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FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

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FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL E O ESTUDO DOS TRATADOS
FONTES
As fontes são os motivos que levam ao aparecimento da norma jurídica e os modos pelos quais ela se manifesta. 
	FONTES MATERIAIS
	FONTES FORMAIS
	Fatos que demonstram a necessidade e a importância da formulação de preceitos jurídicos, que regulem certas situações. 
	Modo de revelação e exteriorização da norma jurídica e dos valores que esta pretende tutelar. 
	Exemplos : II Guerra Mundial, fundamentos das normas de cunho filosófico, sociológico, político etc. 
	Exemplo : Processos de elaboração das normas (trataremos delas). 
	FONTES PRIMÁRIAS
	FONTES SECUNDÁRIAS
	Tratados, costumes internacionais, princípios gerais do direito.
	São aquerlas que explictam e não criam regras de direito internacional, apenas auxiliando a aplicação das fontes primárias, como doutrinas e decisões judiciais.
· Fontes estatutárias:
Estão consolidadas no art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ). Como o rol é EXEMPLIFICATIVO, também permite a existência de fontes extras estatutárias. 
	FONTES ESTATUTÁRIAS
	FONTES EXTRA-ESTATUTÁRIAS
	Tratados
	Atos unilaterais de Estados
	Costume internacional
	Atos unilaterais e decisões de OIs
	Princípios gerais do direito e do DIP
	Soft Law (quase direito, limitadonão são juridicamente obrigatórias)
	Jurisprudência* (auxiliar)
	
	Doutrina* (auxiliar)
	
- Para a doutrina majoritária, NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE AS FONTES.
(i) O que ocorre quando um tratado é celebrado contrariamente em relação ao costume? Mesmo não existindo hierarquia entre eles, o tratado pode revogar o costume. E o costume pode revogar tratado? O costume pode revogar o tratado na prática, mas tecnicamente não, porque o tratado é uma norma escrita, que para ser revogado precisa de outra norma escrita. No caso específico, o tratado não será mais utilizado porque está em DESUSO. 
Antes, a fonte mais empregada era o costume. Hoje, prevalecem os tratados. A importância dos tratados é prática e não necessariamente confere a estes uma hierarquia superior às outras fontes (mais democráticos e escritos).
	FONTES CONVENCIONAIS
	FONTES NÃO CONVENCIONAIS
	Resultam do acordo de vontades dos sujeitos de DIP.
	Fruto da evolução da realidade internacional.
	TRATADOS
Para alguns, o costume (polêmico).
	Todas as demais.
1) Costume Internacional: 
Prática Geral, Uniforme e Reiterada dos Sujeitos de DIP, reconhecida como Juridicamente Exigível.
ATENÇÃO: 
O costume internacional diferencia-se dos MEROS USOS e PRÁTICAS DE CORTESIA INTERNACIONAL, por contar com um requisito objetivo e um subjetivo. Mas cuidado: meros usos e práticas de cortesia podem vir a se tornar costume, se presentes os elementos objetivo e subjetivo: 
	ELEMENTO OBJETIVO (INVERTERATA CONSUETUDO)
	ELEMENTO SUBJETIVO (OPINIO JURIS)
	Prática generalizada, reiterada, uniforme e constante de um ato.
	Convicção de que essa prática é juridicamente obrigatória.
O que significa princípio do objetor persistente? Refere-se à não vinculação de um Estado para com determinado costume internacional. A norma costumeira não será aplicada a esse Estado. Para ser um objetor persistente, um Estado deve provar que sempre se opôs à aplicação de determinado costume.
A PARTE QUE INVOCA O COSTUME DEVE PROVAR SUA EXISTÊNCIA. Como? POR TODOS OS MEIOS DE PROVA ADMITIDOS. Elementos de provas que consta na jurisprudência da Corte Internacional de Justiça: Nota diplomática, manifestações de um determinado Estado nas suas relações diplomáticas, etc. 
