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111 POLÍTICA SETORIAL – EDUCAÇÃO Unidade III 7 A EDUCAÇÃO COMO ELEMENTO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO Os processos educacionais e os processos sociais mais abrangentes de reprodução estão intimamente ligados. Sob as relações sociais capitalistas, a educação funciona como sistema de internalização dos conhecimentos, valores e cultura funcionais à reprodução da ordem do metabolismo social. Porém, existem controvérsias. István Mészáros (2005), por exemplo, afirma que a educação não é um negócio, é criação, e que a educação não deve qualificar para o mercado, mas para a vida. Nesse sentido, o autor levanta algumas questões de primeira ordem, tais como: • Qual o papel da educação na construção de um outro mundo possível? • Como construir uma educação cuja principal referência seja o ser humano? • Como se construir uma educação que realize as transformações políticas, econômicas, culturais e sociais necessárias? O autor, que sempre militou em defesa da escola das maiorias, das periferias, aquela que oferece possibilidades concretas de libertação para todos, entende a educação como forma de superar os obstáculos da realidade. Observação István Mészáros nasceu em Budapeste, na Hungria, em 1930. Gradou-se em Filosofia na Universidade de Budapeste, onde foi assistente de György Lukács no Instituto da Estética. Ele alerta, porém, que o simples acesso à escola é condição necessária, mas não suficiente para tirar das sombras do esquecimento social milhões de pessoas cuja existência só é reconhecida nos quadros estatísticos. Afirma também que o deslocamento do processo de exclusão educacional não se dá somente na questão do acesso à escola, mas sim dentro dela, por meio das instituições da educação formal. O que está em jogo não é apenas a modificação política dos processos educacionais – que praticam e agravam o apartheid –, mas a reprodução da estrutura de valores que contribui para perpetuar uma concepção de mundo baseada na sociedade mercantil (MÉSZÁROS, 2005, p. 12). 112 Unidade III Mészáros sustenta, ainda, que a educação deve ser sempre continuada, permanente, ou não é a educação, e defende uma educação libertadora, que teria como função transformar o indivíduo em um agente político, que pensa, age e usa a palavra como arma para transformar o mundo. Saiba mais O filósofo húngaro István Mészáros foi entrevistado na Roda Viva, da TV Cultura, em 2002. O autor, que aceitou o desafio de atualizar a obra de Marx, fala sobre as limitações e as possibilidades da esquerda de hoje para defender a democracia e as liberdades ameaçadas pelo “metabolismo do capital”. Leia a transcrição da entrevista no link a seguir: ISTVÁN Mészáros. Roda Viva, 8 jul. 2002. Disponível em: http://www. rodaviva.fapesp.br/materia/266/entrevistados/istvan_meszaros_2002.htm. Acesso em: 21 ago. 2019. No Brasil, essa discussão faz todo o sentido uma vez que existe uma grande preocupação em torno da não efetivação da educação como um direito social garantido a todas as crianças, adolescentes e jovens de baixa renda do país. Entre as estratégias propostas pelo PNE para buscar a universalização do atendimento escolar para a população de 15 a 17 anos está o acompanhamento do acesso e da permanência no Ensino Médio dos jovens beneficiários de programas de transferência de renda. Esse acompanhamento deve focalizar, segundo o PNE, a frequência, o aproveitamento escolar e a interação dos adolescentes com o coletivo, bem como as situações de discriminação, preconceitos e violências, práticas irregulares de exploração do trabalho, consumo de drogas e gravidez precoce. O PNE afirma que tal acompanhamento deve contar com a colaboração das famílias e dos órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à adolescência e juventude. Outra ação apontada no PNE como necessária é a busca ativa dos adolescentes que estejam fora da escola, tarefa que também pressupõe a cooperação entre as escolas e os serviços de assistência social, saúde e proteção à adolescência e à juventude. Porém, num país com a tradição política e cultural do Brasil, a criação de normas é condição necessária, mas via de regra insuficiente, para que mudanças na realidade aconteçam, pois são muito comuns situações em que a distância entre os marcos normativos e os fatos cotidianos é muito grande. A formulação de planos que reafirmam princípios e metas já declarados em planos anteriores, mas não concretizados, é frequente. Um exemplo é a própria meta de universalização da educação em tempo integral, estabelecida no Plano Nacional de Educação para o período 2014-2024: consultando a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que naquele ano estabeleceu as Diretrizes e Bases da Educação 113 POLÍTICA SETORIAL – EDUCAÇÃO Nacional, verificamos que seu artigo 87, § 5º afirmava que, doravante, seriam conjugados todos os esforços objetivando a progressão das redes escolares públicas urbanas de Ensino Fundamental para o regime de escolas de tempo integral. Porém, na prática isso ainda não ocorreu, o que demonstra que o legislado nem sempre corresponde à realidade dos fatos. É inquestionável que a busca pelo conhecimento está na base de qualquer evolução humana, pois a educação é sempre apontada, por especialistas e sociedade civil, como a melhor resposta para a resolução dos problemas sociais. Essa percepção decorre do fato de a educação proporcionar uma melhor formação para os cidadãos, que se tornam mais conscientes de seu papel social. Quando isso acontece, também ocorre a potencialização do desenvolvimento da sociedade como um todo. Conforme podemos observar pelo exemplo de outros países desenvolvidos, é por meio do acesso à informação e do estudo que essas sociedades têm alcançado progressos, inovações e melhorias para a humanidade. É comum considerar que a educação é o primeiro passo para reduzir as desigualdades sociais na sociedade. Diante desse papel fundamental da educação para o desenvolvimento, busca-se cada vez mais melhorar o acesso ao conhecimento e que ele seja alcançado de forma qualificada, para que as pessoas consigam se desenvolver por si próprias e tenham condições de melhorar as suas vidas. Observação A educação em tempo integral tornou-se um tema imprescindível na educação brasileira, o que se confirma por sua presença em meta específica – meta 6 – do PNE 2014-2024. 