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Aula 6 - Informação por segmento e ativos e passivos contingentes

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Contabilidade Internacional
Aula 6: Informação por segmento e ativos e passivos
contingentes
Apresentação
Nesta aula, você diferenciará dois tipos de segmentos: operacional e divulgável. Em seguida, verá quais são os critérios
utilizados para identi�car um segmento divulgável de acordo com a Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 22 e NBC
TG 22. Também decodi�cará as de�nições dadas às provisões, passivos e ativos contingentes de acordo com a Norma
Brasileira de Contabilidade NBC TG 25 e CPC 25.
Objetivos
Identi�car as informações por segmentos a serem divulgadas;
Reconhecer ativos e passivos contingentes.
 Fonte: Por Trong Nguyen / Shutterstock.
Conglomeração de empresas
A conglomeração de empresas e a diversi�cação de suas atividades operacionais se tornou prática normal no mundo dos
negócios.
Para você compreender melhor, a partir da convergência com as IFRS e da necessidade de retratar a realidade econômica das
entidades para os usuários das informações contábeis, é preciso identi�car, dentro desse complexo empresarial, as atividades
operacionais segmentadas em que a entidade atua.
Antes da convergência com as normas internacionais, esse
tipo de informação não era exigido e as empresas as
divulgavam acanhadamente. Conforme Iudícibus et. al.
(2010, p. 629) “algumas faziam esse tipo de divulgação de
forma tímida e incipiente, geralmente condicionada à
emissão de ações, debêntures ou títulos no exterior”.
Ainda segundo Iudícibus et.al. (2010), no Brasil, as poucas
inciativas de apresentação das informações por segmento
estavam limitadas aos órgãos reguladores, tais como Banco
Central (BACEN), Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL) e Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Fonte: gennegociosegestao.com.br/
Com a convergência das normas internacionais, foi editado, em 2009, o Pronunciamento Contábil NBC TG 22 – correlação ao
IFRS 8 e CPC 22, que estabelece as de�nições e as orientações que a entidade deve apresentar aos usuários das informações
contábeis, destacando os relatórios �nanceiros as atividades em que opera.
Mackenzie et. al. (2013) menciona que “a IFRS 8 estabelece como uma entidade deve divulgar informações sobre seus
segmentos operacionais nas demonstrações contábeis anuais.”
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As informações divulgadas sobre os segmentos envolvidos
em que a entidade opera constituem “princípio básico que
possibilitam aos usuários da informação a avaliação correta
da natureza das atividades do negócio e seus respectivos
efeitos �nanceiros, conhecendo, de fato, o ambiente
econômico em que a empresa se encontra inserida. ”
(IUDÍCIBUS, 2010, p.630)
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As diretrizes apresentadas pela NBC TG 22 estão orientadas para as empresas que publicam suas informações contábeis
consolidadas. Conforme essa norma contábil, suas orientações se aplicam:
(a) às demonstrações contábeis separadas ou individuais da entidade: (i) cujos instrumentos de dívida ou patrimonial sejam
negociados em mercado de capitais (bolsa de valores nacional ou estrangeira ou mercado de balcão, incluindo mercados
locais e regionais); ou (ii) que tenha depositado, ou esteja em vias de depositar, suas demonstrações contábeis à Comissão de
Valores Mobiliários ou a outra organização reguladora, com a �nalidade de emitir qualquer categoria de instrumento em
mercado de capitais;
(b) às demonstrações contábeis consolidadas de uma controladora com suas controladas: (i) cujos instrumentos de dívida
ou patrimonial sejam negociados em mercado de capitais (bolsa de valores nacional ou estrangeira ou mercado de balcão,
incluindo mercados locais e regionais); ou (ii) que tenha depositado, ou esteja em vias de depositar, as demonstrações
contábeis consolidadas na Comissão de Valores Mobiliários ou em outros reguladores, com a �nalidade de emitir qualquer
categoria de instrumento em mercado de capitais.
