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TEORIA GERAL DA PROVA “Somos suspeitos de um crime perfeito, mas crimes perfeitos não deixam suspeitos.” Engenheiros do Hawaii. TEORIA GERAL DA PROVA I- CONCEITO II- FINALIDADE/DESTINATÁRIO DA PROVA III- OBJETO IV- SUJEITOS DA PROVA IV- FATOS QUE INDEPENDEM DE PROVA a) Intuitivos ou axiomáticos - § único, do art. 162, CPP b) Atos notórios c) Atos inúteis juris et de jure - Art. 27, CP d) Presunções legais juris tantum - Art. 26, CP V- ÔNUS DA PROVA VII- SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA a) Sistema da íntima convicção do juiz ou sistema da certeza moral b) Sistema da prova tarifada ou sistema da certeza legal ➔ § único, do art. 155, CPP - art. 62, CPP c) Sistema do convencimento motivado ➔ Art. 92, IX, da CF VIII- PRINCÍPIOS QUE REGEM A ATIVIDADE PROBATÓRIA a) Princípio do Contraditório ou da Audiência Bilateral ➔ Princípio da Paridade de Armas b) Princípio da Comunhão dos meios das provas ou aquisição da prova c) Princípio da Imediação ou Imediatidade d) Princípio da Identidade Física do Juiz - § 2º, do art. 399, CPP e) Princípio da Concentração - Art. 400, § 1º, CPP IX- PROVAS CAUTELARES, NÃO REPETÍVEIS E ANTECIPADAS ➔ Art. 155, CPP a) Provas cautelares 1. Risco de desaparecimento do objeto da prova em razão do decurso do tempo; 2. Contraditório diferido; 3. Produção na investigação e na fase judicial; 4. Depende de autorização judicial - inaudita altera pars. b) PROVAS NÃO REPETÍVEIS 1. Uma vez produzida, não pode ser mais coletada ou refeita; 2. Produção na fase de investigação ou judicial; 3. Não dependem de autorização judicial; 4. Contraditório diferido Obs.: Art. 159, § 5º, I, CPP c) PROVAS ANTECIPADAS 1. Ocorrência em momento processual distinto daquele legalmente previsto ou mesmo na fase investigatória; 2. Prévia autorização judicial; 3. Existência de contraditório Obs: Art. 225, CPP - Art. 366, CPP (Súmula 455/STJ) X- CARACTERÍSTICAS DA PROVA a) Admissível b) Pertinente c) Concludente d) Possível XI- PROVA DO DIREITO ➔ Iure novit curia // Norma estadual, municipal, alienígena ou consuetudinário. XII- CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS 1. QUANTO AO OBJETO a) Direta - quando, por si, demonstra o fato. b) Indireta - quando o fato é demonstrado por meio de raciocínio lógico-dedutivo. 2. QUANTO AO VALOR a) Plena - quando é convincente. b) Não plena - juízo de mera probabilidade 3. QUANTO A FONTE a) Pessoal b) Real XIII- MOMENTOS DA ATIVIDADE PROBATÓRIA 1. Postulação 2. Admissão 3. Produção 4. Valoração XIV- PROVA PROIBIDA OU VEDADA ➔ Art. 5º, LVI, da CF/88 - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. ➔ Art. 157, do CPP - São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. PROVA ILÍCITA PROVA ILEGÍTIMA 1. Violação de disposição de natureza constitucional 2. Violação de disposição de direito material 1. Quando a norma violada tem natureza processual. XV- TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA OU TEORIA DA PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO ➔ Art. 157, § 1º, do CPP - “São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas [...]” PROVA ILÍCITA PROVA LÍCITA OBS.: STF só admitia como inadmissível as provas ilícitas em si mesmas - Min. Moreira Alves. XVI- LIMITAÇÕES À PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO 1. Teoria da Fonte Independente - demonstrado que a nova fonte de prova não possui nenhum nexo com a prova obtida ilicitamente, é autônoma, não possui relação de dependência, há de ser admitada. Ela não está na mesma linha de desdobramento das informações. AÇÃO PENAL Nº 470/MG - decisão proferida no recebimento da denúncia SÉTIMA PRELIMINAR. DADOS DE EMPRÉSTIMO FORNECIDOS PELO BANCO CENTRAL. PEDIDO DIRETO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. ILEGALIDADE. AUSÊNCIA. REQUISIÇÃO FEITA PELA CPMI DOS CORREIOS. POSTERIOR