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UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO - ICSC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ATIVIDADE PRATRICA SUPERVISIONADA – APS lI EVIDÊNCIAS DE APLICAÇÃO DA TEORIA DA BUROCRACIA NA EMPRESA TOK&STOK SÃO PAULO 2019 ALEXANDRE RODRIGUES MAIA FILHO – F036AE0 CARLA BEATRIZ CARDOSO – D885219 CARLOS MELO DOS SANTOS– N402JD9 LUIZA LIMA GOUVEIA – F06CBI4 LETICIA BENFATO DE SÁ – N457HD3 CARLOS GABRIEL CASSILLAS – F00AJA1 ATIVIDADE PRATRICA SUPERVISIONADA – APS lI EVIDÊNCIAS DE APLICAÇÃO DA TEORIA DA BUROCRACIA NA EMPRESA TOK&STOK Atividades Práticas Supervisionadas – APS, trabalho apresentado como exigência para a avaliação do 2º semestre, do curso de Administração da Universidade Paulista sob orientação de professores do semestre. Orientador: Prof. Dr. Evandro Prestes Guerreiro SÃO PAULO 2019 ALEXANDRE RODRIGUES MAIA FILHO – F036AE0 CARLA BEATRIZ CARDOSO – D885219 CARLOS MELO DOS SANTOS– N402JD9 LUIZA LIMA GOUVEIA – F06CBI4 LETICIA BENFATO DE SÁ – N457HD3 CARLOS GABRIEL CASSILLAS – F00AJA1 ATIVIDADE PRATRICA SUPERVISIONADA – APS lI EVIDÊNCIAS DE APLICAÇÃO DA TEORIA DA BUROCRACIA NA EMPRESA TOK&STOK Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Administração de empresas apresentado à Universidade Paulista – UNIP. Aprovado em: ______________________/____/____ Prof. Evandro Prestes Guerreiro Universidade Paulista – UNIP RESUMO O estudo realizado abrange todas as teorias da administração até então conhecidas e engloba acontecimentos históricos que tiveram em sua essência a necessidade de utilizar a administração como ferramenta para que os planejamentos e feitos, antigamente conhecidos, fossem realmente realizados. Além disso, este estudo visa observar, nas empresas do séc. XXI, traços da Teoria da Burocracia e como ela se aplica nos processos gerenciais e no comportamento dos funcionários das instituições. Foram utilizados, para o desenvolvimento do estudo, dois instrumentais práticos e, por meio dos instrumentais foi possível como a empresa administra os seus processos, sua relação com os funcionários e sua relação com os clientes, além de determinados traços correlacionados as características do gestor brasileiro. Palavras-chave: Administração; 1; Teoria; 2; Estudo; 3; Empresas; 4. ABSTRACT The study carried out covers all management theories so far, and the historical records that had in essence the need to use management as a tool for the planning and achievements, formerly known, actually accomplished. Moreover, this study aims to observe, in the companies of the century. XXI, traces of Bureaucracy Theory and how it applies in the managed processes and in the behavior of the employees of the institutions. For the development of the study, two practical instruments were used and, through the instruments, it was possible as a company managed by its processes, its relationship with employees and its relationship with customers, besides selecting correlated as resources of the Brazilian manager. . Key words: Administration; 1; Theory; 2; Study; 3; Companies; 4. APRESENTAÇÃO A estruturação do trabalho baseou-se na utilização da Teoria da Burocracia, onde se foi aplicado à empresa TOK&STOK. A teoria por sua vez, aborda pontos que envolvem os processos organizacionais, que sua contribuição apura a relação das tarefas e a clareza na execução da mesma. Observando a organização estudada, se torna claro a disseminação da teoria, de maneira que sua aplicação se tornou um pouco distorcida, isto é, não necessariamente desaplicada, porém a organização onde se foi aplicado todo processo instrumental de estudo, mostrou-se um pouco adversa às abordagens da teoria da burocracia. Com base nos estudos da aplicação da teoria na organização, constatou-se que as relações de trabalho para a execução das tarefas se mostrou mais flexível, proporcionando a organização um posicionamento teoricamente mais estável baseando-se nos instrumentais, no PDCA dos níveis gerenciais da empresa e aos processos gerenciais da instituição, mas que se notou que as decisões são mais complexas de serem tomadas pelos níveis hierárquicos maiores da organização, por toda sua abordagem e cultura consideravelmente moderna. A expectativa com os estudos da teoria da burocracia na organização se baseava em uma visão mais sistemática dos processos por ser uma empresa do ramo varejista, que de maneira geral até possui um pequeno embasamento da teoria em seus processos, entretanto se mostrou uma instituição diferenciada, que foca muito nos seus profissionais, na flexibilidade, abertura de diálogos, questões decisórias fundamentadas com base em informações, dados e troca de informação entre empresa, gerencia e colaboradores, superando as expectativas e proporcionando maiores conhecimentos técnicos gerenciais e de trabalho para o grupo. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... V LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... VIII LISTA DE GRÁFICOS ............................................................................................ VIII INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9 ANTECEDENTES HISTÓRICOS .............................................................................. 11 CAPÍTULO 1 ............................................................................................................. 18 Fundamentos da Teoria Científica ......................................................................... 18 Contribuições da Teoria Científica ......................................................................... 19 Aplicação da Teoria Científica ............................................................................... 20 Análise crítica sobre a aplicação da Teoria Científica ............................................ 20 CAPITULO 2 ............................................................................................................. 21 Fundamentos da Teoria Clássica........................................................................... 21 Contribuições da Teoria Clássica........................................................................... 24 Aplicação da Teoria Clássica ................................................................................. 24 Análise crítica sobre a aplicação da Teoria Clássica ............................................. 25 CAPITULO 3 ............................................................................................................. 25 Fundamentos da Teoria da Burocracia .................................................................. 25 Contribuições da Teoria da Burocracia .................................................................. 27 Aplicação da Teoria da Burocracia ........................................................................ 27 Análise Crítica sobre a aplicação da Teoria da Burocracia .................................... 28 CAPITULO 4 ............................................................................................................. 29 Fundamentos da Teoria da Neoclássica ................................................................ 29 Contribuições da Teoria Neoclássica ..................................................................... 31 Aplicação da Teoria Neoclássica ...........................................................................31 Análise crítica sobre a aplicação da Teoria Neoclássica ....................................... 33 CAPITULO 5 ............................................................................................................. 33 Fundamentos da Teoria dos Recursos Humanos .................................................. 33 Contribuições da teoria de recursos Humanos ...................................................... 34 Aplicação da Teoria dos Recursos Humanos ........................................................ 35 Análise crítica sobre a aplicação da Teoria dos Recursos Humanos .................... 36 CAPITULO 6 ............................................................................................................. 37 Fundamentos da Teoria do Comportamento Humano ........................................... 37 Contribuições da Teoria do Comportamento Humano ........................................... 39 Aplicação da Teoria do Comportamento Humano ................................................. 40 Análise crítica sobre a aplicação do Comportamento Humano .............................. 41 CAPITULO 7 ............................................................................................................. 42 Fundamentos da Teoria dos Sistemas ................................................................... 42 Contribuições da Teoria dos Sistemas ................................................................... 43 Aplicação da Teoria dos Sistemas ......................................................................... 44 Análise crítica sobre a aplicação da Teoria dos Sistemas ..................................... 46 CAPITULO 8 ............................................................................................................. 47 Fundamentos da Teoria Matemática ...................................................................... 47 Contribuições da Teoria Matemática ...................................................................... 48 Aplicação da Teoria Matemática ............................................................................ 49 Análise crítica sobre a aplicação da Teoria Matemática ........................................ 50 CAPITULO 9 ............................................................................................................. 