Como se dá a alteração do costume? A alteração dá-se com a prática de atos contrários ao costume sem que haja sanção por outros Estados (os estados fiam inertes), que além disso, aderem a essa prática. Ex. Imunidade de jurisdição que era um costume muito forte, que a partir do tempo começou a ser relativizado, primeiramente oposição pelos EUA (cria uma lei que nega imunidade de jurisdição em atos negociais). Não houve sanção por outros Estados, o Brasil mesmo depois adota a imunidade de jurisdição relativa.
A norma costumeira só é alterada a partir de uma violação inicial? Sim, mas não basta isso. É necessário outro elemento: a não reação dos demais estados.
Quando um Estado viola uma norma consuetudinária, considerando que uma norma consuetudinária, vinculante que é, caso seja descumprida, os estados lesados podem exigir reparação dos danos? Sim, e se não recebem a reparação dos danos podem sancionar o Estado faltoso. Mas pode acontecer de um Estado violar um costume internacional não ser sancionado, não ser responsabilizado, e mais, os demais estados aderirem a essa mudança. O costume internacional advém de um processo que pode levar à sua própria alteração. Então, no caso acima, vamos imaginar que os demais estados não apenas não questionaram a mudança do costume, mas também começaram a se comportar da mesma maneira.
· A CIJ já decidiu que O COSTUME LOCAL PODE SER CONSIDERADO COMO FONTE DE DIP, tal como ocorreu no caso Haya de La Torre, no qual a CIJ reconheceu a existência de um costume regional no caso relativo ao asilo diplomático na América do Sul.
· COSTUMES PODEM REVOGAR TRATADOS E TRATADOS PODEM REVOGAR COSTUMES.
· NEM TODA NORMA COSTUMEIRA IDENTIFICA-SE COM O JUS COGENS. 
Jurisprudência Internacional:
Origina-se de Cortes como CJI, TPI, CIDH.
São fontes auxiliares. Para Mazzuoli, não cria o direito, mas sim o interpreta mediante a reiteração de decisões no mesmo sentido. Em qualquer caso, criam direito entre as partes em litígio. 
As sentenças da CIJ, ao interpretarem tratados ou esclarecerem o verdadeiro conteúdo dos costumes internacionais e dos princípios gerais do direito, contribuem para eliminar incertezas, porventura existentes no direito internacional, a ponto de a Comissão de Direito Internacional haver recorrido a estas em seus projetos de codificação, a fim de cobrir eventuais lacunas ou atualizar determinada regra jurídica.
A tendência da CIJ tem sido cada vez mais no sentido de se guiar pela sua própria jurisprudência, evitando em seus julgamentos afastar-se de decisões anteriores, a ponto de levar as partes a recorrerem cada vez mais aos precedentes. Nesse sentido, desempenharia a Corte a sua missão de aplicar o direito internacional, na medida em que confere estabilidade e previsibilidade ao conteúdo de sua própria jurisprudência. (ACCIOLY. 2012)
O que foi dito em relação à jurisprudência da CIJ se aplica, mutatis mutandis, às decisões dos demais tribunais Internacionais, e dos tribunais regionais, como é o caso das Cortes europeia e interamericana dos direitos humanos. (ACCIOLY, 2012)
Dentre julgados emanados dos tribunais internacionais, além do destaque inevitável para a Corte Internacional de Justiça e a sua predecessora, a Corte Permanente de Justiça Internacional, ao lado destas permanece a mais que centenária Corte Permanente de Arbitragem, somando-se-lhes outros tribunais internacionais, como o referido Tribunal Internacional do Mar, o Tribunal Penal Internacional, bem como os Tribunais penais internacionais ad hoc (desde Nuremberg e Tóquio ate Ruanda e ex-Iugoslávia), e os tribunais regionais, tais como as Cortes Europeia e Interamericana de direitos humanos (e equivalentes de outras regiões). (ACCIOLY, 2012)
3) Doutrina: 
Também é fonte auxiliar, constituindo funções da doutrina o fornecimento da prova do conteúdo do direito e a influência no seu desenvolvimento.