AUTORIZAÇÃO DE COMPARTILHAMENTO COM O MINISTÉRIO PÚBLICO PARA INSTRUÇÃO DO INQUÉRITO. LEGALIDADE. Não procede a alegação feita pelo 5º acusado de que os dados relativos aos supostos empréstimos bancários contraídos com as duas instituições financeiras envolvidas teriam sido colhidos de modo ilegal, pois o Banco Central teria atendido diretamente a pedido do Procurador-Geral da República sem que houvesse autorização judicial. Tais dados constam de relatórios de fiscalização do Banco Central, que foram requisitados pela CPMI dos Correios. No âmbito deste Inquérito, o Presidente do Supremo Tribunal Federal determinou o "compartilhamento de todas as informações bancárias já obtidas pela CPMI dos Correios" para análise em conjunto com os dados constantes destes autos. Por último, o próprio Relator do Inquérito, em decisão datada de 30 de agosto de 2005, decretou o afastamento do sigilo bancário, desde janeiro de 1998, de todas as contas mantidas pelo 5º acusado e "demais pessoas físicas e jurídicas que com ele cooperam, ou por ele são controladas. Preliminar rejeitada. (STF – Inq: 2245 MG, Relator: JOAQUIM BARBOSA, Data de Julgamento: 27/08/2007, Tribunal Pleno, Data da Publicação: Dje- 139 DIVULG 08-11-2007 PUBLIC 09-11-2007 DJ 09-11-2007 PP-00038 EMENT Vol-02298-01 PP-00001) ➔ PGR ------- obtenção de dados bancários direto ao Banco Central ➔ CPMI------- obtenção de dados bancário - prévia autorização Ambas fontes de prova chega ao mesmo resultado ➔ Fundamento legal - Art. 157, § 1º, CPP. 2. Teoria da Descoberta Inevitável - Admite o ingresso no processo da prova derivada da ilícita, caso haja demonstração que, independentemente, da prova ilícita originária, de qualquer modo chegaria-se ao resultado. ➔ Não admite mera especulação. *Acusado (Tortura) Criança HABEAS CORPUS. NULIDADES: (1) INÉPCIA DA DENÚNCIA; (2) ILICITUDE DA PROVA PRODUZIDA DURANTE O INQUÉRITO POLICIAL; VIOLAÇÃO DE REGISTROS TELEFÔNICOS DO CORRÉU, EXECUTOR DO CRIME, SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL; (3) ILICITUDE DA PROVA DAS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS DE CONVERSAS DOS ACUSADOS COM ADVOGADOS, PORQUANTO ESSAS GRAVAÇÕES OFENDERIAM O DISPOSTO NO ART. 7º, II, DA LEI 8.906/96, QUE GARANTE O SIGILO DESSAS CONVERSAS. VÍCIOS NÃO CARACTERIZADOS. ORDEM DENEGADA. 1. Inépcia da denúncia. Improcedência. Preenchimento dos requisitos do art. 41 do CPP. A denúncia narra, de forma pormenorizada, os fatos e as circunstâncias. Pretensas omissões – nomes completos de outras vítimas, relacionadas a fatos que não constituem objeto da imputação –- não importam em prejuízo à defesa. 2. Ilicitude da prova produzida durante o inquérito policial - violação de registros telefônicos de corréu, executor do crime, sem autorização judicial. 2.1 Suposta ilegalidade decorrente do fato de os policiais, após a prisão em flagrante do corréu, terem realizado a análise dos últimos registros telefônicos dos dois aparelhos celulares apreendidos. Não ocorrência. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/865638/lei-8906-96 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676044/artigo-41-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 2.2 Não se confundem comunicação telefônica e registros telefônicos, que recebem, inclusive, proteção jurídica distinta. Não se pode interpretar a cláusula do artigo 5º, XII, da CF, no sentido de proteção aos dados enquanto registro, depósito registral. A proteção constitucional é da comunicação de dados e não dos dados. 2.3 Art. 6º do CPP: dever da autoridade policial de proceder à coleta do material comprobatório da prática da infração penal. Ao proceder à pesquisa na agenda eletrônica dos aparelhos devidamente apreendidos, meio material indireto de prova, a autoridade policial, cumprindo o seu mister, buscou, unicamente, colher elementos de informação hábeis a esclarecer a autoria e a materialidade do delito (dessa análise logrou encontrar ligações entre o executor do homicídio e o ora paciente). Verificação que permitiu a orientação inicial da linha investigatória a seradotada, bem como possibilitou concluir que os aparelhos seriam relevantes para a investigação. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730639/inciso-xii-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10678473/artigo-6-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 2.4 À guisa de mera argumentação, mesmo que se pudesse reputar a prova produzida como ilícita e as demais, ilícitas por derivação, nos termos da teoria dos frutos da árvore venenosa (fruit of the poisonous tree), é certo que, ainda assim, melhor sorte não assistiria à defesa. É que, na hipótese, não há que se falar em prova ilícita por derivação. Nos termos da teoria da descoberta inevitável, construída pela Suprema Corte norte-americana no caso Nix x Williams (1984), o curso normal das investigações conduziria a elementos informativos que vinculariam os pacientes ao fato investigado. Bases desse entendimento que parecem ter encontrado guarida no ordenamento jurídico pátrio com o advento da Lei 11.690/2008, que deu nova redação ao art. 157 do CPP, em especial o seu § 2º. 3. Ilicitude da prova das interceptações telefônicas de conversas dos acusados com advogados, ao argumento de que essas gravações ofenderiam o disposto no art. 7º, II, da Lei n. 8.906/96, que garante o sigilo dessas conversas. 3.1 Nos termos do art. 7º, II, da Lei 8.906/94, o Estatuto da Advocacia garante ao advogado a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/93621/lei-11690-08 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10666854/artigo-157-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/865638/lei-8906-96 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11710723/artigo-7-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11710655/inciso-ii-do-artigo-7-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109252/estatuto-da-advocacia-e-da-oab-lei-8906-94 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109252/estatuto-da-advocacia-e-da-oab-lei-8906-94 3.2 Na hipótese, o magistrado de primeiro grau, por reputar necessária a realização da prova, determinou, de forma fundamentada, a interceptação telefônica direcionada às pessoas investigadas, não tendo, em momento algum, ordenado a devassa das linhas telefônicas dos advogados dos pacientes. Mitigação que pode, eventualmente, burlar a proteção jurídica. 3.3 Sucede que, no curso da execução da medida, os diálogos travados entre o paciente e o advogado do corréu acabaram, de maneira automática, interceptados, aliás, como qualquer outra conversa direcionada ao ramal do paciente. Inexistência, no caso, de relação jurídica cliente-advogado. 3.4 Não cabe aos policiais executores da medida proceder a uma espécie de filtragem das escutas interceptadas. A impossibilidade desse filtro atua, inclusive, como verdadeira garantia ao cidadão, porquanto retira da esfera de arbítrio da polícia escolher o que é ou não conveniente ser interceptado e gravado. Valoração, e eventual exclusão, que cabe ao magistrado a quem a prova é dirigida. 4. Ordem denegada. (STF - HC: 91867 PA, Relator: Min. GILMAR MENDES, Data de Julgamento: 24/04/2012, Segunda Turma, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-185 DIVULG 19-09-2012 PUBLIC 20-09-2012) OBS: Visualização do histórico das ligações não é interceptação telefônica - STF 3. TEORIA DO ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS OU SERENDIPIDADE ➔ No cumprimento de determinada diligência acerca de um delito, encontra, acidentalmente, outra prova relacionado a outro crime, que não se encontrava na linha de desdobramento normal da investigação. ➔ Inicialmente, tanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ), quanto o Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceram a orientação de que, se o fato objeto do encontro casual possui conexão com o fato investigado, é válida a interceptação telefônica como meio de prova. Segundo o entendimento de Júlio Medeiros, ipsis litteris: Na realidade, é perfeitamente admissível o encontro fortuito ou eventual de provas referentes a crime diverso do investigado desde que haja conexão entre eles e sejam de responsabilidade do mesmo sujeito passivo, assim como ocorreu no caso “sub judice”, aplicando-se no ponto a serendipidade (do inglês serendipity, que significa buscar uma coisa e encontrar outra; descobertas relevantes ao acaso), adotada pelo Supremo Tribunal Federal (HC 84.224/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, j. em 13.12.2005) a partir de investigações procedidas na denominada “Operação Anaconda” HABEAS CORPUS. "OPERAÇÃO ANACONDA". INÉPCIA DA DENÚNCIA. ALEGAÇÕES DE NULIDADE QUANTO ÀS PROVAS OBTIDAS POR MEIO ILÍCITO. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. IMPORTANTE INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO E APURAÇÃO DE ILÍCITOS. ART. 5º DA LEI 9.296/1996: PRAZO DE 15 DIAS PRORROGÁVEL UMA ÚNICA VEZ POR IGUAL PERÍODO. SUBSISTÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS QUE CONDUZIRAM À DECRETAÇÃO DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. DECISÕES FUNDAMENTADAS E RAZOÁVEIS. A aparente limitação imposta pelo art. 5º da Lei 9.296/1996 não constitui óbice à viabilidade das múltiplas renovações das autorizações. DESVIO DE FINALIDADE NAS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS, O QUE TERIA IMPLICADO CONHECIMENTO NÃO-AUTORIZADO DE OUTRO CRIME. O objetivo das investigações era apurar o envolvimento de policiais federais e magistrados em crime contra a Administração. Não se pode falar, portanto, em conhecimento fortuito de fato em tese criminoso, estranho ao objeto das investigações. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL DE ALAGOAS PARA AUTORIZAR A REALIZAÇÃO DAS ESCUTAS TELEFÔNICAS QUE ENVOLVEM MAGISTRADOS PAULISTAS. As investigações foram iniciadas na Justiça Federal de Alagoas em razão das suspeitas de envolvimento de policiais federais em atividades criminosas. Diante da descoberta de possível envolvimento de magistrados paulistas, o procedimento investigatório foi imediatamente encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região, onde as investigações tiveram prosseguimento, com o aproveitamento das provas até então produzidas. ATIPICIDADE DE CONDUTAS, DADA A FALTA DE DESCRIÇÃO OBJETIVA DAS CIRCUNSTÂNCIAS ELEMENTARES DOS TIPOS PENAIS. ART. 10 DA LEI 9.296/1996: REALIZAR INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS, DE INFORMÁTICA OU TELEMÁTICA, OU QUEBRAR SEGREDO DE JUSTIÇA SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL OU COM OBJETIVOS NÃO-AUTORIZADOS EM LEI. Inexistem, nos autos, elementos sólidos aptos a demonstrar a não-realização da interceptação de que o paciente teria participado. Habeas corpus indeferido nessa parte. DECLARAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA. DISCREPÂNCIA ACERCA DO LOCAL ONDE SE ENCONTRA DEPOSITADA DETERMINADA QUANTIA MONETÁRIA. A denúncia é inepta, pois não especificou o fato juridicamente relevante que teria resultado da suposta falsidade - art. 299 do Código Penal. Habeas corpus deferido nessa parte. PROCESSO PENAL. FORMAÇÃO DE QUADRILHA. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA. PRESCRIÇÃO. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA. ENCONTRO FORTUITO DE NOTÍCIA DE PRÁTICA CRIMINOSA. DENÚNCIA REJEITADA. 1. Declara-se a extinção da punibilidade do acusado quando consumado o lapso prescricional necessário para o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva, que, em relação ao crime tipificado no art. 321 do Código Penal, ocorre em 3anos da data da consumação do delito (art. 109, VI, do mesmo código). 