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fundamentos da administração

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Fundamentos de administração
guia de
estudos
©2018, Associação Santa Marcelina.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 12/02/1998.
Nenhuma parte desta publicação, sem autorização prévia por escrito da Associação Santa 
Marcelina, poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de 
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Associação 
Santa Marcelina.
Ficha técnica
Autoria: Alessandra Lopes de Oliveira
Gerente EAD: Profa. Dra. Lúcia Sanchez
Projeto gráfico: Fagner Barreto
Revisor técnico: Enrico D´Onofrio
Revisor ortográfico: Fernando Curtti 
Sumário
1 .
2 .
11
25
Antecedentes históricos da Administração
Entenda a adminstração
A influência dos filósofos
A influência da Igreja Católica
Influência da organização militar
Influência das ciências
Influência da Revolução Industrial
Influência dos economistas liberais
Conteúdo e objeto de estudo
Conceitos
Funções básicas do administrador
Habilidades fundamentais do administrador 
Competencias fundamentais do administrador
Papeis do administrador 
Perfil do profissional administrador
As variáveis da administração
Perspectiva da administração
A administração do futuro
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
2.1
2.2
2.3
2.4
2.5
2.6
2.7
2.8
2.9
2.10
12 
16
17
18
21
22
27 
27
31
36
39
42
47
49
51
53
3 . 57Início às teorias da administração
Teoria da administração
Teoria científica da administração
Organização racional do trabalho
Tempos e movimentos (motion-time study)
Estudo da fadiga humana
Divisão do trabalho e especialização do operário
3.1
3.2
3.3
3.3.1
3.3.2
3.3.3
59
60
62
63
64
65
Desenhos de cargos e tarefas
Incentivos saláriais e prêmios de produção
Conceito de “homo economious” 
Condições de trabalho
Padronização
Principios da administração científica 
Princípio do planejamento
Princípio do preparo 
Princípio do controle
Princípio da execução
Fordismo
Relações com os funcionarios 
Declínio do fordismo
Teoria clássica da administração
Os 14 princípios de fayol
Críticas a teoria clássica de administração
Teoria das relações humanas
Críticas a teoria das relações humanas
Decorrência da teoria das relações humanas
Influência da motivação
Influência da liderança 
Teorias sobre liderança
Teoria sobre estilos de liderança
Teorias situacionais da liderança
Comunicação
Rede de comunicação
Organização informal
Dinâmica de grupo
Resumo
3.3.4
3.3.5
3.3.6
3.3.7
3.3.8
3.4
3.4.1
3.4.2
3.4.3
3.4.4
3.5
3.5.1
3.5.2
3.6
3.6.1
3.6.2
3.7
3.7.1
3.7.2
3.7.3
3.7.4
3.7.5
3.7.5.1
3.7.5.2
3.7.6
3.7.6.1
3.7.7
3.7.8
3.8
66 
66
67
68
68
69
69
69
69
70
71
73
74
75
78
80
81
85
86
87
89
91
92
93
93
94
95
97
97
4 . 99Teoria Neoclássica às novas abordagens
Teoria neoclássica
Características da teoria neoclassica
EficiêncIa versus eficácia
Aspectos comuns a organização
Processo decisorial
Administração por objetivos (apo)
Teoria da burocracia
O caráter legal de normas e regulamentos
Caráter formal das comunicações
Caráter racional e divisão do trabalho
Impessoalidade nas relações
Hierarquia da autoridade
Rotinas e procedimentos padronizados
Competência técnica e meritocracia
Especialização da administração
Profissionalização dos participantes
Previsibilidade dos resultados
Disfunções da teoria burocrática
Adhocracia
Teoria estruturalista
Sociedade das organizações
O homem organizacional
Análise das organizações
Tipologias de organizações
Tipologia de Etzioni
Teoria comportamental- behaviorismo
Teoria motivacional
Teoria dos dois fatores
Teorias x e y
Teoria dos sistemas
Características da teoria de sistemas
4.1
4.1.1
4.1.2
4.1.3
4.1.4
4.1.5
4.2
4.2.1
4.2.2
4.2.3
4.2.4
4.2.5
4.2.6
4.2.7
4.2.8
4.2.9
4.2.10
4.2.11
4.2.12
4.3
4.3.1
4.3.2
4.3.3
4.34
4.3.4.1
4.4
4.5
4.6
4.7
4.8
4.8.1
101 
101
102
103
104
106
106
108
108
108
109
109
109
110
110
110
111
111
111
112
113
114
115
117
119
120
120
122
123
124
126
Tipos de teorias de sistemas
Teoria contingencial
Principais premissas da teoria contingencial
Ambiente como variável indenpendente 
Tipologia de ambientes
Pesquisa de Joan Woodward sobre a tecnologia
Tecnologia como variável independente 
Pesquisa de Lawrence e Lorsch sobre os ambientes
Pesquisa de Chandler sobre estratégia e estrutura
Pesquisa e Burns e Stalker sobre organizações
Novas abordagens da administração
Período Cartesiano e Newtoniano
Período Sistêmica
Período atual
Administração participativa
Administração empreendedora
Reengenharia
Benchmarking
Visão holística
Administração estratégica
Resumo
4.8.2
4.9.1
4.9.2
4.9.3
4.9.4
4.9.5
4.9.6
4.9.7
4.9.8
4.9.9
4.10
4.11
4.12
4.13
4.14
4.15
4.16
 4.17
4.18
4.19
4.20
128
129
130
131
132
134
135
136
137
137
139
139
140
140
142
142
143
143
146
146
147
EMENTA
Conceito de administração. A história da administração. Evolução 
do pensamento e da teoria administrativa. Modelos organizacionais. 
Características, finalidades e funções das organizações. O processo ad-
ministrativo. Novos paradigmas da administração do mundo globaliza-
do. A administração e suas perspectivas. O papel da administração e 
do administrador nas organizações contemporâneas. Habilidades de 
administração. As tendências da administração.
OBJETIVO
Desenvolver a habilidade conceitual do discente visando à com-
preensão da ciência da Administração. Apresentar a visão sistêmica das 
organizações, o papel do administrador nas organizações, bem como 
as funções da empresa, a fim de apresentar ao discente o campo da 
Administração, suas características, e a atuação profissional do gestor 
em qualquer organização. 
Contribuir no aprimoramento da compreensão das instituições, 
em especial a empresa, e analisar a visão sistêmica das organizações 
e seus processos (eficiência e eficácia). Apresentar o histórico da ad-
ministração, conceitos e papéis do administrador, bem como suas hab-
ilidades, para que o discente compreenda o campo de trabalho da Ad-
ministração e suas características. 
Apresentar aos discentes não só as funções da empresa e o 
planejamento, mas também a organização quanto à direção e ao con-
trole, que serão objetos de estudo durante todo o curso de Adminis-
tração. 
INTRODUÇÃO
Aprender a administrar no contexto atual é um desafio para todos 
os administradores. Para se ter êxito, é preciso desenvolver habilidades 
e competências cruciais, entender o contexto no qual a empresa está 
inserida e transformar conhecimentos em ação. A administração é muito 
importante para a gestão eficiente de uma organização. 
A administração data dos primórdios. Seus primeiros movimentos 
surgiram muito antes de ser cientificamente comprovada. Esse histórico 
resume-se desde o período pré-histórico, mais precisamente há 5.000 
a.C, na Suméria, quando não se falava na palavra “negócio” ou “comér-
cio” e quando os primeiros povos sumerianos que habitavam a terra 
exerciam práticas de trocas de produtos e serviços apenas para se sus-
tentarem, ou seja, era uma forma organizada de se buscarem soluções 
para a sobrevivência. 
Para fundamentar, Chiavenato (2014, p. 27) afirma que
Embora de maneira simples e improvisada, alguns princípios el-
ementares de administração foram utilizados desde tempos ime-
moriais para resolver problemas de organização do trabalho, [de] 
cidade e de pessoas. 
No Egito, Ptolomeu desenvolveu um sistema para a economia 
que dependia de uma administração pública estruturada para a opera-
cionalização. Logo depois, na China, um novo sistema de governo foi 
implantado para o Império, a Constituição de Chow, a partir de princípi-
os e de regras que orientavam a Administração Pública.
Nesse processo evolutivo da administração, seguem as con-
tribuições da Igreja Católica, dos militares, dos cientistas, dos profissio-
nais liberais e dos pioneiros empreendedores.
As práticas administrativas foram-se consolidando, de modo a 
favorecer o surgimento de novas abordagens da administração, e che-
garam ao que temos hoje: umaadministração ampla, cientificamente 
comprovada e prática.
Ser administrador é uma tarefa que exige múltiplos conhecimen-
tos, habilidades e desafiadores papéis dentro das empresas e fora delas. 
O administrador precisa ser multidisciplinar e exercer várias funções; 
além disso, ser apto para elaboração de relatórios, de planos estratégi-
cos e de ação, de projetos, de coordenação de pessoas e processos, 
entre outros. 
As escolas da administração que abordam as principais teorias 
da administração, desde o início do século XX até o momento, permitem 
trazer de forma cronológica os avanços que ocorreram nesse campo de 
atuação cada vez mais necessário às empresas.
As teorias “Administração Científica” e “Administração Clássica” 
foram as pioneiras na abordagem das atividades operacionais dentro 
das fábricas: a preocupação era executar tarefas e trazer produtividade 
para as indústrias. Logo outras teorias passaram a surgir, de acordo 
com as lacunas encontradas naquelas, e as abordagens sobre a admin-
istração foram além dos movimentos produtivos. As pessoas passaram 
a ser vistas como importantes para a administração e para a opera-
cionalização das fábricas; ademais, as organizações começaram a ter 
estruturas básicas que norteavam os gestores e os funcionários. Por 
fim, houve a incessante preocupação com o ambiente externo e o foco 
no cliente por meio dos revolucionários conceitos da qualidade total. As 
últimas teorias dão conta que as organizações não funcionam por si só, 
que elas dependem de um grupo de componentes que ultrapassa as 
quatro paredes da empresa: estamos falando da vida que existe após 
as instalações da organização, trazendo novas variáveis que tornam as 
empresas um rico ambiente de estudos. 
