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ATCC_Patologias_em_lajes_protendidas_e_possíveis_soluções

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Patologias em lajes protendidas e possíveis soluções 
Leonardo Martino Carneiro Lopes1 
Matheus Silva Cardoso2 
Grazieli Monteiro Furukawa3 
 
Resumo 
Este trabalho tem como objetivo apresentar as principais patologias que ocorrem 
nas construções das lajes protendidas e propor possíveis soluções para que essas 
patologias sejam evitadas e tratadas. O estudo busca, também, difundir a eficácia 
das técnicas construtivas apresentadas e vislumbra sugerir medidas técnicas. Por 
meio de pesquisa bibliográfica, a fim de caracterizar e classificar os diferentes tipos 
de patologias recorrentes nas lajes protendidas, destacaram-se as principais 
ocorrências. A partir da coleta de dados, foi possível direcionar os esforços para as 
principais patologias em lajes de concreto protendido e apresentar soluções e 
indicações para o tratamento de tais patologias. 
Palavras-chave: Laje protendida. Tensão. Patologias. Protensão. 
 
1
 Graduando em Engenharia Civil no Centro Universitário de Belo Horizonte – UniBH. E-mail: 
leo.lopes03@yahoo.com.br 
2
 Graduando em Engenharia Civil no Centro Universitário de Belo Horizonte – UniBH. E-mail: 
matheuscardoso1994@hotmail.com 
3
 Orientadora. Mestre, professora do curso de Engenharia Civil no Centro Universitário de Belo Horizonte – 
UniBH. E-mail: grazieli.furukawa@prof.unibh.br 
 
 
1. Introdução 
A laje protendida ganha, a cada dia, 
mais visibilidade na construção civil 
por apresentar soluções estruturais 
para grandes vãos (CASTRO, 2011). 
Diversos estudos e pesquisas estão 
sendo realizadas com o objetivo de 
conhecer melhor o comportamento 
dessa laje, para assim tirar o máximo 
proveito construtivo delas. (EMERICK, 
2002). Percebe-se, contudo, a falta de 
normas e bibliografias sobre as 
patologias e devidas soluções para 
resolvê-las, o que gera muitas dúvidas 
sobre a prática. 
Tendo a sua utilização iniciada nos 
Estados Unidos, e posteriormente na 
Inglaterra, a laje protendida chegou ao 
Brasil e foi utilizada primeiramente na 
construção de uma ponte no Rio de 
Janeiro, no ano de 1949 (CEZAR; 
VERÍSSIMO, 1998). Iniciou-se, então, 
o desenvolvimento da técnica da 
protensão, o que possibilitou uma 
considerável redução do peso das 
lajes e, consequentemente, um melhor 
desempenho estrutural. Obteve-se 
também um maior controle das 
fissurações e deformações, o que 
impactou diretamente na economia da 
obra. Atualmente o aprimoramento da 
tecnologia de protensão é de grande 
importância para a engenharia 
estrutural (CAIO, 2014). 
Utilizar-se do recurso da protensão na 
Engenharia Civil, muitas vezes, é 
considerado inviável ou nem ao menos 
é considerado, já que muitos não 
estão familiarizados com a tecnologia 
da protensão e não conhecem suas 
vantagens. 
Seja na Construção Civil ou na 
Medicina, o termo patologia está 
relacionado ao mesmo significado, 
sendo esse o estudo que analisa os 
sintomas, causas, origens e 
mecanismos. Na engenharia, uma 
patologia representa as 
demonstrações de ocorrências que 
prejudicam o desempenho de uma 
estrutura (HELENE, 2003). 
 
 Objetivos 
 
O presente trabalho tem como objetivo 
apresentar as principais patologias que 
ocorrem nas construções das lajes 
protendidas e propor possíveis 
soluções para que tais patologias 
sejam evitadas e tratadas. 
Apresentando suas origens, formas e 
características, o estudo busca, 
também, difundir a eficácia das 
técnicas construtivas apresentadas e 
vislumbra sugerir medidas técnicas. 
Por meio do embasamento teórico e 
prático, esta pesquisa visa identificar a 
realidade atual das obras no Brasil. 
 