O item 3 do referido pronunciamento relata que se a empresa não é obrigada a divulgar as informações por segmento, pode
divulgar informações sobre segmentos que não estejam em acordo com a NBC TG 22, mas não deve classi�cá-lo como
informação por segmento.
Além disso, no item 4 do pronunciamento contábil, a NBC TG 22 de�ne que “se um relatório �nanceiro que contém tanto as
demonstrações contábeis consolidadas da controladora que estão dentro do alcance deste Pronunciamento quanto suas
demonstrações contábeis individuais, a informação por segmento é exigida somente para as demonstrações contábeis
consolidadas”.
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 Segmento operacional e Segmento divulgável
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Segmento operacional
Segundo o item 5 da NBC TG 22, segmento operacional é um segmento da entidade que:
“(a) que desenvolve atividades de negócio das quais pode obter receitas e incorrer em despesas (incluindo receitas e
despesas relacionadas com transações com outros componentes da mesma entidade);
(b) cujos resultados operacionais são regularmente revistos pelo principal gestor das operações da entidade para a
tomada de decisões sobre recursos a serem alocados ao segmento e para a avaliação do seu desempenho; e
(c) para o qual haja informação �nanceira individualizada disponível. Um segmento operacional pode desenvolver
atividades de negócio cujas receitas ainda serão obtidas. Por exemplo, as operações em início de atividade podem
constituir segmentos operacionais antes da obtenção de receitas. Nem todas as partes da entidade constituem,
necessariamente, segmento operacional ou parte de segmento operacional”, conforme item 6 da NBC TG 22.
Ainda no item 6, “a sede corporativa ou alguns departamentos funcionais podem não obter receitas ou podem obter
receitas que sejam apenas ocasionais em relação às atividades da entidade e não são segmentos operacionais. Para
�ns deste Pronunciamento, os planos de benefícios pós-emprego de entidade não constituem segmentos
operacionais”.
No item 7 da NBC TG 22 “a expressão ‘principal gestor das operações’ identi�ca uma função, não necessariamente um
gestor com título especí�co. Essa função é alocar recursos e avaliar o desempenho dos segmentos operacionais da
entidade. Frequentemente, o principal gestor das operações da entidade é o seu presidente ou o diretor de operações,
mas pode ser, por exemplo, um grupo de diretores executivos ou outros”.
Para muitas entidades, de acordo com o item 8 do pronunciamento contábil NBC TG 22, “as três características dos
segmentos operacionais descritas no item 5 de�nem claramente seus segmentos operacionais. No entanto, a
entidade pode elaborar relatórios em que suas atividades de negócio sejam apresentadas de vários modos. Se o
principal gestor de operações utilizarem mais de um conjunto de informações por segmento, outros fatores podem
identi�car um único conjunto de componentes como segmentos operacionais da entidade, como a natureza das
atividades de negócio de cada componente, a existência de gestores responsáveis por essas atividades e as
informações apresentadas ao conselho de administração”.
Na sequência, os itens 9 e 10 mencionam que “geralmente, um segmento operacional tem um gestor do segmento que
se reporta diretamente ao principal gestor das operações e com este mantém contato regular para discutir sobre as
atividades operacionais, os resultados �nanceiros, as previsões ou os planos para o segmento.
A expressão ‘gestor de segmento’ identi�ca uma função e, não necessariamente, um gestor com título especí�co. O
principal gestor das operações também pode ser o gestor de segmento de alguns segmentos operacionais.
Um único gestor poder ser o gestor de segmento para mais de um segmento operacional. Se as características
enunciadas no item 5 se aplicarem a mais de um conjunto de componentes da organização, mas houver apenas um
único conjunto do qual os gestores de segmento sejam responsáveis, esse conjunto de componentes constituirá os
segmentos operacionais.