01
antecendentes
históricos da
administração
A administração foi lentamente se consolidando por meio de 
ações e de reações de pessoas importantes de épocas bem distantes. 
A história da administração é um pouco oculta, tanto que poucas são 
as referências sobre o momento pré-histórico da administração; sabe-
-se que ela contou com a contribuição de muita gente com diferentes 
papéis. 
Podemos citar alguns desses antecedentes a seguir.
Influência dos Filósofos
A filosofia sempre foi uma grande influenciadora da administra-
ção. Os saberes filosóficos indicam-nos que quanto mais o tempo pas-
sa, mais novos desdobramentos acontecem para sua administração. 
Durante os séculos que vão da Antiguidade ao início da Idade 
Moderna, a filosofia voltou-se para uma variedade de preocupações dis-
tanciadas dos problemas administrativos. Chiavenato (2014, p. 32-33) 
discorre (p. 32-33) sobre os principais filósofos da administração:
Sócrates (470-399 a.C)
O filósofo grego, em discussão com Nicomaquides, expõe seu 
ponto de vista sobre administração como uma habilidade pessoal sepa-
rada do conhecimento técnico e da experiência.
Antecedentes históricos da Administração 01
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
12
https://davidarioch.com/wp-content/uploads/2017/06/9135166134_fe50ad0b19_h.jpg Acesso em: 29/08/2019
1.1
Platão (429-347 a.C)
Filósofo grego, discípulo de Sócrates, analisou os problemas 
políticos e sociais decorrentes do desenvolvimento social e cultural do 
povo grego. Em sua obra “A República”, expõe a forma democrática de 
governo como a preferida na Administração dos negócios públicos.
Aristóteles (384-322 a.C)
Deu impulso inicial à filosofia, à cosmologia, à nosologia, à me-
tafísica, à lógica e às ciências naturais, abrindo a perspectiva atual do 
conhecimento humano. Em política, versa sobre a organização do Es-
tado e distingue três formas de administração pública: monarquia ou 
governo; aristocracia ou governo de uma elite; democracia ou governo 
do povo. (CHIAVENATO, 2014)
Antecedentes históricos da Administração 01
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
13
https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2016/07/arist%C3%B3teles_202409779.jpg Acesso em: 29/08/2019
https://www.benitopepe.com.br/wp-content/uploads/2009/08/doutrina-de-platao.jpg Acesso em: 29/08/2019
Thomas Hobbes (1588-1679)
Filósofo político inglês que defende o governo absoluto em fun-
ção da sua visão pessimista da humanidade. Na ausência do governo, 
os indivíduos tendem a viver em guerra permanente e em conflito inter-
minável para obtenção dos meios de subsistência. Em sua obra “Levia-
tã”, assinala que o povo renuncia a seus direitos naturais em favor de 
um governo que, investido do poder, a ele conferido, impõe a ordem, 
organiza a vida social e garante a paz. (CHIAVENATO, 2014)
Jean Jaques Rousseau (1712-1778)
Desenvolveu a teoria do contrato social: o Estado surge a partir 
de um acordo de vantagens. Contrato social é um acordo entre os mem-
bros de uma sociedade, por meio do qual se reconhece a autoridade de 
um governo, o regime político ou o conjunto de leis ou de regras sobre 
todos de modo igual. Para Rousseau, o homem é bom e afável por na-
tureza, e a vida em sociedade é que o deturpa. (CHIAVENATO, 2014)
Antecedentes históricos da Administração 01
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
14
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d8/Thomas_Hobbes_%28portrait%29.jpg Acesso em: 29/08/2019
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) 
Teoria da origem econômica do Estado. O poder político e do Es-
tado nada mais são do que o fruto da dominação econômica do homem 
pelo homem. O Estado vem a ser uma ordem coativa imposta por uma 
classe social exploradora. (CHIAVENATO, 2014)
Antecedentes históricos da Administração 01
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
15
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b7/Jean-Jacques_Rousseau_%28painted_portrait%29.jpg Acesso em: 29/08/2019
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d4/Karl_Marx_001.jpg Acesso em: 29/08/2019
https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2017/04/friedrich-engels-378x450.jpg Acesso em: 29/08/2019
Influência da Igreja Católica
Com a queda do Império Romano em 476 d.C, a Igreja Católi-
ca Romana passou a ser a maior organização de sua época, segundo 
Chiavenato (2014, p. 33), que completa: 
“Através dos séculos, as normas administrativas e os princípios de 
administração públicas foram se transferindo das instituições dos 
estados (Atenas, Roma, etc) para as instituições da igreja católica 
e da organização militar” (CHIAVENATO, 2014, p. 33)
No início do século XX, a Igreja Católica foi uma grande propul-
sora da administração, e sua influência norteou o modo de reger a so-
ciedade, trazendo, como maior contribuição, os princípios disciplinares 
e hierárquicos de autoridade. Era dita na sociedade como um estado 
maior, uma soberania. Até hoje, o modelo da Igreja Católica predomina 
nas organizações. Temos, como exemplo, a figura do Papa que passa-
va seus comandos para os demais sacerdotes, bispos, arcebispos, etc., 
distribuindo os princípios para o mundo. 
Papa
Cardeais
Bispos
e Arcebispos
Padres
e Párocos
Abades
Monges
Antecedentes históricos da Administração 01
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
16
1.2
Influência da Organização Militar
Assim como a Igreja Católica, até hoje vemos os princípios da 
organização militar nas empresas. Ao folhear o livro “A Arte da Guerra”, 
versão contemporânea inspirado na obra primária de Sun Tzu que dis-
corre sobre estratégias de como enfrentar e superar uma guerra. 
Também sobre estratégias de como enfrentar uma guerra, de 
acordo Chiavenato (2014, p. 34) Carl Von Clausewitz, grande e maior 
inspirador do pensamento estratégico versava sobre as guerras e seus 
princípios e de como os administradores deveriam enfrentá-las. Para 
ele a administração não poderia funcionar de forma intuitiva. Para tanto, 
a organização do exército teve grande responsabilidade pelo surgimen-
to das teorias administrativas. Sua atuação foi focada em: 
Unidade de comando
Considerado o cerne da organização militar orientava que cada 
subordinado obedecesse às regras de apenas um superior.
Hierarquia
 Também adotada pela Igreja Católica, era praxe do exército a 
formaçãode autoridades e reponsabilidades, o que hoje chamamos de 
hierarquização da gestão estratégica - dos colaboradores que estão na 
linha de comando.
 À medida que o volume de operações militares aumenta, cresce 
também a necessidade de se delegar autoridade para os níveis mais 
baixos da organização militar. (CHIAVENATO, 2014, p. 34). 
Centralização e descentralização 
Com o passar do tempo foram surgindo outras necessidades e 
foi com a influência de Bonaparte que outros princípios foram surgindo. 
Antecedentes históricos da Administração 01
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
17
1.3
Com aumento das guerras houve a necessidade de pautar um 
planejamento e controle centralizados e operações descentralizadas, 
diz Chiavenato (2014, p.34) 
Princípio de direção
 Todo soldado deve saber perfeitamente o que se espera dele e 
aquilo que ele deve fazer, segundo Chiavenato (2014). Continua dizen-
do na sua obra que “mesmo Napoleão Bonaparte, o general mais auto-
crata da história militar, nunca deu uma ordem sem explicar seu objetivo 
e certificar-se de que havia sido compreendido corretamente. E conclui 
que Bonaparte estava convencido de que a obediência cega jamais leva 
a uma execução inteligente. 
Influência das Ciências
As ciências também influenciaram o surgimento da administra-
ção. Trê0s grandes cientistas foram responsáveis por esta contribuição, 
como explica Chiavenato (2014), discorre (texto original do autor). 
Francis Bacon
Fundador da lógica moderna, baseada no método experimental e 
indutivo, mostra a preocupação prática de se separar experimentalmen-
te o que é essencial do que é acidental ou acessório. Bacon antecipou-
-se ao princípio conhecido como princípio da prevalência do principal 
sobre o acessório.
Antecedentes históricos da Administração 01
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
18
encurtador.com.br/pxAD0 Acesso em: 29/08/2019
1.4
René Descartes
De acordo Chiavenato (2014, p. 35) René é considerado o funda-
dor da filosofia moderna criou as coordenadas cartesiana e deu impulso 
à matemática e à geometria da época. O método cartesiano, cujo prin-
cípios são: 
Princípio da dúvida sistemática ou da evidência: não aceitar 
como verdadeira coisa alguma enquanto não se souber com evidência
Princípio da análise ou decomposição: dividir e decompor 
cada dificuldade ou problemas em tantas partes possíveis e necessá-
rias à sua compreensão e solução e resolvê-las separadamente.
Princípio da síntese ou da composição: conduzir ordenada-
mente o pensamento e o raciocínio começando pelos aspectos mais fá-
ceis e simples de conhecer para passar gradualmente aos mais difíceis.
Princípio da enumeração ou verificação: fazer verificações, 
recontagens e revisões para assegurar que nada foi omitido ou deixado 
de lado. 
O método cartesiano até hoje tem papel importante na adminis-
tração.
Antecedentes históricos da Administração 01
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
19
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/73/Frans_Hals_-_Portret_van_Ren%C3%A9_Descartes.jpg Acesso em: 29/08/2019
Galileu Galilei
Considerado o pai da ciência moderna. Mostrou que muitos en-
sinamentos de Aristóteles estavam errados. Partiu da observação de 
fatos isolados para estabelecer leis capazes de prever acontecimentos 
futuros e criou as condições para o surgimento da física newtoniana. 