4) Princípios Gerais: 
Para CASSESE, em uma primeira fase de evolução da sociedade internacional, destacam-se três postulados: liberdade, igualdade e efetividade. Esses três postulados sintetizavam o que se propôs definir o “comportamento permissivo” (“atteggiamento permissivo” ou “laissez-faire approach”) do Direito Internacional tradicional: os Estados eram igualmente livres de adotarem qualquer comportamento, mas respeitando certas regras do jogo. No exercício dessa ilimitada liberdade eram criadas novas situações de fato, inclusive com uso de força armada, e o direito era posto a consagrá-las.
A adoção da Carta da ONUconstituiu uma evolução importante. O art. 2º da Carta estabeleceu alguns princípios fundamentais que todos os membros da ONU deveriam respeitar: a igualdade soberana dos Estados membros; e a obrigação de resolução das controvérsias de maneira pacífica e a proibição à ameaça do uso da força. Pela primeira vez um tratado internacional apontava parâmetros de comportamentos fundamentais para os Estados e enunciava os fins que a nova organização deveria perseguir.
Contudo, os princípios proclamados na Carta da ONU, não obstante a sua indubitável importância no papel evolutivo da sociedade internacional, começaram a se revelar inadequados na Década de 60 por sua generalidade e porque não satisfizeram adequadamente as exigências dos Estados de nova independência, com o fim dos impérios coloniais e a difusão do modelo socialista. Então, os Estados socialistas e os países em via de desenvolvimento iniciaram um processo de revisão, extensão e atualização dos princípios estabelecidos na Carta da ONU, com o fim de transformar os parâmetros de conduta de escopo universal. Os fatores que culminaram nessa direção eram essencialmente dois: de um lado, a exigência de dar ao Direito Internacional maior conformidade aos valores propugnados por esses países e também de responder à realidade internacional alterada; e, de outro lado, a necessidade de basear as relações internacionais em fundamentos mais seguros e previsíveis. Tal processo culminou na adoção por consenso, por parte da Assembleia Geral, da Declaração sobre as relações amigáveis entre os Estados, (Resolução 2625-XXV, 24/10/1970). Essa declaração apresentava os seguintes princípios, além dos já estabelecidos na Carta da ONU: a proibição da ingerência nos assuntos internos e externos dos Estados; o dever de cooperação; o princípio da boa-fé; o princípio da igualdade de direitos; e o princípio da autodeterminação dos povos.
Vejamos alguns desses princípios:
(i) Igualdade soberana dos Estados: o direito internacional tradicional era baseado em um conjunto de normas que protegiam a soberania dos estados e a sua igualdade jurídica. Em 1945, o art. 2.1 da Carta da ONU previu expressamente tal princípio. Compreende as duas noções distintas, a saber: 1) Soberania: que compreende os poderes de império sobre os indivíduos que vivem no território do Estado; o poder de utilizar e dispor livremente do território submetido à jurisdição, compreendendo todas as atividades consideradas necessárias ou úteis para a população; o direito de excluir os outros estados do exercício de soberania no próprio território (jus excludendi alios); o direito de reivindicar a imunidade para os próprios órgãos que tenham agido na qualidade oficial (imunidade funcional ou orgânica); o direito de exigir dos outros Estados a imunidade de jurisdição referente a atos praticados como ente soberano (atos de império); e direito de reivindicar o respeito da pessoa e dos bens dos próprios cidadãos e funcionários no exterior; 2) Igualdade jurídica: trata-se de uma igualdade do ponto de vista formal, no qual nenhum membro da sociedade internacional pode ser posto em posição de desvantagem. Todos devem ser tratados sob um plano de paridade.