7.1 Papéis e atribuições do assistente social na educação Para refletir sobre a prática profissional dos assistentes sociais no âmbito da política de educação pública, é importante registrar a visão histórica da profissão de serviço social, pressuposto inicial para analisar o trabalho do assistente social na área da educação no contexto atual. Segundo Piana (2009), a presença do serviço social na política educacional surgiu historicamente em 1906, nos Estados Unidos. No Brasil, as primeiras experiências ocorreram com os trabalhos que esses profissionais realizaram nas décadas de 1940 e 1950. Para a pesquisadora, no período inicial dessas experiências as ações eram realizadas com os chamados “menores carentes”, assim denominados pelo contexto social vigente na época. Porém, a experiência produziu resultados satisfatórios, e os trabalhos avançaram. Nesse sentido, vários estados e municípios passaram a organizar e sistematizar a atuação do assistente social nas escolas, em projetos sociais não escolares, na educação superior e em equipes interdisciplinares 114 Unidade III de assessoria e elaboração de diretrizes, de normas e de planos de ação para a atuação na educação. Desse processo inicial surgiu parte da metodologia que serviu de parâmetro na construção do modo de atuação do serviço social na educação. Porém, o que se busca hoje é um verdadeiro redimensionamento da atuação do serviço social na educação, principalmente no sentido de a atuação profissional não ficar restrita somente ao ambiente escolar, mas ampliar a concepção que se tem de educação e do processo pedagógico em geral, do ensino-aprendizagem,da figura da escola e da articulação da educação com as demais políticas sociais. Nessa nova proposta de atuação, o assistente social deve propor e participar de uma ação coletiva interdisciplinar com outros profissionais do ensino, com os familiares dos alunos e com a comunidade em geral. No entanto, adentrar o espaço escolar nos dias de hoje é um grande desafio. A educação básica passa por um momento de muitas críticas, e os dados das avaliações educacionais mostram que a sua proposta parece não estar alcançando seus objetivos. Se a educação se propõe a ensinar pessoas a ler, escrever e contar, e, a partir dessas habilidades básicas, possibilitar aos sujeitos ler o mundo e participar da sociedade como cidadãos, é preciso fazer algo para superar esse momento de crise. Entende-se que o serviço social tem em sua concepção os conhecimentos fundamentais para se trabalhar a garantia da educação como direito social preconizado nas leis brasileiras, independentemente de raça, gênero, crença e poder econômico, político e cultural a todo cidadão. Nesse contexto, o assistente social pode contribuir na efetivação do direito social da educação para todos, seja por meio da atuação direta nas unidades de ensino ou em propostas e elaborações de diretrizes e normas que determinem as políticas educacionais no país. Porém, essa expectativa somente poderá ser concretizada se os profissionais se empenharem em conhecer a complexidade do campo educacional e se prepararem para tal, pois o despreparo do assistente social para o trabalho educacional pode também dificultar a sua inserção no espaço escolar. Sem dúvida, o espaço educacional apresenta novas demandas para os assistentes sociais, sendo que essas demandas não se restringem somente aos estabelecimentos educacionais, pois perpassam as instituições do poder judiciário, das empresas e das instituições de qualificação da força de trabalho juvenil e adulta, assim como os movimentos sociais, envolvendo tanto o campo da educação formal como as práticas no campo da educação popular. Lembrete A educação popular é um método de educação que valoriza os saberes prévios do povo e suas realidades culturais na construção de novos saberes. Além disso, é necessário levar em conta que um dos grandes obstáculos para que os assistentes sociais sejam inseridos cada vez mais no âmbito da educação é o desconhecimento dos profissionais da educação sobre a função do serviço social nos espaços escolares. Dessa forma, o assistente social deve se preparar para ser um profissional que trabalha a realidade social e, diante dessas reflexões, 115 POLÍTICA SETORIAL – EDUCAÇÃO faz-se necessário que construa um perfil diferenciado, crítico, reflexivo, criativo, propositivo, inovador e estratégico para as negociações e conquistas no campo educacional (PIANA, 2009). Vários estados e municípios brasileiros já contam com a atuação de assistentes sociais nas escolas da rede pública e mesmo em algumas escolas particulares. Em municípios como Limeira/SP, tanto a rede pública como a rede privada contam com esse profissional em seus quadros. Mas essa presença, qualitativamente importante, revela-se pouco representativa quantitativamente; ou seja, há escolas e regiões em que a educação – dado o aporte do serviço social escola – consegue focalizar e desenvolver o encontro da cidadania com a educação, tal como orienta a legislação vigente. Em contrapartida, em outras escolas e regiões desprovidas desse profissional, no compasso em que mediações escola-Estado-sociedade inexiste, os caminhos da educação rumo à potencialização da cidadania no ambiente escolar tornam-se mais acidentados e difíceis (AMARO, 2011, p. 24). Saiba mais Leia a matéria a seguir: LIMEIRA. Serviço social na educação comemora 20 anos em Limeira. 5 maio 2017. Disponível em: https://www.limeira.sp.gov.br/sitenovo/news. php?p=2403. Acesso em: 2 jul. 2019. Por esse motivo, para que o Estado consiga cumprir a sua responsabilidade no âmbito da educação, são fundamentais a inserção do pensamento e a ação interdisciplinar, ressaltando-se o compromisso fundamental do trabalhador social, ou seja, do assistente social nesse trabalho, participando na área de gestão, elaboração e implementação da política social de educação. Reforçamos aqui a necessidade de esses profissionais construírem um perfil técnico no cenário educacional e de agregarem maior conhecimento a essa política social de direito público, assim como de realizarem uma análise do contexto social, político e econômico em que se insere a educação, visando garantir a competência da atuação profissional, além de garantir o serviço social definitivamente nas legislações nacionais e buscar o espaço de trabalho nas instituições de ensino e na elaboração das diretrizes e planos municipais, estaduais e federais tão complexos. Para que a atuação do assistente social produza resultados positivos na política educacional brasileira, existe a necessidade de que esses profissionais tenham conhecimentos sobre o modelo de organização e da estrutura do sistema de ensino no Brasil. Nesse aspecto, também é fundamental conhecer os acordos políticos nacionais e internacionais que estão relacionados com a educação, pois deles dependerão os investimentos governamentais que serão feitos para o desenvolvimento da educação no país. 116 Unidade III Durante a década de 1960 os assistentes sociais atuavam em programas específicos da educação, porém, como não houve uma ampliação do quadro de servidores, esses profissionais acabaram migrando para outras áreas das políticas sociais. No entanto, somente nas universidades a atuação dos profissionais do serviço social teve uma continuidade, principalmente nos programas de assistência ao estudante. No caso das universidades sem fins lucrativos ou comunitárias, a necessidade do assistente social tornou-se mais evidente a partir da Lei n. 12.101/2009, que trata do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas), já que é fundamental a presença do assistente social nas organizações de ensino, as quais concedem bolsas de estudo em troca da isenção da cota patronal do INSS. Esses profissionais atuam, principalmente, na avaliação socioeconômica do aluno e no levantamento da renda familiar, por ser esse um dos requisitos para a concessão da bolsa de estudo, devendo, por isso, ser um trabalho muito criterioso. Como estamos tratando os papéis e atribuições do assistente social na educação, é importante destacar uma grande conquista