 Justificativa 
 
A escolha do tema surgiu diante da 
necessidade de se apresentar 
soluções práticas para possíveis 
patologias que venham ocorrer em 
lajes protendidas, tendo em vista a 
falta de normas e material destinado 
especificamente para esse fim. Diante 
disso, busca-se apresentar soluções 
para tais patologias, por meio do 
suporte de engenheiros especialistas 
na área da protensão, destacando sua 
importância para a consolidação da 
construção de lajes protendidas na 
Engenharia Civil. 
 
2. Lajes protendidas 
 
Protensão significa “pré-tensão”, 
sendo assim, é a ideia de instalação 
de um estado prévio de tensões em 
algo. No caso da Engenharia, a 
protensão é aplicada a peças e 
materiais de construção (PFEIL,1985). 
Segundo Castro (2011), as lajes 
protendidas são mais utilizadas em 
locais que utilizam grandes espaços 
entre os pilares, criando assim maior 
proveito daquele espaço. 
Conforme afirmam Cezar e Veríssimo 
(1998), as lajes protendidas são 
denominadas também “lajes com 
armaduras ativas”, aquelas cujo aço 
passa pelo processo de protensão. 
Essa técnica realiza o alongamento 
dos cabos e cordoalhas da armadura, 
por utilização de macacos hidráulicos, 
garantindo assim maior tração 
permanente do aço e maior 
compressão do concreto, além de não 
demandar tantas vigas e pilares como 
a laje convencional e pelo fato de 
poder ser construída de maneira mais 
ágil, gera economia para a obra. 
No entanto, as lajes mais utilizadas no 
mercado da construção civil são as 
lajes convencionais, ou seja, as lajes 
planas / lisas, atendendo a pequenos 
vãos entre pilares e que são 
compostas por grandes barras de aço 
dispostas em armaduras longitudinais 
e verticais. Esse é o modelo mais 
popular e não exige a necessidade de 
mão de obra específica, apenas a mão 
de obra convencional (pedreiros, 
mestres de obra e auxiliares), 
justamente o contrário da laje 
protendida. Vale ressaltar que não é 
viável a utilização da laje protendida 
para vãos menores do que 5 metros 
(CEZAR; VERÍSSIMO, 1998). 
 
Figura 1 - laje protendida: grandes vãos livres 
 
Fonte: www.awacomercial.com.br 
 
A concretagem de uma laje protendida 
é semelhante à de estruturas 
convencionais, o que altera entre elas 
são os preparativos para a execução 
da protensão, que pode ser feita por 
dois processos construtivos: o 
processo de pré-tensão ou processo 
de pós tensão. No método de pré-
tensão, as peças de aço são 
colocadas na bancada e assim 
recebem a tração nos cabos antes de 
se realizar o lançamento do concreto. 
Ao receberem o concreto, são 
retiradas das bancadas para 
possibilitar a tração do concreto pela 
fricção ao decorrer de todo o cabo 
(CASTRO, 2011). 
Já o método denominado de pós-
tensão é realizado com a concretagem 
da peça com bainhas internas, que 
atuam como dutos para a passagem 
do aço. Assim que o concreto ganhar a 
resistência que foi definida no projeto, 
é realizada a protensão com a ajuda 
de ancoragens e macacos hidráulicos. 
Atualmente existem dois modelos de 
sistemas para protensão, a protensão 
não aderente e a protensão aderente. 
A protensão não aderente consiste na 
utilização de cabos engraxados 
cobertos por bainhas plásticas que 
proporcionam proteção contra possível 
corrosão. Nesse sistema é 
proporcionada a capacidade de 
colocar os cabos diretamente sobre a 
laje e assim concretá-los. Ambos os 
modelos citados anteriormente são 
utilizados para resolver problemas com 
flecha em excesso e diminuir a 
quantidade de pilares e vigas 
(HELENE, 2003). 
 