As características enunciadas no item 5 podem se aplicar a doisou mais conjuntos de componentes que se
sobreponham, para os quais existam gestores responsáveis. Essa estrutura é, às vezes, referida como forma de
organização matricial. Por exemplo, em algumas entidades, alguns gestores são responsáveis por diversas linhas de
produtos e de serviços em nível mundial, enquanto outros gestores são responsáveis por áreas geográ�cas
especí�cas.
O principal gestor das operações analisa regularmente os resultados operacionais de ambos os conjuntos de
componentes, e há informações contábeis disponíveis de ambos. Nessas circunstâncias, a entidade deve determinar o
conjunto de componentes que constitui os segmentos operacionais, tomando por referência o princípio fundamental”.
Segmento divulgável
O item 11 da NBC TG 22 traz a de�nição de segmento divulgável, em que a entidade deve evidenciar, separadamente, a
informação sobre cada segmento operacional que:
“(a) tenha sido identi�cado de acordo com os itens de 5 a 10 do pronunciamento NBC TG 22 ou que resulte da
agregação de dois ou mais desses segmentos estabelecido de acordo com o item 12 do referido pronunciamento; e
(b) supere os parâmetros quantitativos referidos no item 13. Os itens de 14 a 19 especi�cam outras situações em que
informações separadas sobre um segmento operacional devem ser evidenciadas” em conformidade com o NBC TG
22.
Segmento divulgável
O item 12 da NBC TG 22 menciona que:
“os segmentos operacionais apresentam muitas vezes desempenho �nanceiro de longo prazo semelhante se possuírem
características econômicas similares. Por exemplo, para dois segmentos operacionais, caso suas características econômicas
sejam semelhantes, seriam esperadas margens brutas médias semelhantes no longo prazo. Dois ou mais segmentos
operacionais podem ser agregados em um único segmento operacional se a agregação for compatível com o princípio básico
deste Pronunciamento, se os segmentos tiverem características econômicas semelhantes e se forem semelhantes em relação
a cada um dos seguintes aspectos:
(a) natureza dos produtos ou serviços; 
(b) natureza dos processos de produção; 
(c) tipo ou categoria de clientes dos seus produtos e serviços; 
(d) métodos usados para distribuir os seus produtos ou prestar os serviços; 
(e) se aplicável, a natureza do ambiente regulatório, por exemplo, bancos, seguros ou serviços de utilidade pública”.
Parâmetros mínimos quantitativos
O item 13 do pronunciamento relata que:
“a entidade deve divulgar separadamente as informações sobre o segmento operacional que atenda a qualquer um dos
seguintes parâmetros:
(a) sua receita reconhecida, incluindo tanto as vendas para clientes externos quanto as vendas ou transferências Inter
segmentos, é igual ou superior a 10% da receita combinada, interna e externa, de todos os segmentos operacionais; 
(b) o montante em termos absolutos do lucro ou prejuízo apurado é igual ou superior a 10% do maior, em termos absolutos,
dos seguintes montantes: (i) lucro apurado combinado de todos os segmentos operacionais que não apresentaram prejuízos; e
(ii) prejuízo apurado combinado de todos os segmentos operacionais que apresentaram prejuízos; 
(c) seus ativos são iguais ou superiores a 10% dos ativos combinados de todos os segmentos operacionais. 
 
Os segmentos operacionais que não atinjam quaisquer dos parâmetros mínimos quantitativos podem ser considerados
divulgáveis e podem ser apresentados separadamente se a administração entender que essa informação sobre o segmento
possa ser útil para os usuários das demonstrações contábeis. 
 
Se o total de receitas externas reconhecido pelos segmentos operacionais representar menos de 75% da receita da entidade,
segmentos operacionais adicionais devem ser identi�cados como segmentos divulgáveis (mesmo que eles não satisfaçam
aos critérios enunciados no item 13 do pronunciamento contábil NBC TG 22 até que pelo menos 75% das receitas da entidade
estejam incluídas nos segmentos divulgáveis”, em conformidade com o item 15 da NBC TG 22.
