontal para a direita (Rx) que sustente a tração T. Q → T → R → x P → � �� �� � �� �� a A C θ θ G D B � � � � � b Nessa questão, usamos a decomposição dos vetores posição dos pontos de aplicação das forças, calculando, assim, os braços de momento das forças. A questão poderia ter sido resolvida de forma diferente: decompondo-se as forças em direções perpendiculares e tangencial à barra. Dessa forma, as componentes tangenciais à barra teriam momento nulo em relação ao ponto A, enquanto que as componentes perpendiculares teriam braço de momento igual à distância dos pontos de aplicação de cada uma das forças ao ponto A. 2.2.4 Momento binário Para transpor tar-se uma força de um ponto P a um ponto Q, pertencente ao corpo, que não esteja na mesma linha de ação da força que passa por P, é conveniente a utilização do momento binário. O momento binário é exercido quando são aplicadas duas forças em pontos distintos de um corpo, que não pertençam à mesma linha de ação e com linhas de ação paralelas, de mesma intensidade e sentidos contrários, como mostra a figura. F → – F → QP M d r → PQ θ Veja-se que o momento resultante dessa associação de forças será dado por: M → = rQ → × F → + rP → × (– F → )→ M → = (rQ → – rP → ) × F → → M → = r → PQ × F → Logo, os vetores posições dos pontos P e Q não são utilizados no cálculo do momento binário, já que o vetor usado é o vetor que aponta de P para Q, não dependendo então do sistema de referências utilizado. Dessa forma: M = rPQ · F · sen θ Como rPQ · sen θ = d, componente do vetor posição perpendicular à força: M = F · d em que d é a distância entre as linhas de ação das forças F → e – F → . Então, as duas forças da figura produzem um momento no corpo equivalenteao momento produzido apenas pela força F → em relação ao ponto P, ou pela força – F → no ponto Q. Dessa forma, se apenas essas duas forças agem no corpo, existirá um equilíbrio de translação, já que F F F � � � � = − =Σ 0, mas o corpo estará rotacionando, já que existirá momento. Exemplo disso é quando se gira uma chave para abrir uma porta (a parte de cima da chave é pressionada para um lado, enquanto que a parte de baixo é pressionada para o outro lado), ou quando se aplicam forças no volante do carro para realização de uma curva utilizando duas mãos (uma mão fará uma força para cima e outra mão fará uma força para baixo). Suponha-se agora que uma força F → esteja aplicada em um ponto P de um corpo. Pode-se transportá-la para um outro ponto Q da seguinte maneira: aplica-se em P uma força – F → e em Q uma força F → . Dessa forma, o sistema não é alterado em termos de translação, já que essas forças se anulam. Porém, essas duas forças constituem um binário, que pode ser substituído pelo momento de – F → em relação a Q, porém em sentido oposto, para não se alterar o equilíbrio. A seguinte figura representa a situação explanada: FÍSICA I Assunto 4 Estática dos sólidos 241IME-ITA – Vol. 2 – F → F → P Q F → F → P Q F → M → M → 2.2.5 Centro de gravidade Denomina-se centro de gravidade de um corpo ou de um sistema de pontos materiais discretos um determinado ponto por onde passa a linha de ação de um peso resultante, isto é, local em que se pode supor que o peso está concentrado. As coordenadas do centro de gravidade podem ser determinadas por uma média, ponderada pelos pesos, das coordenadas de cada peso discreto ou das coordenadas dos centros de gravidade de cada parte do corpo. x P x P G i i i n i i n= = = Σ Σ 1 1 y P y P G i i i n i i n= = = Σ Σ 1 1 z P z P G i i i n i i n= = = Σ Σ 1 1 Nas fórmulas, se cada peso for substituído pelo produto da massa pela gravidade, a gravidade “cortará”, caso ela seja constante. Essas novas fórmulas resultantes representam o centro de massa do sistema. Dessa forma, quando a gravidade é constante, o centro de gravidade do sistema coincide com o centro de massa do sistema. Essas fórmulas só se aplicam para distribuições de par tículas discretas. Para distribuições contínuas, só é necessário se preocupar com formas geométricas que sejam minimamente simétricas, pois dessa forma o centro de gravidade coincidirá com o centro geométrico do corpo, e é o que vem a ser cobrado nos vestibulares. Para uma placa retangular homogênea, por exemplo, o centro de gravidade será o ponto de encontro das diagonais. Em um triângulo qualquer homogêneo, o centro de gravidade é o encontro das medianas (baricentro: bari = peso). Para figuras formadas por mais de uma figura que tenham os centros de gravidades conhecidos, o centro de gravidade resultante será a média dos centros de gravidade das figuras, ponderada por suas áreas. Um exemplo é o trapézio retângulo, formado por um retângulo e um triângulo. Pensando, agora, no exemplo do prato apoiado sobre a mesa, mostrado no início do capítulo, pode-se deduzir, naturalmente, que seu centro de gravidade se localiza no centro da circunferência do prato, considerando-o homogêneo. O prato só cairá, de fato, da mesa, quando seu centro de gravidade atravessar a beirada dele. Enquanto o centro de gravidade ainda estava apoiado na mesa, o prato permanecia em equilíbrio de rotação. Isso acontece porque, quando o centro de gravidade não pertence mais à superfície de apoio, a linha de ação do peso resultante do prato não passará mais por essa superfície de apoio, provocando, então, momento em relação a qualquer um dos pontos dela, fazendo-o tombar da mesa, ou seja, para corpos rígidos apoiados e submetidos exclusivamente às forças peso e às reações do apoio, as linhas de ação de suas forças peso, isto é, as retas verticais que passem pelo centro de gravidade, devem passar pelo ponto ou superfície de apoio do corpo, para que estes permaneçam em equilíbrio de rotação. 2.2.6 Tipos de equilíbrio Suponha-se uma bola no fundo de uma depressão semicircular. Quando se dá um leve toque na bola, ela, de fato, oscila em torno dessa posição até que pare novamente nela, devido à ação de forças de atrito. Caso essas forças de atrito não existam, a bola oscilará eternamente em torno dessa posição de equilíbrio. A bola, então, encontra-se em equilíbrio estável, já que, para leves toques, ela sempre tenderá a retornar à sua posição de equilíbrio inicial. As forças que fazem com que a bola retorne à sua posição de equilíbrio inicial são chamadas de forças de restauração. Esse assunto já foi bastante abordado em Eletrização e Cargas Elétricas, na apostila 1, e será aprofundado em Movimento Harmônico Simples, nesta apostila. Suponha-se, agora, uma bola no alto de uma colina. Caso se dê um leve toque na bola, ela tende a sempre afastar-se da posição inicial de equilíbrio. A bola, nesse caso, se encontra em equilíbrio instável, já que existirão forças (componentes tangenciais do peso, no caso) que estarão sempre a afastando da sua posição inicial de equilíbrio, à procura de uma nova posição de equilíbrio, de preferência estável ou indiferente, que será visto a seguir. Considere-se, por fim, uma bola em um plano horizontal liso. Se for dado algum toque na bola, ela sairá de sua posição de equilíbrio inicial, podendo voltar a ela ou não, continuando em equilíbrio. Dessa forma, a bola estará em equilíbrio indiferente, já que não fará diferença a posição de equilíbrio em que ela vier a parar. A figura a seguir representa as situações explanadas acima: estável instável indiferente Uma placa retangular homogênea é fixada em uma parede por um prego em três situações: I. Prego fixado no centro de gravidade. II Prego fixado na linha de ação do peso, acima do centro de gravidade. III. Prego fixado na linha de ação do peso, abaixo do centro de gravidade. Que tipo de equilíbrio será experimentado em cada uma das situações? 01 (ENEM) Um portão está fixo em um muro por duas dobradiças A e B, conforme mostra a figura, sendo P o peso do portão. A B FÍSICA I Assunto 4 242 IME-ITA – Vol. 2 Caso um garoto se dependure no portão pela extremidade livre e supondo que as reações máximas suportadas pelas dobradiças sejam iguais: (A) é mais provável que a dobradiça A arrebente primeiro que a B. (B) é mais provável que a dobradiça B arrebente primeiro que a A. (C) seguramente as dobradiças A e B arrebentarão simultaneamente. (D) nenhuma delas sofrerá qualquer esforço. (E) o portão quebraria ao meio, ou nada sofreria. 02 (AFA) Uma esfera metálica de peso P está presa a uma das extremidades de um fio de massa desprezível, cuja extremidade oposta está ligada a um suporte fixo. Sabendo-se que o sistema está em equilíbrio, em uma posição na qual o fio forma com a vertical um ângulo θ, equilíbrio este conseguido pela ação de uma força horizontal F aplicada à esfera, pode-se afirmar que o módulo de tal força é: θ F (A) P tan θ. (B) P/tan θ. (C) P cos θ. (D) P/cos θ. 03 (AFA) Um corpo é sustentado por duas cordas inextensíveis, conforme a figura. Sabendo-se que a intensidade da tração na corda AB é de 80 N, a intensidade da tração na corda BC será: 30° B A C (A) 60 N. (B) 40 N. (C) 40 3 N. (D) 60 3 N. 04 (AFA) Na figura, os fios são ideais, o corpo tem massa M e a aceleração da gravidade no local tem módulo g. A intensidade da tração no fio AB e a intensidade da força F que mantém o sistema em equilíbrio, valem, respectivamente: F A B C M (A) Mg cos θ; Mg sen θ. (B) sen . cos Mg Mg; θ θ (C) Mg sen θ; Mg cos θ. (D) tan . cos Mg Mg; θ θ 05 (EFOMM) Seja o sistema abaixo: 60° 45° T2 T1 m = 23,2 Kg A razão entre as trações T1 e T2 é, aproximadamente: (A) 1,2. (B) 1,4. (C) 1,6. (D) 1,8. (E) 1,9. 06 (AFA) Na figura abaixo, as polias e os fios são ideais. Se o sistema está em equilíbrio,a razão m1/m2 é: 30° m2 m1 FÍSICA I Assunto 4 Estática dos sólidos 243IME-ITA – Vol. 2 (A) 3 . 4 (B) 1 . 4 (C) 3 . 2 (D) 1 . 2 (E) N.R.A. 07 Na figura a seguir, considere ideais a barra, os fios e as polias, e despreze o atrito na ar ticulação O. Sabendo que o corpo A pesa 4.000 N, calcule a intensidade da força vertical F que equilibra o sistema. A 30 cm 0 20 cm 08 (ITA) Um brinquedo que as mamães utilizam para enfeitar quartos de crianças é conhecido como “móbile”. Considere o “móbile” de luas esquematizado na figura a seguir. As luas estão presas por meio de fios de massas desprezíveis a três barras horizontais, também de massas desprezíveis. O conjunto todo está em equilíbrio e suspenso em um único ponto A. Se a massa da lua 4 é 10 g, então a massa em quilograma da lua 1 é: A L L L 1 2 3 4 2L 2L 2L (A) 180. (B) 80. (C) 0,36. (D) 0,18. (E) 0,9. 09 (UERJ) Em uma sessão de fisioterapia, a perna de um paciente acidentado é submetida a uma força de tração que depende do ângulo α, como indica a figura. O ângulo α varia deslocando-se a roldana R sobre a horizontal. Se, para um mesmo peso P, o fisioterapeuta muda α de 60° para 45°, o valor da tração na perna fica multiplicado por: R P α α (A) 3. (B) 2. (C) 3 . 2 (D) 2 . 2 10 A figura representa uma esfera homogênea em equilíbrio, sustentada por um fio e apoiada em uma parede vertical, nas condições geométricas ilustradas. a. Indique as forças atuantes na esfera. b. Desenhe a situação de equilíbrio, se a parede fosse perfeitamente lisa. FÍSICA I Assunto 4 244 IME-ITA – Vol. 2 11 A figura representa uma escada homogênea, em equilíbrio, apoiada em uma parede vertical muito lisa. Trace o vetor que determina a direção e o sentido da força que a escada recebe do chão. 12 Uma barra homogênea de comprimento L e peso P encontra-se apoiada na parede vertical lisa e no chão horizontal áspero formando um ângulo θ como mostra a figura abaixo. O coeficiente de atrito estático mínimo (µe) entre a barra e o chão deve ser: θ (A) cos . 2sen θ θ (B) cos . sen θ θ (C) cos . senL θ θ (D) sen . 2cos θ θ (E) sen . cosL θ θ 13 (ITA) Uma barra homogênea de peso P tem uma extremidade apoiada em um assoalho horizontal e a outra em uma parede vertical. O coeficiente de atrito com relação ao assoalho e o coeficiente de atrito com relação à parede são iguais a µ. Quando a inclinação da barra com relação à vertical é de 45°, a barra encontra-se na iminência de deslizar. Qual o valor de µ? 14 (AFA) Uma prancha de comprimento 4 m e de massa 2 kg está apoiada nos pontos A e B, conforme a figura. Um bloco de massa igual a 10 kg é colocado sobre a prancha à distância x = 1 m da extremidade da direita e o sistema permanece em repouso. Nessas condições, o módulo da força que a prancha exerce sobre o apoio no ponto B é, em newtons: 10 kg B BA x (A) 340. (B) 100. (C) 85. (D) 35. 15 (EFOMM) Uma viga de concreto, de 2,4 m de comprimento, apoia-se em duas colunas A e B. Supondo sua distribuição de massa homogênea e que, a 1 m do apoio da coluna A é posicionada uma massa teste de 180 kg, calcule as reações nos apoios A e B. A 1 m 2,4 m massa de teste B Considere: • g = 10 m/s2; • as reações devem ser calculadas em newtons; • massa da viga = 240 kg. 16 (EFOMM) No diagrama de forças abaixo aplicadas, a força F = 200 N promove o equilíbrio de rotação. Pode-se afirmar que a força F está localizada a: 400 N 2 m 2 m 250 NF = 200 N (A) 0,5 m da extremidade direita. (B) 1,5 m da extremidade direita. (C) 0,5 m da extremidade esquerda. (D) 1,5 m da extremidade esquerda. FÍSICA I Assunto 4 Estática dos sólidos 245IME-ITA – Vol. 2 17 A figura mostra uma barra homogênea de 2,0 m, cujo peso é de 1.000 N, disposta horizontalmente e apoiada em uma das extremidades, sobre um dinamômetro. Qual a leitura no dinamômetro (graduado em newtons) sabendo que uma pessoa de peso igual a 500 N está sobre a barra, a 40 cm do dinamômetro? dinamômetro 18 Na figura, uma barra rígida e homogênea de peso igual a 100 N e comprimento igual a 10 m articula-se sem atrito em O. A 8 m de O suspende-se uma carga de peso igual a 200 N. Calcule a intensidade da força vertical F que equilibra o sistema. → F carga 19 (AFA) Uma viga homogênea é suspensa horizontalmente por dois fios verticais como mostra a figura abaixo. - L A B L/6 L/4 A razão entre as trações nos fios A e B vale: (A) 1 . 2 (B) 2. 3 (C) 3 . 4 (D) 5 . 6 20 (AFA)A figura abaixo mostra um sistema em equilíbrio estático, formado por uma barra homogênea e uma mola ideal que estão ligadas através de uma de suas extremidades e livremente articuladas às paredes. 2 L0 A barra possui massa m e comprimento L0, a mola possui comprimento natural L0 e a distância entre as articulações é de 2 L0 . Esse sistema (barra-mola) está sujeito à ação da gravidade, cujo módulo da aceleração é g e nessas condições, a constante elástica da mola vale: (A) 1 0 . 4( 3 1) mgL − − (B) 10 .mgL − (C) 102 .mgL − (D) . 6 2 mg − 21 Na figura, temos uma barra homogênea de espessura e largura uniformes, em forma de L, articulada sem atrito em A. A parte vertical da barra tem 1 m de comprimento, enquanto a parte horizontal mede 3 m. Sendo de 120 N o peso total da barra, calcule a intensidade da força horizontal F, que mantém a barra em equilíbrio. → F A 22 Na figura, temos uma roda de peso igual a 100 3 kgf e raio r igual a 2 m, que deve ser erguida do plano horizontal (1) para o plano horizontal (2). Calcule a intensidade da força horizontal, aplicada no centro de gravidade da roda, capaz de erguê-la, sabendo que o centro de gravidade da roda coincide com seu centro geométrico. h = 1 m (2) (1) roda 01 (AFA) A figura abaixo apresenta dois corpos de massa m suspensos por fios ideais que passam por roldanas também ideais. Um terceiro corpo, também de massa m, é suspenso no ponto médio M do fio e baixado até a posição de equilíbrio. d M m m d m m m M FÍSICA I Assunto 4 246 IME-ITA – Vol. 2 O afastamento do ponto M em relação à sua posição inicial é de: (A) 3 . 2 d (B) 3 . 3 d (C) 3 . 4 d (D) 3 . 6 d 02 Na figura, temos duas paredes ver ticais, um fio ideal de 5 m de comprimento preso aos pontos A e B das paredes, uma polia ideal e um corpo C suspenso ao eixo da polia, de 400 N de peso. 3 m B A 0 C Determine: a. a tração no fio; b. se a tração no fio depende do desnível entre A e B. 03 Na figura abaixo, . 2 π α + β = Considere que a corrente abaixo possui 14 kg de massa, e seu extremo direito (B) suporta uma tensão de módulo igual a 100 N. Qual a tensão experimentada pela extremidade esquerda (A)? A g B β α 04 Na figura, (I) e (II) são duas rampas planas perfeitamente lisas que se interceptam em uma reta horizontal, que passa por A e é perpendicular ao plano do papel. Nas rampas, apoia-se um prisma reto, hexagonal, regular e homogêneo, de peso igual a 100 N. Sabendo que sen α = 3/5 e cos α= 4/5, determine as intensidades das forças aplicadas pelo prisma sobre as rampas. (I) A (II) β α 05 (EFOMM) Uma barra cilíndrica, rígida e homogênea, de massa m, está em equilíbrio estático apoiada por suas extremidades sobre dois planos inclinados que formam com a horizontal ângulos respectivamente iguais a θ1 e θ2, tal que θ1 > θ2, conforme mostra a figura abaixo. Supondo irrelevantes os possíveis atritos e sabendo que a barra está em um plano perpendicular a ambos os planos inclinados, calcula-se que a força normal que o plano mais íngreme exerce sobre a barra seja dada por: θ2 θ1 (A) 1 1 2 sen . sen( ) mg θ θ + θ (B) 2 1 2 sen . sen( ) mg θ θ + θ (C) 1 1 2 cos . cos( ) mg θ θ + θ (D) 2 1 2 cos . cos( ) mg θ θ + θ (E) 2 1 2 tan . tan( ) mg θ θ + θ FÍSICA I Assunto 4 Estática dos sólidos 247IME-ITA – Vol. 206 Um cubo de massa M está apoiado contra uma parede vertical sem atrito, fazendo um ângulo q com o piso, conforme figura. Calcule o coeficiente de atrito estático mínimo m entre o cubo e o piso, que garanta o equilíbrio do cubo. θ (A) cot 1 . 2 θ − µ = (B) tan . 2 θ −1 µ = (C) 45°. (D) sen . 2 θ −1 µ = (E) cos . 2 θ −1 µ = 07 (EFOMM) No convés de um navio, um marinheiro apoia uma caixa de massa 20 kg sobre um plano inclinado de 60º, aplicando uma força F de módulo igual a 100 N paralela à superfície do plano, como mostra a figura. Nessas condições, ele observa que a caixa está na iminência de descer o plano inclinado. Para que a caixa fique na iminência de subir o plano inclinado, ele deve alterar o módulo da força F para: F 60° Dados: 210m/sg = ; sen 60° = 0,85. (A) 100 N. (B) 140 N. (C) 180 N. (D) 200 N (E) 240 N. 08 (IME) Considerando a figura, determine a expressão, em função do peso W, da força vertical exercida pelo solo sobre a barra AD. 45° 30° A D C 90° W 09 (MACKENZIE-SP) Uma tábua rígida homogênea é colocada sobre um cilindro fixo, em seu ponto médio, ficando em equilíbrio e na iminência de escorregar, como mostra a figura. Determine o coeficiente de atrito estático entre a tábua e o cilindro. 60° 10 (ITA) Um corpo de massa m é colocado no prato A de uma balança de braços desiguais e equilibrado por uma massa p colocada no prato B. Esvaziada a balança, o corpo de massa m é colocado no prato B e equilibrado por uma massa q colocada no prato A. O valor da massa m é: (A) pq. (B) .pq (C) . 2 p q+ (D) . 