Figura 2 - laje protendida: protensão não 
aderente 
 
Fonte: impactoprotensao.com.br 
 
A protensão aderente consiste na 
utilização de cabos em bainhas 
metálicas lisas ou onduladas. Essas 
bainhas possuem tubos que devem 
ser espaçados corretamente para que 
se injete ali a nata de concreto, 
preenchendo perfeitamente os 
espaços entre o cabo e a bainha. Esse 
modelo é utilizado quando se 
necessita de um conjunto de cabos 
metálicos, como ocorre em pontes 
(CASTRO, 2011). 
De acordo com Tejedor (2013), a ideia 
básica do concreto protendido é 
aplicar as tensões prévias de 
compressão em regiões que serãotracionadas na peça; a protensão irá 
atuar para melhorar a baixa resistência 
do concreto a tração. São diversos os 
sistemas que podem ser aplicados em 
canteiros de obras, o fator idêntico em 
todos é a necessidade de mão de obra 
especializada. 
Loureiro (2006) constata as vantagens 
construtivas e eficiência econômica da 
protensão, argumentando a 
necessidade de construções como 
shoppings centers e estacionamentos 
possuírem vãos maiores do que cinco 
metros. Em construções residenciais, 
as lajes protendidas apresentam 
grande flexibilização na utilização de 
espaços e um número inferior de 
pilares, aumentando, assim, o ganho 
com vagas de garagem. 
Outra grande vantagem de utilização 
deste tipo de laje é a execução de 
pisos de grandes comprimentos sem a 
necessidade de juntas de dilatação. 
Vale ressaltar, também, a grande 
durabilidade das lajes protendidas, o 
que a faz ser um fator econômico 
essencial para qualquer tipo de 
construção (LOUREIRO, 2006). 
 
Figura 3 - laje protendida: protensão aderente 
 
Fonte: www.impactoprotensao.com.br 
 
Figura 4 - laje protendida: protensão não 
aderente 
 
Fonte: www.evehx.com 
 
De acordo com a NBR 15575 (2013), 
as obras têm vida útil de no mínimo 50 
anos, e na maioria das vezes, elas 
apresentam diversos problemas bem 
antes deste prazo, às vezes meses 
após a entrega, já apresentam 
diversas patologias visíveis. Em 
algumas situações, chega a ser 
recomendado construir uma nova 
estrutura do que reparar a danificada 
(SACHS, 2015). 
As principais patologias encontradas 
nas construções de lajes protendidas 
são fissuras, trincas, rachaduras, 
corrosão e deterioração do concreto 
armado. Das patologias citadas 
anteriormente, em todas as 
edificações existentes é possível 
encontrar ao menos uma destas 
(SACHS, 2015) 
Segundo Batiston (2018), fissuras 
começam a surgir de forma pacífica, 
estas ocorrem tanto nos elementos de 
alvenaria quanto nas juntas de 
assentamento, sendo a fissura o 
primeiro estágio de uma patologia 
mais grave. 
De acordo com o Instituto Brasileiro de 
Arquitetura (2014), as trincas são 
definidas como estado onde um 
determinado objeto está partido ou 
separado em partes, sendo assim, a 
sua abertura ultrapassa a camada do 
revestimento afetando diretamente a 
estrutura interna. 
 
 
 
 
 
Figura 5 - Representação de laje de concreto 
com fissuras 
 
Fonte: www.aecweb.com.br. 
 
As rachaduras, segundo o Instituto 
Brasileiro de Arquitetura (2014), são o 
estado que o objeto ou parte dele já 
apresenta uma abertura de tamanho 
maior, criando interferências 
indesejadas. É o mais grave tipo de 
fissura, sendo, muitas vezes, inviável a 
sua recuperação. 
Segundo Comin e Estacechen (2017), 
corrosão é definida como a 
deterioração de um material metálico, 
tal deterioração pode representar 
consequências indesejáveis, como 
desgaste da peça metálica, alteração 
estrutural e variações químicas. O 
modo de resolução desse problema é 
a utilização de revestimentos, que por 
sua vez impedem o contado de 
oxigênio com o ferro. A proteção é 
realizada por meio de pinturas com 
tintas à base de polímeros (SOARES; 
VASCONCELOS, 2015). 
Por muitos anos, o concreto foi visto 
como um material infinito, que não 
necessitava de cuidados e tratamentos 
durante sua vida. Esse modo de agir 
foi repensado ao passar dos anos, e o 
concreto foi mostrando sua 
necessidade de manutenção e reparos 
em obras de grandes edificações que 
apresentavam problemas de 
degradação estrutural. (HELENE, 
2003). 
 
