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1 Alline Alvarez DIURÉTICOS E VASODILATADORES DIURÉTICOS Tiazídicos Exemplo de fármacos: clorotiazida e hidroclorotiazida (mais potente) Mecanismo de ação: Atuam na parte final do ramo ascendente da alça de Henle e túbulo contorcido distal, inibindo o cotransportador Na+/Cl- na membrana luminal dos túbulos. Como resultado, esses fármacos inibem a reabsorção de sódio e cloreto e aumentam a concentração de Na+ e Cl– na urina. Como o local de ação dos derivados tiazídicos é a membrana luminal, esses fármacos precisam ser excretados para o lúmen tubular para serem eficazes. Portanto, quando a função renal está diminuída, os diuréticos tiazídicos perdem eficácia. A eficácia desses diuréticos pode diminuir com o uso concomitante de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), que inibe a produção de prostaglandinas renais, reduzindo, assim, o fluxo de sangue nos rins. Ações: Aumento da excreção de Na+ e Cl–: Os diuréticos tiazídicos causam diurese com aumento da excreção de Na+ Cl-, resultando em uma urina concentrada (hiperosmolar). Perda de K+: A perda de sódio pela urina faz com que a concentração de sódio intracelular diminua, devido ao bloqueio do cotransportador Na+/Cl- e pela bomba de sódio e potássio que está bombeando sódio para fora da célula tubular renal. Entretanto, a concentração de 5 milimolar de sódio dentro da célula deve ser mantida. Para isso, existe um cotratransportador de sódio e cálcio. Ele vai colocar o sódio para dentro da célula, mas para o sódio entrar, o cálcio tem que sair. Desse modo, a célula vai captar cálcio da urina e esse cálcio vai entrar dentro da célula. Como o cálcio tem carga positiva, vai fazer com que a célula despolarize. Para manter a eletronegatividade o potássio vai sair da célula e a concentração de potássio na urina vai aumentar, gerando perda de potássio urinário. (É um mecanismo compensatório para manter a eletronegatividade). O cálcio que está entrando na célula vai ser utilizado pelo trocador. Vai ocorrer captação de cálcio da urina, que entra dentro da célula e depois essa cálcio vai para o sangue por meio do cotransportador sódio e cálcio. E com isso, ocorre diminuição da eliminação de cálcio, o que ajuda a manutenção da densidade óssea, diminuindo o risco de fratura. 2 Alline Alvarez Perda de Magnésio: No uso crônico de diuréticos tiazídicos pode ocorrer deficiência de magnésio, exigindo suplementação, particularmente nos idosos. Diminuição da eliminação urinária de Cálcio: os tiazídicos reduzem a eliminação de Ca2+, promovendo sua reabsorção no túbulo contorcido distal, o que pode ser vantajoso em pacientes mais idosos com risco de osteoporose. Ação vasodilatadora: Ocorre redução inicial na pressão arterial em resposta à diminuição do volume sanguíneo e, com isso, a diminuição do débito cardíaco. Com o tratamento contínuo, ocorre recuperação do volume. Todavia, o efeito anti-hipertensivo continua, resultando na diminuição da resistência vascular periférica, causada pelo relaxamento do músculo liso arteriolar. Usos terapêuticos: Hipertensão: os tiazídicos são a principal medicação anti-hipertensiva, pois são baratos, fáceis de administrar e bem tolerados. Eles são eficazes na redução da pressão arterial na maioria dos pacientes com hipertensão leve e moderada. A pressão arterial pode ser mantida com uma dose diária de tiazídico, que causa redução da resistência periférica sem ter maior efeito diurético. Insuficiência cardíaca: Os diuréticos de alça (não os tiazídicos) são os diuréticos de escolha para reduzir o volume extracelular na insuficiência cardíaca. Contudo, os diuréticos tiazídicos podem ser acrescentados se for necessária diurese adicional. Quando usados em combinação, os tiazídicos devem ser administrados 30 minutos antes dos diuréticos de alça, para permitir que alcancem o local de ação e produzam efeito. Hipercalciúria: Os tiazídicos podem ser úteis no tratamento da hipercalciúria idiopática, pois inibem a excreção urinária de Ca2+ Isso é particularmente benéfico para pacientes com cálculos de oxalato de cálcio no trato urinário. 