para a educação básica que foi a publicação, no dia 12 de dezembro de 2019, no Diário Oficial da União, a Lei 13.935, que dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica. Pelo texto, as redes públicas de educação básica contarão com serviços de psicologia e de serviço social para “atender às necessidades e prioridades definidas pelas políticas de educação por meio de equipes multiprofissionais”, que deverão desenvolver ações para a melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Os sistemas de ensino têm um ano para implementação e cumprimento da nova lei. Lei n. 13.935, de 11 de dezembro de 2019. Dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica. O presidente da República Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu promulgo, nos termos do parágrafo 5º do art. 66 da Constituição Federal, a seguinte Lei: Art. 1º As redes públicas de educação básica contarão com serviços de psicologia e de serviço social para atender às necessidades e prioridades definidas pelas políticas de educação, por meio de equipes multiprofissionais. § 1º As equipes multiprofissionais deverão desenvolver ações para a melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem, com a participação da comunidade escolar, atuando na mediação das relações sociais e institucionais. § 2º O trabalho da equipe multiprofissional deveráconsiderar o projeto político-pedagógico das redes públicas de educação básica e dos seus estabelecimentos de ensino. 117 POLÍTICA SETORIAL – EDUCAÇÃO Art. 2º Os sistemas de ensino disporão de 1 (um) ano, a partir da data de publicação desta Lei, para tomar as providências necessárias ao cumprimento de suas disposições. Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação (BRASIL, 2019). A maior defesa da participação do serviço social como forma de proteção social escolar está relacionada com o apoio desses profissionais para o Ensino Fundamental e para a educação básica, sendo essa a discussão que repercute nos projetos de leis que tramitam no Congresso Nacional e nas Câmaras Municipais. Defende-se aqui uma concepção de educação que tem por finalidade a formação de sujeitos capazes de pensarem por si mesmos a partir do domínio dos bens culturais produzidos socialmente; enfim, de indivíduos que assumam sua condição de sujeito na dinâmica da vida social, sem perder de vista um projeto coletivo de sua transformação. Nesse sentido, educar significa preparar para a vida de cidadão, processo que, sem dúvida, ultrapassa os limites da escola, mas a ela cabendo um papel importante. A escola, portanto, deve ser pública, igual para todos e democrática em todos os seus aspectos (BACKX, 2008, p. 122). Nesse sentido, o serviço social mobiliza um conhecimento importante do ponto vista explicativo e também do ponto de vista interventivo, que faz sentido no movimento histórico das relações sociais no processo de reprodução da vida social, que também ocorrem dentro do ambiente escolar. Sendo que no cotidiano escolar existe uma interação de situações que na sua origem possuem diferentes dimensões da questão social e que acabam interferindo no processo de ensino-aprendizagem. Na educação, no que diz respeito aos que tiveram acesso à escola, o grande desafio é o chamado fracasso escolar. Assim, torna-se imprescindível um estudo qualificado sobre os indicadores sociais do setor e os específicos da escola, pois, além de dar a dimensão daquela unidade de ensino no município no qual se situa, permitirá ao profissional identificar prioridades da ação e caminhos para a investigação (BACKX, 2008, p. 130). A contribuição do serviço social, portanto, poderá ser uma alternativa construtiva, visando unir esforços com os educadores e usuários da escola pública para lutar por reformas significativas na rota histórica de transformação do ambiente escolar, para que seja capaz de efetivar uma educação mais democrática, unitária, como tem sido divulgado pelos movimentos e organizações de educadores. A participação do serviço social, integrado à equipe de educação no planejamento do projeto sócio pedagógico, contribui com uma visão diferenciada das expressões da questão social, que, apesar de não estarem diretamente relacionadas ao processo pedagógico, incidem sobre maneira nele, auxiliando a escola a atingir sua função social e educativa (MARTINS, 2012, p. 227). 118 Unidade III 8 A POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE DO SUAS (PNEP/SUAS) A Política Nacional de Educação Permanente do Suas (Pnep/Suas) estabelece os princípios e diretrizes para a instituição da perspectiva político-pedagógica fundada na educação permanente na assistência social. Aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social (Cnas), por meio da Resolução n. 04, de 13 de março de 2013, a Política Pública de Assistência Social é fruto de deliberações de oito conferências nacionais. Trata-se de um marco histórico que resulta de um amplo processo de debate, pactuação e deliberação, envolvendo gestores dos entes federados, entidades de classe, centrais sindicais, especialistas, instituições de Ensino Superior, trabalhadores, conselheiros e usuários reafirmando uma gestão descentralizada, democrática e participativa do Suas. Entende-se por educação permanente o processo contínuo de atualização e renovação de conceitos, práticas e atitudes profissionais das equipes de trabalho e diferentes agrupamentos, a partir do movimento histórico, da afirmação de valores e princípios e do contato com novos aportes teóricos, metodológicos, científicos e tecnológicos disponíveis. A educação permanente não se confunde com os modelos tradicionais de educar por meio da simples transmissão de conteúdos, tampouco se identifica com os modelos de formação e capacitação de pessoas, baseados na apartação dos que pensam, dirigem e planejam, dos que produzem, operam e implementam. Ela também não admite a hierarquização e a fragmentação disciplinar do conhecimento e dos saberes. Diversamente disso, se esforça por instituir um processo de ensino, aprendizagem, investigação e construção de conhecimento fundamentado na valorização da interdisciplinaridade. A Pnep/Suas visa corroborar com a profissionalização do Suas, que requer dos seus gestores, trabalhadores e conselheiros novos conhecimentos, habilidades e atitudes frente às necessidades da provisão dos serviços e benefícios socioassistenciais mais qualificada e comprometida com um projeto emancipatório de sociedade. Para tanto, contempla duas dimensões: • a dimensão do trabalho, que reconhece os processos de trabalho que vão dar a concretude ao ideário da própria política; • a dimensão pedagógica, que busca processos continuados de capacitação e formação, os quais impactam a carreira dos trabalhadores. O conjunto de processos, procedimentos e atividades, relacionados ao planejamento, operacionalização, monitoramento, avaliação e controle social do conjunto de ações finalísticas, as quais compõem a Política de Assistência Social, bem como o financiamento e a gestão sistêmica, descentralizada, participativa e compartilhada, exigem a mobilização de novos saberes e competências e uma permanente atualização, impondo ao mesmo tempo a necessidade de um trabalho combinado e qualificado e de uma grande variedade de profissionais, com diferentes graus de formação escolar, atuando nas três esferas de governo. 