2 p q+ (E) . pq p q+ FÍSICA I Assunto 4 248 IME-ITA – Vol. 2 11 Uma escada de 5 m de comprimento e massa M está apoiada em um solo rugoso horizontal e contra uma parede vertical lisa. A distância máxima a que seu pé pode estar da parede sem escorregar é igual a 4 m. Quando seu pé está a apenas 3 m da parede, qual é: a. a massa máxima que pode ser colocada em qualquer lugar da escada sem causar escorregamento? b. a máxima distância ao longo da escada que um homem de massa 5 M pode caminhar sem o risco de cair? 12 Uma viga de peso desprezível é apoiada por suas extremidades A e B, sendo que um homem de peso P anda sobre ela. A B X L homem A intensidade RA da reação do apoio A é dada pelo gráfico a seguir, em que x é a distância de A ao homem: RA(N) 560 140 0 2 8 R (M) Calcule, então: a. o peso P do homem; b. o comprimento L da viga. 13 (ITA) Para que a haste AB homogênea, de peso P, permaneça em equilíbrio, suportada pelo fio BC, qual deve ser a intensidade da força de atrito em A? C L B L A 90° 14 Uma barra ACB, prismática, delgada, homogênea, em cotovelo a 90° é suspensa pelo vértice do ângulo e apresenta-se em equilíbrio, conforme o esquema anexo. (AC = 2a; CB = 2b; ˆBCH = θ.). C A θ H B 2a 2b Vale a condição: (A) tan .b a= θ (B) cot .b a= θ (C) tan .b a= θ (D) cot .b a= θ 15 A figura a seguir apresenta um perfil metálico AB, com dimensões AC = 0,20 m e CB = 0,18 m, apoiado em C por meio de um pino sem atrito. Admitindo-se desprezível o peso do perfil AB, o valor da força vertical F, em newtons, para que o sistema fique em equilíbrio na situação da figura é: Dados: sen (15) = 0,26; cos (15) = 0,97. 216,0 N 175,0 N A C B F 15° 75° FÍSICA I Assunto 4 Estática dos sólidos 249IME-ITA – Vol. 2 16 (IME) Três molas, a, b e c, têm comprimento natural La = 0,5, Lb = 0,6 m e Lc = 0,7 m, e constante elástica Ka = 10 N / m, Kb = 15 N / m e Kc = 18 N / m, respectivamente. Elas são ligadas entre si e estiradas entre duas paredes distantes 2,0 metros uma da outra, onde as extremidades estão fixadas, conforme figura abaixo. Qual o comprimento de cada uma das molas estiradas, em equilíbrio? a b c 2,0 m 17 Um fardo de feno, de 30 kg, é arrastado ao longo de uma superfície horizontal com velocidade constante sob ação de uma força F. O coeficiente de atrito cinético é igual a 0,25. Dessa forma: cg 0,50 m 0,25 m h → F a. Calcule o módulo de F. b. Calcule o valor de h para o qual o fardo está na iminência de tombar. c. Supondo que se mantenha a mesma força F, só que agora não tem atrito, dessa forma, determine a posição que deve ser aplicada a força de modo a não tombar. 18 Uma pessoa tem um passarinho de brinquedo que pode ser equilibrado pela ação de uma força normal utilizando-se apenas um ponto de apoio M, localizado no bico do passarinho, conforme a figura 1. Esse equilíbrio é alcançado em função da colocação de massas pontuais adequadas nos pontos P e Q. Sabe-se que a massa do passarinho antes da colocação das massas em P e Q é 30 g e seu centro de massa nesta situação é representado, na figura 2, pelo ponto C. Além disso, o passarinho é simétrico em relação ao eixo que contém os pontos M e C. Sendo assim, para o equilíbrio ser alcançado, o valor de cada uma das massas colocadas nos pontos P e Q é: figura 1 figura 2 P Q M C  Dados: PM = QM = 5,0 cm; CM = 2,0 cm;  = 120°; sen 30° = 0,50; cos 30° = 0,87 e g = 10 m/s2. (A) 12 g. (B) 30 g. (C) 6,0 g. (D) 10 g. (E) 24 g. 19 (ITA) Considere um bloco de base d e altura h em repouso sobre um plano inclinado de ângulo θ. Suponha que o coeficiente de atrito estático seja suficientemente grande para que o bloco não deslize pelo plano. h d θ O valor máximo da altura h para que a base d permaneça em contato com o plano é: (A) . d α (B) . sen d α (C) 2 .sen d α (D) cot .d α (E) cot . sen d α α 20 Dois blocos idênticos de comprimento L = 24 cm são colocados sobre uma mesa, como mostra a figura a seguir. Determine o máximo valor de x, em cm, para que os blocos fiquem em equilíbrio, sem tombarem. 2 1 L X L/2 FÍSICA I Assunto 4 250 IME-ITA – Vol. 2 21 Na figura abaixo, apresentam-se três esferas soldadas em barras rígidas de massa desprezível. Qual a medida do ângulo? m b g θ b b3 m 2 m 0 22 (ITA) Um semidisco de espessura e e massa = 2 kg está apoiado sobre um plano horizontal, mantendo-se na posição indicada em virtude da aplicação de uma força F no ponto Q. O centro de gravidade G é tal que OG = 0,1 m, sendo O o centro do disco que originou o semidisco; o raio do disco é r = 0,47 e o ângulo θ = 30°. O valor de F nesse caso é: F g 30° (g = 9,8 m/s2) (A) 19,6 N. (B) 7,2 N. (C) 1,2 N. (D) 2,4 N. (E) 2,9 N. 23 (ITA) Uma das extremidades de uma corda de peso desprezível está atada a uma massa M1 que repousa sobre um cilindro fixo, liso, de eixo horizontal. A outra extremidade está atada a uma outra massa M2 como mostra a figura. O ângulo indicado na figura vale 60°. Para que haja equilíbrio na situação indicada, deve-se ter: M1 M2 60° (A) 1 2 3 . 2 M M = (B) 2 13 .M M= (C) 12 .2 M M = (D) 12 . 3 M M = (E) 2 12 .M M= 24 (EFOMM) Uma haste homogênea de peso P repousa em equilíbrio, apoiada em uma parede e nos degraus de uma escada, conforme ilustra a figura abaixo. A haste forma um ângulo θ com a reta perpendicular à parede. A distância entre a escada e a parede é L. A haste toca a escada nos pontos A e B da figura. L L θ L A B haste escadaparede Utilizando as informações contidas acima, determine o peso P da haste, admitindo que FA é a força que a escada faz na haste no ponto A e FB é a força que a escada faz na haste no ponto B. (A) 2 ( ). 3cos A B P F F= + θ (B) 2 ( 2 ). 3cos A B P F F= + θ (C) 3 ( ). 2cos A B P F F= + θ (D) 2 (2 ). 3cos A B P F F= + θ (E) 3 ( 2 ). 2cos A B P F F= + θ 25 A figura indica, em corte, um prisma e um cubo homogêneos, de pesos iguais a 6,0 N e 5,5 N, respectivamente, sobre o travessão horizontal de uma balança em equilíbrio. O cubo é suspenso por um cabo de massa desprezível, que, passando por uma polia ideal, sustenta um contrapeso A. Calcule o peso de A e a tração no cabo. 45 cm 15 cm 20 cm 70 cm 40 cm A FÍSICA I Assunto 4 Estática dos sólidos 251IME-ITA – Vol. 2 26 A figura mostrauma estrutura em equilíbrio, formada por uma barra BD, dois cabos AD e DE, e uma viga horizontal CF. A barra é fixada em B. Os cabos, de seção transversal circular de 5 mm de diâmetro, são inextensíveis e fixados nos pontos A, D e E. A viga de material uniforme e homogêneo é apoiada em C e sustentada pelo cabo DE. Ao ser colocado um bloco de 100 kg de massa na extremidade F da viga, determine: Dados: aceleração da gravidade: 10 m/s2; densidades lineares de massa: 1 2 330kg / m, 20kg / me 10kg / m; use: 20 4,5µ = µ = µ = = 2,0 m 2,0 m 2,0 m 2,0 m 2,0 m 3,0 m 1,5 m 1,5 m 3,0 m C viga cabo cabo ba rra bloco D A B E Fµ1 µ2 µ3 a. a força no trecho ED do cabo; b. as reações horizontais e vertical no apoio C da viga; c. as reações horizontal e vertical no apoio B da barra. 27 A figura abaixo mostra uma estrutura em equilíbrio, formada por uma barra vertical AC e um cabo CD, de pesos desprezíveis, e por uma barra horizontal BD. A barra vertical é fixada em A e apoia a barra horizontal BD. O cabo de seção transversal de 100 mm2 de área é inextensível e está preso nos pontos C e D. A barra horizontal é composta por dois materiais de densidades lineares de massa m1 e m2. Diante do exposto, a força normal por unidade de área, em MPa, no cabo CD, é: Dados: aceleração da gravidade: 10 m/s2; densidades lineares de massa: µ1 = 600 kg/m e µ2 = 800 kg/m. barra horizontal cabo ba rr a ve rt ic al 2, 0 m 1, 5 m µ1 1,0 m µ2 1,0 m C DB A 01 (IME) Ao teto de uma sala deseja-se prender 3 molas iguais que deverão equilibrar, na horizontal, uma haste rígida, delgada e de peso desprezível, bem como uma viga pesada, homogênea e uniforme, de tal modo que a haste suporte, em seu ponto médio, a viga. Os pontos de fixação, no teto, devem formar um triângulo isósceles de ângulo diferente C. Determine a distância x do ponto D, a partir da extremidade livre, em que a viga deve ser apoiada. O comprimento da viga é L. A B C D X 02 (IME) Quatro barras homogêneas AB, BC, CD e DE, de peso P cada uma, estão articuladas entre si como indica a figura. Sustentam-se, com as mãos, os extremos A e E de forma que estejam sobre uma mesma reta horizontal e que, ao estabelecer-se o equilíbrio, a ação efetuada nos extremos, sobre cada um, tenha um componente horizontal igual a 2P. Admite-se que as barras AB e ED possam girar livremente ao redor dos extremos fixos A e E e que não haja atrito nas articulações. Calcule o ângulo α que a barra DE forma com a horizontal. E D C B A α 03 Uma vara de massa de 6 kg e comprimento 0,8 m é colocada sobre as superfícies planas sem atrito, que formam ângulo reto, conforme mostra a figura. Determine a posição de equilíbrio e as forças de reações em função do ângulo α. φ α FÍSICA I Assunto 4 252 IME-ITA – Vol. 2 04 Uma barra homogênea BD de comprimento L e massa M se apoia nos pontos B e C indicados no diagrama abaixo. Nessas condições, qual a reação no ponto B, para uma configuração de equilíbrio? B a C θ D 05 A figura indica uma superfície semicircular lisa de raio R em que repousa uma barra homogênea de comprimento L. Nessas condições, quanto vale o ângulo θ para a condição de equilíbrio da referida barra? L horizontalR θ 06 A figura abaixo apresenta uma barra homogênea de 6 kg e 2 m de comprimento, apoiada sobre uma polia em repouso. Qual é o módulo da reação em P? b b A 0 6 kg 37 ° P 07 (ITA) Considere um semicilindro de peso P e raio R sobre um plano horizontal não liso, mostrado em corte na figura. Uma barra homogênea de comprimento L e peso Q está articulada no ponto O. A barra está apoiada na superfície lisa do semicilindro, formando um ângulo α com a vertical. Quanto vale o coeficiente de atrito mínimo entre o semicilindro e o plano horizontal para que o sistema todo permaneça em equilíbrio? αL O R h (A) cos . 2 cos 2 cos2 sen h R P LQ LQ α µ = α + − α α (B) cos . 2 2 cos sen2 cos h R P LQ LQ α µ = α + − α α (C) cos . 2 sen 2 sen2 cos h R P LQ LQ α µ = α + − α α (D) sen . 2 2 sen 2 cos cos h R P LQ LQ α µ = α + − α α (E) sen . 2 2 cos sen cos h R P LQ LQ α µ = α + − α α 08 (EN) Observe a figura a seguir. R/4 A R FÍSICA I Assunto 4 Estática dos sólidos 253IME-ITA – Vol. 2 Na figura anterior, temos um disco de raio R = 0,1m e espessura R/3 com um buraco circular de raio R/4. A distância entre o centro do disco e o centro do buraco é R/2. A massa específica do material do disco é p = 9,6 · 103 kg/m3. Qual o módulo, em newtons, da força que, aplicada ao ponto A, garante o equilíbrio estático do disco na configuração representada anteriormente? Dados: 210 m/sg = ; π = 3. (A) 1,2. (B) 2,4. (C) 3,0. (D) 3,6. (E) 4,0. 09 (ITA) Um toro de madeira cilíndrico de peso P e de 1 m de diâmetro deve ser erguido por cima de um obstáculo de 0,25 m de altura. Um cabo é enrolado ao redor do toro e puxado horizontalmente como mostra a figura. O canto do obstáculo em A é áspero, assim como a superfície do toro. Nessas condições, a tração T requerida no cabo e a reação em A, no instante em que o toro deixa de ter contato com o solo, valem quanto? T A B 10 A esfera homogênea abaixo possui 49 kg de massa e se mantém em repouso no esquema abaixo. Assim, determine, a massa do bloco: 37° 0 37° 11 (ITA) Na figura abaixo, temos um cilindro de massa desprezível de raio r que pode girar sem atrito em torno do eixo que passa pelo centro O. Nos pontos P1 e P2 estão fixados dois fios de massa também desprezível. Para que haja equilíbrio nas condições do esquema, a relação entre as massas m1 e m2 é : P1 30° P2 0 m2 m1 (A) 1 2.m m= (B) 1 23 2 3 .m m= (C) 2 13 2 3 .m m= (D) 1 23 .m m= (E) 2 22 3 .m m= 12 (ITA)A figura mostra um tubo cilíndrico de raio R apoiado em uma superfície horizontal, em cujo interior encontram-se em repouso duas bolas idênticas, de raio r = 3R/4 e peso P cada uma. Determine o peso mínimo Pc do cilindro para que o sistema permaneça em equilíbrio. R P r FÍSICA I Assunto 4 254 IME-ITA – Vol. 2 13 (ITA) Um cilindro de raio R está em equilíbrio, apoiado em um plano inclinado, áspero, de forma que seu eixo é horizontal. O cilindro é formado de duas metades unidas pela seção longitudinal, das quais uma tem densidade d1 e a outra densidade d2 < d1. São dados o ângulo α de inclinação do plano inclinado e a distância 4 3 R h = π do centro de massa de cada metade à seção longitudinal. Qual a relação entre o ângulo β de inclinação da seção longitudinal de separação sobre o horizonte e α, d1 , d2 e h? h β h α 14 (ITA) Considere um bloco cúbico de lado d e massa m em repouso sobre um plano inclinado de ângulo α, que impede o movimento de um cilindro de diâmetro d e massa m idêntica à do bloco, como mostra a figura. Suponha que o coeficiente de atrito estático entre o bloco não deslize pelo plano e que o coeficiente de atrito estático entre o cilindro e o bloco seja desprezível. O valor máximo do ângulo α do plano inclinado, para que a base do bloco permaneça em contato com o plano, é tal que: d α (A) 1 sen . 2 α = (B) tan 1.α = (C) tan 2.α = (D) tan 3.α = (E) cot 2.α = 15 (IME) Na figura abaixo, o coeficiente de atrito entre o peso P e a cunha é µ1 e, entre a cunha e o bloco inferior é µ2. Desprezando o peso da cunha, e considerando que não há atrito na parede vertical, determine a expressão da força F necessária para levantar o peso P, forçando a cunha para a direita. F θ P 16 (ITA) Um atleta mantém-se suspenso em equilíbrio, forçando as mãos contra duas paredes verticais, perpendiculares entre si, dispondo seu corpo simetricamente em relação ao canto e mantendo seus braços horizontalmente alinhados, como mostra a figura. Sendo m a massa do corpo do atleta e µ o coeficiente de atrito estático interveniente, assinale a opção correta que indica o módulo mínimo da forçaexercida pelo atleta em cada parede: 90° (A) 1 2 2 2 1 . 2 1 mg µ − µ + (B) 1 2 2 2 1 . 2 1 mg µ + µ − (C) 2 2 1 . 2 1 mg µ − µ + (D) 2 2 1 . 2 1 mg µ + µ − (E) n.d.a. FÍSICA I Assunto 4 Estática dos sólidos 255IME-ITA – Vol. 2 FÍSICA I Assunto 4 256 IME-ITA – Vol. 2 Física I Assunto 3 Exercícios Nível 1 01 Letra D. 02 Letra A. 03 Letra C. 04 = 50 NF . 0 A → p → F → Fω → g 05 20 N. 06 Letra B. 07 Letra C. 08 144 km/h. 09 Letra C. 10 Letra B. 11 72 km/h. 12 Letra B. 13 26 N. 14 Letra C. 15 Letra D. 16 a. 1 rad/s. b. 250 N. 17 Letra E. 18 = θtanv Rg . 19 R = 120 m. 20 mín . g v R = µ 21 8 rad/s. 22 3,0 m/s. 23 Letra D. 24 a. = 2.A B v v b. µ = µ 2A B 25 Letra C. Exercícios Nível 2 01 a. F = 0,25 N. b. Mo = 0,070 kg. c. Diametralmente oposta a pá que contém o peso de massa mp. 02 Letra D. 03 2 arcsen v gr . 04 Letra A. 05 Letra E. 06 Letra B. 07 ( )− = °1cos 0,633 50,70 . 08 a. 8,74 N; b. 39,7 N; c. 6,45 m/s; d. Na direção da haste. 09 Letra A. 10 Letra A. 11 Letra D. 12 MÁX MÍN tan sen sen 2 ; cos sen tan sen sen 2 . cos sen h T g h T g β β + µ β = π β − µ β β β − µ β = π β + µ β 13 a. Maior que 7,3 rad/s; b. Menor que 0,14 m. 14 Letra B. 15 N = 11,2 N; a = 6,35 m/s2. 16 Letra D. 17 600 N ; tan θ = 0,5 . Exercícios Nível 3 01 8,4 kN. 02 θ + π 1 cos 2 o L L g . 03 0,25. 04 1,2 m. 05 a. 0,5 m. b. 0,15 N. 06 Letra C. 07 a. µ = η π 1 ln o; b. η− η = η+ η ( ) ( ) o o a g ; 08 a. 2,5 Mg. b. K = 2. c. 2,5 Hz. 09 = + ϕ 0 1 cos V V . 10 F = 0,60 N; N = 1,20 N. 11 r = 816 mm. 12 − ω θ = 2 1 4tan o r g . GABARITO IME-ITA Volume 2 525 13 − ω2 1 1 k m ; não depende do sentido de rotação. Assunto 4 Exercícios Nível 1 01 Letra A. 02 Letra A. 03 Letra C. 04 Letra D. 05 Letra B. 06 Letra E. 07 300 N. 08 Letra D. 09 Letra B. 10 a. → P → R → T b. 11 12 Letra A. 13 2 1− . 14 Letra C. 15 NA = 2.250 N; NB = 1,1950 N. 16 Letra A. 17 900 N. 18 210 N. 19 Letra C. 20 Letra A. 21 135 N. 22 300 kgf. Exercícios Nível 2 01 Letra D. 02 a. 250 N. b. Não depende. 03 60 N. 04 60 N na rampa I; 80 N na rampa II. 05 Letra A. 06 Letra E. 07 Letra E. 08 31 3 T W = + . 09 3 3 µ = . 10 Letra B. 11 a. 7 . 2 M b. 29 . 6 M 12 a. 700 N. b. 10 m. 13 P/4. 14 Letra C. 15 242,5 kN. 16 a = 59 cm; b = 66 cm; c = 75 cm. 17 a. 75 N. b. h = 0,50 m. c. h = 0,25 m. 18 Letra A. 19 Letra D. 20 x = 6 cm. 21 30°. 22 Letra D. 23 Letra A. 24 Letra B. 25 Ambos iguais a 2,5 N. 26 a. 4.250 N. b. 2.250 N. c. 600 N. 27 125 MPa. Exercícios Nível 3 01 4 L x = . 02 3 arctan 4 . 03 60 cosα ; 60 senα; φ=2α – 90°. GABARITO Volume 2 526 04 2 3 1 2 L Mg a − . 05 2 2 1 128cos 16 L L R R − + + θ = . 06 10 N. 07 Letra C. 08 Letra C. 09 2 ; 3 3 P P T R= = . 10 15 kg. 11 Letra B. 12 P/2. 13 1 2 1 2 3 sen sen 4 d d d d +π β = α − . 14 Letra E. 15 21 2 tan 1 tan F P µ + θ = µ + − µ θ . 16 Letra B. GABARITO IME-ITA Volume 2 527 Treliças FÍSICA I ASSUNTO 5 222 IME-ITA – Vol. 3 1. Introdução As treliças são uma das estruturas mais importantes na engenharia. Estão presentes em prédios, casas, pontes, enfim, em diversas aplicações tanto na engenharia civil quando na mecânica. Treliças são estruturas constituídas por barras homogêneas conec- tadas entre si por nós. Cada nó é a conexão de duas ou mais barras. Nenhuma barra é contínua por intermédio de um nó, sendo os nós pontos de descontinuidade da barra. A figura a seguir mostra exemplos de treliças muito comuns: Pratt Howe Fink Pratt Howe Warren Baltimore treliça K estrutura levadiçaporção em consola de uma treliça estádios Outros tipos de treliças Treliças típicas de pontes Treliças típicas de telhados Beer e Johnston (adaptado). Geralmente, as barras que constituem as treliças são consideradas delgadas e suportam pouco carregamento lateral. Logo, os carregamentos devem ser aplicados nos nós e não diretamente nas barras. Também se considera que os pesos das barras estão aplicados nos nós. Porém, na maioria das vezes, desconsideraremos os pesos das barras. Dessa forma, os membros da treliça, que estão ligados por nós, estarão submetidos a um par de forças, que atuarão nos nós, com a direção da barra e sentido oposto. Essas forças podem tender a partir a barra ao meio “para fora” ou podem tender a comprimir a barra “para dentro”, conforme mostra a figura ao lado, respectivamente: FÍSICA I Assunto 5 Treliças 223IME-ITA – Vol. 3 Quando as forças tenderem a partir a barra, elas serão chamadas de forças de tração. Quando elas tenderem a comprimir a barra, serão chamadas de forças de compressão. Logo, uma barra ou está tracionada ou está comprimida. Serão estudadas aqui, primordialmente, as treliças simples. Elas são formadas a partir de uma treliça rígida – formada por três barras, em formato triangular, que não tem seu formato deformado a partir da aplicação de um carregamento –, adicionando-se duas novas barras a dois nós distintos, formando um novo nó. Note-se que as treliças Fink e Baltimore exemplificadas anteriormente não são treliças simples, enquanto que as restantes são. Toda vez que duas barras são adicionadas, um nó é formado, como foi dito antes. Dessa forma, o número b de barras e o número n de nós se relacionam de acordo com a seguinte expressão: b = 2n – 3 As treliças têm que estar, de alguma forma, apoiadas no chão. Os dois principais tipos de apoios que constarão dos problemas a serem resolvidos são os seguintes: Ry Ry Rx O primeiro provoca reações de apoio tangencial e perpendicular à superfície de apoio, funcionando como uma superfície rugosa, que apresenta atrito. O segundo provoca apenas reações de apoio perpendiculares à superfície de apoio (a representação das rodinhas significa que não possuem atrito com a superfície de apoio). Serão estudados dois métodos de análise de treliças simples. O primeiro, chamado de método dos nós, será mais útil para calcular todas as forças aplicadas nas barras de uma treliça. O segundo, chamado de método das seções, será mais conveniente para calcular a força em uma barra específica. 