50 Fundamentos das Novas Tendências da Administração e suas Abordagens ....... 50 Contribuições das Novas Tendências da Administração ....................................... 53 Aplicação das Novas Tendências da Administração.............................................. 53 Análise Crítica Sobre a Aplicação das Novas Tendências da Administração ........ 54 PERFIL DA ORGANIZAÇÃO ................................................................................... 55 Apresentação da Empresa ..................................................................................... 55 Organograma da Empresa ..................................................................................... 56 Força de Trabalho .................................................................................................. 56 Avaliação do Perfil do Administrador Brasileiro ..................................................... 59 Avaliação do PDCA ................................................................................................ 60 CONSIDERAÇÕES DE APRENDIZAGEM DOS INTEGRANTES ........................... 65 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 71 BANNER: A ADMINISTRAÇÃO NA IDADE ANTIGA .............................................. 82 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Instrumental 01......................................................................................... 75 Figura 2 – Instrumental 02......................................................................................... 76 Figura 3 – Instrumental 03......................................................................................... 77 Figura 4 – Instrumental PDCA 01 .............................................................................. 78 Figura 5 – Instrumental PDCA 02 .............................................................................. 79 Figura 6 – Instrumental PDCA 03 .............................................................................. 80 Figura 7 – Instrumental PDCA 04 .............................................................................. 81 Figura 8 – Administração na Idade Antiga ................................................................ 82 Figura 9 – Evolução do Pensamento Administrativo ................................................. 83 Figura 10 – Resumo .................................................................................................. 83 Figura 11 – Antecedentes Históricos ......................................................................... 84 Figura 12 – Fundamentação Teórica: Teoria da Burocracia ..................................... 84 Figura 13 – Perfil da Organização ............................................................................. 85 Figura 14 – Organograma da empresa estudada: TOK&STOK ................................ 85 Figura 15 – PDCA nos níveis organizacionais da empresa estudada: TOK&STOK . 86 Figura 16 – Estilo Cultural do Gestor Brasileiro......................................................... 86 Figura 17 – Resultados Visita Técnica – Aplicação da Teoria................................... 87 Figura 18 – Considerações de Encerramento ........................................................... 87 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Organograma .......................................................................................... 56 Gráfico 2 – Estilo Brasileiro de Administrar ............................................................... 59 Gráfico 3 – Nível Estratégico ..................................................................................... 60 Gráfico 4 – Nível Tático ............................................................................................. 61 Gráfico 5 – Nível Operacional ................................................................................... 61 file:///C:/Users/User/Downloads/fffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff.docx%23_Toc24894659 9 INTRODUÇÃO Atividade Pratica Supervisionada (APS), tem como objetivo contribuir para desenvolver os alunos as competências requeridas aos futuros bacharéis e a favorecer aos alunos um meio de uma visão crítica da realidade a partir dos fundamentos teóricos das disciplinas do semestre letivo e da observação, descrição e análise de importantes temas e desafios presentes em uma organização em conjuntura real. Levando em consideração os aspectos correlacionados ao desenvolvimento da administração, desde a antiguidade até os tempos modernos, a história e os livros, afirma que a administração passou por diversos períodos, modificações, aperfeiçoamentos, desconstrução de paradigmas para a melhoria das aplicações teorias e técnicas da administração perante a sociedade em desenvolvimento constante, onde se torna necessários estudos aprofundados de diversos autores renomados, como: Maximiano, Feldens, Oliveira, Sobral, Peci, Coltro, Manhães entre outros. Ao elaborar uma pesquisa acadêmica, todo o processo de construção da administração e do administrar se intensificam, de maneira que o trato das informações obtidas na estruturação do trabalho prático proporciona ao administrar diversas competências teóricas e práticas, constituindo uma visão crítica dos fatos relevantes e os capacitando para o mercado de trabalho. De maneira geral, as abordagens descritas neste trabalho possuem embasamento teórico fundamentado, desde antecedentes históricos, teorias da administração, estudos de casosbaseados em livros e aplicação prática na teoria da burocracia discorrida pelo grupo, com embasamento teórico e prático na empresa TOK&STOK, na qual por meio de ferramentas de avaliações criteriosas, ocorreu um desdobramento de relatórios acadêmicos. Baseando-se nos relatórios obtidos, observou-se uma metodologia de trabalho diferente por parte dos gestores da organização, que transbordava aos seus colaboradores, um estilo diferenciado de trabalho, mostrando-os que a construção de ideias, troca de informação e processos decisórios se juntam de tal modo, que a instituição de certo forma gira em torno de seus colaboradores, onde a teoria da burocracia tem um pequeno traço no quesito de especialização dos seus profissionais 10 em uma área especifica, entretanto na organização estudada, todos os colaboradores estavam alinhados e cientes de todas as informações relevantes que roldavam a organização, sendo um diferencial de trabalho, de mercado e podendo ser uma referência de instituição dos tempos modernos por toda sua transparência. A expectativa com os estudos da teoria da burocracia na organização se baseava em uma visão mais sistemática dos processos por ser uma empresa do ramo varejista, que de maneira geral até possui um pequeno embasamento da teoria em seus processos, entretanto se mostrou uma instituição diferenciada, que foca muito nos seus profissionais, na flexibilidade, abertura de diálogos, questões decisórios fundamentados com base em informações, dados e troca de informação entre empresa, gerencia e colaboradores, superando as expectativas e proporcionando maiores conhecimentos técnicos gerenciais e de trabalho para o grupo. 11 ANTECEDENTES HISTÓRICOS A administração exerce uma função muito importante desde aproximadamente 4.000 anos a.c, no qual, pela conjunção e transformação desde aldeias a grupos econômicos, sociais e culturais, a civilização já constituída na Idade Antiga utilizava a administração (mesmo não recebendo o nome e conceito de administrar) como método disponível para planejar as suas atividades de caça, pesca, armazenamento da água, colheitas entre outros De acordo com (FELDENS, 2018). Junto a isso, inicia- se a era agrícola, a relação das atividades de plantio dos alimentos (considerando as áreas de plantio específicas), da pecuária, da extração de madeira, pedras e minérios e as relações de troca de bens e serviços da época. Segundo Maximiano (2007) e Oliveira (2008) administração em si, de certo modo, posteriormente aos anos iniciais de uma civilização, se deu pela elaboração de níveis hierárquicos e a criação da escrita, como uma das ferramentas principais das funções administrativas. Para Sobral e Peci (2013): Administração é como um processo de coordenação do trabalho dos membros da organização e de alocação dos recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos de uma forma eficaz e eficiente (SOBRAL E PECI, 2013, p. 6). De modo geral, o planejamento da época com relação aos processos possuía até uma padronização, isto é, visto que as decisões eram feitas com os recursos existentes da época que era à força de trabalho, e com isso os detentores de um posicionamento hierárquico mais alto organizavam, dirigiam e controlavam todos os processos, além de registrar todo o desenvolvimento geral. Durante esse período da antiguidade considerando o desenvolvimento da escrita contábil, das cidades e nações, tornou-se necessário desde o período da construção de pirâmides até 300 a.C, em Roma, fatores de planejamento estratégico dos processos, colaboração entre cidades, o desenvolvimento da relação de remuneração por atividade desenvolvida e ênfase nas responsabilidades operacionais de modo que o objetivo fosse atingido (OLIVEIRA, 2008). Em seguida, no ano 500 a.C., na China, houve a necessidade de adotar um sistema organizado de governo para o império, que na época foi a Constituição de Chow, com seus oito regulamentos de regras de Administração Pública. No livro “A 12 Arte da Guerra” pode-se analisar as estratégias de conflitos entre nações, diplomacias e os princípios das ações, o que o levou a ser considerado até hoje não só um