Divulgação
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 22:
“A entidade deve divulgar informações que permitam aos usuários das
demonstrações contábeis avaliarem a natureza e os efeitos �nanceiros das
atividades de negócio em que está envolvida e os ambientes econômicos
em que opera”.
Além disso:
“Para aplicar o princípio enunciado no item 20, a entidade deve divulgar as seguintes informações em relação a cada período
para o qual seja apresentada demonstração do resultado abrangente: 
 
(a) as informações gerais descritas no item 22; 
(b) informações sobre o lucro ou prejuízo reconhecido dos segmentos, incluindo as receitas e as despesas especí�cas que
compõem o lucro ou o prejuízo desses segmentos, os respectivos ativos, os passivos e as bases de mensuração, como
descritos nos itens de 23 a 27 da NBC TG 22; 
(c) conciliações das receitas totais dos segmentos, do respectivo lucro ou prejuízo, dos seus ativos e passivos e outros itens
materiais com os montantes correspondentes da entidade, em conformidade com o item 28.
Devem ser efetuadas conciliações dos valores do balanço patrimonial para segmentos divulgáveis com os valores do balanço
da entidade para todas as datas em que seja apresentado o balanço patrimonial. As informações dos períodos anteriores
devem ser reapresentadas em conformidade com os itens 29 e 30 do pronunciamento contábil NBC TG 22”.
Mensuração e conciliação
O item 25 do pronunciamento contábil NBC TG 22 descreve que:
“o montante de cada item dos segmentos divulgados deve
corresponder ao valor reportado ao principal gestor das
operações para �ns de tomada de decisão sobre a alocação
de recursos ao segmento e de avaliação do seu
desempenho.”
Na sequência, no item 28, a entidade deve fornecer conciliações dos seguintes elementos:
“(a) o total das receitas dos segmentos divulgáveis com as receitas da entidade; 
(b) o total dos valores de lucro ou prejuízo dos segmentos divulgáveis com o lucro ou o prejuízo da entidade antes das
despesas (receitas) de imposto de renda e contribuição social e das operações descontinuadas. No entanto, se a entidade
alocar a segmentos divulgáveis itens como despesa de imposto de renda e contribuição social, a entidade pode conciliar o total
dos valores de lucro ou prejuízo dos segmentos com o lucro ou o prejuízo da entidade depois daqueles itens; 
(c) o total dos ativos dos segmentos divulgáveis com os ativos da entidade, se os ativos do segmento são divulgados de
acordo com o item 23; (Alterada pela Revisão CPC 06) 
(d) o total dos passivos dos segmentos divulgáveis com os passivos da entidade, se os passivos dos segmentos forem
divulgados de acordo com o item 23; 
(e) o total dos montantes de quaisquer outros itens materiais das informações evidenciadas dos segmentos divulgáveis com
os correspondentes montantes da entidade.
Todos os itens de conciliação materiais devem ser identi�cados e descritos separadamente. 
 
Por exemplo, o montante de cada ajuste signi�cativo necessário para conciliar lucros ou prejuízos do segmento divulgável
com o lucro ou o prejuízo da entidade, decorrente de diferentes políticas contábeis, deve ser identi�cado e descrito
separadamente”.
Na sequência, serão apresentadas a você as orientações para o reconhecimento, mensuração das Provisões, Passivas e Ativos
Contingentes.
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 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes – NBC TG 22 - CPC 25 x IAS 37
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De acordo com Iudícibus et. al. (2010), os subgrupos do passivo estão de�nidos nas obrigações presentes, que são
certas e normalmente suportadas por documentação que não deixa incerteza quanto ao valor e a data prevista de
pagamento.
Iudícibus et. al. (2010, p.334) menciona que:
“Vale ressaltar que o termo provisão foi amplamente utilizado pelos contadores como referência a
qualquer obrigação ou redução do valor de um ativo [...] entretanto, o termo provisão, como já estava
tratado na Deliberação nº 489/05, conforme a preferencia do IASB, refere-seapenas aos passivos com
prazo ou valor incerto”.