2.1 Método dos nós O método dos nós é mais conveniente quando se quer determinar as forças que atuam em todas as barras de uma treliça simples. O método consiste nos seguintes passos: I. Traçar o diagrama de corpo livre da estrutura como um todo, ou seja, considerando apenas as forças externas (carregamentos e reações de apoio, lembrando que cada tipo de apoio apresenta reações diferentes). A partir desse diagrama, será possível determinar, sendo conhecidos os carregamentos, o valor das reações de apoio. II. Localizar um nó que esteja unindo apenas duas barras e traçar o seu diagrama de corpo livre. A partir desse diagrama, será possível calcular as duas forças que estejam agindo nesse nó, ou seja, agindo nas barras conectadas a ele. Resolver como for mais conveniente (triângulo de forças – quando três forças apenas estiverem envolvidas e você conhecer uma delas – ou decomposição das forças em eixos é necessário terá que adotar sentidos arbitrários para as forças no nó. Se o valor encontrado para a força for negativo, significa que o sentido arbitrado está errado, isto é, a força deveria ter o sentido contrário. III. Depois, localizar um nó em que as forças em apenas duas das barras conectadas a ele ainda não são conhecidas. Desenhar o diagrama de corpo livre para esse nó e usá-lo como no passo 3 para determinar as forças desconhecidas. As forças em algumas barras já terão sido calculadas no passo 2, então uma dicaé continuar escolhendo nós que carreguem alguma dessas forças. IV. Repita esse procedimento até que todas as forças em todas as barras da treliça sejam descobertas. Como você previamente foram usadas três equações para determinar as reações de apoio no diagrama de corpo livre da treliça inteira, no passo 1 (momento resultante nulo, força resultante em x nula e força resultante em y nula), sobrarão três equações no final, que poderão ser usadas como prova real dos cálculos. Note-se que a escolha do primeiro nó, no passo 2, não é única. Em alguns casos, a escolha de certo nó pode levar, no seguimento dos passos, a um nó que você não seja possível resolver. Então, deve-se recomeçar o procedimento escolhendo outro nó. Uma dica bastante útil é escolher um nó no qual esteja aplicado algum carregamento. Segue um exercício resolvido a respeito disso. ExErcícios rEsolvidos (Beer e Johnston) Usando o método dos nós, determine as forças em cada uma das barras da treliça representada na figura. A B C ED 2.000 N 1.000 N 12 m 12 m 8 m 12 m 6 m6 m Solução: Primeiro, vamos traçar o diagrama de corpo livre da estrutura como um todo, lembrando de colocar as devidas reações de apoio. Ele está representado na figura a seguir. A B C ED 2.000 N 1.000 N 12 m 12 m 8 m 12 m 6 m6 m E Cx Cy FÍSICA I Assunto 5 224 IME-ITA – Vol. 3 Impondo MC �� 0, considerando o sentido anti-horário positivo: 2.000 · 24 + 1.000 · 12 – E · 6 = 0 → E = 10.000 N. Como achamos E > 0, significa que supusemos seu sentido corretamente. Impondo Fx �� 0. Cx = 0 Impondo Fy �� 0. Cy + 10.000 – 2.000 – 1.000 = 0 → Cy = – 7.000 N. Como achamos Cy < 0, significa que supusemos seu sentido erradamente. Deveria ter sentido “para baixo”, em vez de “para cima”, como arbitrado. Agora que já conhecemos as reações de apoio, podemos começar a isolar os nós. Começando pelo nó A (um dos nós com carregamento e unindo apenas duas barras), vemos que esse nó está submetido apenas a três forças. Dessa forma, podemos criar um triângulo de forças como indicado na figura a seguir. Perceba que o triângulo é retângulo e deve ter lados proporcionais a 3, 4 e 5 (relação facilmente tirada da geometria do problema). 2.000 N FAB FAD A 5 4 3 2.000 N FAB FAD 3 45 Temos, da figura: F FAB AB3 2 000 4 1 500� � � . . N N. F FAD AD5 2 000 4 2 500� � � . . N N. Lembre-se que, se no nó a força aponta em um sentido, na barra a força apontará no sentido inverso (Terceira Lei de Newton). Logo, a força FAB é de tração na barra AB, já que está apontando para fora do nó A, e a força FCD é de compressão na barra CD, já que está apontando para o nó A. Agora, vamos isolar o nó D (que possui apenas duas forças desconhecidas e carregou uma das forças do nó A). Seu diagrama de corpo livre está expresso na figura a seguir: FDA = 2.500 N FDE FDB FDE FDB FDA 3 4 5 5 4 3 Pelos triângulos desenhados, temos que: F F FDB DA DB� � � 2 500. N F F FDE DA DE� � � � � � � � �2 3 5 3 000. N Veja que FDB é uma força de tração na barra DB e FDE é uma força de compressão na barra DE. Agora, vamos isolar o nó B (apenas duas forças não conhecidas). Temos a figura do seu diagrama de corpo livre: 33 4 4 B FBA = 1.500 N 1.000 N FBC FBEFBD = 2.500 N Utilizando a decomposição das forças em eixos, temos: F F Fy BE BE= → − − − = → = −∑ 0 1 000 45 2 500 4 5 0 3 750. . . N F F F Fx BC BE BE= → − − − = → =∑ 0 1 500 35 2 500 3 5 0 5 250. . . N Veja que, como FBE foi encontrada negativa, significa que ele aponta para o nó B, em vez de apontar para fora, como supomos. Dessa forma, FBE é força de compressão na barra BE. FBC será, então, força de tração na barra BC, já que aponta para o nó B. Agora, vamos isolar o nó E. Restou uma força não conhecida. Logo, apenas uma equação será suficiente para resolvê-lo. Dessa forma, sobrará uma equação desse nó e duas do nó C, como previsto anteriormente. 4 FEB = 3.750 N 4 33 FED = 3.000 N E = 10,000 N FEC E Utilizando a decomposição das forças em eixos, temos: F F Fx EC EC∑ = → + + = → = −0 3 5 3 000 3 5 3 750 0 8 750. . . N Veja que, como FEC foi encontrada negativa, significa que aponta para o nó E, em vez de apontar para fora, como supomos. Dessa forma, FEC é força de compressão na barra EC. Utilize a equação das forças em y nesse nó e as equações do nó C para checar as contas. É bem perceptível que, se quiséssemos calcular apenas a força na barra ED, por exemplo, teríamos que ter calculado a força na barra AD antes. Logo, esse método não se mostra eficiente quando queremos calcular apenas a força em uma determinada barra, ainda mais se a treliça possuir mais barras. FÍSICA I Assunto 5 Treliças 225IME-ITA – Vol. 3 01 Determine a força em cada membro da treliça mostrada na figura e indique se os membros estão sob tração ou compressão. B 2 m 2 m 45° C A 500 N 02 Usando o método dos nós, determine a força em cada elemento da treliça mostrada na figura. Indique se cada elemento está sob tração ou sob compressão. A B C 4 m 1,25 m 3 m 84 kN A CB 2,7 m 3 ,6 m 1,15 m 4.200 N A B C 4 m 3 m 4,5 m 1,92 kN 03 Determine a força em cada membro da treliça. Indique se os membros estão sob tração ou compressão. A D C 1 m 1 m 3 kN 2,25 kN 30° B £ 04 Determine a força em cada membro da treliça. Indique se os membros estão sob tração ou compressão. A E C D B 2 m 2 m 2 m 900 N 600 N 05 Determine a força em cada membro da treliça e indique se os membros estão sob tração ou compressão. Agora imagine uma situação mais real, na qual a treliça é fabricada usando membros que têm um peso de 0,2 kN/m. Remova as forças externas da treliça e determine a força em cada membro devido ao peso dos membros. Indique se os membros estão sob tração ou compressão. Considere que a força total que atua sobre um nó é a soma da metade do peso de todos os membros conectados ao nó. 0,9 m A B C DEF 1,2 m 1,2 m 1,2 m 4,5 kN 3 kN 06 Determine a maior força P que pode ser aplicada à treliça de modo que nenhum dos membros esteja sujeito a uma força maior que 4 kN em tração e 3 kN em compressão. 1 m 1 m 1 m A B E D C P 1 m FÍSICA I Assunto 5 226 IME-ITA – Vol. 3 07 Determine a força nos membros ED, EH e GH da treliça e indique se os membros estão sob tração ou compressão. 2 m 2 m 2 m 1,5 m 1,5 m 1,5 m A B C DE F G H I 40 kN 30 kN 40 kN 50 kN 08 A estrutura apresentada é formada por duas barras verticais AC e BD, ligadas por uma barra horizontal CD e por uma barra inclinada BC. No ponto D, a estrutura recebe duas forças: uma vertical para baixo de 40 kN e outra horizontal para a direita de 20 kN. Sabendo que as pesos de todas as barras são desprezíveis, determine: 4 m A B C D 3 m 1,5 m 40 kN 20 kN a. o sentido e o valor da força, que pode ser horizontal ou vertical, a ser aplicada no ponto C para que a barra vertical AC seja comprimida por uma força igual a 25 kN. b. os sentidos e os valores das reações horizontal e vertical nos apoios A e B para a estrutura carregada com as três forças externas. 09 A figura a seguir mostra uma estrutura em equilíbrio, de peso desprezível em relação ao carregamento externo. As barras dessa estrutura só resistem aos esforços normais de tração ou de compressão. Sobre o nó D, há uma carga vertical concentrada de 10 kN, enquanto, no nó C, há uma carga vertical concentrada de 10 kN e uma carga horizontal. Sabendo que o apoio A não restringe o deslocamento vertical e a força de compressão na barra AB é 5 kN, determine: carga horizontal A B CD E 1,5 m 1,5 m 2,0 m 2,0 m 10 kN 10 kN a. a intensidade, em kN, e o sentido da carga horizontal no nó C; b. as reações de apoio, em kN, nos nós A e B, indicando suas direções e sentidos; c. as barras que estão tracionadas, indicando suas magnitudes em kN; d. as barras que estão comprimidas, indicando suas magnitudesem kN. 10 Determine as componentes de todas as forças que atuam na barra ABD da estrutura da figura. 1,80 m A B C D E F 1,20 m 1,20 m 1,20 m 1,20 m 1500 N 2250 N 11 Para a estrutura e o carregamento mostrados na figura, determine as componentes das forças exercidas no elemento BC. A B C D E F 3,6 m 2 m 2 m 2 m 18 kN FÍSICA I Assunto 5 Treliças 227IME-ITA – Vol. 3 01 Determine a força exercida no elemento BD e a componente da reação em C. 400 N 120 mm 450 mm 135 mm 240 mm 510 mm A B C D 02 Um painel está sujeito a uma carga de vento que exerce forças horizontais de 1,5 Kn nos nós B e C de uma treliça de apoio laterais. Determine a força em cada membro da treliça e indique se os membros estão sob tração ou compressão. A B C D E 3,6 m 3,6 m 45º 3,9 m 1,5 m 3,9 m 1,5 kN 1,5 kN 03 Determine a maior força P que pode ser aplicada à treliça de modo que nenhum dos membros esteja sujeito a uma força maior que 2,5 kN em tração ou 2 kN em compressão. 2 m 2 m A B C D E P 1, 5m 1, 5m 1, 5m 04 Na estrutura da figura, as barras ACE e BCD estão articuladas por um pino em C e pela barra DE. Determine a força na barra DE e as componentes da força exercida em C pela barra BCD. 160 mm 60 mm 80 mm B A C D 60 mm 100 mm 150 mm E 480 N 05 A figura mostra uma estrutura em equilíbrio, formada por barras fixadas por pinos. As barras AE e DE são feitas de um material uniforme e homogêneo. Cada uma das barras restantes tem massa desprezível e seção transversal circular de 16 mm de diâmetro. O apoio B, deformável, é elástico e só apresenta força de reação na horizontal. No ponto D, duas cargas são aplicadas, sendo uma delas conhecida e igual a 10 kN e outra na direção vertical, conforme indicadas na figura. Sabendo que a estrutura no ponto B apresenta um deslocamento horizontal para a esquerda de 2 cm, determine: FÍSICA I Assunto 5 228 IME-ITA – Vol. 3 A D E BC carga vertical 10 kN 2,0 m 2,0 m 1, 5 m µ 3µ a. A magnitude e o sentido da reação do apoio B. b. As reações horizontal e vertical no apoio A da estrutura, indicando seu sentido. c. A magnitude e o sentido da carga vertical concentrada no ponto D. d. O esforço normal (força) por unidade de área da barra BC, indicando sua magnitude e seu tipo (tração ou compressão). Dados: • aceleração da gravidade: g = 10 m/s2; • densidade linear de massa: µ = 100 kg/m; • constante elástica do apoio B: k = 1.600 kN/m. 06 Determine a força em cada membro da treliça mostrada na figura e indique se os membros estão sob tração ou compressão. Dado: sen (15)=0,65 2 m 2 m 2 m 2 m 400 N D C BA 2 m 45° 45° 30° 07 Determine as componentes vertical e horizontal da reação nos pinos A e C da estrutura de dois membros (AB e BC). A B C 3 m 3 m 200 N/m 08 A figura mostra uma barra horizontal AC fixada em A e sustentada pela barra inclinada BD. Uma força vertical P é aplicada em um ponto da barra AC. Desprezando o peso de todas as barras e considerando que as reações horizontal e vertical em A iguais a 32 kN (←) e 16 kN (↑) respectivamente, determine: 1,5 m 1, 5 m 2,0 m AC D B x P a. A força P e a distância x entre o ponto de aplicação da força P e o ponto C. b. A força de tração aplicada à barra BD. 09 Determine as componentes horizontal e vertical da reação no pino A, e a reação no rolete B necessária para suportar a estrutura. Considere F = 600N. Caso o rolete bem possa sustentar uma carga máxima de 3 kN, determine a maior intensidade das forças F que podem ser aplicadas na estrutura. 2 m 2 m 2 m 2 m A B F F F 45° 10 Para a estrutura e carregamento mostrados na figura, determine os componentes de todas as forças atuantes no elemento ABE. A B J E F C D 2,7 m 2,7 m 3,6 m 4,8 m 1,5 m 2.400 N FÍSICA I Assunto 5 Treliças 229IME-ITA – Vol. 3 01 Determine as componentes horizontal e vertical da reação no pino A e a força no cabo BC. Despreze a espessura dos membros. 4,5 m 100 N 200 N/m A B C 3 m 4 m 30° 02 A treliça mostrada na figura consiste em seis elementos e é sustentada por uma pequena haste de conexão em A, duas pequenas hastes de conexão em B e por rótulo em D. Determine a força em cada um dos elementos para o carregamento dado. 7,2 m x z y 3 m 2,1 m 2,1 m AA B O D C 1.800 N 03 Determine a força nos membros AB, AE, BC, BF, BD e BE da treliça de espaço e indique se os membros estão sob tração ou compressão. 1 m 0,5 m 0,5 m 1 m x y z 1 m 3 kN 1,5 kN 2 kN A B C E F D 04 Determine a força em cada membro da treliça espacial e indique se os membros estão sob tração ou compressão. A treliça é sustentada por juntas esféricas em A, B e E. Considere F = (–200i + 400j) N. 5 m 1 m A z x B C 2 m y F D 2 m 1,5 m E 05 Determine as forças agindo nos membros da treliça espacial mostrada na figura. Indique se os membros estão sob tração ou compressão. A B C D E y x z 45° 2 kN P = 4kN 2 m 2 m 2 m 06 Determine a maior massa m do bloco suspenso de modo que a força em qualquer membro da treliça não exceda 30 kN (tração) e 25 kN ( ompressão). 6 m A B C E F D G 3,5 m 2,5 m 0,1 m 1. Introdução A hidrostática, também chamada de estática dos fluidos, estuda, como seu nome já diz, fluidos que estejam em equilíbrio. Fluidos são, basicamente, os líquidos e os gases. Além da diferença de estado de matéria, líquidos não têm forma própria, mas têm volume próprio, independente do recipiente que os contenha. Já os gases não possuem forma nem volume próprios, já que, dentro de um recipiente, considera-se que o gás ocupa todo o seu volume. O estudo aqui, será focado no equilíbrio de líquidos, basicamente, por possuírem mais utilidade prática, já que os efeitos dos gases sobre corpos imersos neles poderão ser desprezados, além de os líquidos possuírem uma resistência à compressão muito superior à dos gases, sendo considerados, nesse estudo, incompressíveis, diferentemente dos gases, para os quais essa consideração de incompressibilidade faria muita diferença. Serão estudados, então, basicamente líquidos que sejam ideais, ou seja, incompressíveis. A Hidrostática se baseia em três teoremas: o de Stevin, o de Pascal e o de Arquimedes. Eles regirão todo esse estudo e trarão consequências importantíssimas. 2. Massa específica ou densidade absoluta (m) É a razão entre massa e volume de uma substância. Para as mesmas condições de temperatura e pressão, a massa específica de uma substância permanece constante. � � m V material m (g/cm3) m (kg/m3) água 1,00 1.000 alumínio 2,7 2.700 ferro 7,8 7.800 chumbo 11,3 11.300 mercúrio 13,6 13.600 ouro 19,3 19.300 Unidade de massa específica no SI: [kg/m3]. Obs.: 1 kg/m3 = 103 g / 106 cm3 → 1 kg/m3 = 10–3 g/cm³. Essa relação é bastante importante, já que em muitos casos a massa específica que nos será fornecida vai estar em g/cm3. Percebe-se que o conceito de densidade propriamente dito tem a mesma expressão que o da massa específica. Porém, uma diferença sutil distingue suas definições. Será vista, a seguir, a definição de densidade absoluta de um corpo. 3. Densidade absoluta de um corpo Como visto anteriormente, o chumbo possui massa específica maior que a do ferro. Porém, existe a possibilidade de um corpo de ferro ser mais denso que um corpo de chumbo? Define-se densidade absoluta de um corpo como a razão entre a sua massa e o volume ocupado por ele no espaço (bem parecida com a definição de massa específica). Logo, se um corpo possui descontinuidades internas, ou seja, partes ocas, como uma bola de boliche, significa que a massa a ser considerada para o cálculo da densidade seria muito menor do que se o corpo fosse inteiramente maciço. Então, para a massa específica, considera-se apenas o volume ocupado pela massa do corpo, enquanto que, para a densidade, considera-se o volume total ocupado no espaço por um corpo fechado.Será chamado, então, de VT o volume que o corpo ocupa no espaço. Logo: d m VT = No caso de uma bola de boliche, VT seria o volume total ocupado no espaço, ou seja, o volume do ar que está contido na bola faz parte desse volume total. Na hora de calcular a massa específica do material que constitui essa bola, será considerado apenas o volume realmente correspondente à massa do corpo (a camada de material que de fato foi usada para confecção da bola). Por isso, a massa específica é uma propriedade intrínseca ao material (ou seja, independente do corpo, a massa específica do chumbo sempre será 11,3 g/cm3), enquanto que a densidade é uma propriedade que depende do corpo (uma bola de chumbo maciça e de volume VT terá maior densidade que uma bola de chumbo oca e de mesmo volume, já que a massa daquela é maior que a desta, mesmo que ambas sejam feitas de chumbo). Sabe-se, intuitivamente, que corpos de menor densidade que a água tendem a flutuar nela. Logo, já que o aço tem massa específica maior que a água, como é possível explicar um navio feito totalmente de aço, como um cruzeiro, conseguir flutuar? O segredo é o espaço oco que existe em suas partes inferiores, completamente cheias de ar, que fazem com que a densidade do navio se torne menor que a densidade da água. 4. Densidade relativa É uma grandeza adimensional dada pela razão entre duas massas específicas de duas substâncias distintas. É, então, um critério de comparação entre duas substâncias ou outra forma de medir a densidade de alguma substância, tomando a outra como referencial. Ex: � � � � ouro alumínio Hg H2O / , / , � � 7 15 13 6 5. Peso específico Peso específico é a razão entre o peso de uma substância e o seu volume. � � P V Unidade de peso específico no SI: [N/m3]. Hidrostática FÍSICA I ASSUNTO 6 230 IME-ITA – Vol. 3 Assim como a massa específica, para que o peso específico de um corpo seja constante, é preciso que as condições de temperatura e pressão também sejam constantes. Porém, como o peso depende da gravidade, para que o peso específico seja constante, tem-se que analisar porções da mesma substância em um mesmo local, onde a gravidade seja constante. Sabe-se que P = m · g. Logo: � � � �P V m g V Como � � m V , tem-se: r = mg 6. Pressão Comprima a palma de uma das suas mãos com o polegar da outra mão, utilizando certa força. Agora, aumente esta força. Você claramente percebeu que o efeito de contato entre sua mão e seu dedo polegar aumentou. Agora, comprima novamente a palma da mão com seu polegar. Utilizando aproximadamente a mesma força, pegue o seu lápis apontado e com a sua ponta do grafite comprima a palma da sua mão com a mesma força. Novamente, você percebeu que o efeito foi realmente aumentado. Logo, é possível perceber que esse efeito é diretamente proporcional à força, já que, ao aumentá-la, ele se intensifica. Da mesma forma, quando você diminui a área de aplicação da força (já que a ponta do grafite tem menor área que a palma do seu polegar), o efeito também é intensificado. Logo, o efeito é diretamente proporcional à força e inversamente proporcional à área de aplicação dela. Dessa maneira, pressão média, sob o ponto de vista mecânico, é definida pela razão da componente normal de uma força aplicada a uma superfície, pela área da superfície. p F A n= q Ft FFn Apenas a componente normal (Fn) de certa força aplicada em uma área pode exercer pressão, enquanto que a componente tangencial não exerce (ela exerce outro efeito, chamado de cisalhamento). Unidade SI de pressão: [N/m2] = [Pa], também chamada de Pascal. Obs.: Outras unidades práticas de pressão (utilizando g = 9,81 m/s2): • bária [ba] = [dyn/cm2] → 1 Pa = 10 ba; • atmosfera técnica métrica [at] = [kgf/cm2] → 1 at = 9,8 · 104 Pa ≅ 105 Pa; • milímetros de coluna de mercúrio [mmHg] → 760 mmHg = 1,01 · 105 Pa; • metros de coluna-d’água [mca] → 10 mca = 1,01 · 105 Pa; • atmosfera padrão [atm] → 1 atm = 1,01 · 105 Pa Por mais que a pressão tenha uma certa relação com a força, ela não é uma grandeza vetorial, mas sim uma grandeza escalar, ou seja, um gás ideal confinado em um recipiente exerce exatamente a mesma pressão em todas as suas paredes, já que a pressão não possui uma orientação preferida em detrimento de outras. 