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de que eventuais vícios ocorridos na fase de inquérito não maculam a ação penal, sobretudo quando verificado que tais vícios tiveram por efeito beneficiar o réu. 3. O Estado não pode quedar-se inerte ao tomar conhecimento de suposta prática de crime. Assim, o encontro fortuito de notícia de prática delituosa durante a realização de interceptações de conversas telefônicas devidamente autorizadas não exige a conexão entre o fato investigado e o novo fato para que se dê prosseguimento às investigações quanto ao novo fato. 4. O crime de tráfico de influência exige o elemento fraude para sua configuração. Se, nos fatos indicados como criminosos, não se verificar esse elemento objetivo do tipo, nem mesmo por indícios, a denúncia deve ser rejeitada. 5. Embora a classificação do crime seja requisito formal exigido na formulação da denúncia, sua falta ou equívoco não acarreta, por si só, a rejeição da denúncia, constituindo-se mera irregularidade já que o réu defende-se de fatos. Contudo, se esses mesmos fatos, como descritos pelo órgão de acusação, não se amoldam ao tipo indicado na denúncia, aproximando-se de tipo diverso cuja punibilidade já se encontra extinta pela prescrição, a denúncia deve ser rejeitada. XVII- DAS PROVAS EM ESPÉCIE 01. PERÍCIA a) Conceito b) Natureza jurídica c) Requisitos 02. ESPÉCIES DE PERÍCIAS a) Percipiendi b) Deducendi c)Intrínseca d) Extrínseca 03. DETERMINAÇÃO DAS PERÍCIAS ➔ Omissões e falhas no laudo - art. 181, CPP ➔ Divergências entre os peritos - Art. 180, CPP 04. DO PROCEDIMENTO DA PERÍCIA a) Iniciativa b) Realização c) Corporificação Obs.: Princípio liberatório - Art. 182, CPP. 05. EXAME DE CORPO DE DELITO a) Conceito de corpo de delito b) Conceito de vestígios - Art. 158-A, § 3º, CPP c) Conceito de Exame de Corpo de Delito d) Características ➔ Parte descritiva ➔ Parte conclusiva e) Obrigatoriedade f) Pode ser ➔ Direto ➔ Indireto 06. CADEIA DE CUSTÓDIA - Art. 158-A, CPP a) conceito - conjunto de procedimentos documentados que registram a origem, identificação, coleta, custódia, controle, transferência, análise e eventual descarte de evidências. ➔ Integridade da prova ➔ Credibilidade da prova ➔ Prestabilidade da prova b) Compreende I - Reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial; II - Isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas; III - Fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de delito; IV - Coleta: ato de recolher o vestígio, respeitando suas características e natureza; V - Acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta; VI - Transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequadas, de modo a garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua posse; VII - Recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado; VIII - Processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada; IX - Armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado; X - Descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, mediante autorização judicial. INTERROGATÓRIO (Art. 185 a 196, CPP) 01. CONCEITO 02. NATUREZA JURÍDICA ➔ Lei 11.719, CPP 03. MOMENTO PROCESSUAL 04. CARACTERÍSTICAS a) Obrigatoriedade - Art. 564, III, “e” CPP g) Ato judicial - Art. 188, CPP b) Personalíssimo h) Ato contraditório - Art. 188, CPP c) Oralidade - Art. 192, CPP d) Individualidade - Art. 191, CPP e) Ato não preclusivo - Art. 185, CPP f) Ato renovável - Art 196 e 616, ambos do CPP. 05. CONTEÚDO DO INTERROGATÓRIO - Art. 187, CPP 06. LOCAL DO INTERROGATÓRIO ➔ Réu solto ➔ Réu preso Obs: Não esquecer o direito a entrevista prévia e reservado com o defensor. 