líder estratégico de guerra, mas um grande influenciador de relações empresariais, podendo considerar o seu método uma doutrina aplicada, em comparação a atualidade, como a missão de uma organização e a razão de sua existência. A ocupação do campo de batalha podendo ser vista nos dias de hoje como: ocupação de um mercado, consolidação e ferramentas, monopólio e competitividade (TZU, 2015). De acordo com Feldens (2018): A máquina a vapor foi um grande passo no processo de mecanização da lavoura e da indústria. Foi tão grande a transformação nas relações humanas que chamamos o fato de Revolução Industrial, que iniciou e acelerou por volta de 1750, principalmente, na Europa, onde os povos ocidentais ultrapassaram os impérios asiáticos como o Otomano e o Mongol na Índia e na China (FELDENS, 2018, p. 54). Em 1800 na Inglaterra se dá início aos pensamentos sobre relações humanas e indústria. Nesse período, a 1ª revolução industrial estava se iniciando, com a invenção da máquina a vapor, das expansões das ferrovias e o tear mecânico para aumentar a produção de tecidos. Na série “Gigantes da Indústria”, no episódio “Derramamento de Sangue”, observamos o que de fato se deu por anos em indústrias da época e o que posteriormente acarretaria na origem do sindicalismo, pela busca de reinvindicação de direitos e salários equivalentes ao trabalho, aonde com base nisso, Adam Smith (1723-1790) veio a escrever em “A Riqueza das Nações”, questões sobre produção, organizações de trabalho, relação de salários maiores etc. De 1771 a 1900 Robert Owen, por sua vez teve uma grande participação no âmbito de gestão de pessoas, treinamento, ambiente de trabalho inovador e um ambiente de “comunidade” e o desempenho positivo do colaborador, podendo assim, o empregado ser mais produtivo e, consequentemente a isso, ele se sentiria mais motivado (HATCHER, 2013). Frederick Winslow Taylor pioneiro da administração cientifica que promoveu princípios como salários relativamente mais altos, baixo custo de produção, a melhor maneira de executar as tarefas, treinamentos e compatibilidade técnica e cooperação entre administração e trabalhadores (MAXIMIANO, 2007) e como complemento, há uma relação de eficiência nas realizados das tarefas, que segundo Maximiano (2007): 13 Eficiência realiza tarefas de maneira inteligente com o mínimo de esforço e com o melhor aproveitamento possível dos recursos [...] eficácia é o conceito de desempenho que se relaciona com os objetivos e resultados (MAXIMIANO, 2007, p. 115). Com base nisso, as técnicas eram relacionadas a estudos de tempos e movimentos, cronogramas, seleção de pessoas e comportamento humano no trabalho. A economia de tempo nos processos de movimentos por meio de operações padronizadas de trabalho acelerando o processo produtivo do trabalhador abundantemente, envolvidos nessa relação de eficiência e minimização de tempo e movimentos desnecessários, Henry Gantt com a preocupação com o bem estar dos trabalhadores e da especialização profissional e Hugo Munsterberg com a relação da seleção de pessoas, salário dos trabalhadores e o comportamento organizacional (GILBRETH, 1909). Henry Ford analisando diversos fatores da época decide então fundar a Ford Motor Company e junto a isso decide implantar uma linha de montagem móvel. Na época, boa parte da produção não possuía mecanização, isto é, era feito manualmente, tornando a produção mais demorada, mais custosa, não podendo muitas vezes estabelecer parâmetros de medição de desempenho, qualidade, entre outros pontos que uma produção auxiliada pela mecanização, de certa forma, jápadronizada poderia facilitar todo o processo produtivo de diversas áreas. Partindo desse pressuposto, com a ascensão do mercado e a busca por uma produção mais rápida e em grande escala, Ford procura analisar e aplicar a divisão do trabalho, de modo que na época a produção de seus veículos fosse mais rápida para acompanhar sua grande demanda, especializando o trabalhador em uma tarefa fixa nesse processo produtivo, onde se analisado na visão do colaborador, possivelmente ocorreria uma alienação e desconhecimento da amplitude da produção no geral. Com base nisso, de acordo com Maximiano (2007), em 1914 a Ford adotou uma linha móvel e mecanizada para montagem de chassis e, como esse processo era demorado, Ford optou por mudar a forma de trabalho, reduzindo o tempo de trabalho e duplicando o salário, buscando incentivar os trabalhadores com uma remuneração maior, de modo que, segundo Manhães (2013) para o trabalhador o valor de trabalho dele fosse proporcional as suas expectativas, uma vez que quando a produção se encontrava em um nível acima do normal, o preço pago pelo produto era menor e 14 nessa época o sindicato já se encontrava como “regulador salarial”, diminuindo sua carga horária de trabalho, porém deu início a uma serie de critérios de produção e também de seus colaboradores, de modo que sua produção estivesse dentro dos padrões pré-estabelecidos sendo a parte administrativa da empresa responsável por esse processo. Na França Henry Fayol, ao analisar as empresas que ele já tinha atuado e dirigido, decidiu por elaborar registros relacionados à administração em seus livros, que seria denominado “Teoria Administrativa” ou “Teoria Experimental”, onde seriam direcionadas as partes gerenciais da empresa. De acordo com Maximiano (2007): Fayol foi o pioneiro no reconhecimento de que a administração deveria ser vista como uma função separada das demais funções da empresa. O maior impacto dessa ideia está na identificação do trabalho dos gerentes como distinto das operações técnicas da empresa (MAXIMIANO, 2007, p. 57). Segundo Maximiano (2007, p. 60) “A administração é um processo de planejamento, organização, comando, coordenação e controle”. De modo geral, Fayol retratou 14 princípios de administração, que comparado com o que se trabalha hoje é necessariamente os mesmos princípios administrativos de diversas empresas, sendo eles: a divisão do trabalho vinculado às especialidades do profissional; autoridade e responsabilidade na relação dos gestores que tem autoridade sobre seus subordinados; a disciplina que envolve diversas camadas na organização e da relação interpessoal; unidade de comando proposta nas hierarquias das empresas e da seleção de líderes de equipes; unidade de direção que tem por finalidade direcionar os gestores a alcançar os objetivos da organização e ao direcionar os gestores, os mesmo poderão orientar de forma objetiva seus colaboradores para atingir o mesmo objetivo; a subordinação do interesse individual ao geral que busca trazer todos a um interesse em comum dentro da organização; a remuneração do pessoal que, atualmente, não engloba só a remuneração salarial, mas o incentivo por meio de participação nos lucros entre outros; a centralização de poder nas mãos dos níveis hierárquicos maiores; a hierarquia como estruturação e esclarecimento da organização e das posições de cada pessoa; a ordem à relação de equilíbrio na organização; a equidade no tratamento justo e formal; a estabilidade de pessoal nas suas funções, de modo que o tempo de adaptação os faça exercer bem seu papel; a iniciativa as questões de abertura em reuniões e posicionamentos argumentativos dos 15 colaboradores em questões empresariais, com a finalidade de buscar melhorar o interno da empresa e o espirito de equipe que é a harmonia do pessoal e da longevidade da organização. Em 1910 Max Weber, idealizador da Teoria da Burocracia, buscava encontrar uma racionalização técnica das organizações, analisando uma sociedade moderna de caráter burocrático, que desde a Idade Antiga já possuía uma forma burocrática organizacional. Weber por sua vez descreve fatores que envolveriam diversas áreas diferentes, que parte dos seus estudos, aos quais estavam relacionados à autoridade tradicional, autoridade carismática e autoridade legal-racional. A autoridade tradicional possui três pontos que se baseiam no uso dos costumes que passa de geração a geração e depende de uma crença na santidade dos hábitos que antes já possuíam uma interligação a igreja e que hoje de certo modo ainda é possível assimilar esse conceito ao século 21, por exemplo: todos os “papas” que já estiveram como símbolo de uma relação religiosa, tendo sempre essa relevância religiosa de geração em geração sem perder essa influência, no caráter carismático tem por influencia a crença na santidade (exemplaridade), que transmite um símbolo de liderança e de devoção no contexto geral e que até hoje a Igreja Católica, como ponto mais histórico e poderoso na sociedade, tem para si a dominação de caráter racional, isto é, se observado desde sua origem até a sociedade moderna ainda tem forte influência no meio político, social e econômico, podendo facilitar ou dificultar a sociedade moderna, organizações entre outras coisas (SOBRAL e PECI, 2013). Elton Mayo em 1932, pioneiro da Teoria das Relações Humanas, buscava mostrar que o desempenho do colaborador não era só as observações passadas registradas na escola clássica, onde junto a isso procurava mostrar que o homem não era apenas um ser econômico-racional, mas que em sua essência era, contudo, emocional, em contrapartida ao que era descrito na Escola Clássica por Taylor, Fayol e Gilbreth. Segundo Silva (2008, p. 184) “O movimento das relações humanas foi um esforço combinado entre teóricos e práticos para fazer os gerentes mais sensíveis às necessidades dos empregados”. Com base nisso, os estudiosos do movimento buscavam mostrar que a produtividade dos trabalhadores dependia do tratamento dado a eles, tendo em mente o “homem social” (crença compartilhada pelos autores