6.1 Pressão exercida por uma coluna de líquido h A m P A figura anterior representa um recipiente contendo um líquido de massa específica m, em equilíbrio, sob a ação da gravidade g, cuja altura em relação ao fundo do recipiente é h. Considera-se, então, uma coluna de água de área de base A. Sabe- -se que seu volume é dado por V = A · h. Como massa específica é o volume entre a massa da substância e o volume de fato ocupado por ela, tem-se: � �� � � � � � � m V m A h m A h. Logo, o peso dessa coluna de líquido será o produto da sua massa pela gravidade: P = m · g = m · A · h · g. Logo, a pressão exercida por essa coluna de líquido no fundo do recipiente será dada por: p P A A h g A � � � � �� Cortando a área, tem-se: p = mgh 7. Teorema de Stevin Considere um recipiente contendo um líquido homogêneo de massa específica m. Considere, mesmo que imaginariamente, um “cubo” de aresta h, feito do próprio líquido e totalmente imerso nele. Sabemos que, nele, surgirão forças nas direções vertical e horizontal, aplicadas em cima e em baixo, do lado direito e do lado esquerdo, como podemos ver na figura. m Pela simetria do corpo, é fácil perceber que as forças horizontais se anulam. Porém, as forças verticais não se equilibram. Isso acontece porque, além delas, ainda existe a atuação do peso do corpo na vertical. Dessa forma, temos o diagrama de corpo livre da figura a seguir: FÍSICA I Assunto 6 Hidrostática 231IME-ITA – Vol. 3 m g F2 F1 P (1) (2) Logo, como o corpo está em equilíbrio na vertical, tem-se: F2 – F1 = P Dividindo todos os termos pela área da base do cubo, já que estão aplicados na vertical, obtém-se: F A F A P A 2 1� � Só que F A p1 1= (pressão no ponto 1) e F A p2 2= (pressão no ponto 2). Logo: p p P A p p mg A2 1 2 1 � � � � � em que m é a massa do “cubo” de água. Logo, m = m · Vcubo = m · A · h. Logo: p p A h g A p p g h2 1 2 1� � � � � � � � � � � � em que h é o desnível entre o ponto 1 e o ponto 2. É possível observar a figura: m h1 h2 h 1 2 O enunciado do Princípio de Stevin, então, se resume a: “A diferença de pressões entre dois pontos de um líquido homogêneo em equilíbrio sob a ação da gravidade é dada pelo produto da massa específica do líquido, da aceleração da gravidade e do desnível entre os pontos.” É fácil perceber, então, que essa diferença de pressões é igual à pressão de uma coluna de líquido semelhante à coluna compreendida entre os dois pontos, caso aquela estivesse tocando o fundo do recipiente. Percebe-se, então, que, se o desnível entre os dois pontos for nulo, não haverá diferença de pressões entre os dois pontos. Dessa forma, pontos que estão à mesma altura, não importando a posição horizontal, estarão sob mesma pressão. Então, cada linha horizontal terá pontos sob mesma pressão, ou seja, existirá uma zona isobárica. Essa é a consequência mais importante do Teorema de Stevin. Agora, supondo que seja possível um líquido em repouso, confinado em um recipiente, ter sua superfície inclinada, como mostra a figura a seguir. m g h (1) (2) Como há um desnível entre os pontos, pelo Princípio de Stevin, haveria uma diferença de pressão sobre eles. Mas como o líquido está aberto para a atmosfera, a pressão exercida sobre ambos é a pressão atmosférica. Dessa forma, ambos estão sob mesma pressão. Novamente, pelo Teorema de Stevin, sabe-se que, se a pressão sobre os pontos é a mesma, não há desnível entre eles. Logo, é absurdo pensar que existe um desnível entre os pontos na superfície do líquido. Assim, a superfície de um líquido em um referencial inercial sempre permanece horizontal. Isso acontece porque o Teoremade Stevin só se aplica em referenciais inerciais, já que é uma consequência direta das Leis de Newton, que só são válidas nestes. E caso o líquido estivesse acelerado, ou seja, em um referencial não inercial, qual seria o comportamento de sua superfície? Como visto em Dinâmica, sabe-se que é possível transformar um referencial não inercial por meio do Princípio da Equivalência de Einstein, ou, mais precisamente, do Princípio de D’alembert. Dessa forma, o Princípio de Stevin volta a ser válido. Pensando, então, em uma massa infinitesimal m de água na superfície do líquido (uma gotinha), que está confinado em um recipiente e comunica- -se com o recipiente a uma aceleração a, conforme mostra a figura abaixo. a Mudando do referencial inercial para o referencial não inercial do carrinho, surgirá nessa gotinha uma força de inércia, orientada para a esquerda. Além dessa força de inércia, já existe a força peso dessa gotinha atuando verticalmente para baixo, como mostra a figura. – ma mg Supondo que a superfície permaneça horizontal, como mostrado acima. Em amarelo, é representada a resultante dessa força de inércia com a força peso da gotinha. Ainda falta a força que a superfície do líquido faz sobre a “gotinha”. Sabe-se que essa força tem que ser perpendicular à superfície. Logo, teria uma força vertical e a força resultante indicada em amarelo. Obviamente, a resultante dessas duas nunca será nula, ou seja, se a superfície permanecer horizontal, não haverá a possibilidade de essa gotinha estar em equilíbrio no referencial não inercial. A superfície deverá ficar inclinada em um ângulo tal que permita que a normal tenha a mesma direção da força representada em amarelo. Geometricamente, é fácil mostrar que esse será o mesmo entre a força representada em amarelo e o peso. Esse ângulo está representado na figura a seguir. FÍSICA I Assunto 6 232 IME-ITA – Vol. 3 a g q g gap – a q q superfície livre Da figura, tem-se: tan� � a g Assim como no exemplo do elevador dado em Dinâmica, na seção de mudança de referencial para a nova gravidade que seria utilizada para calcular o novo período do pêndulo em questão, aqui existe uma situação semelhante. A soma vetorial de –a e g tem como resultado a gravidade aparente (gap), que será relevante nas próximas seções: g a gap � � � Como os vetores –a e g são perpendiculares, tem-se: g a gap � � 2 2 Acabou-se de falar sobre líquidos acelerados em translação. E caso eles estivessem rotacionando? Quando se tem um recipiente contendo um líquido, em relação a um eixo que passe em seu centro geométrico, com velocidade angular (ω) constante, o líquido se arranjará de modo a formar um espaço vazio denominado paraboloide de revolução. Considera-se, na figura a seguir, z o eixo que passa no centro geométrico do recipiente. P r a a Z Fcf A figura acima representa um corte transversal do recipiente contendo o líquido em revolução. A região em vermelho delimita a superfície do paraboloide. O ponto representado na figura faz referência à “gotinha” tratada anteriormente. A força de inércia, já que o líquido está em rotação, é a força centrífuga (Fcf). Na situação anterior, a superfície formava, no corte transversal, uma reta inclinada. Agora, ela forma uma parábola. A reta tangente à parábola no ponto que representa a gotinha tem coeficiente angular tan a. É fácil provar geometricamente que esse ângulo a é o mesmo entre o peso e a reta normal à superfície no ponto de tangência. Sabe-se, também, que o coeficiente angular da reta tangente em um ponto é a derivada da função naquele ponto. Como essa parábola pode ser expressa por z = f(r), em que z é o eixo vertical e r é o eixo horizontal, tem-se que: tan� � dz dr Além disso, da relação entre as forças, tem-se: tan� � F P cf Logo, obtém-se as seguintes relações: tan� � � F P dz dr cf Sabe-se, então, que dz dr F P cf= . Logo: dz dr m r mg dz dr r g dz r g dr z r g c� � � � � � � � � � � � � �� � � � � �2 2 2 2 21 2 Agora, é possível tentar, sozinho, determinar a constante de integração c. 8. Experiência de Torricelli Sabe-se que a atmosfera provoca uma pressão de 1 atm ao nível do mar, o que equivale aproximadamente a 1,01 · 105 Pa. O cientista italiano Evangelista Torricelli propôs um experimento simples para determinação da pressão atmosférica. O dispositivo consistia em um tubo de aproximadamente 1 m de comprimento e uma cuba, preenchidos com mercúrio. Inicialmente, o tubo encontra-se totalmente cheio de mercúrio. Veda-se sua extremidade aberta e, então, é introduzido, de boca para baixo, no líquido. Em seguida, retira-se a vedação da sua extremidade, mantendo-a sempre abaixo da superfície do mercúrio na cuba. Com isso, parte do mercúrio escoa para dentro da cuba, estabelecendo-se uma coluna de mercúrio. Hg Hg 760 mm vácuo Pense-se, agora, em um ponto no interior do tubo que esteja à mesma altura da superfície do mercúrio no exterior do tubo, na cuba. Pelo Teorema de Stevin, ambos os pontos devem estar submetidos à mesma pressão. Como o ponto exterior ao tubo estava submetido à pressão atmosférica, o ponto do interior do cubo também deveria estar. Logo, a pressão exercida pela coluna de mercúrio acima desse ponto deveria ser igual à pressão atmosférica. Mediu-se, então, a coluna de mercúrio e verificou-se que ela possuía 760 mm acima da superfície do mercúrio na cuba. Dessa forma, estabeleceu-se que a pressão atmosférica era a pressão exercida por uma coluna de 760 mm de mercúrio: 1 atm ⇔ 760 mmHg FÍSICA I Assunto 6 Hidrostática 233IME-ITA – Vol. 3 Se o experimento de Torricelli fosse realizado com água, qual seria a altura da coluna de água no tubo em relação à superfície livre da água na cuba? Considere a massa específica da água igual a 1 g/cm3 e a pressão atmosférica igual a 1 atm. Solução: Sabemos que a pressão da coluna de água deve ser igual à pressão atmosférica. Logo: P g h Pa h hatm água kg m m s m� � � � � � �� � � � � � � � � � � � � � � �� 1 10 1 10 10 10 5 3 3 2 Logo, uma coluna de 760 mm de mercúrio é equivalente a uma coluna de 10 m de água. Isso acontece devido ao fato de o mercúrio ser bem mais denso que a água. 9. Teorema de Pascal O Teorema de Stevin dizia que p2 – p1 = m · g · h. Agora, considera- -se que as pressões em dois pontos, 1 e 2, que estão separados por um desnível h, em um líquido de densidade m, sofrem um acréscimo, devido à aplicação de uma força externa: p1’ = p1 + Dp1 p2’ = p2 + Dp2 Como os pontos permanecem com o mesmo desnível, o Princípio de Stevin continua valendo. Logo: p2 = p1 + m · g · h Logo: (p2 + Dp2) (– p1 + Dp1) = m · g · h → (p2 – p1) + (Dp2 – Dp1)= m · g · h Das equações (1) e (2), tem-se: m · g · h + (Dp2 – Dp1) = m · g · h = Dp2 – Dp1 = 0 → Dp1 = Dp2 Portanto, aplicada uma força externa, o aumento de pressão em todos os pontos do líquido é o mesmo. Pode-se dizer, então, que aplicada uma pressão em uma das extremidades de um fluido, essa pressão é transmitida integralmente a todos os pontos desse líquido. Esse foi o teorema demonstrado, como Teorema de Pascal, cujo enunciado é: “Um incremento de pressão comunicado a um ponto qualquer de um líquido incompressível em equilíbrio transmite-se integralmente a todos os demais pontos do líquido, bem como às paredes do recipiente.” Então, se existe um grande tubo em forma de U, como mostrado na figura, aplicando uma força F1 na área A1 do êmbolo esquerdo da figura, essa pressão dada por F1/A1 tem que ser transmitida integralmente a todos os pontos do líquido, inclusive ao próximo êmbolo, de área A2, que sofrerá uma força F2; logo, uma pressão F2/A2. A1 F1 A2 F2 Portanto, como as pressões devem ser iguais, tem-se: F A F A 1 1 2 2 = (MACK-SP) O diagrama abaixo mostra o princípio do sistema hidráulico do freio de um automóvel. Quando uma força de 50 N é exercida no pedal, a força aplicada pelo êmbolo de área igual a 80 mm2 é de:êmbolo de área de 40 mm2 êmbolo de área de 80 mm2 articulações óleo F = 50 N 40 mm 200 mm pedal (A) 100 N. (D) 400 N. (B) 250 N. (E) 500 N. (C) 350 N. Solução: Letra E. Ao se acionar o pedal com uma força de 50 N, uma força é aplicada no êmbolo de 40 mm2 que, por sua vez, é transmitida ao êmbolo de 80 mm2, acionando o freio. Ao se acionar o pedal com uma força de 50 N, uma força é aplicada no êmbolo de 40 mm2 que, por sua vez, é transmitida ao êmbolo de 80 mm2, acionando o freio. – Cálculo da força no êmbolo de área 40 mm2: Em relação à articulação do meio: M F F� � � � � � � �� 0 50 200 40 0 2501 1 N – Pelo Princípio de Stevin, a pressão aplicada no êmbolo de 40 mm² deve ser igual à pressão aplicada no êmbolo de área 80 mm²: F A F A F F1 1 2 2 2 2 250 40 80 500� � � � � N 10. Pressão absoluta e efetiva (hidrostática) • Pressão efetiva (ou hidrostática) → é a pressão exercida pela coluna de líquido. Phid = m · g · h • Pressão absoluta → é a pressão da superfície do líquido (normalmente é a pressão atmosférica) somada a pressão exercida pela coluna de líquido. Pabs = po + m · g · h FÍSICA I Assunto 6 234 IME-ITA – Vol. 3 11. Vasos comunicantes Vasos comunicantes são recipientes conectados por meio de um duto aberto. Caso seja colocado apenas um tipo de líquido no vaso, em todos os recipientes a superfície do fluido deve estar à mesma altura, de acordo com o Princípio de Stevin, como na figura abaixo: Quando se colocam dois líquidos em um vaso comunicante em formato de “U”, o menos denso deve estar a um nível maior que o mais denso. (MACK-SP) No tubo em U da figura, de extremidades abertas, encontram-se dois líquidos imiscíveis, de densidades iguais a 0,80 g/cm3 e 1,0 g/cm3. O desnível entre as superfícies livres dos líquidos é h = 2,0 cm. h1 h h2 As alturas h1 e h2 são, respectivamente: (A) 4,0 cm e 2,0 cm. (B) 8,0 cm e 4,0 cm. (C) 10,0 cm e 8,0 cm. (D) 12,0 cm e 10,0 cm. (E) 8,0 cm e 10,0 cm. Solução: Letra C. O ponto do líquido representado pelas bolinhas que está em contato com o outro líquido deve ter a mesma pressão que um ponto à mesma altura, porém no próprio líquido. Logo, a pressão exercida pela coluna h1 deve ser igual à pressão exercida pela coluna h2. Sabemos também que o líquido da coluna h1 é o menos denso, já que se encontra acima do outro líquido. m1 · g · h1 = m2 · g · h2 → 0,8 · h1 = 1 · h2 → 0,8 · h1 = h2 Porém, também sabemos que h1 – h2 = h = 2 cm. Resolvendo o sistema, temos h1 = 10 cm e h2 = 8 cm . 12. Teorema de Arquimedes O Teorema de Arquimedes enuncia o seguinte: “Quando um corpo é imerso totalmente ou parcialmente em um fluido em equilíbrio sob a ação da gravidade, ele recebe do fluido uma força denominada empuxo, vertical, para cima e com intensidade igual ao peso de fluido deslocado.” A seguir, será feita a demonstração deste teorema. Considere a figura abaixo: m Tem-se um cubo imerso, de aresta h e área da base A, em um líquido de massa específica m. Pode-se ver que nela é fácil de perceber que o cubo sofre forças do líquido por todos os lados. Como visto antes, as forças laterais se equilibram por simetria, restando apenas as forças superiores e inferiores, que não se equilibram, já que existe o peso do corpo. m g F2 F1(1) (2) Também é fácil perceber que, devido ao fato de F2 estar aplicada em um ponto com maior profundidade que F1, o módulo da força F2 tem que ser maior que o módulo da força F1, consequência do Teorema de Stevin. A resultante dessas duas será a força que o líquido, de fato, faz sobre o corpo, e será chamada de empuxo. Dessa forma, tem-se, em módulo: F2 – F1 = E já que o empuxo estará orientado para cima. Sabe-se, pelo Teorema de Stevin, que existe uma diferença de pressões entre os pontos 1 e 2, dada por: p2 – p1 = m · g · h Sabe-se também que: p F A p F A1 1 2 2= =; em que A é a área da base do cubo. Substituindo, tem-se: F A F A g h F F g h A2 1 2 1� � � � � � � � � �� � Sabe-se que A · h = Vcubo. Logo: E = m · Vcubo · g Nesse caso, o cubo está totalmente imerso. Logo, o volume de líquido que é deslocado para cima quando se insere esse cubo no líquido é igual ao volume total do cubo. Tem-se: Vcubo = Vfd Logo: E = m · Vfd · g Com essa expressão, consegue-se calcular a força de empuxo que um líquido exerce sobre um corpo. Lembre-se de que Vfd é o valor do volume do fluido que foi deslocado. Logo, é também o valor do volume do corpo que esteja imerso no líquido, já que é esse volume que será responsável pelo deslocamento do fluido. FÍSICA I Assunto 6 Hidrostática 235IME-ITA – Vol. 3 Só que, pela definição de massa específica, m · Vfd = mfd, ou seja, o produto da massa específica pelo volume do fluido deslocado nos dá a massa de fluido deslocado. Então, tem-se: E = mfd · g → E = Pfd ou seja, acaba-se de descobrir que o valor do empuxo é o mesmo valor do peso do líquido deslocado. A linha de ação do empuxo sempre passará pelo centro de gravidade da porção fluida que antes ocupava o local agora ocupado pelo volume submerso do corpo. Esse centro de gravidade também é chamado de centro de carena. 