Toda a ciência passou a funcionar dentro desse esquema. (CHIAVENA-
TO, 2014, p. 35)
Isaac Newton 
Considerado o cientista mais fluente da história. A tradicional físi-
ca newtoniana trouxe forte tendência ao determinismo matemático e à 
exatidão na Administração. Para Newton, o mundo físico era um mundo 
ordenado, lógico e matematicamente previsível. (CHIAVENATO, 2014, 
p. 35)
Antecedentes históricos da Administração 01
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
20
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/39/GodfreyKneller-IsaacNewton-1689.jpga Acesso em: 29/08/2019
encurtador.com.br/lqL47 Acesso em: 29/08/2019
Influência da Revolução Industrial
Primeira Revolução Industrial (1780 a 1860)
 Conhecida como a revolução do carvão e do ferro. Matérias pri-
mas básicas das indústrias daquela época. Criou-se um mecanismo 
que permitia máquinas, trens e navios potencializarem a produção e 
transporte de mercadorias e matérias-primas. 
A primeira revolução industrial surgiu como uma bola de neve em 
aceleração crescente a partir do século XIX. A primeira revolução indus-
trial passou por quatro fases. (CHIAVENATO, 2014, p. 36)
1ª fase: Teve avanço a mecanização da indústria por volta do 
final do século XVIII e foi inventada a máquina de fiar que substituía a 
força do homem e do animal. A máquina de fiar contribuiu para o au-
mento da produtividade nas indústrias.
2ª fase: A força motriz foi aplicada às indústrias. O vapor passou 
a ser o principal agente de transformação nas máquinas industriais e po-
tencialmente transformador, trouxe como consequência grandes trans-
formações das oficinas (que se converteram em fábricas), nos transpor-
tes, na comunicação e na agricultura. (CHIAVENATO, 2014, p. 36)
3ª fase: As fábricas começaram a se desenvolver ganhando lu-
gar para a produção manufatureira. Os artesãos perderam postos para 
operários que passaram a trabalhar nas indústrias. A sociedade rural 
começou a se deslocar para a zona urbana em busca de emprego nas 
fábricas e usinas.
4ª fase: Período de grande relevância para a administração. Vá-
rios experimentos foram colocados em prática. Houve aceleramento 
dos transportes e das comunicações. (CHIAVENATO, 2014, p. 36)
Nessa época surgiram grandes invenções, como a navegação a 
vapor e seu aperfeiçoamento, o telégrafo elétrico, o selo postal 
Antecedentes históricos da Administração 01
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
21
1.5
e o telefone. A
 partir da Primeira Revolução Industrial o mercado começou a 
ganhar escala, pois, já se envolvia grandes contribuições de inovação 
e tecnologia.
Segunda Revolução Industrial (1860 – 1914)
Conhecida como a revolução do aço e da eletricidade que pas-
saram a substituir o ferro e o carvão como principal matéria prima dos 
espações fabris.
De acordo Chiavenato (2014, p. 37), são características da se-
gunda revolução industrial:
1. Substituição do ferro pelo aço como material industrial básico.
2. Substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo 
como fontes de energia.
3. Desenvolvimento da maquinaria automática e da especializa-
ção do trabalhador.
4. Crescente domínio da indústria pela ciência.
5. Transformações radicais nos transportes e nas comunicações.
6. Desenvolvimento de novas formas de organização capitalista.
7. Expansão da industrialização desde a Europa até o Extremo 
Oriente.
Influência dos Economistas liberais
Já no final do século XVIII os economistas clássicos liberais tive-
ram êxito em colocar suas teorias como verdades perante a sociedade. 
Eles analisavam os aspectos microeconômicos que norteava o ambien-
te empresarial de forma empírica. 
Antecedentes históricos da Administração 01
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
22
1.6
Para Chiavenato (2014) “segundo o liberalismo, a vida econômi-
ca deve se afastar da influência estatal”. 
Os três mais importantes economistas da história da administra-
ção, segundo Chiavenato (2014, p. 39-40) são:
Adam Smith
Fundador da economia clássica. Sua ideia central era a competi-
ção. Reforçando o papel do governo perante a sociedade, quando este 
deixa de agir em conformidade, o mercado supre. Além disso, antecipou 
as teorias de Taylor e Gilbreth, trazendo como fator riqueza para as 
indústrias, a divisão do trabalho, especialização das tarefas, do planeja-
mento e da organização das funções dentro das empresas.
Antecedentes históricos da Administração 01
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
23
https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2007/09/AdamSmith.jpg Acesso em: 29/08/2019
Karl Marx e Friedrich Engels 
Criaram o socialismo científico e o materialismo histórico. No livro 
escrito pelos dois “O Manifesto Comunista”, analisaram diversosregi-
mes econômicos e sociais e o que chamamos até hoje de sociedade 
capitalista e afirma que “o Estado é um órgão a serviço da classe domi-
nante, cabendo à classe operária lutar pela sua conquista implementar 
a ditadura do proletariado” (CHIAVENATO, 2014, p. 39). Logo depois 
surge o conceito de mais-valia – uma expressão da economia criada por 
Marx que consiste no processo de explorar a mão de obra assalariada, 
onde o lucro excedente do esforço humano adotado na produção fica 
para as organizações. 
Antecedentes históricos da Administração 01
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
24
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d4/Karl_Marx_001.jpg Acesso em: 29/08/2019
https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2017/04/friedrich-engels-378x450.jpg Acesso em: 29/08/2019
02 ENTENDA A ADMINISTRAÇÃO
objetivo de aprendizagem
• Conteúdo, objeto de estudo e conceitos da administração, 
• As principais funções do administrador e suas variáveis.
• O perfil do administrador atual 
• Como funciona o processo de mudança
• Competências básicas e o perfil básico do administrador.
• Os papéis do administrador
• Antecedentes que foram responsáveis pelo surgimento da ad-
ministração e seu processo evolucionário.
Há várias abordagens e mudanças que foram acontecendo ao 
longo do tempo, desde os antecedentes às influências atuais. No que 
tange ao conceito, percebe-se que os autores têm visões diferencia-
das, porém, chegam a conclusão de que administrar é atingir objetivos 
através de pessoas com uso adequado de recursos e utilização do 
planejamento, controle, direção e organização.
CONTEÚDO E OBJETO DE ESTUDO
A aplicação da administração é influenciada pelas mudanças no 
comportamento humano e na produção das indústrias, comércios, uni-
versidades, hospitais ou qualquer outro tipo de organização. Para tanto, 
saber conviver com pessoas, provocando a coletividade e interpretar 
situações em cenários altamente complexos pode não ser uma tarefa 
tão simples como muitos pensam. Chiavenato (2014, p. 10), diz que
 “A Administração vem do latim, ad – que significa direção, tendên-
cia para, e minister – que significa subordinação ou obediência e 
significa aquele que realiza uma função sob o comando de out-
rem”, isto é, presta serviço para o outro”.
Na mesma obra o autor afirma que administrar é o ato de traba-
lhar com e por meio das pessoas para atingir resultados das organiza-
ções e das pessoas (p. 11). Aduz-se que o objeto de estudo está rela-
cionado às organizações e às pessoas que nela trabalham. As pessoas 
geralmente trabalham em empresas cujo perfil profissional é parecido 
com o seu, as mais otimistas procuram empresas otimistas, as mais 
conservadoras quase sempre laboram em empresas conservadoras.
CONCEITOS 
O conceito de administração foi alterado ao longo do tempo e é 
interpretado de várias maneiras, por diversos autores: Vejamos a defini-
ção, em ordem cronológica, na visão de alguns:
RICHARD (1993) - “Alcançar objetivos organizacionais de ma-
neira eficaz e eficiente graças ao planejamento, à organização, 
à liderança e ao controle dos recursos organizacionais. 
SAMUEL – (1994) - “Planejar, organizar, liderar e controlar o 
uso de recursos para alcançar objetivos de desempenho”
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
27
2.1
2.2
Tabela 4: Definição de Administração
Com a complexidade e meio a tantas definições, Chiavenato 
(2014, p. 11) faz as interpretações sobre administração:
• É um processo contínuo e sistêmico: consiste em planejar, or-
ganizar, dirigir e controlar recursos e processos; refere-se também a 
multitarefa.
• Envolve articulação e aplicação de vários conjuntos de recursos 
e competências organizacionais;
MAXIMIANO (1997) - “A administração é o processo de to-
mar e colocar em prática decisões sobre objetivos e
 utilização de recursos”.
DRUCKER (2001) - “Administrar é aplicar o conhecimento à 
ação, uma vez que a administração transforma a informação 
em conhecimento e este em ação”.
SILVA (2001) - “Administração é um conjunto de atividades 
dirigidas à utilização eficiente e eficaz de recursos, no sentido 
de alcançar um ou mais objetivos ou metas organizacionais”
PATRICK e BRUCE (2003) - “Ato de trabalhar com o interme-
diário de outras pessoas para realizar os objetivos da organi-
zação, bem como de seus membros”
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
28
• Exige várias ações orientadas para alcançar objetivos por meio 
de diferentes pessoas e órgãos que trabalham conjunta e integralmente;
• Envolve liderança e direcionamento de atividades executadas 
por todo o conjunto organizacional e em todos os níveis das organiza-
ções.
Chiavenato (2014, p. 12) conclui que:
• Administração ocorre exclusivamente dentro das organi-
zações: Toda organização precisa de uma administração, porém, cada 
uma atua de um jeito único baseado na sua estrutura singular.
• Administração requer fazer as coisas por meio das pes-
soas: O administrador precisa ter habilidade para ajudar as pessoas 
a realizarem as tarefas. Ele não é um executador de tarefas. Precisa 
dessas pessoas.
• Administração requer lidar simultaneamente com situações 
múltiplas e complexas, muitas vezes inesperadas e potencialmen-
te conflitantes: Precisa desenvolver habilidade de lidar com diversas 
situações em um processo integrado e articulado 
• O administrador deve continuamente localizar e aproveitar 
novas oportunidades de negócios: Ser empreendedor e buscar opor-
tunidades onde quase ninguém vê. Estar continuamente aprendendo e 
desenvolvendo habilidades.