(ii) Não ingerência nos assuntos internos e externos dos Estados: relacionado com o princípio de igualdade soberana, esse princípio mira garantir o respeito das prerrogativas fundamentais de qualquer Estado membro da sociedade internacional. Proíbe-se que um Estado busque obrigar determinado comportamento de outro Estado. 
(iii) A proibição da ameaça e do uso da força: princípio proclamado na Carta da ONU sem seu art. 2.4: Todos os Membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a dependência política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação incompatível com os Propósitos das Nações Unidas.
(iv) A solução pacífica das controvérsias: a Carta das Nações Unidas obriga os Estados membros a resolver as suas controvérsias de maneira pacífica para prevenir qualquer ameaça à paz, à segurança e à justiça. O Capitulo VI da Carta reforça essa obrigação em relação às controvérsias suscetíveis de ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacional, prevendo que o Conselho de Segurança pode convidar as partes a resolver a controvérsia de maneira pacífica (art. 33.2) instaurar um inquérito (art. 34), recomendar às partes pela escolha a tomada de determinada medida (art. 36.1) ou a solução que entenda ser adequada (arts. 37.2 e 38).
(v) O respeito aos direitos humanos: trata-se de princípio que se desenvolveu na sociedade internacional após a Segunda Guerra Mundial. Constitui em um princípio que se põe em contraste, se não em aberta colisão, com os princípios tradicionais de respeito da igualdade soberana e da proibição de ingerência. Exatamente por isso é o princípio que causa maiores problemas de coordenação com os outros. A adoção da Carta da ONU e, em seguida, de instrumentos internacionais de fundamental importância (ex: a Declaração Universal de 1948 e os dois pactos de 1966), exerceu influência tal sobre a sociedade internacional que nenhum Estado pode, atualmente, negar que os direitos humanos devam ser respeitados em todo o mundo. Quanto ao seu conteúdo, o princípio não impõe aos Estados a obrigação de respeitar regras específicas sobre direitos humanos. Requer unicamente que os Estados se abstenham de violações graves e repetidas de um direito fundamental (ex: não submissão à tortura, devido processo legal...) ou de negar uma série de direitos (como os direitos fundamentais civis ou políticos).
(vi) A autodeterminação dos povos: proposto desde a revolução francesa e posteriormente defendida, mas com diferentes acepções, por estadistas como Lênin e Wilson, a autodeterminação, em nível internacional, era entendida sob a ótica tradicional baseada na soberania do Estado. Nessa visão, parte-se da constatação de que a sociedade internacional era constituída de protetorados: os Estados soberanos buscavam perseguir os interesses de sua classe política dominante. As relações entre os sujeitos internacionais se desenvolviam entre grupos de governantes, que levavam em consideração os interesses dos próprios cidadãos apenas quando estes eram ameaçados por potências estrangeiras (e porque a proteção desses interesses era relevante para os governantes). Por outro lado, a construção feita em torno do princípio foi a de que os povos e as nações deveriam ter voz nas relações internacionais: as potências soberanas não poderiam dispor livremente dos assuntos internos e internacionais; a autodeterminação foi proclamada com princípio democrático que requisitava o consenso dos governantes de cada Estado soberano: os povos deveriam sempre ter o direito de escolher livremente seus governantes. Enfim, os povos e nações deveriam ser livres de toda opressão externa, no particular do domínio colonial. Minimizou-se, assim, a relevância de princípios tradicionais, como a legitimação dinástica do poder, o despotismo, os acordos entre governantes alheios às exigências das populações, etc. A autodeterminação introduz nas relações internacionais novo parâmetro para avaliar a legitimidade do poder, ou seja, o respeito aos desejos e às aspirações do povo e das nações, desferindo um duro golpe à situação existente. Com a promoção da formação de entidades internacionais baseadas nas livres aspirações das populações, infligiu-se um golpe letal aos impérios multinacionais e aos regimes coloniais. A autodeterminação apareceu radicada no sistema normativo internacional em três áreas: como postulado anticolonial, como proibição à instauração e manutenção de regimes de ocupação estrangeira e como condição para o pleno acesso ao governo de todos os grupos raciais.