01 Um bloco flutua, inicialmente, em água com 1/5 do seu volume emerso. Depois, é colocado em óleo, apresentando então 1/5 do seu volume imerso. Calcule a razão entre as massas específicas da água e do óleo. Solução: Seja V o volume do corpo. � � � � � � � � � � Em água: água água água água água água E V g E V g E fd� � � 4 5 4 5 �� � � � � � � � � � � � V g E V g E V g E V fdEm óleo: óleo óleo óleo óleo óleo � � � 5 5 óóleo � �V g Sabemos que, para que o corpo fique em equilíbrio estático, a resultante deve ser nula. Em ambos os casos, só existem duas forças atuando: o empuxo e o peso. Elas devem então, ter mesma intensidade, para que o bloco possa estar em equilíbrio. Então, não importando o fluido em que o corpo está imerso, o empuxo exercido por esse fluido será igual ao peso do corpo. Dessa forma, os empuxos calculados anteriormente devem ser iguais. E E V g V gágua óleo água óleo água óleo � � � � � � � � � 4 5 1 5 1 4 � � � � 02 Um recipiente com água está em equilíbrio sobre o prato de uma balança que, nessas condições, indica 80 N. Depois, uma esfera de 2 · 102 cm3 é totalmente imersa na água, sendo suspensa por um fio ideal. Sabendo que a densidade da água é 1 g/cm3 e que g = 10 m/s2, qual a indicação da balança nessa situação? Solução: Na situação inicial, as forças atuando no líquido são a força peso e a força normal que a balança faz sobre o conjunto recipiente + líquido. Dessa forma, para estar em equilíbrio, a intensidade do peso tem que ser igual à intensidade da normal. Como a balança indica a normal, a normal é de 80 N. Logo, o peso do conjunto também é de 80 N. Na situação final, a esfera, estando imersa na água, recebe um empuxo E, vertical e para cima, exercido pelo líquido. Logo, a esfera reagirá, pela Terceira Lei de Newton, e provocará uma força – E no líquido. Por sua vez, o líquido, que está em contato direto com a balança, estará recebendo a ação de três forças: a reação do empuxo da esfera, para baixo, o peso, para baixo e a normal, para cima. Dessa forma, como está em equilíbrio, temos: N = P + E. No item anterior, calculamos o peso do conjunto. Logo, P = 80 N. O empuxo pode ser calculado por meio do Teorema de Arquimedes: E V g sfd � � � � �� � � � � � � � �� � � � � � � � � � �� 1 10 2 10 10 10 23 3 2 3 3 2 kg m m m N Logo, a normal será N = 80 + 2 = 82 N. Como a balança indica a normal, a indicação da balança será de 82 N. Resposta: 82 N. 13. Causas mecânicas do empuxo Considera-se um fluido de densidade r e uma amostra desse mesmo em forma de cilindro. (A escolha do cilindro é apenas para manter a simetria no problema, na realidade, a forma do objeto não importa). ρ ρ cilindro Sabe-se que a pressão exercida por uma coluna de fluido é expressa por: P = rgh. Pode-se reparar que, P m h. Assimum ponto mais próximo do fundo do recipiente sofre uma pressão maior que outro mais próximo da superfície. Define-se empuxo como sendo a força gerada devido à variação de pressão: F = D · S → E = D · S E = S(rgh1 – rgh2) → SrghDh S · Dh = V Como já visto, a pressão varia com a altura da coluna e a aceleração (no eixo y, vale g). No eixo horizontal (ax = 0), não existe gradiente de pressão, assim, a pressão em todos os pontos de uma mesma reta nessa direção, é igual. Isso por que, todos os pontos possuem uma mesma altura de coluna de fluido acima deles. ρ g � Da expressão do empuxo, verifica-se que dado um corpo com volume e densidade definidos, o agente causador do gradiente de pressão é a aceleração. Isso se deve ao fato de que, a cada profundidade, a pressão é o resultado do peso da coluna de fluido acima. No exemplo a seguir, será visto o que ocorre quando o recipiente preenchido com um fluido de densidade r é acelerado para direita. FÍSICA I Assunto 6 236 IME-ITA – Vol. 3 g � P aumenta com a altura de coluna do fluído G R A D I E N T E g � g � superfície livre (inclinada) Líquido (fluido), acelerado para direita. –a � a � X X D’Lambert α α torna-se o fluido um referencial inercial É perpendicular à superficie livre do fluido α α = = a tan g apg � � � gap= gravidade aparente A superfície livre do líquido é normal à direção da pressão ou ao gradiente resultante. Obs.: Qualquer aceleração será capaz de produzir um gradiente de pressão. 13.1 Empuxo de Newton Considere um cilindro de densidade r1 imerso no fluido abaixo (r2). g � α a � ρ1 ρ2 Como o cilindro compartilha dessa mesma aceleração ax, um empuxo horizontal irá atuar no mesmo. Usando o fato de que ERES é perpendicular à superfície livre do fluido, obtém-se: ( ) tan E E V V g E E E V g E V g X y i i R x y i RES i = = = = + = + = + 2 2 2 2 2 2 2 α aa α 2aρ ρ ρ ρg Obs.: Pode-se reparar que, o sentido da aceleração em y (gravidade) foi um caso particular. No caso geral, deve-se analisar se o recipiente está acelerado para cima, para baixo e para os lados, pois, o que vale é a aceleração resultante em cada um dos eixos. 01 Na situação da figura, uma barra rígida e de peso desprezível está em equilíbrio na posição horizontal. Na extremidade esquerda da barra, está dependurado um bloco de ferro (densidade de 8,0 · 103 kg/m3), de volume igual a 1,0 · 10–3 m3, totalmente imerso em água (densidade de 1,0 · 103 kg/m3). A extremidade direita da barra está presa a uma mola ideal de constante elástica K = 2,8 · 103 N/m. Adotando g = 10 m/s2, calcule: 80 cm 40 cm 0 a. a intensidade do empuxo recebido pelo bloco; b. a deformação da mola. 02 Um cubo de gelo a 0°C, preso a uma mola, é totalmente imerso em um recipiente com água a 25°C, conforme mostra a figura. À medida que o gelo for se fundindo, podemos afirmar que: gelo (A) o comprimento da mola permanecerá constante. (B) o comprimento da mola irá aumentando. (C) o comprimento da mola irá diminuindo. (D) o nível livre da água no recipiente permanecerá inalterado. (E) o nível livre de água no recipiente irá subindo. FÍSICA I Assunto 6 Hidrostática 237IME-ITA – Vol. 3 03 Duas esferas idênticas, metálicas e maciças, O e P, ligadas por um fio ideal, são colocadas na condição inicial esquematizada abaixo, com velocidades nulas. Sendo g o módulo de aceleração da gravidade, dL a densidade do líquido e dS a densidade das esferas, calcule o módulo da aceleração da esfera P enquanto estiver totalmente imersa no líquido. cubo com água P 04 A figura abaixo representa uma esfera de densidade de = 6,8 g/cm 3, imersa em um líquido de densidade dL= 0,80 g/cm 3 e um cilindro de densidade dc = 2,0 g/cm 3, cuja altura é igual ao seu raio imerso na água (da = 1,0 g/cm 3). Os dois corpos estão ligados por um fio inextensível, que passa por duas polias sem atrito. Supondo que o sistema está em equilíbrio, determine a relação entre os raios da esfera e do cilindro. 05 Um barco de madeira de 500 kg de massa é transportado de um rio para o mar. Supondo que a densidade da água do rio vale 1,00 g/cm3 e a da água do mar vale 1,03 g/cm3, calcule a massa adicional que deve ser colocada sobre o barco, para que o volume da parte imersa seja o mesmo, no rio e no mar. 06 (UFRJ) Uma esfera maciça flutua na água contida em um recipiente. Nesse caso, a superfície livre da água encontra-se a uma altura h do fundo do recipiente, como mostra a figura 1. água água h h’ Figura 1 Figura 2 Corta-se a esfera em dois pedaços que, quando postos de volta na água, também flutuam, como mostra a figura 2. Nesse caso, a superfície livre da água encontra-se a uma altura h’ do fundo do recipiente. Verifique se h’ > h ou h’ < h. Justifique. 07 (AFA) A figura mostra uma mesma esfera em repouso quando colocada em dois recipientes idênticos, porém com líquidos diferentes. Se a razão entre as densidades dos líquidos é 0,8, pode-se afirmar que a fração do volume da esfera que está parcialmente imersa é: (A) 80%. (B) 60%. (C) 40%. (D) 20%. 08 (AFA) Um balão de peso P desce com uma aceleração constante a, menor que a aceleração da gravidade g. Qual o peso P’ do lastro que deve ser atirado para fora do balão para que ele comece a ser acelerado para cima com aceleração constante igual a a? Despreze a resistência do ar. + + 2 (A) . (B) . 2 (C) . (D) . Pa g a Pa g Pg g a Pg a 09 (AFA) Duas esferas A e B de mesmo volume, de materiais diferentes e presas por fios ideais, encontram-se em equilíbrio no interior de um vaso com água conforme a figura. Considerando-se as forças peso (PA e PB), empuxo (EA e EB) e tensão no fio (TA e TB) relacionadas a cada esfera, é incorreto afirmar que: A B (A) . (B) . (C) . (D) . A B A B A B A B A B P P E E T T P P T T > = + = − < FÍSICA I Assunto 6 238 IME-ITA – Vol. 3 10 (EFOMM) Um corpo tem forma cúbica de aresta 5 cm e flutua em água de massa específica 1.000 kg/m3. A massa específica do corpo é de 0,8 kg/l. A altura submersa desse corpo é de: (A) 4 cm. (B) 3,5 cm. (C) 3 cm. (D) 2,5 cm. (E) 2 cm. Text para as questões de 11 a 13. Um cilindro oco de ferro (densidade = 7,6 kg/m3) de 80 cm de diâmetro e 4 m de altura flutua, com 1/15 da sua altura fora da água salgada (densidade = 1.031 kg/m3). 11 (EFOMM) O empuxo (em N) sobre ele é aproximadamente: (A) 1.175. (B) 1.221. (C) 1.339. (D) 1.475. (E) 1.934. 12 (EFOMM) A espessura da chapa de ferro que forma o cilindro é, em mm, aproximadamente: (A) 2,3. (B) 3,1. (C) 4,4. (D) 5,2. (E) 6,1. 13 (EFOMM) A massa (em kg) de ferro gasta para fabricar o cilindro é: Dado: g = 9,81 m/s2. (A) 118. (B) 122. (C) 133. (D) 148. (E) 197. 14 Uma esfera oca de raio interno 8,0 cm e raio externo 9,0 cm flutua com metade do volume submerso em um líquido de massa específica 800 kg/m3. faça o que se pede: a. Determine a massa da esfera. b. Calcule a massa específica do material de que é feita a esfera. 15 (OBF) Um menino no interior de um barco notou que quando navega em água doce, sem o seu pequeno cachorro, a linha d’agua é a mesma daquela quando navega no mar com o cachorro. Considerando que a massa do cachorro é de 3 kg, a massa do menino é de 40 kg e que a densidade do mar é 3% maior que a da água doce, a massa do barco é: (A) 60 kg. (B) 200 kg. (C) 50 kg. (D) 43 kg. (E) 63 kg. 16 Uma rocha é suspensa por uma corda leve. Quando a rocha está no ar, a tensão na corda é 39,2 N. Quando a rocha está totalmente imersa na água, a tensão é 28,4 N. Quando a rocha está totalmente imersa em um líquido desconhecido, a tensão é 18,6 N. Qual é a densidade do líquido desconhecido? 17 (FUVEST-SP) Considere uma mola ideal de comprimento 0 35L cm= presa no fundo de uma piscina vazia (figura 1). Prende-se sobre a mola um recipiente cilíndrico de massa m = 750 g, altura h = 12,5 cm e secção transversal externa S = 300 cm2, ficando a mola com comprimento 1 20L cm=(figura 2). Quando, enchendo-se a piscina, o nível da água atinge a altura H, começa a entrar água no recipiente (figura 3). L0 Figura 1 Figura 2 L1 h Figura 3 H Dados: 31,0 g/cmáguar = ; 210 m/s .g = a. Qual o valor da constante elástica da mola? b. Qual o valor, em N, da intensidade da força que traciona a mola quando começa a entrar água no recipiente? c. Qual o valor da altura H em cm? 18 (OBF) Três cilindros de mesma área da base A e altura h têm densidades r1 = 0,3r, r2 = 1,1r e r3 = 1,2r, em que r é a densidade da água. Esses três objetos estão ligados entre si por fios de massas desprezíveis e estão em equilíbrio num reservatório com água, como representado na figura abaixo. Fio 2 Fio 1 P1 P2 P3 y Calcule as intensidades das trações nos fios 1 e 2 e o comprimento y da parte submersa do cilindro de densidade 1r . A aceleração da gravidade tem módulo g. FÍSICA I Assunto 6 Hidrostática 239IME-ITA – Vol. 3 19 (EN) Duas esferas, A e B, de raios iguais, estão ligadas por um arame de peso e volume desprezíveis, e flutuam em água, como mostra a figura abaixo. Sabendo-se que as massas específicas da água e da esfera A são, respectivamente, m = 1 g/cm3 e m = 0,8 g/cm3, qual a massa específica da esfera B, em g/cm3? A B (A) 0,2. (B) 0,8. (C) 1. (D) 1,2. (E) 1,8. 20 (EN) A figura abaixo mostra uma balança cujos braços têm comprimentos L1 e L2. Dois corpos de pesos P1 e P2 estão suspensos nos braços da balança e imersos em fluidos que exercem empuxos I1 e I2 sobre os corpos 1 e 2, respectivamente. A balança estará em equilíbrio se: 1 2 L1 L2 (A) P1 = P2 e L1 < L2. (B) P1 L2 = P2 L1. (C) I1 L1 = I2 L2. (D) (P1 – I1) L1 = (P2 – I2) L2. (E) (P1 – 2I1) L2 = (P2 + 2I2) L1. 21 Um recipiente contém um líquido de densidade r, em repouso em uma superfície horizontal perfeitamente lisa. No fundo desse recipiente, há uma bola maciça de borracha de densidade r/2 presa por um barbante de massa desprezível. Acelerando o recipiente com uma intensidade ‘a’, o balão inclinará. (Considere g a aceleração da gravidade local.) a a. A inclinação será na direção da aceleração ou contrária? b. Qual o valor desta inclinação? 01 Na figura seguinte, está representado um recipiente constituído pela junção de dois tubos cilíndricos coaxiais e de eixos horizontais. O recipiente contém um líquido incompressível aprisionado pelos êmbolos 1 e 2, de áreas respectivamente iguais a 0,50 m2 e 2,0 m2. F1 (1) (2) Empurrando-se o êmbolo 1 para a direita com a força F1 de intensidade 100 kgf, obtém-se, nesse êmbolo, um deslocamento de 80 cm. Desprezando os atritos, determine: a. a intensidade da força horizontal F2 com que o líquido empurra o êmbolo 2; b. o deslocamento do êmbolo 2. 02 Um disco cilíndrico de madeira, pesando 45,0 N e com um diâmetro de 30 cm, flutua sobre um cilindro de óleo de densidade 0,850 g/cm3. O cilindro de óleo está a 75 cm de profundidade e tem o mesmo diâmetro que o disco de madeira. 30,0 cm 75,0 cm Disco de madeira Óleo a. Qual é a pressão manométrica no topo da coluna de óleo? b. Suponha agora que alguém coloque um peso de 83 N sobre a madeira, e que nenhum óleo passe pela beirada do disco de madeira. Qual a variação de pressão (I) no fundo do cilindro de óleo e (II) na metade do cilindro de óleo? 03 (ITA) Um tubo capilar de comprimento 5a é fechado em ambas as extremidades. E contém ar seco que preenche o espaço no tubo não ocupado por uma coluna de mercúrio de massa específica µ e comprimento a. FÍSICA I Assunto 6 240 IME-ITA – Vol. 3 Quando o tubo está na posição horizontal, as colunas de ar seco medem 2a cada uma. Levando-se lentamente o tubo à posição vertical, as colunas de ar têm comprimentos a e 3a. Nessas condições, a pressão no tubo capilar quando em posição horizontal é: ar ar ar ar 2a 2a a p pa a 3a 3 (A) . 4 2 (B) . 5 2 (C) . 3 g a g a g a r r r 4 (D) . 3 4 (E) . 5 g a g a r r 04 Na situação esquematizada, R é um reservatório que contém água, C é uma caixa plástica e E é uma esfera sólida impermeável. Com o sistema em equilíbrio, retira-se a esfera, colocando-a diretamente na água. Sendo h a altura do nível livre da água em R, diga, justificando, se h aumentará, diminuirá ou permanecerá constante nos seguintes casos: � h C RE a. quando a esfera for mais densa que a água; b. quando a esfera for menos densa que a água; c. quando a esfera tiver a mesma densidade que a água. 05 Um grande aquário de 5 m de altura está cheio de água doce até uma altura de 2 m. Uma das paredes do aquário é feita de plástico e tem 8 m de largura. De quanto aumenta a força exercida sobre a parede se a altura da água é aumentada para 4 m? 06 Um tubo de vidro, com uma extremidade A fechada e outra aberta, conforme a figura, apoia-se em D sobre um plano horizontal. O trecho AB do tubo contém ar, o trecho BCDE contém mercúrio e o trecho EF contém um líquido que não se mistura nem se combina com o mercúrio. Verifica-se que, girando o tubo em torno do ponto D em um plano vertical, a pressão do trecho AB se torna igual à pressão atmosférica reinante, quando q= 30º. Nessa posição, tem-se a = 10 cm, b = 8 cm e c = 45 cm. Sendo a densidade absoluta do mercúrio igual a 13,5 g/cm3, calcule a densidade do líquido contido no trecho EF do tubo. C B A F c bE a D � 07 Um corpo constituído de um material de peso específico de 2,4 . 104 N/m3 tem volume externo de 2,0 · 103 cm3. Abandonado no interior da água (densidade de 1,0 g/cm3), move-se verticalmente, sofrendo a ação de uma força resistente cuja intensidade é dada pela expressão Fr = 56 V (SI), em que V é o módulo de sua velocidade. Sendo g = 10 m/s2, calcule a velocidade limite do corpo, isto é, a máxima velocidade atingida em todo o movimento. 08 (ITA) Os dois vasos comunicantes da figura a seguir são abertos, têm seções retas iguais a S e contêm um líquido de massa específica r. Introduz-se no vaso esquerdo um cilindro maciço e homogêneo de massa M, seção S’ < S e menos denso que o líquido. O cilindro é introduzido e abandonado de modo que no equilíbrio seu eixo permaneça na vertical. Podemos afirmar que, no equilíbrio, o nível de ambos os vasos sobe: S S (A) . ( ') (B) . (2 ') (C) . 2 (2 ') M S S M S S M S S r − r − r − 2 (D) . 2 (2 ') (E) . 2 M S S M S r − r 09 Duas bolas de mesmo raio, igual a 10 cm, estão presas uma à outra por um fio curto de massa desprezível. A de cima, de cortiça, flutua sobre uma camada de óleo, de densidade 0,92 g/cm3, com a metade do volume submersa. A de baixo, seis vezes mais densa que a cortiça, está imersa metade no óleo e metade na água. Determine: a. A densidade r da cortiça. b. A tensão T no fio. 10 (AMAN-RJ) Mergulha-se a boca de uma espingarda de rolha no ponto P da superfície de um líquido de densidade 1,50 g/cm3 contido em um tanque. Despreze o atrito viscoso e considere que no local a aceleração da gravidade tem módulo 10,0 m/s2. O cano da espingarda forma um ângulo (q) de 45° abaixo da horizontal. FÍSICA I Assunto 6 Hidrostática 241IME-ITA – Vol. 3 A P V0 Líquido � Supondo-se que a velocidade inicial (V0) da rolha tenha módulo igual a 6,0 m/s e que sua densidade seja igual a 0,60 g/cm3, pode-se afirmar que a rolha irá aflorar à superfície da água a uma distância (A) do ponto P igual a: (A) 1,4 m. (B) 1,8 m. (C) 2,4 m. (D) 2,5 m. (E) 2,8 m. 11 Um recipiente cilíndrico de 18 cm de raio está parcialmente cheio de água, na qual flutua um recipiente cônico, com eixo vertical e vértice situado 11 cm abaixo da superfície livre da água. A geratriz do cone forma um ângulo de 45°. Introduz-se no cone certa quantidade de água e acrescenta-se igual quantidade à água do recipiente cilíndrico. Determine essa quantidade, sabendo-se que o cone conservou sua posição em relação ao recipiente. r = 18 cm 12 (ITA) Um recipiente, cujas seções retas dos êmbolos valem S1 e S2, está cheio de um líquido de densidader, como mostra a figura. Os êmbolos estão unidos entre si por um arame fino de comprimento L. Os extremos do recipiente estão abertos. Despreze o peso dos êmbolos, do arame e quaisquer atritos. Quanto vale a tensão T no arame? S1 S2 L 13 (VUNESP) O sistema de vasos comunicantes representado na figura contém dois líquidos imiscíveis, 1 e 2, de densidades r1 e r2, respectivamente. A diferença de pressão entre os pontos A e B, equidistantes das retas representadas na figura, é igual a 1,0 · 103 Pa e a densidade do líquido mais denso é igual a 2,0 · 103 kg/m3. Dado: 210 m/sg = . 10 cm 1 2 B A h a. Determine a densidade do líquido menos denso. b. Estabeleça o desnível h. 14 Um projétil de densidade rp é lançado com um ângulo a em relação à horizontal no interior de um recipiente vazio. A seguir, o recipiente é preenchido com um superfluido de densidade rs, e o mesmo projétil é novamente lançado dentro dele, só que sob um ângulo β em relação à horizontal. Observa-se, então, que, para uma velocidade inicial v do projétil, de mesmo módulo que a do experimento anterior, não se altera seu alcance horizontal A. Veja as figuras abaixo. v1 v2 � � A v1v2 = Sabendo-se que são nulas as forças de atrito num superfluido, pode-se então afirmar, com relação ao ângulo b de lançamento do projétil, que: (A) sen 1 sen . (D) cos 1 cos . (B) sen 2 1 sen 2 . (E) cos 2 1 sen 2 . (C) sen 2 1 sen 2 . s s p p s s p p s p r r β = − a β = − a r r r r β = − a β = + a r r r β = + a r FÍSICA I Assunto 6 242 IME-ITA – Vol. 3 15 Determine a diferença de pressões entre os tanques A e B. Dados: γ = 39.810 N/m ,água 311,8 N/marγ = e 3132,800 N/m .morcúripγ = A B d1 d2 d3 d4 Água Mercúrio Ar 45º d1 = 300mm d2 = 150mm d3 = 460mm d4 = 200mm 16 Um pistão é constituído por um disco ao qual se ajusta um tubo oco cilíndrico de diâmetro d, e está adaptado a um recipiente cilíndrico de diâmetro D. A massa do pistão com o tubo é M e ele está inicialmente no fundo do recipiente. Despeja-se pelo tubo, uma massa m de líquido de densidade r; em consequência, o pistão se eleva de uma altura H. Calcule H. d D h H 17 (ITA) Na extremidade inferior de uma vela cilíndrica de 10 cm de comprimento (massa específica 0,7 gcm–3) é fixado um cilindro maciço de alumínio (massa específica 2,7 gcm–3) que tem o mesmo raio que a vela e comprimento de 1,5 cm. A vela é acesa e imersa na água, onde flutua de pé com estabilidade, como mostra a figura. Supondo que a vela queime a uma taxa de 3 cm por hora e que a cera fundida não escorra enquanto a vela queima, conclui-se que a vela vai apagar-se: água alumínio vela (A) imediatamente, pois não vai flutuar. (B) em 30 min. (C) em 50 min. (D) em 1h50 min. (E) em 3h20 min. 18 (ITA) A massa de um objeto feito de liga ouro-prata é 354 g. Quando imerso na água, cuja massa específica é 1,00 g cm–3, sofre uma perda aparente de peso correspondente a 20,0 g de massa. Sabendo que a massa específica do ouro é de 20,0 g cm–3 e a da prata 10,0 g cm–3, podemos afirmar que o objeto contém a seguinte massa de ouro: (A) 177 g. (B) 118 g. (C) 236 g. (D) 308 g. (E) 54,0 g. 19 (ITA) Dois blocos, A e B, homogêneos e de massa específica 3,5 g/ cm3 e 6,5 g/cm3, respectivamente, foram colados um no outro e o conjunto resultante foi colocado no fundo (rugoso) de um recipiente, como mostra a figura. O bloco A tem o formato de um paralelepípedo retangular de altura 2a, largura a e espessura a. O bloco B tem o formato de um cubo de aresta a. Coloca-se, cuidadosamente, água no recipiente até uma altura h, de modo que o sistema constituído pelos blocos A e B permaneça em equilíbrio, i. e., não tombe. O valor máximo de h é: a a a h 2a A B (A) 0. (B) 0,25a. (C) 0,5a. (D) 0,75a. (E) a. 20 (ITA) Uma haste homogênea e uniforme de comprimento L, secção reta de área A, e massa específica é livre de girar em torno de um eixo horizontal fixo em um ponto P localizado a uma distância d = L/2 abaixo da superfície de um líquido de massa específica r12. Na situação de equilíbrio estável, a haste forma com a vertical um ângulo igual a: L 2 0 L (A) 45º. (B) 60º. (C) 30º. (D) 75º. (E) 15º. 21 (IME) Um balão de borracha, esférico, perfeitamente elástico e de peso desprezível é cheio com 1 kg de um gás ideal que ocupa 2 litros nas condições ambientais de 20°C de temperatura e pressão barométrica de 105 Pa. Depois de cheio, o balão é mergulhado lentamente em um poço profundo que contém água pura à temperatura de 20°C, de tal modo que a temperatura do gás não varie. Supondo-se que o balão permaneça esférico e que esteja totalmente imerso, determine a que profundidade, medida da superfície do líquido ao centro do balão, ele permanecerá parado quando solto. Considere a gravidade local g = 10 m/s² e a massa específica da água = 1 g/cm³. FÍSICA I Assunto 6 Hidrostática 243IME-ITA – Vol. 3 22 (IME) Um balão, de peso desprezível, contendo um gás de massa específica 0,2 g/l, ocupa um volume de 1.000 m³. Calcular a força ascensional do balão, em kgf, à pressão atmosférica normal e à temperatura de 27°C. Dados: Constante universal dos gases perfeitos: 0,082 atm · l/mol · K Massa molecular do ar: 29 u.m.a. 23 (IME) Uma esfera oca, de ferro, pesa 300 N. Na água, seu peso aparente é de 200 N. Calcule o volume da parte oca da esfera. Dados: massa específica do ferro = 7,8 · 10³ kg/m³; g = 10 m/s². 24 (IME) Um cubo de gelo encontra-se totalmente imerso em um reservatório adiabático com 200 mL de água a 25°C. Um fino arame o conecta a um dinamômetro que indica uma força de 0,32 N. Sabe-se que a densidade da água e do gelo são, respectivamente, 1 g/cm³ e 0,92 g/cm³, enquanto que os calores específicos são respectivamente de 1 cal/g°C e 0,5 cal/g°C. O calor latente de fusão do gelo é 80 cal/g. Considere a aceleração da gravidade como 10 m/s². água gelo Determine a força indicada pelo dinamômetro quando a temperatura da água for de 15°C, assim como a massa do bloco de gelo nesse momento. 