• O administrador precisa saber reunir simultaneamente con-
ceitos e ação: O administrador precisa ter o conhecimento e aplicá-lo 
simultaneamente.
O entendimento do que é administração é individual, pois, esta-
mos sempre administrando nossa vida pessoal e profissional e, para 
isso, é preciso alocar recursos para atingir metas da melhor forma pos-
sível.
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
29
Para Chiavenato (2014, p. 13) a Administração é muito mais do 
que o ato de fazer as coisas. Pode ser compreendida como arte, ciência 
e tecnologia:
• Ciência: A administração é fundamentada em metodologias e 
teorias sobre os fatos, testada e experimentada na prática pelo homem.
• Técnica (tecnologia): É a utilização de técnicas, ferramentas e 
metodologias baseadas na ciência para facilitar a vida do administrador.
• Arte: A utilização da intuição e a leitura de cada situação para 
tomadas de decisões criativas e inovadoras.
Figura 17: Administração como ciência, tecnologia e arte 
Fonte: (CHIAVENATO, 2014)
Diante de tudo isso, como se definiria a administração?
Ciência
(análise metódica e 
sistematizada de fatos e 
evidências)
Tecnologia
(aplicação prática e 
metódica de princípios e 
teorias científicas)
Arte
(visão, intuição,
 abordagem criativa e 
inovadoras)
Administração
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
30
FUNÇÕES BÁSICAS DO ADMINISTRADOR
As funções básicas do administrador foram desenvolvidas logo 
no início da abordagem da administração, em especial nas teorias clás-
sica e neoclássica, que estudaremos mais a frente. O administrador 
precisa desenvolver quatro funções básicas (PDCO – Planejar, Dirigir, 
Controlar e Organizar) de forma eficiente e eficaz. As funções básicas 
levariam o administrador à eficiência e eficácia. Na visão de Chiavenato 
(1994, p. 70), 
Eficácia é uma medida normativa do alcance dos resultados, en-
quanto eficiência é uma medida normativa da utilização dos recur-
sos nesse processo. (...) A eficiência é uma relação entre custos e 
benefícios. Assim, a eficiência está voltada para a melhor maneira 
pela qual as coisas devem ser feitas ou executadas (métodos), a 
fim de que os recursos sejam aplicados da forma mais racional 
possível (...)
A eficácia e eficiência não necessariamente atuam juntas (mas é 
de grande estratégia que isso ocorra). Um processo pode ser eficaz e 
não ser eficiente.Veja: Durante os tradicionais 90 minutos de um jogo de futebol 
o artilheiro fez uma partida espetacular mesmo sem ter marcado algum 
gol. O jogador foi eficiente porque fez percursos corretos em campo, 
mas não foi eficaz, afinal, o gol, que seria o resultado, não saiu. Em 
outras palavras podemos dizer que a eficiência é um meio correto para 
realizar determinadas tarefas e a eficácia é o objetivo real alcançado. 
Voltando a falar sobre o PDCA entende-se como:
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
31
2.3
encurtador.com.br/bcdm8 Acesso em: 29/08/2019
Planejar
O planejamento está presente no nosso cotidiano. Estamos sem-
pre planejando uma viagem, comprar algum móvel ou imóvel, ter filhos, 
casar ou entrar na faculdade. Está relacionado a fixação de objetivos da 
empresa, a curto, médio e longo prazo. 
Para atingir esses objetivos, o planejamento deve contemplar as 
metas a serem alcançadas e todos os recursos necessários para che-
gar até elas. O planejamento contribui para o direcionamento da organi-
zação, porém, se for mal aplicado pode trazer problemas sérios.
Outra vantagem de planejar é a possível previsão do futuro da or-
ganização. Os fatores internos e externos que permeiam a organização 
devem ser levados em consideração na hora de elaborar/desenvolver o 
planejamento.
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
32
Organizar
Consiste em praticar o que foi planejado fazendo as suas devidas 
distribuições de tarefas e departamentos responsáveis. 
Com a organização o administrador pensa nos colaboradores, 
quem tem afinidade para exercer quais papeis.
É importante que estes colaboradores sejam organizados, facil-
itando o processo organizacional e trazendo resultados rápidos. 
Organizar também se refere a alocar de maneira correta os recur-
sos disponibilizados no planejamento e minimizar esforços desnecessári-
os. Isso faz com que a empresa ganhe mais tempo em produção e/ou 
comercialização sem prejudicar a entrega do produto final ao cliente e o 
comprometimento financeiro da organização. 
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https://unsplash.com/photos/hCJgkGzHpqY Acesso em: 29/08/2019
https://unsplash.com/photos/K0c8ko3e6AA Acesso em: 29/08/2019
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
34
Dirigir
Dirigir está estreitamente ligado ao que denominamos hoje como 
liderar. O líder que ficará responsável pelos projetos ou atividades rotinei-
ras tem um papel importante na hora de motivar e direcionar as pessoas 
ao resultado esperado através do cumprimento do planejamento. 
A má administração dos recursos humanos na implantação de 
projetos tem sido causa de insucesso de muitas empresas. É que as 
pessoas são seres pensantes, logo, são mutantes e multiculturais. A 
figura do líder nas organizações pode comprometer seus resultados se 
não tiver a competência de lidar com essa diversidade. 
Controlar
O controle é a técnica de acompanhar o andamento das ações e 
projetos. Para isso, o administrador deve monitorar se os colaboradores 
estão desempenhando bem as atividades que lhe foram atribuídas e 
identificar se os indicadores de produção estão sendo desempenhados. 
O controle está muito relacionada a observar se as “peças” es-
tão sendo montadas corretamente, ou seja, o uso adequado e quan-
tidade necessária de materiais, se o método de execução está sendo 
eficiente para exercer as atividades e o desempenho de cada colabora-
dor naquela atividade ou função. Do que adiantaria elaborar um projeto, 
fazer seu planejamento, organizar procedimentos e dirigir as pessoas 
se o administrador perder o controle de tudo? Seria um desperdício de 
tempo e energia.
Entenda a Administração 02
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https://unsplash.com/photos/unRkg2jH1j0 Acesso em: 29/08/2019
Planejar 
Definir objetivos, metas
e estratégias
Organizar
Definir o que fazer e 
como fazer. 
Dar atribuições
Controlar 
Acompanhar. Ver o
desempenho
Dirigir
Liderar e motivar 
pessoas
Ideias
Resultados Pessoas
Coisas
Figura 22: Funções básicas da Administração.
HABILIDADES FUNDAMENTAIS DO ADMINISTRADOR
Enquanto um químico ou um físico são considerados profissio-
nais porque passaram em um teste de conhecimento, acerca de suas 
profissões, o mesmo não acontece com o administrador. (Chiavenato, 
2014, p. 9 apud Levitt).
Na mesma obra o autor reforça que apenas o conhecimento não 
torna um profissional administrador, mas também pela forma de agir e 
como ele desenvolve suas habilidades.
O administrador de sucesso precisa desenvolver três habilidades 
fundamentais, quais sejam:
Habilidades técnicas
São aquelas habilidades que usamos para manusear determi-
nado processo, ferramenta ou atividade que envolvem o uso de conhe-
cimentos especializados (CHIAVENATO, 2014, p. 3). Devemos, como 
profissionais, ser especialistas naquilo que nos propomos a fazer, co-
nhecer a fundo sobre cada processo a ser realizado no serviço, ter do-
mínio de conhecimento e causa. 
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
36
2.4
O administrador deve se dedicar na sua área de competência 
para que os afazeres sejam verdadeiramente pertinentes. Durante a 
carreira é recomendável que o administrador entenda um pouco de 
cada área que cerca o cenário organizacional. Se há convicção de que 
se sabe realizar determinada função, atividade ou projeto, com certeza 
a segurança é maior na hora de abrir um empreendimento ou de se 
comprometer em gerenciar o empreendimento de outros. 
Chiavenato (2000, p. 3) conclui que é importante o administrador 
ser especialista em utilizar conhecimentos, técnicas e equipamentos 
necessários para o desempenho de tarefas específicas por meio da ex-
periência e educação. 
Neste sentido, a habilidade técnica é muito importante para o 
nível operacional.
Habilidades humanas
É o ato de trabalhar com e para pessoas. Para desenvolver bem 
esta habilidade, o administrador precisa possuir boa relação interpesso-
al e compreender como as pessoas se comportam, inclusive perceber 
suas diferenças. 
“O sucesso do administrador depende muito mais de como ele 
sabe lidar com as pessoas e com as situações, do que com o que ele 
sabe efetivamente”. (CHIAVENATO, 2014, p. 3).
A organização tem como uma das premissas trabalhar com pes-
soas. O líder, por sua vez, é o grande maestro de uma organização, ele 
é capaz de conduzir seus liderados aos resultados da empresa e criar 
uma inter-relação e provocar grandes mudanças dentro e fora dela.
Entender a importância e trabalhar em grupo é uma habilidade 
importante para quem quer negócios sustentáveis. Essa mobilização 
grupal, que começou desde o início dos estudos teóricos científicos da 
administração faz com que a empresa alcance resultados muitos mais 
rápidos. Quem está à frente de uma organização, na condição de geren-
te, coordenador, administrador, precisa desenvolver o trabalho humano. 
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
37
Habilidades conceituais
Outro grande desafio e que faz parte do tripé de habilidades bá-
sicas da administração, desenhado por Katz (1955) é entender as si-
tuações nas quais as organizações se encaixam e se correlacionam. 
Pensar sobre as situações e diagnosticá-las para ter embasamento nas 
tomadas de decisões. 
A habilidade conceitual está muito ligada à visão, missão, valores 
e estratégias gerais da organização. São os atributos que dão norte à 
instituição e define toda sua forma de funcionamento. São os atributos 
que dão norte à instituição e define toda sua forma de funcionamento. 