3 Alline Alvarez Diabetes insípido: os diuréticos tiazídicos têm um efeito paradoxal no diabetes insípido, no qual reduzem o volume de urina. (pq?) Farmacocinética: Os tiazídicos são eficazes por via oral. A maioria dos tiazídicos leva de 1 a 3 semanas para reduzir de modo estável a pressão arterial e tem meia-vida prolongada. Efeitos adversos: Diminuição do potássio (hipocalemia): é o problema mais frequente com os diuréticos tiazídicos e pode predispor pacientes sob tratamento com digoxina a arritmias ventriculares. Frequentemente, o K+ pode ser suprido por medidas dietéticas, como o aumento da ingestão de frutas cítricas, bananas e ameixas. Em alguns casos, pode ser necessária a suplementação de K+. Os diuréticos tiazídicos diminuem a volemia, resultando na ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona. O aumento da aldosterona contribui para maior perda de potássio. Hiponatremia: pode se desenvolver devido à elevação de HAD, resultante da hipovolemia, bem como devido à diminuição da capacidade diluidora do rim e ao aumento da sede. Hiperuricemia: os tiazídicos aumentam o ácido úrico sérico, diminuindo a quantidade de ácido excretado pelo sistema secretor de ácido orgânico. Sendo insolúvel, o ácido úrico deposita nas articulações e pode causar ataque de gota em indivíduos predispostos. Portanto, os tiazídicos devem ser usados com cautela em pacientes com gota ou níveis elevados de ácido úrico. Diminuição de volume: Pode causar hipotensão ortostática ou tonturas leves. Hipercalcemia Hiperglicemia: O tratamento com tiazídicos pode causar intolerância à glicose, possivelmente devido a inibição de liberação de insulina e de captação da glicose pelos tecidos. Pacientes diabéticos e que tomam tiazídicos devem monitorar a glicemia para avaliar a necessidade de ajuste no tratamento do diabetes. Diuréticos tipo tiazídicos Os usos terapêuticos e o perfil de efeitos adversos são similares aos dos tiazídicos. Clortalidona Metolazona Indapamida: A indapamida é biotransformada e excretada pelo trato gastrintestinal (TGI) e pelos rins. Assim, ela é menos propensa a acumular-se em pacientes com insuficiência renal e pode ser útil no seu tratamento. 4 Alline Alvarez Diuréticos de Alça Exemplos de fármacos: furosemida, bumetanida e torsemida. A furosemida é a mais usada do grupo. Bumetanida e torsemida são muito mais potentes do que a furosemida, e o seu uso está aumentando. Mecanismo de ação: Os diuréticos de alça inibem o cotransporte de Na+/K+/Cl- na membrana luminal, no ramo ascendente espesso da alça de Henle. Dessa forma, a reabsorção desses íons diminui. Esses fármacos têm o maior efeito diurético entre todos os diuréticos. Ações: Os diuréticos de alça atuam rapidamente, mesmo em pacientes com função renal diminuída ou que não responderam a outros diuréticos. Os diuréticos de alça podem aumentar o fluxo de sangue nos rins, possivelmente pelo aumento da síntese de prostaglandinas. Os AINEs inibem a síntese de prostaglandinas nos rins e podem diminuir a ação diurética dos diuréticos de alça. Os diuréticos de alça aumentam a perda de cálcio na urina. Usos terapêuticos: Usados para reduzir edema agudo de pulmão e edema periférico agudo ou crônico causado por insuficiência cardíaca ou renal. Devido ao seu rápido início de ação, particularmente quando administrados por via intravenosa (IV), esses fármacos são úteis nas situações de emergência, como edema agudo de pulmão. Farmacocinética: Os diuréticos de alça são administrados por via oral ou parenteral. Sua duração de ação é relativamente curta (2-4 horas). Efeitos adversos: Ototoxicidade: Pode ocorrer perda auditiva permanente oureversível com os diuréticos de alça, particularmente se forem usados com outros fármacos ototóxicos (p. ex., antibióticos aminoglicosídeos). Hiperuricemia: A furosemida e o ácido etacrínico competem com o ácido úrico pelos sistemas secretores renais, bloqueando sua secreção e, dessa forma, causando ou agravando os ataques de gota. Hipovolemia aguda: Os diuréticos de alça causam redução rápida e grave do volume sanguíneo, com possibilidade de hipotensão, choque e arritmias cardíacas. Perda de potássio: Perda de Magnésio: O uso crônico de diuréticos de alça combinado com ingestão reduzida de Mg2+ pode levar à hipomagnesemia, em particular nos idosos. Isso pode ser corrigido por suplementação oral. Os diuréticos de alça aumentam a eliminação de Ca2+ e Mg2+ e diminuem a eliminação de ácido úrico. Os diuréticos de alça aumentam a oferta de Na+ ao néfron distal, causando perda de H+ e K+. Considerando que ocorre perda urinária 5 Alline Alvarez de Cl−, mas não de HCO3−, a