Ainda conforme Iudícibus et. al. (2010) o termo provisão também foi muito utilizado para se referir às contas
reti�cadoras do ativo, como a conta de depreciação acumulada e, conforme a�rma, o autor foi usado
inadequadamente, sendo a adaptação mais correta como “perdas estimadas”. A adequação desses conceitos visa a
conformidade com as normas internacionais e com o conceito de “redução ao valor recuperável dos ativos”.
Iudícibus et. al. (2010, p.334, 335) menciona que:
Merece também destaque a diferenciação entre as provisões propriamente ditas e as “provisões
derivadas de apropriações por competência” (accruals). Estas são caracterizadas como obrigações já
existentes, registradas no período de competência, em que não existe grau de incerteza relevante. Assim,
pode-se dizer que já se caracterizam como passivos genuínos e não devem ser reconhecidos como
provisões.
Exemplos dos passivos registrados por regime de competência citados por Iudícibus são as férias e 13º salários
devidos aos funcionários.
A norma contábil que tem o objetivo de estabelecer que sejam aplicados critérios de reconhecimento e bases de
mensuração apropriados para as provisões, passivos e ativos contingentes, que seja divulgada informação su�ciente
nas notas explicativas para permitir que os usuários entendam a sua natureza, oportunidade e valor, é a NBC TG 25.
No item 7 do NBC TG 25, encontram-se de�nidas a provisão como passivo de prazo ou valor incertos. Em alguns
países, o termo “provisão” é também usado no contexto de itens como depreciação, redução ao valor recuperável de
ativos e créditos de liquidação duvidosa: estes são ajustes dos valores contábeis de ativos e não são tratados neste
Pronunciamento Técnico.
No item 10 do NBC TG 25, encontram-se algumas de�nições importantes que precisamos salientar, tais como:
“a) Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos. 
b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que
resulte em saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos. 
c) Evento que cria obrigação é um evento que cria uma obrigação legal ou não formalizada que faça com que a
entidade não tenha nenhuma alternativa realista senão liquidar essa obrigação. 
d) Obrigação legal é uma obrigação que deriva de: (a) contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos); (b)
legislação; ou (c) outra ação da lei. 
e) Obrigação não formalizada é uma obrigação que decorre das ações da entidade em que: (a) por via de padrão
estabelecido de práticas passadas, de políticas publicadas ou de declaração atual su�cientemente especí�ca, a
entidade tenha indicado a outras partes que aceitará certas responsabilidades; e (b) em consequência, a entidade cria
uma expectativa válida nessas outras partes de que cumprirá com essas responsabilidades. 
f) Passivo contingente é: (a) uma obrigação possível que resulta de eventos passados e cuja existência será
con�rmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da
entidade; ou (b) uma obrigação presente que resulta de eventos passados, mas que não é reconhecida porque: (i) não
é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja exigida para liquidar a obrigação;
ou (ii) o valor da obrigação não pode ser mensurado com su�ciente con�abilidade. 
g) Ativo contingente é um ativo possível que resulta de eventos passados e cuja existência será con�rmada apenas
pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade. 
h) Contrato oneroso é um contrato em que os custos inevitáveis de satisfazer as obrigações do contrato excedem os
benefícios econômicos que se esperam sejam recebidos ao longo do mesmo contrato. 
i) Reestruturação é um programa planejado e controlado pela administração e que altera materialmente: (a) o âmbito
de um negócio empreendido por entidade; ou (b) a maneira como o negócio é conduzido”.