Figura 6 - Deterioração de laje de concreto em 
caso de infiltração 
 
 
Fonte: www.forumdaconstrucao.com.br 
 
Figura 7 - Demonstração de estruturas bi 
apoiadas e engastadas antes da protensão, 
imediatamente após (sem carregamento total 
final) e com a estrutura suportando todos os 
carregamentos da estrutura. 
 
 
Fonte: www.civilclick.com 
 
Almejando um melhor entendimento 
sobre as normas existentes e vigentes, 
foi desenvolvido o Quadro 1, contendo 
o resumo de todas as normas 
existentes referentes ao concreto 
armado.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 1 - Resumo das normas para concreto protendido 
 
Norma: Título: Ano: País: Órgão: Resumo: Fonte: 
NBR 14861 Lajes alveolares 
pré-moldadas de 
concreto 
protendido: 
Requisitos e 
procedimentos 
2011 Brasil ABNT- 
Associação 
Brasileira de 
Normas 
Técnicas 
Estabelece requisitos 
a serem atendidos em 
projeto. 
ABNT 
NBR 6118 Projeto de 
estruturas de 
concreto 
2014 Brasil ABNT- 
Associação 
Brasileira de 
Normas 
Técnicas 
Fixa requisitos básicos 
para construção em 
concreto. 
ABNT 
FIP FIB (CEB-FIB) 
Guide to good 
practice 
2000 Suiça Fédération 
internationale 
de la 
précontrainte 
(FIP) 
Recomendações para 
projetos em lajes. 
FIP 
FIP FIB (CEB-FIB) 
Recomendations 
1980 Suiça Fédération 
internationale 
de la 
précontrainte 
(FIP) 
Recomendações para 
projetos em lajes 
planas. 
FIP 
NBR 748 Aço destinado a 
armaduras para 
estruturas de 
concreto armado – 
Especificação 
2014 Brasil ABTN - 
Associação 
Brasileira de 
Normas 
Técnicas 
Estabelece requisitos 
para utilização de aço 
no concreto armado. 
ABNT 
ACI 318M-05 Building Code 
Requirements for 
Structural Concrete 
2005 Estados 
Unidos 
American 
Concrete 
Institute 
Requisitos mínimos 
para construção de 
elementos estruturais 
de concreto. 
ACI 
Fonte: Elaborado pelos autores. 
 
 
 
 
 
 
 
3. Metodologia 
Foi realizada uma ampla pesquisa 
bibliográfica, a fim de caracterizar e 
classificar os diferentes tipos de 
patologias recorrentes nas lajes 
protendidas, destacando as principais 
ocorrências e as soluções para as 
patologias. Por meio dos dados 
obtidos, tanto com o roteiro de 
entrevistas quanto com a pesquisa 
bibliográfica, será possível direcionar 
os esforços para as principais 
patologias em lajes de concreto 
protendido e apresentar soluções e 
indicações para o tratamento de tais 
patologias. 
Para atingir o objetivo proposto, foi 
adotada a pesquisa descritiva, de 
natureza qualitativa, uma vez que esta 
envolve uma perspectiva interpretativa 
do mundo, buscando assim, elementos 
relevantes em seus cenários naturais a 
fim de entender os fenômenos em 
termos dos significados que lhe são 
atribuídos (DENZIN; LINCOLN, 2006). 
Dentre as estratégias qualitativas, 
utilizou-se a entrevista em 
profundidade, cuja finalidade é revelar 
motivações, conhecimento e atitudes 
sobre determinado tópico (NOTESS, 
1996). 
Para a coleta de dados, adotou-se a 
técnica de entrevistas 
semiestruturadas por meio de roteiro 
de entrevistas, utilizando-se uma 
amostra não probabilística, por critério 
de acesso e conveniência, com cinco 
engenheiros civis especialistas em 
estruturas protendidas, com duração 
de aproximadamente uma hora. A 
composição da amostra objetivou 
maior profundidade de detalhes acerca 
dos fenômenos observados, 
possibilitando uma avaliação crítica 
dos depoimentos coletados. As 
entrevistas foram gravadas com o 
consentimento dos entrevistados e 
posteriormente transcritas, criando, 
assim, registros para cada uma delas 
e facilitando também a análise dos 
dados. O Quadro 2 especifica a 
qualificação dos entrevistados para 
este estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 2 – Relação de entrevistados 
Fonte: Elaborado pelos autores. 
 