do movimento das relações humanas de que o ser humano é um ser motivado por fatores de ordem social e psicológica), de modo que, a boa integração do colaborador, o comportamento 16 individual e coletivo, a colaboração, a dinâmica de grupo, a boa relação empresa- colaborador entre outros, aumentaria a produtividade e a qualidade de vida no trabalho (OLIVEIRA, 2008). No início do século 20, Walter Shewhart já na Escola Moderna, com a expansão das industriais e da produção se encontrava em um momento que a produção por si só não era mais a grande questão a se analisar e com isso, desenvolve estudos sobre a Teoria da Administração por Processos, onde discorria sobre o controle da qualidade dos produtos sintetizando os estudos em três partes: A era da inspeção, do controle estatístico e da qualidade total. A era da inspeção por sua vez, se analisado minuciosamente, já exercia esse conceito a muitos e muitos anos atrás, mas não possuía uma denominação cientifica, isto é, não era considerada ciência. Partindo disso, analisa-se a era da inspeção como a relação direta do produtor com o cliente, onde não só o produtor fazia uma verificação da sua produção artesanal, como o cliente também tinha o acesso e participação no mesmo e, partindo desse pressuposto que o cliente tinha um contato direto com produtor, poderia requerer um produto similar ou até mesmo a tentativa de correção do mesmo produto, que comparado ao que nós temos hoje (de certo modo), podemos solicitar a substituição de um produto defeituoso ou até mesmo correção do mesmo em casos de defeitos, mas que naquela época mesmo que fossem encontrados falhas, consequentemente pela produção artesanal e demorada, dificilmente um produto era substituído, o que na “Era da inspeção”era colocado como ponto de reflexão. A era do controle estatístico por sua vez se encontrava com uma complexidade maior, visto que o controle estatístico se comparado a hoje, poderia ser refletido na produção de protótipos, mas na época era apenas uma separação entre produtos bons e ruins, onde a Segunda Guerra foi o impulsionador do controle estatístico da qualidade, de maneira que agilizasse o processo bélico e da guerra, e que posteriormente seria o impulsionador de programas de treinamento, logo, especialização de pessoas, o que acarretaria mais a frente profissionais, estudiosos e argumentações sobre o assunto. Segundo Silva (2008): Shewhart deu uma definição ‘precisa’ e mensurável de controle de fabricação, criando técnicas de acompanhamento e avaliação da produção diária, propondo várias maneiras de melhorar a qualidade. (SILVA, 2008, p. 404). 17 De modo geral, segundo Maximiano (2012), a iniciativa sobre a busca de defeitos na qualidade dos produtos ou serviços oferecidos, fez com que se tornasse necessário a criação de departamentos especializados no assunto “Qualidade” e disseminando o aprimoramento da qualidade e a coordenação da qualidade, propondo com isso a procura por avanços nessa área, se aparelhando com a situação da época, construindo a sua imagem enquanto corporação. Frente a isso, empresas começaram a buscar um nível maior e uma especialização maior dentro desse seguimento, em que Joseph Juran em seu livro “Quality control hand-book”, já iniciava a ideia do que mais a frente seria pensada no método de produção “zero defeito”, o impulsionamento na perfeição do produto ou serviço e na competitividade de mercado, que nos tempos atuais, referente ao quesito qualidade, em algumas situações se tornou relativo, isto é, a importância se juntaria em partes da qualidade e em partes das relações humanas, podendo ser vista hoje na prestação de serviços de instituições bancárias, nos produtos de maneira assimilativa as marcas, entre outros. 18 CAPÍTULO 1 Fundamentos da Teoria Científica O nome “administração científica” é devido à tentativa das aplicações de métodos da ciência aos problemas administrativos, onde o fundamento é a observação e a mensuração. Surgiu no século XX e foi elaborada pelo inglês Frederick Winslow Taylor (1856 - 1915), formado em engenharia e considerado “o pai da administração”. Essa teoria deu início à escola clássica e é a mais antiga entre todas. Dias, Zavaglia e Cassar (2003) contam que o foco da administração científica era totalmente direcionado à produção e não à organização, pois o ambiente em que a teoria cientifica surgiu (fim do século XIX e início do século XX) era de escassez de mão de obra, baixa qualificação de operários e de elevado índice de acidentes no trabalho. Acrescentam também que os operários eram compostos, na sua grande maioria, por camponeses imigrantes europeus que abandonaram o campo à procura de melhores condições de trabalho na cidade. Nessa época as pessoas eram vistas, nas organizações, como instrumentos de produção, sendo o fator humano totalmente ignorado, como relata Reinaldo Silva (2008), principalmente porque acreditavam que as pessoas deveriam estar sob um sistema de autoridade com um fluxo de cima para baixo, no que se refere aos níveis hierárquicos. De acordo com Muniz e Faria (2007, p. 14), a teoria cientifica tinha 7 elementos básicos: Estudo do trabalho: dividir as operações de uma tarefa; Desenho de cargos e tarefas: especificar o conteúdo (tarefas), os métodos de execução e as relações com os demais cargos existentes; Padronização de ferramentas e instrumentos: objetiva obter a melhor qualidade e maior quantidade de produtos, obter uniformidade e reduzir custos; Seleção e treinamento de pessoal visando a especialização: verificar qual a habilidade e aptidão de cada funcionário para depois treiná-lo e desenvolver sua capacidade para maior produtividade com qualidade; 19 Motivação baseada em prêmios por produção: bonificar os operários que obtivesse produção acima da quantidade fixada; Estudo dos tempos e movimentos: eliminar os movimentos inúteis e aglutinar os movimentos úteis. Contribuições da Teoria Científica A administração científica foi a responsável por introduzir a linha de produção em massa nas fábricas de todo o mundo, onde se produzia um grande volume de produtos extremamente padronizados e com baixíssima variação nos produtos finais. Henry Ford foi o responsável, como conta Muniz e Faria (2007), por dar início a esse método de produção e por ser o primeiro a instalar o salário mínimo, em 1914, sendo de cinco dólares (US$5,00) por dia e por fixar a jornada de oito horas de trabalho. Ele também instalou incentivos não salariais aos empregados, assistência técnica, o sistema de concessionárias e uma política de preços. De acordo com Ribeiro (2016), Taylor atribuiu a cada trabalhador a tarefa mais elevada possível, de acordo com suas aptidões, solicitou a cada trabalhador produção igual ou maior que o padrão estabelecido e atribuiu aos trabalhadores tarifas diferentes de remuneração por unidades produzidas. Segundo Gomes e Francisco (2008), houve benefícios tanto para os trabalhadores quanto para os empregadores. Para os trabalhadores os salários chegavam a atingir o dobro do que era, passaram a se sentir mais valorizados, a jornada de trabalho foi reduzida consideravelmente e vantagens foram introduzidas, como: dias de descanso remunerados. Já para os empregadores; os produtos começaram a ter uma qualidade superior, obtiveram um ambiente de trabalho mais agradável tanto para o chão de fábrica quanto para a diretoria e uma considerável redução de custos com a eliminação de gastos desnecessários. 20 Aplicação da Teoria Científica Uma das maiores práticas da época fora realizada na empresa Ford. Como explica Paulo Egestor (2017), Henry Ford deixou todos os empresários do mundo muito impressionados quando aumentou o salário de seus funcionários na intenção de ter resultados mais positivos, produtos mais bem acabados e diminuir a rotatividade na fábrica, que era o maior prejudicial da produção. Gomes e Francisco (2008) defendem a divisão da empresa em dois níveis: planejamento e execução. Os mesmos explicam que, ao contrário de Taylor, que padronizava o tempo dos operários e os movimentos rigorosamente, Ford os faz se adaptar a velocidade da esteira os padronizando naturalmente adotando 3 princípios básicos: ⁃ Princípio da Intensificação: utilizar imediatamente a matéria prima e equipamentos visando o produto pronto em menor tempo. ⁃ Princípio da Economicidade: estoques reduzidos de matéria prima e maior estoque de produtos acabados. ⁃ Princípio da Produtividade: aumento da capacidade de produção através de especialização. Muniz e Faria (2007), contam que três aspectos suportavam o sistema de Ford: o processo de produção progressiva do produto era planejada, ordenada e continua; o trabalho e entregue ao trabalhador em vez de ele ter que ir buscá-lo; as operações são analisadas em todos os seus elementos constituintes. Análise crítica sobre a aplicação da Teoria Científica Apesar da Teoria da Administração Científica ter apresentado várias vantagens, ela possui alguns problemas, como conta Dias, Zavaglia e Cassar (2008). O modelo ignora as necessidades dos trabalhadores e o contexto social, gerando conflitos entre administradores e trabalhadores. Além disso, essa fase transformou o homem em máquina. 