concentração plasmática de HCO3− aumenta quando o volume plasmático é reduzido – uma forma de alcalose metabólica, portanto, denominada “alcalose de contração" Diuréticos poupadores de potássio Exemplos de fármacos: espironolactona e eplerenona (antagonistas de aldosterona) e triantereno e amilorida (bloqueadores dos canais de sódio). Os diuréticos poupadores de potássio atuam no túbulo coletor inibindo a reabsorção de Na+ e a excreção de K+ . O principal uso dos poupadores de potássio é no tratamento da hipertensão (mais frequente em associação com um tiazídico) e da insuficiência cardíaca (antagonistas da aldosterona). Esses diuréticos devem ser evitados em pacientes com disfunção renal devido ao aumento do risco de hiperpotassemia. Nesta classe, há fármacos com dois mecanismos de ação distintos: os antagonistas da aldosterona e os bloqueadores dos canais de sódio. Antagonistas de aldosterona – Espironolactona e Eplerenona Ação: a espironolactona é um esteroide sintético que antagoniza a aldosterona no receptor intracelular citoplasmático. Ele impede a translocação do complexo receptor para o núcleo da célula-alvo, bloqueando a produção de proteínas mediadoras que normalmente estimulam os locais de troca Na+/K- do túbulo coletor. Na maioria dos estados edematosos, os níveis sanguíneos de aldosterona são elevados, o que colabora na retenção de Na+. A espironolactona antagoniza a atividade da aldosterona, resultando em retenção de K+ e excreção de Na+. Como consequência, o sódio permanece nos túbulos e atuam como diurético osmótico, causando aumento da excreção de água. Esses diuréticos frequentemente são administrados junto com um diurético tiazídico ou de alça, para evitar a excreção de K+ esses fármacos. A espironolactona e a eplerenona têm ação diurética muito limitada quando usadas isoladamente, porque a troca distal de Na+/K+ – local em que agem é responsável pela reabsorção de apenas 2% do Na+ filtrado. Espironolactona é o diurético de escolha em pacientes com cirrose hepática, pois o edema em tais pacientes é causado por hiperaldosteronismo secundário. Efeitos adversos: A espironolactona pode causar distúrbios gástricos. As ações da espironolactona sobre os receptores de progesterona e andrógenos em tecidos não renais pode causar ginecomastia e 6 Alline Alvarez atrofia testicular em pacientes homens e irregularidades menstruais em mulheres. A eplerenona tem afinidade mais baixa por esses receptores, e são menos comuns os efeitos estrogênicos colaterais. Podem ocorrer hipercalemia, náuseas, letargia e confusão mental. Em doses baixas, ela pode ser usada cronicamente, com poucos efeitos adversos. O principal efeito indesejável, a hipercalemia, está relacionado à ação farmacológica desses fármacos e pode ser perigoso, especialmente nos pacientes com comprometimento renal ou que estejam recebendo outros fármacos que possam aumentar o K+ plasmático como IECA, BRAs e suplementos de potássio. Bloqueadores dos canais de sódio - Amilorida e triantereno: Esses fármacos bloqueiam a entrada de sódio nos canais de sódio nas células epiteliais do túbulo coletor. Devido a essa menor entrada de sódio nas células epiteliais, ocorre também menor transporte de sódio pelas membranas basolaterais das células e, portanto, menor atividade da bomba de sódio-potássio. Essa menor atividade reduz o transporte de potássio para as células e, por fim, diminui a secreção de potássio para o líquido tubular. De modo semelhante aos antagonistas da aldosterona, eles previnem a perda de K+ que ocorre com os tiazídicos e os diuréticos de alça. Os efeitos adversos do triantereno incluem aumento do ácido úrico, cálculos renais e retenção de K+. 7 Alline Alvarez Assim como os antagonistas da aldosterona, o triantereno e a amilorida têm eficácia limitada como diuréticos, porque também atuam no néfron distal, onde ocorre apenas pequena fração de reabsorção de sódio. Vasodilatadores: Nitratos orgânicos Eles são eficazes nas anginas estável, instável e variante. Mecanismo de ação: Os nitratos orgânicos relaxam o músculo liso vascular por sua conversão intracelular em íons nitrito, e, então, a óxido nítrico, que ativa a guanilatociclase e aumenta o GMPc. O GMPc aumentado leva à desfosforilação das cadeias leves de miosina, resultando em relaxamento do músculo liso vascular. Nitratos como a nitroglicerina causam dilatação das veias