119 POLÍTICA SETORIAL – EDUCAÇÃO A seguir, apresentamos o formato desenvolvido nas conferências de assistência social sobre trabalho, valorização e qualificação dos trabalhadores e que deve balizar o planejamento e a oferta de ações de formação e capacitação para o Suas: A política de educação permanente do Suas deve ter as seguintes finalidades: • Orientar o planejamento e a oferta das ações de formação e capacitação sob a perspectiva político-pedagógica da educação permanente e sob os princípios da interdisciplinaridade, da aprendizagem significativa e da historicidade. • Descentralizar atribuições relacionadas à realização de diagnósticos de necessidades de formação e ao planejamento, formatação e oferta de ações de formação e capacitação, garantindo, ao mesmo tempo, respeito à diversidade regional e à unidade nacional do processo de qualificação. • Fundar o planejamento instrucional sobre efetivos diagnósticos de necessidades de formação e capacitação, centrando-os nos problemas e questões que emergem dos processos de trabalho. • Desenvolver as capacidades e competências necessárias e essenciais à melhoria da qualidade da gestão, dos serviços e benefícios ofertados e do atendimento dispensado à população. • Realizar a capacitação de diferentes tipos e modalidades, que possibilitem aos trabalhadores e conselheiros explorarem diferentes percursos formativos. • Promover a oferta sistemática e continuada de ações de formação. • Incluir o conjunto de trabalhadores e agentes públicos e sociais envolvidos na gestão descentralizada e participativa do Suas e no provimento dos serviços e benefícios socioassistenciais. • Permitir o aprimoramento permanente por meio do monitoramento e avaliação das ações implementadas. Nesse sentido, a Resolução n. 109, de 11 de novembro de 2009, que trata da Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, tornou mais urgente e imperativa a implementação de uma política de educação continuadae permanente. Por esse motivo, a Resolução n. 8, de 16 de março de 2012, serviu para instituir o Programa Nacional de Capacitação do Sistema Único de Assistência Social (CapacitaSuas) e a Resolução Cnas n. 4, de 13 de março de 2013, institui a Política Nacional de Educação Permanente do Suas. O CapacitaSuas tem o objetivo de garantir oferta de formação e capacitação permanente para profissionais, gestores, conselheiros e técnicos da rede socioassistencial do Suas para a implementação das ações dos planos de educação permanente, aprimorando a gestão do Suas nos estados, no Distrito Federal e nos municípios. Esse programa contempla ações de capacitação e formação, de acordo com a Política Nacional de Educação Permanente do Suas, que devem impactar a carreira do trabalhador do Suas, além de potencializar e dar visibilidade a novas práticas profissionais. Todas as ações devem oferecer certificados, de forma a contribuir para que o profissional progrida na carreira. 120 Unidade III Para a execução das ações de capacitação e formação, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) instituiu e coordena uma Rede Nacional de Capacitação e Educação Permanente do Suas (Renep/Suas), formada por instituições de ensino, públicas e privadas, escolas de governo e institutos federais de educação, ciência e de um processo de chamada pública. Também foi criado um Sistema de Monitoramento Acadêmico (Sima) para o acompanhamento monitoramento da execução dos cursos ofertados no âmbito do CapacitaSuas em todo o país. Os estados e o Distrito Federal devem orientar as instituições de ensino que estiverem executando os cursos a manterem esse sistema atualizado, a fim de colaborar com o processo de monitoramento do programa. Também o Plano Decenal de Assistência Social (2016-2026), que trata da plena integralidade da proteção socioassistencial, apresenta a meta de ampliar e aprimorar as ações de capacitação e de formação com base nos princípios e diretrizes da Educação Permanente do Suas, fomentando a Rede Nacional de Educação Permanente do Suas. Por esses motivos, os municípios devem, por meio de sua Divisão da Gestão do Suas, implantar o Núcleo de Educação Permanente, que terá objetivos, entre outros preconizados pela Pnep (2013), os que listamos a seguir: • Formular, coordenar e executar os planos de capacitação em consonância com os princípios e diretrizes dessa política. • Definir normas, padrões e rotinas para a liberação dos trabalhadores para participar de capacitação e aperfeiçoamento profissional. • Instituir, por meio de arranjos formais existentes na legislação vigente, parcerias ou contratos com instituições de ensino integrantes da Rede Nacional de Capacitação e Educação Permanente do Suas. • Disseminar conteúdos produzidos nos processos formativos. • Ofertar cursos que certifiquem os trabalhadores e gerem progressão profissional. • Estruturar e/ou fortalecer suas áreas de educação permanente, implementando planos de capacitação, em conformidade com as diretrizes dessa política. • Ofertar cursos mediante a celebração de parcerias ou contratos, em observância à legislação vigente com as instituições de ensino integrantes da Rede Nacional de Capacitação e educação permanente do Suas. • Divulgar oferta, mobilizar e garantir a participação dos públicos nos cursos. • Implementar Plano de Monitoramento e Avaliação das ações de formação e capacitação realizadas. 121 POLÍTICA SETORIAL – EDUCAÇÃO • Cumprir metas previstas no Plano Decenal da Assistência Social. • Coordenar ações e cooperar para a implementação de mecanismos institucionais, perspectiva político-pedagógica, percursos formativos e ações de formação e capacitação compreendidas no âmbito dessa Política. • Elaborar o Plano Municipal de Educação Permanente. Pelo que estudamos neste tópico, a educação permanente no Suas deve responder às questões, demandas, problemas e dificuldades que emergem dos processos de trabalho e das práticas profissionais desenvolvidas pelos trabalhadores e conselheiros e, combinado com isso, instituir um processo de ensino e aprendizagem, investigação e construção de saberes e conhecimento calcado na valorização da interdisciplinaridade, fundamentada no reconhecimento dos saberes específicos de cada área, na sua complementaridade e na possibilidade de construção de novos saberes e práticas. Nesse sentido, a interdisciplinaridade permite a ampliação do foco da visão profissional, favorecendo maior aproximação das equipes profissionais à integralidade das situações experimentadas por usuários e beneficiários do sistema, podendo, por isso mesmo, contribuir na formulação de respostas às questões, demandas, problemas e dificuldades que emergem dos processos de trabalho e das práticas profissionais. Saiba mais Leia o documento a seguir: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional de Educação Permanente do Suas. Brasília: MDS, 2013b. Disponível em: https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/ Normativas/Politica-nacional-de-Educacao-permanente.pdf. Acesso em: 10 ago. 2019. 