) Analogia: 
Forma de regular relações sociais que não sejam objeto de norma jurídica expressa por meio do emprego de regras aplicáveis a casos semelhantes. Parte da doutrina entende que é fonte, outra parte entende que é meio de integração do ordenamento jurídico. 
6) Equidade:É a aplicação dos princípios de justiça a um caso concreto sub judice. O Estatuto da CIJ autoriza a Corte, ao examinar o litígio, a afastar a aplicação de uma norma que incida sobre um caso concreto, decidindo o conflito com base na equidade. Em todo caso, a equidade só poderá ser empregada a partir da ANUÊNCIA EXPRESSA DAS PARTES.
Parte da doutrina não reconhece como fonte formal. Parte considera mero elemento de integração. Em todo caso, a equidade é também princípio geral do direito. 
7) Atos Unilaterais dos Estados: 
Portela explica que, partindo-se da premissa voluntarista de que as normas de Direito Internacional se fundamentam no consentimento dos Estados e das Organizações Internacionais, os atos unilaterais não poderiam ser fontes do direito das Gentes. Contudo, a dinâmica das relações internacionais revela que atos cuja existência tenha dependido exclusivamente da manifestação de um Estado terminam por influenciar as relações internacionais, gerando consequências jurídicas independentemente da aceitação ou envolvimento de outros entes estatais. MAZZUOLI conceitua ato unilateral do Estado como uma manifestação de vontade inequívoca, deste, formulada com a intenção de produzir efeitos nas suas relações com outros Estados ou organizações internacionais, com o conhecimento expresso destes ou destas.
Características: NÃO são normativos, porque não têm generalidade e abstração. Entretanto, são atos jurídicos porque pertencem ao âmbito do direito.
Classificação: Os atos unilaterais podem ser expressos (forma escrita ou oral) ou tácitos (pelo silêncio ou pela prática de ações compatíveis com o seu objeto). O ato unilateral tácito é também denominado de aquiescência. Representa os efeitos de uma ausência de manifestação de vontade nas seguintes hipóteses: a) um Estado não utilizou dos meios jurídicos que seriam aptos a impedir uma situação de constituição de um direito em favor de outros Estados (preclusão); b) o Estado comportou-se anteriormente em contradição com suas alegações de motivos jurídicos (“estoppel”); c) o Estado silencia-se, numa situação em que a abstenção de manifestação de vontade, pode produzir efeitos jurídicos.
No Caso do Templo de Préah Viéhar, a CIJ aplicou no Direito Internacional o princípio geral de direito “qui tacet consentire videtur” (quem cala, quando deveria falar, consente): tratava-se da reivindicação de soberania sobre territórios onde se localizam importantes templos sagrados do Budismo, os quais foram julgados em favor do Cambódia, tendo em vista que se provou que a Tailândia, mesmo tendo conhecimento das fronteiras traçadas pela França entre referidos países, que foram herdadas após as respectivas independências, silenciara a respeito da localização dos templos e, ademais, tinha permitido a confecção, em gráficas em seu território, de mapas impressos, nos quais os mesmos eram situados no Cambódia, tendo a CIJ concluído que a Tailândia tinha, pois, dado seu consentimento tácito à situação, e, ainda mais, não tinha exercido o legítimo direito de protesto, ato internacional que pode impedir qualquer preclusão. 