01 A figura mostra uma bola de ferro (massa específica de 7,6 g/cm3) suspensa por uma corda de massa desprezível presa em um cilindro que flutua, parcialmente submerso, com as bases paralelas à superfície da água. O cilindro tem uma altura de 6,00 cm, uma área da base de 12 cm2, uma massa específica de 0,30 g/cm3 e 2,00 cm da altura estão acima da superfície da água. Qual é o raio da bola de ferro? 02 O tubo fino em forma de U mostrado na figura tem diâmetro interno uniforme em toda a sua extensão e é acelerado horizontalmente para a direita, quando um líquido ideal anteriormente em repouso no seu interior apresenta uma diferença de nível Dh entre os dois ramos verticais. O comprimento da parte horizontal do tubo é L e a aceleração da gravidade local é g. Determine, em função dos dados do problema, a aceleração a que o tubo está submetido. �h L 03 Um tubo em U contendo um líquido gira em torno do eixo Oz, com velocidade angular de 10 rad/s. A distância d entre os dois ramos do tubo é de 30 cm, e ambos são abertos na parte superior. Calcule a diferença de altura h entre os níveis atingidos pelo líquido nos dois ramos do tubo. z h d 0 04 Dentro de um elevador está um recipiente com um certo líquido de densidade r. No fundo desse recipiente, está instalado um sistema de balança eletrônica. Esta balança indica apenas a massa do bloco devido a um contato metálico eletroimpermeável, coberto de verniz isolante preso ao corpo cuja massa se deseja medir em situações de atmosferas adversas, e outro contato está fixo na balança. Um bloco de volume V e densidade 3r foi colocado no recipiente e o elevador foi posto em movimento vertical acelerado com intensidade g/5. Calcule a indicação da balança, considerando g a aceleração da gravidade local. 05 Um tubo cilíndrico de comprimento L é submerso até a metade em mercúrio, sendo tapado com o dedo e retiradoem seguida. Ao se fazer isso, parte do mercúrio derrama. Qual o comprimento da coluna de mercúrio que permaneceu dentro do tubo? O comprimento da coluna de mercúrio correspondente à pressão atmosférica é H. 06 (ITA – adaptada) Sobre um líquido de densidade r1 se encontra outro de densidade r2 < r1, que não se mistura com o primeiro. É evidente que um corpo cuja densidade seja r2 < r < r1 flutuará no limite de separação entre esses líquidos. Qual parte do volume do corpo estará submersa no líquido mais denso? 07 Um êmbolo de peso P = 30 N tem a forma de um disco redondo de raio R = 4 cm com uma abertura central, na qual se coloca um tubo de paredes finas e raio r = 1cm. Esse tubo é aberto em ambas as extremidades. O êmbolo é introduzido perfeitamente em um vaso e, inicialmente, encontra-se no fundo. A que altura H se elevará o êmbolo se despejarmos dentro do tubo m = 700 g de água? 08 Na figura, a água atinge uma altura D atrás da face vertical de uma represa com L de largura. L D O FÍSICA I Assunto 6 244 IME-ITA – Vol. 3 Determine: a. A força horizontal a que está submetida a represa por causa da pressão manométrica da água. b. O torque produzido por essa força em relação a uma reta que passa por O e é paralela à face plana da represa. c. Determine o braço de alavanca desse torque. 09 O domo hemisférico da figura pesa 30 kN, está cheio de água e fixo ao chão por meio de seis parafusos igualmente espaçados. Determine a força aplicada em cada parafuso. Dados: 39.810 /água N mγ = Ø 30 mm 4.000 mm 2.000 mm Água 10 Um recipiente oco, fechado e transparente é fixado sobre uma superfície plana, como ilustra a figura a seguir. A face inclinada do recipiente faz um ângulo de 60° com a horizontal. O recipiente encontra-se completamente cheio com determinado líquido e contém em seu interior um bloco feito de material duas vezes menos denso que o líquido. líquido 60º a. Determine o valor do coeficiente de atrito estático µ e entre o recipiente e o bloco, sabendo que, na iminência de movimento, este tende a se deslocar ascendentemente ao longo da face inclinada. b. Calcule a diferença µe – µc entre os coeficientes de atrito estático e cinético, considerando que, ao iniciar o movimento, o bloco desloca- -se ascendentemente de 10 cm ao longo da face inclinada durante o tempo de 1 s. 11 Um longo tubo em U, disposto ver ticalmente, aber to em suas extremidades e com área da seção reta constante, contém um certo líquido em equilíbrio hidrostático. Uma das extremidades do tubo é então lentamente resfriada. Como consequência, uma pequena porção superior do líquido, ocupando inicialmente um comprimento vertical H0 dessa extremidade, é solidificada, passando a ocupar na nova situação de equilíbrio um comprimento vertical aH0, em que a é um número positivo. Despreze o atrito entre as paredes do tubo e a substância em ambas as fases líquida e sólida. a. Na nova situação de equilíbrio, o nível da substância na extremidade que não foi resfriada é maior, menor ou permanece constante com relação ao nível inicial? Justifique com cálculos a sua resposta. b. Considere agora a = 1,1 (caso da água pura, H2O) e H0 = 5 cm. Na extremidade do tubo que foi resfriada, calcule a diferença entre os níveis da substância nas situações de equilíbrio final e inicial. FÍSICA I Assunto 6 Hidrostática 245IME-ITA – Vol. 3 IME-ITA GABARITO VOLUME 3 468 Física I Assunto 5 Exercícios Nível 1 01 Barra : 500 N(Tracionada). Barra : 500 N(Tracionada). Barra : 500 2 N(Comprimida). AB AC BC AB F AC F BC F = = = 02 a. Barra : 52 kN (Comprimida). Barra : 60 kN (Tracionada). Barra : 80 kN (Comprimida). b. Barra : 1.695 N (Comprimida). Barra : 3.460 N (Comprimida). Barra : 1.356 N (Tracionada). c. Barra : 4 k AB AC BC AB AC BC AB AB F AC F BC F AB F AC F BC F AB F = = = = = = = N(Comprimida). Barra : 2,72 kN(Tracionada). Barra : 2,4 kN(Comprimida). AC BC AC F BC F = = 03 04 Barra : 2,10 kN(Tração). Barra : 1,34 kN(Compressão). Barra : 1,27 kN(Compressão). Barra : 1,34 kN(Compressão). Barra : 0. Barra : 1,20 kN(Tração). AE BC BE CD CE DE AE F BC F BE F CD F CE F DE F = = = = = = 05 a. 7,5kN(Compressão). 6,0kN(Tração). 6,0 ( ). 0. 6,25kN(Compressão). 1,0kN(Compressão). 1,0kN(Compressão). 0. 1,25kN(Tração). AF EF ED AE AD AB BC BD DC F F F kN Tração F F F F F F = = = = = = = = = b. 0,45kN(Compressão). 0,36kN(Tração). 0,36kN(Tração). 0,33kN(Compressão). 0,925kN(Compressão). 0,38kN(Tração). 0,38kN(Tração). 0,33kN(Tração). 0,475kN(Compressão). AF EF ED AE AD AB BC BD DC F F F F F F F F F = = = = = = = = = 06 P= 1 kN. 07 76,7kN(Tração). 100kN(Compressão). 29,2kN(Tração). GH ED EH F F F = = = 08 a. 32 kN. b. Ay = 25 kN. 09 a. Impossível calcular. b. 20 kN(↑); 20 kN (→). c. AE, com tração 25/3 kN. :5kN. :25kN. AB BE d. :10kN. 50 : kN. 3 DE EC 10 11 B= 9,00 kN(→). Cx = 9,00 kN(→). Cy = 20,0 kN(↑). Exercícios Nível 2 01 FBD=255 N. Cx = 120 kN(→). Cy = 625 kN(↑). 02 3,90 kN(Compressão). 3,6 kN (Tração). 0. 3,90 kN(Compressão). 1,485 kN(Tração). 3,612 kN(Tração). CD BC DB DE BE AB F F F F F F = = = = = = 03 P = 1,5 kN. 04 05 a. 32,0kNBXF = (→). b. 17,0kNAYF = (↑); 42,0kNAXF = (←). c. 9 kN (↓). d. 8 25 10 N/m .HF = ⋅π 06 Barra : 546N(Compressão). Barra : 773N(Compressão). Barra : 566N(Compressão). Barra : 1.090N(Tração). Barra : 400N(Compressão). AB AD BC BD CD AB F AD F BC F BD F CD F = = = = = 07 300N. 300N. 300N. 300N. Y X X Y A A C C = = = = 08 a. 26 kN e 2,16. b. 40 kN. 09 1,8 kN. 3,6 kN. 354 N. Y X A A F = = = 10 2.025N.XA = (←); 1800N.YA = (↓); 4.050N.XB = (→); 1.200N.YB = (↑); 2025N.XE = (←); 600N.YE = (↑). Exercícios Nível 3 01 02 03 3,25kN(Compressão). 0. 0. 1,125kN(Tração). 6,149kN(Tração). 2,625kN(Compressão). CD BC CF BF DF EF F F F F F F = = = = = = 04 343 N(Tração). 186 N(Tração). 397 N(Compressão). 148 N(Tração). 221N(Tração). 295 N(Compressão). AD BD CD BC AC EC F F F F F F = = = = = = 05 Barra : 4kN(Tração). Barra : 0. Barra : 0. Barra : 2kN(Compressão). Barra : 5,66kN(Tração). Barra : 0. Barra : 0. Barra : 0. AB AC AE BD BE CD CE DE AB F AC F AE F BD F BE F CD F CE F DE F = = = = = = = = 06 M = 1,8 kg. Assunto 6 Exercícios Nível 1 01 a. 10 N. b. 5,0 cm. 02 Letra B. 03 2 L S d g d . 04 = 1 . 2 E C R R 05 15 kg. 06 h = h’. Pois como o volume de água submerso em ambos os casos é igual, o desnível também o será. 07 Letra A. 08 Letra A. 09 Letra D. 10 Letra A. 11 Letra E. 12 Letra A. 13 Letra E. 14 a. 1,2 kg. b. 1,3 . 103 kg/m3. 15 Letra A. 16 3 31,91.10 /kg m 17 . 50 N/m. . 30 m. . 107,5 cm. a b c 18 1 2 Fio 1: 0,2 . Fio 2 : 0,3 . 0,6 . T hg T hg y h = ρΑ = ρΑ = 19 Letra D. 20 Letra D. 21 a. Na direção da aceleração. b. arctan a g . Exercícios Nível 2 01 a. 400 kgf. b. 20 cm. 02 637 Pa. (I) 1170 Pa; (II) 1170 Pa. 03 Letra A. 04 a. h diminuirá. b. h permanecerá constante. c. h permanecerá constante. 05 4,69 · 105 N. 06 1,2 g/cm3. 07 0,5 m/s. 08 Letra E. 09 a. ρ = 0,2 g/cm3. b. 10,7 N. 10 Letra C. 11 1,7g de água. 12 ρ = − 1 2 1 2 . gLS S T S S 13 3 3a. 1,0.10 kg/m . b. 20cm. 14 Letra B. GABARITO IME-ITA Volume 3 469 15 77,262 kPa. 16 2 2 2 2 4 . Md H m D D d = − πρ − 17 Letra B. 18 Letra D. 19 Letra C. 20 21 10 m. 22 0,25 kgf. 23 6,15 · 10–3 m3. 24 Força: 0,30 N; massa: 345,1 g. Exercícios Nível 3 01 raio = 9,8 cm. 02 .g h L ∆ . 03 h = 0,46 m. 04 12 5 Vρ . 05 + +− 2 2 . 2 2 H L H L 06 2lim 1 2 V V ρ − ρ = ρ − ρ . 07 10 cm. 08 2 3 a. .2 b. . 6 2 c. . 3 gLD F gLD D h ρ = ρ τ = = 09 90,88 kN. 10 a. 3 . b. 0,04. 11 a. Permanece igual. b. 0,5 cm. GABARITO IME-ITA 470 1. Introdução Em todos os assuntos de Física I até agora, foram discutidos, exclusivamente, as três leis de Newton e suas aplicações em geral. Pode-se perceber que diversos problemas são resolvidos, exclusivamente, utilizando as leis de Newton e as relações cinemáticas. Porém, a partir de agora, serão vistas situações que envolvem forças variáveis, ou seja, acelerações variáveis. Não há condições de resolver problemas desse tipo, com conceitos apenas de ensino médio. São necessárias ferramentas mais fortes. Essa é a real motivação do estudo do trabalho e da energia. Os princípios que os envolvem são generalizações das leis de Newton, que os trazem intrinsecamente. Na maioria das vezes, a aplicação desses princípios proporcionam soluções bem mais rápidas e elegantes para os problemas. O principal objetivo deste assunto é tratar dos princípios do trabalho e da energia, relacionando suas aplicações e desenvolvendo métodos que possibilitem a resolução de problemas em geral, tanto os das leis de Newton, por uma forma mais elegante e direta, quanto os que tratam de acelerações e forças variáveis. 2. Trabalho de uma força Todos sabem que, para que um carro possa se locomover, é necessário que seja abastecido com algum combustível. A explosão desse combustível no motor produz gases que, em alta velocidade, movimentam pistões, que, por sua vez, possibilitam a tração nas rodas, além de alimentar a bateria, que gerencia o restante das outras funções. Esse gás em alta velocidade é capaz de girar turbinas acopladas a geradores elétricos, que proporcionam a rotação do eixo. Para isso, o gás precisa exercer uma força na turbina, caso contrário, a turbina não se moverá. Logo, é notável que, para que haja transferência de energia de um sistema para outro, é necessário que uma força seja exercida. A energia transferida de um sistema para outro a partir da aplicação de uma força é determinada trabalho. 2.1 Definição de trabalho O trabalho é definido pela integral do produto escalar entre o vetor força e o vetor deslocamento, ao longo de um caminho C: � � �� F ds C Ou seja, para cada deslocamento infinitesimal ao longo de uma trajetória C, faz-se o produto escalar entre o vetor força, naquele tempo infinitesimal, e o vetor deslocamento. Depois que cada produto foi feito, somam-se todos. 2.1.1 Unidade S.I. de trabalho: [J] – joule Se o trabalho for positivo, τ > 0, o trabalho é motor. Ou seja, a força está concedendo energia ao corpo. Se o trabalho for negativo, τ < 0, o trabalho é resistente. Ou seja, a força está retirando energia do corpo. 2.2 Trabalho de uma força constante Será calculado agora, o trabalho realizado por uma força constante de acordo com a definição de trabalho. � � �� F ds C Como a força é constante, nesse caso, pode-se retirá-la da integral. Dessa forma, tem-se: � � � �F ds C A integral dos vetores infinitesimais do deslocamento ao longo do caminho C significa, fisicamente, que se está percorrendo o caminho todo, ponto a ponto, e somando todos esses vetores. O resultado é o vetor deslocamento total. ds S C � � � Dessa forma, tem-se: � � �F S � Essa é a fórmula para o cálculo do trabalho de uma força constante. Outra forma de se escrever esse trabalho é representando o módulo desse produto escalar: � �� � �F S � cos em que θ é o ângulo entre os vetores. Essa é a fórmula que mais será utilizada para o cálculo do trabalho de uma força. θ ∆S � F Dessa forma, é fácil ver que o sinal desse produto escalar vai ser sempre o mesmo sinal do cosseno do ângulo entre os vetores. Considera-se, então, os seguintes casos: • θ = 0 → cos θ = 1 → τ = F · ΔS. Ou seja, quando força e deslocamento têm o mesmo sentido, o trabalho dessa força sempre será motor. • θ = 90° → cos θ = 0 → τ = 0. Ou seja, quando a força é perpendicular ao deslocamento, seu trabalho é nulo. • θ = 180° → cos θ = –1 → τ = –F · ΔS. Ou seja, quando a força tem sentido contrário ao deslocamento, seu trabalho será sempre resistente. Para forças oblíquas ao deslocamento, deve-se decompô-las em duas direções: uma componente perpendicular ao deslocamento (que não realizará trabalho) e uma componente na direção do deslocamento (que realizará todo o trabalho dessa força, já que o trabalho da outra componente é nulo). Dessa decomposição, a componente na direção do deslocamento valerá F · cos θ, que, multiplicada pelo módulo do deslocamento, fornece o valor do trabalho. Trabalho, energia e potência FÍSICA I ASSUNTO 7 1IME-ITA – Vol. 4 2.3 Cálculo do trabalho a partir do gráfico F × S O significado geométrico da integral A dB B B �� 1 2 é a área do gráfico de A × B e a área entre o gráfico e o eixo B, entre os pontos B1 e B2. Logo, ao querer calcular o trabalho de uma força F de uma posição S1 até uma posição S2, pode-se traçar o gráfico F × S (força × posição) e calcular a área entre o gráfico e o eixo S, do ponto S1 até o ponto S2. Lembrando de que áreas acima do eixo S são positivas e áreas abaixo do eixo S são negativas. Esse procedimento é muito útil no caso de uma força que varie linearmente com a posição, já que as áreas, nesse caso, podem ser calculadas facilmente. F S τ = área 2.4 Trabalho resultante Seja um corpo em que atuam as forças F1 �� , F2 ��� e F3 ��� , cuja resultante é a força FR → : F1 �� F2 ��� F3 ��� FR ��� O trabalho resultante é igual à soma dos trabalhos de cada força, que também será igual ao trabalho da força resultante. �R S S S S S S F ds F ds F ds F F F d� � � � � � � � � �� � � 1 1 2 2 1 2 3 1 2 1 2 3( ) ss S S 1 2 � � �R R S S F ds� �� 1 2 Obviamente, isso vale para um número qualquer de forças. 