8.1 Produções acadêmicas e demais publicações do assistente social na área de educação A teoria é um conhecimento organizado, sedimentado, que muito embora tenha partido da realidade concreta, passou por um complexo processo de sucessivas abstrações, que ao mesmo tempo o faz distanciar-se do concreto imediato e pode explicar uma realidade mais ampla, concentrando-se em apontar os elementos essenciais de um objeto construído nesse processo de generalização e abstração. Nesse sentido, a pesquisa é uma das formas de se produzir conhecimento, que foi se estruturando com o tempo, criando seus objetos e métodos, definindo as relações que os pesquisadores devem estabelecer com seus objetos de conhecimento, em um processo de discussão profundo e polêmico entre os cientistas. 122 Unidade III Na área social, pesquisas do tipo exploratórias têm trazido contribuições muito importantes para a compreensão de questões novas que estão sendo percebidas na realidade concreta, denominadas de “temas emergentes”. Observação A tecnologia não é a única tendência nas salas de aula. É importante um currículo mais flexível, que inclua metodologias ativas, para incentivar a participação e o engajamento dos estudantes nas atividades. A pesquisa exploratória permite uma aproximação de tendências que estão ocorrendo na realidade, para as quais não temos ainda conhecimento sistematizado nem bibliografia consolidada. Nessas condições, é preciso consultar pessoas que tenham alguma experiência prática em relação ao tema ou que elaboraram alguma observação, ainda que inicial, sobre os fenômenos que estão ocorrendo. Esse tipo de pesquisa pode ser um instrumento muito importante para o trabalho profissional do assistente social e também para a formação dos futuros profissionais para a atuação no âmbito educacional. Pesquisar é investigar, inquirir, buscar, reconhecer, olhar, escutar, aprofundar a realidade social e, consequentemente, as relações entre os sujeitos, reconhecendo a singularidade dos indivíduos no tecido social e suas relações interpessoais e sociais, no momento atual e na sua história de vida permeada e inserida em sua referência histórica, cultural, econômica e política, individual e coletivamente. Assim, a dicotomia teoria/prática não pode ser desconsiderada; pelo contrário, é necessário confrontá-la para consolidar o compromisso com o Projeto Ético-Político do Serviço Social. Pensando dessa forma, as produções acadêmicas devem ser focadas na demanda pelo reconhecimento da realidade social, a partir das seguintes expectativas: • Experimentar o espaço profissional, ou seja, entrar e atuar no campo profissional com todo o referencial técnico-operativo. • Identificar as relações de força entre os sujeitos sociais e as instituições de poder (Estado e demais instituições), com seu referencial ético-político,procurando ler e refletir sobre essas relações. • Investigar as formas de exclusão geradas nos chamados processos de inclusão, escutando o que reverbera dessa relação de forças nos sujeitos sociais e em sua relação social, política, cultural e econômica, balizando-se por seu referencial teórico-metodológico. • A partir da investigação e de sua análise, percorrer as novas possibilidades de conhecimento, intervindo na realidade e oferecendo espaço de empoderamento dos sujeitos sociais para traçarem novos caminhos, sendo esse o momento de deparar-se com sua práxis profissional, que, conforme indica o Projeto Ético-Político, utilizará instrumentos e técnicas para desvelar e transformar o projeto societário vigente. 123 POLÍTICA SETORIAL – EDUCAÇÃO Observação “Práxis” é uma palavra com origem no termo em grego “praxis”, que significa conduta ou ação. Corresponde a uma atividade prática em oposição à teoria. É importante destacar que o Projeto Ético-Político do serviço social implica compromisso com uma nova ordem social na qual buscam-se competências profissionais que visem à formação permanente e constante postura investigativa. Lembrete O Projeto Ético-Político propõe a construção de uma nova ordem social, sem exploração ou dominação de classe, etnia e gênero, ou seja, tem o propósito de transformação da sociedade brasileira. Assim, torna-se pertinente o conhecimento pleno do projeto ético-político por parte dos profissionais, para que possam pautar suas ações interventivas de forma concreta nos espaços sócio-ocupacionais. Conhecer o projeto ético-político é dever de cada profissional, tendo em vista que o projeto é homogêneo, ou seja, aceito dentro da profissão; portanto, deve nortear atendimentos, planos de trabalho, projetos e demais intervenções comprometidas com questões éticas que garantam a qualidade dos atendimentos. O conhecimento resultante desses procedimentos deve ir além da apreensão da imediaticidade da vida cotidiana, pois deve captar a processualidade contraditória de seus objetos e buscar a refiguração, ao nível do pensamento, do seu movimento. O assistente social deve se valer da pesquisa social como fonte de investigação e interpretação da realidade, pois aqueles que não apreendem a realidade social como uma totalidade social em movimento não dão conta da articulação e complementaridade entre subjetividade e objetividade, entre ser e consciência, entre teoria e prática. Dessa forma, a prática profissional do assistente social nas escolas, observadas as devidas singularidades, exige o conhecimento da situação, do cotidiano da sua prática, dos meios e condições de realização, das possibilidades que a realidade contém e das tendências e contratendências que suas ações poderão desencadear. O reconhecimento da assistência social como política pública integrante da seguridade social, direito do cidadão e dever do Estado, bem como a lógica de sua organização na forma de sistema único, descentralizado e participativo, possibilitou a institucionalização dos conselhos e conferências como espaços centrais e privilegiados do debate democrático, relativamente aos diferentes aspectos e dimensões de sua implementação. O mesmo tem ocorrido em relação à participação do assistente social no ambiente escolar. Porém, é necessário colocar essas experiências em pesquisas científicas sistematizadas para que mais pessoas tenham acesso ao conhecimento produzido nesses espaços. Por esse motivo, é fundamental que ocorra um estímulo para o aumento das produções acadêmicas e produções elaboradas pelos assistentes sociais, principalmente no âmbito da educação. 