- Tipos: a) PROTESTO: Manifestação expressa de discordância quanto a determinada situação, destinada ao transgressor de norma internacional para evitar a preclusão; b) NOTIFICAÇÃO: Ato pelo qual um Estado leva oficialmente ao conhecimento de outro ente estatal fato ou situação que pode produzir efeitos jurídicos, dando-lhe “a necessária certeza da informação”; c) RENÚNCIA: É a desistência de um direito. A bem da segurança jurídica, deve ser sempre expressa; d) DENÚNCIA: Ato pelo qual o Estado se desvincula de um tratado; e) RECONHECIMENTO: Ato expresso ou tácito de constatação e admissão da existência de certa situação que acarrete consequências jurídicas. Ex.: reconhecimento de Estado e de governo; f) RUPTURA DAS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS: Ato que suspende o diálogo oficial com um Estado nas relações internacionais; g) PROMESSA: Ato unilateral de um Estado, pelo qual este institui para si mesmo um dever de agir ou de abster-se de agir, criando um direito subjetivo a outros Estados de exigir o cumprimento de tal obrigação.
Ex.: Caso dos Ensaios Nucleares no Pacífico (Austrália v. França e Nova Zelândia v. França) - A França, citada, não apresentou sua concordância em aceitar a jurisdição da CIJ nem sua defesa, o que não impediu a CIJ de continuar com o processo. O fato é que, antes mesmo das audiências preliminares, a França, por declarações públicas de suas mais altas autoridades e por promessas feitas diretamente aos Governos da Austrália e da Nova Zelândia, declarou que cessaria aqueles experimentos com artefatos nucleares, até o final do ano de 1974, fatos estes de conhecimento notório. Isso motivou a CIJ a considerá-los como “um comprometimento do Estado francês” e, sendo assim, a declarar extinto o processo, sem julgamento de mérito, tendo em vista que os objetivos perseguidos pelos demandantes tinham sido satisfeitos, e, sem litigiosidade, o pedido não teria mais objeto.
Uma relevante distinção de atos unilaterais dos Estados se encontra na obra dos Profs. Dinh, Dailler e Pellet: a) atos unilaterais autonormativos - pelos quais “os Estados podem impor a si próprios obrigações ou exercer unilateralmente direitos nos limites admitidos pelo Direito Internacional Geral”, Ex: o reconhecimento unilateral de um Estado ou de um Governo, ou a renúncia de um direito; b) atos unilaterais heteronormativos - “na medida em que criam direitos em proveito de outros sujeitos de Direito”. Seriam os atos oponíveis a organizações intergovernamentais (retirada ou recesso), ou oponíveis a outros Estados, os quais podem ser eficazes, mesmo sem o consentimento destes Estados, tais como o protesto diplomático (que impede a formação de um direito costumeiro), a denúncia de tratados, e a promessa (em particular, as promessas de abstenção). 
Decisões de Organizações Internacionais (ex.: decisões da ONU)
As decisões das Organizações Internacionais (na sua condição de sujeito do DIP) são atos institucionais, dos quais os Estados não participam, senão indiretamente. Essas decisões devem manifestar-se obrigatoriamente com efeito “externa corporis” para serem consideradas fonte de DIP. Essas decisões (assim como as decisões dos Estados) são unilaterais, eis que emanadas de um único órgão, ao qual se atribui (por meio do tratado-fundação da organização) o poder de emitir decisões com poderes vinculantes para os Estados-partes.
Muitas dessas decisões de organizações internacionais, a exemplo de algumas resoluções da ONU, podem deter o valor jurídico de “jus cogens”. Para saber os limites dos poderes decisórios de certa organização internacional, tem que se analisar o seu tratado-fundação. 
Salienta-se que elas podem ser internas (funcionamento da entidade) ou externas (tutelar direitos e obrigações dos sujeitos do DIP), podendo ou não obrigar seus destinatários.
As OI podem praticar os mesmos atos unilaterais que os Estados.
Quando vinculantes, são fontes de DIP, o que não exclui a importância de resoluções não vinculantes como parâmetros interpretativos. Ex. de resolução vinculante: proibição de comércio de armas e materiais relacionados entre o Brasil e a Coreia do Norte. As resoluções deverão ser executadas no Brasil por meio do decreto presidencial. 