Provisão e outros passivos
No item 11 da NBC TG 25, a norma menciona que “as provisões podem ser distintas de outros passivos tais como
contas a pagar e passivos derivados de apropriações por competência (accruals) porque há incerteza sobre o prazo ou
o valor do desembolso futuro necessário para a sua liquidação. [...] Por contraste: (a) as contas a pagar são passivos a
pagar por conta de bens ou serviços fornecidos ou recebidos e que tenham sido faturados ou formalmente acordados
com o fornecedor; e (b) os passivos derivados de apropriações por competência (accruals) são passivos a pagar por
bens ou serviços fornecidos ou recebidos, mas que não tenham sido pagos, faturados ou formalmente acordados com
o fornecedor, incluindo valores devidos a empregados (por exemplo, valores relacionados com pagamento de férias).
[...] Embora algumas vezes seja necessário estimar o valor ou prazo desses passivos, a incerteza é geralmente muito
menor do que nas provisões. Os passivos derivados de apropriação por competência (accruals) são frequentemente
divulgados como parte das contas a pagar, enquanto as provisões são divulgadas separadamente.”
Provisão e Passivos Contingentes
No item 12 da NBC TG 25, você pode veri�car que “em regra geral todas as provisões são contingentes porque são
incertas quanto ao seu prazo ou valor.”
Porém, na NBC TG 25 e no Pronunciamento Técnico CPC 25 “o termo ‘contingente’ é usado para passivos e ativos que
não sejam reconhecidos porque a sua existência somente será con�rmada pela ocorrência ou não de um ou mais
eventos futuros incertos não totalmente sob o controle da entidade. Adicionalmente, o termo passivo contingente é
usado para passivos que não satisfaçam os critérios de reconhecimento”.
No item 13, temos a distinção entre Provisões e Passivos Contingentes:
“a) Provisões - que são reconhecidas como passivo (presumindo-se que possa ser feita uma estimativa
con�ável) porque são obrigações presentes e é provável que uma saída de recursos que incorporam
benefícios econômicos seja necessária para liquidar a obrigação;
b) Passivos contingentes – que não são reconhecidos como passivo porque são: (i) obrigações possíveis,
visto que ainda há de ser con�rmado se a entidade tem ou não uma obrigação presente que possa
conduzir a uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos, ou (ii) obrigações presentes
que não satisfazem os critérios de reconhecimento deste Pronunciamento Técnico (porque não é provável
que seja necessária uma saída de recursos que incorporem benefícios econômicos para liquidar a
obrigação, ou não pode ser feita uma estimativa su�cientemente con�ável do valor da obrigação).[...]
“Uma provisão deve ser reconhecida quando: 
 
a) a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado de evento passado; 
b) seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos para
liquidar a obrigação; e 
c) possa ser feita uma estimativa con�ável do valor da obrigação.
Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser reconhecida”.
Veja o que está disposto no item 15:
“Em casos raros não é claro se existe ou não uma obrigação presente. Nesses casos, presume-se que
um evento passado dá origem a uma obrigação presente se, levando em consideração toda a evidência
disponível, é mais provável que sim do que não que existe uma obrigação presente na data do balanço.”
O item 25 da NBC TG 25 de�ne que o uso de estimativas “é uma parte essencial da elaboração de demonstrações
contábeis e não prejudica a sua con�abilidade. [...] Isso é especialmente verdadeiro no caso de provisões, que pela sua
natureza são mais incertas do que a maior parte de outros elementos do balanço. Exceto em casos extremamente
raros, a entidade é capaz de determinar um conjunto de desfechos possíveis e, dessa forma, fazer uma estimativa da
obrigação que seja su�cientemente con�ável para ser usada no reconhecimento da provisão”.
No Quadro I, você pode observara hierarquia para o reconhecimento contábil dos passivos contingentes conforme a
natureza da obrigação: se provável, se possível ou remota:
Você pode constatar que não é realizado o reconhecimento contábil de uma provisão classi�cada como possível,
apenas divulgada em nota explicativa. A remota não é nem mencionada em nota explicativa. Já a provisão classi�cada
como provável deve ser reconhecida como balanço patrimonial.
Ativo contingente
Quadro I – Provisão Provável, Possível ou Remota
Obrigação
provável
Quando a obrigação for classificada pelo setor jurídico da empresa como de provável realização financeira,
de acordo com sua experiência em transações semelhantes se for possível estimar seu valor com segurança;
neste caso a empresa provisiona o montante e evidencia o fato em notas explicativas.