grandes, o que reduz a pré-carga (retorno venoso ao coração) e assim reduz o trabalho do coração. Os nitratos também dilatam os vasos coronarianos, proporcionando aumento na oferta de sangue para o músculo cardíaco. As doses terapêuticas têm menos efeito sobre as pequenas artérias de resistência do que sobre as veias, mas há um efeito acentuado sobre artérias musculares maiores. Consequentemente, reduz a pressão aórtica e a pós-carga cardíaca. Com doses maiores, as artérias e arteríolas de resistência dilatam-se, e a pressão arterial cai. Com isso, o fluxo coronariano aumenta em decorrência de vasodilatação coronariana. O consumo de oxigênio pelo miocárdio se reduz em razão da redução da pré e pós-carga cardíacas. Isto, juntamente com o aumento do fluxo sanguíneo coronariano, causa grande aumento do conteúdo de oxigênio do sangue do seio coronário. O trinitrato de glicerila desvia o sangue das áreas normais do miocárdio para as áreas isquêmicas. O mecanismo envolve dilatação de vasos colaterais que se desviam dos segmentos estreitados da artéria coronária. Farmacocinética: O início da ação varia de 1 minuto para a nitroglicerina a 30 minutos para o mononitrato de isossorbida. Para o alívio imediato de um ataque de angina, provocado por exercício ou estresse emocional, o fármaco de escolha é a nitroglicerina sublingual (ou na forma de nebulizador). Todos os pacientes que sofrem 8 Alline Alvarez de angina devem ter em mãos nitroglicerina, para tratar os ataques agudos. A nitroglicerina sofre significativa biotransformação de primeira passagem no fígado. Por isso, ela é comumente administrada por via sublingual ou transdermal (adesivo ou pomada), evitando o efeito de primeira passagem pelo fígado. A nitroglicerina é rapidamente inativado por metabolismo hepático. É bem absorvido na mucosa oral e é usado como comprimido sublingual É ineficaz se for deglutido, por causa do metabolismo de primeira passagem. Sua duração de ação efetiva é de aproximadamente 30 minutos. Uma vez aberto um frasco de comprimidos, sua validade é muito curta porque a substância ativa volátil se evapora; o problema é evitado por preparações em aerossol. O mononitrato de isossorbida tem duração de ação mais prolongada do que o trinitrato de glicerila por ser absorvido e metabolizado mais lentamente,mas tem efeitos farmacológicos semelhantes. É deglutido e não colocado sob a língua; para profilaxia a posologia é de duas doses ao dia (geralmente pela manhã e no almoço, para permitir um período livre de nitratos durante a noite, quando não há esforço físico, de modo a evitar a tolerância). Efeitos adversos: O efeito adverso mais comum dos nitratos orgânicos é a cefaleia. Doses altas de nitratos também podem causar hipotensão postural, rubor facial e taquicardia. Inibidores da fosfodiesterase tipo 5 como a sildenafila potencializam a ação dos nitratos. Para evitar a perigosa hipotensão que pode ocorrer, essa associação é contraindicada. Nitroprussiato Sua utilidade clínica é limitada porque precisa ser dado por via intravenosa. Sofre hidrólise em solução (particularmente quando exposto à luz), com formação de cianeto. A solução intravenosa, portanto, precisa ser preparada recentemente a partir do pó seco e protegida da luz. O nitroprussiato é rapidamente convertido em tiocianato no organismo, sendo sua meia-vida plasmática de apenas alguns minutos, necessitando pois ser administrado em infusão contínua com cuidadosa monitoração para evitar hipotensão. O uso prolongado causa acúmulo de tiocianato e toxicidade (fraqueza, náuseas e inibição da função tireoidiana); consequentemente, o nitroprussiato é útil somente para tratamento de curto prazo (geralmente até um máximo de 72 h). É usado em unidades de terapia intensiva para emergências hipertensivas, para produzir hipotensão controlada durante cirurgia e 9 Alline Alvarez para reduzir o trabalho cardíaco durante disfunção cardíaca reversível, que ocorre depois de cirurgia de revascularização do miocárdio. Antagonistas do cálcio O termo “antagonistas do cálcio” é usado para fármacos que bloqueiam a entrada celular de Ca2+ através dos canais de cálcio do tipo L. Os fármacos de cada uma dessas classes químicas mencionadas ligam- se à subunidade α1 do canal de cálcio do tipo L, mas em pontos distintos. Estes interagem alostericamente entre si e com a maquinaria de controle de passagem do