Dá-se quando o administrador pensa no futuro e identifica as possibili-
dades.
Segundo Chiavenato (2014, p. 3) “à medida em que um profis-
sional faz carreira e sobe na organização, ele precisa, cada vez mais, 
desenvolver suas habilidades conceituais para não limitar sua emprega-
bilidade”. Numa empresa de estrutura linear esta habilidade está muito 
clara a presença do presidente ou dono de umaempresa, cujo papel 
principal é planejar e executar ações voltadas ao melhor funcionamento 
organizacional. Geralmente é ele quem identifica oportunidades e ame-
aças e consegue fazer uma ligação das ferramentas internas e externas 
da organização, além de mensurar e trabalhar em cima da missão da 
organização. 
A aplicação das três habilidades garante o sucesso do adminis-
trador nas empresas. Se ele sobe de cargo, diminui o nível técnico e 
aumenta o poder de decisão.
A teoria geral da administração se preocupa em desenvolver as 
habilidades conceituais não deixando para trás as técnicas, mas dá ên-
fase às conceituais (CHIAVENATO, 2014, p. 3). Isso porque as empre-
sas têm necessidade de serem planejadas e projetadas para diagnos-
ticar situações mais complexas e buscar soluções inovadoras. A inova-
ção é o principal desafio, conclui o autor.
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
38
A medida que o tempo passa, os administradores se compro-
metem em desenvolver novas habilidades e se adaptam às reações do 
ambiente externo que norteiam as organizações. 
COMPETÊNCIAS FUNDAMENTAIS DO ADMINISTRADOR
Diante de todos esses desafios, o administrador para ser bem-
-sucedido, precisa desenvolver quatro competências duráveis (CHIA-
VENATO, 2014, p. 4). São elas: 
Conhecimento
Conhecimento é todo o acervo de informações, conceitos, ideias, 
experiências e aprendizagens que o administrador possui a respeito de 
sua especialidade (CHIAVENATO, 2014).
Figura 27: As três habilidades do administrador definidas por Katz 
(1955) e reforçadas por Chiavenato (2014)
Nível
Institucional
Nível
Intermediário
Nível
Operacional
Alta Direção
Gerência
Supervisão
Habilidades Humanas
(relacionamento
interpessoal)
Habilidades conceituais
(Ideias e conceitos
abstratos)
Habilidades técnicas
(manuseio de coisas
físicas)
Fazer e executarExecução das operações
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
39
2.5
Conhecer a empresa, seus processos de fabricação, a forma de 
atender e entender colaboradores, conhecer cada etapa no desenvolvi-
mento de produtos e suas particularidades. Entender ao máximo sobre 
as situações que ligam a empresa é uma das habilidades do adminis-
trador.
O autor chama a atenção que 
“As empresas estão repletas de profissionais com excelentes cur-
rículos e um enorme cabedal e conhecimentos mas que não são 
capazes de transformar sua bagagem pessoal em contribuições 
efetivas ao negócio”. (CHIAVENATO, 2014, p. 3).
Pensando dessa forma, não adianta muita coisa termos o conhe-
cimento se não aplicamos à empresa. 
Perspectiva
Apenas obter os melhores conhecimentos de qualquer situação 
não basta. Outra competência que deve ser complementar, não isolada, 
é a capacidade de colocar os conhecimentos em prática. O que chama-
mos de “fazer acontecer”. 
Com efeito, perspectiva “é a capacidade de colocar o conheci-
mento em ação, saber transformar a teoria em prática e aplicar o co-
nhecimento na análise das situações e solução dos problemas e na 
condução do negócio”. (CHIAVENATO, 2014, p. 5)
É exercendo essa competência que o administrador traz ideias 
inovadoras para as empresas e se destacam como profissionais proati-
vos, por decidir e por criar soluções próprias para realizar suas tarefas. 
Na realidade, a perspectiva é a condição pessoal que torna o adminis-
trador capaz de diagnosticar situações e propor soluções criativas e 
inovadoras. (CHIAVENATO, 2014, p. 5). 
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
40
julgamento
 É de inteira responsabilidade das organizações tomarem medi-
das preventivas e/ou corretivas em situações demandadas; nisso entra 
a capacidade de avaliar o que deve ou que não deve ser implantado na 
organização. O administrador precisa analisar e avaliar a situação com 
clareza, obter informações suficientes para julgar os fatos com espírito 
crítico, ponderar e definir prioridades (CHIAVENATO, 2014, p. 5). O au-
tor conclui que isso é fundamental para tomada de decisões.
atitude
Para Chiavenato (2014, p. 5), a atitude é a competência que “re-
presenta o estilo pessoal de fazer as coisas acontecerem, a maneira de 
liderar, motivar, comunicar e levar as coisas para a frente”. Trata-se de 
ter iniciativa para resolver problemas ou adotar novas estratégias. Ir em 
busca dos melhores projetos, das melhores propostas, colocar-se no 
mercado para analisar concorrentes, buscar oportunidades, são alguns 
dos fatores que devem compor a atuação dos administradores.
“É esta competência durável que transforma o administrador em 
um agente de mudança nas empresas e nas organizações, e não sim-
plesmente um agente de conservação e manutenção de status quo”. 
(CHIAVENATO, 2014, p. 5)
Conhecimento Perspectiva
Saber
Know-how
Aprender a aprender
Aprender continuamente
Amplia conhecimento
Transmitir conhecimento
Compartilhar conhecimento
Saber fazer
Aplicar o conhecimento
Visão global e sistêmica
Resolver problemas
Saber fazer bem
Trabalhar com os outros
Proporcionar soluções
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
41
Sem essas competências se torna difícil ao administrador execu-
tar suas funções de forma satisfatória. Concluímos que as novas com-
petências que vão surgindo na vida do profissional devem ser comple-
mentos das competências antigas.
Papéis do administrador
O administrador – gerente, diretor, coordenador ou líder – exerce 
funções dentro da organização que estão ligadas à forma como esses 
administradores se comportam enquanto representantes da empresa. 
De acordo Chiavenato (2014, p. 7 apud MINTZBERG, 2009, p. 12), es-
ses comportamentos são denominados “papéis” do administrador. O 
administrador destaca-se nas organizações pelos diversos papéis que 
compõem no mundo dos negócios. 
São papéis não tão fáceis de exercer, porém exigem muita disci-
plina e flexibilidade para compreender seus efeitos nas pessoas dentro 
das organizações; de fato, seus recursos devem ser utilizados e devem 
ser adequadas as crenças empresariais ao comportamento do ambien-
te externo. 
Figura 28: Competências duráveis do administrador 
Fonte: (CHIAVENATO, 2014)
Julgamento Atitude
Saber analisar
Avaliar situações
Obter dados
Espírito crítico
Julgar os fatos
Ponderar com equilíbrio
Definir prioridades
Saber fazer acontecer
Atitude empreendedora
Criatividade e inovação
Agente de mudança
Iniciativa e riscos
Foco em resultados
Autorrealização
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
42
2.6
O administrador deve ter pleno domínio de sua língua pátria e 
conhecer outros idiomas necessários ao bom relacionamento organiza-
cional. Chiavenato (2014, p. 7 apud MINTZBERG, 2009) discorre sobre 
os seguintes papéis: os interpessoais, os informacionais e os deciso-
riais. Quanto aos papéis interpessoais, o administrador mantém redes 
(contatos com pessoas) dentro e fora da organização e estabelece a 
comunicação entre elas, estabelecendo um intercâmbio de interesses 
comuns. 
O administrador é visto pela sociedade como a pessoa que re-
presenta a empresa e sempre é lembrado e simbolizado como um re-
presentante; além disso, tem o papel de promover a coletividade dentro 
da empresa. O papel interpessoal “mostra como o administrador inte-
rage com as pessoas e influência seus subordinados”. (CHIAVENATO, 
2014, p. 7)
Tabela 1: papéis informacionais do administrador
Adaptado de Chiavenato (2014).
Categorias
Interpessoal
AtividadesPapeis
Representação
Liderança
Ligação
Assume deveres cerimoniais e simbólicos,
representa a organização, acompanha 
visitantes e assina documentos legais
Dirige e motiva as pessoas, treina, aconcelha,
orienta e se comunica com os outros
subordinados
Mantém redes de comunicação dentro e fora
da organização, usa malotes, telefonemas e 
reuniões
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
43
Quanto aos papéis informacionais, trata-se de um papel tão im-
portante quanto os demais. O administrador encarrega-se de acompa-
nhar e de fazera gestão do fluxo de informações que circulam nas or-
ganizações. 
É papel do administrador coletar, avaliar e disseminar as informa-
ções pertinentes aos fornecedores, aos clientes, aos parceiros, dentre 
outros. Para Chiavenato (2014, p. 7), um administrador no nível insti-
tucional passa cerca de 75% do seu tempo trocando informações com 
outras pessoas, dentro e fora das organizações. O administrador tem, 
portanto, o perfil de ser um o porta-voz da organização. 
Tabela 2: papéis informacionais do administrador
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014)
Quanto aos papéis decisoriais, trata-se do papel de inovar nos 
empreendimentos, aplicar novas tecnologias nos produtos ou proces-
sos, além de se estar a postos para resolver conflitos, alocar os recur-
sos (materiais, humanos, tecnológicos e financeiros). 
Categorias
Informacional
AtividadesPapeis
Monitoração
Disseminação
Porta-voz
Manda e recebe informação, lê revistas e 
relatórios e mantém contatos pessoais
Envia informação para os membros de 
outras organizações, envia memorandos
 e relatórios, telefonemas e contatos
Transmite informações para pessoas de fora
por meio de conversas, relatórios e 
memorandos
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
44
Esse papel existe para auxiliar o profissional na solução de pro-
blemas; por isso nem todo mundo se sente apto a exercer o cargo. O 
papel decisório “envolve eventos e situações em que o administrador 
deve fazer uma escolha”. (CHAVENATO, 2014, p. 7) Nesse sentido, 
uma habilidade imprescindível dos administradores na organização é o 
de negociação. Constantemente os administradores estão negociando 
na compra e venda de produtos, na aquisição de matérias-primas e em 
quaisquer outros produtos e serviços.