2.5 Trabalho da força normal Como a força normal é, na maioria dos casos, perpendicular ao deslocamento, o seu trabalho será quase sempre nulo. N �� ∆S � τN = 0 A normal que atua em um corpo que está no interior de um elevador acelerado é paralela ao deslocamento. Nesse caso, o seu trabalho não será nulo. 2.6 Trabalho da força peso Considere-se um corpo percorrendo uma trajetória qualquer. Será calculado o trabalho realizado pelo peso. Deve-se pensar primeiro, em um corpo se movimentando horizontalmente. Ou seja, seu vetor deslocamento é horizontal. Dessa forma, como o peso é sempre ver tical, o ângulo formado com o deslocamento é zero, logo, o trabalho é nulo. Então, se o deslocamento do corpo ocorre apenas na horizontal, o trabalho do peso é nulo. Agora, deve-se pensar em um corpo que se desloque apenas verticalmente, com deslocamento h. Se o deslocamento é vertical, o peso é paralelo a ele. Dessa forma, se os dois têm o mesmo sentido (corpo caindo), o trabalho do peso é positivo (P · h) e, se os dois têm sentido contrário (corpo subindo), o trabalho do peso é negativo (–P · h). E se o corpo estiver percorrendo uma trajetória aleatória, que proporcione deslocamentos verticais e horizontais? Aqui, pode-se valer do princípio da independência dos movimentos de Galileu, que diz que qualquer movimento pode ser decomposto em um horizontal mais um vertical (conforme estudado em movimentos oblíquos). Dessa forma, para o movimento horizontal, o peso não realiza trabalho, mas, para o movimento vertical, o peso realiza trabalho, da mesma forma como dito no parágrafo anterior. Logo, para que o peso realize trabalho, é obrigatório que o corpo se desloque verticalmente. τp = ± P · h h A A B B corpo subindocorpo descendo τp = P · h τp = – P · h 2.7 Energia potencial gravitacional Considere-se que dois pontos A e B estejam a uma altura hA e hB do chão, como na figura anterior. Será calculado o trabalho da força peso em uma trajetória que começa no ponto A e termina no ponto B. Sabe-se que o deslocamento vertical do corpo será h =hA – hB. Logo, o trabalho do peso entre esses dois pontos será dado por: τp = m · g · (hA – hB) Fazendo a distributiva, tem-se: τp = m · g · hA – m · g · hB Serão intepretados as grandezas m · g · hA e m · g · hB como as energias potenciais gravitacionais da partícula nos pontos A e B, respectivamente, associadas às suas alturas. Ou seja, quando se coloca o corpo nesses pontos, em cada um deles fica armazenada uma energia no sistema Terra-corpo. Note-se que essa energia depende da prévia determinação FÍSICA I Assunto 7 2 IME-ITA – Vol. 4 de um referencial, ou seja, conjunto de pontos em que a energia é nula e, consequentemente, a altura desses pontos é 0. Esse conjunto, naturalmente, tem que ser horizontal, para que os pontos não possuam diferenças de alturas entre si. Perceba-se que, se fosse determinado outro referencial sem ser o chão na explicação (uma linha horizontal abaixo dele, por exemplo), as alturas dos pontos A e B seriam diferentes, logo, suas energias potenciais gravitacionais seriam diferentes. Pode-se, então, definir a energia potencial gravitacional de um corpo em relação a um referencial como: Epg = m · g · h 2.7.1 Unidade no S.I.: [J] – joule Em que h é a altura do corpo em relação ao referencial. Logo: τp = m · g · hA – m · g · hB = – ΔEpg 2.8 Trabalho da força elástica Como visto no assunto Dinâmica, a força elástica varia com a deformação do corpo, ou seja: F = K · x em que k representa a constante elástica da mola. Note-se que, se há um corpo preso à mola, o deslocamento dele é igual à deformação da mola. Logo, será analisado um gráfico da força pelo deslocamento do corpo, ou seja, deformação da mola. Tem-se: F X x kx A área é dada por k · x · x/2 = k · x2/2. Logo: �Fel k x� � � 1 2 2 em que x é o deslocamento da mola da posição de equilíbrio até a posição final. O sinal negativo deve-se ao fato de que a força elástica sempre se opõe ao deslocamento da mola, logo, o trabalho da força elástica é sempre negativo, enquanto o corpo estiver oscilando em torno dessa posição de equilíbrio. O gráfico está apenas representando essa força em módulo. Se o corpo for solto junto com a mola quando ela estiver comprimida ou esticada, somente nesse caso o trabalho da força elástica será positiva, já que ela estará impulsionando o corpo. 2.9 Energia potencial elástica Considere-se um corpo conectado a uma mola, deslocando-se de uma posição xA a uma posição xB, em relação à posição de equilíbrio da mola. Logo, o trabalho realizado pela força elástica é: �Fel B A A Bk x k x k x k x� � � � � �� � �� � � �� � � � �2 2 2 2 2 2 2 2 Serão interpretados as expressões k xA⋅ 2 2 e k xB⋅ 2 2 como as energias potenciais elásticas da mola nas posições xA e xB. Ou seja, quando se deforma a mola até essas posições, a energia fica armazenada no sistema. Essa energia, assim como a energia potencial gravitacional, também depende de um referencial. Porém, em cálculos, será escolhida sempre a posição de equilíbrio da mola como o referencial de energia nula. Esse procedimento facilita as contas. Pode-se, então, definir a energia potencial elástica da mola como E k x pel � � 2 2 em que x é o deslocamento da mola da sua posição de equilíbrio. 2.9.1 Unidade no S.I.: [J] – joule Logo: �Fel A B pel k x k x E� � � � � � 2 2 2 2 � 2.10 Teorema do trabalho e da energia cinética Sabe-se que: � � �� F ds C Considerando que o corpo em questão sai da posição Si e alcança a posição Sf, submetido a uma força resultante FR, que na posição Si ele possui velocidade Vi e que na posição Sf possui velocidade Vf, tem-se: Vi VfF Si Sf �FR R si sf F ds� �� Pela 2a lei de Newton, sabe-se que F m a � � . Logo: �FR s i sf m a ds� � �� Como a massa do corpo é constante, pode-se tirar m da integral: �FR s i sf m a ds� � �� Sabe-se que a dv dt = . Logo: �F s s v v R i f i f m dv dt ds m ds dt dv� � � � � �� � FÍSICA I Assunto 7 Trabalho, energia e potência 3IME-ITA – Vol. 4 Sabe-se, também, que v ds dt = . Logo, lembrando que é necessário mudar os limites da integração: �F v v R i f m v dv� � �� Pensando, agora, no módulo do produto escalar v dv ⋅ , sabe-se que tais vetores têm o mesmo sentido. Logo, v dv v dv v dv � � � � � � �cos0 . Então: � � � F v v F v v F f i R i f R i f R m v dv m v m v v � � � � � � � �� � � �� � � � � � �� � � � � 2 2 2 2 2 2 �� � � m v m vf i· · 2 2 2 2 Serão interpretadas as quantidades m vi⋅ 2 2 e m vf⋅ 2 2 como as energias cinéticas do corpo, quando este possui velocidades vi e vf, respectivamente. São energias associadas ao movimento do corpo, ou seja, quando este possui uma velocidade. Logo: E m v c � � 2 2 2.10.1 Unidade no S.I.: [J] – joule Dessa forma, descobre-se, pela última expressão, que “o trabalho da força resultante que atua em um corpo é igual à variação da sua energia cinética”. Ou seja: �FR Cf CiE E� � �FR CE� � Esse é um dos teoremas mais importantes de toda a mecânica newtoniana. Saber usá-lo é de extrema importância na resolução de problemas. 3. Energia mecânica A energia mecânica de um corpo é dada pela soma das energias cinéticas e potencial (gravitacional, elástica e elétrica) de um corpo em certo instante. E E Emec c p� � Essa energia pode ou não variar com o tempo. Serão discutidas quais as condições para que cada uma das situações ocorra. 4. Sistema mecânico conservativo Antes de pensar no conceito de sistema mecânico conservativo, deve-se definir outros conceitos que estão intimamente atrelados a ele. Primeiro, será feita a definição de forças conservativas. Forças conservativas, em sua crua definição, são as forças cujos trabalhos independem da trajetória realizada pelo corpo entre dois pontos A e B. Ou seja, se for calculado o trabalho de uma força conservativa em qualquer uma das trajetórias representadas na figura a seguir, o resultado será o mesmo, contanto que a origem e o destino da partícula sejam sempre os mesmos. 1 2 3 A B Outra forma de defini-las é dizer que forças conservativas são aquelas cujos trabalhos em trajetórias fechadas, ou seja, com o ponto de partida igual ao ponto de chegada, são nulos. Pensando mais matematicamente, forças conservativas são aquelas que possuem funções potenciais associadas. Só existem três forças que possuem esse comportamento – a força peso, a força elástica e a força elétrica (estudada em assunto anterior). Foi visto que, no cálculo do trabalho das duas primeiras forças, surgiram as expressões da energia potencial gravitacional e elástica, respectivamente. Ou seja, são essas as funções potenciais associadas a cada uma das forças. No caso da força elétrica, a função associada é a energia potencial elétrica. Conclui-se, então, que o trabalho de uma força conservativa era igual ao simétrico da variação da energia potencial do corpo: �força conservativa � ��Ep Essas funções potenciais são funções apenas da posição do corpo (no caso do peso, posição vertical; no caso da força elástica, posição relativa à deformação da mola). Então, se um sistema está sujeito apenas a forças conservativas, a sua força resultante também é conservativa. Logo: �FR pE� �� Mas, pelo teorema do trabalho e da energia, tem-se que o trabalho da força resultante é igual à variação de energia cinética do corpo. Logo: �FR CE� � Das duas equações, obtém-se: ΔEc = – ΔEp → ΔEc + ΔEp = 0 → ΔEmec = 0 FÍSICA I Assunto 7 4 IME-ITA – Vol. 4 Ou seja, em um sistema submetido apenas a forças conservativas, a energia mecânica do sistema é constante. Esse é o famoso princípio da conservação de energia, que será utilizado para resolver diversos problemas. Outra forma de expressá-lo é dizer que, a partir da equação ΔEc + ΔEp = 0, o ganho (ou perda) de energia cinética é compensado pela perda (ou ganho) de energia potencial. Ou seja, aenergia potencial se transforma, exclusivamente, em energia cinética ou vice-versa. Essa é uma importante forma de se entender o princípio da conservação de energia. O sistema em que se observa o princípio da conservação de energia é chamado de conservativo. 5. Sistema mecânico não conservativo Agora, será introduzido o conceito de forças não conservativas. As forças não conservativas podem ser traduzidas como a negação das definições que foram dadas para as forças conservativas. Mas é importante ressaltar o fato de que uma força não conservativa não possuirá função potencial associada. Dessa forma, quando uma força não conservativa realiza trabalho, ela é incapaz de fazer com que o sistema armazene energia. Esse trabalho vai se traduzir, simplesmente, em uma variação, positiva ou negativa, da energia cinética. Um bom exemplo disso é uma caixa sendo empurrada em um plano horizontal áspero. A força que empurra a caixa faz com que esta, simplesmente, ganhe energia cinética, sendo essa energia totalmente oriunda do trabalho realizado por essa força (não existe energia potencial armazenada no corpo que se transforme em energia cinética). Ao mesmo tempo, a força de atrito, que atua contrária ao deslocamento, produz trabalho negativo, simplesmente dissipando energia do corpo, energia essa oriunda exclusivamente da energia cinética do corpo. É interessante pensar também que, se é um homem que empurra a caixa, ele está perdendo energia para poder realizar a força no bloco, o qual realiza trabalho que transfere a energia cinética para o bloco. Para repor essa energia, o homem terá, depois, que se alimentar e descansar para repor essa energia perdida para realizar o trabalho dessa força. Dessa forma, forças não conservativas externas ao sistema (não internas) produziram um trabalho que variará, de fato, a energia mecânica do sistema. Dessa forma, tem-se o princípio do trabalho das forças não conservativas, representado a seguir: �forças não conservativas mecf mecinicial mec� � �E E E� Note-se, então, que o princípio da conservação de energia é um caso particular do princípio das forças não conservativas, quando o τforças não conservativas = 0. Quando o τforças não conservativas ≠ 0, é dito que o sistema não é conservativo. Então, será que dizer que um sistema é conservativo implica que ele não esteja sob a ação de forças não conservativas e vice-versa? A resposta é não. Existem muitos casos em que as forças não conservativas estão presentes, mas não realizam trabalho. É o caso da força normal para um corpo que é abandonado de um plano inclinado liso. A normal é uma força não conservativa, porém, como realiza trabalho nulo, a única força a que o corpo estará sujeito de verdade é a componente tangencial do peso: ela que será responsável por todo o trabalho realizado pelo peso. Além disso, existem casos em que as forças não conservativas realizam trabalho, mas os trabalhos delas se anulam. É o caso da máquina de Atwood (duas massas ligadas por um fio que passa por uma roldana, sujeitas à ação da gravidade). As trações existentes nos fios realizam trabalho. Porém, sabendo que, quando o bloco desce uma distância d, o outro sobe a mesma distância e que a tração T é constante ao longo do fio, para o bloco que sobe, o trabalho da tração é T · d, enquanto que, para o bloco que desce, o trabalho da tração é –T · d, que, quando somados, anulam-se. Uma máquina de Atwood é mostrada na figura a seguir. Esses sistemas são conservativos, mesmo que haja a atuação de forças não conservativas. 6. Potência • Unidade S.I. de potência: [W] – watt = [J/s] É a quantidade de energia transferida (trabalho) por unidade de tempo, dada pela derivada do trabalho em relação ao tempo. P d dt � � 6.1 Potência média Como todo conceito de valor médio, a potência média de uma força é o trabalho total realizado por essa força dividido pelo tempo que se levou para realizar todo o trabalho. Pot tm total� � � 6.2 Potência instantânea Para definir a potência gerada ou não por uma força variável, em certo instante, basta calcular o produto entre essa força naquele instante, a velocidade e o cosseno do ângulo entre os vetores força e deslocamento ou força e velocidade (lembrando que a velocidade tem sempre mesma direção e sentido do deslocamento). P d dt F ds dt F ds dt � � � � � � � � � cos P = F · v · cos θ Caso a velocidade do corpo seja constante, a potência instantânea também será constante, logo, igual à potência média. 6.3 Cálculo do trabalho pelo gráfico P × t Como dito antes, já que, se uma grandeza A pode ser escrita basicamente como o produto B × C de outras duas, o gráfico B × C tem área entre o gráfico e o eixo C igual ao valor numérico de A. Logo, a área do gráfico potência por tempo entre os pontos t1 e t2 é igual ao trabalho entre esses instantes. P t τ FÍSICA I Assunto 7 Trabalho, energia e potência 5IME-ITA – Vol. 4 6.4 Rendimento O rendimento, em qualquer situação prática, é a razão entre o que lhe é útil e o que é fornecido para o sistema. Dessa forma, já que em qualquer sistema mecânico é impossível que haja aproveitamento total da potência que uma força possui, considera-se que sempre haverá uma potência dissipada, em situações reais. Logo: Pot Pot Pottotal dissipada útil� � Logo, o rendimento será dado por: � � Pot Pot útil total Portanto, se o rendimento é baixo, significa que o sistema aproveita pouca energia da total que lhe é fornecida. Um dos objetivos maiores da engenharia, nos dias atuais, é aumentar o rendimento dos mais diversos processos envolvidos nas situações práticas, a fim de diminuir o custo energético e prezar pela sustentabilidade. 01 (UECE) Uma pequena esfera de isopor, de densidade d = 0,2 g/cm³, é abandonada no fundo de um tanque contendo água até uma altura H = 10 cm. Se a gravidade local vale g = 10 m/s² e a densidade da água vale ρ = 1 g/cm³, determine a altura máxima x atingida pela bola, medida a partir da superfície da água. Despreze qualquer força de resistência. (A) 10 cm. (D) 40 cm. (B) 20 cm. (E) 50 cm. (C) 30 cm. Solução: Letra D. Enquanto a bolinha está dentro da água, duas forças estão atuando sobre ela: o peso e o empuxo. Quando ela sai da água, apenas o peso continua sendo exercido. Seja V o volume da bolinha. Dessa forma, temos, para o peso: �P P H x m g H x d V g H x� � � � � � � � � � � � � � �( ) ( ) ( ). O sinal negativo deve-se ao fato de que o peso é contrário ao deslocamento do corpo. Agora, para o empuxo: � �E E H V g H� � � � � � . O sinal positivo deve-se ao fato de que o empuxo tem o mesmo sentido do deslocamento. Agora, vamos utilizar o teorema do trabalho e da energia: � � �FR C P E cf ciE E E� � � � �� . Sabe-se que o corpo parte do repouso, já que é abandonado. Logo, Eci = 0. Como queremos calcular o valor da altura máxima atingida pelo corpo, queremos a altura em que o corpo para no ar. Logo, a energia cinética nesse ponto será nula: Ecf = 0. Dessa forma, temos: � � � � � P E d V g H x V g H d H d x H x H d � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �� � � 0 0 0 1 ( ) �� � �. Substituindo os valores do enunciado, teremos: x � � �� � � � � � �10 1 0 2 1 40 , cm. É importante perceber que a utilização do teorema do trabalho e da energia facilita muito o algebrismo da questão. Se fôssemos utilizar as leis de Newton e a cinemática, teríamos que calcular a aceleração da bolinha em cada um dos meios, calcular a velocidade na fronteira dos meios, utilizar a equação de Torricelli, enfim, um trabalho muito maior seria exigido. 02 Na situação esquematizada na figura, a mola tem massa desprezível, constante elástica igual a 1 · 102 N/m e está, inicialmente, travada na posição indicada, contraída de 50 cm. O bloco, cuja massa é igual a 1 kg, está em repouso no ponto A, simplesmente encostado na mola. O trecho AB do plano horizontal é perfeitamente liso e o trecho BC é áspero. A B C2,0 m 5,0 mEm determinado instante, a mola é destravada e o bloco é impulsionado, atingindo o ponto B com velocidade VB. No local, a influência do ar é desprezível e adota-se g = 10 m/s². Sabendo que o bloco irá atingir o ponto C, calcule: a. o valor de VB. b. o coeficiente de atrito cinético entre o bloco e o plano de apoio no trecho BC. Solução: a. Vamos usar o teorema do trabalho e da energia para calcular a velocidade no ponto B. Sabemos que apenas a força elástica atua no trecho AB. Sabemos, também, que, pelo fato de o corpo estar apenas encostado na mola, essa força vai deixar de atuar. A força elástica, nesse caso, está realizando trabalho motor, já que está empurrando o corpo para a frente. Dessa forma: �Fel C A B CB CAE k x E E� � � � � � � 2 2 . Como o corpo estava parado em A, temos ECA = 0. Logo: k x E V VCB B B � � � � � � � � 2 2 2 2 100 0 5 2 1 2 5 , m/s. b. Vamos, agora utilizar novamente o teorema do trabalho e da energia para o cálculo do coeficiente de atrito cinético no trecho BC. Sabemos que a força que atua no trecho é a força de atrito, que realiza trabalho resistente. Dessa forma, temos: � �Fat cB C c cC cBE m g E E� � � � � � ��� . Como o corpo vai parar em C, temos que EcC = 0 . Logo: � � � � Fat cB C c cB c c E m g E� � � � � � � � � � � � � � � � � � � BC , .1 10 5 1 5 2 0 25 2 Mais uma vez, o teorema do trabalho e da energia se mostrou bastante útil ao reduzir os algebrismos que decorreriam da aplicação das leis de Newton e das relações da cinemática. FÍSICA I Assunto 7 6 IME-ITA – Vol. 4 03 Um brinquedo que muito agrada às crianças são os lançadores de objetos em uma pista. Considere que a mola da figura a seguir possui uma constante elástica k = 8.000 N/m e massa desprezível. Inicialmente, a mola está comprimida a 2,0 cm e, ao ser liberada, empurra um carrinho de massa igual a 0,20 kg. O carrinho abandona a mola quando esta atinge o seu comprimento relaxado e percorre uma pista que termina em uma rampa. Considere que não há perda de energia mecânica por atrito no movimento do carrinho. carrinho mola comprimida a. Qual é a velocidade do carrinho quando ele abandona a mola? b. Na subida da rampa, a que altura o carrinho tem velocidade de 2,0 m/s? c. Qual a altura máxima atingida pelo carrinho? Solução: Essa questão pode ser resolvida tanto pelo teorema do trabalho e da energia quanto pelo princípio da conservação de energia. Resolveremos das duas formas. 1o Teorema do trabalho e da energia a. Até o carrinho abandonar a mola, somente a força elástica atuou sobre ele. No início, ele estava em repouso, logo, ECi = 0. Portanto: �Fel c cfE k x E v v� � � � � � � � � �� 2 2 2 2 8 000 0 02 2 0 2 2 4 . ( , ) , m/s. b. Do pé da rampa, em que tem velocidade igual a 4 m/s, encontrada do item anterior, até o ponto em questão, no qual sua velocidade é de 2 m/s, apenas o peso realiza trabalho resistente no corpo, não havendo mais nenhuma força atuando nele. Dessa forma: �P c f iE m g h m v m v h h � � � � � � � � � � � � � � � � � 2 2 2 2 2 2 20 2 4 0 6, m . c. Para calcular a altura máxima atingida pelo carrinho, podemos considerar o trabalho do peso do ponto mais baixo da rampa até o ponto mais alto que conseguir atingir, em que sua velocidade será nula e, consequentemente, Ecf = 0. Logo: �P cE m g h m v h v g h � � � � � � � � � � � � � � � � máx máx máx m. 0 2 2 4 2 10 0 8 2 2 2 , 2o Princípio da conservação de energia a. Temos que, no início, a energia que está armazenada no sistema é a energia potencial elástica. Ela se transformará totalmente em energia cinética até o ponto em que o carrinho soltará da mola. Logo: E E E E k x m v v v meci mecf pelai cf � � � � � � � � � � � � � 2 2 2 2 2 2 8 000 0 02 0 2. ( , ) , �� 4 m/s. b. Sabemos que, no pé da rampa, o carrinho tem velocidade igual a 4 m/s. portanto, tomando como referencial de alturas o pé da rampa, a energia potencial gravitacional que ele terá nesse ponto será nula, tendo apenas energia cinética. No ponto da rampa em que ele tiver velocidade 2 m/s, parte da energia cinética que ele tinha no pé da rampa se transformou em energia potencial gravitacional em relação ao pé da rampa. Logo: E E E E E m v m v m g h h meci mecf ci cf pgf � � � � � � � � � � � � � � � � i f 2 2 2 2 2 2 4 2 2 2 10 �� �h 0 6, m. c. Para calcular a altura máxima que o carrinho atinge, vamos, novamente, considerar o referencial de altura no pé da rampa. No pé da rampa, ele só possui energia cinética e, no ponto mais alto, só possui energia potencial gravitacional. Dessa forma, temos que, do pé da rampa para o ponto de altura máxima: E E m v m g h h v g h meci mecf � � � � � � � � � � � � � 2 2 2 2 2 4 2 10 0 8 máx máx máx m., Obs.: Observe que poderíamos considerar qualquer ponto como ponto inicial do nosso problema, desde que já soubéssemos os valores de todas as energias que estivessem envolvidas nele. Como única incógnita da equação, só podemos ter o valor que estejamos querendo calcular, como uma velocidade, uma altura, a deformação de uma mola etc. Veja, também, que os cálculos desenvolvidos nessa solução se assemelham bastante aos cálculos da outra solução. Isso acontece porque o princípio da conservação de energia é uma outra forma de se escrever o teorema do trabalho e da energia para sistemas conservativos. 