 
4. Resultados e discussões 
De acordo com as entrevistas 
realizadas, foi possível identificar quais 
as principais patologias recorrentes em 
lajes protendidas, além de 
fundamentar uma discussão das 
diferentes formas de apresentar suas 
soluções. São estas: 
 fissuras e trincas localizadas 
nos pontos da protensão da 
laje; 
 ruptura do concreto; 
 deformação do cabo de 
tensionamento; 
 rompimento da cordoalhae 
sucessivamente a perda da 
cordoalha; 
 deformação excessiva das lajes; 
 compressão ou tração 
excessiva acima dos limites 
previstos no projeto de 
protensão. 
 
Todos os entrevistados citam que na 
etapa do projeto é quando devem 
ocorrer as principais precauções para 
se evitar as patologias. Dos cinco 
engenheiros entrevistados, apenas um 
relatou ter ocorrido patologias devido a 
erro de projeto durante a execução de 
uma obra que gerenciava. Na ocasião, 
foi identificado o surgimento de 
rachaduras na estrutura. A solução 
apresentada foi a utilização de 
protensão para o levantamento da laje 
que estava cedendo. Dois 
especialistas relataram a ocorrência do 
surgimento de patologias devido à má 
execução da obra, sendo uma fissura 
causada por retração e a outra pela 
realização do escoramento de forma 
inadequada. 
Foi relatado, por todos os 
entrevistados, que o uso de tensão 
nas protensões, superior às previstas 
em projetos, podem ocasionar o 
surgimento de patologias na estrutura, 
destacando as seguintes: fissuras no 
ponto de protensão, ruptura do 
concreto, deformação do cabo, 
rompimento da cordoalha e 
sucessivamente a perda da cordoalha, 
deformação excessiva, compressão ou 
tração excessiva acima dos limites 
previstos no projeto de protensão. A 
principal forma relatada por todos os 
entrevistados de se evitar e solucionar 
as patologias apresentadas se dá pela 
elaboração correta de um projeto e a 
contratação de mão de obra 
especializada em protensão, a fim de 
evitar rompimento de cordoalhas e 
perda de protensão. Vale ressaltar 
que, conforme relatado, não há 
realização de manutenções frequentes 
em lajes protendidas. Com relação a 
pontes protendidas, tal manutenção 
ocorre de forma rara. Uma vez que foi 
identificada a ausência de normas 
técnicas que estabelecem rotinas e 
parâmetros para a execução da 
manutenção em lajes protendidas, as 
inspeções somente são realizadas 
durante a execução do projeto ou 
somente após ser reportada alguma 
patologia visível. 
Durante as inspeções, recomenda-se 
verificação de presença de trincas, 
fissuras, armaduras aparentes, 
corrosão de armaduras, deformações 
excessivas e realizar perfuração na 
laje para conferência das ancoragens, 
uma vez que for relatada pelos 
especialistas a ocorrência do 
afrouxamento de cabos. 
O Quadro 3 relata as principais 
patologias, suas causas e o melhor 
tratamento possível obtido através dos 
dados do roteiro de entrevistas e 
bibliografia, a fim de solucionar e evitar 
que tais patologias ocorram. O quadro 
representa os dados obtidos por meio 
do questionário técnico e pesquisa 
bibliográfica, direcionando os esforços 
para as principais patologias em lajes 
de concreto protendido, bem como 
apresentando possíveis soluções e 
indicações para o tratamento dessas 
patologias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 3 - Principais patologias e possíveis soluções 
 
Patologia Causa Solução 
 
Fissuras 
 
 
As tensões de tração e de 
cisalhamento são as responsáveis 
pela quase totalidade dos casos de 
fissuração. 
 