Tabela 3: papéis decisoriais do administrador
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014)
 
Para Lacombe e Heilborn (2008, p. 3), o administrador de suces-
so é capaz de: 
 obter resultados por meio de pessoas: como estamos na era 
da informação, em que muitos conhecimentos chegam rapidamente às 
organizações, obrigando-as na restruturação de sua gestão, as pesso-
as obtêm conhecimentos múltiplos e diversificados. Nesse quesito, o 
desafio do administrador é fazer com que os colaboradores trabalhem 
em prol da organização e garantam a produtividade.
Categorias
Decisorial
AtividadesPapeis
Empreendimentos
Resolução 
de conflitos
Alocação de 
recursos
Inicia projetos, identifica novas ideias, assume
riscos, delega responsabilidade de ideias 
para outros
Toma ação corretiva em disputas ou crises,
resolve conflitos entre subordinados, adapta
o grupo a crises e mudanças 
Decide a quem atribuir recursos. Programa, 
orça e estabelece prioridades
Representa interesses das organizações
em negociações com sindicatos, em vendas, 
compras ou financiamentos
Negociação
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
45
 É preciso juntar o conhecimento individual de cada colaborador 
para atingir o objetivo e, então, mobilizar a equipe para trabalhar em con-
junto e trazer resultados reais. O administrador que atua em qualquer 
posição dentro uma organização (gerente, coordenador, chefe, diretor, 
etc.) deve fazer com que os resultados sejam proveitosos atendendo às 
expectativas da empresa. Esses resultados podem ser dois, a saber:
• resultado econômico: consiste em trazer lucro para a empre-
sa ou para si próprio. Refere-se ao crescimento e desenvolvimento fi-
nanceiro;
• resultados não econômico: consiste na satisfação dos clien-
tes, em como a empresa é reconhecida no mercado, no crescimento 
organizacional, no desenvolvimento da imagem empresarial e na credi-
bilidade perante a sociedade;
 ter bom senso: de acordo o dicionário (Aurélio,2016) bom sen-
so significa equilíbrio nas decisões ou nos julgamentos em cada situa-
ção que se apresenta. Apesar das técnicas utilizadas e comprovadas da 
administração, o bom senso faz parte e é influenciado pelas habilidades 
e pelos conhecimentos do administrador na hora de tomar decisões e 
de analisar determinadas situações. Para desenvolver o bom senso, é 
importante conhecer bem a equipe, desenvolver habilidades para lidar 
com elas e ter responsabilidades diante dos fatos;
 ter conhecimentos genéricos: o administrador que deseja al-
cançar um nível maior na empresa em que labora precisa conhecer 
diversas áreas e diversos tipos de funções dentro da organização. Em 
outras palavras, ele tem que entender de marketing, de recursos hu-
manos, de contabilidade, de finanças, de logística, entre outros; além 
do mais, é muito importante que ele saiba um pouco de Psicologia, So-
ciologia, Filosofia, Direito, etc. O desafio vai além do ambiente local: o 
administrador contemporâneo tem que saber no mínimo uma ou duas 
línguas estrangeiras: no mercado globalizado é inevitável o contato com 
negócios e com pessoas de outras nações.
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
46
Perfil do profissional administrador
Faz parte dos processos seletivos nas organizações a contrata-
ção adequada dos funcionários para ocupar os cargos, principalmente 
os de níveis mais altos. Com base em Lacombe e Heilborn (2008, p. 
5), que utilizaram fontes do Ministério da Educação, o profissional que 
deseja ocupar a função de administrador deve ter os seguintes perfis 
básicos:
• capacidade de adotar os princípios da ética, da justiça e da res-
ponsabilidade social;
• ter formação focada nas relações humanas e visão global; 
• formação técnica e científica para poder exercer as atividades 
específicas;
• desenvolver competências empreendedoras, transformando 
conhecimento em ação e antecipando decisões;
• capacidade de administrar e conviver com pessoas diversifica-
das;
• capacidade para compreender o autoconhecimento e a busca 
constante pelo conhecimento. 
Para tanto, é necessário também ter as seguintes habilidades:
• comunicação e expressão;
• raciocínio lógico, crítico e analítico;
• visão sistêmica e estratégica;
• criatividade e iniciativa;
• negociação;
• tomadas de decisão;
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
47
2.7
• liderança;
• trabalho em equipe.
A experiência na vida do administrador é outro fator que traz di-
versas observações. O preparo dos funcionários para exercer as ativida-
des é tão importante que a maioria das grandes corporações oferecem 
treinamentos e capacitações constantes para sua força de trabalho. 
Podemos perceber dois tipos de experiências nos administrado-
res, a saber:
• Profissional especialista: sabe muito de pouca coisa. São 
administradores profissionais que aprendem a exercer apenas uma ou 
poucas atividades. O conhecimento sobre essas atividades é profundo;
• Profissional generalista: sabe um pouco de cada campo. Com 
a capacidade de visão global, o administrador tem um básico entendi-
mento de todos os campos que permeiam as organizações, no ambien-
te interno e externo. Ele não precisar saber apertar um parafuso com 
precisão, pois existe um profissional específico para isso, mas ele en-
tende de forma gerencial as características e a funcionalidade de como 
trabalhar com parafusos, por exemplo, para intervir quando necessário.
“Especialista é o que sabe cada vez mais sobre cada vez menos. 
Generalista é o que sabe cada vez menos sobre cada vez mais” (LA-
COMBE E HEILBORN, 2008, p. 6) Essas reflexões sobre as experiên-
cias do administrador ressaltadas pelo autor estendem-se para o campo 
profissional e para o campo pessoal. De outra forma, o administrador 
deve ter boa experiência de vida e também uma bagagem de mercado; 
além disso, o fato de o administrador generalista ter mais posição no 
mundo globalizado não quer dizer que ele não deva ser especialista em 
alguma área. Para esse profissional que almeja um cargo diferenciado 
nas empresas, é exigido que, com essas experiências e conhecimentos 
ao longo da vida, ele tenha um perfil prático. É preciso entender que a 
busca pela experiência deve ser incessante. 
Entenda aAdministração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
48
A partir desse pensamento Lacombe diz que “administração é 
para toda uma vida”. 
As variáveis da administração
Há mais de um século, a administração vem sendo estudada por 
diversos autores com variados focos centrais de estudo. O que estimula 
essas abordagens organizacionais são algumas influências ou variáveis 
que se destacam a cada período. 
A variável da administração refere-se às causas que remodelam 
os negócios durante um determinado período. No início do século XX, 
por exemplo, e com todas aquelas movimentações industriais, a variável 
da administração era a tarefa, ou seja, os estudos e os ensinamentos 
nos ambientes fabris eram evidenciados não só pela distribuição e pela 
especificação das tarefas dos colaboradores, mas também por como se 
tornariam produtivas para as indústrias.
Na contemporaneidade, a variável da administração hoje é a 
competitividade, em que os negócios estão totalmente instáveis e o en-
foque passa a ser a busca pela superação e a conquista por posição 
no mercado em relação ao concorrente. Para garantir essa competiti-
vidade, os administradores investem na satisfação dos consumidores, 
definida na qualidade de produtos e serviços.
O que era bom ontem para os clientes já não é hoje. Novos atri-
butos são necessários para adquirir qualidade.
Para Chiavenato (2014, p. 14), o conteúdo do estudo da admi-
nistração varia de acordo com a teoria ou com a escola considerada. 
Estudaremos cada uma das teorias: todas elas são importantes, e ne-
nhuma substitui a outra. As teorias surgem para complementar ideias e 
experimentos das anteriores.
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
49
2.8
 Em um período de pouco mais de um século, o estudo da admi-
nistração foi-se transformando, e tudo indica que esse fenômeno sem-
pre aconteça à medida que novos comportamentos sejam notados nas 
indústrias e comércios. 
As variáveis responsáveis pela evolução das teorias administrati-
vas, segundo Chiavenato (2014, p. 14), são as seguintes:
• Tarefas: análise das tarefas para melhorar o processo produti-
vo por meio da racionalização do trabalho (teoria: Administração Cien-
tífica);
• Estrutura: foco na estrutura organizacional, ou seja, na arru-
mação das pessoas e suas funções dentro da empresa (teoria: Teoria 
Estruturalista);
• Pessoas: as pessoas passaram a ser foco de estudo. Surgem 
os conceitos de motivação, de liderança, de organização informal – re-
lacionamento e comportamento grupal dentro das empresas (teoria: Te-
oria das Relações Humanas, Teoria Comportamental);
• Ambiente: análise do sistema aberto. Não existe uma forma de 
gestão para todas as empresas. A estrutura delas depende das circuns-
tâncias ambientais que a circulam (teoria: Teoria Estruturalista, e Teoria 
da Contingência);
• Tecnologia: saber lidar e extrair o máximo de resultados dentro 
das organizações por meio da tecnologia. (teoria: Teoria dos Sistemas);
• Competitividade: complexidade das organizações e o caos em 
que elas vivem. A sobrevivência perante os concorrentes, inclusive com 
os conceitos de aprendizagem organizacional e capital intelectual (teo-
ria: Novas Abordagens).
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
50
O gráfico anterior mostra como as variáveis se interligam, criando 
uma interdependência.
Cada uma dessas seis variáveis - tarefas, estrutura, pessoa, ambi-
ente, tecnologia e competitividade – provocou, ao seu tempo, uma 
diferente teoria administrativa, marcando um gradativo passo na 
Teoria Geral da Administração. (CHIAVENATO, 2014, p. 14) 
A junção dessas variáveis funciona e traz impactos na forma de 
produzir e comercializar. 