124 Unidade III A sistematização das experiências dos assistentes sociais que atuam na área educacional é um importante parâmetro para a inserção de mais profissionais na Política de Educação, pois os conhecimentos produzidos levariam em conta a complexidade e a diversidade que conforma tal política. Acreditamos que a categoria já dispõe de um acúmulo de informações que foram resultantes dos encontros e reflexões coletivas, porém, a produção de conhecimento sobre as experiências profissionais realizadas nas mais diferentes instituições de educação nas quais estão inseridos os assistentes sociais ainda não foi devidamente pesquisada. A divulgação dessas informações é fundamental para a orientação do exercício profissional na educação, pois servirão de parâmetros para a atuação profissional nas escolas, como já ocorreu nas políticas de Assistência Social e Saúde. A investigação e a produção de conhecimentos no meio profissional passa a ser objeto de interesse, não a partir da preocupação em não se tornar somente um usuário/reprodutor de conhecimentos reproduzidos em outras áreas, mas por ser indispensável, na medida em que é a partir de uma apropriação criteriosa do conhecimento produzido sobre o econômico, o político, o social e o cultural, na sua historicidade – o que demanda uma formação profissional permanente, nessa direção – que os assistentes sociais podem se construir como intelectuais/profissionais que, ao desvendarem o movimento da realidade, tornam-se capazes de captar as possibilidades de ação presentes nesse movimento, ao mesmo tempo em que explicitam questões pertinentes que necessitam de investigação mais sistemática e aprofundada. É aí que está posta a possibilidade de rompimento com a subalternidade histórica da profissão (VASCONCELOS, 2002, p. 127). A atuação do assistente social, em qualquer área, exige um acervo técnico-instrumental necessário ao alcance dos objetivos profissionais, sendo que esses instrumentais precisam ser orientados a partir do conjunto de competências gerais que norteiam o processo de formação e de exercício profissional, assim como dos princípios éticos e políticos que conformam o projeto profissional do serviço social. É importante essa compreensão, pois será a partir da combinação entre os aportes teórico-metodológico, ético-político e técnico-instrumental e as condições objetivas em que se realiza a atuação profissional que resultarão as particularidades das experiências profissionais. A dimensão investigativa que particulariza o exercício profissional não deve estar desvinculada das demais dimensões do trabalho profissional. Ela contribui para a compreensão das condições de vida, de trabalho e de educação da população com a qual atua e requer a adoção de procedimentos sistemáticos de apreensão da realidade social, para além da empiria e de sua aparência e previamente pensados, constando o projeto de intervenção profissional (CFESS, 2014, p. 52). Conforme observam Mendes e Almeida (2014, p. 9), a predominância das análises em torno das políticas sociais, nas quais corporificam os espaços sócio-ocupacionais do assistente social, conforma-se como uma tendência da pesquisa e, obviamente, da produção do conhecimento 125 POLÍTICA SETORIAL – EDUCAÇÃO (livros, artigos, teses, dissertações) e dos programas de pós-graduação (áreas de concentração e linhas de pesquisa) no serviço social. A seguir, apresentamos uma tabela elaborada pelas autoras a partir de dados disponibilizados pelo MEC e que confirmam essa tendência. Esta tabela demonstra o pequeno número de trabalhos que tratam das questões relacionadas com a educação: Tabela 1 – Número de propostas estratificadas por subáreas do serviço social no CNPq referentes às chamadas PQ – 2012-2013 Subáreas do CNPq 2012 2013 Número % Serviço social aplicado 15 14 29 31,5 Fundamentos em serviço social 19 13 32 34,8 Serviço social da saúde 5 3 8 8,7 Serviço social da educação 3 8 9 9,8 Serviço social do trabalho 6 4 10 10,9 Serviço social da habitação 1 2 3 3,3 Serviço social do menor 1 1 1,0 Total 50 42 92 100 Fonte: Mendes e Almeida (2014, p. 9). As autoras também observam que a predominância das análises sobre as políticas sociais e o arrefecimento na pesquisa dos objetos identificados como fundamentos do serviço social ocorre a partir dos anos 2000. Toma-secomo referência o artigo “Trinta anos da revista Serviço Social & Sociedade: contribuições para a construção e o desenvolvimento do Serviço Social no Brasil”, de Silva e Silva (2009, p. 610-611), que realiza uma pesquisa em torno das temáticas, objeto dos artigos publicados no referido periódico. No período de 2000-09, a citada autora catalogou 523 categorias temáticas, sendo 72 em fundamentos do Serviço Social (formação profissional, prática, projeto político-pedagógico, teoria, metodologia, ensino, currículo, pesquisa, ética, organização profissional etc.) e 451 em políticas públicas/ políticas sociais e demais temáticas relacionadas (questão social, família, idoso, cidade, Estado, sociedade civil, trabalho, gênero, pobreza, terceiro setor, entre outras) (MENDES; ALMEIDA, 2014, p. 10). Diante do exposto, nota-se que existe a necessidade de que as pesquisas desenvolvidas pelos assistentes sociais tenham um foco maior na educação e, também, na tecnologia, pois são novas tendências que se apresentam na prática profissional do serviço social. Nesse sentido, os especialistas entendem que as principais tendências que podem ajudar a fazer a educação atingir seus objetivos e que, por esse motivo, devem estar nas pautas dos pesquisadores são as que elencamos a seguir: 126 Unidade III • Flexibilização do currículo: o intuito é abrir espaço para trabalhar os temas emergentes da sociedade, entre eles, os direitos humanos, a igualdade social, a sustentabilidade, as questões de gênero e a tecnologia. • Uso coerente da tecnologia: cada vez mais, o ensino tradicional virá aliado ao uso das novas tecnologias de informação e comunicação. • Incentivo à solidariedade: o papel das escolas será o de desenvolver metodologias de ensino que contribuam para a formação ética e social dos estudantes. • Ampliação dos espaços escolares: a aprendizagem deve transpor as barreiras da sala de aula. • Exercício de diálogo e de escuta: é preciso praticar um diálogo em que as pessoas saibam se expressar e que também percebam a necessidade de escutar diferentes pontos de vista sobre um mesmo assunto. • Qualidade na saúde física e psicológica: a saúde física e mental dos alunos é fundamental para garantir o aprendizado. • A utilização dos games no processo de ensino: a gamificação é outra tendência para a educação nos próximos anos. • Power pupils em ação: os power pupils, estudantes empoderados e agentes de transformação, são crianças e jovens que estão tomando conta das salas de aula. Observação Alunos empoderados, estudantes conscientes das próprias habilidades, interessados em promover mudanças sociais. Essas são as características dos chamados power pupils. • Metodologias ativas: estratégias que incentivem a participação dos estudantes também são tendência na educação. • Empreendedorismo: incentivar o empreendedorismo nas escolas vai além de formar futuros empresários, significa desenvolver habilidades como criatividade, autonomia, responsabilidade, além da capacidade de resolver problemas e de inovar. Também é importante a produção de novos conhecimentos para a interdisciplinaridade, pois a atuação do serviço social de forma conjunta com outras políticas públicas é um dos desafios colocados para a real inserção dos assistentes sociais no ambiente escolar. 127 POLÍTICA SETORIAL – EDUCAÇÃO Saiba mais Leia o artigo a seguir. Ele trata dos resultados da pesquisa sobre a produção científica do serviço social, nas últimas três décadas, através dos periódicos científicos da Revista Serviço Social e Sociedade, no período que vai de 1983 a 2012. SILVA, M. O. da S. Trinta anos da revista Serviço Social & Sociedade: contribuições para a construção e o desenvolvimento do Serviço Social no Brasil. [s.d.]