 
Aplicação de produtos selantes 
elásticos. Acompanhamento de 
projeto estrutural e atenção durante 
a protensão para evitar falhas. 
 
Rachaduras 
 
Etapa mais grave das trincas, já em 
estado de atenção maior, quando a 
necessidade de intervenção. 
 
 
Acompanhamento de projeto 
estrutural e atenção durante a 
protensão para evitar falhas. 
 
 
Trincas 
 
Excesso de sobrecarga, corrosão da 
armadura ou retração do concreto. 
 
 
Acompanhamento de projeto 
estrutural e atenção durante a 
protensão para evitar falhas. 
 
Corrosão 
 
Deterioração de material metálico, 
sendo causado por umidade. 
 
 
Aplicação de tintas especiais 
 
Deterioração / Ruptura do 
concreto 
 
Concretagem mal feita, falta de 
controle e acompanhamento do 
projeto estrutural. 
 
Aplicação de produtos adesivos 
que promovem aderência entre as 
duas faces do concreto. 
Juntas de dilatação. 
 
 
Rompimento da cordoalha 
 
Má aferição do macaco hidráulico e 
falta de atenção durante protensão 
 
É ocasionada somente durante a 
protensão, seria necessário aferir o 
macaco hidráulico e refazer a 
instalação das cordoalhas. 
 
 
Deformação das lajes 
 
 
 
 
 
Má gestão do projeto e falta de 
acompanhamento durante realização 
da obra. 
 
 
Aumentar largura das vigas, 
aumentar altura das vigas e lajes, 
aumentar armadura de protensão e 
utilização de contra flechas. 
 
Tração excessiva 
 
Tração acima dos limites exigido em 
projeto, mau acompanhamento do 
projeto estrutural e execução da 
protensão. 
 
 
Realizar a protensão em etapas até 
que todo o carregamento seja 
mobilizado. 
 
Fonte: Elaborado pelos autores. 
 
 
 
 
 
 
 
5. Conclusões 
Todo tipo de laje está sujeito à ação do 
tempo, portanto, é bem provável que a 
laje protendida também apresente 
patologias ao longo da sua vida útil, 
tanto no concreto, quanto no aço. 
Grande parte das patologias vistas são 
resultados da má gestão de projetos 
estruturais, nos quais não se segue o 
que consta no projeto, acarretando, 
assim, falhas estruturais. Outro fator 
impactante identificado é a falta de 
aptidão ou de atenção durante a 
execução da protensão, resultando, 
dessa forma, em patologias que 
poderiam facilmente ser evitadas. Os 
resultados obtidos pela pesquisa foram 
detalhados no Quadro 3, que responde 
ao problema de pesquisa, 
demonstrando as principais patologias 
e suas possíveis soluções. 
Por fim, após a pesquisa bibliográfica 
e entrevistas com especialistas em 
protensão, recomenda-se que futuros 
estudos mais aprofundados sejam 
realizados sobre o tema objetivando 
permitir a elaboração de uma norma 
técnica eficiente sobre a protensão 
como um todo, no sentido de evitar 
suas patologias. 
 
 
 
6. Referências bibliográficas 
AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. 
Building Code Requirements for 
Structural Concrete ACI 318M-05. 
Estados Unidos, 2005. Disponível 
em:< 
https://www.academia.edu/17536582/A
CI_318M-
05_Building_Code_Requirement_For_
Structural_Concrete>. Acesso em: 29 
abr. 2019. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: 
Projeto de estruturas de concreto - 
Procedimento. Rio de Janeiro, 2014. 
Disponível em: 
<https://rotaacessivel.com.br/_files/200
000331-
8d02e8df9a/Projeto%20de%20estrutur
as%20de%20concreto.pdf>. Acesso 
em: 29 abr. 2019. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS. NBR 14861 
Lajes alveolares pré-moldadas de 
concreto protendido: Requisitos e 
procedimentos. Rio de Janeiro, 2011. 
Disponível em: 
<https://www.abntcatalogo.com.br/nor
ma.aspx?ID=088721>. Acesso em: 29 
abr. 2019. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS. NBR 7480 Aço 
destinado a armaduras para 
estruturas de concreto armado - 
Especificação. Rio de Janeiro, 2007. 
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