21 Em 1992, Taylor foi convocado pelo congresso Norte-americano, de acordo com Ferreira, Reis e Pereira (1997), a prestar depoimento à Câmara dos Representantes, pois acreditavam que suas ideias conduziriam à exploração e a demissão dos trabalhadores, visto que Taylor era visto como umcientista insensível e desumano onde tratava os operários como objetos de estudo ignorando suas necessidades humanas. Para Pereira (2004), a Teoria Cientifica teve críticas em algumas características, como: foco apenas na busca da melhor maneira de realizar as tarefas e estruturar a empresa; a especialização do trabalhador em excesso, transformando- o em um verdadeiro apêndice de máquina; concentração do estudo nos aspectos físicos do trabalho, ignorando multifacetada do ser humano; ausência de comprovação científica; desconsideração das relações pessoais e comportamentos sociais, e por fim; o foco apenas nas organizações industriais, ignorando os demais tipos de organizações. CAPITULO 2 Fundamentos da Teoria Clássica A teoria clássica surgiu em 1900 na Europa, criada pelo engenheiro Henri Fayol (1841 - 1925) em paralelo com a teoria cientifica, e foi um complemento das ideias de Taylor. Porém, ao contrário da teoria cientifica, a teoria clássica era focada na estrutura organizacional e nas funções do administrador. De acordo com Dias, Zavaglia e Cassar (2008, p.57), o francês, que usava o método dedutivo, dizia que a organização deveria ter uma estrutura para poder ser eficiente e a dividiu em três ideias básicas: A administração deve ser uma função distinta das outras; Deve ser um processo de previsão, organização, comando, coordenação e controle; E seu sistema pode ser ensinado e aprendido, obedecendo a princípios gerais de administração que deveriam ser seguidos para a eficácia; 22 Fayol afirmava que toda a organização poderia ser dividida em seis grupos de funções essenciais. De acordo com Pereira (2004, p. 37), são eles: Funções técnicas: onde se encontravam todas as atividades de produção manufaturadas; Funções comerciais: constituídas pelas tarefas de compra, venda e troca de produtos e bens; Funções financeiras: formado pelas tarefas de procura, utilização e distribuição do capital; Funções de segurança: caracterizadas pelas atividades referentes à proteção da propriedade, dos bens e das pessoas; Funções contábeis: chamadas por Fayol de “olho da organização” onde se encontrava as atividades de registro de estoque, balanços, custos e estatísticas que informariam o desempenho da organização em relação às operações realizadas; Funções administrativas: encarregados de integrar e sincronizar as demais funções onde seu fundamento era prever, organizar comandar, controlar e coordenar. Gomes e Francisco (2008) afirmam que a Teoria Clássica tem o propósito de obter eficiência máxima nas organizações, analisando-as nível a nível. Fayol teve como foco em seus estudos a unidade de comando, a autoridade e a responsabilidade, sendo tachado como “obcecado pelo comando”, analisando sempre de cima para baixo sendo totalmente o inverso da Administração Científica. De acordo com Ferreira, Reis e Pereira (1997, p. 32), Fayol anunciou as principais funções da Gerência Administrativa, onde cada uma delas influenciam e são influenciadas pelas demais. São elas: Planejar: estabelecer objetivos, especificando a forma como serão atingidos; Comandar: fazer com que os subordinados executem o que se deve ser feito, tendo as relações hierárquicas claramente definidas; Organizar: coordenar todas as funções da empresa sejam humanos, financeiros ou materiais; Controlar: estabelecer padrões e medidas de desempenho para que sejam compatíveis com o que a organização almeja; 23 Coordenar: coordenação de todas as atitudes e esforços de toda a organização tendo em vista os objetivos traçados. Para Fayol a administração é um processo que deve ser ensinado nas escolas e nas universidades, sendo caracterizada como a arte de lidar com os homens, como conta Meireles e Paixão (2003), mas, ao contrário de Taylor, Fayol demonstrou que qualquer que fosse a empresa e qualquer que fosse seu fim, deveria apenas observar 6 funções, citadas no tópico anterior. Dias, Zavaglia e Cassar (2008, p. 60) afirmam que para Fayol os princípios gerais da administração são: Divisão do trabalho: onde a ideia era especializar os funcionários para que se tornassem eficientes; Autoridade: os administradores precisam ordenar para que as coisas sejam feitas; Disciplina: todos os membros da organização devem obedecer às regras e acordos que os governam; Unidade de comando: onde uma única pessoa passa as informações para os funcionários; Unidade de direção: as operações que tem o mesmo objetivo devem ser dirigidas por apenas um administrador para que possam evitar instruções conflitantes e confusões de autoridade; Subordinação do interesse individual ao bem comum: os interesses dos empregados não devem ter precedência sobre os interesses da organização como um todo; Remuneração: a compreensão pelo trabalho deve ser justa, tanto para os trabalhadores quanto para os clientes; Centralização: a administração deve ter responsabilidade final sobre a tomada de decisões dentro da organização; Hierarquia: a linha de autoridade dentro de uma organização deve ser por ordem de escalões, da alta administração até os níveis mais baixos da empresa; Ordem: os materiais e as pessoas devem estar no lugar certo na hora certa. 24 Contribuições da Teoria Clássica Segundo Silva (2008), Fayol foi responsável por fixar a importância da administração em todos os tipos de organizações, sejam elas comerciais, industriais, políticas, religiosas, militares ou filantrópicas. Ele se preocupou como contam Dias, Zavaglia e Cassar (2003), com a divisão de trabalho, a hierarquia e a unidade de comando, em que o dirigente é a principal fonte de energia das operações para maximizar os lucros de acordo com o conceito de homo economicus, da harmonia de interesses entre administradores e operários. Segundo Gomes e Francisco (2008) Benedicto Silva explica que Fayol foi responsável por perceber e apontou a necessidade de preparação específica para os administradores no âmbito da chefia executiva. Foi ele quem chamou a atenção para as impunidades aos maus administradores. Aplicação da Teoria Clássica De acordo com Reinaldo Silva (2008), Lyndall Urwick fora um dos maiores críticos a teoria de Fayol, onde ele dizia que para especializar o trabalho administrativo, a organização deveria se restringir ao estudo da estrutura da empresa, compreendendo órgãos, atividades, métodos, interligamentos e inter-relacionamento. Segundo Gomes e Francisco (2008) a teoria clássica tem como uma característica marcante, além da própria divisão do trabalho, uma demasiada centralização de responsabilidade final e dos processos decisórios. Na época do modelo T, de Henry Ford, é notório que o mesmo, durante a sua gestão administrativa se utilizava de métodos voltados às características também da teoria clássica, obtendo grandes resultados a partir das mesmas. Segundo Pereira (2004), Henry Ford necessitava aumentar a produtividade da sua indústria, e o modelo T da época bateu recordes de venda, ao ponto dos próprios funcionários serem capazes de comprar o veículo. Isso devido a gestão centralizada e a autoridade hierárquica. 25 Análise crítica sobre a aplicação da Teoria Clássica De maneira geral, a administração clássica foi à intermediadora das relações de controle gerenciais das organizações. Todos os processos correlacionados ao processo gerencial e operacional começaram a se fundamentar de forma mais clara através da teoria clássica, proporcionando por meio desta uma visão mais sistemática e geral de tudo que se é englobado dentro de uma organização (OLIVEIRA, 2008; PEREIRA, 2004). Contudo, como reconhecimento critico da administração clássica em comparação ao viés moderno da atualidade, pontua-se que a Teoria Clássica fez parte de uma estruturação da administração (Sobrale Peci, 2013 p. 59), que de modo geral se torna um complemento aos modelos gerenciais modernos, entretanto se torna uma metodologia um pouco desalinhada com as expectativas gerais, de modo que todos os outros fatores relevantes para uma boa administração organizacional não se foi abordado dentre as pontualidades da administração clássica, isto é, tornando-a consequentemente incompleta as potenciais necessidades modernas (PEREIRA, 2004). CAPITULO 3 Fundamentos da Teoria da Burocracia De acordo com Silva (2008) a administração burocrática teve início na Europa, começo do séc. XX, como uma teoria alternativa as já conhecidas da época, pois a burocracia buscava formalização, racionalidade e a interação humana como forma de aperfeiçoar a produtividade. O sistema burocrático estabelecido por Weber, afirma Kwasnicka (1995), é um sistema impessoal, que age conforme determinadas regras e propõe eficiência no cumprimento das tarefas, proporcionando agilidade e facilidade do remanejamento do executor da tarefa, caso haja necessidade. Dito isso, Weber (1987), embasado nas obras de Taylor e da Teoria Científica, procurou entender como as estruturas organizacionais reagiam ao meio externo, ou seja, ao contexto social. Como as mesmas se portavam em meio às mudanças 26 sociais, econômicas, políticas e religiosas. Desta forma, Weber foi capaz de elaborar um modelo ideal hierárquico para as organizações, que obedecia ao detalhamento de processos, o mérito individual e a distribuição de responsabilidades. A teoria da burocracia auxilia as estruturas organizacionais no quesito excelência, por conta de seus diversos princípios fundamentais. Segundo Weber, os princípios são: formalização, divisão do trabalho, hierarquia, impessoalidade, competência técnica e meritocracia, separação entre propriedade e administração, profissionalização dos funcionários e completa previsibilidade do funcionamento. Levando em conta os fundamentos, nota-se que a imposição de poder e o foco nos processos gerenciais são traços relevantes da teoria, além disso, é visível que o poder legítimo – o qual se refere aos indivíduos que possuem direito de governar ou de influenciar os