Perspectiva da administração
Segundo Chiavenato (2014, p. 17), nos próximos anos, o mundo 
verá o fim da forma organizacional de hoje (a organização burocrática 
que ainda predomina em muitas organizações). 
Figura 32: Variáveis da organização 
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014)
Competitividade
Tecnologia Pessoas
AmbienteEstrutura
Tarefas
Organização
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
51
2.9
Já é possível imaginar este novo cenário mercadológico, total-
mente inovador, mas veloz, dinâmico e altamente tecnológico.
Causas de enfraquecimento das organizações
O modelo atual, principalmente com predominância burocrática, 
irá enfraquecer-se por algumas razões. Segundo Chiavenato (2014, 
p.17), são elas:
a) o crescimento em tamanho das organizações que se tornam 
complexas e internacionais. 
b) as mudanças nas organizações estão acontecendo de forma 
rápida e há crescimento populacional. Atender a essa população está 
sendo um desafio. As empresas nem sempre estão preparadas para 
este fenômeno.
c) as atividades administrativas exigem competências diversas 
envolvendo problemas de coordenação e acompanhamento das mu-
danças. Os problemas serão cada vez mais complexos.
Fatores de grande impacto nas organizações
Na mesma obra, Chiavenato (2014, p.18) define os fatores que 
vão impactar as organizações nos próximos anos:
a) crescimento das organizações: aumento no tamanho e na ex-
pansão. As organizações irão internacionalizar-se cada vez mais;
b) concorrência mais aguda: produtos melhores, busca de novos 
mercados, novas tecnologias, etc.; enquanto o mercado aumenta, au-
menta também a concorrência;
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
52
c) sofisticação da tecnologia: com o avanço tecnológico, as orga-
nizações estão internacionalizando suas operações e atividades a todo 
vapor. A tecnologia será mais precisa e será introduzida nos novos pro-
cessos e novos instrumentos que causarão impactos sobre a estrutura 
e sobre os comportamentos das empresas; 
d) taxas elevadas de inflação: inflação alta, maior custo de mão 
de obra, matérias-primas demais, custos de produção, imposição de 
novas pressões e ameaças no mercado financeiro;
e) globalização e negócios internacionais: maior esforço para ex-
portação – as empresas vão investir pesado no mercado exterior;
f) visibilidade maior das organizações: maior necessidade de 
chamar a atenção da sociedade. A empresa precisará investir na positi-
vidade da sua imagem. 
A administração do futuro
O futuro será muito preocupante para os administradores tradi-
cionais. Para fundamentar essa ideia, Chiavenato (2014, p.19) discorre 
sobre as megatendências revolucionárias do mercado:
1. A sociedade deixará de ser industrial para ser sociedade 
da informação: mudança definitiva da era industrial, dando lugar à in-
formação, que será o elemento mais estratégico das empresas. Esta-
mos a caminho da era pós-industrial; 
2. Haverá transação da simples tecnologia para a tecnologia 
sofisticada: as tecnologias que irão surgir serão totalmente novas, não 
apenas uma melhoria das que temos hoje. Novos negócios com novos 
formatos irão impactar o mercado;
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
53
2.10
3. Da economia nacional para a economia mundial: as orga-
nizações não terão mais limites de localização. O mundo será um mer-
cado muito mais unificado, globalizado. O administrador terá o papel de 
desenvolver produtos altamente desejáveis. Haverá maior investimento 
em P&D – Pesquisa e Desenvolvimento;
4. Planejamento sairá do curto para longo prazo: será neces-
sária visão de futuro, pensamento a longo prazo, que é evidenciado 
pelos japoneses. O administrador não poderá planejar apenas para o 
próximo mês ou trimestre. O plano de longo prazo norteará as ações 
cotidianas. Haverá maior enfoque no perfil do profissional com habilida-
de conceitual;
5. Da democracia representativa para a participativa: as orga-
nizações não deverão apenas palestrar sobre democracia. Será mesmo 
necessário exercê-la. Isso significa que as organizações serão cada vez 
mais colaborativas. A gestão será participativa;
6. Mudanças da hierarquia para a comunicação lateral inten-
siva: a hierarquia dará lugar às redes informais. Esse fenômenoserá 
uma grande contribuição da prática da democracia dentro das organi-
zações; 
7. Sairá da opção dial para a opção múltipla: os administra-
dores não se limitarão a tomar decisões baseadas em duas premissas 
– isso ou aquilo, sim ou não. O sistema será aberto. Eles terão natu-
ralmente várias opções para decidir, sempre com muitas alternativas 
diante das situações;
8. Da centralização para a descentralização: as decisões den-
tro do ambiente empresarial serão descentralizadas, mas não é só isso. 
Elas em si se deslocarão fisicamente para outros lugares. Algumas ins-
tituições como bancos já se instalam em periferias, por exemplo. Isso 
tudo aumenta o nível de imprevisibilidade e incerteza na gestão, e o 
ambiente externo tende a influenciar muito mais nas organizações;
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
54
9. Mudança da ajuda institucional para a autoajuda: as pes-
soas estão mudando de postura em relação à aprendizagem. Elas não 
buscam essa responsabilidade nas organizações. Procuram aprender 
sozinhas para se tornarem sustentáveis e opcionais em buscar outras 
oportunidades. Esse fator influencia o empreendedorismo.
Tabela 4: administração do futuro
Fonte: Chiavenato (2014)
De Para Alteração
Sociedade
Industrial
Tecnologia
simples
Economia
nacional
Curto 
prazo
Democracia
representativa
Opção dual
ou binária
Ajuda
institucional
Autoajuda
Centralização Descentralização
Opção
múltipla
Visão sistêmica e
contingencial
Incerteza e
imprevisibilidade
Autonomia 
e serviços 
diferenciados
Hierarquia
Democracia
participativa
Comunicação
lateral
Democratização
empowerment
Pluralismo
e participação
Economia
mundial
Longo 
prazo
Visão
de negócio e futuro
Sociedade da 
informação
Inovação
e mudança
Maior
eficiência
Globalização
e competitividade
Tecnologia
sofisticada
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
55
O que se espera da Administração nos próximos anos? Como 
será a forma de administrar grandes indústrias e pequenos negócios? 
Talvez não tenhamos uma resposta concreta, mas sabemos que o ob-
jetivo da Administração é gerar lucros para as empresas por meio de 
pessoas e com pessoas. 
Estamos vivendo em um caos de mudanças significativas, e a 
Administração vem sendo considerada a principal chave para a solução 
dos mais graves problemas que atualmente afligem o mundo moderno. 
Por essa compreensão, a forma de administrar fará toda a diferença 
tanto nos negócios tradicionais, quanto os mais inovadores, nos conso-
lidados e nos emergentes. 
Um grande desafio para a administração será o trabalho coletivo: 
essa interdependência das empresas com as outras e com as pessoas. 
Chiavenato (2014, p. 9) conclui que “na sociedade atual predominam 
as organizações, e o esforço cooperativo do homem é a base funda-
mental para a sociedade”; ademais afirma que “o avanço tecnológico 
e o conhecimento humano serão estendidos e nortearão os próximos 
passos da Administração, e fica evidente a Administração como meio de 
resolver as coisas através de pessoas”. O autor reafirma que o papel do 
administrador é comum a todos os administradores, sejam eles de nível 
mais elevado, sejam eles de menos elevados, de empresas de qualquer 
porte ou seguimento.
Entenda a Administração 02
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
56
03 início às teoriasda administração
objetivo de aprendizagem
• teoria da administração científica: primeira e segunda fase;
• teoria clássica;
• teoria das relações humanas;
• decorrências das relações humanas;
• os 14 princípios de fayol;
• diferenças e ligações entre as três teorias: cientifica, clássica e 
relações humanas.
• Antecedentes que foram responsáveis pelo surgimento da ad-
ministração e seu processo evolucionário.
As teorias da administração correspondem ao maior acervo 
histórico da administração. A cada teoria posta no mercado, outras no-
vas originam-se. Os problemas não abordados na teoria cientifica servi-
ram para o surgimento da clássica, que, por sua vez, também deu lugar 
à teoria de relações humanas. Até aqui, o objetivo das organizações 
não era as pessoas como destaque: as indústrias queriam mesmo pro-
duzir e chegar ao nível máximo de eficiência.
 
Teoria da administração 
Com o passar dos anos, a administração foi evoluindo junto à 
civilização humana, podendo ser detectada em várias culturas, como, 
por exemplo, no Egito antigo, onde Ptolomeu planejou um sistema eco-
nômico que não poderia ser gerenciado sem uma administração pú-
blica, ou, na China, em que se vê um esforço para definir as bases de 
uma administração pública na constituição Chow, idealizada pelo pró-
prio Confúcio e constituída de 8 princípios conforme os quais se deveria 
governar, quais sejam: 
a) o alimento; 
b) o mercado; 
c) os ritos; 
d) o Ministério do Emprego; 
e) o Ministério da Educação; 
f) a administração da justiça; 
g) a recepção dos hóspedes; 
h) o exército.
Além desses exemplos supracitados, é possível enxergar a im-
portância da administração em várias instituições importantes, como 
para o exército romano e para a igreja católica, que utilizavam a ad-
ministração à sua própria maneira, mas sem esforços ou estudos para 
aprofundá-la e melhorá-la.
 
James Watt, em 1766, contribuiu para a melhoria da máquina a 
vapor, intensificando sua aplicação no processo fabril, desenvolvendo 
a industrialização, dando surgimento a novas empresas, aumentando 
a concorrência e a busca por lucros e por resultados maiores , exigindo 
Início às teorias da Administração 03
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
59
3.1
uma administração organizada sem espaços para erros e impro-
visos.
 
Foi durante esse período que a administração deu um salto em 
importância, momento em que surgiu também a teoria científica que 
abriu espaço para o estudo da administração como ciência, trocando o 
empirismo por métodos científicos.