07. INTERROGATÓRIO NO JÚRI - Art. 411 e 474, CPP CONFISSÃO 01. CONCEITO 02. CARACTERÍSTICAS a) Ato personalíssimo d) Ato divisível b) Ato livre e espontâneo c) Ato retratável 03. CLASSIFICAÇÃO a) Extrajudicial Obs: No Tribunal do Júri b) Judicial ➔ Própria e Imprópria. c) Simples d) Complexa d) Qualificada 06. BENEFÍCIO DECORRENTE DA CONFISSÃO 07. DELAÇÃO PREMIADA Lei 8072/90 ➔ Institucionalização da traição Lei 7.492/86 (C. Sistema Financeiro) ➔ Conceito Lei 9.613/98 (Lavagem de capitais) ➔ Delação eficaz: redução ou isenção de pena. Lei 11.343/06 DECLARAÇÕES DO OFENDIDO 01. INTRODUÇÃO 02. NORMAS RELATIVAS À PROTEÇÃO DO OFENDIDO a) Garantia da comunicação dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão; designação de audiência e sentença/acórdão; b) Garantia de espaço reservado no fórum; c) Garantia de atendimento multidisciplinar; d) Garantia de adoção de providências à preservação de sua intimidade, vida privada, honra e imagem. 03. DEPOIMENTO DA CRIANÇA OU ADOLESCENTE VÍTIMA DE VIOLÊNCIA OU TEST. ➔ Lei 13.431/2017 Restrição de publicidade ➔ Características Utilização de local apropriado Intermediado por profissional especializado e não repetição do dep. TESTEMUNHAS 01. CONCEITO 02. CAPACIDADE PARA TESTEMUNHAR - Art. 202, CPP 03. CARACTERÍSITCAS a) Judicialidade b) Oralidade Obs.: Art. 221, § 1º, CPP c) Objetividade - art. 213, CPP d) Retrospectividade e) Individualidade - Art. 210, CPP 04. CLASSIFICAÇÃO DAS TESTEMUNHAS a) Testemunhas Diretas - não há intermediação entre o fato e o testemunho b) Testemunhas indiretas c) Testemunhas próprias d) Testemunhas impróprias e) Testemunhas numerárias f) Testemunhas extranumerárias g) Informantes h) Testemunhas referidas i) Testemunhas de beatificação j) Testemunhas remotas 05. TESTEMUNHAS QUE PODEM ESCUSAR-SE DO DEVER DE TESTEMUNHAR 06. TESTEMUNHAS VEDADAS 07. TESTEMUNHAS ISENTAS DO COMPROMISSO DE DIZER A VERDADE 08. CONTRADITA E ARGUIÇÃO DE DEFEITO Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a testemunha ou argüir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou argüição e a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208. Obstar o depoimento das pessoas proibidas de deporem. ➔ CONTRADITA Garantir que as pessoas não obrigadas a depor não prestem compromisso Esclarecer que a testemunha é suspeita de parcialidade ARGUIÇÃO DE DEFEITOS Indigna fé ➔ Momento http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art207 09. LOCAL DO DEPOIMENTO 10. TESTEMUNHA QUE RESIDE FORA DA JURISDIÇÃO 11. NOTIFICAÇÃO Obs.: Art. 221, § 2º, CPP - Militar 12. SUBSTITUIÇÃO DE TESTEMUNHAS ➔ Art. 3º, CPP - Art. 451, CPC 13. COLHEITA DO DEPOIMENTO ➔ Art. 217, CPP ➔ Incomunicabilidade - Art. 210, CPP 14. DESISTÊNCIA DE TESTEMUNHAS ➔ Art. 401, § 2º, CPP 15. INVERSÃO DA ORDEM DE OITIVA RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS (Art. 226 a 228, do CPP) 01. CONCEITO 02. PROCEDIMENTO - RECONHECIMENTO DE PESSOAS Obs.: O juiz deve indagar se a pessoa tem receio de fazer o reconhecimento s/ obstáculo. a) Descrever a pessoa b) A pessoa a ser reconhecida deve estar, sempre que possível, ao lado de outras que guardem semelhança com ela. c) Lavratura do auto na presença de duas testemunhas. Obs.: Cuidado com o parágrafo único. 03. RECONHECIMENTO DE COISAS ➔ Art, 227, CPP 04. RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO E FONOGRÁFICO PENAL E PROCESSO PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO SIMPLES. ARTIGO 157, CAPUT, CÓDIGO PENAL. ABSOLVIÇÃO. NEGATIVA DE AUTORIA E INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. IMPROCEDÊNCIA.NEGATIVA DE AUTORIA ISOLADA NO CONTEXTO PROBATÓRIO. PROVAS SUFICIENTES PARA A CONDENAÇÃO. RECONHECIMENTO POR PARTE DA VÍTIMA. AUTO DE RECONHECIMENTO ATRAVÉS DE FOTOGRAFIA EM SEDE POLICIAL. POSSIBILIDADE. PRECEDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. DECISÃO UNÂNIME. 