outros – está presente também na teoria. Segundo Etzioni (1980): Max Weber utilizou o poder para designar a capacidade de provocar a aceitação de ordens; a legitimidade para designar a aceitação do exercício do poder, porque corresponde aos valores dos subordinados; e autoridade para designar a combinação dos dois – o chamado poder legítimo. (ETZIONI, 1980, p. 83) De acordo com Hampton (1992), a teoria da burocracia é altamente viável nas organizações, contudo, se torna positiva quando não há uma grande rigidez no processo administrativo. Dessa forma, propõe-se a análise dos pontos positivos e negativos. Há dentre os fundamentos da teoria o mau funcionamento de determinados aspectos, sendo eles: Internalização das regras, excesso de formalismo e papelatório, resistências às mudanças, despersonalização, categorização como base no processo decisorial, superconformidade as rotinas, exibição de poderes de autoridade, pouca comunicação dentro da empresa e a dificuldade com os clientes. Ou seja, dentre suas disfunções, as organizações que adotam o respectivo conceito possuem baixa flexibilidade à mudanças e comportamento pouco explícito de acordo com a pessoa que o funcionário é, portanto, o colaborador apenas assume o seu papel. A teoria da burocracia de Max Weber auxiliou no processo de organização das estruturas organizacionais e foi utilizada como uma nova ferramenta de gestão. De acordo com Hall (1984) a teoria é explicitamente racional, dessa forma a mesma garante que os resultados sejam alcançados por meio de processos administrativos e bem-sucedidos. 27 Contribuições da Teoria da Burocracia Segundo Ferreira, Reis e Pereira (1997, p. 34), a revolução industrial proporcionou uma racionalidade inconstante ao trabalhador, que se tornava um aspecto negativo ao funcionamento dos novos modelos de organização industrial. Contudo, nesse âmbito, destaca-se a teoria da burocracia como um modelo de gestão nas empresas. A burocracia possibilitava no processo organizacional a clareza na designação de tarefas e na execução das mesmas. A ambiguidade, ou seja, o afronte a uma ordem ou tarefa tomada não era viável tendo em vista que o estabelecimento de regras rígidas, a imparcialidade e a equidade nas relações estavam sempre presentes. Weber (1987) enfatizava as inúmeras vantagens que a teoria da burocracia tinha a oferecer as estruturas organizacionais, sendo elas: rapidez nas decisões; redução no nível de atrito entre os funcionários, por cada pessoa estar apenas desempenhando o seu papel; constância de resultados e confiabilidade, pois a organização é orientada de acordo com as regras e normas estabelecidas. Jones (2010) afirma que toda e qualquer organização possui traços da burocracia e o mesmo ainda diz que a maior vantagem da teoria é que a mesma deixa visível às regras intrínsecas a projeção de uma organização hierárquica que saiba controlar de forma eficiente todas as interações do meio organizacional. Aplicação da Teoria da Burocracia A Teoria da Burocracia, explicada anteriormente, foi analisada na empresa Tok&Stok Santos, localizada na Av. Conselheiro Nébias, 697. Foi realizada uma visitação na organização para que se pudesse analisar minunciosamente o processo burocrático da empresa e como os funcionários lidavam com a burocracia do próprio trabalho no dia a dia. Com a visitação, foram entregues três fichas, os quais continham um questionário ligado especificamente à processos burocráticos e como o funcionário enxergava a burocracia presente nas suas tarefas. 28 1ª Ficha: Na ficha respondida pelo funcionário Gabriel Vítor de Oliveira (Supervisor), percebe-se uma satisfação considerável que o empregado tem com o próprio trabalho. Destaca o supervisor que a empresa se preocupa com os funcionários e proporciona momentos de troca de ideias para que os mesmos sejam capazes de se expressar e de se sentirem inclusos. Contudo, ainda de acordo com a avaliação, o funcionário afirma que a empresa e os processos ao qual ele tem domínio possuem uma significativa burocracia, porém, o mesmo também diz que deveria haver mais burocracia em suas tarefas. 2ª Ficha: A ficha respondida pelo funcionário Caio S. Ferreira (Operador de Caixa), expressa uma satisfação mediana em relação à função que o mesmo exerce. É notável, pela avaliação feita que, de acordo com a perspectiva do funcionário, a empresa dá espaço e voz para os seus funcionários, porém, não os supervisiona de forma adequada. De acordo com o colaborador, há pouca burocracia em relação à função que o mesmo exerce, contudo, a pouca que já existe frequentemente causa perturbações nos processos. 3ª Ficha: A ficha respondida pela colaboradora Laís Santana (Operadora de Caixa) demonstra demasiada satisfação com o seu trabalho e uma significativa satisfação com a própria empresa. De acordo com a mesma, a empresa se preocupa com os próprios funcionários e garante eficácia e eficiência em suas operações por meio da supervisão periódica. A colaboradora afirma que há muita burocracia no seu processo de trabalho e que a mesma, muitas vezes, atrapalha o desenvolvimento do processo. Análise Crítica sobre a aplicação da Teoria da Burocracia Conforme o que foi apresentado, conclui-se que a burocracia, presente na respectiva organização se faz necessária para que se possa estabelecer um padrão de rotinas, um comportamento que corresponda às regras e para que se possa ter o controle sobre os procedimentos e processos existentes na instituição. Contudo, critica-se, de acordo com os funcionários, o formalismo ao ponto de se tornar prejudicial às tarefas da própria organização.29 Por mais que a burocracia tenda a favorecer consideravelmente a execução da tarefa e a especialização do funcionário, Hampton (1992) afirma que os funcionários sujeitos ao modelo de gestão da burocracia tendem a ficar inflexíveis e imutáveis, se assemelhando a máquinas pela constante repetição e as excessivas normas. Dessa forma, é positivo pensar que, de acordo com as avaliações, a empresa fornece ao funcionário um local de voz, para que o mesmo possa se expressar sobre o ambiente de trabalho e sobre a burocracia nos seus processos. Claramente, o estudo da Teoria da Burocracia e a sua implementação favorece a padronização e a organização, estabelecendo regras a serem seguidas e procedimentos a serem assimilados. Com a visitação, foi possível ver, nitidamente, o processo e a forma com que os funcionários da empresa lidavam com a burocracia, o formalismo e as normas. O que há de comum em todas as três avaliações é que todos os processos possuem um nível específico de burocracia. Isso acontece para que haja, dentro da estrutura organizacional, um caminho a ser seguido nos processos obrigatórios da empresa. Conclui-se que a Teoria da Burocracia trouxe diversas vantagens e contribuições para a administração e para as organizações, tanto da década em que fora criada, quanto no mundo moderno, porém, suas disfunções estão ligadas ao excesso nas características da mesma. CAPITULO 4 Fundamentos da Teoria da Neoclássica A teoria neoclássica surgiu no séc. XX, por volta de 1950, onde apareceu como uma readequação da teoria clássica anteriormente conhecida, com algumas atualizações e moldada aos problemas administrativos das estruturas organizacionais modernas. Seu principal representante é Peter Drucker, contudo, há outros autores que auxiliaram na elaboração do conceito, como: Willian Newman, Ernest Dale, Ralph Davis, Louis Allen e George Terry. A teoria tem como princípio fazer com que as ações administrativas sejam planejadas, organizadas, direcionadas e controladas. Para os neoclássicos - incluindo 30 Ducker -, administrar significava coordenar esforços de um grupo de pessoas para que os mesmos alcançassem objetivos comuns. A teoria neoclássica trabalhava primeiramente na identificação de funções dos próprios administradores, para que na sequência, pudesse extrair da função princípios específicos para a realização do processo administrativo. Os neoclássicos trabalhavam com os conceitos de divisão do trabalho e hierarquia como forma de aumentar a produtividade e fornecer mais serviços, afirma Gomes e Francisco (2008). Sendo que, para os mesmos, a hierarquia possibilitava a manutenção do controle sobre o processo de comunicação com os responsáveis das funções que foram delegadas; e possibilitava distribuir para cada funcionário uma função que ia de encontro com suas condições individuais. De acordo com Pereira (2004) os aspectos formais das estruturas organizacionais são estabelecidos por cargos, relações hierárquicas e funções, que são determinados pela própria estrutura. Em contrapartida, os aspectos informais surgem por meio de interações estabelecidas entre as pessoas de um determinado grupo e podem ser benéficas para as organizações, tendo em vista a agilidade no processo de comunicação. Igualmente, como toda teoria, a Teoria Neoclássica possui determinadas características básicas. Segundo Dias, Zavaglia e Cassar (2008, p. 72) as características são: ênfase na prática da Administração, reafirmação relativa dos aspectos clássicos, ênfase nos princípios gerais da administração, ênfase nos objetivos e nos resultados, ecletismo da teoria neoclássica. Além disso, os autores neoclássicos determinaram funções para os administradores, sendo que o ciclo administrativo seria regido pelo ciclo PODC: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar. Planejar: Determinar com antecipação os objetivos que deverão ser atingidos e como alcançá-los; Organizar: Abrangência da estrutura organizacional e o foco de cada tarefa e operação de forma especifica; Dirigir: Interpretar os planejamentos para os