Obrigação
possível
Apenas é feita divulgação em notas explicativas, não sendo necessária a correspondente provisão.
Obrigação
remota
Não são adotados quaisquer procedimentos a respeito (nem provisões, nem divulgação em notas
explicativas).
Fonte: Por Dentro da Contabilidade
O item 31 e 32 da NBC TG 25 menciona que “a entidade não deve reconhecer um ativo contingente. Os ativos
contingentes surgem normalmente de evento não planejado ou de outros não esperados que deem origem à
possibilidade de entrada de benefícios econômicos para a entidade. Um exemplo é uma reivindicação que a entidade
esteja reclamando por meio de processos legais, em que o desfecho seja incerto. [...] Os ativos contingentes não são
reconhecidos nas demonstrações contábeis, uma vez que pode tratar-se de resultado que nunca venha a ser realizado.
Porém, quando a realização do ganho é praticamente certa, então o ativo relacionado não é um ativo contingente e o
seu reconhecimento é adequado”, conforme item 33 da NBC TG 25.
Em consonância com o item 89 da NBC TG 25, “um ativo contingente é divulgado quando for provável a entrada de
benefícios econômicos, a entidade deve divulgar uma breve descrição da natureza dos ativos contingentes na data do
balanço e, quando praticável, uma estimativa dos seus efeitos �nanceiros”.
Mensuração: passivo e ativo contingente
De acordo com o item 36 da NBC TG 25, “o valor reconhecido como provisão deve ser a melhor estimativa do
desembolso exigido para liquidar a obrigação presente na data do balanço. [...] No item 37 a melhor estimativa do
desembolso exigido para liquidar a obrigação presente é o valor que a entidade racionalmente pagaria para liquidar a
obrigação na data do balanço ou para transferi-la para terceiros nesse momento. [...] É muitas vezes impossível ou
proibitivamente dispendioso liquidar ou transferir a obrigação na data do balanço. Porém, a estimativa do valor que a
entidade racionalmente pagaria para liquidar ou transferir a obrigação produz a melhor estimativa do desembolso
exigido para liquidar a obrigação presente na data do balanço”.
Atividade
1. Complete as lacunas:
1) digite a resposta é um segmento da entidade que desenvolve atividades de negócio das quais pode obter receitas e
incorrer em despesas.
2) Entre os digite a resposta recomenda-se utilizar a receita reconhecida, incluindo tanto as vendas para clientes
externos quanto as vendas ou transferências Inter segmentos, for igual ou superior a 10% da receita combinada, interna e externa,
de todos os segmentos operacionais.
3) digite a resposta é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera
que resulte em saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.
4) digite a resposta a entidade deve estimar e reconhecer como provisão e evidenciar os fatos em notas explicativas.
2. Em relação aos ativos contingentes qual é a orientação contábil que a empresa deve observar?
Notas
Referências
BRAGGIO, M. B. Contabilidade Internacional. Rio de Janeiro: SESES, 2017.
IUDICIBUS, S. DE; MARTINS E.; GELBCKE, E.R.; SANTOS, A. DOS. Manual de Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 2010.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução 2017/NBCTG25(R2). Disponível em:
//www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2017/NBCTG25(R2)&arquivo=NBCTG25(R2).doc. Acesso em: 05 set.
2019
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2019.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução 2015/NBCTG22(R2). Disponível em:
http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2015/NBCTG22(R2). Acesso em: 05 set. 2019.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 25. Disponível em:
//static.cpc.aatb.com.br/Documentos/304_CPC_25_rev%2013.pdf. Acesso em: 05 set. 2019.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 22. Disponível em:
//static.cpc.aatb.com.br/Documentos/292_CPC_22_rev%2008.pdf. Acesso em: 05 set. 2019.
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2013.
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