É fácil perceber que as organizações primitivas tinham caracte-
rísticas muito diferenciadas das que são consideradas modernas. Anti-
gamente, a forma estrutural das empresas seguia parâmetros influen-
ciados por poucas variáveis, ou seja, elas não mudavam tanto e não 
sofriam tanto a interferência externa quanto as de hoje. À medida que 
o mundo evolui, a administração também evolui dentro da organiza-
ção por consequências dessas variáveis (tecnologias, competitividades, 
etc.). 
Entendemos que compreender, processar, analisar essas variá-
veis e transformá-las em resultados têm sido uma tarefa difícil que faz 
parte do cotidiano dos profissionais que, segundo Chiavenato (2014), 
não conseguem acompanhar essas interferências pela dinâmica e pela 
velocidade dos acontecimentos. 
As escolas científicas servem como referência e instrumento 
científico para consolidarem a administração, e são essas escolas que 
estudaremos a seguir.
Teoria científica da administração
A escola científica de administração foi iniciada pelo engenheiro 
americano Frederick W. Taylor entre o fim do século XIX e o início do 
século XX. Tem esse nome porque busca utilizar métodos científicos 
de mensuração e de observação para melhorar o sistema e resolver os 
problemas no modelo de administração da época, dentre eles a falta de 
padronização dos métodos de trabalho, o desconhecimento por parte
Início às teorias da Administração 03
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
60
3.2
 dos administradores do trabalho dos operários, a vadiagem pro-
posital de alguns operários e a forma de remuneração utilizada nas em-
presas da época.
A administração científica pode ser dividida em duas etapas cru-
ciais. Quanto à primeira fase, esta refere-se ao período após o lança-
mento do primeiro livro de Taylor, intitulado “Shop Management”, em 
que o autor decompõe o processo fabril e propõe ideias para racionali-
zação do trabalho com o chamado “estudo de tempos e movimentos”. 
Esse estudo mostra o resultado de suas pesquisas em fábricas, propon-
do alteração de movimentos para aperfeiçoá-lo e proporcionar melhor 
produtividade.Taylor também propõe uma mudança na forma de remuneração 
da época, o qual ele considera contraproducente, pois um funcionário 
eficiente, quando percebesse que tinha recebido a mesma quantia que 
seu colega que não produz a mesma quantidade ele, não teria motiva-
ção para continuar produzindo e deixaria sua produção cair, ocasionan-
do prejuízos para empresa; assim Taylor propõe que os operários rece-
bessem, baseando-se em sua produção, de modo que, quanto maior o 
montante produzido, maior seria a remuneração e, consequentemente, 
a empresa lucraria mais. 
O livro “Shop Management” traz como principais abordagens:
• a administração deve pagar salários justos e reduzir custos de 
produção; para isso deve aplicar métodos científicos e pesquisas expe-
rimentais para formular princípios fundamentais;
• as empresas devem selecionar e treinar cientificamente os tra-
balhadores, alocá-los nos cargos em “condições de trabalho adequadas 
para que as normas sejam cumpridas”;
Início às teorias da Administração 03
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
61
• os colaboradores “devem ser cientificamente treinados para 
aperfeiçoar suas aptidões” e executar tarefas para cumprir a produção;
• é necessário promover o cooperativismo dentro das fábricas 
para garantir seu funcionamento. (CHIAVENATO, 2014, p. 56) 
Quanto à segunda fase, esta pode ser definida como o período 
após o lançamento do segundo livro de Taylor, intitulado “Princípios da 
Administração Científica”. Nessa obra, Taylor busca aumentar a abran-
gência da sua teoria, não se limitando mais ao chão de fábrica e defi-
nindo métodos para a gerência. Ele acreditava que a racionalização do 
trabalho precisava ser acompanhada de uma estrutura consoante a sua 
aplicação.
“A partir daí, desenvolveu seus estudos sobre a Administração 
Geral, a qual denominou Administração Científica, sem deixar de lado 
sua preocupação quanto à tarefa do operário.”. (CHIAVENATO, 2014, 
p. 57) Taylor procurou entender a administração como ciência e elimi-
nar a possibilidade de improviso, trazendo para dentro das fábricas a 
importância do planejamento. Seus estudos e seus ensinamentos eram 
aplicados ao “chão de fábrica”, e, apesar de ter-se preocupado com a 
melhoria financeira das industrias, ele não descartou a importância de 
estudar a prosperidade dos funcionários. Na sua concepção, patrão e 
operário deveriam ser beneficiados no processo administrativo.
Organização racional do trabalho
Com a organização racional do trabalho, Taylor busca definir a 
melhor forma de realizar cada operação fabril e, dessa vez, engloba não 
só a produção, mas também a gerência. Basicamente, Taylor separou 
o trabalho mental, que seria responsabilidade da gerência, do trabalho 
físico, de responsabilidade do empregado.
Início às teorias da Administração 03
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
62
3.3
Com essa organização, Taylor buscava uma diferenciação de 
responsabilidades: a supervisão é responsável por planejar e repassar 
aos funcionários como a gerência planeja as atividades. A supervisão é 
responsável por repassar o planejamento e controlar a execução, e ao 
operário fica a execução pura e simplesmente das tarefas, o trabalho 
braçal. (CHIAVENATTO, 2014, p.57).
Para fundamentar sua teoria, Taylor desenvolveu oito aspectos 
que mudaria a forma da administração de se posicionar. Esses funda-
mentos são conhecidos como ORT – Organização Racional para o Tra-
balho.
Tempos e movimentos (motion-time study)
Buscando a otimização defendida em sua teoria, Taylor criou o 
estudo de tempos e movimentos, que permitiu a racionalização dos mé-
todos de trabalho do operário e a fixação de tempos padrões para a 
execução de cada tarefa; todas as atividades eram divididas e ensina-
das aos funcionários, criando-se, assim, o conceito de treinamento na 
empresa. 
Era a subdivisão de cada movimento necessária para a produ-
ção. O trabalhador fabril tinha todas as peças ao alcance das mãos e 
era treinado para realizar uma sequência predefinida de movimentos no 
menor intervalo de tempo possível – cada função tinha uma cadeia de 
movimentos que buscava otimizar, da melhor forma possível, o tempo 
de produção: isso possibilitou a maior especialização do funcionário em 
sua função e também o maior controle do empregador sobre o desem-
penho do operário. 
Início às teorias da Administração 03
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
63
3.3.1
Eliminar a força braçal e movimentos inúteis
Uniformizar os salários e premiações dos funcionários
Facilitar o treinamento dos funcionários e 
especializa-los
Racionalizar a seleção de funcionários e 
adaptá-los ao trabalho
Distribuir o trabalho, evitar horas vagas ou
trabalho em excesso
Figura 38: Vantagens do método tempos e movimentos 
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014)
Estudo da fadiga humana 
O engenheiro Gilbreth acreditava que a fadiga humana influen-
ciava negativamente na produtividade dos funcionários e fundamentou 
seus estudos em cima dessa fadiga. Ele tinha como interesse contri-
buir para que os operários evitassem os movimentos desnecessários 
ao executar as tarefas. 
Início às teorias da Administração 03
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
64
3.3.2
Com métodos estatísticos, o engenheiro verificou algumas con-
sequências decorrentes da fadiga humana: 
• as indústrias sofriam com a diminuição da produtividade e da 
qualidade do trabalho;
• os funcionários perdiam tempo durante a produção, e o fluxo de 
admissão e demissão aumentava, trazendo transtorno para as indús-
trias, tanto financeira quanto tecnicamente.
Sua teoria diz que a fadiga também tende a causar doenças, 
desconfortos e acidente; além disso, diminui a capacidade do indivíduo 
na produção; portanto propôs-se a desenhar um novo formato dentro 
das indústrias o qual utilizava o uso adequado do corpo humano e o 
adequado arranjo físico dos materiais e do ambiente, para se adapta-
rem aos operários e ao desempenho das ferramentas utilizadas para 
executar as tarefas.
O objetivo do estudo era diminuir a fadiga para aumentar a pro-
dutividade. Foi constatado pelo cientista que a fadiga é uma das causas 
da ineficiência organizacional dentro dos ambientes fabris.
Divisão do trabalho e especialização do operário
O fundamento da divisão do trabalho e especialização do ope-
rário é consequência dos estudos de tempos e de movimentos, a partir 
dos quais surge a necessidade de se especializarem os operários para 
exercerem apenas uma função. Isso é chamado, hoje, de “especializa-
ção do trabalho”. 
A força braçal perdeu a autonomia de trabalhar de maneira livre 
e passou a obedecer a um conjunto de normas e regras predefinidas. O 
objetivo geral da divisão de trabalho e da especialização do operário era 
também a eficiência organizacional.
Início às teorias da Administração 03
fundamentos de aDMINISTRAÇÃO
65
3.3.3
Desenhos de cargos e tarefas
Nas administrações atuais, encontramos os vestígios desta fun-
cionalidade – desenhos de cargos e tarefas –, que são vistos hoje nos 
departamentos de recursos humanos ou na gestão de recursos huma-
nos, claro, em versões atualizadas. 
Fruto da administração científica idealizada por Taylor como uma 
estratégia para se chegar a eficiência organizacional, a tarefa é toda a 
atividade executada pelos operários, “é a menor unidade possível den-
tro da divisão do trabalho em uma organização. E cargo é o conjunto de 
tarefas executadas de maneira cíclica ou repetitiva.”. (CHIAVENATO, 
2014, p. 62)
Com essa técnica, Taylor pretendia contratar empregados com 
pouca qualificação para pagar salários menores, a fim de reduzir custos 
operacionais, diminuir o custo com treinamentos para os funcionários e 
reduzir os erros de execução das tarefas. O funcionário passaria a se-
guir as normas preestabelecidas para executar qualquer tarefa, o que, 
consequentemente, diminuiria o poder de interferir na produção e au-
mentaria o controle dos gerentes de fábrica.
Apesar desse formato com essência taylorista ter sido criticado, 
surtiu efeito e contribuiu

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