colaboradores e ordenar instruções sobre como executar determinada tarefa, garantindo resultados; Controlar: Estabelecimento de padrões/critérios, observação de desempenho, comparação do desempenho com padrões estabelecidos e ações corretivas. As funções estabelecidas, quando unidas e colocadas em prática no ambiente organizacional, proporcionam agilidade e organização nos processos administrativos 31 das empresas, criando boas condições para que as mesmas existam e otimizem o próprio trabalho. Contribuições da Teoria Neoclássica A teoria neoclássica contribuiu para o administrador tomar ciência dos aspectos técnicos e específicos de seus trabalhos e dos aspectos que possuem relação com a direção de pessoas/gerenciamento de pessoas dentro das organizações. Como dito por Pereira (2004), pela Teoria Neoclássica ser uma renovação da Teoria Clássica, a mesma possui muitos traços da mesma, contudo, os teóricos da neoclássica acreditam que os meios devem ser utilizados na busca da eficiência, sendo que, a eficácia para os mesmos está diretamente ligada aos resultados finais. Além disso, os autores neoclássicos buscam aprimorar os seus conceitos de forma prática visando, em primeiro lugar, a ação executiva, ou seja, para os mesmos, a teoria só possui valor quando é possível operacionalizá-la. No mais, de acordo com Dias, Zavaglia e Cassar (2008) a Teoria Neoclássica contribui significativamente para o espírito pragmático das pessoas. Por conta da teoria, o pragmatismo intrínseco visa resultados concretos e consideráveis. Gomes e Francisco (2008) dizem que a abordagem da Teoria Neoclássica, além de ter contribuído significativamente para a administração, também contribuiu para as principais ideias da Reengenharia e até mesmo para as teorias japonesas. Aplicação da Teoria Neoclássica Outro ponto que torna a Teoria Neoclássica tão famosa é o debate entre centralização e descentralização. Como dito anteriormente, a Teoria Neoclássica busca trazer reafirmações da Teoria Clássica, contudo, a neoclássica dá ênfase na questão da descentralização do poder/autoridade, enquanto que a Teoria Clássica 32 enfatiza a centralização, delegando tudo que deve ser decidido pelo líder presente no topo da hierarquia. Conforme explica Sobral e Peci (2013, p. 9), o papel do administrador é saber planejar, organizar, dirigir e controlar. Tanto é que Alfred Sloan, antigo presidente da General Motors (GM), demonstra isso de forma bem explícita. Ao contrário de Henry Ford, que criou uma indústria individual e centralizada, a GM surgiu de pequenos empreendimentos. Na época em que a GM surgiu, ela estava quase desmanchando, tanto é que a Ford, com o modelo T, deslanchava boa parte do mercado. Devido a isso, a GM foi contra os princípios da época e substituiu os antigos donos por profissionais capacitados e instalou um sistema de gestão descentralizada com diversas divisões, as quais todas eram igualmente tratados. O objetivo da mesma era oferecer um carro aos seus clientes diferente e que coubesse nos seus bolsos De acordo com Lodi (1993, p. 144), Alfred Sloan Jr. inovou a administração criando quatro objetivos para melhorar as organizações: Determinar o funcionamento de cada divisão nas relações com as outras e com a Direção Central; Determinar a estrutura da organização central; Centralizar o controle de todas as funções de Gerentes Centrais na pessoa do Presidente da Companhia; Limitar o número dos executivos que reportam ao presidente a um número prático e essencial. Dessa forma, Alfred Sloan Jr. foi capaz de alavancar a GM novamente à posição de primeira indústria automobilística americana nos seus primeiros cinco anos. Segundo Gomes e Francisco (2008), a abordagem Neoclássicajuntou as ideias da Teoria Clássica, com os avanços históricos, além do trabalho feito com os estudos científicos de Taylor, adaptando-os as novas tendências do mercado e a nova realidade. Com toda a mudança feita na GM, a mesma foi capaz de estabelecer uma centralização na formulação de diretrizes na alta administração, mas foi capaz de permitir total descentralização da autoridade no âmbito das operações. 33 Análise crítica sobre a aplicação da Teoria Neoclássica Após o uso da descentralização, a GM notou alterações diretamente vindas das mudanças. Dentre as vantagens obtidas com a descentralização, é possível listar: rapidez nas decisões, ausência de conflito entre a alta administração e as divisões, sentimento de equidade com executivos, ausência de politicagem na organização, informalidade e democracia na organização, disponibilidade de reserva de pessoal administrativo para promoção, visualização do resultado nas divisões semi-independentes e informações sobre as decisões da administração. De acordo com Pereira (2004), a Teoria Neoclássica surgiu como uma teoria para suprir as necessidades das empresas da época. No caso da GM, ela necessitava se reerguer, e foi capaz de alcançar isso. Fato é que, de acordo com Gomes e Francisco (2008), os princípios da Escola Clássica sempre foram capazes de auxiliar quando era necessário aumentar a produção, além disso, segundo Dias, Zavaglia E Cassar (2008), a medida que os métodos e os produtos vão se tornando mais complexos, há a necessidade de uma administração hábil. Foi o que ocorreu com a GM, ao qual necessitou flexibilizar a sua administração e inovar a sua gestão. CAPITULO 5 Fundamentos da Teoria dos Recursos Humanos A teoria de Recursos Humanos foi um movimento introdutório nos estudos condicionados aos trabalhadores, o que os motivavam as relações sociais entre outros, acrescentando aos executivos mais pontos para se trabalhar dentro da organização, as necessidades humanas o que posteriormente influenciaria em estudos da escola cognitiva entre outros (OLIVEIRA, 2008). George Elton Mayo (1880-1949) principal teórico da Escola das Relações Humanas, em uma das suas experiências frustradas da relação iluminação do 34 ambiente e eficiência dos trabalhadores, observava que no período de industrialização, onde a Administração Cientifica era predominante e ao mesmo tempo ultrapassado, procurava não contrapor outros pensamentos, mas acrescentar a relação empresa-trabalhador, responsabilidades da empresa nas relações humanas, difundindo uma forma de pensamento não econômico-racional, mas compreendendo que o desenvolvimento da organização depende do fator humano, o desempenho, a satisfação do trabalhador sobre as condições de trabalho, que por sua vez era uma condição escassa, com uma expectativa de vida baixa e rotatividade constante, visto que as condições do ambiente em que envolviam a produção eram precárias mesmo já existindo uma concepção de recursos humanos formalizados, onde os sindicalistas também lutavam por diversos ajustes de regulação de trabalho, direitos entre outras questões ressaltadas da época que na Teoria Clássica ainda não se tinham sido elaboradas com a devida importância (GOMES e FRANCISCO, 2008). De maneira geral, a competitividade que até hoje tem seus fatores humanos, isto é, a colaboração do funcionário para a organização alcançar um nível diferencial no contexto geral e um crescimento satisfatório frente à concorrência. Nesse período a Grande Depressão de 29 em uma situação desfavorável tanto para o empregador quando para o empregado, que em grande escala acarretou em fatos históricos extremamente pesados, dificultava o entendimento do conceito das relações humanas, isto é, empresas quebrando, carga de trabalho extensa e remuneração desalinhada com as expectativas entre outros fatores prejudiciais relevantes, que proporcionalmente se foi corrigindo ao passar do tempo e reestruturando as organizações, a visão da organização com o colaborador e do mesmo com a sua importância e o reconhecimento do seu papel e do seu indivíduo (MANHÃES 2013). Contribuições da teoria de recursos Humanos A dedicação ao indivíduo pela visão da empresa com isso, já não se baseava mais apenas na maneira inadequada de trabalho com o colaborador, que não se atentava tanto a esses pontos diferenciais, uma vez que a rotatividade dentro de uma empresa era completamente alta, podendo ser vista como principais fatores disso a 35 relação salarial, tempo de trabalho, treinamento e preparação entre outros, que a teoria de recursos humanos buscou salientar isso em uma escala global da sociedade, deixando claro o indivíduo como pilar de toda organização (MAXIMIANO, 2012). De acordo com Manhães (2013): Em relação à Administração de Recursos Humanos, as empresas (topmanagers, board e acionistas) começaram a aplicar teorias relacionadas ao tema: 1) quando as questões humanas passaram a prejudicar a produção ou os negócios de forma geral [...] 2) quando algumas empresas concorrentes mostraram melhores resultados ao atenderem às necessidades dos trabalhadores ou ao aplicarem verdadeiras técnicas de administração de recursos humanos (Manhães, 2013, p. 53). Contudo, numa civilização já industrializada onde o importante para a organização já não era apenas a relevância produtiva, mas sim competitiva, no qual os fatores humanos de maneira ampla do indivíduo, grupo, comunicação, adaptabilidade e a motivação, afirma Gomes e Francisco (2008) estavam diretamente ligados aos resultados empresariais, construindo uma compreensão do ambiente de trabalho como um novo lar e também como fator de segurança emocional para o indivíduo. Aplicação da Teoria dos Recursos Humanos O experimento que deu origem a escola das relações humanas, realizado em 1927, foi denominado como “A experiência de Hawthorne”. Os estudos foram aplicados no setor industrial, analisando a relação de iluminação do ambiente e o nível de produção dos colaboradores de uma organização. Com isso, de primeiro momento, constataram que aumentando a intensidade da luz, a produção aumentava e, diminuindo a intensidade da luz, a produtividade ainda aumentava, por conseguinte, foram retirados os benefícios e mesmo assim a produção continuou aumentando, logo, a relação do ambiente, isto é, a intensidade da luz utilizada no ambiente de trabalho na época, não era fator relevante de produtividade e Elton Mayo posteriormente faria analises para construir conclusões do experimento (MAXIMIANO, 2012). 