canal, impedindo sua abertura e, consequentemente, reduzindo a entrada de Ca2. Na isquemia, o influxo de cálcio aumenta devido à despolarização da membrana provocada pela hipóxia. Isso, por sua vez, promove a atividade de várias enzimas que consomem trifosfato de adenosina (ATP), esgotando, assim, os estoques de energia e agravando a isquemia. Os bloqueadores dos canais de cálcio protegem o tecido inibindo a entrada de cálcio nas células cardíacas e musculares lisas dos leitos arteriais coronarianos e sistêmicos. Esses fármacos afetam primariamente a resistência de músculos lisos arteriolares coronarianos e periféricos. Nota: o verapamil afeta principalmente o miocárdio, e o anlodipino exerce efeito maior nos músculos lisos nos vasos periféricos. Os principais efeitos dos antagonistas do cálcio usados terapeuticamente são sobre os músculos cardíaco e liso. O verapamil afeta preferencialmente o coração, enquanto a maioria das di-hidropiridinas (p. ex., nifedipino) exerce efeito mais pronunciado sobre a musculatura lisa do que sobre o coração. O diltiazem é intermediário em suas ações. Bloqueadores dos canais de cálcio di-hidropiridinas Nifedipino e anlodipino. A anlodipino é uma di-hidropiridina que atua principalmente como vasodilatador arteriolar. Esse fármaco apresenta efeito mínimo na condução cardíaca. O efeito vasodilatador do anlodipino é útil no tratamento da angina variante causada por espasmo coronariano espontâneo. Eles causam dilatação arterial tanto de artérias como de arteríolas, e não atuam sobre as veias. Causam vasodilatação coronariana e são utilizados em pacientes com angina variante (devido espasmo coronariano) Efeitos colaterais de di-hidropiridinas de ação curta: cefaleia e rubor devido sua ação vasodilatadora, e com uso crônico pode causar edema de tornozelo. Bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridinas O verapamil reduz diretamente a condução atrioventricular (AV) cardíaca e diminui a frequência e a força de contração cardíaca, a pressão 10 Alline Alvarez arterial e a demanda de oxigênio. O verapamil causa maior efeito inotrópico negativo do que o anlodipino, mas é um vasodilatador mais fraco. Os antagonistas do cálcio causam bloqueio AV e redução da frequência cardíaca por suas ações sobre os tecidos de condução. Os antagonistas do cálcio também têm um efeito inotrópico negativo em função de sua inibição da entrada de Ca2+ durante o platô do potencial de ação O verapamil é contraindicado em pacientes com insuficiência cardíaca preexistente devido ao efeito ionotrópico negativo ou anormalidades de condução AV. Efeitos colaterais: verapamil pode causar constipação devido sua ação sobre os canais de cálcio dos nervos gastrointestinais e musculatura lisa. O diltiazem também retarda a condução AV, diminui a velocidade de disparos do marca-passo sinusal e também é vasodilatador da artéria coronária. O diltiazem pode aliviar o espasmo da artéria coronária e é particularmente útil em pacientes com angina variante. Inibidores da fosfodiesterase Milrinona e anrinona são inibidores da fosfodiesterase que aumenta a concentração intracelular de AMPc, isso resulta em um aumento do cálcio intracelular e consequentemente aumento da força de contração cardíaca. Os inibidores da fosfodiesterase tipo III, responsável por degradar AMPc intracelular. Devido a inibição enzimática, ocorre aumento de AMPc, que causa aumento da força de contração cardíaca e arritmia. Melhoram a hemodinâmica de pacientes com insuficiência cardíaca porém pioram a sobrevida, devido arritmias. Sildefanil: altamente seletivo para a PDE5 presente no ML do corpo cavernoso. NÃO ASSOCIAR INIBIDOR DA FOSFODIESTERASE COM NITRATOS. 11 Alline Alvarez Ativadores de canais de potássio Causam relaxamento do músculo liso através da abertura de canais de potássio. Essa ação hiperpolariza as células o que faz com seja inativado os canais de cálcio dependentes de voltagem. Minoxidil é um vasodilatador potente de ação prolongada, utilizado como último recurso no tratamento da hipertensão grave não responsiva a outros fármacos. Causa hirsutismo (seu metabólito tópico é utilizado para tratar calvice) Causa retenção de sódio e água, por isso geralmente é prescrito junto com um diurético de alça. Causa taquicardia reflexa, que pode ser prevenida pelo uso de Beta- bloqueador.
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