. Disponível em: http://www.repositorio.ufma.br:8080/jspui/ bitstream/1/155/1/TRINTA%20ANOS%20DA%20REVISTA%20SERVICO%20 SOCIAL%20%26%20SOCIEDADE.pdf. Acesso em: 10 ago. 2019. Resumo Nesta unidade, retomamos a ideia de que a educação é um processo contínuo, que também deve ter a função de desenvolver no sujeito conhecimentos relacionados ao contexto social e também fazer sua devida alfabetização. Porém, cada vez mais, o conhecimento não é adquirido somente no ambiente escolar, mas em todo o espaço no qual o sujeito estabelece suas relações sociais. É imprescindível pensar a educação como um processo de transformação social, numa expectativa em que o aprendizado também contribua para que o sujeito possa compreender as suas relações sociais com maior precisão. Por isso, ao se falar em educação para um desenvolvimento humano e social, estamos tratando de dar ao indivíduo condições para compreender a importância do contexto social em todo o seu processo existencial. Para que isso venha a ocorrer dentro do ambiente escolar, é necessário que todos os profissionais envolvidos no processo educativo possam investir na sua formação, promovendo melhoria para o ensino e o domínio no contexto educacional. Além disso, é fundamental que nas práticas pedagógicas sejam levadas em conta as experiências individuais de cada educando e do território onde a escola está localizada, pois as experiências educacionais demonstram que quando as vivências estão inseridas no ensino-aprendizagem, o aluno se desenvolve com maior precisão, pois o seu contexto tem relevância para sua vida, estabelecendo, assim, metas que possibilitem o conhecimento e a reflexão da realidade. É necessário, ainda, perceber que a escola é uma instituição social, e as instituições são locais de disputa de poder, sendo que nesse espaço se encontra o objeto da intervenção do assistente social. 128 Unidade III Os objetivos profissionais do assistente social, dentro de uma instituição escolar, quer seja ela pública ou privada, serão definidos conforme a sua especificidade. Dessa forma, existe um grande desafio para que o assistente social possa ter a escola como campo de trabalho, pois nela estão presentes as problemáticas político-sociais e a real situação de vida de cada aluno, somadas às dificuldades na aprendizagem dos conteúdos curriculares, fatores que muitas vezes levam à evasão escolar. A necessidade de um novo modo de formar os sujeitos também proporciona a opção de atuação da equipe multidisciplinar, no contexto escolar. Assim, conjuntamente com as equipes que já atuam nos espaços escolares, existe a oportunidade de atuação do assistente social, que poderá lançar mão dos conhecimentos aprendidos para realizar pesquisas sociais envolvendo as informações presentes nesse campo de atuação. É importante destacar que o segredo para o êxito deste trabalho está na integração grupal, na troca de saberes e na motivação dos integrantes, tendo em vista que os resultados não serão conquistas de um profissional apenas, e sim de toda a equipe multidisciplinar e da própria escola. Nesta unidade, também tivemos a oportunidade de conhecer a Política Nacional de Educação Permanente do Suas (Pnep/Suas), que estabelece os princípios e diretrizes para a instituição da perspectiva político-pedagógica fundada na educação permanente na assistência social. Trata-se de uma importante contribuição para o processo de aprimoramento da gestão do Sistema Único da Assistência Social e da qualificação dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Finalizando a unidade, também tivemos a oportunidade de tratar da questão das pesquisas e da produção de conhecimentos no âmbito da assistência social. Nesse sentido, destacamos a importância que a pesquisa representa para o serviço social, na atualidade, sendo inclusive entendida como uma atribuição profissional que se expressa na formação e no trabalho do assistente social. Assim, a pesquisa acadêmico-científica é considerada como espaço privilegiado, na tentativa de analisar a realidade social e na busca de soluções para as principais questões sociais existentes em nossa sociedade. 129 POLÍTICA SETORIAL – EDUCAÇÃO ExercíciosQuestão 1. Leia a charge a seguir. Figura 9 Agora, analise as afirmativas: I – A charge mostra a realidade de muitas crianças brasileiras que, por necessidades econômicas, trabalham e não conseguem frequentar a escola. II – Por ser ficcional, a charge não pode ser lida como uma crítica à realidade brasileira. III – O adulto, na charge, representa o patrão que dá oportunidade às crianças mais pobres, de forma mais efetiva do que a escola. IV – A situação retratada na charge não tem relação com a atuação do assistente social. É correto o que se afirma somente em: A) I. B) I e IV. C) II e III. D) I e III. 130 Unidade III E) III e IV. Resposta correta: alternativa A. Análise da questão Combater o trabalho infantil e garantir a presença das crianças na escola são atribuições do assistente social. A charge mostra a exploração do trabalho infantil e como isso afasta as crianças dos estudos. Questão 2. Leia o texto a seguir: O desafio de manter jovens no Ensino Médio, principal obstáculo à universalização da educação Dados do IBGE dizem que 11,8% dos jovens entre 15 e 17 anos - o equivalente a 1,1 milhão de pessoas - estavam fora da escola em 2018 (na faixa de 6 a 14, presença é de 99,3%); mas programas de ‘busca ativa’ têm tido bons resultados para manter jovens na escola. Garantir que os adolescentes brasileiros permaneçam na escola nos anos finais do Ensino Médio é o principal desafio para que o Brasil consiga universalizar o acesso à educação básica. Isso porque, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a evasão escolar continua a afetar, sobretudo, jovens na faixa etária dos 15 a 17. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgados na quarta-feira (19) mostram que no ano passado, 11,8% dos jovens nesta faixa etária estavam fora da escola, o equivalente a 1,1 milhão de pessoas, apesar de o Plano Nacional de Educação (PNE), de 2014, ter estabelecido a meta de universalizar o atendimento à população de 15 a 17 anos até 2016. A pesquisa mostra também que a taxa de frequência escolar para alunos no grupo etário aumentou um ponto percentual em relação aos dois anos anteriores, passando para 88,2% em 2018, ou um total de 8,6 milhões de jovens de 15 a 17 anos. De acordo com a Constituição Federal de 1988, o Estado tem obrigação de oferecer Ensino Fundamental e Médio para todos os brasileiros. Embora algumas iniciativas tenham sido lançadas nas últimas décadas para atingir este objetivo, especialistas consultados pela BBC News dizem que os avanços ainda foram bem desiguais, variando bastante de Estado para Estado. A meta de universalização ainda não foi alcançada por nenhuma região brasileira. Na estimativa de estudo do Instituto Ayrton Senna, a evasão escolar traz prejuízos não apenas para os jovens como também para a sociedade, e faz com que o Brasil desperdice R$ 35 bilhões ao ano - valor calculado a partir da renda do trabalho ao longo da vida a partir da conclusão do Ensino Médio. Os dados que indicam evasão escolar, na visão dos especialistas, merecem especial atenção porque se referem a uma população que ainda está em idade de formação, prestes a entrar no mercado de trabalho. 