36 Elton Mayo, de acordo com Vasconcelos (2006), com base nos estudos elaborados chegou à conclusão que fatores emocionais, comportamentais e relações humanas entre funcionários e chefes eram mais importantes para obtenção de uma boa produtividade, de modo que comportamentos informais de grupos de trabalho auxiliariam os fatores sociais, logo, podendo potencializar a produção e intensificar as formas criativas de trabalho. Segundo Pereira (2004) conflitos entre as regras de trabalho e os padrões sociais informais potencializariam a diminuição da produção, da mesma forma que relações sociais desvalorizadas, isto é, não trabalhadas, poderia ser um possível problema de produtividade, que na década de 30, Kurt Lewin liderou pesquisas a respeito da influência do grupo sobre o comportamento individual e, posteriormente, ocorreram novos estudos, onde nos anos 90 começaram a estabelecer a teoria da inteligência emocional, baseando-se em diversos estudos das relações humanas anteriores, de modo a mantê-los sempre em desenvolvimento. Análise crítica sobre a aplicação da Teoria dos Recursos Humanos Gomes e Francisco (2008) afirmam que se analisarmos de acordo com a época da teoria em questão, se torna possível entender que os fatores humanos anteriormente não eram demasiadamentecompreendidos, isto é, as adoções a estudos diretamente ligados aos colaboradores e a importância da relação da empresa com o mesmo eram ineficientes, que por sua vez, se tornaram necessários estudos que envolvessem e enaltecessem uma visão além do colaborador como força de trabalho, mas sim como um ser pensante, com necessidades e desejos, relações sociais, motivações entre outros. Contudo Pereira (2004) afirma que toda amplitude dos estudos abordados foi de fato importante para a época e para a sociedade atual, de maneira que se fosse possível compreendermos hoje a importância do “ser” social no ambiente de trabalho, isto é, o colaborador visto além de um “robô” voltado a produção, sendo notório que com esses estudos construídos molda a produção do colaborador não unicamente ligado a fatores do ambiente, mas também que as relações sociais são importantes para o bom desempenho, juntamente a lealdade à administração, moldando e alinhando o grupo aos interesses gerais da organização e 37 trabalhando diversos outros interesses que existem em cada pessoa no âmbito empresarial e pessoal. Dessa forma, tornando difícil o enfoque principal que por si só, até os tempos atuais é a produção, logo, o resultado que a empresa atinge e demonstra aos investidores, constituindo a uma visão romântica do profissional, que por sua vez, se mostra distorcida a algumas realidades, podendo assim, de outro ponto de vista, ser fator negativo também para as organizações por possuir uma complexidade gerencial enorme para a administração das empresas, por se tratar de pessoas (MAXIMIANO, 2012). CAPITULO 6 Fundamentos da Teoria do Comportamento Humano A teoria do Comportamento Humano baseia-se em métodos utilizados por administradores com o intuito de gerar melhores resultados para a organização estudada. Conforme Motta (1991), para James Earley, as ideias dadas pela teoria comportamental não buscam dar alta importância a nada, apenas bons resultados. Para ele, os administradores procuram cada vez mais novos meios para ter lucros e acredita que seu método pode ser adotado para o crescimento da organização em estudo. Meireles e Paixão (2003) sugerem que a teoria é a ciência do objeto da administração enquanto proposta gerencial. Surgiria assim, uma possível solução para a ciência administrativa. Para o autor, o desenvolvimento de uma teoria das organizações ou do campo dos estudos organizacionais surge com fenômenos de gestão práticos e se torna uma administração de suas teorias para qualquer organização. Dito de outra forma, a administração e ciência deve permitir que suas teorias e metodologias se permitam a qualquer tipo de organização, seja econômica ou não. Assim, o trabalho é exercido como o verdadeiro objeto da administração, ou seja, o universo organizacional, no lugar de ver o trabalho em si como o objeto, é o que se torna possível a partir de uma teoria das organizações. 38 Skinner (1979) remete ao pensamento de que o Comportamento Humano é uma ciência não exata e promove a impossibilidade de se ter uma boa solução para determinado problema. Ao se deparar com um problema, ele adota o método de formular conjecturas plausíveis para que seja solucionado o problema. O todo da história é bem mais complexo do que a história contada, há diversas versões da história contada e possíveis auxílios para que sejam ditos para a pessoa lidar com o problema naquele instante, sendo necessário aplicar métodos estudados. Inicia-se com teorias de Herbert Alexander Simon (1916-2001), em 1947 onde adotava o método de que a maioria das pessoas são só parcialmente racionais e que estas atuam através de impulsos emocionais não totalmente racionais em muitas de suas ações. Ele remete a pensar mais a fundo e questionar sobre os mais complexos assuntos vividos pelo ser humano durante o dia-a-dia, absorvendo apenas a parte de difícil entendimento de uma forma em que o indivíduo fique sem soluções racionais para o problema naquele instante. A teoria da limitação da racionalidade adotada por Robbins (2002, p. 25) cria um modelo de resolução através de “modus operandi” 1. Nasce a identificação do problema para o indivíduo; 2. Começa uma busca por critérios e alternativas de solução para esse problema – a lista de alternativas é enorme; 3. O tomador de decisão, a partir dessa lista maximizada, identifica e monta uma lista menor, contendo as escolhas mais notáveis que geralmente são as mais fáceis de encontrar e que tendem a ter bastante perceptibilidade; 4. Uma vez que essa lista esteja montada, o tomador de decisão fará uma verificação dos itens dela, porém essa não será uma avaliação completa uma vez que nem todas as alternativas terão uma verificação particular e minuciosa; 5. O tomador de decisões começa a sua verificação pelas alternativas que sejam mais parecidas com o cenário atual; 6. Quando o tomador de decisão encontrar uma solução “suficientemente boa”, ou seja, aquela que atenda a um nível aceitável de desempenho, a verificação então estará terminada. Após a conclusão de sua decisão, o indivíduo tende a tomar a decisão certa de sua cabeça, porém, não age racionalmente. Bilhim (2004), afirma que sua Teoria da Hierarquia das Necessidades é adotada através de fatores de suma importância de fatores básicos para sobrevivência. A teoria baseia-se em uma pirâmide, onde 39 embaixo estão as necessidades Fisiológicas, sendo: respiração, água, comida, sono, segurança de trabalho, de vida, da saúde; social, amizade, família; estima, autoconfiança, respeito dos outros, conquista e realização pessoal, sendo moralidade, criatividade, aceitação, entre outros. Após a realização de todos esses fatores, a satisfação do colaborador da empresa é conquistada. Contribuições da Teoria do Comportamento Humano Maximiano (2007) conclui que o método a ser adotado para a estimulação do trabalho do funcionário não depende de métodos adotados pela empresa, e sim de fatores emocionais, reconhece que o foco no comportamento das pessoas é o principal elemento a ser analisado. A junção das teorias era necessária, porém os fatores sociais vividos na empresa afetam o ambiente de trabalho, e consequentemente, nos resultados da empresa. De acordo com Menezes (2006), o estudo da ciência do comportamento humano nas organizações possibilita melhor entendimento do modo como o trabalhador constrói suas crenças, com base em seu ambiente de trabalho e seu comprometimento, em termos de atitudes, desenvolvidas a partir dessas crenças. O autor se refere as crenças, valores e afetos dos indivíduos, e diz que os mesmos aumentam a possibilidade de ocorrências de comprometimento do funcionário, quando se refletem em as boas intenções. Portanto, a contribuição social está em fornecer para as organizações, através da escala de intenções comportamentais, um instrumento de diagnóstico da intensidade de comprometimento, que pode auxiliar no planejamento das ações das áreas de recursos humanos. O conceito de um estado mental e nervoso age de forma que exerça influência direta sobre as respostas dos indivíduos em relação a todos os objetos e situações aos quais estão relacionadas. A atitude, para o autor, não é um comportamento observável, mas uma disposição que influencia o comportamento (ABRANTES, 2012). 40 Aplicação da Teoria do Comportamento Humano Os sistemas de administração elaborados por Likert descrevem o perfil da instituição, bem como desenvolver escalas formuladas de indicadores de tomada de decisão; comunicação na organização; influência e interação entre seus membros; estabelecimento de metas e ainda o desempenho da organização. A partir da análise da construção das escalas, o autor organizou o perfil de quatro sistemas de administração: - Sistema 1 ou autocrático coercitivo: sistema rígido - Sistema 2 ou autoritário
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