1. Havendo provas efetivas da prática do crime de roubo, não há que se falar em absolvição. Hipótese em que a vítima reconhece o recorrente, em sede policial e em juízo. A propósito, é uníssona a jurisprudência de que os termos do art. 226, do CPP, a regulamentar o reconhecimento de pessoas e coisas, é mera recomendação, não havendo nulidade quando realizada de outro modo; 2. Recurso improvido. Decisão Unânime. (TJ-PE - APR: 5188396 PE, Relator: Antônio de Melo e Lima, Data de Julgamento: 17/09/2019, 2ª Câmara Criminal, Data de Publicação: 14/10/2019) ACAREAÇÃO (Art. 229 e 230, CPP) 01. CONCEITO 02. PRESSUPOSTOS 03. PROCEDIMENTO 04. ACAREAÇÃO POR CARTA PRECATÓRIA DOCUMENTOS 01. CONCEITO ➔ Em sentido restrito ➔ Em sentido amplo 02. OPORTUNIDADE - Art. 231, CPP 03. INICIATIVA - Art. 234, CPP ➔ Espontânea ➔ Provocada 04. REQUISITOS PARA EFICÁCIA PROBANTE ➔ Autenticidade ➔ Veracidade INDÍCIOS (Art. 239, CPP) Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. BUSCA E APREENSÃO (Art. 240 a 250, CPP) 01. CONCEITO 02. FUNDAMENTOS ➔ Periculum in mora ➔ Fumus boni iuris 03. BUSCA DOMICILIAR - Art. 5º, XI, CF XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; ➔ Domicílio - conceito em sentido amplo - Art. 150. § 4º, CP § 4º - A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. ➔ Boleia do caminhão? "Diferente é a situação da rotulada boleia do caminhão, que se equipara a domicílio na hipótese de encontrar-se o motorista em viagem prolongada, valendo-se da cabine do veículo como dormitório, lá possuindo seus objetos pessoais, roupas e material de higiene. Nesse caso, deve ser respeitada a previsão constitucional exigente de ordem judicial para revista específica, quer dizer, a abordagem diretamente relacionada àquele veículo. Evidentemente, essa regra não tem aplicabilidade na hipótese de blitz, que se caracteriza como operação de revista geral em todos os veículos que passam por determinado local, caso em que a revista aos veículos deve ser livremente facultada" (Processo penal / Norberto Avena. – 9.ª ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.). ➔ Precedente do STJ 1. O caminhão é instrumento de trabalho do motorista, assim como, mutatis mutandis, a espátula serve ao artesão. Portanto, não pode ser considerado extensão de sua residência, nem local de seu trabalho, mas apenas um meio físico para se chegar ao fim laboral. 2. Arma de fogo apreendida no interior da boleia do caminhão tipifica o delito de porte ilegal de arma (art. 14 da Lei n. 10.826/2003). (…) 6. Agravo regimental improvido.” (AgRg no REsp 1362124/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 19/03/2013,DJe 10/04/2013; sem grifos no original.) 04. HORÁRIO DE CUMPRIMENTO ➔ Critério físico-astronômico ➔ Critério cronológico ➔ Lei de Abuso de Autoridade - Lei 13.869/19 - art. 22, § 1º, III Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências; II - (VETADO); III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). 05. OBJETO 06. FUNDAMENTOS DA BUSCA E APREENSÃO - Art. 241, § 1º, CPP 07. MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO - Art. 243, CPP Art. 243. O mandado de busca deverá: I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem; II - mencionar o motivo e os fins da diligência; III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir. 08. CUMPRIMENTO DO MANDADO - Art. 245 e §§, CPP 09. BUSCA PESSOAL - Art. 240, § 2º, CPP Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar. 10. BUSCA EM ESCRITÓRIO DE ADVOGADO Art. 7º São direitos do advogado: II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia; § 6o Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes. (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008) § 7o A ressalva constante do § 6o deste artigo não se estende a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou co-autores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade. (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11767.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11767.htm#art1
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