São exemplos de decisões tomadas no âmbito das organizações internacionais: a) Assembleia-Geral da ONU – DECISÕES e RESOLUÇÕES; b) FMI – RESOLUÇÕES; c) Comunidade Econômica Europeia – DIRETRIZES/DIRETIVAS; d) Comunidade Europeia do Carvão e do Aço – RECOMENDAÇÕES; e) Conselho de Segurança da ONU – MANDATÓRIAS.
) Jus Cogens (Normas Imperativas): 
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral, que é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo como norma da qual NENHUMA DERROGAÇÃO É PERMITIDA e que SÓ PODE SER MODIFICADA POR NORMA ULTERIOR DE DIREITO INTERNACIONAL GERAL DA MESMA NATUREZA (art. 53 da Convenção de Viena sobreo Direito dos Tratados).
Diante dessa previsão, pode-se afirmar que jus cogens consiste em um conjunto de normas internacionais que contém valores essenciais da comunidade internacional como um todo, valores essenciais da comunidade internacional como um todo, dotado de SUPERIORIDADE normativa.
Primazia na ordem jurídica internacional e imperatividade de seus preceitos: restrição direta da soberania em nome da defesa de certos valores vitais. Dessa forma, o confronto entre uma norma jus cogens e uma norma internacional qualquer, esta última perde. 
A norma jus cogens pode ter origem convencional (prevista em tratado) ou origem consuetudinária (derivada de costumes).
O rol das normas de jus cogens não é expressamente definido. A definição é fruto de um processo histórico, político e social, dentro da qual a sociedade internacional reconhece em certos valores maior importância para a coexistência entre seus membros. Ex.: normas que tratam de direitos humanos, proteção do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável, paz e proibição do uso da força, segurança internacionais, autodeterminação dos povos, 
Soft Law: 
Trata-se de uma nova modalidade normativa, de caráter mais flexível, tendo a capacidade de oferecer soluções mais rápidas para os problemas das relações sociais. Em suma, soft law é considerado um conjunto de regras cujo VALOR NORMATIVO SERIA LIMITADO, seja porque os instrumentos que as contêm não seriam juridicamente obrigatórios, seja porque as disposições em causa, ainda que figurando em um instrumento constringente, não criariam obrigações de direito positivo ou não criariam senão obrigações pouco constringentes. Modalidades: 
a) Normas, jurídicas ou não, de linguagem vaga ou de conteúdo variável ou aberto ou, ainda, que tenham caráter principiológico ou genérico;
b) Normas que prevejam mecanismos de solução de controvérsias, como a conciliação e mediação;
c) Atos concertados entre os Estados que não adquiram a forma de tratados e que não sejam obrigatórios;
d) Instrumentos produzidos por entes não-estatais que consagrem princípios orientadores do comportamento dos sujeitos de DIP e que tendam a estabelecer novas normas jurídicas. 
Em suma, o soft law inclui preceitos que ainda não se transformaram em normas jurídicas ou cujo CARÁTER VINCULANTE É MUITO DÉBIL, ou seja, com graus de normatividade menores que os tradicionais. Têm caráter de MERAS RECOMENDAÇÕES. Não se reveste das formas clássicas adotadas pelas normas internacionais, como os tratados, embora possa identificar-se com as resoluções ou recomendações não vinculantes de organizações internacionais.
Nesse contexto, pode-se afirmar que se trata de um quadro que fortalece noções de autonomia da vontade e arbitragem, todas tendo em comum a maior flexibilidade e capacidade de oferecer soluções mais rápidas para os problemas das relações sociais.
As soft norms não têm o mesmo grau de atribuição de capacidades, nem são tão importantes quanto as normas restritivas, mas os Estados comprometem-se a cooperar e a respeitar os acordos realizados, sem submeter-se, no entanto, a obrigações jurídicas.

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