131 POLÍTICA SETORIAL – EDUCAÇÃO “O vilão sempre foi o Ensino Médio”, diz analista da Pnad Educação, Marina Águas. Na faixa de 6 a 14 anos, o levantamento indicou que 99,3% das crianças estavam nas escolas em 2018 - o que, segundo a analista do IBGE equivale praticamente à universalização, situação que se apresenta desde 2016 (nos últimos dois anos, a taxa foi de 99,2%). Os dados da Pnad Educação indicam tendência moderada de melhora no setor de 2016 para cá. A taxa de analfabetismo caiu de 7,2% em 2016 para 6,8% em 2018. O número médio de anos de estudo na população subiu de 8,9 para 9,3 nos últimos dois anos. Mas os dados expressam grande disparidade regional. Nos dados sobre analfabetismo, por exemplo, o índice no Nordeste é de 13,8%, contra 3,63% no Sul. A Pnad Educação não traz uma estatística específica sobre evasão escolar. Mas quantifica o número de alunos fora da escola em idade de ensino obrigatório, e, além disso, traz dados sobre estudantes em situação de atraso escolar, ou seja, que repetiram anos no passado, o que ajuda a dimensionar o problema. De acordo com a Pnad Educação, 69,3% dos jovens de 15 a 17 anos (0,8 ponto percentual a mais que em 2017) estavam na situação correta de ensino no ano passado. Ou seja, estavam cursando a série adequada para sua idade, ou já haviam concluído o Ensino Médio. Segundo Marina Águas, isso que significa que os demais 30,7% ou estavam atrasados – ainda cursando séries do Ensino Fundamental – ou já haviam evadido a escola. Apesar de o problema da evasão se concentrar nos anos finais do ensino básico, ele reflete problemas que vão se acumulando ao longo de toda a formação escolar. “Se as crianças já estão atrasadas no Ensino Fundamental, quando chegam ao Ensino Médio as chances de permanecerem defasadas e decidirem sair é muito maior”, aponta a analista do IBGE. Evasão escolar Um estudo lançado em 2017 pelo Instituto Ayrton Senna estima que 2,8 milhões de pessoas de 15 a 17 anos abandonam a escola a cada ano, descrevendo o problema como uma “tragédia silenciosa” que tem forte impacto para a trajetória individual desses jovens e para o país como um todo. No ritmo atual de inclusão de jovens no Ensino Médio, o estudo, conduzido pelo economista-chefe do instituto, Ricardo Paes de Barros, estima que o Brasil precisará de 200 anos para atingir a meta de universalizar o atendimento escolar a esse grupo. De acordo com Laura Machado, especialista da Cátedra Instituto Ayrton Senna no Insper, o percentual de jovens de 15 a 17 anos fora do Ensino Médio tem se mantido no mesmo patamar ao longo da última década, sem tendência expressiva de melhora. A evasão escolar está longe de ter uma causa única. 132 Unidade III De acordo com Gabriel Corrêa, gerente de políticas educacionais do Todos Pela Educação, a decisão de um jovem de deixar a sala de aula pode ser motivada pela falta de engajamento com a escola, por falta de acesso a transporte, pela gravidez na adolescência, pela necessidade de entrar no mercado de trabalho ou pela defasagem no ensino acumulada dos anos anteriores, entre muitos outros fatores. “Como a repetência é frequente no Brasil, muitos jovens chegam aos 17 ou 18 anos sem conhecimentos muito básicos que deveriam ter adquirido. E isso em escolas que não se conectam com o mundo ao seu redor, com a sua realidade. Nesses casos, a escola perde totalmente o sentido para o estudante jovem. Cada aluno que evade é sinal de um fracasso do sistema educacional em que deveria estar”, considera. Fonte: O desafio... (2019). Agora, analise as afirmativas: I – A evasão é um fenômeno relacionado às desigualdades estruturais da sociedade brasileira e, por isso, não deve ser foco da ação do assistente social. II – O monitoramento e o acompanhamento dos educandos em situação de não frequência e evasão escolar são atribuições previstas do assistente social. III – O texto aponta que a evasão escolar dos alunos no Ensino Médio tem múltiplas causas e que, por ano, quase 3 milhões de jovens entre 15 e 17 anos abandonam os estudos. IV – Segundo o texto, cerca de 30% dos adolescentes do Ensino Médio abandonam a escola. É correto o que se afirma em: A) I e III. B) II, III e IV. C) I e IV. D) II e III. E) II e IV. Resposta correta: alternativa D. Análise da questão Acompanhar e monitorar a evasão escolar são atribuições do assistente social. Segundo o texto, 30,7% dos jovens não estão na série adequada, ou seja, estão “atrasados” ou abandonaram os estudos. A reportagem também informa que, de acordo com o Instituto Ayrton Senna, 2,8 milhões de pessoas de 15 a 17 anos abandonam a escola a cada ano. 133 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 METAS%20DO%20MILENIO.JPG. Disponível em: https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/e/metas%20do%20milenio.jpg. Acesso em: 23 set. 2019. Figura 2 ED_DESENVSUST/OBJETIVOS_PORT.PNG. Disponível em: http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_ desenvsust/objetivos_port.png. Acesso em: 23 set. 2019. Figura 3 ESTRUTURA-ORGANIZACIONAL-MEC-2019.PNG. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/images/ stories/noticias/2019/Fevereiro/estrutura-organizacional-mec-2019.png. Acesso em: 23 set. 2019. Figura 5 CHARGE-LEGAL-P-PALESTRA.JPG. Disponível em: https://musicaeinclusao.files.wordpress.com/2014/10/ charge-legal-p-palestra.jpg?w=300&h=225. Acesso em: 30 set. 2019. Figura 6 CHARGE_SALARIO_PROFESSOR.JPG. Disponível em: https://euqueroajudarcuritiba.files.wordpress. com/2012/10/charge_salario_professor.jpg. Acesso em: 30 set. 2019. Figura 8 INLUSO~1.JPG. Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/-6YWozKp2lAs/UfWfgVXKU0I/AAAAAAAAAEU/ UN6sMsBGXKE/s1600/INLUSO~1.JPG. Acesso em: 30 set. 2019. REFERÊNCIAS Audiovisuais A DAMA de ferro. Direção: Phyllida Lloyd. Reino Unido: Pathé, 2011. 104 min. ANÍSIO Teixeira: educação não é privilégio. Brasil: TV Escola, 2007. 44 minutos. Disponível em: https:// tvescola.org.br/videos/educadores-brasileiros-anisio-teixeira-educacao-nao-e-privilegio. Acesso em: 10 ago. 2019. ANTUNES, A.; FROMER, M.; BRITTO, S. Comida. Intérprete: Titãs. In: TITÃS. Jesus não tem dentes no país dos banguelas. Rio de Janeiro: WEA, 1987. LP. Faixa 2. 134 FORMIGUINHAZ. Direção: Eric Darnell; Tim Johnson. EUA: Dreamworks, 1998. 83 min. GUSTAVO Capanema. Brasil: TV Escola, 2011. 25 minutos. Disponível em: https://tvescola.org.br/videos/ educadores-gustavo-capanema. Acesso em: 12 dez. 2019. NOVO Ensino Médio. Brasil: Ministério da Educação e Cultura, 2019. 2 minutos. Disponível em: http:// novoensinomedio.mec.gov.br/resources/videos/video-1.mp4. Acesso em: 20 jun. 2019. Textuais ADORNO, T. W. Educação após Auschwitz. In: ADORNO, T. W. Educação e emancipação. 3. ed. Tradução de Wolfgang Leo Maar. São Paulo: Paz e Terra, 2003. p. 119-138. ALMEIDA, N. L. T. de. Serviço social e política educacional: um breve balanço dos avanços e desafios desta relação. 2003. Disponível em: http://www.cress-mg.org.br/arquivos/Servi%C3%A7o-Social-e- pol%C3%ADtica-educacional-Um-breve-balan%C3%A7o-dos-avan%C3%A7os-e-desafios-desta- rela%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 26 ago. 2019. AMARO, S. Serviço social na educação: bases para o trabalho profissional. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2011. ASSIS, M. 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