04 Com base na figura a seguir, calcule a menor velocidade com que o corpo deve passar pelo ponto A para ser capaz de atingir o ponto B. Despreze o atrito e considere g = 10 m/s². 8 m 13 m A B Solução: Vamos resolvê-la utilizando o princípio da conservação de energia. Como existe diferença de altura entre os pontos, existirá, de fato, diferença de energia potencial armazenada no corpo entre os pontos A e B. Colocando o referencial de altura no ponto A, a energia potencial armazenada no corpo, nesse ponto, torna-se nula, o que facilita as contas (veja que sempre se pode tomar como referencial de energia qualquer ponto, porém, existem pontos que são mais convenientes para se escolher). Para que o corpo consiga atingir o ponto B, ele precisará ter energia cinética suficiente em A para transformá-la em energia potencial que se acumulará, de fato, no ponto B. Ou seja, a energia cinética deve, pelo menos, transformar-se totalmente na energia potencial do ponto B. Assim, a energia cinética no ponto B deve ser, no mínimo, 0. Esta é a situação limite: vB = 0. Lembre-se, também, de que o desnível entre A e B é de 5 m. Dessa forma, temos: E E E E m v m g h v v mec mec c p A A A A B A gB � � � � � � � � � � � � � mín mín mín mí 2 2 2 2 10 5 nn m/s.� 10 FÍSICA I Assunto 7 Trabalho, energia e potência 7IME-ITA – Vol. 4 Problemas de condições mínimas ou máximas para que certas situações sejam satisfeitas são recorrentes na mecânica e, muitas vezes, pode se aplicar a teoria do trabalho e da energia para resolvê-los. O desafio maior de uma questão desse tipo é identificar a situação limite (que, nesse caso, era que a velocidade no ponto B deveria ser nula). 05 Uma pequena esfera é abandonada do ponto A da figura. Determine a máxima razão d/h para que a esfera alcance o ponto B sem perder contato com a guia. h B d O solo Solução: Sabemos que a força de contato exercida por uma superfície sobre um ponto material é a força normal. Logo, para que haja contato entre a superfície e o corpo, a força normal não deve ser nula. Portanto, a condição limite para que o corpo esteja na iminência de perder o contato na guia é que a força normal em algum ponto dessa guia deve ser zero. Mas que ponto é esse? Sabemos que a parte da guia em que estão contidos os pontos O e B é um arco de circunferência. Logo, existe uma força centrípeta, que depende diretamente da velocidade que o corpo tem em tal ponto F m v Rcp � �� � �� � � �� 2 . Como o raio é constante, a força centrípeta será menor onde o corpo tiver menor velocidade.Lembre-se de que, quanto maior a força centrípeta, maior o contato do corpo com a superfície. Dessa forma, devemos escolher o ponto com menor velocidade, que implica menor força centrípeta, e menor força normal. Ou seja, devemos escolher o ponto O. Agora, dependendo de qual altura h o corpo for abandonado, ou seja, dependendo da energia potencial gravitacional armazenada nele inicialmente, e sabendo que parte dessa energia potencial se transformará em cinética no ponto O, devemos escolher o menor valor possível para que a partícula chegue no ponto O com normal nula. Dessa forma, realmente temos que o valor d/h pedido deve ser máximo, já que d é constante. Obrigando, enfim, a normal a ser nula no ponto O, temos que a força centrípeta que atuará naquele ponto sobre a esfera é composta apenas pelo peso (já que é vertical apontando para o centro da circunferência). Dessa forma, no ponto O, temos, sendo vO a velocidade da esfera no ponto O: F P m v R m g v d g v g d cp O O O� � � � � � � � � �2 2 2 2 2 . Portanto, já temos um valor fixo para a velocidade no ponto O, conhecendo então, a energia cinética que a bolinha deve ter nesse ponto. Como já sabemos a altura desse ponto em relação ao solo e fixando o referencial de altura no solo, já conhecemos, também, a energia potencial gravitacional armazenada nela. Logo, já sabemos a energia mecânica da esfera no ponto O. Podemos, então, aplicar o princípio da conservação de energia do ponto A para o ponto O: E E E E E m g h m g d m v h d g d g h mec mec p p c O A O gA gO O � � � � � � � � � � � � � � � � � � 2 2 2 2 �� � � 5 4 4 5 d d h . Obs.: Veja que não precisamos obrigar a mesma condição limite do exercício anterior, já que calculamos uma velocidade mínima no ponto O, que era não nula. 06 (FUVEST-SP) Nos manuais de automóveis, a caracterização dos motores é feita em CV (cavalo-vapor). Essa unidade, proposta no tempo das primeiras máquinas a vapor, correspondia à capacidade de um cavalo típico, que conseguia erguer, na vertical, com auxílio de uma roldana, um bloco de 75 kg, à velocidade de 1 m/s. V = 15 m/s θ (sen θ ~ 0,1) g Para subir uma ladeira, inclinada como na figura, um carro de 1.000 kg, mantendo uma velocidade constante de 15 m/s (54 km/h), desenvolve uma potência útil que, em CV, é, aproximadamente, de: (A) 20. (B) 40. (C) 50. (D) 100. (E) 150. Solução: Primeiro, é necessário saber a relação entre CV e W, já que calcularemos normalmente as nossas potências no S.I. Sabemos que um cavalo pode elevar uma massa de 75 kg, ou seja, um peso de 750 N na vertical com velocidade constante de 1 m/s. Dessa forma, a potência desenvolvida por esse cavalo, em W, é P = 750 · 1 = 750 W. Logo, 1 CV = 750 W. Como o carro está subindo com velocidade constante, a força que o motor faz para isso acontecer tem que se anular com a componente do peso tangente ao plano inclinado. Dessa forma, temos: F P Fcarro carro� � � �· sen . · · , .� 1 000 10 0 1 1 000 N. Portanto, a potência desenvolvida pelo motor do carro deve ser: Pot F vútil = = =· . · .1 000 15 15 000 W. Como 1 CV = 750 W, temos que: Potútil CV CV= = 15 000 750 200 . . FÍSICA I Assunto 7 8 IME-ITA – Vol. 4 07 Um avião de 8 toneladas é acelerado por seu motor de 0 a 100 m/s, em pista retilínea, para poder levantar voo com uma aceleração de 10 m/s². Qual a potência média da força realizada pelo motor do avião para acelerá-lo de 0 a 100 m/s? Qual a potência instantânea da mesma força quando o avião já percorreu 125 m? Desconsidere todos os atritos. Solução: Para acharmos a potência média dessa força, devemos saber qual o tempo que é gasto para acelerá-lo. Usando a função horária da velocidade no MRUV, temos: v v at t t� � � � � � �0 100 0 10 10s . Sabemos que a força que o motor faz é a força resultante, já que só ela atua no corpo na direção horizontal da pista: F m ares � � � � �8 000 10 80 000. . N. Sabemos, também, pela equação de Torricelli, a distância percorrida pelo avião: v v a S S S2 0 2 2 22 100 0 2 10 500� � � � � � �� � �· · m. Logo, sabemos o trabalho dessa força: �res res� � �F S· . · ·� 80 000 500 4 10 7 J Então, temos a potência média: Pot t Potm res m� � � � � � � 4 10 10 4 10 7 6 W . Para achar a potência instantânea quando o avião já percorreu 125 m, devemos achar qual sua velocidade nesse instante. Pela equação de Torricelli, temos: v v a S v v2 0 2 2 22 0 2 10 125 50� � � � � � �� · · m/s. Dessa forma, a potência nesse instante será: Pot F v Pot� � � � � � �80 000 50 4 106. W. 01 (AFA) Um bloco de 250 gramas cai sobre uma mola cuja constante elástica é 250 N/m. O bloco prende-se à mola, que sofre uma compressão de 12 cm antes de ficar momentaneamente parada. A velocidade do bloco imediatamente antes de chocar-se com a mola é, em m/s: (A) 2,00. (B) 2,51. (C) 3,46. (D) 4,23. 02 (AFA) Uma bola abandonada de uma altura H, no vácuo, chega ao solo e atinge, agora, a altura máxima h. A razão entre a velocidade com que a bola chega ao solo e aquela com que ela deixa o solo é: (A) H h � � � � � � 1 2 . (B) H h . (C) H h � � � � � � 1 3. (D) H h � � � � � � 2 . 03 (AFA) O motor da figura imprime ao corpo de massa m uma aceleração para cima de módulo igual a g. Calcule a potência fornecida pelo motor em função do tempo, sabendo-se que o corpo partiu do repouso no instante t = 0. m (A) P = 2mg²t. (B) P = 2mg²/t. (C) P = mg²/2t. (D) P = mgt². 04 (AFA) Duas crianças estão brincando de atirar bolas de gude dentro de uma caixa no chão. Elas usam um brinquedo que lança as bolas pela descompressão de uma mola que é colocada horizontalmente sobre uma mesa na qual o atrito é desprezível. A primeira criança comprime a mola 2 cm e a bola cai a 1,0 m antes do alvo, que está a 3,0 m horizontalmente da borda da mesa. A deformação da mola imposta pela segunda criança, de modo que a bola atinja o alvo, é: 3,0 m (A) 1,7 cm. (B) 2,0 cm. (C) 3,0 cm. (D) 9,0 cm. 05 (EFOMM) Uma carga de massa 1,0 kg parte do repouso e sobe uma rampa, mediante a aplicação da força variável f, cujo gráfico em função do deslocamento x está abaixo representado. Calcule a velocidade da carga ao atingir o ponto A (extremidade da rampa), sabendo que o trabalho correspondente da força de atrito de 0 e A é de 10 joules (g = 10 m/s2). x A 4 m 3 m 10 25 2 3 4 5 x(m) F ( )N FÍSICA I Assunto 7 Trabalho, energia e potência 9IME-ITA – Vol. 4 (A) 7 m/s. (B) 10 m/s. (C) 8 m/s. (D) 6 m/s. (E) 5 m/s. 06 (EN) Um corpo de massa 1 kg é lançado verticalmente para cima com uma velocidade de 20 m/s. Em relação ao ponto de lançamento, quando sua energia cinética é igual à sua energia potencial, a altura alcançada vale: (A) 5 m. (B) 10 m. (C) 15 m. (D) 20 m. (E) 25 m. 07 Um automóvel de massa 800 kg parte do repouso e, depois de 10 s, está com velocidade de módulo 72 km/h. Qual a potência média desenvolvida sobre o automóvel? 08 Na figura, o homem puxa a corda com uma força constante, horizontal e de intensidade 1,0 · 102 N, fazendo com que o bloco sofra, com velocidade constante, um deslocamento de 10 m ao longo do plano horizontal. Desprezando a resistência do ar e considerando o fio e a polia ideais, determine: a. o trabalho realizado pelo homem; b. o trabalho da força de atrito que o bloco recebe do plano horizontal de apoio. 09 O gráfico abaixo representa a variação de intensidade das duas únicas forças que agem em um corpo que se desloca sobre um eixo Ox. As forças referidas têm a mesma direção do eixo. 5 0 10 15 20 40 60 80 –20 (F2) (F1) F(N) x(m) Calcule: a. o trabalho da força F1, enquanto o corpo é arrastado nos primeiros 10 m; b. o trabalho da força F2, enquanto o corpo é arrastado nos primeiros 10 m; c. o trabalho da força resultante para arrastar o corpo nos primeiros 15 m. 10 Uma partícula, inicialmente em repouso no ponto A, é levada ao ponto B da calha vertical de raio igual a 2,0 m, indicada na figura. Uma das forçasque agem sobre ela é F , horizontal, orientada sempre para a direita e de intensidade igual a 10 N. Considerando a massa da partícula igual a 2,0 kg e assumindo g = 10 m/s2, calcule: r = 2, 0 m A B O F g a. o trabalho de F ao longo do deslocamento AB; b. o trabalho do peso da partícula ao longo do deslocamento referido no item anterior. 11 Uma esfera de 1,0 kg de massa, lançada com velocidade de 10 m/s no ponto R da calha encurvada da figura, atingiu o ponto S pelo qual passou com velocidade de 4,0 m/s. 2,0 m R g S Sabendo que, no local da experiência, |g |= 10 m/s, calcule o trabalho das forças de atrito que agiram, na esfera, durante o seu deslocamento de R até S. 12 Nas duas situações representadas abaixo, uma mesma carga de peso P é elevada a uma mesma altura h: h α situação 1 h situação 2 Nos dois casos, o bloco parte do repouso, parando ao atingir a altura h. Desprezando todas as forças passivas, analise as proposições seguintes: FÍSICA I Assunto 7 10 IME-ITA – Vol. 4 I. Na situação 1, a força média exercida pelo homem é menor que na situação 2. lI. Na situação 1, o trabalho realizado pela força do homem é menor que na situação 2. III. Em ambas as situações, o trabalho do peso da carga é calculado por –Ph. IV. Na situação 1, o trabalho realizado pela força do homem é calculado por Ph. Responda mediante o código: (A) Todas são corretas. (B) Todas são erradas. (C) Somente II e III são corretas. (D) Somente I, III e IV são corretas. (E) Somente III é correta. 13 O gráfico a seguir mostra a variação da intensidade de uma das forças que agem em uma partícula, em função de sua posição sobre uma reta orientada. A força é paralela à reta. Sabendo que a partícula tem movimento uniforme com velocidade de 4,0 m/s, calcule, para os 20 m de deslocamento descritos no gráfico: 5,0 10 15 20 20 0 40 F(N) d(m) a. o trabalho da força; b. sua potência média. 14 Uma bola de 0,5 kg que é lançada verticalmente para cima com uma velocidade inicial de 20 m/s , atinge uma altitude de 15 m. Calcule a perda de energia devido à resistência do ar. 15 Um bloco de 4,5 kg de massa é abandonado em repouso em um plano inclinado. O coeficiente de atrito entre o bloco e o plano é 0,50. Adote g = 10 m/s2. A C B Calcule: a. a aceleração com que o bloco desce o plano; b. os trabalhos da força peso e da força de atrito no percurso do bloco, de A até B. Dados: AC = 3 m e BC = 4 m. 16 Calcule o trabalho realizado por um homem que arrasta um saco de farinha de 65 kg a uma distância de 10 m sobre o solo com uma força de 25 kgf, erguendo-o depois até a carroceria de um caminhão de 75 cm de altura. Qual é a potência média desenvolvida se o processo todo foi realizado em 2 min? 17 Uma bomba de 2,0 CV de potência teórica é usada para retirar água de um poço de 15 m de profundidade a fim de encher um reservatório de 500 . Se g = 9,8 m/s2 e 1,0 CV = 735 W, em quanto tempo o reservatório estará cheio? 18 Na situação da figura, o motor elétrico faz com que o bloco de 30 kg de massa suba com velocidade constante de 1,0 m/s. O cabo que sustenta o bloco é ideal, a resistência do ar é desprezível e adota-se |g | = 10 m/s2. Considerando que, nessa operação, o motor apresenta rendimento de 60%, calcule a potência por ele dissipada. MOTOR w g 19 Um corpo de 1,0 kg de massa cai livremente da altura y = 6,0 m sobre uma mola de massa desprezível e eixo vertical de constante elástica igual a 1,0 · 102 N/m. Adotando g = 10 m/s2 e desprezando todas as dissipações de energia mecânica, calcule a máxima deformação x da mola. V0 = 0 y x 20 Uma pequena conta de vidro de massa igual a 10 g desliza sem atrito ao longo de um arame circular de raio R = 1,0 m, como indicado na figura. Se a conta partiu do repouso na posição A, determine o valor de sua energia cinética ao passar pelo ponto B. O arame está disposto verticalmente em um local em que g = 10 m/s2. 60°R A B FÍSICA I Assunto 7 Trabalho, energia e potência 11IME-ITA – Vol. 4 21 A mola da figura abaixo possui uma constante elástica k = 280 N/m e está, inicialmente, comprimida em 10 cm. D C BA R = 1,0 m Uma bola com massa de 20 g encontra-se encostada na mola no instante em que esta é abandonada. Considerando g = 10 m/s2 e que todas as superfícies são perfeitamente lisas, determine: a. o valor da velocidade da bola no ponto D; b. o valor da força que o trilho exerce na bola no ponto D; c. o valor da aceleração tangencial da bola quando ela passa pelo ponto C. 22 Um projétil de massa m incide horizontalmente sobre uma tábua com velocidade v1 e a abandona com velocidade, ainda horizontal, v2. Considerando-se constante a força exercida pela tábua de espessura d, pode-se afirmar que o tempo de perfuração é dado por: V1 V2 d(A) 2 1 2 d v v+ . (B) 2 1 2 d v v− . (C) d v v2 1 2( )+ . (D) d v v2 1 2( )− . 23 Um corpo B, de massa igual a 4 kg e carga elétrica +6 µC, dista 30 mm do corpo A, fixo e com carga elétrica –1 µC. O corpo B é suspenso por um fio isolante, de massa desprezível, ligado a uma mola presa ao solo, como mostra a figura. O comprimento natural da mola é L0 = 1,2 m e, ao sustentar estaticamente o corpo B, ela se distende, atingindo o comprimento L = 1,6 m. Considerando-se a constante eletrostática do meio k = 9 · 109 N · m2 /C2 , que as cargas originais dos corpos pontuais A e B são mantidas e desprezando-se os possíveis atritos, o valor da constante elástica da mola, em N/m, é: A B 30 mm 60° L L0 (A) 200. (B) 320. (C) 600. (D) 800. 24 Uma partícula é abandonada de uma determinada altura e percorre o trilho esquematizado na figura abaixo, sem perder contato com ele. R 2R 3R Considere que não há atrito entre a partícula e o trilho, que a resistência do ar seja desprezível e que a aceleração da gravidade seja g. Nessas condições, a menor velocidade possível da partícula ao terminar de executar o terceiro looping é: (A) 3Rg . (B) 7Rg . (C) 11Rg . (D) 15Rg . 25 Um garoto, que se encontra em repouso, faz girar, com velocidade constante, uma pedra de massa m presa a um fio ideal. Descrevendo uma trajetória circular de raio R em um plano vertical, essa pedra dá diversas voltas, até que, em dado instante, o fio arrebenta e ela é lançada horizontalmente, conforme ilustra a figura a seguir. R x Sujeita apenas à aceleração da gravidade g, a pedra passou, então, a descrever uma trajetória parabólica, percorrendo uma distância horizontal x equivalente a 4R. A tração experimentada pelo fio toda vez que a pedra passava pelo ponto onde ele se rompeu era igual a: (A) mg. (B) 2 mg. (C) 3 mg. (D) 4 mg. FÍSICA I Assunto 7 12 IME-ITA – Vol. 4 26 Dois corpos, de dimensões desprezíveis, A e B presos a molas ideais, não deformadas, de constantes elásticas kA e kB, respectivamente, estão, inicialmente, separados por uma distância d em uma plataforma sem atrito, como mostra a figura a seguir. A d B A partir dessa situação, os blocos são, então, lentamente puxados por forças de mesma intensidade, aproximando-se, até se encostarem. Em seguida, são abandonados, passando a oscilar em movimento harmônico simples. Considere que não haja interação entre os blocos quando esses se encontram. Nessas condições, a soma das energias mecânicas dos corpos A e B será: (A) k k d k k A B A B 2 2( )+ . (B) k d k k k A B A B 2 2 2 ( )+ . (C) k k d k k A B A B 2 2( )+ . (D) k d k k k B A A B 2 2 2 ( )+ . 27 Uma pequena esfera de massa m é mantida comprimindo uma mola ideal de constante elástica k, de tal forma que a sua deformação vale x. Ao ser disparada, essa esfera percorre a superfície horizontal até passar pelo ponto A, subindo por um plano inclinado de 45°, e, ao final dele, no ponto B, é lançada, atingindo uma altura máxima H e caindo no ponto C, distante 3 h do ponto A, conforme figura abaixo. 45° B A h H 3h C Considerando a aceleração da gravidade igual a g e desprezando